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10 METODOS BIOLOGICOS DE PROSPECGAO MINERAL — BIOGEOQUIMICA E GEOBOTANICA Maria do Carmo Lima e Cunta Universidade Fedral do Rio Grande do Sul - UFRGS, mara curhautgs be ‘SUMARIO Resume .. Apstract .. 10.1 Irtroducae .. - 40,14 CONCeIACLO 4 10.2 Estado da Arte oe 10.3 Met0D10G1A 1. 5 a 10.3a Amostragem 10,30 Preparagao das Amosiras. 10-4 Vaniagens do Método de Prospeccac Bogeoquimica 10.5 Impontancia de Estudos desta Natureza 10.6 Referencias . a Seeegeeee 3 fueTonas sn. f8.C38 te ikesReEe AD NERA RESUMO Metocos biolégicos de prospecgao mineral através de espécies indicadoras, esirutura das eomunida- des vegetaise contetido de elementos metdlicos em plantas sao Solisiicadas ferramentas complementarés Aexpioracao geoauimica para a identificagao da composigao quimica da substrato e detecgao de depésitos ninerais ainda no exploradios, O presente capitulo aborda'9 uso da vegeiagaio como guia na prospacgao mineral, nos seus dois cempes de estudio, a biogeoquirnica e a geobotdnica Sua disposigao é centrada na conceituagao destas tecnicas, no estado da arte, nos métodos de coleta e preparagiio das amostias, aldm de uum breve apanhado sobre as vantagens de ulllizagao da vegetagao coma meio de emosiragem em prospecgao mineral Palavias-chave. biogeoquimica, geobolancia, exploracao mineral ABSTRACT Biological methods of mineral expioration, such as indicator plants, siructures of the vegetal cornmnurities ‘and conlants of metallic elernents in vegetal tissues are sophisticated complementary tools sor the idantiliction ‘othe chemical composition of the substratum and detection of new mineral deposits no explored yet. The present chapter approaches the use of the vegetation as a guide in mineral exploration, in. both fields, blogeochemstryand geobetany. This chapter Is concerned mainty with the description of these techniques, the slate of art, methodology and advantages of using vegetation as sarrpling technique in mineral exploration Keywords: biogeochemistry, qeobotany, mineral exploretion 10.1 INTRODUCAO Como ciéncis, @ biogesquimica Lato sensu propoe a compreensaa, de forma integrada, de proces- 808 biolégicns. geol6gicos e quimicos e pode ser aplicada em varias Areas do conhacmanta coma prospec¢éo mineral, geologia ambiental, agrogeologia e geomedicina A biogeoquimica esiuda 0 cicio de elementos como C, 0, N, S&P e seus isétopas, o ciclo das elementos-traco ¢ dos radionuciideos. integrando a biosfera com a geostera (rochas, sedimentos.e solos) Outros importantes cempos desta distiplina inciuem as rmudangas climaticas € @ remediagao de solos Ccontaminadies por elementos toxicos, 0 que, neste-caso, proporeiona um campo bastante promissor para boténicos e agrénomos. ‘A Geeboldnica, por ser fundamentada ne cbservagao das diterenges ferotipicas da vegetagéio e de suas relagdes com o substrate, requer um entencimento multidiscipinar que abrangea botanica, a ecologia, A geologia, a biogeoquimica e a fisiclogia vegetal, porque fatores no s6 relacionadas & gealogia também influenciam na distribuigao = no desenvolvimento das comunidades vegetais. 10.1a Conceituacao Em geologia, dene as tecnicas biolégicas de prospecqao se destacam a Bio (Fito) geaquimicaea, Geobotdnica, ABiogecquimica, utiizada para detectar anomalies geoquimicas no substrata, basela-se na andlise quimica dos tecidos vegetais, onde os teores dos elementos quimicos neles contidas s4o confrortados com 08 leores do solo, rosha ou Agua ‘A Geobotéinica tem por base as observagies visuals do fendtipo ou das alterages em comunidades cuespécies vagetais, como clorose, nanismo, densidad, entreoutres. E degrande utlidade em Sensoriamento ase no ov Cam Lm Gia Remoto porque a teflecténcia da vegetacao & ‘espectralmente aletada pela presenga de metais pesados no cold, ou por zonae de atsracto. A Estas duas abordagens se baseiarn no prin- dipio de que 0 vinculo do subsirato coma planta se da através da rizosfera, onde o sistema radicular dos vegetals absatve os elementos qui- micos necessarios & sua nurigao, seja das solu- Bos percolantos, seja por trocas idnicas realiza- das com as particulas ninerais do meio (Figura 10.1). Como conseqiiéncia. as plantas se tornam indicadores do valiosasinformagoes sobre as ca- racteristicas compesicionais do substiato em que: se desenvolvem Na prospec¢iobiogeoquimica, um dos prin- ciplos recai na capacidace do sistema radicular {rale principal, raizes secundarias e pélosradicula~ 198} abranger um volume consderdvel da subsu- peilicie do terreno (Bidwell 1979). Daste modo, as Fgura 10.1 Macansune do noea do elementos rt a ale falzes se maniémn em constantes trocas quimicas “290m! (A) © a» particu. ce ergio-minarai com dezenas de matios cabicos de solo, rocha e gua intersticia), Mesmo sendo capazes de absorver seletivamente os elementos contidosno solo, as plan las nic podem exclut-ics inteiramente. visto que a permeabilidade da membrana celular ¢ finita, Assn, a composigaio mineral de seus tecidos tende a reflatir as peculiaridades quimicas de seu habitat ‘Aluando camo amostiadores natures, as raizes vegetais, pels oua distribuigdo vertical e horizontal, jomérn a amostragem mais representativa, principaimente quando esta depende do reconhecimento de un hotizonte em particular camo @ 0 caso da geoquimica de solos, Como conseqbencia, a prospecgao blogeoqurmica pode auxitar na deteogao de halos de dispersao de anomalias gooquimicas @ indicar a existéncia de depdsitos nao aflorantes. 40.2 ESTADO DA ARTE A vagetagaio como meio de amostragem para prosaeccao mineral ainda n4oé ratinelramente empre- gade por esnevialistes em prospeceao mineral, seja por desconhacimento da sua potencialidade, seja pela crenca de que cs métodes botanicos demandiam canhecimentos adicionals que dilfcultarn sua ulizagio praticae em larga escala Os grandes precursores do emprego dos métodos biolégicas de prospecgao mineral foram os cien- tistas Soviélicos, Por isto, a panir dos primeiros esiudos iniciados por Tkalich nosanos 20, comseguimente, até 0 anos 60 por D.P Malyuga e AL. Kovalevsky, entre outros, a maior parte da literatura reterente a0 ASSUnIO é em Idioma russo, € pouce divulgada no Ocidente, fato que deve ter contriouide para o desconhe. cimento da efetividade e conseqente apiicabildade deste metodo. Nos EUA, a partir da década de 50. s4o pioneiros os trabalhos de HCannon com prospeceae biogequimica de urénio e J.J. Connor & HT. Shacklette com projetos envolvende a distribuigao, migragao & biodisponibilidade dos elementos. No Canada, desiacam-se os estudos de H.V. Warren, FE, Delavault e J A.C. Forlascve, que empregam 0 método biogecauimico para prospecoao de Cu, Zn, Mo, Au, Ag, Nie Co. Mas 6 na Nova Zelandia, no inicio da décade de 60, que surgem os trabalhos de RR. Brooks (Massey 33 tub‘onds wouts-cosbe ones University} um des maiores especialstas no assunto, autor de cerca de Irezentas publicactes, incluindo dex livros, é respansavel pelo florescimento.e divulgaga da biogeoquirrica como ciéniciae cam tecnica alterna tiva na prospecgao mineral, ao lado da pedogeoquimnica ¢ da ltogeoquinca Nos anos 80, a mucanga de patadigmas na economia mundial jevau a geclogia a directonar seus estudos para dreas mais relacionadas com a evolugao crus‘ale idade das rachas. no que propriamento a0 que estas poderiamn conter como recursos minerals exploraveis economicamente, Comisio, a prospecgao geoquimica deixa de ser utiizada em larga escala até mesmo nos palses com tradigao em exploragao mineral Como conseqiéncia. a biogeoquimica ¢ bastante aletada em seu desenvolvimento, Emcomparacao coma América do Norte, Europa ¢ Arica, na America Latina, ainda nos las de hoje, poucOS S40 08 reqistros relatives ao emprego da vegeiagao na prospecaa mineral, embora a reqiao sea muito rica em depdsilos minerais e com uma impar e variada civersidade vegetal, Na opiniaio de Brooks (1983) isto se deve ndo a ausencia de plantas mdicadoras, rnas sim a escassez de estudos clantiticas da vegelactio nativa que cresce em dreasnaturalmente mineralizacas, ou contaminadas, e da nido utilzaga do miétada de prospeceao biegeoauimica Espécies metalbtijas tolerantes e hperacumnuladoras sao descritas na iteratura para a América Latina por Ginocotio & Baker (2004), No Brasil, exompios de trabalhos reatizados abrangendo a biogeoquimica eiou goobotdnica oncon- ‘rain-se em Lina e Cunha et af (1995} que abordam aspects relalivos a mobilidacle dos elementos residua's em ambientes supergénicos, no complexe alcalino-ullramafica de Catalzo |, Gods, ¢ constalam Que 08 alos teores de Nb. Tl, Zre ¥ obtidos nas cinzas de Solanum lyeocarpum conlerem a mesma um status de plana indicadora |ocal da paragénese mineral do relerida ambiente geolagica, Neste meso complexoe coma mesma especie vegetal, oi realizado um estudo sobre a biogeoquimica dos elementos Temas Raras, em que a planta tetlete 0 padre de distribuieao dos ETR no parlillatertico, da mesma maneira que os materiais de alteragao relletem 0 padrao herclado da racha-nae (Lima e Cunha eta! 1993). No Complexo Granttico Lavras, Lavras do Sul, RS, a especie Schinus Jentiscitoliusé considerada indicadora da presenca de sulletos polimetalicos, associados @ presenga de Au, ccorrenios nas rochas granitieas da area (Lima ¢ Cunha 1998) A plospecedo biogeoquimica para ouro no Deposite de Pau-a-Piaue, sudoeste de Estado de Malo Grosso. indica que os mais altos teores (até ts vezes a valor do solo) ccorram nas plantas (Farnilias Annenateae e Piperaceae) coletadas no coliivio sobre o haic hidrotermal, enquanto ne sole os mais altos valores ocorrem no elivio relacionado aos veios de quartzo (Lima e Cunha et al. 2001), Também no mnesmo depésito, a integragas dos dados de ours com dados de ETA, abtides por Iitegecquimica, geoquimica de solos © blogeoquimica mostrou que a assinatura dos ETR nos tras meios de amostragem delimita o halo hidrotermal, no qual se encontram os teores mais elevados de Au na Area do deposito (Pulz ei al, 1999), ‘Quando relacionadaa solos derivacies de rochas ulramaficas. a vagetagao passa a ter grande desta- que porque, do Antico aos Trévicos, ebrige especies vegetaisraras, incomuns e endémicas. O livo Serpentine and its Vegetation (Brooks 1987), re0ne informacdes devivadas de varios campos cientficos como botanica, geologia, geoquimica, thoquimice, ecologia ¢ fisiologia vegetal com o Objelivo de esclareceras complexes telagdes dos fatores que intetagem neste ambiente particular. cuja cobertura vegetal é condicianaca mais pelo ambiente geoquimice que por fatores cimsticos ou latitudinals. Neste livro, S40 vérias as referénciag geobolénicas e biogeoquimicas sobre espécies de plantas que ocorrem em terrenas ullramaticas na Europa, Asia, Atrica, América do Norte, Austalia e Nova Zelandia No Brasil, um dos primeiros estucios relacionados 8 vegelacae que se desenvolve om solos deriva- dos de rochas ultramaficas ‘ol realizado no Complexe Basico-Ulrabasico de Pedras Pretas, RS (Limae Cunha 1985), eri que 6 nanismo abservado em Scutia buxitolla, bem como a concentragao de niquel © 6 baiza taza Ca/Ng nesta especie © nos sol oclados, Gomigrovam a existéncia de um ambiente ‘enriquacido em niquel em areas serpentinizadas. Em Goias, Brooks et al (1990) registrama ocarrdncia de indmeras espécies endémicas nos compiexos ultrama‘icos do tipo alpino e identificam, pela primeira vez para a América do Sul, a ore: iperacumiuladoras de niquel nas solos destes complexos, ‘Tambem em Golds, Filgueiras et a! (1993) descrever um nove género de graminea { Ophiachloa fycrolthica) ‘endémica © com distribuigao mullo limitada ao longo de cérregos que cortam o cinturde ultrarraifico do nga de especi estado Nas sequéncias matica Sul, 0 padraode vege -ultamaticas de C e1r Mantiqueira, 16 it aré e Pedfas Pratas, no Rio Grande do va © quantitativarnante da vegotagio que lacdo nas rochas e ivantes difere qu ‘ogarte naisxistos magnesianos enosse 40 mals enriquecidasem Nie Mg nas exemplares que pondenla dacréscimo de Ba tinitos, rellete oerriquecimento de Cr, Ni e Cones solos desias rochas Certo Mantiqueira, atrostre Wolvem sobre os serpentinitos, com cores: vidlensis, (Figura 10.2), andamrica n Sunha etal, 1997) Oemprego da Geobotanica associada ac Sensorianento Remoto (Saldanha 2003) nas seqdéncias ventinitos, Na area d de Baccharis 0 esi e asp rpen utramaticas serpentinizadas de Cer Mantiqueira pos: ilixou a identiticagao de uma associagaa ypatia montevidensis, Verbena thysn Adiantopsis ef. chiorophylia detinidara de uma anomalia qeobotanica de alvo, ou de terrano. (Paradella, Bruce 1990) Alam disso, a baixa den gotal endéimica ios solos derivados das 1ochas, composta por sidade de vegelagzo sobre 0s solos ullramaticos levou aa estabelecimen lo de. uma anomalia geobotdnica de reconhecitn fa sta into (orbital), sero Ao umn dos principais parametios nna cataclerizagaodestes terrenos am imagens TM [Figura 10.3} Em Pedras Pretas, concentra es de PI, Pde Au, além do Ni, em Scoparia montevi topsisct, chiorophylia, ocorrentes ern superlicies de altoras tos © harzburgites, reiratam a afin dade quitrica destes elemento: ambiente utramatica palas attas ra 25es plania/solo/focha observadas, (Tabela 10.1) Imagens obtidas pormicrosco- Piaeletronica pele método de retroes- palhamento (BSE) associado a andi 8@ Semiquantitative (EDS) Figures 10.4 € 10.5) revelam a presenga de arisialdides na forma de elementos matalices ou de compostos quimicos, Fostecidos de especies vegetais ocor rentes nos solos derivados de rochas ultramaficas sernentinizacas da area de Pedras Pretas, RS. o. iderisise em Adiarr 10 de peridoti- serdlémioa am aplos cb io Grane co Su (1 e Sattanhs, B.t) om 18), FAG) @ imagem CPHR) de Area 7 azu, sais exoastaa, om verde, @ vegetagte sa Tabels. 10.1 Rarae plarta Is mn Poavas Protas, BS: vegetais peorrentes S montevidensis Adiantopsis ct, chloreptylia | Mo M6 ea ent Pa : ail el wo." Ai AaB ‘wi. wa ewe? 7s 21083 NI Tas iBone ‘cu ona | Ma ft | A B rs | \ => } | i 1) rake Figura 10.4 (A) Eomcinicrogratis 2 W (2r pare request a raie de Seooaris montevidensis. 270} om elomorios fact al 2004, es Figure 10.6 Em (A) Blewon do caule de Seva bux! central, 1000 Em (8) Gra 12 cont crecintados de Av (ANFe) ro pa 2004) ra do ctieto DS do Ay e elemenos asscciades (Lima 2 Guth 188 sucveecorocro ci 10.3 METODOLOGIA 10.3a Amostragem Na amostragem de vegstais para fins de prospecgao mineral, alguns critétios devern ser considera. ‘dos pera que a mesma tenha representatividade 2 etticacia quando da interoretago dos dados: * amosttar preterentemente espacie(s) que tenhaata treavéncia e que sejade facil reconhacimento, Sua distribvicdio em area também deve ser significative de modo a permilir que seja coletada a ada 60-100! no perfil ou na maiha de amostragem: * escolher plantas de porte herbaceo, subarbustivo ou, no maximo, arbustivo (o movimento de translocagan dos elementos. das talzes para as partes agreas ¢ menor) © perenes, ja que ern plantas Gaducifolias @ concentracao dos elementos varia ao longo das estagdes, nao sancio portan tode inleresse para esta finaldade * amostrar sempre» mesmo srgao. dando preterénoia por folhas, porque contém inais biomassa & porque nesias, os teores dos elementos sao €m geral mais unitornes @ proporcionals ans teoras do Sold, embora cada plania tenha uma capacidade diterente para estocar os elements quimicos; * colatar amostras om individuos de mesmo porte e aparéncia (vigor) ¢ fazer a amosirager de una 86 Vez, porque mesmo as plantas perenes variam em composigao ao longo do ano: + herborizar (tecnica de preservacaodo material] em campo, para posterior classificago: + evilara coleta ao longo de rodovias, pavimantadas ou ndo, onde 0 risco de contaminagéo ¢ maior; * a quantidade de biomassa a ser coletadia deve ser de 200 a 300 gramas. Se. andlise for feita sérn pré-concentragao por calcinacdo, 50 a 100 gramas so suficientes; * apondicionar as amostras numeradas ¢ evquetadas om saces de papel pardo ou plastico pout rado (evita moto) 10.3b Preparagao das Amostras Embora existam controversias concernentes perda de elementos durante o procasso de calcinagae da materia organica, Brooks (1983), entre outros autores, assogura que para a maior parte dos elementos, Muito pouce € perdico quando esies sao submetidos a temperaturas de até 500°C. Este autor alirma que inclusive 0 arseno nao mostra perdas signilicativas quandoas amostias s4o submetidas a tamperaturas de alé 800°C. desde quea mesma nao contenha ion cloveto em excesso. Um estudo comparativo para a deter- minagao de ouro.em plantas hiperacumwuladoras, usando varlos metados analiticos (Anderson et.al, 2005), Mostrou que © processo de calcinatao, antes da abertura da amostra. é um método de preparagio preciso. No.entanto, & importante lembrar que a calcinagao dave ser evitada quando os elementos visados S40 altamente volateis. comme omerctirio, Fara.a caleinagao de arrpstras de vegstais, os sequintes orocedmentos deve seradotados; * lavar as amosiras em agua corrente, principalmente se a odleta for felta em época de grande esliagem, utllizando agua destilada na uitina lavagem: * secar as amosiras em estufa entre 80 e 100 graus por aproximadamente 6 horas; + separaras folhas dos ramos: fragmentar as folhas em pequenos pedagos (durante este processo evitar & manuseio das amosiras com anéis nos dedos); * calcinar as emositas em becker de borossiicato pequend (25m), emmiufla entre 480 a 900 graus or um periada entre 6 € Bhoras. As cinzas resultantos devem ser lovese de cor cinzaclara, Seo fratamento da amostra nao envolver calcina;ao, a decamposicao ca materia seca em geraléfeita or uma rristura de dcidos, nitrico © perckévico, e os resultados so expressos.em peso seco: 0 UWETODUS BUI DerOSDEPRASHESCED UiESAL ansaECcURNCS EGENIO-HSK * lazer a abertura da amostia (1 g de cinzas) com S0ml de HCI (2M) se ométodo analitco utiizado for AAS cu IOP Neste procedimento. em geral, a dissoluyan da amosira de 100%, Se ficar tasiduio, aquecer a amostia om banho-maria por 15 minutos. Se 0 metodo analitico exigir que a amostra seja prensada (por exemplo, INA), a quaniidade de cinzas ulilzada para a confeccao da pastiha ¢em torna de 0220.5 g Os resukados sao expressos em paig (pom) e/ou percentagem de cinzas ou de peso seco, confor: me apreparagao inicial da amostra Juntamente com as plantas devem ser coletadas amosttas de solo para postatior andlise de Proporcionalidade enire os dois maios de amostragem, © solo (emtoinio de 200 grammas| deve Sor coletado © mais proxtno possivel do ponio de amosttagem dos vegela's, tomando cuidado de retirar a camada Superior do mesmo, na busca do horizonte B: descrevet a geologia do ponto e as caracteristicas do solo, como presenga dle maléria organica e seu carder autéctone ou aldctone, No laboralcrio, as amostias deverdo ser submetidas 20 processamento usual de secagem, quarteamento e moagem até a lragda deseiada, a encaminhadas para anaiises quimicas. Na literatura de prospeceae biogeoquimica muitas vezes 0s dados anallticos sao expressos ern licar explicite se os mesmas estao em peso seco.ou em peso de cinzas, confundindo assim leilor ou alé mesmo induzindo-o a interpretacbes ertOneas a respeito do valor da cancentragao das.elementes na plania. Paraa canversio dos dados expresses em peso de cinzas pala pese seco, considera-se como 100% 0 pasd total de amosira antes de calcinar, apos este proceso, 0 peso resultante em geral é de 7% do peso onginal, quando se trata de folhas; no caso de ramos. onde.a perda ao fogo ¢ maior, opeso rasultante.am goral 6 de 3% Asin 100% (peso sexo) = X; 7% (peso em cinza) = ¥ YIX = 7/100 = 0,07. Portanto, 0,07 6 0 valor de converstio de peso de cinza para peso seco; para ramos o valor do fator de conversao € oe 0,03 Para transtormar peso seco em peso de cinza, multiplica-sa por 15 (= 1/0.07) Ex: 2009/9 (peso.em cinza) x 0.07 = 14 yg/g-2m peso seco. Este valor, multipicado por 18 dara em tome de 200,g/9. Em termas analiticos ex'ste uma ampla variadade de métodos instrumentais utlizades para a detocgio e-elemenios quimicos em plantas, cada um com suas espectticas vantagens e desvartagens, conloine. sumarizadasna Tabla 10.2. Tate's 10.2 Técnicas anaiticas mais wttzadas em biogeaquimica (Brooks 1998) 7, AGRE Ba 8 Oo Co GE Cs, aH Me. Na RE Se SS Ta TRU WE Ta Ga ass ‘Sm, Eu, Th, Yb eLu). ore 1 Ag. B 85 Ca Bo. Ga Go, Fa KL Mah No Na, PS BTL Vez Toba | SRPRPRTW w EPES for pra oorars acs sudan Gna POE ARE fe Sh SaTe ms Nest esases gue « CB-ES con svcosicowas® Sea | xa Ehroncs maser 863, 0, oc Fe NFS, SP Ra STW WW a WGI onpanenir ar INAA Entretanto, para.a abten¢ao de uma conceniracao pacirdio em uma planta, ou'seja, a que pode sor Cconsiderada como concentracao média dos elementos quimicos nos vegetais, requisitos como procedimen- tos analitcos, aouracia e precisao nas anatises, determinagao de um maior numero possivel de elementos, aa) Kvccineiy TI reunidio de um grande riimero de amostras de regiSes de backaround, bem coma de reales com diferentes tinos de poluigdo © de solos, 80 fatores detorminantes (Dingova et al, 2004), Além disso, @ padrenizapao da composi¢ao quimrica das plantas e oificutada peas futuagoes nesta, decorrentes das veriedades biolé- ‘bicas, sazonais, climalicas, condicdes do solo. entre outras. NaTabela 10.3 6 apresentada a composicac quimica do uma planta de roferéncia (Markort 1995}, cujos valores podem ser utilizedos ome background, 4 exemplo do clarke dos elementos Na crasta terreste. “abaln 1033 Valores de backgrours cle uma planta ce referencia (Marker! 1298), em waiG (ou %) ce nose sec0, com valor ecriatonte em peso de cwneas, Go 28 au een 1 1 & 1 | w 02 26 [oe ic] 140 u oul ute i 150 20 | No 0s | 070 Mn 700 50 z e 15 Ma a5 70 w © 28 Ni og ~ Ba wo a0 v oe 20 8 “0 310 an 6 700 al a0 ti u be 28 Ga a1 18 No 189 240 in a0" Gon x 10% ae Ti 5 m fe 2 700 oo 01 oa Gs 02 25 Sn a2 28 Be 001 aom 7 i 3 a ome 28% 30 a is ee “ 188 Se 92 028 = a F 2 a a 4 2 a B oot fas ‘001 eis Te ons | 976 Hg on 15 a om 2% ¥ 22 2 ma 02 28 ca ‘08 om se 08 028 a 02 z ae 904 oA0 o os 7 Te 2.08 ais [ Pe G95 7 oy ome 40 Na 22 28 #0 3.908 ab Sm aon 280 = 02 026 [ Ey 3608 a8 Ye 02 028 [ uy 9008 oa aa HeIo0Us BEL DGIOSTERRNSPEORLO NER. 10.4 VANTAGENS DO METODO DE PROSPECCAO BIOGECQUIMICA ‘A maior vantagom da prospécqao biogeoquimnica sobre a prospeceao com amosiragem de solos é que as planias, particularmente aquelas com sistema radicular bem desenvolvida, lateral e verticalente, {IN capacicade de amestiar um consideravel volume de material, ¢ que toma aamostragem mais represen- ‘ativa, Ainde, as plantas 20 capazes de atssorver varios elementos om grandes quantidades, podendo ser usadas como meio de amosttagem em areas com poucos alloramentos ouem areas com espessas coberty- tas lransportadas ou coberturas laterticas. No entanto, comparacdes entre a geoquimica de sola @ a biogeaquimica dover ser tomadas com procaugdo, uma vez que Cherizonte amostrado pela pedogeoa.imica, ho nevessarianente corresponds a zona utizada pela plantana aqusigao de agua enutriantes. Por exem- plo, plantas de regides semi-aridas, cujas raizes, na busca de aqua, ultrapassam 6 horizente B, podem apiesentar variagao na composigao quimica divorsa daquela do solo, Ou sinda, muiias plantas edaptadas a Gondligoes uo érider tem as raizes muito proximas da superficie, de modo que podem prontartonte absorver Agua de uma rapide previpitagao antes que esta evapora 10.5 IMPORTANCIA DE ESTUDOS DESTA NATUREZA ‘As planias concentradoras ou. acumuladoras de determinados clomentos em geval séia endémicas em areas mineralizadas, cujo ecossistema pode conter especies novas (Brooks, 1987), Por ocorrerem (ou serem restitas) em areas com depdsitos minerass, ficam ameagades de extingao pela atividade mineira (Brooks ef at, 1990), Pelas suas caracterisiicas de plantas indicadoras so potencialmente utilizaveis na prospecga0 mineral, seja pels bogeoquimica e/ou pela geobotanica As plantas hiperacumuladeras (assim chamacias quando concaniram mais que 0,19 em peso aaco) podem ser usadas para 1emover o(s) elemento(s) de solos poluidos atraves da colheita ou poda dos Jacidos acumuladores (‘iterecuperagao de areas) e suas cinzas podem ser ulilizadas camo "biorrinério” (Baker & Brooks 1989), Os melodcs bioldgicos de prospecyae mineral, em detetminadtas ambientes gedlogices, podem auxi- llarna investigacao da composi¢éo das rochas subjacentes bem com identficar zonas de enriquacimerto demetais, ocutas pela cobertura sobrejacente. Em regibas de clima tropical, 0 intense intemperiema pode originar crosias de alteragao que mascaram a dispersao dos elementos, dificultando a aplicagae de méiodo de prospeccao gecquimica de superlicie. Nestes oasos, as raizes vegetas, ao absorver os elementos das solugbes percclantes no substrato, pocem sé tornar meios de amestragem mais rapresentativos na dotecgéo de halos de dispersao de ancmalias geoquimicas e, como Gonsequencia, indicara existencia de depositos minerais mats prafundios. Multas vezes a bingsequimica fomnece informagdes eobro a cemposicao quimioa de oubstrato, dife- rentes das informagoes obtides pela pedogeoquimica, o que faz das plantas um Sotisticado meio de ampstragem geoquirica ainda néo totalmente compreendido. 10.6 REFERENCIAS ANDERSON, C.; MORENO.F; GEURTS.F: WREESMANNC, ©; GHOMSHEID, M.; MEECHD, J, (2008) comparative analysis of golc-rich plant material using vanous analytical methods. 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