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Hemostasia
Hemostasia
Hemostasia
Técnicas
Para prevenir sangramentos durante e após a cirurgia, devemos avaliar alguns fatores e tomar algumas
medidas:
Avaliação pré-operatória
Vai investigar alguma história prévia de sangramento durante procedimento cirúrgico ou odontológico;
identificar quadro de alcoolismo; necessidade de transfusões e uso de medicações anticoagulantes pelo
paciente pois são fatores de risco para sangramentos cirúrgicos
Aqui também inclui a solicitação de um coagulograma prévio.
Medida peri-operatória
Usar anestesia com vasoconstritor, que ajuda a evitar hemorregias.
Medidas pré-operatórias
As medidas pré-operatórias vão ser quanto ao uso de álcool e fármacos:
-Evitar ingestão de álcool 2 semanas antes e 1 após a cirurgia.
-Suspender ácido acetilsalicílico 14 dias antes e 2 dias após. E se caso esse AAS não puder ser suspenso, ter
em conta o risco aumentado para sangramentos.
-Anti-inflamatórios não-esteroides devem ser interrompidos 3 a 4 dias antes e 2 dias após o procedimento.
-Warfarina, que é um anticoagulante, se possível, deve ser suspenso 3 dias antes e 1 dia após o ato
cirúrgico.
Cirurgia 4° período – 2020.1 Carolina Reis Teixeira 2
Medidas intra-operatórias
O procedimento muda para vasos pequenos x médios e grandes
Pequenos: cautério
Médios e Grandes:
Rafia, que é dar ponto na parede do vaso, com fio fino, em vasos que irrigam regiões
importantes e que eu não posso ligar.
Ligadura: para vasos que irrigam regiões importantes. Normalmente é o que
fazemos ambulatorialmente.
1) Eletrocoagulação
Indicada para deter o sangramento em feridas cirúrgicas em nível dermo-hipodérmico, e pode ser uni ou
bipolar.
A eletrocoagulação unipoloar resulta em maior destruição tecidual local e consiste na passagem de uma
corrente através do corpo do paciente, requerendo uma placa em contato com a pele, em local distante da
cirurgia, e por isso, deve ser evitada em pessoas com marca-passo ou desfibriladores cardíacos internos
automáticos.
Já a eletrocoagulação bipolar é mais precisa, ocorre menos necrose tecidual e é segura em pacientes com
marca-passo.
2) Eletrodessecação
A eletrodessecação usa equipamentos de menor custo, não é tão efetiva quanto a eletrocoagulação e
causa maior necrose tecidual. É mais indicada para procedimentos superficiais.
Só que, como corrente não passa através do paciente, não há necessidade de placa.
5) Suturas
A sutura vai ser usada em plano profundo com fio absorvível a fim de diminuir espaços mortos e reduzir a
possibilidade de sangramento. Essa técnica (de plano profundo) vai ser preferível à sutura superficial, que
pode resultar em necrose e marcas de pontos.
6) Curativos
Curativos compressivos são bem hemostáticos, e devem ser deixados sob pressão por 48 horas. Mas
devemos ter atenção nas extremidades em que possam resultar hipóxia e necrose.
Cirurgia 4° período – 2020.1 Carolina Reis Teixeira 3
Medidas pós-operatórias
São os cuidados e orientações após a cirurgia.
I. Orientação ao paciente
Os pacientes devem ser orientados que equimoses são comuns de aparecerem, enquanto que hematomas
não. E que edema também é comum, mas que o endurecimento da área é preocupante.
Devemos saber então, que o sinal precoce de formação de hematoma é um edema no local da cirurgia que
progride em minutos ou horas.
Sabe-se que as regiões que comumente apresentam equimoses pós-cirurgias são as regiões periorbitais,
fronte, regiões malares e laterais do pescoço.
Torniquetes
Para o torniquete, pode-se usar um dreno de Penrose ou um dedo de luva. Corta-se a ponta do dedo de uma
luva esterilizada e a enrola no sentido proximal. Caso haja necessidade de maior hemostasia deve-se utilizar
pinça hemostática, dando uma volta na borracha. São empregados principalmente em cirurgia de unhas para
promover hemostasia do campo pré-operatório.
Não podemos deixar o torniquete muito tempo, para não dá isquemia. Tem que ficar abrindo a cada 20
minutos, por exemplo, para irrigar de novo.
É usado para cirurgia em áreas que tem muita irrigação, para diminuir um pouco o sangue na região.
Em caso de acidente, em braço ou perna, tento comprimir a hemorragia, se continuar sangrando faço o
torniquete. Nessa hora para de sangrar. Ai você testa o pulso: se tiver pulso distal, dá pra chegar no hospital.
Se não tiver, tem que tirar e amarrar o torniquete antes da lesão, se não você choca do mesmo jeito.
Muitas vezes o torniquete faz perder o membro, mas salva a vida do paciente.
Curativos hemostáticos
São curativos sob pressão, feitos com bandagens ou faixas, utilizadas com frequência para promover
hemostasia. O curativo deve ser removido 48 horas após, evitando manobras bruscas para que não haja
sangramento.
Em situações de sangramento maior e difuso, podem ser empregados hemostáticos tópicos e
bioabsorvíveis, como esponjas de gelatina, esponjas de colágeno, células oxidizada, colágeno microfibrilar e
trombina. Medeiam a agressão, a deposição e ativação das plaquetas, promovendo formação do coágulo.
Mas devem ser removidos antes de fechamento da ferida cirúrgica, devido ao risco de infecção local.
Grampeamento
É uma sutura mecânica feita com grampeadores automáticos. É adotada em cirurgias pulmonares,
vasculares e gastrintestinais, principalmente em centros de desenvolvimento de videocirurgia. Possui a
vantagem de facilitar a hemostasia em territórios de espaços pequenos com rapidez e mínima reação
tecidual. Sua desvantagem ainda é o alto custo, pois usa grampos metálicos de aço inoxidável, titânio ou
material absorvível.
Usado para cirurgias maiores. Principalmente abdominal e torácica.
Obturação
É realizada através da aplicação de substancias exógenas na luz do vaso sangrante. Usa-se esponjas de
gelatina, celulose oxidada e congêneres, que combatem a hemorragia difusa ao se aderirem firmemente ao
local, promovendo a obstrução mecânica.
Nas cirurgias ortopédicas utilizam-se ceras dispostas nos espaços dos tecidos ósseos.
Complicações
Os pequenos hematomas serão tratados com compressas frias, enquanto os hematomas maiores serão
drenados através da lavagem da ferida cirúrgica com soro fisiológico estéril. E os curativos compressivos são
necessários até a sua absorção.
Quanto a formação de abscesso, ele inicia com eritema, edema, hipersensibilidade local e dor persistente,
evoluindo com calor e formação de pus, e, posteriormente, sinais e sintomas infecciosos como
linfadenopatia, febre e calafrios. Pode resultar em abertura da sutura, isquemia, necrose e cicatriz
esteticamente desagradável. Aí esses casos vão necessitar de antibioticoterapia sistêmica e drenagem com
cicatrização por segunda intenção.
Em cirurgia ambulatorial, o sangramento raramente evolui para complicações mais graves como crise
hipertensiva, arritmias cardíacas e sinais de choque. Se isso acontecer, o paciente poderá necessitar ser
transferido para serviço de emergência, o que, nesse caso, vai aumentar o tempo de assistência médica e
custo do tratamento, em comparação com o tratamento que evoluísse bem.
Considerações finais
A hemostasia apropriada evita a perda excessiva de sangue, facilita a cicatrização, evitando infecções e
outras complicações, além de melhoras o rendimento do ato cirúrgico, reduzindo custos e aumentando o
sucesso da cirurgia ambulatorial.
Para a prova: Saber as medidas pré e intra operatórias mais importantes, sabendo diferenciar a
conduta de acordo com o calibre dos vasos; Diferenciar os hematomas e a conduta frente a cada um.