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En] 4 1 aa a eee el RES NICK Volume 3 ROLE Tau) ) si : rita | 4 cd 4 EI Cale Formulas Matematicas* Equagao do Segundo Grau Derivadas e Integrais + (Pa aac aa iy sheais al-« = (ab, ~ bya) + (abe ~ bas} + (ab, ~ baa J [a x Bl =absene e Identidades Trigonométricas lar es y we ARNR= NES Meals: = _ eee sen = 2sen (a = fi) cos a = 8) a ty ama cos a + cos 8 = 2eos (a + Acosta B) a bs “Cina Ist male completa est no Apendice Prefixos do SI Fator Prefix Simbolo ator Prefixo _Simbolo to" yout. Y i deci d 10 eu z 102 cemti © 10% ex E 10-3 mili m 10S peta Pp 10° micro # = 10" tera T 10° nano a 10° giga G 10°F pico P 10 mega M 10" femto f 10) quilo k 10-8 atto a 10 heeto h 107" zepto z yooto ¥y — us 3 10 Fundamentos dell Fisica EC 3 ELETROMAGNETISMO ‘Duzentos anos de tradigo produzindo, publicando e comerciatizando livros. Este € 0 valor da marca Wiley que, desde sua fundagao,em 1807, acompanha as mudangas politicas, sociais ¢ econdmicas ocorridas em todo o mundo, Renomada pela divulgacdo das mais recentes teorias ¢ téenicas académicas nas areas cientifica, tecnoligica e de engenharia, a editora norte-americana promove, assim, intercimbio e 0 debate globais. A tradicional parceria da LTC — Livros Técnicos e Cientificos Editora Ltda., editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, com a John Wiley & Sons, Inc,,respondeem parte, por esse sucesso no Brasil, uma vez que traz para © mercado conceitos técnico-cientificos de ponta essenciais para a formagio das futuras geragbes de profissionais e pesquisadores. HALLIDAY/RESNICK Fundamentos oR: cE Fisica EO EO Jearl Walker Cleveland State University Tradugao e Revisao Técnica Ronaldo Sérgio de Biasi, P.O. itular do Instituto Militar de Engenharia — IME & |LTc Os autores © a editora empenharam-se para citar adequadamente ¢ dar © devido crédito toxios om detentores dos direitos autorals de qualquer material utlizado neste livro, dispondo- se-a posses acertos caso, inadvertidamente, a identifica comitida (0 de algum deles tenha sido Nao & responssbitidade da editora nem des gutoces eventuais danos ou perdas @ pessoas ‘ou bens que tenam ocigem no uso desta publica, FUNDAMENTALS OF PHYSICS Eighth Edition Volume 2 Copyright © 2008 John Wiley & Sons ln. All Righis Reserved. This translation published under Hisense. Direitos exclusives para a lingua portugues Copyright © 2009 b LTC — Livros Téenicos e Clentificos Fditora Ltda, {Una editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Reservatlos uxlos ox direitos. F proibids « duplicagao ou reproducdo deste volume. mo tox ‘oem pare, sob quaisquct formas ox por quaisquer meios (eletrGnico, meeanico, zravazo, Fococspa, distribuigo na internet ou outros) sem permussan express da Editors, Travessa do Ouvidor, 11 Riode Janoiro, RJ — CEP 20040.040 ‘Tel: 21-3843-0770 / 11-8080-0770 Fax: 21-3843.0896 Ihe @grupogen com br wor lteeitora com. be Cover Designer: Noem Christiansen Cover Image: ©Eric Heller/Photo Researchers Usada com permissio de John Wiley & Sams, Ine. Faitoragio Bleirinica: Perforrm ‘CIP-BRASIL. CATALOG ACAO-NA-FONTE INDICATO NACIONAL DOS EDITORE: Hisar v3 Halliday, David, 1916- Fundamientos d& fsica, volume 3 = eletromagnetismo / Halliday. Resnick, Jearl Walker; tridugio e revisto téenica Ronaldo Sérgio de Biasi.- Rio de Jane = LTC, 2008, 4, Tradugdo des Fundamentals of physics, 8th ed. Inelui bibliogratia ISBN 978-85-216- 1607-8 1, Fletromagnetis. 1945... Titulo. Fisica, I. Resnick, Robect, 1923-11 Walker, Jear 08-4687, DD: 537 DU: 537.618 Volume 1 Volume 3 Medicao Capitulo21 Cargas Elétricas Movimento Retilineo Copitulo22 Campos Elétricos Copituio3 Vetores Copitulo23 Lei de Gauss Movimento em Duas e Trés Capitulo24 Potencial Elétrico Dinensoes Capitulo 25 Capacitancia Forgan Movimento =| Copitulo26 Corrente e Resisténcia Forga.e Movimento — Il Capitulo 27 Circuitos 1lo7 Energia Cinética e Trabalho Ceptule28 Campos Magnéticos Capitiioa: Energia FOterical @COnESIYEESS: = Gai liogs Campos Magndticos Prndulidas da Energia por Correntes Capitulo > con) de Massa e Momento Captian Indueso'e tnauttineta aan Capitulo31 Oscilagées Eletromagnéticas e Capitulo 19. Rotacao Corrente Alternada Captulo 11 Rolamento, Torque e Momento Capitulo 32 Equagdes de Maxwell; Magnetismo maguire da Matéria Volume 2 Volume 4 Capitulo 12 Equilibrio e Elasticidade Capitulo 33 Ondas Eletromagnéticas Capitulo 13. Gravitagao Capitulo 34 Imagens Capitulo 14 Fluidos Capitulo 35. Interferéncia Capitulo 15 Oscilagdes Capitulo 36 Difragéo Capitulo 16 Ondas —1 Capitulo 37 Relatividade Capitulo17 Ondas—II Capitulo 38. Fétons e Ondas de Matéria Capitulo 18 Temperatura, Calor e Primeira Lei Capitulo37_ Mais Ondas de Matéria da Termodinamica Capitulo40 Tudo sobre os Atomos Copitulo 19 A Teoria Cinética dos Gases Capitulo41 Condugao de Eletricidade nos ‘tule 20. Entropia e a Segunda Lei da Sdlidos Termodinamica Capitulo42 Fisica Nuclear Cepitulo 43. Energia Nuclear Capitulo 44 Quarks, Léptons e © Big Bang Apéndices/Respostas dos Testes e das Perguntas e Problemas impares/indice VOLUME 3 PAN Cargas Elétricas 1 Por que a presenca de um monitor de video em um centro cinirgico pode aumnentar 0 risco de infeceao hospitalar? 21-1 Oque E Fisica? 2 21-2 Cargas Elétricas 2 21-3 Condutores e Isolantes 3 21-4 Lei de Coulomb 6 21-5 ACarga E Quantizada_ 12 21-6 ACarga E Conservada 13 RevisBioe Resumo 14 Perguntas 15/Problemas 16 PRACampos Elétricos 23 Como uma abelha usa a eletricidade para recolher ¢ depois alstribuir graos de pélen? 22-1 Oque E Fisica? 24 22-2 Compo Elétrico 24 22:3 Linhes de Campo Elétrico 25 22-4 Campo Elétrico Produzide por uma Carga Pontual 26 22:5 Campo Elétrico Produzido por um Dipolo Elétrico 28 22-6 Campo Elétrico Produzido por uma Linha de Cargas 30 22:7 Campo Elétrico Produzide por um Disco Caregado 34 22-8 Uma Carga Pontual em um Campo Elétrico 35 22.9 Um Dipolo em um Campo Elética 38 Revisio|e Resumo 41 Perguntas 41/Problemas 43 PRilLei de Gauss 51 Por que um felampago pode ser perigoso mesmo que nic atinja diretamente uma pessoa? 23-4 OqueE Fisica? 52 23-2 Fluxo 52 23-3 Fluxo de um Campo Elétrico §3 23-4 Leide Gauss 55 23:5 Lei de Gauss @ Lei de Couloms 58 23-6 Um Condutor Carregado 59 23-7 Aplicando @ Lei de Gauss: Simetria Cilindrice 61 238 Aplicando a Lei de Gauss: Sime! 23-9 Aplicando a Lei de Gauss: Simettia Esiérica 65 Revisso e Resumo 67 Perguntas 67/Problemas 68 PEM Potencial Elétrico 77 Por que um suéter pode queimar um computador? 241 Oquel Fisica? 78 242 Energia Potencial Elétrica 78 243 Potencial Elétrico 79 244 © Superticies Eqlipotenciais 81 245 Calculo do Potencial a Parr do Campo 82 246 Potencial Produzido por uma Carga Pontual 84 247 Potencial Produzido por um Grupo de Cargas Pontuais 86 248 Potencial Produzido por um Dipolo Elétrico 67 249 — Potencial Produzido por uma Distribuiggo Continua de Carges 88 2440 Calculo do Campo Elétrico a Partir do Potencial 90 24.11 Energie Potencial Elétrica de um Sistema de Cargas Pontuais 92 2442 Potencial de um Condutor Carregado 94 Revisio e Resumo 96 Perguntas 97 /Problemas 99 WA Capacitancia 110 Por que ume centelha pode produzir uma explosao em uma nuvem de po? 25-4 OqueE Fisica? 111 25-2 Capacitancia 111 25-3 Célculo da Capacitincia 113 sumério 25-4 Capacitores em Paralelo e em Série 116 25-5 Energia Armazenada no Campo Elétrica 121 25-6 Capacitor com um Dielétrico 124 25-7 Dielétricos: Uma VisSo Atomica 127 25-8 Dielétricos e 2 Lei de Gauss 128 Revisdoe Resumo 130 Perguntas 131/Problemas 132 WA Corrente e Resistén 140 Come é possivel reduziro risco de receber um choque mortal Gurante uma tempestade elétrica? 26-1 O que E Fisica? 141 26-2 Corrente Elétrica 141 26:3 Densidade de Corrente 143 26-4 Resistencia e Resistividade 147 265 Leide Ohm 151 26-6 Uma Visio Microscépica de Lei de Ohm 152 26-7 Poténcia em Circuitos Elétricos 154 26-8 Semicondutores 155 26-9 Supercondutores 157 Revisio @ Resumo 157 Perguntas 158/Problemas 160 PACircuitos 166 ‘Que precaucio pode ser tomada para evitar incéndios a0 reabastecer um carro de comida? 27-1 Oque E Fisica? 167 27-2 “Bombeamento” de Cargas 167 27.3 Trabalho, Energia e Forca Eletromotriz 168 27-4 Calculo da Corrente em um Circuito de uma Malha 169 27-5 Outros Cireuitos de uma Malha 171 27-6 Diferenca de Potencial entre Dois Pontos. 173 27-7 Circuitos com Mais de uma Malhe 176 27-8 O Amperimetro eo Voltimetro. 182 27-9 Circuitos RC 182 Revisioe Resumo 186 Perguntas 187/Problemas 188 WilCampos Magnéticos 201 que produ s aurore e por que ela é t8o fina? 28-1 Oque€ Fisica? 202 28:2 —O.que Produe um Campo Magnético? 202 28:3 ADefinicéo ded 203 ‘Campos Cruzados: A Descoberta do Elétron 206 ‘Campos Cruzados: © Efeito Hall 208 Uma Particula Carregada em Movimento Circular 210 28-7 Ciclotrons e Sinerotrons 214 28-8 Forca Magnética em um Fio Percorride por Corrente 216 28-9 Torque em uma Espira Percorrida por Corrente 218 28-10 © Momento Magnético Dipolar 221 Revisio e Resumo 222 Perguntas 223/Problemas 225 YA Campos Magnéticos Produzidos por Correntes 233 Como 0 cérebro humane pode produair um compo magnetico, js que nao possul meters magnsticos? 29-1 OqueE Fisica? 234 29-2 Clculo do Campo Magnético Produzido por uma Comrente 234 29-3 Forgas entve Duas Correntes Paralelas 240 29-6 Leide Ampere 241 29-5 Solendides e Tordides 245 29-6 Uma Bobina Percorrida por Corrente como um Dipolo Magnético 247 Revisio e Resumo 250 Perguntas 250/Problemas 252 ill Indugo e Indutancia 263 Como a indugio magnética aquece os metals em uma fundigao? 301 OqueE Fisica? 264 30-2 Deis Exoerimentos 264 30-3 ALoi de Induglo de Faraday 265 304 AleideLenz 267 30-5 Indugao e Transferéncias de Energia 271 30-6 Campos Elétricos Induzidos 274 30-7 Indutores e Induténcia 278 30-8 Auto-indugdo 279 30-9 Circuito RL 281 30-10 Energia Armazenada em um Campo Magnético 284 30-11 Densidade de Energia de um Campo Magnético 286 30-12 Indugdo Mitua 288 Revisdo e Resumo 290 Perguntas 291 /Problemas 293 Sil Oscilagées Eletromagnéticas e Corrente Alternada 304 (© pade uma explosdo solar afetar um sistema de ibuigae de energia elétrica na Terra? 314 OqueE Fisica? 305 31-2 — Oscilagées em um Circuito LC: Andlise Qualitativa 305 31-3 Analogia Eletromecénica 308 34-4 Oscilagdes em um Circuito LC: Andlise Quantitativa 309 315 Oscilagdes Amortecidas em um Circuito RC 312 31-6 Corrente Alternada 314 31-7 Oscilagées Forcadas 315 31-8 Ties Circuitos Simples 315 31-9 O Circuito RLC Série 321 31-10 Poténcia em Circuitos de Corrente Alternada 326 34-11 Transformadores 328 Revisdo e Resumo 333 Perguntas 334/Problemas 335 &¥A Equacdes de Maxwell; Magnetismo da Matéria 342 smo pode uma pintura mural registrar a direcio do ampo magnético da Terra? 324 O quel Fisica? 343 32-2 Lei de Gauss para Campos Magnéticos 343 sunaio 323 Campos Magnéticos Induzidos 345 32-4 Corrente de Deslocamento 347 32:5 EquacSes de Maxwell 350 32-6 ImasPermanentes 350 32:7 Magnetismo e Elétrons 352 32-8 Propriedades Magnéticas dos Materiais 356 329 Diamagnetismo 356 32-10 Paramagnetismo 358 32-11 Ferromagnetiemo 360 Revisioe Resuno 363 Perguntas 365/Problemas 366 Ell Apéndices ormone> O Sistema Internacional de Unidades (Si). 373 ‘Algumas Constantes Fundamentais da Fisica 375 Alguns Dados Astronémicos. 376 Fatores de Converséo 377 Formulas Mateméticas 381 Propriedades das Elementos 384 Tabela Periddica dos Elementos 387 Respostas dos Testes (T) e das Perguntas (P) e Problemas Impares (Pr) 388 Indice 392 Diversio com um grande desafio. E assim que venho enca- rando a fisica desde o dia em que Sharon, uma das alunas do curso que cu estava ministrando como aluno de doutorado, perguntou de repente: — O que isso tema ver com a minha vida? Respondi prontament Sharon, isso ¢ fisica! Tem tudo a ver com a sua vida! ‘A moga me pediu um exemplo. Dei tratos & bola, mas nao consegui encontrar nenhum. Naquela noite criei O Cireo Voador da Fisica para Sharon, mas também para mim, porque percebi que o problema de Sharon também era meu. Tinha passado seis anos estucando em dezenas de livros de Sica escritos com a melhor das intengdes, mas alguma coisa, estava faltando, A fisiea € o assunto mais interessante do mundo porque descreve o modo como o mundo funciona, mas no havia nos livros qualquer liga¢ao com © mundo cal. A diversao estava faltando. Procurei incluir muita fisica do mundo real neste livro, igando-0 a nova edigao de O Circo Voador da Fisica. Boa parte dos assuntos ven das minhas aulas, onde posso jul- zat, pelas expressoes e comentarios dos alunos, quais so 0s assuNtOs € apresentagdes que funcionam. As notas que fomei a respeito de meus sucessos e fracassos ajudaram a estabelecer as bases para este livro. Minha mensagem aqui ‘@ mesma que dei para todos os estudantes que encontrei desde 0 dia em que Sharon fez aquele comentario: Sim, voce pode usar os conceitos basicos da fisica para chegar a con- clusOes validas a respeito do mundo eal, 6 nesse entendimento do mundo eal que esté a diversio. Tive muitos objetivoso eserever este livro, mas o principal foi proporcionar hall gehtacavarentoratnds ©) Movimento em Duas zu @ Trés Dimensoes ‘0s professores um instrument através do qual possam ensi- nar 5 alunos a estudar assuntos cientificos, identificar con- ceitos fundamentais pensar a respeito de questoes cientificas e resolver problemas quantitativos Esse processo nao ¢facilnem para os alunos nem para os professores. Na verdade, 0 curso associado a este livro pode ser um dos mais dificeis do curriculo, Entretanto, pode ser também um dos mais interessantes, pois revela 0s mecanismos fundamentais do mundo, responséveis por todas as aplicagdes cientificas e de engenharia Muitos usuarios da sétima edigto (professores e alunos) enviaram comentérios ¢ sugesties para aperfeigoar o livro. Esses melhoramentos foram incorporados & exposicio e aos problemas desta edigdo. Nos (o autor Jearl Walker e a edi- tora John Wiley & Sons) vemos este livro como um projeto permanente, ¢ gostarfamos de contar com uma maior par- ticipagéo dos leitores Sinta-se & vontade para enviar suges: tes, corregdes e comentarios positives ou negativos para a LTC — Livros Técnicos e Cientificos Editora S.A. uma ceditora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, no enderego eletronico www:ltceditora.com.br. Talvez nao seja Principais Mudangas de Contetido * Topicos do Circo Voador foram intr varias formas: em textos de abertura dos capttulosiein exemplos ‘€ em problemas, Isso foi feito com dois objetivos: (1) tornar ‘© assunto mais interessante e divertido; (2) mostrar ao aluno que o mundo que hos cerca pode ser examinado e com- preendido usando os principios funda- mentais da fisica. tence ae ‘* Os assuntos que também so discutidos em O Circo Voudor da Fisica estio indicados pelo desenho de um biplano. A bibliografia do Circo Voador (mais de 10.000 ‘Rtrencusa tetas centr ote duggabara) pode ser encontrada no site http:/wwwiflyingeireusofphys- jescom, ‘A Ieida gravitagdo de Newton, a lei de Coulomb ea lei de Biot-Savart sao agora apresentadas na notagao de vetores unitérios ‘+ A maior parte dos textos de abertura dos capitulos (exem- plos de fisica aplicaca que t¢m por objetivo despertar 0 interesse do leitor pelo assunto que sera discutido no capi- tulo) & nova e foi extraida de artigos cientificos em varios campos de pesquisa * Milhares de problemas no final dos capftulos foram refor- ‘mulados para tornar mais claros tanto os enunciados como as respostas. Caracteristicas dos Capitulos Textos de abertura, Uma situago curiosa & deserita no inicio de cada capitulo e explicada em algum ponto do texto para motivar o estu- dante a ler o capitulo. Esses textos, que constituem uma das; caracteristicas tradicionais de Fundamentos de Fisica, S40 ‘baseados em pesquisas recentes publicadas em revistas de ciéncia, engenharia, medicina ¢ direito, 0 que £ Fisica? O corpo de cada capitulo agora comeca, ‘com essai pergunta ¢ com uma resposta que diz respeito ao assunto do capitulo, (Um bombeiro hidraulico uma vez me perguntou:“Em que yore trabalha?” Respondi:"Sou pro- fessor de fisica.” O bombeiro pensou por alguns instante’ € depois me perguntou:“O que ¢ fisica?™ A profissao do bombeiro dependia inteiramente da fisica, ainda que ele no soubesse 0 que é fisica. Muitos estudantes de fisica introdutéria nao sabem 0 que ¢ fisica, mas supdem que ela 6 irrelevante para a carreira que eseolheram.) Os Testes stio pontos intermedirios em que se pergunta ao estudante:"Voee é capaz de responder « essa pergunta usando um raciocinio baseado no texto ou no exemplo que acaba de ler?” Se a resposta € negativa, o estudante deve yoltar e rever o que ja leu antes de prosseguir no capitulo. Veja, por exemplo, oTeste I da Seco 4-3,do Capitulo 4.¢0 Teste 2a Seg20 11-4,do Capfiulo 11. As reypostay de todos ‘0s testes esto no final do tivro. (Os Exemplos foram escolhidos para mostrar que os proble- mas de fisica dever ser resolvidos usando o raciocinio e ni simplesmente introduzindo niimeros em uma equlagao.seni nenhuma preocupagao com o set significado. Os exemplos com a indicacéo “Aumente sua capacidade” sao, em geral, mais longos ¢ apresentam mais comentérios, As Idéins-chave dos exemplos mostram ao estudante quais so 0s conceitos bisicos necessérios para resolver um pro- blema. © que queremos dizer com essas idéias-chave ¢ 0 seguinte: “Vamos comegar a solugdo usando este conceito basico, um método que nos prepara para resolver muitos ‘outros problemas, Nao comegamos szeando do bolso ums equago para uma simples substituiggo de mimeros, um método que nao nos prepara para nada ‘As Tiiticas para a solugdo de problemas sio instrugdes para ajudar os alunos prineipiantes a resolver problemas e evitar (8 ertos mais comuns. A Revisao e Resumo ¢ um breve sumario do capitulo que contém 05 conceitos essenciais, mas nao substitui a leitara do capitulo. As Perguntas se parccem com os testes ¢ requerem racio cinio e entendimento, em ver de céleulos. As respostas das perguntas fmpares esto no final do livro. Os Problemas esto agrupados por segdes € possuem uma indicago do geau de dificuldade. As respostas dos proble- ‘mas impares esto no final do tivro. Simbolos. 0 quadro a seguir. que é repetido no inicio de cada lista de problemas, mostra os simbolos usados neste livro. 12-290 Onimero de pontosindicao gay dediiculdede do potter EME frases eccionaisdsconivelsem O Circo Voor de Fea, de Joa Walker, Re do leo: TC, 2008, Problemas adicionais, Esses problemas nao esto classitiea dos,dde modo que cabe ao estudante determinar a que parte do capitulo se refere cada problema, Caracteristicas Adicionais Racioeinio versus aplieagio de formulas. Um dos princi pais objetivos deste livro € ensinar os estudantes a usar 0 raciocinio para resolver problemas. desde os prineipios basi cos até a solugdo final, Embora tenham sido ineluidos (de proposito) alguns problemas que envolvem a simples apli ao de formulas, a maioria dos problemas exige algum tipo de racioesnio, Capitulos de tamanho razofivel. Para ndo acabareserevendo um livro suficientemente grosso para deter uma bala (e a maioria dos estudantes), procurei manter os capftulos com um tamanho razodivel. Explico 0 suficiente para colocar 0 estudante no eaminho certo,mas nao tanto que o estudante nd precise analisar ¢ combinar idias. Afinal de contas, 0 estudante ainda vai ter necessidade de analisar ¢ combinar {dias muito depois de ler este livro e completar o curso, Uso de ealeuladoras grificas. Quando 0s céleulos vetoriais de um exemplo podem ser feitos diretamente da tela de uma calculadora grfica esse fato € indicado na solugao do exemplo, mas é apresentada a solugio tradici de componentes Quando os célculos vetoriais nao podem. ser feitos diretamente na tela o motivo ¢ explicado. Grificos como enigmas, Estes sto problemas nos guais se fornece um grifico e pede-se um resultado que exige muito mais do que simplesmente ler um dado em um grifico, Na verdade, a solucio exige uma compreensio do significado fisico do problema e dos prinefpios que esto por tras das equagécs associadas, Esses problemas se parecem com enig- mas de Sherlock Holmes, jé que cabe ao estudante deter minar quais so os dados importantes. Veja, por exemplo, 0 problema 50 do Capitulo 4,0 problema 12.do Capitulo Se © problema 22 do Capitulo 9, Problemas de fisiea aplicada, baseados em pesquisas publi: caddas,aparecem em muitos lugares como os textos de aber- tura dos capitulos, os exemplos e os problemas. Veja, por exemplo,o texto de abertura do Capitulo 4,0 Exemplo4-8, da Segao 4-6,¢ 0 problema 62 do Capitulo 11. Também exis- tem séries de problemas encadeados, como os problemas 2, 39 61 do Capitulo 6. Problemas com situagdes inusitadas, Aqui ests um desses problemas escolhido entre as centenas que existem no liv o problema 69 do Capitulo 5 se baseia na historia verdadeira de como o vGo 143 da Air Canada ficou sem combustivel a 7.9 km de altitude porque a tripulagao e o pessoal de terra ado usaram as unidades corretay para a quantidade de com- bustivel nos tanques (uma ligao importante para os estudan. tes que costumam “misturar” unidades). Para o Professor Os professores que adotarem o livro podem solicitar a LTC materiais suplementares ce apoio pedagégico,em inglés. O pedido deve ser encaminhado a LTC — Livros Técnicos e Cientficos Editora Ltda, Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional AUC Editorial Técnico Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro, RI — CEP 20040040 Tel. 21-3543-0770 / 11-S080-070 Fax: 21-3543-0896 Ite@grupogen com.br. wwwelteeditora.com.br Agradecimentos Muitas pessoas contribuiram para este livro. J. Richard Christman, da US. Coast Guard Academy, mais uma vez criou muitos suplementos valiosos: sus recomendacoes para este livro foram inestimaveis, Sen-Ben Liao, do Lawrence: Livermore National Laboratory, James Whitenton, da Southern Polytechnic State University, e Jerry Shi, do Pasadena City College, foram responsdveis pela tarefa het cilea de resolver todos os problemas do livro. Na John Wiley o livro foi apoiado por Stuart Johnson, o editor que supervi sionou todo o projeto, Tom Kulesa, que coordenou oe da-arte do pacote de midia,e Geraldine Osnato,que geren- ciou uma superequipe para produzir um impressionante pacote de suplementos Agradecemos a Elizabeth Swain, editora de produgio. por ter untado todas as partes durante © complexo proceso de producio. Agradecemos também @ Maddy Lesure, pelo seu projeto grafico tanto do texto quanto da produgao da eapa: Lee Goldstein, que foi res Ponsavel pela diagramagéo; Helen Walden, pela edigao dos. originais; Anna Melhorn, que cuidou das ilustragdes:¢ Lilian rico Brady, que se encarregou da revisio, Hilary Newman foi bbrilhante na busca de fotografia inusitadas ¢ interessantes. Tanto a editora John Wiley & Sons, Inc. como Jearl Walker gostariam de agradecer ds seguintes pessoas por comen- trios € idéiay a respeito da 7 edigao: Richard Woodard, University of Florida; David Wick. Clarkson University, Patrick Rapp, University of Puerto Rico em Mayagiiez; Nora Thornber, Raritan Valley Community College: Laurence I Gould, University of Hartford; Greg Childers, Californ State University cm Fullerton: Asha Khakpour, Californ State University em Fullerton; Joe F. McCullough, Cabrillo, College. Finalmente, nossos revisores externos realizaram lum trabalho excepcional, e expressamos a cada um deles nossos agradecimentos, Maris A. Abolins Michigan Stave University Fdward Adekon Ohio State University Mike Crivello San Diego State University Robert N. Davie, Jr Si. Pawersburg Junior College Nural Akchurin Cheryl K. Dellai Texas Tech Glendale Community Barbara Andereck Gis Ohio Westevare University Brie R. Diew Maik Aiiott California Stare University em Chico Kirkwood Community College N John DiNardo Drexel University Eugene Dunnam University of Florida Robert Endorf ‘Arun Bansil Northeastern University Richard Barber Suraa Clara University Neil Baxecu Wesichester Community University of Cincinnati College F Paul Esposito ‘Anand Batta University of Cincinmars Howard University Richard Bone Florida International University Michael E. Browne University of ldaho ‘Timothy J. Burns Leeward Community College Joseph Buschi Manhatian College Philip A. Casabella Rensseluer Polytechnic Insiture Randall Caton Christopher Newport College Jerry Finkelstein San Jose State University Robert H. Good, Catifornia State University- Hayward John B, Gruber San Jose Stare University ‘Aon Hanks American River College Randy Harris University of California Davis Samuel Harris Purdie University Harold B Hart Western Minois University Rebecea Harteler Roger Clapp Seautle Cenural Communit University 0f South Florida College W.R.Conkie John Hubi North Carolina State University Joey Huston Michigan State University Queen's Universiey Renate Crawford University of Massachusetts. Dartmouth ss David Ingram Ohio University Shawn Jackson University of Tulsa Hector Jimener University of Puerto Rico Sudhakar B. Joshi York University Leonard M. Kaha University of Rhode fsland Leonard Kleinman University of Texas em Austin Craig Kletzing University of fowa Arthur Z. Kovacs Rochester Instue of Technology Kenneth Krane Oregon State University Priscilla Laws Dickinson College Edbertho Leal Polytechnic University of Puerto Rico Vern Lindberg Rochester Instinue of Technology Peter Loly University of Manitoba Andreas Mandelis University of Toronto Robert R. Mar Memphis State University Paul Marquard Caspar College David Marx Minois State University James H. MoGuire Tulane University Comentarios e Sugestées David M. McKinstry Eastern Washinigion University Eugene Mosca United States Naval Academy James Napolitano ‘Rensselaer Polytechnic Insite Michael O'Shea Kansas State University Patrick Papin San Diego State University Kiumars Parvin San Jose State University Robert Peleovits Brown University Oren P.Quist South Dakota State University Joe Redish University of Maryland ‘Timothy M. Ritter University of North Carolina em Pembroke Gerardo A. Rodriguez Skidmore College John Rosendahl University of California em Trvine ‘Todd Ruskell Colorado School of Mines Michel Schatz Georgia Instiaue of Technology Darrell Seeley Milwaukee School of Engineering Bruce Arne Sherwood North Carolina Siote University Ross L. Spencer Brigham Young University Paul Stanley Beloit College Harold Stokes, Brigham Young U Michael G, Strauss University of Oklahoma shy D. Strieb Vilanova University Dan Styer Oberlin College ‘Michael Tammaro Universicy of Rhode Island Marshall Thomsen Eastern Michigan University David Toot Alfeed University ‘Tung Tsang Howard University 4.8. Tumner University of Texas em Austin, TS, Venkataraman Dresel University Gianfranco Vidali Syracuse University Fred Wang, Praivie View A&M Robert C. Webb Texas A & M University William M. Whelan Ryerson Polytechnic University George Williams University of Uiah David Wolfe University of New Mexico versity [Apesar dos melhores esforgos dos autores, do tradutor, do editor ¢ dos revisores é inevitavel que surjam erros no texto, ‘Assim, so bem-vindas as comunicagdes de usudrios sobre corregies ou sugestdes referentes ao contetido ou 20 nivel pedlagégico que auxiliem 0 aprimoramento encaminhados & LTC — Livros Técnicos ¢ ‘de edigdes futuras. Encorajamos os comentarios dos leitores que podem ser Cientificos Editora Ltda., uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, no endereco: Travessa do Ouvidor, 11 — Rio de Janeiro, RJ — CEP 20040-040 ou ao enderego eletronico lte@grupogen.com.br. Fundamentos 3 9. E:# Fisica Rea E ELETROMAGNETISMO BLED is Cargas Elétricas | Os médi procuram tomar todas as precaugdes para e ‘ar que um pacient infectado por bact As paredes e 0 cho e lavam as mos antes de calgar luvas; os instrumentos so esterilizados temperaturas e em banhos de alcool. Continuam a acontece, possivelmente, no centro cirtrgico mostrado a fotografia. ne A resposta est neste capitulo BED) to 211 Corgos Eletricas poke) 8 aes Estamos cercados por aparelhos que dependem da fisica do eletromagnetismo, que 6a combinagdo de fendmenos elétricos e magneticos. Esta fisica ¢ responsavel pelo funcionamento dos computadores, dos receptores de televisdo, dos aparelhos de ré- dio, das limpadas c até mesmo pelo modo como uma folha de plastico gruda em um recipiente de vidro. Esta fisica também explica muitos fenomenos naturals; no $6 mantém coesos todos os Atomos ¢ moléculas do mundo, mas também produz 0 re lampago,a aurora e 0 arco-iris. ‘A fisica do eletromagnetismo foi estudada pela primeira vez pelos fildsofos da Grécia antiga, que descobriram que se um pedago de Ambar fosse friecionado ¢ de- pois aproximado de pedagos de palha, esta seria atraida pelo mbar. Hoje sabemos que a atragdo entre 0 Ambar ¢ a palha se deve a uma [orca elétrica. Os filésofos gr gos também descobriram que se um certo tipo de pedra (um {ma natural) & apro- ximado de pedacinhos de ferro, o ferro & atraido pela pedra, Hoje sabemos que a atragio entre o {ma ea pedra se deve a uma forga magnética ‘A partir dessa origem modesta na Grécia antiga, as ciéncias da eletricidade e do magnetismo se desenvolveram independentemente por muitos séculos, até 1820. quando Hans Christian Oersted descobriu uma ligagao entre elas: uma corrente olé- trica em um fio é capaz de mudar a diregao da agulha de uma béissola. Curiosamente, Cersted fez esta descoberta, que foi para ele uma grande surpresa, quando prepa- rava uma demonstracdo para 0s alunos de fisica A nova ciéncia do cletromagnetismo foi eultivada por cientistas de muitos paf- ses, Um dos mais ativos foi Michael Faraday, um experimentalista muito competente com um raro talento para a intuigao e a visualiza¢ao de fendmenes fisicos. Um sinal desse talento ¢ 0 fato de que seus cadernos de anotagdes de laboratorio no contem ‘uma tiniea equagao. Em meados do século XIX, James Clerk Maxwell colocou as {dias de Feraday em forma matematica, introduziu muitas idéias préprias ¢ estabe- Jeceu uma base te6rica slida para o eletromagnetismo. Nossa diseussdo do eletromagnetismo se estenderd pelos préximos 16 capitulos ‘Vamos comegar pelos fendmenos elétricos, € nosso primeiro passo sera discutir a natureza das cargas elétricas e das forgas elétricas, 21-2 | Cargas Elétricas Em tempo seco, é possivel produzir uma fagutha simplesmente caminhando em certos tipos de tapetes e depois aproximando 4 mao de uma macaneta, tomneira ou ‘mesmo um amigo, Também podem surgir centelhas quando voce despe um sué-~ ter out remove as roupas de uma secadora. As centelhas ¢ a “atragdo eletrostatica” (como a que aparece na Fig. 21-1) sio em geral consideradas uma mera curiosidade. Entretanto, se voc’ produz uma centelha elétrica a0 manipular um microcireuito de um computador, o componente pode ser inutilizado. Esses exemplos revelam que existem cargas elktricas em nosso corpo, nos suéte- res, nos tapetes, nas maganetas e nas torneiras, Na verdade, todos 0s corpos contém muitas cargas elétricas. A carga elétrica é uma propriedade intrinseca das particulas fundamentais de que é feita a matéria; em outras palavras,é uma propriedade asso- ciada a propria existencia dessas particulas. ‘A grande quantidade de cargas que existem em qualquer objeto geralmente nao pode ser observada porque 0 objeto contém quantidades iguais de dois tipos de cargas: cargas positivas © cargas negativas. Quando existe essa igualdade (ou equilibrio) de cargas, dizemos que 0 objeto é eletricamente neutro, ou seja,sua carga total é zero. Quando as quantidades dos dois tipos de cargas contidas em um corpo FIG.21-1 © acumulo de cargas clétricas,um fendmeno que acontece quando otempocstasecofazcom 840-diferentes,a carga total é diferente de zero e dizemos que o objeto estéelerica ue estes pedacinhosde papelsejam mente carregado. A diferenga entre as quantidades dos dois tipos de cargas € sem- fraidos pelo pente (Fundamencad pre muito menor do que as quantidades de cargas positivas e de cargas negativas Phorographs) contidas no objeto. Os objetos eletricamente carregados interagem exercendo forcas uns sobre os outros, Para mostrar que isso ¢ verdade, pademos carregar um bastao de vidro fric- cionando uma das extremidades com um pedeigo de seda, Nos pontos de contato en- tre 0 bastdo e a seda pequenas quantidades de carga sao transferidas de um material para o outro, quebrando a neutralidade elétrica de ambos. (Friccionamos a seda no bastdo para aumentar 0 mimero de pontos ce contato e, portanto, a quantidade de ccargas transferidas ) ‘Suponha que agora 0 bastio carregado seja suspenso por um fio para isoldslo cletricamente dos outros objetos,o que impede que sua carga elétrica mude. Quando aproximamos do bastao um segundo bastao cletricamente carregado (Fig. 21-2a), 08 dois bastdes sofrem uma repuisdo, ou seja, cada bastao ¢ submetido a uma forga que tende a afasté-lo do outro bastio. Por outro lado, quando friccionamos um bastao de pldstico com um pedago de le o aproximamos do bastao de vidro suspenso (Fig. 21-26), cada um 6 submetido a uma forca de atragio,ou seja,cada um é submetido a uma forga que tende a aproxims-lo do outro basta Podemos compreender essas duias demonstracdes em termos de cargas positivas © negativas. Quando um bastdo de vidro ¢ friceionado com um pedago de seda 0 vi- dro perde uma pequena parte de suas cargas negativas e, portanto, fea com uma pe- quena quantidade de cargas positivas nao compensadas (representadas pelos sinais positivos na Fig. 21-2a). Quando o bastao de plistico é friccionado com um pedaco de la 0 plistico adquire uma pequena quantidade de cargas negativas ndo compen- sadas (representadas pelos sinais negativos na Fig. 21.21b). As duas demonstragdes revelam o seguinte: Na Segio 21-4 vamos expressar essa regra em termos matematicos. na chamada lei de Coulomb da forca eletrostatica (ou fora eléirica) entre duas cargas. O termo ele- trostdtica é usado para chamar atengo para o fato de que a velocidade relativa en- we as cargas é nula ou muito pequena. Os termos “positiva” e “negativa” para os dois tipos de carga foram escolhidos arbitrariamente por Benjamin Franklin. Ele poderia muito bem ter feito a escolha inversa ou usado outras palavras com significados opostos para designar os dois ti- pos de eletricidade. (Franklin era um cientista de renome internacional. Acredita-se que seus triunfos diplométicos na Franga, durante a Guerra de Independéncia dos Estados Unidos, tenham sido facilitados, ou mesmo tornados possiveis, pela reputa- Ho de Franklin no campo da ciéncia.) A atragao ¢ a repulsio entre corpos eletricamente carregaclos tém muitas apli- cages industriais, como a pintura eletrostética, o recolhimento de cinzas volantes ‘em chaminés ¢ a xerografia. A Fig, 21-3 mostra uma particula de plistico usada em copiadoras, coberta por particulas ainda menores de um po preto conhecido como toner que sao atraidas para a particula de plastico por Forgas eletrostéticas. As par- ticulas de coner, negativamente carregadas, sdo transferidas da particula de plastico Para um tambor rotativo, onde existe uma imagem positivamente carregada do do- cumento a ser copiado. Uma folha de papel eletricamente carregado atrai as parti- culas de roner, que sio fixadas permanentemente no papel por aquecimento para produzir uma copia. 21-3 | Condutores e Isolantes Podemos classificar 0s materiais de acordo com a facilidade com a qual as cargas elétricas se movem em seu interior. Os eondutores so materiais nos quais as cargas elétricas se movem com facilidade, como os metais (como 0 cobre dos fias elétri- £03), 0 corpo humano e a dgua de torneira. Os nflo-eondutores, também conheci- dos como isolantes, sa0 materiais nos quais as cargas ndo podem se mover. como os plasticos (usados para isolar fios elétricos), a borracha, o vidro e a agua destilada, 7 ¢ Se io » FIG. 21-2 (a) Dois basioes cearregados com cargas do mesmo sinal se repelem. (b) Dois bastoes ‘carregados com cargas de sinais ‘opostos se atraem. Ox sinais positives indicam um excesso de cargas positivas.e os sinais negativos um cexcesso de cargas negativas. FIG. 21.3 Particula de plastico usada nas copiadoras:a particula esti coberta por particulas ainda menores de toner, que sio atratdas paraa particula de plastica por forgas eletrostiticas. O digmetro da particula de plistico é de aproximadamente 0.3 men, (Conesia da Xerox) wi ES ‘Capitulo 21 | Cargas Elétricas Cobre neuro sig icon eee sem eat Soren amen emp eee ee ona aoe ees ee Ce re saber canes eee eee See gees faz girar a barra de cobre. FIG.21-8 Dois pedagos de uma pastilha de goultéria se afsstando um do outro, Os elétrons que saltam da superficie negativa do pedaco A para a superficie positiva do pedago B colidem com molculas de nitrogénio (N2) doar Os semicondutores so materiais com propriedades elétricas intermedidrias entre a dos condutores ¢ as dos niio-condutores, com 0 slicio (usado nos microcircuitos dos computadores) ¢ 0 germinio. Os supercondutores so condutores perfeitos, ow seja, materiais nos quais as cargas se movem sem encontrar enhuma resistencia, Nos proximos capitulos vamos discutir apenas os condutores e nao-condutores ‘Vamos comegar com um exemplo de como a condugao de eletricidade pode eli- rminar o excesso de cargas em um objeto. Quando friceionamos uma barra de cobre com um pedago de Ia, cargas sia transferidas da Id para o cobre. Entretanto, se voce segurar a0 mesmo tempo a barra de cobre € uma torneira, a barra de cobre nao fi- card carregada. O que acontece & que voeé, a barra de cobre € a torneira sio condu- tores ligados, através do eneanamento, 2 Terra, que é um imenso condutor. Como as cargas em excesso depositadas no cobre pela la se repelem, afastam-se umas das ‘outras passando primeiro para a sua mao, depois para a torneita ¢ finalmente para a Terra, onde se espalham, O processa deixa a barra de cobre eletricamente neutra, Quando estabelecemos um caminho constituide por materiais condutores en tre um objeto e a Terra dizemos que o objeto estd arerrado: quando a carga de um objeto é neutralizada pela climinagio do excesso de cargas positivas ou negativas através da Terra dizemos que 0 objeto foi descarregado, Se em vez de segurar direta mente a barra de cobre voc® a segura através de um cabo de material nao-condutor, ‘0 caminho de condutores até a Terra fica interrompido. ¢ a barra pode ser carregada por atrito (a carga permanece na barra), contanto que vocé no toque nela com a mao. ‘As propriedades dos condutores ¢ ndo-condutores se devem a estrutura e 2 na- tureza eléitica dos sitomos. Os étomos s4o formados por trés tipos de particulas: os protons. que possuem carga eléttica positiva, os elétrons, que possuem carga elétrica negativa,¢ 0s néuirons, que nao possuem carga elétrica, Os prétons e néutrons ocu- pam a regio central do atomo, conhecida como nucleo. [As cargas de um proton isolado e de um elétron isolado tém o mesmo valor absolute e sinais opostos; assim, um tomo eletricamente neutro contém o mesmo nimero de protons ¢ elétrons. Os elétrons so mantidos nas proximidades do nticleo porque possuem uma carga elétriea oposta 2 dos protons do nucleo e, portanto, sAo atraidos para o niicleo. Quando os dtomos de um material condutor como 0 cobre se unem para for- mar um solido, alguns dos elétrons mais afsstados do ndcleo (€ que, portanto, so atraidos com uma forca menor) se tornam livres para vagar pelo material, deixando para tras ditomos positivamente carregados (ions positives), Esses elétrons mOvels recebem o nome de eléirons de conducdo. Os materiais nao-condutores possuem riimero muito pequeno,ou mesmo nulo, de eiétrons de condugao. O experimento da Fig. 21-4 demonstra a mobilidade das cargas em um material condutor. Uma barra de plastico negativamente carregada atrai qualquer uma das tremidacies de uma barra neutra de cobre. O que acontece é que 0s elétrons de condu- gio da extremidade mais proxima da barra de cobre sto repelidos pela carga nezativa da barra de plistico.Alguns desses elétrons de condugao se acumulam na outra extre- midade da barra de cobre, deixando a extremidade mais proxima com uma falta de ¢letrons ¢, portanto, com uma carga total positiva. Como esté mais proxima da barra de plastico, esta carga positiva é atraida pela carga negativa da barra de plistico com ‘mais forca do gue a carga negativa que se acumulow na outra extremidade é repelida, Embora a barra de cobre como um todo continue a ser eletricamente neutra, dizemos (que possui uma carga induzida, o que significa que algumas das cargas positivas e ne- ativas foram separadas pela presenca de uma carga préxima. ‘Analogamente, se uma barra de vidro positivamente carregada é aproximada ‘de uma barra de cobre neutra, os elétrons de condugdo da barra de cobre sio atra- ‘dos para a barra de vidro. Assim, a extremidade da barra de cobre mais proxima da barra de vidro fica negativamente carregada e a outra extremidade fica positiva- ‘mente carregada, e mais uma vez a barra de cobre passa a possuir uma carga indu- ida, Embora a barra de cobre continue a ser cletricamente neutra, € atraida pela barra de vidro, Observe que apenas 05 elétrons de condugito, que possuem carga negativa, po- Interior Exterior dem se mover: os ions positives permanecem onde estavam. Isso significa que um ‘1h dare ‘objeto se torna positivamente carregados apenas através da remogio de cargas ne. Partcuta ee ae Ol | Clar6es Azuis de uma Pastilha @ ‘Uma demonstragao indireta da atragio de cargas de sinais opostos envolve pastilhas de gaultéria (wintergreen em inglés).* Se voce deixar os olfios se adaptarem a escu- Dedo sidao durante corea de 15 minutos e pedir a um amigo para mastigar uma pasha a teria, veré um claro azul sair da boca do seu amigo a cada dentada, Quando a € partida em pedagos por uma dentada, é provavel gue cada pedaco fique sum numero diferente de elétrons Suponha que a pastiha se parta nos pedagos = Be que A possua mais elétrons na superficie que 8 (Fig. 21-5). Isso significa que jpossui ions positivos (tomas que perderam elétrons para A) na superficie, Como elétrons de A so fortemente atrafdos para os fons positivos de B, alguns desses FIG. 21.6. (a) Vistade perfil da tela cons saltam de-A para B. de umn monitor. tela positivamente Entre 0s pedacos A e B existe ar, que é constituido principalmente por molé- cwrregada induz una carga em uma s de nitrogénio (N;). Muitos dos elétrons que estao passando de A para B co- _patticula de poeira eletricamente -m com moléculas de nitrogénio, fazendo com que emitam luz ultravioleta, Os MéUtta.(b) Ae ser aproximado da »s humanos ndo conseguem ver esse tipo de radiagao. Entretanto, as moléculas hoe ee ae seh ‘@ saultéria na superficie da pastilha absorvem a radiacdo ultravioleta e emitem luz ‘©! desenhado em eseala) adquire uma carga indzidae pode atrair -azulsé por isso que voé ve clardes azutis saindo da boca do seu amigo. WE Tealeuirda wate crertts jaa, ‘Contamina¢do Bacteriana e a Forca Eletrostatica A forga eletrostitica pode desempenhar um papel sutil na contaminagio bacteriana ‘é um hospital, Nas cirurgias endoscépicas, por exemplo,o médico observa o interior 0 corpo do paciente na tela de um monitor. Nos monitores convencionais (mas nao sos monitores de cristal liquico) a imagem é produzida por elétrons emitidos por um canhao eletrénico ¢ atraidos para uma tela positivamente carregada. A tela carregada também atrai particulas presentes no ar, como poeira, fiapos de linha e células ¢ biais. As particulas negativamente carregadas so atraidas pela carga positiva da tela. No caso de particulas eletricamente neutras os elétrons se concentram no lado mais proximo da tela, 0 que faz com que as particulas adguiram uma carga induzida (Fig. 21-6a). As particulas ncutras, portanto, também sio atrafdas para a tela, do mesmo modo como a barra de cobre ¢ atraida pela barra de plistico na Fig. 21-4. Como muitas das particulas atrafdas pela tela do monitor contém bactérias, 8 sela flea contaminada, Suponha que o cirurgiao aproxime o dedo enluvado da tela ‘para mostrar alguma coisa a equipe médica. Nesse caso, a tela positivamente earre~ zada produz um excesso de elétrons na ponta do dedo (Fig. 21-66). A forga de atra- So desses elétrons, por sua ver, faz com que particulas contaminadas (presentes no ar ou na tela do monitor) se acumulem na luva. Quando o cirurgido toca paciente com as luvas contaminadas as bactérias podem passar para a pele ou (o que é ainda pior) para 0s drgitos internos do paciente. Para evitar que isso acontega, os cirurgi- es atttalmente sao alertacios para nao aproximar os dedos da tela dos monitores Uma contaminagao semethante pode ocorrer nos aventais de plastieo que mui- ‘0s médicos e enfermeiros usam para néo manchar a roupa de sangue. Esses aven- tais podem adquirir uma carga elétrica quando sfo retirados do armario ou esfre- zgados repetidamente na toupa ou na pele, especialmente se o ar estiver muito seco. Quando um avental se torna eletricamente carregado pode atrair bactérias ¢ poeira contaminada do ar. Como ¢ inevitével que médicos ¢ enfermeiros toquem nos pi prios aventais, as bactérias podem ser facilmente transferidas para os pacientes di rante exames ou cirurgias, ae *Essaspastithas muito populares nos Estados Unidos sie conhocidas como LifeSavers (NT) y aathiinemanemen BOE aia VEG II ica resins secs ee isenrensre get mein ie eco eee ee i A Be A 21-4| Lei de Coulomb gq Duss paricts caregadas ecrcem forcas uma sobre a outra. Se as cargas das par- ee ticulas tém o mesmo sinal, as particulas se repelem (Fig.21-7a e b), ou seja, sto sub- metidas a forgas que tendem a afasta-las. Se as cargas das particulas tos, as particulas se atraem (Fig. 21-7c), ou seja, sdo submetidas a forgas que tendem n sinais opos- eo ea teres les. 9 Esta forga de repulsao ou atracZo associada a carga elétrica dos objetos ¢ cha- ee mada de forca eletrostitica. A lei que permite caleular a forca exercida por particu- Jas carregadas & chamada de lei de Coulomb em homenagem a Charles-Augustin de Coulomb, que a propds em 1785,com base em experimentos de laboratério. Em ae termos das particulas da Fig. 21-8, onde a particula | tem uma carga q, ea particula 2 ae tem uma carga qz,a forga a que esta submetida a particula | é dada por {lei de Coulomb), (21-1) FIG. 21-7 Duasparticulas carregadasse repelem soas-cargas nde # é um vetor wt orem (a) pasitivas ou (>) negativas, (o) As partfculas se atraem se as ‘cargas tiverem sinais opostos, rio na diregao da reta que liga as duas particulas.r 6a distancia centre as particulas.e k € uma constante. (Como qualquer vetor unitario, € tem modulo 1 e é adimensional sua fungao & indicar uma orientacio no espago.) Se as particulas ‘tem cargas de mesmo sinal a forga a que a particula 1 € submetida tem o sentido de # se as particulas tem cargas de sinais opostos.a forca tem 0 sentido oposto ao de f. ‘Curiosamente, a Eq. 21-1 tem a mesma forma que a equagéo de Newton (Eq. 1343) para a forca gravitacional entre duas particulas de massas mm, ¢ m, separadas por uma distancia r: mynts ee F = {lei de Newton), (212) onde G€ a constante gravitacional ‘A constante k da Eq. 21-1, por analogia com a constante gravitacional G da Eg. 21-2, € chamada de constanve elerrostdtica. As duas equagées descrevem leis do tipo inverso do quadrado que envolvem uma propriedade de particulas, massa em um caso, carga no outro. Eniretanto, as forgas gravitacionais so sempre atrativas, en- {quanto as forgas eletrostéticas podem ser atrativas ou repulsivas, dependendo dos sinais das duas cargas. A diferenga resulta do fato de que existe apenas um tipo de massa, mas existem dois tipos de carga elétrica. ‘A lei de Coulomb resistiu a todos os testes experimentais; até hoje nao foi en- contrada nenhuma excegao. A lei é vilida até mesmo no interior dos dtomos, onde descreve corretamente a forga de atragdo entre 0 nucleo positivo e os elétrons ne~ gativos, enquanto a mecdinica newtoniana deixa de ser valida nese contexto e deve ser substitufda pela mecdnica quantica. A lei de Coulomb também explica correta~ ‘mente as foreas que unem os étomos para formar moléculas ¢ as foreas que unem os étomos ¢ moléculas para formar solidos ¢ iquidos. ‘A unidade de carga no S1é 0 coulomb, Por razdes priticas, que t@m a ver coma preciso das medidas, o coulomb € obtido a partir da unidade do SI para a corrente elétrica,o ampere. Corrente elétrica € a taxa de variagio com o tempo dq/deda carga que passa por um ponto ou regis do espago. A corrente elktrica sera discutida com detalhes no Capitulo 26, No momento, vamos nos limitar a usar a relago dq i= A Gcorremie eewica, 213 Gr Coremte lea, (21-3) onde / & a corrente elétrica (em amperes) e dg (em coulombs) ¢ 2 quantidade de carga que passa por um ponto ou regiao do espago no intervalo de tempo de (em se- gundos). De acordo com a Eq. 21-3, 1C=(LA\(I8}. Por razoes historicas (¢ também para simplificar outras equagdes).a constante eletrostatica k da Eq. 21-1 € escrita na forma 1/4. Nesse caso, 0 médulo da forga na lei de Coulomb se torna 1 taillgs Fa EE eide Conon, (14) As constantes das Eqs.21-1 e 21-4 tém o valor ks = 8,99 x 10°N-m?/C2 (21-5) Fre A constante 3, conhecida como permissividade do viieuo, as vezes aparece separa- damente nas equagdes e tem o valor by = 885 X 10-7 CN me, (21-6) Outra semethanga entre a forga gravitacional ¢ a forga eletrostitica é que ambas obedecem ao principio de superposicao. Em um sistema com r particulascarregadas as particulas interagem independentemente, aos pares, e a forga que age sobre uma das particulas, particula 1, por exemplo, é dada pela soma vetorial Fra Fat Fat Fiat Fis + + + Fre (1-7) onde. por exemplo, Fis 6 a forga que age sobre a particula 1 devido a presenca da particula 4. Uma expressio idéntica pode ser aplicada & forga gravitacional Finalmente, ao teorema da casca, que se revelou t2o til em nosso estudo da ‘ravitaglo, também correspondem teoremas anglogos na eletrostatica: (No primeiro teorema, supomos que a carga da casca € muito maior que a carga da particula, o que permite desprezar qualquer redistribuigo da carga da casea devido a presenga da partic Condutores Esféricos Se um excesso de cargas é depositado em uma casca esfética feita de material con- dutor, a carga em excesso se distribui uniformemente na superficie (externa) da casca. Assim. por exemplo, se colocamos elétrons em excesso em uma casca esfé- rica metdlica esses elétrons se repelem mutuamente e se espalham pela superficie externa até ficarem uniformemente distribuidos, Este 6 0 arranjo que maximiza as, distancias entre todos os pares de elétrons em excesso, Nesse caso, de acordo com 24 teideCodont EE Fic. 21 A forga eletrostatica sobre a particula | pode ser descrita ‘em termos de um yetor unitéio ? na directo particulas. da reta que liga as duas BE opis 20 1 congas Elncas ELE Ga ‘© primeiro teorema das cascas, a casca passa a atrair ou repelit uma carga externa ‘como se todo 0 excesso de eargas estivesse concentrado no centro da casca. ‘Quando removemos eargas negativas de uma casea esférica metilica, as cargas positivas resultantes também se distribuem uniformemente na superficie da casca. ‘Assim, por exemplo, se removemos n elétrons, passam a existir 1 cargas positivas (atomos nos quais esté faltando um elétroa) distribufdas uniformemente na super- ficie externa da casca. De acordo com 0 primeiro teorema das cascas, a casca neste caso também passa a atrair ou repelir uma carga externa como se todo 0 excesso de cargas estivesse concentrado no centro, Vidi 2 A figura mostra dois protons (simbolo ) eum eétron (simbolo e) sobre uma tela, Oual 60 sentido (a) da forg eetostticaexerida pelo elétron sobre o préton do tne: (b a forgacletrsttin exerci sobre o proton do meio sobre outro proton; (2) da foga total exereida sobre o proton dome? (a) A Figura 21-9a mostra duas partfculas positivamente carregadas situadas em pontos fixos do eixo x. As cargas so gy = 1,60 X10" Ce gy = 3.20 X 10° Ce distan- cia entre as cargas é R = 0,0200 m, Determine o médulo ¢ a orientagio da forga eletrostatiea F| exercida pela parti cula 2 sobre a particula 1. DEES ono as cuas partcutas tm carga po ‘a particula 1 é repelida pela particula 2 com uma forga eujo médulo é dado pela Eq. 21-4. Assim, a diregao da forga F exercida pela particula 2 sobre a particula 1 é para longe da particula 2, ou seja, no sentido negativo do eixo x, como mostra o diagrama de corpo livre da Fig.21-9b. o FIG. 27.9 (a) Duas particulas de cargas g, €q2 sie mantidas fixas sobre o eixo x. (P) Diagrama de corpo livre da particula |, mostrando a forga eletrostatica exercida pela particula 2. (c) Inelusao da particula 3.(¢) Diagrama de corpo livre da particula 1.(e) Inclusdo da particula 4, (/) Diagrama de corpo livre da particula 1. Duas particulas: Usundo a Eq. 21-4 com r igual & distan- cia R entre as cargas, podemos escrever 0 médulo F desta {orca como 1_lgilgs Frey = (8.99 X 10” N-m/C2) x {60 10" €)G,20 X 10° ©) (00200 mF 15 x10 N, Assim, a forca F\z tem 0 médulo e a orientagao que se se- guem (em relagio ao sentido positive do eixo.x): 11SX10N—@ 180% (Resposta) Podemos também escrever F,; na notagdo de vetores uni- ‘trios como = (15 x 10-* NY. (Resposta) (b) A Fig 21-Ne ¢ idéntica a Fig. 21-94, exceto pelo fato de ‘que agora existe uma particula 3 no eixo x entre as particu- las 1 ¢ 2. A particula 3 tem uma carga gs = —320 x 10°" Ce esta a uma distancia 32/4 da particula 1, Determine a forga cletrostética Fj... exercida sobre a particula | pelas particulas 23. Ea ‘A presenga da particula 3 nao altera a for eletrostética que a particula 2 exerce sobre a particula 1. Assim, a forga F,, continua a agir sobre a particula 1. Da mesma forma, a forga F); que a particula 3 exerce sobre a particula 1 nao € afetada pela presenga da particula 2, Como as cargas das particulas 1 e 3 tém sinais opostos, a particula 1 é atraida pela particula 3. Assim, o sentido da forga Fis € para a particula 3, como mostra o diagrama de corpo livre da Fig. 21-94. ‘Trés particulas: Para determinar 0 médulo de F's, usamos aEg.21-4: __ 1 taillgs Ame) GRY = (8.99 x 10° N-mi/C2) yy Lis601 x 10-2 (320 x 10°C) @)°0.0200 m)? Bs = 2,05 x 10°'N, Podemos também escrever Fem termos dos vetores uni- trios Fis = (205 < 10-N A forga total Fo, exercida sobre a particula 1 éa soma vetorial de Fy e F\;. De acordo com a Eq. 21-7, podemos escrever a forga total /',,,, exercida sobre a particula 1,em termos dos vetores unitarios, como Fax = Fa + Fis =~ (115 10 N)i + (2.05 x 10-2 Ni = (9,00 x 10 75 N)i. (Resposta) Assim, F,., tem os seguintes modulo ¢ orientagao (em re- lag ao sentido positivo do eixo x): 9.00X10-SN e 0% (0)A Fig. 21-9e & idemtica a Fig. 21-94, exceto pelo fato de que agora existe uma particula 4. A particula 4 tem uma carga qy = ~3,20 X 10°" C, est a uma distancia 3/4 da partfeula 1 ¢ estd sobre uma reta que faz um Angulo @ = ‘60° com o eixo x. Determine a forga de atracao eletrost tica F\,4. exercida sobre a particula | pelas particulas 24. em A forga total F),,, € a soma vetorial de F,y @ uma nova fora F\, que age sobre a particula 1 devido & presenga da particula 4. Como as particulas 1 e 4 tém car sas de Sinais opostos, a particula | ¢ atraida pela particula 4.Assim,o sentido da forga F\, € para a particula 4, fazendo uum angulo de 60° com o eixo x, como mostra o diagrama da Fig 21-97. (Resposta) (Quatro particulas: Posiemos escrever a Eq. 21-4 na forma 1 ialigal dime) GR) = (8,99 x 10° N-mi/C?) (1.60 x 10° C320 x 19-¥.C) (0.0200 mj = 2,05 x 10-#N, Nesse caso, de acordo com a Eq, 21-7, a torga total Fy... exercida sobre a particula 1 é dada por fis 214 | Leide Coulomb Run hot Re ‘Como as forgas Fe F,, no tém a mesma diregao, ndo po- demos somé-las simplesmente somando ou subtraindo os ‘médulos. Em ver disso, precisamos exeeutar uma soma ve- torial, usando um dos métodos a seguir. Método 1. Executar a soma verorial em uma calculadora. No caso de F,entramos com ¢ médulo 1,15 x 10" e © dingulo de 180°, No caso de Fi, entramos com 0 mé- dulo 2,05 x 10° e 0 angulo de 60°. Em seguida, soma- ‘mos os vetores Método 2. Execwar a soma vetorial em termos dos ve- ‘ores unitérios, Em. primeiro lugar, escrevemos Fg na forma Fig = (Bacos Oi + (Agsen 0). Fazendo Fiy = 2.05 X 10 Neo Fis = (1,025 x 10° NVI + (1.775 x 10-**NY. 0°, temos: Agora podemos executar a soma: Fis = Fat Fg = — (15 x 10-™ NE + (1,025 & 10-#N)i + (1,775 10-N)} = (-1,25 X 10- Ni + (1,78 x 107*N)j. (Resposta) Método 3. Executar a soma vetrial componente por com- ‘ponente, Somando as componentes x dos dois vetores, temos: Fre fas + Figg = Fis + Ros 60° =L15 X LO“ N + (2,05 x 10°4 N)(cos 60°) ~1,25 X 10-7 N. ‘Somando as componentes y, temos: Fisory ™ Fay + Fay = 0 + Rasen 60° = (2,05 x 10- N)(ven 60?) 1,78 x 10-N. O médulo da forga Fyg¢@ dado por = 1,78 x 10-*N. (Resposta) Para determinar a orientagao de F.,.calculamos Fussy o= tan 86.0" Entretanto, este resultado nio € razoavel, j@ que a orientagdo de F x deve estar entre as orientagoes de Fz Fg Para encontrar 0 valor correto de @somamos 180°,obtendo 86,0" + 180° = 94, (Resposta) PETE) ait 21 | corgs eercse prétons p. (a) Ordene os arranjos de acordo com o médulo da Ree Titica 1: Simbolos que Representam Cargas Aqui esté um guia geral para os simbolos que representam cargas. Se um simbolo 4, com ou sem indiee,€ usado em uma sentenga na qual co sinal da carga néo foi especificado, a carga pode ser positiva ou negativa. As veres 0 sinal éindicado explicitamente, como na no- tagio +g ou-q a A Fig. 21-10¢ mostra duas particulas fixas: uma particula de carga q, = +8q na origem e uma particula de carga q; ~2g em x = L. Em que ponto (que nao esteja a uma distancia infinite das cargas) um proton pode ser colocado de modo a ficar em equiltbrio (sem estar submetido & ne~ nhuma forga)? Este equilibrio é estavel ou instdvel? [oeia.crave Fé forga exercida sobre o préton pela carga qy ¢ F) € a forca exercida sobre 0 proton pela carga 42.0 ponto que procuramos é aquele no qual F\ + Fi = 0. Isso significa que (21-8) Assim, no ponto que procuramos as forgas que as ou tras duas particulas exercem sobre o proton devem ter 0 mesmo modulo, ou se Ah 18) © as forgas devem ter sentidos opostos, Raciocinio: Como a carga do proton € positiva, as cargas do préton e da particula de carga q, tém o mesmo sinale, portanto, a fora F exercida sobre o proton por esta parti- ‘cula aponta para longe de q,. Como o proton e a particula de carga q, tém sinais opostos,a forga F; exercida sobre o proton por essa particula aponta na diresao de q2 As dire- ‘Goes “para longe de q,” e “na diregdo de gz” s6 podem ser opostas se 0 préton estiver sobre a reta que liga as duas particulas, ou seja,sobre 0 eixo.x. Se o préton estiver em um ponto do eixo x entre q; € ancomo 0 ponto P da Fig. 21-105, F, e F, terio © mesmo sentido e no sentidos opostos, como desejamos. Se o pré= ton estiver em um ponto do eixo x a esquerda de g,, como ‘© ponto S da Fig, 21-10c, F, e F, terao sentidos opostos. Entretanto,de acordo com a Eq.21-4,F,¢ F, ndo poderio ter médulos iguais; F) sera sempre maior que F;,j4 que Fy Quando o problema envolve mais de uma carga, as cargas podem ser indicadas como mtitiplos do médulo de uma carga de referencia, Assim, por exemplo,a notagio +2g significa uma carga va cujo médulo é duas vezes maior que 0 médulo de uma ccarga de referéncia g, ¢ ~34 significa uma carga negativa cujo m6= dulo ¢ tr8s vezes maior que 0 médulo da carga de referé © FIG. 21-10 (a) Duas particulas de cargas qj €q2 so mantidas fixas sobre oeixo x, separadas por uma distancia L. (b)-(d) Tees pposigdes possiveis de um proton, P,Se R.Nas tres posigdes, Fé x forga que particula | exerce sobre oprotone F,€a forga que a partieula 2 excrce sobre 0 proton sera produrido por uma carga mais proxima (com menor valor de r) ¢ maior médulo (8q,em comparacio com 24). Finalmente, se 0 proton estiver em um ponto do eixo .¥A direita de q, como 0 ponto R da Fig. 21-94. F, ¢ F; te- Ho novamente sentidos opostos Entretanto, como agora a carga de maior médulo (q,) esté mais distante do préton que carga de menor médulo existe um ponto no qual F ¢ F, sio iguais. Seja x a coordenada deste ponto € seja gp @ carga do préton Céleulos: Combinando a Eq. 21-9 com a Eq. 21-4, obte- mos: 1 84% __1_ __24% re, x ey LY (21-10) (Observe que apenas os médulos das cargas aparecem na Eq.21-10.) De acordo com a Eq, (21-10), temos: ey L ) ep _ ._.-—.—ss gs Extraindo a raiz quadrada de ambos os membros, obte- mos: ‘oque nos dé (Resposta) © equilibrio no ponto x = 24. € instavel. Quando o préton é deslocado para a esquerda em relagdo ao ponto 24 | Lede Cadonb R,F,¢ F; aumentam, mas F; aumenta mais (porque qs esta mais proxima que q,) € a forga resultante fax com que 0 proton continue a se mover para a esquerda até se chocar com a carga qa, Quando o proton é deslocado para a direita ‘em relagio ao ponto R, F, ¢ F; diminuem, mas F, diminui mais e « forga resultante faz com que 0 préton continue a se mover indefinidamente para a direita. Se 0 equilibrio fosse estivel, o proton voltaria & posigio inicial/depois de ser deslocado ligeiramente para a esquerda ou para a di- reita, ue Sens Tética 2: Como Desenhar os Vetores das Forcas Ele- trostaticas Quando o dado do problema é um conjunto de articulas carregadas, como na Fig. 21-Ja, € 0 objetivo é de- terminar a forsa cletrostitica total a que esta submetida uma das particulas. em geral é conveniente desenhar um diagrama de corpo livre com a particula de interesse e as forgas a que cla estd submetida, como o da Fig. 21-9b, Se voce preferir de- Na Fig. 21-L1a, duas esferas condutoras iguais, A e By esto separadas por uma distancia a (entre os centros) muito maior que 0s raios das esferas. A esfera A tem uma carga positiva +Q, e a esfera B é eletricamente neutra, Inicialmente nao existe nenhuma forga cletrostatica en- lre as esferas, (Suponha que a carga induzida nas esferas possa ser desprezada porque as esferas esto muito afas- tadas.) (a) As esferas sao ligadas momentaneamente por um fio condutor suficientemente fino para que a carga que se acu- mula no fio possa ser desprezada. Qual é a forga eletrosté- ‘ca entre as esferas depois que o fio ¢ removido? En (1) Como as esferas sao iguais, devem te mina eom cargas iguais (mesmo sinal e mesmo valor ab- solUuto) ao serem ligadas por um fio. (2) A soma inicial das cargas (incluindo 0 sinal) deve ser igual 8 soma final das cargas. Raciocinio: Quando as esferas so ligadas por um flo, os clétrons de condugao (negativos) da esfera B, que se re~ elem mutuamente, podem se afastar uns dos outros (mo- endo-se, através do fio, para a esfera A positivamente car regada, que 08 atrai, como mostra a Fig. 21-11). Com isso, esfera B perde cargas negativas ¢ fica positivamente car- regada, enquanto a esfera A ganha cargas negativas e fica menos positivamente carregada. A transferéncia de carga cessa quando a carga B aumenta para +Q/2 ¢ a carga de 4 diminui para +Q/2, o que acontece quando uma carga ~ 2/2 passa de B para A. Depois que fio € removido (Fig. 21-11c), podemos supor que a carga de cada esfera nao perturba a distribui- senhar essas forcas certfique-se de que todos os vetores sejam 10“ N ro sentido negativo do eixo x. Qual €0 valor da rario qcige!? a Be o FiG.21-29 Problema 16. 17 Ascargase coordenadas de duas particulas mantidas fixas 10 plano ay s80 gy = +30 uC,» = 35 em,y, = 050m e go = 4,0 uC. = —2,0em,y2 = 15.em. Determine (a) o médulo ¢ (b) ‘ orientagdo da forga cletrostatiea que a particula I exerce sobre a particula 2. Determine também (c) a coordenada « (dl) a coor denada y de uma terceira particula de carga q; = +40 uC para {que a forga exercida sobre ela pelas particulas | e 2seja nul, #618 Duss particulas sGo mantidas fixas em um eixo x. A parti= cola Ice carga 40 yxC, est situada em x = ~2,0 em; particula 2, de carga Q, est situada em x = 340 cm. A particula 3 esta inicial- mente no eixo ye éliberada,« partir do repouso.no ponto y = 2.0 cm, O valor absoluto da carga da pariicula 3 é 20 aC. Determine fo valor de Q para que @ aceleragio inicial da particula 3 seja (a) no sentido positive do eixo x; (b) no sentido positive do eixo y. #619 Na Fig. 21-28, particule 1, de carga +q.€ a perticula 2, de carga +4,00q, io mantidas @ uma distancia L = 9,00 emsobre tum eixo x. Se um particula 3 de carga qs permancee imével a0 ser colocada nas proximidades das particulas 1 e 2, determine (2) a raziio qyqi (0) a coordenada + da partfcula 3; (c) a coordenada y da particula 3. #9620 A Fig 21-30 mostra um sistema de quatro partculascar= regadas, com 6 = 30,0" ¢ d = 2,00 em, A carga da partieula 2 € gs = +800 x 10" C; a carga das particulas 364 é qs = as 1,60 x 10-¥ C. (a) Qual deve ser a distancia D entre a origem © @ particule 2 para que a forga que age sobre a particula 1 seja rmula? (b) Se as particulas 3 ¢ 4 sio aproximadas do eixo x man- tendo-se simétricas em relagio a este eixo, valor da distancia D ¢ maior, menor ou igual a0 do item (a)? FIG. 21.30 Problema 0. 21 Na Fig. 21-31, as particulas 1 ¢ 2, de carga gy +3,20 x 10°C, estdo sobre o eixo y, a uma distancia d ‘em da origem.A particula 3, de carga qs = +640 x 10°" C,€ des- locada ao longo do eixo x, de x = D até x = +50 m. Para que va- lor de x o méxiulo da forga cletrostitica exercida pelas particulas Le 2 sobre a particula 3€ (a) minimo e (b) maximo? Quais so os valores (e) minimo e (d) méximo do méculo? 21.31 Problema21, 22 A Fip. 21-320 mostra um sistema de trés particulas car regadas separadas por uma distancia d. As partfculas A e C esta0 fixas no lugar sobre 0 eixo x, mas a particula B pode se mover a0 longo de uma circunferéncia com centro na particula A. Durante ‘o movimento, um segmento de zeta ligando os pontos A ¢ B faz, tum angulo @ com o eixo x (Fig. 21-326). As curvas da Fig. 21-32¢ ‘mostrar, para duas situagdes, o médulo Fx, da forga eletrostatiea total que as outras particulas exercem sobre a particula A. Esta forga total estd plotada em fungio do Angulo @ e como siiltiplo dda uma forga de referéncia F,, Assim, por exemplo, na curva 1, para @ = 180°, vemos que Fxg = 2F. (a) Para a situagao corres pondente & curva 1, qual é 4 razdo entre a carga da particula C a carga da particula B (incluindo o sinal)? (b) Qual € a mesma razio paraa situagio correspondente & curva 2? ft a 8 @ B a“ 4 ? o © Fi. 21-32 Problema 22 23 Umacasca esféricanio-condutora, com um raio interno de 4.0em ¢ um taio externa de 6 (1c, possui uma distribuigdo de car- ‘20s nao-homogenea. A densidade volumérica de cargu p €a carga por unidade de volume, medida em coulombs por metro eubico, No caso dessa casca, p = bir-onde r€ a distancia em metros a partir do ‘centro da casca & b = 3.0 Cm. Qual éa carga total dacasca? segdo 21-5 A Carga E Quantizada +24 Qual é 0 médulo da forga eletrostitica entre um fon de s6 dio monoionizado (Na’ ,de carga +2) e um fon de cloro monoin- nizado (CI-, de carga —e) em um cristal de sal de covinha, se a distineia entre os fons é2,82 * 10°! m? #25. Omédulo da forga eletrostitica entre dois fons jguais sepa rados por uma distancia de 5,0 x 10°! m€3.7 x 10-?N. (a) carga de cacia fon’ (b) Quantos elétrons estio “faltando”™ cada fon (fazendo, assim, com que © fon possua uma ca tricadiferente de zero)? 26 Uma corrente de 0300 A que atravesse © peito pode pro- duzir fibrilagao no coragao de um ser humano, perturbando 0 ritmo dos batimentos cardiacos com efeitos possivelmente fatais, Se a corrente dura 2,00 min, auantos elétrons de condugio atra: vessam 0 peito da vftima? 1°27. Quantos elétrons 6 preciso remover de uma mooda para deixdsta com uma carga de +140 x 10°7C? *28 Duas pequenas gotas d'agua esféricas, com cargas iguais de ~1,00 10° C estao separadas por uma distancia entre os ccentros de 1,00 em. (a) Qual € 0 valor do médulo da forea eletros- titica @ que cada uma esta submetida? (I) Quantos elétrons em excesto possti cade gota? +29 A atmosfera da Terra ¢ constantemente bombardeada por raias ebsmicos provenientes do espago sideral, constitufds py cipalmente por précons. Se a Terra no possulsse uma atmosfera, ceada metro quadrado da superficie terrestre reeeberia em média 1500 protons por segundo, Qual seria a corrente elétrica recebida pela superficie de nosso planeta? #930 A Fig.21-33a mostra duas particulas carregadas, 1 ¢ 2,que sido mantidas fixas sobre um cixo x. valor absoluto da carga da partieula 1 € jg) = 8.00e. A particula 3, de carga qs = +8.e, que «stava inicialmente sobre o cixo x, nas vizinhangas da particula 2, € deslocada na sentido positivo do eixo x. Em conseqtiéncia, a forga eletrostética total Fi, a que estésujeita a particula 2 va- ria. Fig. 21-335 mostra a componente + dessa forca em funglo da coordenada x da particule 3. escala do eixo.« € definida por 4, = 080 m.A curva possui uma assintota Fag = 15 X 10" N ara x—> *, Determine o valor da earga gs de particula 2, X +m: (b) 8C +!H— X; (e) SN + 4H tHe + X. (Sugestdo: Consulteo Apéndice F) Problemas Adicionais 38 Na Fig. 21-37, quatro particulas sav mantidas fixas sobre 0 eixo x, separadas por uma distincia d = 2,00 cm. As cargas das particulas so @) = 42, 9: = ~e, qs = +e © gy = +4e, onde = 1,80 10" C. Em termos dos vetores unitarios, determine a forga eletrostatica a que esta submetida (a) a particula 1; (b) a partfeula 2. FIG, 21-37 Problema38. 39. NaFig 21-38, particula 1, de carga +e, estd a uma distin« cia d, = 2,00 mm do solo,¢ a particula 2, de carga +6e, esté sobre 0 solo, @ uma distancia horizontal d; = 6,00 mm da part(cula 1 ‘Qual é a componente 1 da forga eletrostatica exercida pela parti- ula I sobre a particula 2? FIG. 21.38 Problema39, 40 Uma particula de carga Q € mantida fixa na origem de um sistema de coordenadas xy. No instante ¢ = 0, uma partieula (m1 = 0,800 g.g = +4.00 uC) esta situada sobre o eixo x,n0 ponto 20.0 em, € se move com uma velocidade de 50,0 mis no sen~ lo positivo do eixo y, Para que valor de Q a particula exeeuta ‘um movimento circular uniforme? (Desprez o efeito da forge gravitacional sobre a particula.) 41. Uma barra ndo-condutora carregada, com um comprimen- to de 2,00 me uma segdo reta de 4,00 cm? esta sobre 0 semi ceixo x positivo com uma das extremidades na origem. A densi- dade voluméirica de carga p & a carga por unidade de volume ‘em coulombs por metro efbico, Determine quantos elétrons em excesso existem na barra se (a) p € uniforme, com um valor de —4,00 jeCim?;(b) 0 valor de p é dado pela equasao p= br’ onde b= =2,00 xCim'. A2_Uma carga de 6,0 uC 6 dividida em duas partes, que st0 ‘mantidas a uma disténcia de 3,00 mm, Qual 0 maior valor possi ‘vel da forca cletrostitica entre as duas partes? 43. Quantos megacoulombs de carga elétrica positiva cxistem ‘em 1,00 mol de hidrogénio (H,) neutro? 44 A Fig, 21-39 mostra uma barra longa, no-condutora, de massa despreaivel, de comprimento L, articulada no centro e cequilibraca por um bloco de peso W a uma distancia x da extre- smidade esquerda, Nas extremidades direita e esquerda da barra cexistem pequenas esferas condutoras de carga positjva q © 2¢. respectivamente. A uma distincia vertical h abaixo das esferas cexistem esferas fixas de carga positiva Q. (a) Dtermine a distan- x para que a barra fique equilibrada na horizontal. (b) Qual deve ser o valor de h para que a barra ndo exerga nenhuma forga vertical sobre o apoio quando esti equilibrada na horizontal” FIG. 21-39 Problema 44. 45 Um néutron é composto por um quark “up”, com uma carga de +203, dois quarks “down”. cada um com uma carga de —e!3 Se os dois quarks “dawn” esto weparados por um distancia de 2,6 * 10" m no interior do néutron, qual € 0 médulo da forge eletrostatica entre eles? AG Na Fig.21-40,trés esforas condutoras iguais slo dispostas de modo a formar um triangulo equilétero de lado d = 20.0 em. Os taios das esferas sho muito menores que d,e as cargas das esferas $80 94 = ~2.00nC, gy = —4,00 nC e ge = +8,00 0C.(a) Qual é0 médulo da forga elotrostitica entre as esferas A © C? Em sepuida, 6 executado 0 seguinte procedimento: A e B sdo ligadas por um fio fino, que depois ¢ removido; B é ligada 8 terra pelo fio, que dopois ¢ removido:; & © C sao ligadas pelo flo, que depois remo- vido. Determine © novo valor (a) do médulo da forga eletrost tica entre as esferas A € C; (b) do médulo da forga eletrostatica entre as esferas Be C / de FIG. 21.40 Problema 46. 47 Qual scria o médulo da forca eletrostitica entre duas cargas pontuais de 1,00 C separadas por uma distancia de (@) 1,00 m ¢ (b) 1,00 km se essas cargas pontuais pudessem exist (0 que nao E verdade) ¢ fosse possive] montar um sistema desse tipo? 48 Na Fig. 21-41, és esferas condutoras iguais possuem inicial= ‘mente as seguintes cargas:esfera A, 4Q; esfera B, ~6Q. esfera C. 0, As esferas A e B sao mantidas fixas, 2 uma distancia entre os centros que ¢ muito maior que o raio das esferas. Dois experi- ‘mentos so executados. No experiment 1 a estera C ¢ colocada ‘em contato com a esfera A, depois (separadamente) com a estera B ¢, finalmente, é removida, No experimento 2, que comega com ‘08 mesmos estados iniciais,a ordem é invertida: a esfera C & co locada em contato com a esfera B, depois (separadamente} com aesfera A ¢,finalmente, é removida. Qual € a razio entre a forga eletrostitica entre A e B no fim do experimento 2 ¢ a forca ele- twostatica entre Ae B no fim do experimento 1? —— @ @ FiG.27-41 Problemas 48.67. 49° Sabemos que a carga negativa do elétron e a carga positiva do préton tém o mesmo valor absolute. Suponha que houvesse uma diferenga de 0,00010% entre as duas cargas. Nesse caso, qual seria a forga de atrag3o ou repulso entre duas moedas de eobre situadas a 1,0 m de distancia? Suponha que cada moeda contenha 3 x 10 atomos de cobre. (Sugesizo: Um atome de cobre contém 29 protons ¢ 29 elétrons) O que ¢ possivel coneluir a partir desse resultado! 50__A que distincia devem ser colocados dois protons para que ‘© modulo da forga eletrostatica que um deles exeree sobre 0 ou- tro seja igual A forca gravitacional a que um dos prétons esté sub- imetido na superticieterrestre? 51 Dacarga Q que esti presente em uma pequena esfera, uma fragao a deve ser transferida para uma segunda esfera. As esfe- ras podem set tratadas como particulas. (a) Para que valor de « ‘o modulo da forga eletrostatica F entre as duas esferas 6 0 maior possfvel? Determine (b) 0 menor e (c) 0 maior valor de « para 0 ‘qual 6 igual a metade do valor maximo. 52_ Se um gato se esfrega repetidamente nas caleas de algodao do dono em um dia seeo, a transferéncia de carga do pélo do gato para o tecida de algedio pode deixar o dono com um excesso de carga de ~2,00 uC. (a) Quantos elétrons so transferidos para 0 dono? (O dono decide lavar as mios, mas quando aproxima os dedos da tormeira acontece uma descarga elétrica.(b) Nessa descarga, eletrons sao transferidos da torneira para 0 dono do gato ou viee- versa? (e) Pouco antes de acontecer a descarga, sic induridas cargas positivas ou negativas na torneira? (d) Se 0 gato tivesse se aproximado da torneira, 2 transferéneia de elétrons seria em gue sentido? (e) Se voot for acariciar um gato em um dia seco, deve tomar cuidado para nao aproximar ex dedos do focinho do animal, caso contrario poder ocorrer uma desearga elétrica, Levando em conta 0 fato de que o pélo de gato é um material o-condutor, explique como isso pode acontecer. 53. (a) Que cargas iguais ¢ positivas teriam que ser colocadas ha Terra ena Lua para neutralizar a atraglo gravitaclonal entre os dois astros? (b) Por que nao é necessério conhecer a distancia entre a Terra e a Lua para resolver este problema? (c) Quantos guilogramas de fons de hidrogenio (ou seja, protons) seriam ne- cessérios para acumular a carga positiva caleulada no iter (a) 54 Na Fig, 21-42, duas pequenas esferas condutoras de mesma ‘massa me mesma carga q esto penduradas em fios nio-condu- tores de comprimento [.. Suponha que o Angulo 0 é t3a pequeno {que a aproximagao tan @ = sen @ pode ser usada, (a) Mostre que 4 distancia de equilfbrio entre as esferas é dada por = « 4 FIG. 21-42 Problemas 54. 5S. GE)" Ogex (b) Se L = 120em,m 55. (a) Explique 0 que acontece com as esferas do Problema 54 se uma delas é descarregada (ligando, por exemplo, momen- taneamente a esfera a terra). (b) Determine a nova distancia de ‘equilibrio x, usando os valores dados de I. ¢ me 0 valor calcu- lado de ¢) (Oem, gual €0 valor de |g? 56 Na Fig. 21-24, as partiulas 1 © 2 sio mantidas fixas. Se a forga cletrostatica total exercida sobre a particula 3 & zero & Las= ~2,00L ;,qual 60 valor da razi0 qyiqn? 57 Qualé acarga total,em coulombs. de 75,0 kg de elétrons? S8_ Na Fig. 21-43, seis particulas carregadas cercam a particule 7 a uma distancia de d = 1,0 em ou 2d, como mostra a figura. As eargas io gy = +2¢, qs = *4e,qy= +e, 44 = +4e,95 = +2evq +8e,q, = +6e,com ¢ = 1,60 X 10-” C, Qual é 0 médulo da forga letrostética a que estd submetica a particula 7? FIG. 21-43 Problema 58, 59 Tids particulascarregadas formam um titulo: partioula 1, 90m uma carga Q, ~ 80.0 nC, est no ponto (03,00 mm):a par- ticula 2,com uma carga Q,,esté no ponto (0. 3.00 mm),e a par- ticula 3,com uma carga q = 18,0 nC, esta no panto (400 mm: 0), Em termos dos vatores unitérios qual 6a forga eltrostticn exer- «ida sobre a purticula 3 pelas outras duas particulas (a) para Q; = 80,0 aC3(b) para Q; ~ -80.0 1C? 60 Ne Fig 21-44, determine (a) 0 médulo ¢ (b) a orientagio da forga cletrostatica total a que est submetida a particula 4. Todas 4 partculas so mantidas fixas no plano xy; q, = ~320 x 10-” Cign = +320. 10 Gigs = +640 x 10°? Coq = +520 X 0 C6, BETA) Capitulo 21 | Corgas Elétricas FIG. 21-84 Problema60, 61 Duas cargas pontuais de 30 nC e ~40.nC sto mantidas fixas sobre o eixo x, na origem e no ponto x = 72 em,respectivamente. ‘Uma particula com uma carga de 42 4C ¢ liberada a partir do re- ppouso no ponto x ~ 28 em, Se a aceleragio inicial da particule é 100 kms qual é a massa da particula? 62. Na Fig. 21-23, quatro particulas formam um quadrado, As ‘cargas dog; ~ +9, 42 = 4y= 4 @ du = ~2,000. Qual 6 0 valor de {giQ 32 a forga eletrostatica total aque esta submetida a partfeula 1é zero? 63 Cargas pontuais de +6.0 uC © ~4,0 4C sto mantidas Oxas sobre 0 eixo dos x nos pontos x = 80 me x = 16 m, respectiva- mente, Que carga deve ser colocada no ponto x = 24m para que a orga eletrostatica total sobre uma carga colocada na origem sejanula? 64 Na Fig 21-28, particula 1,com uma carga de ~80.0 Ce a particula 2, com uma earga de “+40 uC, so mantidas fixas sobre ‘0 eixo x, separadas por uma distancia L = 20,0 cm, Em termos dos vetores unitérios, determine a forga eletrosttica total a que ‘é submetida uma particula 3,de carga qs = 200 nC, sea particula 3 € colocada (a) na ponto x = 40.0.em: (b) no ponto x = 80.0 cm, Determine também (¢) a coordenada x; (d) a coordenada y da particula 3 para que a forca eletrostética total a que é submetida sejanula 65 No decaimento radioativo da Eq. 21-13, um miicleo de "UW se transforma em "Th e ‘He, que ¢ ejetado. (Trata-se de niicleos, nao de dtomos: assim, nao hi elétrons envolvidos) Para uma distincia entre os nicleos de2"Th e *He de 9,0 x 10 m, deter: mine (a) a forga eletrostatica entre os nicleos: (b) a accleragdo do micleo de ‘He. 66 A soma dus cargas de duas pequenas esferas positivamente carregadas é 5,0 x 10°C. Se cada esfera € repelida pela outra com uma forga eletosttica de LON eas esferasestdo separadas por uma distancia de 2.0 m,qual é a carga da esfera com a menor carga? 67 As cargas inicias das tr esferas condulorasiguais da Fig. 2-4 sio as seguintes:esfera A, Q;esfera B, ~ Qlssestera C,O/2, onde Q = 2,0) x 10°C. As esferas A ¢ B so mantidas fixas com uma distancia entre os centro d = 1,20/m, que € muito maior Que oraio das esferas.A esfera C € colocada em contato primeiro com a esfera A e depois com a esfera B antes de ser removida. ‘Qual €o médulo da forga eletrosttica entre as esferas 4 ¢ B? 68 Um elétton se encontra no véeuo, perto da superficie da ‘Terra, no ponto y = 0 de um cixo vertical. Qual deve ser a coor- denada y de um segundo elétron situado sobre o eixo y para que 2 forga eletrostética exercica sobre o primeiro elétron compense ‘peso do primeiro ekétron? 69 Na Fig. 21-28, a particula 1, de carga —5,00q, a particula 2, de carga +2,004, si0 mantides a uma disténcia L sobre 0 eixo.x.Se ‘uma particula 3,de carga desconhecida q:,¢ colocada em um ponto tal que a forga eletrostatica total exercida sobre a particula é zero, determine (a) a coordeneda.x;(b) a coordeneda y da particula 3. 70 Dois estudantes de engenbaria, Jodo, com uma massa de 90 kg.e Maria, com uma massa de 45 kg, esto a 30 m de distancia tum do outro, Suponha que existam desequilibrios de carga de 10,01% nos corpos dos dois estudantes, com um deles positivo e o ‘outro negative. Determine a ordem de grandeza da forga de atra- Go eletrostatica entre os dais estudantes substituindo-os por es- feras de égua com a mesma massa, Campos Elétricos A reprodugao de muitas espécies de plantas floriferas depende de insetos para transportar © pdlen de uma flor para outra. As abelhas O que faz o rmalmente prestam esse servico 20 visitarem as flores para colher pélen saltar néctar, Entretanto, elas no se limitam a rocar na flor, recolhendo o polen oie do mesmo medo como recolhemos pé de giz de um quadro-negro se primetro para rogarmos nele. Na verdade, 0 pélen salta da florpara a abelha, ficapreso | a abelha e 20 corpo do inseto enquanto ele voa para uma segunda flor, e entdo : depois para a flor? Aresposta esté neste capitulo. salta para @ segunda flor. 23 Capitulo 22 | Campos Elétricos “ Canga de prova ‘gine ponto P ‘Objet carregade no campo P ® FIG. 22-1 (a) Uma carga de prova postva gy est colocad em tm Ponto Pas proximiades de {um objeto carregado, Uma forea cletosttia F age sobre a carga de prova, (8) Ocampo elético Eno onto Ppreduride por um objeto caregado Alguns Campos Elétricos Local ouSituagio Valor (NIC) Superfcie de um niicleo de uranio 3x10" tomo de hdropéni, siuma distancia de 529 10 ""mdo miicleo 5x10" Ruptura dielé doar 3108 Perto da superficie carregada de uma, fotocopiadora 1 Perto de um pente carregado 10° Atmosfera inferior 10 Interior de um fio decobre de uma instalagio residencial = 10-7 22-1 O QUEE FISICA? {A fisica do capitulo anterior mostra como determinar a forga elétrica exercida so- bre uma particula 1 de carga +q; quando a particula ¢ colocada nas proximidades de uma particula 2 de carga +qz. Resta, porém, uma pergunta intrigante: como a particula 1 “sabe” que existe a particula 2? Em outras palavras, se as particulas nao se tocam, por que a particula 2 afeta a particula 1? Como explicar 0 que constitui na realidade uma agéo 4 distincia, j& que nao existe uma ligagao visivel entre as parti ‘ullas? Um dos objetivos da fisica & registrar observagdes a respeito do nosso mundo, ‘como o médulo ¢ a orientagao da forca que a particula 2 exerce sobre a particula | outro explicar essas observagdes. Um dos objetivos deste capitulo é explicar o que acontece quando uma particula sofre os efeitos de uma forga elétrica. Podemos dizer que a particula 2 cria um campo elétrico no espago que a cerca, Quando a particula 1 6 colocada em um ponto qualquer desse espaco a particula “sabe” que a particula 2 existe porque é afetada pelo campo elétrico que a particula 2 criou nesse ponto. Assim, a particula 2 afeta a partfcula 1 nao através de um contato direto, mas através do campo elétrico produzido pela particula 2. Neste capitulo vamos definir 0 campo elétrico ¢ discutir as formas de calculé-lo para varios sistemas de particulas carregadas, 22-2 | O Campo Elétrico A temperatura tem um valor definido em todos 0s pontos de uma sala. Para medir a temperatura em um ponto ou em uma série de pontos basta usar um termme- tro. distribuigdo de temperaturas resultante é chamada de campo de temperatura, Analogamente, pocemos definir um campo de presso para a.atmosfera, constituido pela distribuigao de valores de pressao do ar, um para cada ponto da atmosfera. Os campos de temperatura e de pressio sao campos escalares, jd que a temperatura ¢ a pressdo sao grandezas escalares. (O campo elétrico é um campo verorial, constituido por uma distribuigio de vero- ‘es, um para cada ponto de uma regio em torno de um objeto eletricamente carre- ado, como um bastio de vidro. Em principio, podemos definir o campo elétrico em um ponto nas proximidades de um objeto carregado, como 0 ponto P da Fig. 22-14, da seguinte forma: colocamos no ponto P uma carga positiva q», chamada carga de prova, medimos a forga eletrostatica F que age sobre a carga qo ¢ definimos o campo elétrico F produzido pelo objeto através da equagio oe (campo clétrico). (224) Assim, 0 médulo do campo elétrico E no ponto P é E = Figy ¢ a orientacdo de Eé a da forea F-que age sobre a carga de.prova (que'guponios set positiva). Convo minstra 1a Fig. 22-16, representamos o campo elétrico no ponto P como um vetor cuja ori- gem est em P, Para definir 0 campo elétrico em uma regiao do espaco definimos o campo em todos os pontos da regio. ‘A unidade de campo elétrico no SI é 0 newton por coulomb (NIC). A Tabela 22-1 mostra os campos elétricos associados a alguns objetos. Embora seja usada uma carga de prova para definir o campo elétrico produrido por um objeto carregado, o campo existe independemtemente da carga de prova. campo no ponto P da Fig. 22-1h existia antes de ser introduzida a carga de prova da Fig. 22-1a e continua a existir depois que a carga de prova é introdurida, (Na defi- nicao de campo elétrico est implicita a suposicao de que a presenca da carga de prova nao afeta a distribuigdo de cargas e, portanto, naojafeta o campo elétrico que estamos medindo,) Para investigar 0 papel de um campo elétrico na interagdo entre objetos carre- gados temos que realizar duas tarefas: (1) calcular 0 campo elétrico produzido por ‘uma dada distribuigao de cargas; (2) ealeular a forga que um eampo elétrico dado exeree sobre uma carga. A primeira tarefa serd executada nas Segdes 22-4 a 22-7 para varias distribuigdes de cargas. A segunda serd executada nas SegGes 22-8 e 22-0 para uma carga pontual e um par de eargas pontuais na presenga dé um campo elé- rico, Antes, porém, vamos discutir uma forma de visualizar campos elétricos, 22-3 | Linhas de Campo Elétrico cientista inglés Michael Faraday, que introduriu a idéia de campos elétricos no século XIX, imaginava que o espago nas vizinhangas de um corpo eletricamente car. regado era ocupado por linkas de forca. Embora nio se actedite mais na existencia dessa linhas. hoje conhecidas como linhas de campo elétrico, elas sao uma boa ma- neira de visualizar os campos elétrieos. A relagio entre as linhas de campo e os vetores de campo elétrico ¢ a seguinte: (2) em qualquer ponto, a orientagdo de uma linha de campo retilinea ou a orienta- a0 da, tangente a uma linha de campo ndo-retilinea € a orientagdo do campo clé- trico F nesse ponto; (2) as linhas de campo sao desenhadas de tal forma que 0 nu ‘mero de linhas por unidade de érea, medido em um plano perpendicular as Tinhas, € proporeional ao méduto de E. Assim, E tem valores elevados nas regides em que as linhas de campo estdo mais proximas e valores pequenos nas regides em que as inhas de campo estao mais afastadas. A Fig, 22-2a mostra tuma esfera com uma distrituigaio homogénea de cargas ne- gativas. Quando colocamos uma carga de prova positiva nas proximidades da esfera a carga de prova € submetida a uma forga eletrostdtica dirigida para o centro da esfera Isso significa que em todos os pontos nas proximidades da esfera 0 vetor campo elé- ‘rico aponta para o centro da esfera. Esse padrao pode ser visto nas linhas de campo cia Fig. 22-26, «jue apontam na mesma diregao que os vetores da forga eletrostatica e do campo elétrico. Além disso, o maior espacamento das linhas em pontos mais distantes mostra que o médulo do campo elétrico diminui com a distincia do centro da esfera, Se a esfera da Fig. 22-2 estivesse carregada com cargas positivas, os vetores campo elétrico apontariam para fonge da esfera, Assim, as linhas de campo elétrico também apontariam para longe da esfera. Temos, portanto, a seguinte regra: A Fig. 22-3a mostra parte de uma placa infinita ndo-condutora com uma dis- tribuigao uniforme de eargas positivas em uma das superficies. Quando colocamos sma catga de prova positiva nas proximidades da placa a carga é submetida a uma rei eletrostitica perpendicular a placa, jé que as forgas aplicadas em todas as ou- as diregoes se cancelam por eausa da simetria, Além disso, o sentido da forga & @ 6 No 23 | Uns de Campo lsvico (PI o Goran ‘proxa positiva uinnas “/Z e-campo “ lentes re FiG. 222 (a) Umaforca eletrostética F age sobre uma carga de prova positiva colocada nas proximidades de uma esfera que contém uma distribuigdo uniforme de cargas negativas (5) © vetor campo elétrico £ na posicto da carga de prova c as linhas de campo no espago que cerca a esfera. AS linhas de campo elétrice zerminam na esfera negativamente carregada, (As linhas t8m origem em cargas positives distantes.) FG. 222. (a) Uma forea cletrosttca F age sobre uma cag de prova positiva colocada nas poximidades de una placa muito brande,no-condutora,com uma Gistribuigo uniforme de eargns puskive et ma dassuperics (+) Ovetor campo eet E na posi da carga de Tinkas de campo nas placa, Aslinhas de campo elétrico comecam na placa postivarente arrepad,(c) Vist lateral de (6). st / FIG. 224 Linhas de campo para dduas cargas pontuais postivasiguais ‘As cargas se repelem. (As linhas terminamem cargasnegativas distantes) Para visalizaro padirao tridimensional das linhas de campo, {ire mentalmente a figura em torno dle um exo passando pelas cargas. © padrao tridimensional e ocampo elético que tepresenta possuem simeria rowcional em telagioa este eixo. A figura mostra também 0 vetor campo elétrid em um pont do espago, Observe que o vetor é tungente linha de campo que passa pelo panto. ot FIG. 22-5 Linhasde campo para uma carga pontual positiva ‘© uma carga pontusll negativa de mesmo valor absoluto situada ns proximidades. As cargas se atraem, (Opadrao tridimensional de inhas de campo e o campo elétrico que representa possuem simetria rotacional em relagao a um eixo passando pelas cargas, A figura ‘mostra também 0 velor campo clstrico em um ponto do espago:0 votor é tangente linha de campo que passa pelo ponto. para longe da placa. Assim, os vetores campo elétrico as linhas de campo em qual: quer ponto do espaco, dos dois lados da placa, sio também perpendiculares a placa apontam para longe da placa (Figs.22-3o e ¢). Como a carga esta homogeneamente distribuida na placa, todos os vetores campo elétrico tem o mesmo médulo. Este Lipo de campo eléirico, no qual es vetores tém o mesmo médulo ¢ a mesma orienta- 920 em todos os pontos do espago, ¢ chamado de campo eléirico uniforme. Naturalmente, nenhuma placa real ndo-condutora (como, por exemplo, um pe- dago de plistico) tem dimensées infinitas; entretanto, na regido proxima do centro de uma placa real, Jonge das bordas, o campo elétrico e as linhas de campo tém a orientagao das Figs 22-3 e ¢. A Fig. 22-4 mosira as linhas de campo para duas cargas positivas iguais, A Fig. 22.5 mostra as linhas de campo para duas cargas de mesmo valor absoluto e sinais ‘opostos, uma configuragdo conhecida como dipoto elétrico. Embora as linhas de campo raramente sejam usadas de forma quantitativa, si0 muito titeis para visua- lizar as configuragdes de campo elétrico. O leitor nao pode quase “ver” as cargas se ropelirem na Fig, 22-4 ese atrairem na Fig, 22-5? 22-4 | Campo Elétrico Produzido por uma Carga Pontual Para determinar 0 campo elétrieo produzido a uma distancia r de uma carga pontual q,colocamos uma carga de prova q» nesse ponto. De acordo com a lei de Coulomb (Eq.21-1),0 médulo da forga eletrostatica que age sobre qo dado por 1 940, 2. ame) 2) sentido de F € para longe da carga pontual se q 6 positiva ¢ na diregao da carga pontual se q é negativa. De acordo com a Eg. 22-1, 0 médulo do vetor campo elé- trico ¢ dado por ad Go Arey 2. a {carga pontual). (22:3) O sentido de F é 0 mesmo da forca que age sobre a carga de prova: para longe da carga pontual,se q € positiva,¢ na diregao da carga pontual, se q é negativa ‘Como nao ha nada de especial no ponto que escolhemos para colocar qu, a Eq. 22-3 pode ser usada para caleular 6 campo em qualquer ponto do espaco.A Fig. 22-6 ‘mostra o campo produzido por uma carga positiva em forma vetorial (e nao como linhas de campo). Nao é dificil ealeular o campo elétrico total, ou resultante, produzido por duas ‘ou mais cargas pontuais. De acordo com a Eq.21-7,quando colocamos uma carga de ate = SA: +f NS yt FIG. 22-6 Vetores campo elétrico em varios pontos das vizinhangas de uma carga pontual positiva.

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