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Escola Mário Barbosa

Prof. Dr. Lelio Favacho Braga – 4ª Avaliação – 2023/2º semestre/2º ano


Este material é para o seminário – 0 a 5 pontos e também para o trabalho escrito, após
o seminário no valor de 0 a 5 pontos. As mesmas regras para o trabalho escrito do
seminário de 0 a 1 ponto (menos elaborado), também, valem para o trabalho escrito
após o seminário no valor de 0 a 5 pontos (mais elaborado): caso o trabalho menos
elaborado esteja igual ao trabalho mais elaborado acarretará na anulação do trabalho de
0 a 5 pontos:
(a) Cabeçalho: escola/turma/turno/série – passa 2 linhas;
(b) Nome completo dos integrantes da equipe (um em baixo do outro) sem
abreviar/passa 2 linhas;
(c) o 1º integrante escreve seu tema numa linha e na linha a seguir repete o seu nome
completo – passa 2 linhas e coloca suas considerações sobre o que será defendido no
seminário. Os outros integrantes do grupo farão a mesma ação que fez o 1º integrante.
OBS 1: É para fazer 1 cabeçalho por equipe.
OBS 2: O não cumprimento de uma dessas regras acarretará na perda de 1 ponto.
O não cumprimento de 2 dessas regras acarretará na perda de 2 pontos e, assim
por diante.

Data de entrega do trabalho escrito e início dos seminários: 2ª semana de aula de


filosofia para todas as equipes. Fora desse prazo o referido trabalho perde a validade. A
defesa do seminário acontece somente com a entrega do trabalho escrito na data
assinalada. A lista das equipes será entregue ao professor na 1ª aula de Filosofia para
esta avaliação.

Prazo de entrega do trabalho escrito de 0 a 5 pontos: dá 2ª aula de filosofia até a


penúltima aula de filosofia antes da 4ª avaliação marcada pela escola.

TEMAS

Livre-Arbítrio na Relação entre Razão e Fé em Tomás de Aquino (1º integrante).

O livre-arbítrio é fundamental para Tomás de Aquino, agindo como uma ferramenta que
permite que os seres humanos escolham entre a fé e a razão. Essa escolha equilibrada
possibilita uma compreensão mais completa da verdade. A relação entre razão e fé,
quando mediada pelo livre-arbítrio, é vital para o pensamento do filósofo e teólogo.
Essa harmonia facilita o entendimento da realidade divina e natural, permitindo que a
razão e a fé se complementem, em vez de se contradizerem. O livre-arbítrio
desempenha um papel crucial na construção dessa harmonia, possibilitando escolhas
racionais em busca de uma compreensão mais completa da verdade.

Na concepção de Tomás de Aquino, as relações entre razão, fé e livre-arbítrio são


fundamentais para sua filosofia e teologia. Ele via esses elementos como interligados e
complementares, em oposição a conflitantes. Vamos analisar essas relações de maneira
mais substanciada:

Razão e Fé como Aliadas: Tomás de Aquino acreditava que a razão e a fé não deveriam
ser inimigas, mas sim aliadas na busca pela verdade e na compreensão do mundo. Ele
argumentava que a verdadeira fé não entraria em conflito com a razão, pois ambas são
dadas por Deus e, portanto, não podem se contradizer. A razão é vista como uma
ferramenta dada por Deus para entender o mundo natural, enquanto a fé permite o
acesso a verdades divinas e sobrenaturais.

Papel da Razão na Compreensão da Fé: Aquino defendia que a razão desempenha um


papel importante na compreensão da fé. Ele via a razão como capaz de investigar e
elucidar as verdades naturais que formam a base da fé. Por exemplo, através da razão,
alguém poderia chegar à conclusão de que Deus existe, e essa conclusão poderia
fortalecer a fé em Deus. Portanto, a razão não é vista como oposta à fé, mas como uma
ferramenta que pode ajudar a fundamentar a fé.

Livre-Arbítrio na Escolha entre Fé e Razão: O livre-arbítrio é fundamental na


concepção de Tomás de Aquino. Ele acreditava que os seres humanos têm o livre-
arbítrio, a capacidade de fazer escolhas e agir de acordo com sua vontade. O livre-
arbítrio é visto como um dom de Deus e uma característica essencial que permite que os
seres humanos escolham aderir à fé e viver uma vida virtuosa. Assim, as pessoas têm a
liberdade de escolher a fé ou a razão como guias em suas vidas.

Equilíbrio entre Fé e Razão: Aquino argumentava que encontrar um equilíbrio entre fé e


razão era fundamental para alcançar uma compreensão completa da verdade. A fé pode
oferecer acesso a verdades divinas e sobrenaturais que a razão não pode alcançar. No
entanto, a razão pode fornecer uma base sólida para a fé, ajudando a elucidar e
fundamentar a crença. Portanto, ele via o equilíbrio entre esses elementos como uma
maneira de alcançar a verdade completa.

Niilismo em Friedrich Nietzsche: Uma Crítica à Metafísica (2º integrante).

O niilismo, na filosofia de Friedrich Nietzsche, é uma crítica profunda à metafísica


tradicional. Ele denuncia a busca por verdades e realidades transcendentes como uma
negação do mundo sensível e uma forma de "fuga da realidade". Nietzsche argumenta
que essa separação entre o mundo sensível e o mundo inteligível leva ao
enfraquecimento das crenças religiosas tradicionais e à necessidade de encontrar um
novo sentido e significado na era moderna. O niilismo, para Nietzsche, representa o
vazio resultante da rejeição de valores transcendentes e a necessidade de encontrar
novas interpretações e significados para a existência humana.

O conceito de niilismo, tal como desenvolvido por Friedrich Nietzsche (1844-1900), é


central em sua filosofia e reflete sua preocupação com a evolução da cultura e da moral
na sociedade moderna. Nietzsche definiu o niilismo como a crença na falta de valor
absoluto, especialmente na ausência de valores transcendentes, que tradicionalmente
eram derivados da religião.

Para entender o niilismo em Nietzsche, é essencial reconhecer o contexto em que ele


surgiu. O filósofo alemão viveu em um período de profunda mudança social e
intelectual, marcado pelo avanço da ciência, pelo ceticismo em relação à religião e pela
erosão das bases tradicionais da moral. Ele viu a ascensão do secularismo e o declínio
da influência da Igreja como fatores que estavam minando as crenças religiosas que
haviam fornecido significado e valores à sociedade por séculos.

À medida que as crenças religiosas enfraqueciam, Nietzsche argumentava que uma


sensação de vazio e falta de significado estava se tornando mais proeminente na cultura
ocidental. As antigas certezas sobre Deus, moral e verdade estavam sendo questionadas,
e as pessoas estavam confrontadas com a perspectiva de um universo sem significado
absoluto. Essa percepção de falta de valor absoluto é o que Nietzsche rotulou como
niilismo.

Nietzsche viu o niilismo como um desafio existencial e moral para a humanidade. Ele
estava preocupado com as implicações do niilismo, que, para ele, poderiam levar à
desorientação, ao desespero e à decadência cultural. O vazio resultante do niilismo
(percepção de falta de valor absoluto) poderia levar as pessoas a questionar o propósito
da vida e a validade de qualquer sistema de valores.

No entanto, Nietzsche não considerava o niilismo como necessariamente negativo. Para


ele, era uma fase de transição que poderia, potencialmente, abrir espaço para o
estabelecimento de novos valores e significados. Ele via o niilismo (falta de valor
absoluto) como uma oportunidade para a humanidade reavaliar e redefinir seus valores
com base na existência terrena, na criatividade humana e nas potencialidades
individuais, em vez de depender de valores transcendentes.

O niilismo, na concepção de Nietzsche, representa a crença na falta de valor absoluto,


especialmente na ausência de valores derivados da religião. Reflete o desafio enfrentado
à medida que as crenças religiosas tradicionais enfraquecem, gerando uma sensação de
vazio e falta de significado. É uma condição que resulta do declínio das crenças
religiosas tradicionais e da busca por um novo sentido e significado em uma era
marcada por profundas transformações culturais e intelectuais.

Nietzsche argumenta que os valores tradicionais fornecidos pela religião


desempenharam um papel fundamental na estruturação da moral e na definição de
significado na vida das pessoas. A crença em Deus e na moralidade religiosa fornecia
um alicerce sólido para a existência humana, oferecendo orientação, propósito e um
sistema de valores que transcendia as preocupações mundanas.

No entanto, à medida que o avanço da ciência, o aumento do conhecimento e as


mudanças sociais minaram essas crenças religiosas, muitas pessoas começaram a
questionar a existência de um valor absoluto. Nietzsche viu isso como um problema, já
que, na ausência de valores absolutos, a sociedade corria o risco de cair no niilismo
(falta de valor absoluto). Esse niilismo representava a ideia de que a vida carece de
significado e que os valores tradicionais eram apenas ilusões.

Para Nietzsche, o niilismo poderia levar a uma crise existencial, na qual as pessoas se
sentem perdidas e sem um propósito claro. Ele alertou que, a menos que algo fosse
estabelecido em substituição aos valores tradicionais, o corpo social poderia ser
confrontado com um vazio moral e uma sensação de desespero. Portanto, Nietzsche
estava preocupado com as consequências do niilismo (falta de valor absoluto) e
argumentava que era necessário encontrar novas formas de significado e valores que se
baseassem na existência terrena e nas potencialidades humanas, em vez de depender de
valores transcendentes.

Portanto, Nietzsche concebe o niilismo como a negação de valores absolutos,


especialmente aqueles que derivam da religião. Ele percebe o niilismo como um desafio
para a sociedade moderna, que precisa encontrar novas bases para significado e valores
na ausência das antigas crenças religiosas.

Crítica à Metafísica: (3º integrante)

Friedrich Nietzsche é amplamente reconhecido por sua crítica à metafísica, que


representa uma busca por verdades e realidades que estão além do mundo físico,
que não podem ser percebidas pelos sentidos humanos. Essa crítica se estende
principalmente à filosofia metafísica tradicional, incluindo as obras de filósofos como
Platão e Immanuel Kant. A crítica de Nietzsche a essa abordagem filosófica é
profundamente fundamentada e visa desafiar a noção de que existe um “mundo
inteligível” separado do “mundo sensível”.

Nietzsche argumenta que a filosofia metafísica tradicional estabelece uma divisão


marcante entre o “mundo sensível” e o “mundo inteligível”. O “mundo sensível”
representa o mundo que vivenciamos com nossos sentidos, o mundo físico e empírico,
cheio de experiências e percepções. Por outro lado, o “mundo inteligível” refere-se a um
reino de ideias ou realidades superiores, inacessíveis aos sentidos e que transcendem o
mundo físico.

O problema identificado por Nietzsche é que essa divisão leva a uma negação do mundo
sensível em favor do mundo inteligível, o que ele descreve como uma espécie de “fuga
da realidade”. Nesse sentido, Nietzsche considera que a filosofia metafísica tradicional
(ou seja, a busca por verdades e realidades que estão além do mundo físico, que não
podem ser percebidas pelos sentidos humanos), valoriza o mundo inteligível, e
menospreza ou subestima o mundo sensível, onde vivemos nossas vidas.

A crítica de Nietzsche à metafísica é impulsionada pela ideia de que essa abordagem


filosófica nega o valor e a importância do mundo em que vivemos, das experiências
humanas e da existência terrena. Nietzsche acredita que o mundo sensível, repleto de
experiências, prazeres, desafios e sofrimentos, é o verdadeiro local onde a vida e a ação
humana ocorrem. Assim, ao subestimar ou negar o mundo sensível em prol do mundo
inteligível, a filosofia metafísica tradicional pode ser vista como uma forma de
escapismo, como uma tentativa de fugir da realidade cotidiana. Nietzsche, em vez disso,
valoriza a vida terrena e a experiência humana como fundamentais. Ele acredita que é
necessário abandonar essa separação entre mundos e reconhecer a importância do
mundo sensível como o único mundo onde a vida acontece. Em vez de buscar verdades
transcendentes (verdades que estão além do mundo físico e das limitações da
experiência empírica), escapando, ou fugindo da realidade, Nietzsche encoraja uma
filosofia que abrace a existência terrena e valorize as experiências humanas como a
própria essência da vida.

Portanto, a crítica de Nietzsche à metafísica é um apelo à valorização da vida no mundo


sensível e à rejeição da negação da realidade em busca de um mundo inteligível
inatingível. Para Nietzsche, a vida terrena é o local onde devemos encontrar significado,
valor e propósito, em vez de buscar realidades transcendentes que escapem à riqueza da
experiência humana.
Ética Deontológica de Immanuel Kant: Razão, Dever e Imperativo Categórico (4º
integrante).
A ética de Immanuel Kant é centrada na construção da moral com base na razão e no
dever. Kant argumenta que a moralidade é fundamentada na autonomia da vontade e na
noção de dever. Ele enfatiza que as ações moralmente corretas são aquelas realizadas
por um senso de dever, em oposição a interesses pessoais ou inclinações. Kant propõe o
Imperativo Categórico como um princípio moral fundamental que requer que ajamos de
acordo com máximas universalizáveis. A moralidade deve ser respeitada acima de
qualquer desejo ou inclinação, e as pessoas devem ser tratadas como fins em si mesmas,
não como meios para outros fins. A construção da moral em Kant baseia-se na
autonomia, dever e universalização das máximas, promovendo uma ética deontológica
que valoriza o dever moral acima de qualquer consequência.

Moral com base na razão e no dever: Kant argumenta que a moralidade não deve
depender de sentimentos, desejos ou inclinações pessoais, mas sim da aplicação da
razão e do cumprimento do dever. Isso significa que a moralidade é uma questão de
princípios racionais que devem ser seguidos independentemente de nossas preferências
individuais.

Autonomia da vontade: Kant destaca a importância da autonomia da vontade, o que


significa que as pessoas são capazes de tomar decisões racionais e agir de acordo com
sua própria vontade. Essa capacidade de escolha é fundamental na ética de Kant.

Imperativo Categórico: Kant propõe o Imperativo Categórico como um princípio moral


fundamental. Este imperativo exige que ajamos de acordo com máximas (regras ou
princípios de ação) que possam ser universalizadas, ou seja, que seriam aceitáveis como
uma lei geral que se aplica a todos. Isso significa que as ações devem ser realizadas com
base em princípios que possam ser aplicados de forma consistente em todas as
situações.

A parte abaixo é do 4º integrante, mas caso fique aluno(a) sem equipe no seminário,
passa a ser do Integrante extra.

Dever moral: Kant enfatiza que as ações moralmente corretas são aquelas realizadas por
um senso de dever, em oposição a interesses pessoais ou inclinações. O cumprimento do
dever é um imperativo moral, independentemente de qualquer consequência ou
benefício pessoal.

Respeito pela humanidade: Kant argumenta que as pessoas devem ser tratadas como
fins em si mesmas, não como meios para outros fins. Isso significa que devemos
respeitar a dignidade e a autonomia de cada indivíduo, em vez de usá-los para atingir
nossos próprios objetivos.

Universalização das máximas: Kant sustenta que uma ação é moralmente correta se a
máxima que a orienta puder ser universalizada sem contradição. Em outras palavras, se
todos seguissem a mesma regra, a ação seria moralmente aceitável. Esse teste ajuda a
determinar a moralidade das ações.

Ética deontológica: A ética de Kant é frequentemente chamada de ética deontológica, o


que significa que ela se concentra no dever moral intrínseco de uma ação, em vez de
avaliar as consequências. Kant valoriza o cumprimento do dever como o aspecto mais
importante da moralidade.

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