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INTRODUÇÃO

Trata-se do estudo execução e dimensionamento de um projeto de instalação


de Estação de Tratamento de Água – ETA, no Município de Areia Branca, Rio
Grande do Norte, com vazão estimada de 160 L/s ou 576 m³/h, constituída por
unidades de tratamento, coagulação, floculação, decantação e filtragem,
conforme o estabelecido pela NBR 12216/1992.

O referido projeto tem como finalidade a captação de água bruta, implantação


da respectiva rede adutora de água bruta e equipamentos suficientes e
necessários ao tratamento e conversão em água potável destinada ao
consumo humano, conforme padrões de potabilidade da portaria GM/MS Nº
888, de 4 de maio de 2021.

LOCALIZAÇÃO

Areia Branca é um município brasileiro localizado no litoral norte do estado do


Rio Grande do Norte e região da Costa Branca. Situada na mesorregião Oeste
Potiguar e na microrregião Mossoró limitada pelos municípios de Serra do Mel,
Porto do Mangue, Grossos e o Oceano atlântico, abrangendo assim, uma área
de 373 Km².

Circundada pelos rios Mossoró, Apodi-Mossoró e Ivypanin, os quais se


interceptam nos extremos da cidade, junto ao Oceano Atlântico. Areia Branca
caracteriza-se como uma ilha.

A sede do município tem uma altitude média de 3 m, acima do mar, e


apresenta coordenadas 04 º 57’ 21,6” de latitude a sul e 37º 08’ 13,2” de
longitude oeste, com distância à capital de 322 Km, sendo seu principal acesso
a Natal, feito pela rodovia BR – 110.

Areia Branca é caracterizada e bem conhecida por suas belas praias


paradisíacas de areias brancas, dunas, falésias e, além de uma porção
territorial dominada pelo sertão, apresenta uma das mais ricas e variáveis
formações geográficas do estado do Rio Grande do Norte, também
reconhecida por sua produção de sal, por isso, lhe é atribuído, o título de “Terra
do Sal”.
Figura 01: imagem aérea de Areia Branca - RN

PROJEÇÃO POPULACIONAL (Aspectos condicionantes)

Sua população residente, segundo o censo do IBGE de 2000, era de 22.530


habitantes e em 2005, a população total, segundo estimativa do IBGE, era de
23.353 habitantes e densidade demográfica de 60,47 hab/Km².

O município possuía ainda 5.608 domicílios permanentes, sendo 4.446 na área


urbana e 1.182 na área rural, onde 4.507 eram abastecidos de água, através
da rede geral, 257 através de poço ou nascente e 864 por outras fontes.
Apenas 38 eram ligados à rede geral de esgotos.

As principais atividades econômicas do município eram: agropecuária, pesca,


extração de petróleo e gás natural, extrativismo e comercio.

Em termos de infraestruturas, Areia Branca possuía 01 hotéis, 07 Pousadas e


245 empresas atuantes no comercio varejista. (Fonte: IDEMA-2001).
O município possui um clima do tipo quente e semiárido, com estação chuvosa
deslocada para o outono e precipitação pluviométrica anual de 693,6 mm,
sendo o período chuvoso de fevereiro a maio, temperatura média anual em
torno de 27,3ºC e umidade relativa média anual de 69%. (Fonte: IDEMA –
1999).

Um levantamento realizado no município registou a existência de 71 pontos de


água, ou seja, 01 poços escavados e 70 poços tubulares, destinados ao
abastecimento de água como uso comunitário e particular, tendo como
finalidade o uso doméstico primário (água de consumo para beber), uso
doméstico secundário (água de consumo humano e uso geral), uso para
dessedentação animal e uso na agricultura e outros fins.

ESTUDO DE PROJETO

As obras de abastecimento e tratamento de água são projetadas para atender


a uma determinada população, em geral maior que a atual, correspondente ao
crescimento demográfico em determinada quantidade de tempo. Esse período
de tempo, denominado “Período de Projeto”, pode variar entre 20 a 30 anos
sendo comum adotar-se o período de 20 anos.

No entanto, se as obras previstas em projeto, forem imediatamente construídas


para atender o período de projeto inicial, haverá um período de grande
ociosidade do investimento nos anos iniciais, o que implica, grande oneração à
população de início de projeto. Para evitar que tal aconteça, as obras podem
ser subdivididas, isto é, executas em etapas.

Um sistema de bombagem, por exemplo, pode operar inicialmente com duas


bombas (sendo uma de reserva) e, à medida que a necessidade aumenta,
serão instalados novos equipamentos (bombas) em paralelo;

Uma estação de tratamento pode ter sua capacidade duplicada ou triplicada


construindo novas unidades de acordo com a expansão urbana. A ideia, é que,
os equipamentos previstos em projeto, sejam instalados de acordo com a curva
de demanda da cidade e crescimento populacional.
Figura 02: Panorâmica do cais de Areia Branca, na visão de quem chega pelo rio
(Foto: Maria Silva - Dorinha).

Densidade Demográfica

A forma como a população se distribui no espaço territorial é também uma


importante condicionante da concepção, podendo influenciar em decisões
como a opção por soluções individuais, coletivas e providas de rede ou não. A
ocupação característica de uma vila rural pode demandar soluções
substancialmente distintas de uma cidade constituída por uma população
densa. No primeiro caso, além da ocupação mais dispersa, menor densidade
demográfica, a concepção da solução também é influenciada pelas
características locais, de natureza física, econômica ou sociocultural.

População da área de projeto

Fixado o período de projeto estima-se a população a ser atendida durante o


período de referência. Para o estudo da projeção populacional referente ao
município de Areia Branca, Rio Grande do Norte, o projeto de
dimensionamento de sistema de tratamento de água, considerará os seguintes
aspectos:

 A qualidade das informações que servirão para a projeção populacional.


 O efeito do tamanho da área, considerando a maior probabilidade de
erros, proporcionalmente inversos, em áreas pequenas.
 Quanto maior o período de tempo alcançado pela projeção, maiores os
erros esperados.
 A compatibilização das diversas projeções realizadas, para diferentes
níveis geográficos.

De acordo com os dados do IBGE, censos dos anos 2000, 2010, e 2020, este
realizado em 2022, o resultado das pesquisas realizadas pelo próprio Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma população de 22.530
habitantes no ano 2000 e uma década depois em 2010, essa população era de
25.315 habitantes o que significa um crescimento populacional de 2785
habitantes nessa década, ou seja, um crescimento demográfico na ordem dos
12,3%.

Fazendo a mesma observação ao período de 2010 a 2020, e considerando a


média das projeções do IBGE para 2019 e 2021, encontra-se uma população
de 27.975 habitantes em 2020, o que representa um crescimento de 10,5%.
Entretanto, na pesquisa do censo 2022, e em relação às projeções de 2019 e
2021, o censo de 2022 mostra uma população de apenas 24.093 habitantes o
que representa uma queda de -4,83% na população.

Segundo OLIVEIRA, Costa Branca News, em sua página digital, no mesmo


censo, a pesquisa do lBGE aponta que a cidade de Areia Branca tem uma
densidade populacional demográfica de 70,29 hab./ Km² e uma média de 2,94
moradores por residência. Outro dado curioso é o de que no mesmo censo a
população brasileira aparece com um crescimento de 6,45% em relação ao
censo de 2010 e a população de Rio Grande do Norte, no mesmo período, um
aumento de 4,24%. Ainda, segundo OLIVEIRA:

Considerando o último censo realizado pelo IBGE em 2010 e as estimativas


populacionais feitas pelo órgão em 2019 e 2021 a população de Areia
Branca sempre apresentou crescimento. Eram 25.315 pessoas em 2010
(último censo), 27.774 em 2019, e 28.156 pessoas em 2021”.

É de referir que o censo de 2020 foi adiado para 2022, por razões
relacionadas ao período da pandemia.

Face ao exposto e para efeitos de projeção populacional, no âmbito do projeto,


não são considerados os dados referentes à queda de população em 2022, são
entendidos como uma exceção, causada por fatores imprevisíveis e
excepcionais, o que implica que o crescimento demográfico, para efeitos de
cálculo do período de projeto, seja fundamentado nas taxas de crescimento
das duas últimas décadas.

Este estudo, considera ainda a população flutuante, aquela que ocorre em


localidades turísticas e de veraneio a qual provoca variações da população ao
longo do ano, atingindo valores mais elevados nos períodos de férias e feriados
importantes.

Serão também considerados, além dos consumos domésticos o consumo


comercial referente aos estabelecimentos comerciais distribuídos na área
urbana, o consumo público referente aos prédios públicos praças e jardins e o
consumo industrial que atende tanto às pequenas e medias empresas
localizadas na área urbana quanto aos grandes consumidores industriais. Além
dos referidos consumos é necessário considerar os consumos no próprio
sistema de operação bem como as perdas que ocorrem neste. Na
determinação das vazões e capacidade das unidades e das instalações de
abastecimento, referidas nos consumos anteriores está expresso o consumo
per capita (qpc), em L/hab*dia.

Outro fator importante a considerar na capacidade das unidades do sistema é a


variação temporal das vazões. As unidades devem funcionar para a demanda
média, mas também suprir as variações que ocorrem ao longo do tempo, dias
ou anos. Essas variações são consideradas pelos denominados coeficientes de
reforço: o coeficiente do dia de maior consumo (K1) e o coeficiente da hora de
maior consumo (K2). Segundo a NBR 12.216, para os coeficientes K1 e K2
serão considerados reciprocamente os valores de 1,2 e 1,5 e da mesma forma,
nos cálculos de vazão, serão considerados os consumos de água necessários
à manutenção e lavagens na ETA, (QETA), neste caso 3%, bem como, um valor
singular de grande consumidor (Qs), 1,6.

Métodos para o estudo demográfico

São diversos os métodos aplicáveis ao estudo demográfico, dos quais


destacamos os seguintes:

 Método dos componentes demográficos.


 Métodos matemáticos.
 Método de extrapolação gráfica.

O método dos componentes gráficos, considera a tendência passada verificada


pelas variáveis demográficas, como fecundidade, mortalidade e migração,
sendo formuladas hipóteses de comportamento futuro. É, no entanto, um
método, segundo o autor, mais adequado a grandes densidades populacionais
ou macrozonas, como a cidade de São Paulo onde as variáveis são mais
previsíveis e as tendências mais constantes, com menor grau de oscilação e
inercia.

Métodos matemáticos onde a população futura é estabelecida através de


equação matemática, cujos parâmetros são obtidos a partir de dados
conhecidos. Vários são os métodos matemáticos conhecidos, destacando o
aritmético, o geométrico e a curva logística. Assim, considerando os dados
demográficos dos últimos 22 anos, e em relação à população de Areia Branca,
RN obtém-se os seguintes valores:
TIPO DE PESQUISA ANO POPULAÇÃO (hab)

CENSO - IBGE 2000 22 530

PROJEÇÃO IBGE 2005 23 353

CENSO - IBGE 2010 25 315

PROJEÇÃO LOCAL 2015 27 115

PROJEÇÃO IBGE 2019 27 774

PROJEÇAO 2020 27 975

PROJEÇÃO IBGE 2021 28 156

CENSO - IBGE 2022 24 093

Tabela 01: Crescimento Demográfico

Projeção pelo Método aritmético

Este método, pressupõe uma taxa de crescimento constante para os anos que
se seguem, a partir de dados conhecidos, por exemplo, a população do último
censo, onde matematicamente se tem a seguinte representação:

dP/dt = Ka

Onde dP/dt representa a variação da população (P) por unidade de tempo (t) e
Ka é uma constante. Considerando P0 a população do penúltimo censo (ano t0)
e P2 a população do último censo (ano t2), tem-se:

Método Aritmético

P = P0 + Ka *(t –t 2)

Utilizando os dados da população dos últimos censos (2000 e 2019) tem-se:

Calculo de Ka:

P 2−P 0
Ka =
t 2−t 0
;
27774−22530
Ka =
2019−2000
; = 276,0

 População para o ano de 2024.

P = P 0 + Ka * (t – t2)

P = 22530 + 276,0 *(2024 – 2000)

P = 29.154 habitantes.

 População para o ano de 2044

P = P 0 + Ka * (t – t2)

P = 22530 + 276,0 *(2044 – 2000)

P = 34.674 habitantes.

Método Geométrico

Kg (t – t2)
P = P0 * e

Calculo de Kg:

lnP 2−lnP 1
Kg =
t 2−t 0

ln 27774−ln 22530
Kg = = 0, 011
2019−2000

 População para o ano de 2024


Kg (t – t2)
P = P0 * e

0,011 *(2024 - 2000)


P = 22530 * e

P = 29.338 habitantes

 População para o ano 2044

0,011 *(2044 - 2000)


P = 22530 * e

P = 36.557 habitantes

Considerando, o crescimento populacional segundo uma taxa constante e o


período de fim de projeto a 20 anos como um período razoável para uma
população de baixa densidade, considerando ainda a diferença obtida entre os
dois métodos e atendendo à segurança do período de projeto, considera-se o
valor obtido por projeção geométrica, isto é, para o início de projeto, ano 2024,
29.338 habitantes e para o período de fim de projeto, ano 2044 considera-se,
uma população de 36.557 habitantes.

CÁLCULO DE VAZÕES

INICIO DE PROJETO

 Vazão média

P ( h ab )∗qpc∗(L /hab∗dia)
Q med (L/s) =
86400(s /dia)
;

29.338∗200
Qmed = 86400 = 68,0 L/s.

 Vazão de captação, de adução de água bruta e da ETA.


Q∗K 1∗24
Q PROD = x (1+qeta /100) + Qs;
t

Q PROD =¿* (1+0,03)] +1,6 = 127,7 L/s.

 Vazão total de Distribuição.

QDIST = (Q * k1 * K2) + Qs

Q DIST = (68,0 * 1, 2 * 1, 5) + 1, 6 = 124,0 L/s

CALCULO DE VAZÕES

FIM DE PROJETO

 Vazão média

P ( h ab )∗qpc∗(L /hab∗dia)
Q med (L/s) = ;
86400 ¿ ¿

36.557∗200
Qmed = = 85,0 L/s.
86400

 Vazão de captação, de água bruta e da ETA

QPROD = ¿ * (1+0,030)]+ 1,6

Q PROD =¿ * (1+0,03)] + 1,6 = 160,0 L/s.

 Vazão total de Distribuição.


Q DIST=(Q∗K 1∗K 2)+Qs

Q DIST = (85,0 * 1,2 * 1,5) + 1,6 = 154,6 L/s

Sendo as vazões de início e fim de projeto iguais a 128,0 L/s e 160,00 L/s e
assegurando a construção de uma estrutura de chegada de água bruta que
garanta hidraulicamente as condições de final de projeto procede-se ao cálculo
e dimensionamento da unidade de mistura rápida hidráulica do tipo “Calha
Parshall”, a qual terá como função a realização da etapa da coagulação.

Coagulação: consiste essencialmente na desestabilização das partículas


coloidais e suspensas realizada pela conjunção de ações físicas e reações
químicas, com duração de poucos segundos, entre o coagulante, a água e as
impurezas presentes.

Mistura Rápida: segundo a NBR 12.216 é a operação destinada a dispersar


produtos químicos na água a ser tratada, em particular no processo de
coagulação, onde as condições em termos de gradiente de velocidade, tempo
de mistura e concentração da solução de coagulante, devem ser determinadas
preferencialmente em ensaios de laboratório.

Calculo e dimensionamento da Calha Parshall

Dimensionamento de unidade de mistura rápida hidráulica, do tipo Calha


Parshall, para vazão de início de projeto 128,0 L/s ou 460,0 m³/h e fim de
projeto 160 L/s ou 576 m³/h
Figura 03 - Calha Parsahll.

As calhas Parshall, são uma das opções mais escolhidas, na composição das
unidades de tratamento de água, no Brasil. Sua simplicidade operacional, baixa
necessidade de manutenção e facilidade de implantação, em estações de
tratamento de água de pequeno, médio e grande porte, fazem delas uma
excelente opção como unidades de mistura rápida e eficiente.

As calhas Parshall possibilitam também trabalhar como unidades de


macromedição. Seu princípio básico de funcionamento, baseia-se na formação
de um ressalto hidráulico em sua estrutura, que possibilita a obtenção de
gradientes de velocidade normalmente superiores a 1000 s -1. Sua versatilidade
como unidade de mistura rápida, possibilita ainda, sua aplicação para
diferentes vazões, desde 10L/s até 5.000L/s. As calhas Parshall são ainda
caracterizadas pela largura de sua garganta W, a qual pode variar de 1”
(2,54cm) até 10” (304,80cm). Assim, para cada largura, obtém-se dimensões
geométricas padronizadas e por conseguinte, conhecidas.
Figura 04 – Traçado em planta e seções da calha Parshall;

Um aspecto funcional do ponto de vista construtivo é que, as calhas Parshsall,


por serem padronizadas, podem ser adquiridas pré-fabricadas.

Para seu dimensionamento, uma vez que a calha Parshall é munida de uma
seção crítica no escoamento, para cada uma dessas seções, há uma relação
direta (biunívoca), entre a profundidade a montante da garganta e sua vazão. A
profundidade é medida a uma distância adequada da garganta, sendo esta 2/3
do comprimento linear da dimensão.

As opções mais comuns para a implantação de unidades de mistura rápida do


tipo hidráulica são:

 Calhas Parshall
 Ressalto hidráulico em canais retangulares.
 Vertedores retangulares e suas variantes.
 Misturadores estáticos.
Abaixo encontram-se duas tabelas (2.2 e 2.3) munidas de cotas e
características geométricas, referentes à calha Parshall, as quais servirão de
informação de dados, ao cálculo e dimensionamento, desta unidade de mistura
rápida.
Sendo as vazões de início e fim de projeto iguais a 128,0 L/s ou 0,128 m³/s e
160,00 L/s, 0,16 m³/s e assegurando a construção de uma estrutura de
chegada de água bruta que garante hidraulicamente as condições de final de
projeto:

DIMENSIONAMENTO DE CALHA PARSHALL

 Passo 1: Seleção da calha Parshall

Para uma vazão de fim de plano igual a 160,0 L/s e selecionando uma calha de
largura W, igual ou superior a 9” (22,9cm), cuja largura e vazões de trabalho se
situam entre 2,5 L/s e 252,0 L/s, de acordo com tabela 2.2.

 Passo 2: Cálculo da altura de água e velocidade na seção de medição


de descarga:
h 0 = B* Qm = 1,505 *Q0,654

h0 = altura da lâmina liquida na seção de medição.


Q = vazão em m³/s
h 0 = 1,505 * 0,160,654 = 0,454 m

A largura no meio da seção será calculada pela equação:


2 2
D’ = *(D – W) + W = *( 57,50 – 22,90)+ 22,90 =
3 3
45,97cm

D’ = largura na seção de medição em m


D e W = características geométricas da calha Parshall Tabela 2.2
Tendo os valores da largura e nível de água, pode-se calcular a
velocidade na seção de medição.

Q 0 , 16 m ³/ s
V0 = = = 0,77 m/s
A 0,4597∗0,454
V0 = velocidade na seção de medição associada à profundidade h, em m/s.
 Passo 3: Determinação da carga hidráulica na seção de medição.

Toma-se como plano de referência o ponto mais baixo da calha de Parshall e a


carga hidráulica na seção de medição será calculada da seguinte forma:

V 0² 0 ,77²
H 0 = h0 + + 2∗9 , 81 + 0,114; H0 =
2∗g + N = 0,454
0,598m.

H0 = carga hidráulica na seção de medição em mca.

 Passo 4: Cálculo da velocidade de escoamento (V1) e da altura do nível da


água (Y1) no início do ressalto hidráulico.

A velocidade e a profundidade no início do ressalto hidráulico serão calculadas


pelas equações:

Θ 2∗gH 0 1/2 V 1²
V 1 = 2 cos
3
*(
3
) e, Y = H0 –
2∗g

Uma vez que as equações empregadas no cálculo de ressalto hidráulico em


canais horizontais não são aplicáveis, a solução de equações para canais
inclinados requer a determinação de Θ, que pode ser calculado da seguinte
maneira:

g∗Q
Cos (Θ) = W∗(0 , 67∗g∗H 0)3/2

9 , 81∗0 , 16
Cos Θ ¿− = - 0,882
0,229∗( 0 , 67∗9 , 81∗0,598 ) 3 /2

Com a obtenção de Θ = 151,9º procede-se ao cálculo de V1 e Y1.

Θ 2 g∗H 0 1/2 151, 9 º 19 ,62∗0,598 1/2


V 1 = 2* cos ( 3 ¿*( 3
¿ = 2cos (
3 ) *( 3
¿

V1 = 2,51 m/s

V 1² 2 , 51²
Y1 = H 0 - = 0,598 - = 0,28 m
2g 19 ,62
 Passo 5: Cálculo do número de Froude e altura do nível de água (Y d) na saída
do trecho divergente da calha Parshall.
O cálculo, da profundidade conjugada no ressalto hidráulico, é em função do
número de Froude e cujas grandezas, podem ser obtidas pelas seguintes
equações:
V1 2 , 51
Fr = = = 1,51
√ g∗Y √ 9 ,81∗0 , 28

Y1 0 , 28
∗[ √1+8∗Fr −1]=
2
Y2 = * [√ 1+8∗1, 51² -1] = 0,474m
2 2

Sendo o trecho divergente de escoamento ascendente, a profundidade


relaciona-se comY2 pela seguinte expressão:

Yd = (Y2 – N +K) = 0,474 – 0,114 + 0,076 = 0,436 m

Sendo: N e K = características geométricas da calha Parshall (tabela 2.2).

 Passo 6: Cálculo da velocidade do escoamento na saída do trecho


divergente e perda de carga no ressalto hidráulico.

A velocidade no trecho divergente é calculada pela seguinte expressão:

Q Q 0 , 16
Vd = = = = 0,97 m/s
A Yd∗C 0,436∗0 ,38

C = característica geométrica da calha Parshall. (Tabela 2.2).

Aplicando a equação de Bernoulli entre a seção de medição 0 e a seção 2,


e desprezando os termos cinéticos, escreve-se que:
h 0 + N = Y2 + ΔH

ΔH = h0 + N – Yd = 0,454 + 0,114 – 0,436 = 0,132 m

Passo 7: Cálculo do tempo de detenção hidráulico no trecho divergente e do


gradiente de velocidade.

O valor de tempo de detenção hidráulico médio no trecho divergente pode


ser estimado com base em uma velocidade média conforme a expressão:

Gp Gp 0,457
Θ=
Vm
=
(V 1+Vd)/2
= (2 , 51+ 0 , 97)/2
= 0,375 s

Calculo do gradiente de velocidade:

G=
√ P
μ∗Vd
=
√ Υ ∗Q∗ΔH
μ∗Vd
=
√ Υ ∗ΔH
μ∗θ

G=
√ Υ ∗ΔH
μ∗θ
=
√ 998 , 2∗9 , 81∗0,132
−3
1,002∗10 ∗0,375 s
= 1854, 8 s-1 > 1000 s-1 OK!
Gradiente de velocidade em função da vazão para calha
Parshall de 9"22,9 cm
2000

1900
Gradiente de Velocidade S-1

1800

1700

1600

1500

1400

1300

1200

1100

1000
128 130 132 134 136 138 140 142 144 146 148 150 152 154 156 158 160

Vazão L/s

Observando os valores apresentados no gráfico acima, verifica-se que para a


ampla faixa de vazões esperadas para a estação de tratamento de água 128
L/s para início de projeto e 160 L/s para final de projeto, a calha Parshall
adotada proporciona valores de gradientes de velocidade superiores a 1.000 s -
1
.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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aponta o Censo do IBGE, disponível em: wwwcostabrancanews.com,
acessado em: 10 de fevereiro 2024, às 17,00 horas.

Imagem aérea de Areia Branca, disponível em: www.google.com/maps;


acessado em 10 de fevereiro de 2024, às 14 horas.

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SECKLER, Sidney Ferreira Filho, Tratamento de água: concepção, projeto


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TSUTIYA, Milton Tomoyuki, Abastecimento de Água, Departamento de


Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, ed.3ª, São Paulo – SP, 2006.

NUNES, Marcus, Funcionamento da Calha Parshall, disponível em:


www.portalprojetista.com.br, acessado em: 09 de fevereiro 2024, às 10:30
horas.

BELTRÃO, Bruno Augusto; CASTRO, João de Mascarenhas; SOUZA, Luiz


Carlos Junior; Diagnóstico do Município de Areia Branca, Projeto Cadastro
de Fontes de abastecimento por Água Subterrânea Estado do Rio Grande do
Norte, Ministério de Minas e Energia, Recife –PE, setembro 2005.

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