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HISTÓRIA E LEGISLAÇÃO DO SUS

O SUS nasceu há pouco mais de 30 anos, teve como marco legal a CF88 que
designou o estado como provedor da saúde e todo cidadão como beneficiário
deste serviço. Antes de o SUS desabrochar, a ideia de saúde estava
intimamente ligada a ausência de doenças. Aos poucos percebeu-se que os
hábitos de vida, o meio ambiente como um todo, os comportamentos sociais e
a classe social, interferiam diretamente sobre a saúde, iniciando assim a
aceitação de um conceito ampliado de saúde, entendendo outros setores da
sociedade como atores principais do processo saúde-doença.

A assistência à saúde, à priori, estava relacionada ao trabalho formal, quando


apenas trabalhadores formalizados, ou seja, contribuintes, tinham acesso à
assistência médica, através das caixas de previdência do INAMPS (Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) – que antes do SUS,
sendo extintas somente em 1993 definitivamente em todo o país, através da
Lei Federal 8.689 de 1993. Desta forma, quem não estava registrado
formalmente na classe trabalhadora do Brasil, era obrigado a recorrer à
médicos particulares, sendo a assistência hospitalar também restringida a
recursos financeiros próprios. Quem não tinha emprego registrado e nem podia
pagar por assistência particular, precisava recorrer aos Postos Municipais de
Saúde ou Santas Casas de Misericórdia, que dada a situação no país,
naturalmente estavam sempre lotadas.

Observando essas disparidades, iniciou-se um processo de Reforma Sanitária


no Brasil, trazendo experiências estrangeiras além de discussões referentes à
Conferência de Alma Ata, que construiu o Decreto de Alma Ata como produto
de todas as discussões, e que trazia 10 pontos de cuidados primários pela
saúde, avaliava a saúde um conjunto de bem-estar físico, mental e social e já
não aceitava a ausência de doença como um indicador de saúde. A
conferência defendeu também, que a saúde precisava ser promovida a todos
os povos ao redor do mundo, com urgência, especialmente nos países em
desenvolvimento. Era defendido, nesta ocasião, que a saúde deveria ter
acesso ampliado, e que o financiamento não devia se limitar à Previdência,
mas ser promovido pela política de desenvolvimento.

A partir de 1985 iniciou-se o processo de discussão para criação da


Constituição Federal. Um ano mais tarde, em 1986 foi realizada a 8ª
Conferência Nacional de Saúde e criada a Comissão Nacional de Reforma
Sanitária a fim de realizar o planejamento primário para um sistema de saúde
orgânico nacional. A nova maneira de entender a Saúde culminou no art. 196
da CF/88.

Para promover a universalidade e igualdade de acesso, conforme o art.198


CF/88, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), basicamente com 3
diretrizes, quais sejam, descentralização, atendimento integral, com prioridade
para prevenção, sem contudo prejudicar a assistência à saúde e a participação
da comunidade. Essas diretrizes são as bases iniciais para desenvolvimento do
SUS e as veremos em todo arcabouço legal do SUS.

O orçamento para manutenção do Sistema Único de Saúde, juntamente com a


previdência e a assistência social, estão compreendidos como Seguridade
social. A Constituição cidadã, apresenta genericamente o SUS.

No art. 197, a CF/88 apresenta como de relevância pública, as ações e


serviços de saúde, trazendo além dessa responsabilização, a prerrogativa de
regulamentação, fiscalização e controle. Desta forma, a partir de agora vamos
adentrar ao estudo das Leis 8.080/90 e 8.142/90, denominadas Lei Orgânica
da Saúde.

A Constituição Federal vem transfazer o modelo da assistência à saúde no


Brasil, orientando um novo processo de fazer saúde buscando a radical
transformação do cenário que à época, desenhava-se nacionalmente. Dentro
desse cenário era nítido que as variadas doenças eram resultado do tipo de
desenvolvimento socioeconômico do país e que não existiam estratégias
capazes de os enfrentar; a divisão aleatória dos serviços de saúde,
concentrando nos grandes centros, a maior oferta de serviço e inexistência em
outros locais; além da centralização, que desfavorecia o processo de tomada
de decisão, insuficiência de recursos, deixava a população ainda mais a
margem da sociedade; desperdício de recursos alocados na saúde; baixa
cobertura assistencial da população, sobretudo entre os pobres e os mais
carentes; inexistência de identificação das competências entre os órgãos e as
instâncias administrativas; desempenho descoordenado dos órgãos públicos e
privados; inexistência de política de recursos humanos efetiva, baixos salários
e desmotivação dos profissionais da saúde; baixa qualidade dos serviços de
saúde; ausência de critérios e de transparência de gastos públicos; entre
outros milhares de problemas.

O SUS não é a reformulação do SUDS, ou o sucessor do INAMPS, mas um


novo sistema de saúde, em construção.

A Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 dispõe sobre a organização do SUS e


estabelece condições para execução das ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento, por sua vez, a Lei
8.142/90 trata do financiamento e do controle social, omissos na primeira
legislação e já auferidos anteriormente, através da CF/88.
Para nortear a aplicação de recursos humanos no âmbito do SUS, vamos nos
ater a algumas disposições da Lei 8.080/90. Primariamente é necessário
compreender que a saúde é direito fundamental do ser humano e o Estado
deve prover as condições necessárias ao seu pleno exercício, conforme
descrito no art.2º da Lei 8.080/90. Porém é também de suma importância
intentar, que o dever do Estado, não exclui o das pessoas, da família, das
empresas e da sociedade, ou seja, não é porque o Estado tem dever para com
o indivíduo, que ele não precisa se responsabilizar pela sua saúde, adotando
métodos de prevenção, estilos saudáveis de vida e reduzindo danos a si
próprio.

Outro ponto importante de se destacar, para orientação do trabalho no SUS


está disposto no art.3° da Lei 8.080/90, a saúde tem como fatores
determinantes e condicionantes, a alimentação, a moradia, o saneamento
básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o
transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços essenciais, entre outros. Desta
forma, se há insuficiência em qualquer desses aspectos, aí é necessário
atuação do profissional de saúde.

Então, o que é afinal o SUS e onde encontramos a atuação do SUS? É o que


fica ecoando em nossas mentes. Bem, o SUS é o conjunto de ações e serviços
de saúde prestados por qualquer instituição pública no âmbito dos três
poderes, administrados direta ou indiretamente e das fundações que são
mantidas pelo Poder Público. A iniciativa privada pode participar do SUS, em
caráter complementar, mas não integra o SUS. Os órgãos de controle e
qualidade, pesquisa, produção de insumos, medicamentos, sangue e
hemoderivados, e de equipamentos para saúde, estão incluídos nesse conjunto
de ações e serviços. Além desses diretamente relacionados, o SUS atua em
muitos outros segmentos, a exemplo dos bens e serviços e água para consumo
humano. Em tudo que pode impactar diretamente nos fatores condicionantes e
determinantes da saúde, o SUS participa, em alguma fase do processo.

O SUS é um sistema que objetiva dar assistência à população, baseado no


modelo de promoção, proteção e recuperação da saúde. Para isso, utiliza
meios, processos, estruturas e métodos, para torná-lo efetivo no país. Os
meios são orientados pelos princípios organizativos (descentralização,
regionalização, hierarquização, resolutividade, participação social e
complementariedade do setor privado) e devem constituir objetivos estratégicos
que tornem concreto o modelo de atenção à saúde, desejado para o SUS.
O SUS é único em cada esfera de governo, segue a mesma política, princípios,
diretrizes e doutrina em todo território nacional, em todas as três esferas
autônomas de governo: federal (MS), Estadual (SES) e Municipal (SMS), então
o SUS não é uma instituição, é um sistema, um conjunto de meios interagindo
para um fim comum.
Em um preceito Constitucional, o SUS se norteia pela universalidade, equidade
e integralidade.
Todo cidadão tem direito ao atendimento de suas necessidades, independente
de sua cor, posição social, raça, religião, local de moradia, posição política,
entre outros aspectos.
Todo cidadão é igual perante o SUS, devendo ser atendidos conforme sua
necessidade, sendo consideradas suas especificidades e problemas
específicos, sejam, individuais, coletivos, de regiões, entre outras
peculiaridades. Desta forma, sendo primordial oferecer mais a quem mais
precisa, tratando desigualmente os desiguais, diminuindo, assim, as
desigualdades existentes.
As ações e serviços de saúde devem ser orientadas ao mesmo tempo para
prevenção e cura. O SUS deve funcionar, atendendo o indivíduo como um
todo, como um cidadão único, individual, inserido em uma sociedade, passível
de danos e riscos. Além disso não se vê um indivíduo como um tuberculoso,
cardíaco, asmático, etc. Assim, o atendimento é orientado ao Ser Humano e
não a sua doença, sendo o atendimento direcionado também para erradicar
possíveis situações de causas e riscos e também tratar os danos.
Por esses motivos, as ações devem ser integradas, como as ações de
promoção que envolve, por exemplo, habitação, meio ambiente, educação; as
ações de prevenção, como saneamento básico, imunizações, ações coletivas e
preventivas, vigilância à saúde e ações de recuperação como atendimento
multiprofissional, tratamento e reabilitação.
Todas as três modalidades de ações, formam um todo indivisível, que não
pode ser compartimentalizado. As várias unidades e os vários graus de
complexidade, também compõem um todo indivisível com a finalidade de
prestar assistência integral.
A Lei 8.080/90 trata de vários subsistemas de atenção à saúde, justamente
com a finalidade de oferecer equidade e desenvolver atenção especializada a
populações específicas.

Por fim, a Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990, vem regulamentar as


omissões e os vetos da Lei 8.080/90, nascendo por um resultado de pressão
popular.

Esta legislação cria os Conselhos e as Conferências de Saúde e regulamenta


sua atuação. Em princípio, oferece aos diversos atores da sociedade um
instrumento efetivo de controle social, de participação e responsabilidade direta
nas tomadas de decisão.

Os Conselhos de Saúde são órgãos, deliberativos, atuam na formulação de


estratégias e no controle da execução da política de saúde, de acordo com o
nível de governo que representa. Os conselhos se reúnem, em média, uma vez
por mês e as decisões e ações definidas durante as reuniões devem ser
homologadas pelos gestores. Os Conselhos são formados por representantes
de diversos setores da sociedade, os chamados segmentos. Dentre eles,
estão:

Governo: Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e o Ministério da Saúde;

Prestadores de serviços de saúde: hospitais e clínicas particulares,


empresas de planos de saúde;

Profissionais de saúde: associações de médicos, enfermeiros, psicólogos e


outros profissionais de Nível Superior e de Nível Médio;

Usuários: todos usuários da saúde.

Já as Conferências de Saúde reúnem também os representantes dos diversos


setores da sociedade, que são escolhidos por voto ou indicação. As
conferências propõem ou indicam ações e políticas e devem acontecer a
cada quatro anos.

A partir de 1990, com os marcos legais, o SUS deixou de ser um conjunto de


Leis e Princípios e se transformou em realidade. Com a descentralização das
ações, começou também a municipalização, ou seja, o dinheiro federal
começou a ser repassado diretamente aos municípios, que passaram a decidir
sobre sua utilização.

A população, através do Conselho Municipal de Saúde, passou a poder


participar da definição das ações e das políticas do município. Atualmente a
participação da comunidade nos Conselhos está mais forte e mais organizada,
porém a participação da comunidade não acontece somente no Conselho ou
na Conferência de Saúde. Acontece no dia a dia de seu trabalho, em sua
comunidade, fazendo com que mais pessoas possam ter acesso à informações
e orientações sobre como cuidar de sua saúde, os bens e serviços prestados e
as estratégias de promoção e proteção da saúde.

Com relação ao financiamento e recebimento de recursos, os municípios, os


Estados e o Distrito Federal, necessariamente precisam ter fundo de saúde,
conselho de saúde com composição paritária, plano de saúde, relatórios de
gestão, contrapartida de recursos para a saúde prevista no orçamento e
comissão de elaboração do plano de Carreira, Cargos e Salários; para
recebimento dos recursos, elevando o controle social a um patamar regulador
da alocação e execução dos serviços prestados.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
O PSF (programa de saúde da família) é uma estratégia voltada para
promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos, focada no núcleo
familiar, como estratégia de atenção integral e contínua, desde o nascimento
até o idoso.

A implantação primária da ESF aconteceu em 1991, através do PACS


(PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE), sendo que a partir
de 1994, começaram a se formar as primeiras equipes do Programa de Saúde
da Família, para incorporar e ampliar a atuação dos agentes comunitários.

A ESF é uma reorientação do modelo assistencial, operacionalizada a partir da


implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde.
Cada equipe é responsável pelo acompanhamento de um número de famílias
pré-estabelecido, em uma área geográfica delimitada, congruente e contínua. A
responsabilidade de acompanhamento dessas famílias exige das equipes de
saúde a necessidade de ultrapassar limites definidos classicamente para
atenção básica no Brasil.

No Brasil, a hegemonia da medicina curativista não apresentou resolutividade


para a maioria dos problemas de saúde, sendo submetido a um processo de
reversão proposto pelo PSF.

A ESF é um processo que busca dinamizar o SUS, levando a saúde primária,


básica, para dentro da comunidade e mais além, para dentro do domicílio de
quem necessita da assistência básica à saúde. O processo de expansão da
ESF comprova a adesão de gestores estaduais e municipais aos seus
princípios. A consolidação dessa estratégia precisa ser sustentada por um
processo que permita a real substituição da rede básica de serviços
tradicionais no âmbito dos municípios pela capacidade de produção de
resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da
população assistida. A saúde da família como estratégia estruturante dos
sistemas municipais de saúde tem provocado um importante movimento com o
intuito de reorganizar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade
na utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados
positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas às
equipes saúde da família.

A implantação da ESF pretende reverter a médio e longo prazo a ideologia


hospitalocêntrica e trazer para dentro da UBS através da responsabilização
pela população acompanhada a maior capacidade de desenvolvimento de
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.

O modelo assistencial familiar é antigo, porém antigamente era focado apenas


no médico de família, havendo mudanças posteriores. Alguns países criaram
programas de prestação de cuidados domiciliares. O objetivo era melhorar a
saúde das pessoas que necessitavam de ajuda, alguma dependência ou
patologia, principalmente idosos. Porém, as ações privilegiavam as ações
curativas e desfavoreciam atividades de promoção e prevenção.

A partir do PACS, observou-se que a maioria dos problemas identificados no


domicílio, poderiam ser resolvidos por lá, se houvesse uma equipe de
referência que pautasse a atuação dos agentes comunitários de saúde. Assim,
o Ministério da Saúde, criou o PSF.

Nesta estratégia, uma equipe mínima, formada por um médico, um enfermeiro


e um técnico de enfermagem, além dos ACS’s, passou a ter a atribuição de
vincular uma determinada população e atuar sobre aquela realidade,
promovendo saúde e qualidade de vida à referida população. As equipes
trabalham com território definido e com clientela conhecida através de
cadastramento e acompanhamento contínuo.

Os princípios de atuação do PSF promovem mudança na prática convencional


de assistência à saúde e adoção de um novo jeito de trabalhar a saúde.
Realizam a promoção de hierarquização de serviços, ações primárias e
garantia de atenção integrais aos indivíduos e famílias que já se encontram
englobados na rede de serviços de saúde.

A portaria 2.436 de 21 de setembro de 2017, aprova a PNAB (política nacional


de atenção básica), estabelece e revisa as diretrizes organizacionais da
atenção básica no SUS. É a legislação que vigora atualmente e orienta a
atuação das Equipes de ESF no Brasil.

Esta portaria ascende a ESF como principal porta de entrada e centro de


comunicação da RAAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e
serviços disponibilizados na rede. Reitera o caráter integral e resolutivo do SUS
e proíbe qualquer exclusão baseada em qualquer característica populacional.
Apresenta formalmente a equidade como um princípio organizativo, e como
diretriz, angaria a territorialização, a população adscrita, o cuidado centrado na
pessoa, a resolutividade, a longitudinalidade do cuidado, a coordenação do
cuidado, a ordenação da rede e reincide a participação da comunidade.

A PNAB ecoa a integração da Vigilância em saúde e atenção básica, como


condição essencial para o alcance de resultados que atendam as necessidades
da população.

Referente às atribuições do AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE, a PNAB


oferece em seus anexos:

Atribuições comuns a todos os profissionais:


1- Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação
da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e
vulnerabilidades;
2- Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saúde
das famílias e dos indivíduos no sistema de informação da Atenção Básica
vigente, utilizando as informações sistematicamente para a análise da situação
de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais,
demográficas e epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem
acompanhadas no planejamento local;
3- Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita, prioritariamente
no âmbito da Unidade Básica de Saúde, e quando necessário, no domicílio e
demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros), com
atenção especial às populações que apresentem necessidades específicas (em
situação de rua, em medida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha,
fluvial, etc.).
4- Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da
população local, bem como aquelas previstas nas prioridades, protocolos,
diretrizes clínicas e terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e
serviços essenciais e ampliados da AB;
5. Garantir a atenção à saúde da população adscrita, buscando a integralidade
por meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde, prevenção de doenças e agravos e da garantia de atendimento da
demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de
vigilância em saúde, e incorporando diversas racionalidades em saúde,
inclusive Práticas Integrativas e Complementares;
6. Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando atendimento
humanizado, realizando classificação de risco, identificando as necessidades
de intervenções de cuidado, responsabilizando-se pela continuidade da
atenção e viabilizando o estabelecimento do vínculo;
7. Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população adscrita ao longo
do tempo no que se refere às múltiplas situações de doenças e agravos, e às
necessidades de cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do
cuidado;
8. Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas, famílias e grupos
sociais, visando propor intervenções que possam influenciar os processos
saúde-doença individual, das coletividades e da própria comunidade;
9. Responsabilizar-se pela população adscrita mantendo a coordenação do
cuidado mesmo quando necessita de atenção em outros pontos de atenção do
sistema de saúde;
10. Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica vigente para registro
das ações de saúde na AB, visando subsidiar a gestão, planejamento,
investigação clínica e epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde;
11. Contribuir para o processo de regulação do acesso a partir da Atenção
Básica, participando da definição de fluxos assistenciais na RAS, bem como da
elaboração e implementação de protocolos e diretrizes clínicas e terapêuticas
para a ordenação desses fluxos;
12. Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do
encaminhamento desnecessário, com base nos processos de regulação locais
(referência e contrarreferência), ampliando-a para um processo de
compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de
responsabilidade das equipes que atuam na atenção básica;
13. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de diferentes
configurações tecnológicas a integração por meio de serviços de apoio
logístico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado;
14. Instituir ações para segurança do paciente e propor medidas para reduzir
os riscos e diminuir os eventos adversos;
15. Alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de
informação da Atenção Básica, conforme normativa vigente;
16. Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação
compulsória, bem como outras doenças, agravos, surtos, acidentes, violências,
situações sanitárias e ambientais de importância local, considerando essas
ocorrências para o planejamento de ações de prevenção, proteção e
recuperação em saúde no território;
17. Realizar busca ativa de internações e atendimentos de
urgência/emergência por causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de
estabelecer estratégias que ampliem a resolutividade e a longitudinalidade
pelas equipes que atuam na AB;
18. Realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio às famílias e
pessoas em residências, Instituições de Longa Permanência (ILP), abrigos,
entre outros tipos de moradia existentes em seu território, de acordo com o
planejamento da equipe, necessidades e prioridades estabelecidas;
19. Realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de saúde
controlados/compensados com algum grau de dependência para as atividades
da vida diária e que não podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde;
20. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando áreas
técnicas, profissionais de diferentes formações e até mesmo outros níveis de
atenção, buscando incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e
matriciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa integração
(realização de consulta compartilhada reservada aos profissionais de nível
superior, construção de Projeto Terapêutico Singular, trabalho com grupos,
entre outras estratégias, em consonância com as necessidades e demandas da
população);
21 Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar e discutir em
conjunto o planejamento e avaliação sistemática das ações da equipe, a partir
da utilização dos dados disponíveis, visando a readequação constante do
processo de trabalho;
22. Articular e participar das atividades de educação permanente e educação
continuada;
23 Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, conforme
planejamento da equipe e utilizando abordagens adequadas às necessidades
deste público;
24.Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado
funcionamento da UBS;
25. Promover a mobilização e a participação da comunidade, estimulando
conselhos/colegiados, constituídos de gestores locais, profissionais de saúde e
usuários, viabilizando o controle social na gestão da Unidade Básica de Saúde;
25. Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar
ações intersetoriais;
26. Acompanhar e registrar no Sistema de Informação da Atenção Básica e no
mapa de acompanhamento do Programa Bolsa Família (PBF), e/ou outros pro-
gramas sociais equivalentes, as condicionalidades de saúde das famílias
beneficiárias;e
27. Realizar outras ações e atividades, de acordo com as prioridades
locais, definidas pelo gestor local.

Nota: Existe no município um decreto municipal direcionado ao trabalho do


ACS. Que será disponibilizado em tempo a cada profissional admitido.

Existe ainda as atribuições compartilhadas pelos ACE e ACS, quais sejam:

Atribuições comuns do ACS e ACE


1- Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental, epidemiológico
e sanitário do território em que atuam, contribuindo para o processo de
territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe;
2 - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e
agravos, em especial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em
saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativas
individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade,
incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos de doenças e
agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário;
3 - Realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida no
planejamento da equipe e conforme as necessidades de saúde da população,
para o monitoramento da situação das famílias e indivíduos do território, com
especial atenção às pessoas com agravos e condições que necessitem de
maior número de visitas domiciliares;
4 - Identificar e registrar situações que interfiram no curso das doenças ou que
tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais,
realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de doenças
infecciosas e agravos;
5 - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de
doenças e medidas de prevenção individual e coletiva;
6 - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encaminhar os usuários
para a unidade de saúde de referência, registrar e comunicar o fato à
autoridade de saúde responsável pelo território;
7 - Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver medidas simples de
manejo ambiental e outras formas de intervenção no ambiente para o controle
de vetores;
8 - Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar
as pessoas quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;
9 - Estimular a participação da comunidade nas políticas públicas voltadas para
a área da saúde;
10 - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar
ações intersetoriais de relevância para a promoção da qualidade de vida da
população, como ações e programas de educação, esporte e lazer, assistência
social, entre outros; e
11 - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação
específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal,
municipal ou do Distrito Federal.

E atribuições específicas do ACS, previstas ainda na PNAB.


Atribuições do ACS:
1 - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base geográfica
definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, mantendo os dados
atualizados no sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os
de forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação de
saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais,
demográficas e epidemiológicas do território, e priorizando as situações a
serem acompanhadas no planejamento local;
2 - Utilizar instrumentos para a coleta de informações que apoiem no
diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade;
3 - Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento das ações de
saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde,
garantido o sigilo ético;
4- Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a
população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades do
trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades;
5 - Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas e exames
agendados;
6 - Participar dos processos de regulação a partir da Atenção Básica para
acompanhamento das necessidades dos usuários no que diz respeito a
agendamentos ou desistências de consultas e exames solicitados;
7 - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação
específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal,
municipal ou do Distrito Federal.

Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comunitário de Saúde,


a serem realizadas em caráter excepcional, assistidas por profissional de
saúde de nível superior, membro da equipe, após treinamento específico e
fornecimento de equipamentos adequados, em sua base geográfica de
atuação, encaminhando o paciente para a unidade de saúde de referência.

I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objetivo de promover


saúde e prevenir doenças e agravos;
II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicílio, para o
acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus e segundo
projeto terapêutico prescrito pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
III - aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar;
IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com material limpo,
água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas
passivas, que somente cobre a ferida; e
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a
responsabilização pelo acompanhamento da pessoa;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em
conjunto com os outros membros da equipe; e
VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de
atuação.

ATENÇÃO: é vedada a atuação do agente comunitário nas ações supracitadas,


destacadas em itálico e sublinhadas, sem a autorização expressa do
enfermeiro da unidade, bem como treinamento.

Além da PNAB, existe uma lei federal que define as atribuições do ACS, a atual
legislação é a Lei nº13.595 de 5 de janeiro de 2018, que aborda a
obrigatoriedade da presença de agentes comunitários de saúde na estrutura de
Atenção Básica, incumbe aos ACS, desempenhar com zelo e presteza as
atividades previstas na Lei.

Apresenta em seu Art. 3º ”O Agente Comunitário de Saúde tem como


atribuição o exercício de atividades de prevenção de doenças e de promoção
da saúde, a partir dos referenciais da Educação Popular em Saúde, mediante
ações domiciliares ou comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em
conformidade com as diretrizes do SUS que normatizam a saúde preventiva e
a atenção básica em saúde, com objetivo de ampliar o acesso da comunidade
assistida às ações e aos serviços de informação, de saúde, de promoção social
e de proteção da cidadania, sob supervisão do gestor municipal, distrital,
estadual ou federal.” Retirando a ideia central de que o agente comunitário
trabalha apenas com o núcleo familiar e apenas dentro do domicílio.

A legislação evidencia também a atuação dos agentes comunitários no


processo de Educação Popular em saúde, protagonizando a atuação destes.

Considera atividades típicas do agente comunitário de saúde:

“I - a utilização de instrumentos para diagnóstico demográfico e sociocultural;

II - o detalhamento das visitas domiciliares, com coleta e registro de


dados relativos a suas atribuições, para fim exclusivo de controle e
planejamento das ações de saúde;

III - a mobilização da comunidade e o estímulo à participação nas políticas


públicas voltadas para as áreas de saúde e socioeducacional;

IV - a realização de visitas domiciliares regulares e periódicas para acolhimento


e acompanhamento:

a) da gestante, no pré-natal, no parto e no puerpério;

b) da lactante, nos seis meses seguintes ao parto;


c) da criança, verificando seu estado vacinal e a evolução de seu peso e de
sua altura;

d) do adolescente, identificando suas necessidades e motivando sua


participação em ações de educação em saúde, em conformidade com o
previsto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente);

e) da pessoa idosa, desenvolvendo ações de promoção de saúde e de


prevenção de quedas e acidentes domésticos e motivando sua participação em
atividades físicas e coletivas;

f) da pessoa em sofrimento psíquico;

g) da pessoa com dependência química de álcool, de tabaco ou de outras


drogas;

h) da pessoa com sinais ou sintomas de alteração na cavidade bucal;

i) dos grupos homossexuais e transexuais, desenvolvendo ações de educação


para promover a saúde e prevenir doenças;

j) da mulher e do homem, desenvolvendo ações de educação para promover a


saúde e prevenir doenças;

V - realização de visitas domiciliares regulares e periódicas para identificação e


acompanhamento:

a) de situações de risco à família;

b) de grupos de risco com maior vulnerabilidade social, por meio de ações de


promoção da saúde, de prevenção de doenças e de educação em saúde;

c) do estado vacinal da gestante, da pessoa idosa e da população de risco,


conforme sua vulnerabilidade e em consonância com o previsto no calendário
nacional de vacinação;

VI - o acompanhamento de condicionalidades de programas sociais, em


parceria com os Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

§ 4º No modelo de atenção em saúde fundamentado na assistência


multiprofissional em saúde da família, desde que o Agente Comunitário de
Saúde tenha concluído curso técnico e tenha disponíveis os equipamentos
adequados, são atividades do Agente, em sua área geográfica de atuação,
assistidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equipe:
I - a aferição da pressão arterial, durante a visita domiciliar, em caráter
excepcional, encaminhando o paciente para a unidade de saúde de referência;
II - a medição de glicemia capilar, durante a visita domiciliar, em caráter
excepcional, encaminhando o paciente para a unidade de saúde de referência;
III - a aferição de temperatura axilar, durante a visita domiciliar, em caráter
excepcional, com o devido encaminhamento do paciente, quando necessário,
para a unidade de saúde de referência;
IV - a orientação e o apoio, em domicílio, para a correta administração de
medicação de paciente em situação de vulnerabilidade;
V - a verificação antropométrica.

§ 5º No modelo de atenção em saúde fundamentado na assistência


multiprofissional em saúde da família, são consideradas atividades do Agente
Comunitário de Saúde compartilhadas com os demais membros da equipe, em
sua área geográfica de atuação:
I - a participação no planejamento e no mapeamento institucional, social e
demográfico;
II - a consolidação e a análise de dados obtidos nas visitas domiciliares;
III - a realização de ações que possibilitem o conhecimento, pela comunidade,
de informações obtidas em levantamentos socioepidemiológicos realizados
pela equipe de saúde;
IV - a participação na elaboração, na implementação, na avaliação e na
reprogramação permanente dos planos de ação para o enfrentamento de
determinantes do processo saúde-doença;
V - a orientação de indivíduos e de grupos sociais quanto a fluxos, rotinas e
ações desenvolvidos no âmbito da atenção básica em saúde;
VI - o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação de ações em saúde;
VII - o estímulo à participação da população no planejamento, no
acompanhamento e na avaliação de ações locais em saúde.

Além destas disposições, a Lei de atribuições do Agente comunitário de Saúde,


apresenta a letra descritiva dos atos referentes à Educação popular em Saúde,
a carga horária e definição quantitativa do tempo dedicado a cada ação, entre
outros.
ESTRUTURAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE
CARANGOLA

A porta de entrada preferencial para todo e qualquer serviço de saúde no


âmbito do SUS é a Estratégia de Saúde da Família e Estratégia de Agentes
Comunitários de Saúde em todo o Brasil, Carangola não seria diferente. A
prioridade é que qualquer fator que possa interferir no estado de saúde possa
ser prematuramente identificado e que haja intervenção, para redução de
riscos e danos à saúde do indivíduo. Porém, a doença ou condição pode ter se
instalado sem que fosse percebida a tempo. Desta forma, a ESF deve
identificar os fatores e intervir eliminando-o ou reduzindo-o quando for o caso.

Uma das portas de entrada do serviço é o Pronto Atendimento Médico de


Urgência, hoje vinculado à Casa de Caridade de Carangola, referência de
serviço hospitalar no município, devendo sempre, após cada atendimento, ser
orientado ao paciente que ele deve retornar à ESF para que sejam adotadas as
medidas de prevenção, intervenção ou reabilitação necessárias. Por esse
motivo, é importante observar em cada visita domiciliar, em cada acolhimento e
em cada “conversa” informal com o paciente, se houve internação, atendimento
hospitalar, realização de exames, etc.

No município, além do P.A.M da Casa de Caridade de Carangola, outra forma


de entrada, pelo serviço de urgência e emergência é o Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) que realiza o primeiro atendimento de urgência ou
emergência, quando solicitado e após estabilização, encaminha o paciente ao
P.A.M da C.C.C..

Como estratégia de Atenção Primária à saúde, contamos com 9 equipes de


ESF, compostas por 1 enfermeiro, 1 técnico de enfermagem, 8 agentes em
média, além de algumas unidades contarem com odontólogo e auxiliar de
consultório odontológico. Desfrutamos também de um Núcleo Ampliado de
Saúde da Família (NASF), com profissionais de diversas categorias
profissionais, com o objetivo de fortalecer a ESF, apoiando a equipe na
resposta às diversas demandas de seus usuários, de todas as idades, incluindo
desde a promoção à saúde, à prevenção de agravos e tratamento. A Vigilância
Epidemiológica, por meio do serviço de Combate a endemias, atua diretamente
na redução dos agravos negligenciados e potencialmente em desenvolvimento,
tendo a prevenção como seu foco, desta forma, além de controlar diretamente
as doenças transmitidas por vetores através do seu trabalho de
conscientização e intervenção no meio ambiente, domicílios, etc.

Na atenção secundária, a policlínica municipal de saúde, é responsável pelo


atendimento especializado através de consultas ambulatoriais, com
ginecologista/obstetra, angiologista, cardiologista, pediatra, cirurgião geral,
oftalmologista, nutricionista, psicólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogo,
fisioterapeutas, além do tratamento de doenças infectocontagiosas através do
serviço de referência. Também é ofertado os grupos do Programa
antitabagismo, com reuniões programadas, atendimento especializado,
dispensação de medicamentos e insumos necessários ao tratamento
antitabaco. As especialidades não disponíveis no município são referenciadas
mediante T.F.D. (tratamento fora de domicílio) a outros municípios da rede
regionalizada, conforme disponibilidade, sendo o transporte, responsabilidade
do setor. Há ainda o Consórcio Intermunicipal de Saúde – CIS VERDE que
oferece algumas especialidades, exames e procedimentos, mediante contratos
prévios de distribuição de vagas conforme modalidade. Na atenção
odontológica, o CEO (Centro de Especialidades Odontológicas), atua na
realização de atendimentos específicos como por exemplo, extração de ciso,
endodontia, etc. Na saúde Mental, o CAPS 1, acompanha os pacientes adultos
acometidos de transtornos mentais instáveis, o CAPS AD se responsabiliza
pelos dependentes de entorpecentes e álcool e o CAPS I se encarrega dos
pacientes menores, crianças e adolescentes, com desordens psíquicas e
mentais. Cabe ressaltar, porém, que todo paciente, em qualquer ponto da rede
de atenção à saúde, é paciente da atenção primária, portanto, responsabilidade
da ESF.

Na atenção Terciária, além do SAMU e do P.A.M, o Hospital Evangélico e a


Casa de Caridade de Carangola, são os responsáveis por prover a atenção
especializada de terceiro nível aos munícipes. Em algumas situações e
doenças específicas, os pacientes comumente são referenciados a hospitais de
referência em outro município da Rede Regionalizada.

Resumidamente, para se compreender basicamente como funciona o serviço,


precisamos entender que a pirâmide de atenção à saúde no Brasil, busca ter
por base a Atenção Primária, onde nós estamos inseridos. Desta forma, uma
atenção básica, primária de qualidade, diminui a procura por serviços mais
especializados, uma vez que 80% da necessidade de um paciente pode ser
atendida dentro da atenção primária à saúde. Você é um AGENTE DE
MUDANÇA!
AÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

Como vimos, anteriormente, existe um denso acervo legal que delimita e


descreve as atribuições do agente comunitário de saúde. Observamos
anteriormente, condensadamente as atribuições e a partir de agora, iremos
abordar tecnicamente a aplicação dessas atribuições.

O agente comunitário, como protagonista e articulador da atenção primária a


saúde, tem papel determinante na expansão e efetivação das ações de
atenção primária à saúde do indivíduo. Além de pertencer ao grupo o qual se
responsabiliza sanitariamente, o agente comunitário está presente no dia-a-dia
destes, de forma a viabilizar diretamente as ações e serviços de saúde.
Realizando diária e continuamente diagnósticos sumários que possibilitam a
programação e estruturação da atenção direcionada a cada grupo, indivíduo,
família, região, etc.

Desde o primeiro contato com a família e a comunidade o agente comunitário


precisa estabelecer um processo de vínculo capaz de estabelecer uma relação
de confiança com estes. É imprescindível a confidencialidade, o respeito à
privacidade, o sigilo, a ética e o reconhecimento dos limites inerentes ao
trabalho, para que não haja quebra de vínculo.

➔ Conhecendo O Território

O território é um processo dinâmico, em constante evolução, construção


e transformação. Ele promove condições para desenvolvimento de
saúde ou doença. Não se limita ao espaço geográfico, mas trás consigo,
um amplo conjunto de histórias, situações ambientais, socioculturais,
econômicas, geográficas, ideológicas e geopolíticas, onde as pessoas e
famílias transitam, residem, trabalham, estudam e constroem seus
hábitos de vida.
O conhecimento do território é o primeiro passo para a organização das
ações do Agente Comunitário de Saúde nas técnicas de promoção e
vigilância em saúde.
Cada Enfermeiro realizará reunião de equipe inicial direcionando os
novos agentes comunitários de saúde para sua microárea de
responsabilização, oferecendo os subsídios iniciais para o processo de
conhecimento do território.
A área de abrangência é definida como o conjunto de microáreas sob
responsabilidade de uma eSF. Dentro de uma microárea, a moradia é o
menor espaço de agregação social familiar ou de grupos de indivíduos
em um território, sendo o local nos quais estão estabelecidas as
relações cotidianas familiares. Existem diversos tipos de moradia como,
por exemplo, domicílios, pensões, abrigos, repúblicas, Instituições de
Longa Permanência para Idosos, espaços nos quais vivem população
em situação de rua e populações privadas de liberdade.

➔ Definição do Número de Visitas Diárias e Planejamento do Percurso

Todo o trabalho em atenção primária à saúde precisa passar pelo processo de


planejamento, o percurso a ser experimentado não poderia ser diferente.

Primordialmente deve-se estabelecer o número de visitas a ser diariamente


realizadas. Para isso, devem-se levantar alguns dados:

1- Nº de famílias sob responsabilidade sanitária, numerador sobre o qual


devemos acrescentar 15% (NF);
2- Dias úteis no mês (DU);
3- Folgas programadas (F);
4- Treinamentos, cursos, reuniões programados (T);
5- Dias de escala para acolhimento ou outras atividades internas (E);

A partir do levantamento desses dados, inicia-se o processo de quantificação


do número de visitas domiciliares a ser realizada diariamente no mês atual (o
de planejamento). Para esta quantificação podemos utilizar a equação

NV = NF/DU-(F+T+E)

Onde: O NV (número de visitas/dia) é igual ao Número de famílias, dividido


pelo produto da subtração dos dias úteis pelo número de dias em escala de
acolhimento, treinamento, folgas programadas, entre outras situações que
impeçam a visitação.

Exemplificando:

Joana é Agente comunitária no Município de Carangola, na ESF Lagoa e é


responsável sanitária pela microárea Laranja, dentro dessa microárea, existem
atualmente 200 famílias. Em Outubro de 2019, juntamente com seu
fechamento de relatórios mensais, Joana realizou sua programação mensal,
considerando que seu nome constava na escala de acolhimento 4 dias durante
o mês, considerando ainda que iria passar por uma consulta fora do município
no dia 14 de novembro e aproveitando o feriado, iria gozar folga de aniversário
no dia 13 de novembro. Desta forma, Joana realizou a programação mensal de
visitas domiciliares da seguinte forma:

1- 200 famílias + 15%= 230 (NF=230)


2- Dias úteis no mês= 18 dias (DU=18)
3- Escala de Acolhimento= 4 dias (E=4)
4- Folga Aniversário+Atestado de comparecimento= 2 dias (F=2)

Realizando a equação, Joana obteve:


NV= 230/ 18-(4+2)

NV= 230/18-6

NV= 230/ 12

NV= 19,166

Desta forma, Joana percebeu que era necessário realizar 19 visitas


domiciliares/dia para cobertura de sua microárea.

O primeiro conhecimento territorial tem como objetivo principal, estabelecer


uma classificação sumária de risco e estratégias básicas para desenvolvimento
de suas ações. A realização de visita domiciliar para reconhecimento do
território e das necessidades da população, preferencialmente deve ser
organizada por ruas, dando continuidade entre elas, visando abordagem total
do território referenciado.

➔ Reconhecimento Geográfico

Após o reconhecimento do território, inicia o processo de mapeamento da


microárea de responsabilidade do ACS, nesse processo, o ACS, deve realizar
o primeiro croqui de sua microarea, realizando o desenho/croqui de suas ruas,
sinalizando escadarias, morros, áreas de vulnerabilidade, domicílios, creches,
igrejas, terrenos baldios, instituições de longa permanência, nomes das ruas,
vielas, becos, praças, córregos, rios, escolas, avenidas, trilhos e caminhos,
postos de saúde, lagoas, correios, delegacias, rodoviárias, instituições de
população privada de liberdade e locais de aglomeração de pessoas em
situação de rua. O objetivo é facilitar o detalhamento e a visualização do
território possibilitando a classificação das áreas de vulnerabilidade e a
priorização das áreas de maior risco. Esse croqui pode ser feito em um papel
A4 estando disponível para consulta sempre que necessário, ele vai iniciar o
processo norteador de classificação da área de abrangência.

Além disso, a partir do instrumento primário supracitado, deve ser elaborado


pela equipe, cada ACS se responsabilizando por sua microárea, um mapa vivo,
interativo, isto é, passível de mudanças e carente de atualizações periódicas.
Este mapa inteligente tem o objetivo de identificar no coletivo e também
individualmente as situações de maior vulnerabilidade e necessidade de
acompanhamento pela ESF. Devem ser claramente apontados e atualizados
no mapa vivo, crianças menores de 2 anos, gestantes, idosos acamados e
domiciliados, pessoas com deficiência, diabéticos, hipertensos, tuberculose,
dengue, beneficiários do programa bolsa família, saúde mental, entre outros
priorizados pela equipe ou município. Conforme descrito anteriormente, é um
mapa dinâmico e acompanha as mudanças ocorridas na família, favorecendo a
integração assistencial e ambiental do território.

O mapa dinâmico além de facilitar o planejamento das ações da equipe,


possibilita planejar o percurso das visitas com otimização do tempo, aponta os
percursos mais rápidos e simples para chegar a um local pré-determinado;
oferece visibilidade através dos símbolos às casas com famílias em situação de
risco e que necessitam priorização, oferece um panorama da microárea e do
trabalho a ser executado; apresentam as barreiras geográficas que limitam o
acesso das pessoas ao serviço de saúde (morro, rios, escadas, etc);

VISITA DOMICILIAR

A visita domiciliar é uma ‘’forma de atenção em Saúde Coletiva voltada para o


atendimento ao indivíduo e à família ou à coletividade que é prestada nos
domicílios ou junto aos diversos recursos sociais locais, visando maior
equidade da assistência em saúde’’ (CECCIM e MACHADO, 1995).

Os agentes comunitários de saúde constroem o elo entre os usuários e o


serviço de saúde por meio da visita domiciliar (VD). É um momento importante
e estratégico para se estabelecer e fortalecer a relação de vínculo com
usuários e famílias (BARALHAS e PEREIRA, 2011; SANTOS e MORAIS,
2011). A VD é a oportunidade para que o profissional conheça as necessidades
da família, através da escuta ativa, e os auxilie na resolução dos problemas
evidenciados (CARLI et al., 2014).

A visita domiciliar precisa ser planejada individualmente para cada núcleo


familiar, para que atinja os objetivos. Não deve existir um roteiro comum a
todos os domicílios, devido à singularidade de cada núcleo familiar e cada
condição de saúde. Quando o agente comunitário sai da unidade ele precisa
ter em seu planejamento o que vai levar, por onde vai passar e como vai
abordar cada indivíduo. Deve se vestir com trajes adequados, sendo vedado
uso de shorts, decotes, bermudas, camisetas e minissaias.

O objetivo é obter o máximo de informações uteis para descobrir quais são as


reais necessidades daquela determinada população, dentro da área de
abrangência. Lembrando que o ACS vai interferir em todo fator determinante
e/ou condicionante da saúde, garantindo assim a efetiva vigilância em saúde. É
necessário salientar que a visita domiciliar pode ser o primeiro contato do
usuário com o serviço de saúde, devendo ser bem realizada. É necessário que
seja explicado ao usuário o objetivo da visita, a frequência que será realizada,
como são ofertados os serviços de saúde na UBS de referência e qual é a UBS
de referência, sempre primando pelo direito à privacidade do usuário.

É necessário que o ACS trabalhe com a máxima capacidade de persuasão,


sem, contudo, interferir no direito de privacidade e decisão do usuário,
compreendendo-o como detentor do direito sobre si, ou seja, deve-se buscar a
adesão ao tratamento, às estratégias de prevenção de doenças e de promoção
à saúde em todo tempo, mas em hipótese nenhuma se deve impor ao paciente
uma estratégia de cuidado definida pela equipe. O paciente é o protagonista da
sua própria saúde. Com essa premissa, deve-se levar em consideração as
crenças do usuário, respeitando sempre suas crenças e práticas, estreitando
laços e conferindo maior efetividade às ações realizadas pela ESF.

Durante a VD, o ACS deve estar atento às situações de vulnerabilidade e risco


em todos os ciclos de vida.

Alguns desses estão no quadro a seguir:

CICLOS DE VIDA
CRIANÇAS GESTANTES ADULTOS IDOSOS
Bebês que Portadoras de Portadores de Acamados/
nasceram com doenças crônicas doenças crônicas: restritos ao leito
menos de dois não infecciosas: Diabetes Mellitus, ou ao domicílio.
quilos e meio. Diabetes Mellitus, Hipertensão Dependentes
Beneficiária do Hipertensão Arterial Sistêmica, para as
Programa Bolsa Arterial Sistêmica, obesidade, Atividades de
Família. obesidade, com transtornos Vida Diárias.
transtornos mentais. Risco de queda.
mentais. Déficit cognitivo.
Tabagistas, Portadores de
etilistas e usuárias doenças
de drogas ilícitas. crônicas:
Beneficiária do Diabetes Mellitus,
Programa Bolsa Hipertensão
Família. Arterial
Sistêmica,
obesidade,
transtornos
mentais.
Faltosos na Que não iniciaram Sem adesão ao Sem adesão ao
puericultura e/ou ou faltosas no pré- tratamento de tratamento ou
vacinações. natal. Não doenças crônicas. com dificuldades
imunizadas. Pessoa com para adesão.
deficiência e BPC. Pessoa com
deficiência e
BPC.
Desnutridas e Desnutridas e Pessoas com Desnutridos e
obesas. obesas. sobrepeso e com obesos
estilo de vida
sedentário.
Atraso no Faltosas no pré Pessoas em uso Necessitados de
crescimento e/ou natal de alto risco, do tabaco, álcool cuidadores, mas
desenvolvimento, pessoa com e drogas ilícitas. que não possuem
criança com deficiências e alguém que
deficiências e BPC exerça essa
Benefício de função e
Prestação insuficiência
Continuada familiar.
(BPC).
Situações de Situações de Situações de Situações de
violências em violências em violências em violências em
suas múltiplas suas múltiplas suas múltiplas suas múltiplas
formas e em formas e em formas e em formas e em
situações de situações de situações de situações de
violação de violação de violação de violação de
direitos. direitos. direitos. direitos.
Em uso de vários Em uso de vários Em uso de vários Em uso de vários
medicamentos ou medicamentos ou medicamentos ou medicamentos ou
que tenha várias que tenha várias que tenha várias que tenha várias
doenças. doenças. doenças. doenças.
Baixa Baixa Baixa Baixa
escolaridade da escolaridade e escolaridade e escolaridade e
mãe e falta de falta de acesso a falta de acesso a falta de acesso a
acesso a rede de rede de apoio rede de apoio rede de apoio
apoio social. social. social. social.
Filhos de mães Gestante com Pessoas com Pessoas com
tabagistas, doenças doenças deficiência e/ou
etilistas, usuárias infecciosas (Sífilis, infectocontagiosas com algum tipo
de drogas ilícitas HIV, (Sífilis, HIV, de restrição que
na gravidez. toxoplasmose, hepatites virais, não têm acesso
hepatites virais, tuberculose, às ações e
leishmaniose, hanseníase, serviços de
tuberculose, esquistossomose, saúde. .
hanseníase, leishmaniose,
esquistossomose). outros).

Para essas condições e outras que vierem a ser determinadas pela chefia
imediata, as visitas domiciliares e a vigilância em saúde devem ser
intensificadas. Para os domicílios sem nenhuma das condições descritas,
deverão ser realizadas NO MÍNIMO, 1 visita domiciliar ao mês. Nos domicílios
em que pelo menos uma das condições descritas acima for identificada, as
visitas domiciliares precisam ser realizadas em maior número de vezes,
conforme cada residência, o volume e o tipo de condição encontrada.

Não são consideradas visitas domiciliares as atividades coletivas, orientações


por telefone e atendimentos na rua por encontro casual e/ou na UBS.
➔ Abordando A Família

Para iniciar a vinculação, é necessário reconhecer o ator principal deste


trabalho: a Família! Para isso é necessário compreender os formatos, e a
dinâmica destes.

Para o Ministério da Saúde (2002) a família é um grupo de pessoas com


vínculos afetivos, de consanguinidade e de convivência. Existem várias formas
de organização familiar e todas devem ser compreendidas como família, e
definem valores, costumes, comportamento individual no enfrentamento de sua
condição de saúde, por meio de apoio, flexibilidade, paciência e cuidado ou
ausência destes. O Agente deverá observar todos os integrantes da família,
colher dados e história familiar e identificar situações que apontem a
necessidade de intervenção pela equipe, buscando algumas informações
como:

• Quem faz parte do núcleo familiar?


• Quem é o responsável econômico pelo núcleo familiar?
• Quantas pessoas compõem esse núcleo?
• Quem cuida dessa família?
• Essa família pratica atividade física regularmente?
• Qual horário das refeições?
• Qual tipo de alimentação dessa família?
• Algum indivíduo fuma? Fuma o que? Qual a quantidade por dia? Sabe
dos malefícios do Fumo à sua saúde?
• Há algum etilista? Qual frequência de uso?
• As crianças e adolescentes estudam?
• Existe alguma situação de vulnerabilidade e violência?

Durante a visitação domiciliar, o ACS pode não encontrar ninguém na


residência, nesses casos, deve-se deixar um bilhete no formato de um
comunicado de tentativa de visita domiciliar, se dirigindo ao responsável pelo
núcleo familiar, dizendo que tentou realizar visita domiciliar, o dia, o horário, a
finalidade da visita, o seu nome e o nome da ESF.

➔ Registros da Visita

Toda ação, seja visita domiciliar, ação em saúde ou qualquer outra função,
deve ser devidamente registrada, constando data, horário da realização e o
que foi realizado. As orientações, as ofertas de serviço, as queixas, as
observações, as preocupações do ACS e do usuário, com a finalidade de
nortear os relatórios, facilitar a tomada de decisão em algum inusitado, além de
resguardar o ACS e a equipe em qualquer ação futura, seja ela informal ou
judicial. A ficha de acompanhamento domiciliar contém campo para assinatura
do usuário e deve ser preenchida de forma legível e concisa.
Além desta, é necessário registrar na Ficha De Visita Domiciliar do E-SUS os
dados referentes à cada indivíduo do núcleo familiar. A Ficha de Visita
Domiciliar é um instrumento de registro individual para acompanhamento das
famílias adstritas no território, agrega informações importantes ao histórico de
saúde e possibilita a vigilância em saúde. Ela é o registro das ações do ACS
em campo.
Durante a visita, toda a Ficha de Visita Domiciliar e Territorial deve ser
preenchida pelo ACS com caneta preta ou azul e com letra legível. Esta
ficha é um documento, as informações devem ser digitadas no Sistema E-
SUS VIVVER diariamente ou semanalmente, conforme a escala de digitação
oferecida pela UBS em que o ACS está inserido, sendo obrigatória a digitação
conforme escala organizada pela chefia imediata.
O registro deve ser claro, sem rasuras, sem uso de corretivo ou qualquer
artifício que modifique a natureza da ficha. No caso de erro, deve-se circular o
erro e prosseguir com o registro correto. O procedimento deve ser validado
pelo enfermeiro por meio de carimbo, assinatura e data.
As fichas de Acompanhamento Domiciliar e de Visita Domiciliar e Territorial,
serão entregues carimbadas, assinadas e datadas pelo enfermeiro no período
da manhã. No final do expediente, a ficha deverá ser apresentada ao
enfermeiro para checagem com assinatura novamente.
As fichas devem ter TODOS os campos devidamente preenchidos, inclusive
CNS do ACS, Nome Completo do profissional Responsável, Data de realização
da visita, turno de realização da visita, entre outros campos passíveis de
registro.
Em caso de visita domiciliar compartilhada com outro profissional, exceto ACS,
deve-se assinalar no espaço indicado.
O Motivo da Visita é dinâmico, nem sempre sendo possível definir um motivo,
ainda assim, o ACS deverá realizar minimamente uma visita mensal.
Abaixo, estão descritos alguns exemplos de motivos de visita.

OPÇÃO QUANDO SELECIONAR


CADASTRAMENTO Visita para CADASTRAMENTO de um núcleo
/ ATUALIZAÇÃO familiar/membro novo no território. Quando o
cadastramento for da família deverá ser preenchido o CNS
MOTIVO DA VISITA

de todos os membros. Quando o cadastramento for de


apenas novos integrantes da família, deverá ser
preenchido o CNS apenas dos novos membros. Em toda
visita o ACS deverá verificar a necessidade de atualização
cadastral e realizar o processo quando houver
necessidade, inclusive a retirada de pessoas que não
compõem o núcleo familiar.
VISITA PERIÓDICA É a visita realizada para o núcleo familiar (coletivo) em que
as famílias não apresentam situações de saúde (doenças
crônicas, fases da vida - gestante, criança, idoso). Essa
visita não é sinônimo de visita de rotina. Não deverá ser
registrado simultaneamente os seguintes campos: “Busca
Ativa”, “Acompanhamento”, “Egresso de Internação” e
‘’outros’’ (estes campos não poderão ser assinalados).
Poderá ser registrado simultaneamente com os seguintes
campos: “Cadastramento/Atualização’’, ‘’Controle
ambiental/vetorial’’, ‘’Convite atividades
coletivas/Campanha de saúde’’ e ‘’Orientação/Prevenção’’,
quando essas atividades forem direcionadas para a
coletividade e não para o indivíduo. Na visita periódica
deverá ser registrado apenas o CNS e data de nascimento
do responsável pelo núcleo familiar, mesmo que outros
membros estejam no domicílio.
BUSCA ATIVA Ação voltada para usuários que faltaram à consulta,
exames, vacinas e acompanhamento das
condicionalidades do Programa Bolsa Família agendado,
cuidado continuado/programado ou quando solicitados
pela equipe/ gerente, após tentativa de contato telefônico.
Neste caso apenas o CNS do usuário que motivou a visita
deve ser preenchido.
ACOMPANHAMEN É a visita realizada para o usuário (individual) nos quais os
TO motivos de acompanhamento são: gestante, puérpera, RN,
criança, pessoa com desnutrição, pessoa em reabilitação
ou deficiência, pessoa com HAS, pessoa com DM, pessoa
com asma, pessoa com DPOC/enfisema, pessoa com
câncer, pessoa com outras doenças crônicas, pessoa com
hanseníase, pessoa com tuberculose, sintomáticos
MOTIVO DA VISITA

respiratórios, tabagista, domiciliados/acamado, condições


de vulnerabilidade social, condicionalidades do Bolsa
Família, saúde mental, usuário de álcool, usuário de outras
drogas. Esse motivo de visita não deverá ser registrado
simultaneamente com o motivo ‘’Visita periódica’’. Poderá
ser registrado simultaneamente com os seguintes motivos:
‘’Cadastramento/atualização’’, ‘’Controle
ambiental/vetorial’’, ‘’Egresso de internação’’, ‘’Convite
atividades coletivas/Campanha de saúde’’ e
‘’Orientação/Prevenção’’, quando essas atividades forem
direcionadas para o indivíduo e não para a coletividade.
Quando todos os membros da família estiverem presentes
durante a visita e a todas forem direcionadas alguma ação,
deverão ser registrados o CNS e o motivo de
acompanhamento de todas as pessoas presentes. Quando
um único membro da família estiver presente durante a
visita e a ação for direcionada exclusivamente para ele,
deverão ser registrados o CNS e o motivo de
acompanhamento dessa única pessoa presente. Quando o
único membro da família estiver presente durante a visita e
o ACS obtiver informações dessas pessoas ou realizar
ações (Ex.: Orientações) direcionadas a todos os
membros, deverão ser registrados o CNS e o motivo de
acompanhamento de todas as pessoas.
CONTROLE É quando a visita realizada for por motivo voltado para
AMBIENTAL/ avaliação de riscos ambientais. Registrar o campo ‘’ação
VETORIAL educativa’’ quando for realizada orientações. O campo
“imóvel com foco” nos casos em que sejam identificados
algum foco no domicílio ou peridomicílio e o campo “ação
mecânica” quando o ACS auxiliar o morador na remoção
de um foco de fácil acesso. Todos os campos podem ser
assinalados simultaneamente, quando for o caso. O
campo ‘’tratamento focal’’ disponível no sistema do e-SUS
não deverá ser registrado pelo ACS. O ACS deve registrar
o CNS de todos os moradores que foram alvo das ações
desta visita.
EGRESSO DE Visita no qual o motivo é o acompanhamento de usuário
INTERNAÇÃO após a alta hospitalar. Registrar este campo quando o
ACS fizer a primeira visita ao usuário após a alta hospitalar
(independente do tempo entre a alta e a visita). O ACS
deverá registrar o CNS deste usuário quando as ações
forem voltadas apenas para ele. Nos casos em que as
ações forem direcionadas também a outros membros, o
ACS deverá registrar o CNS e o motivo de visita de todas
as outras pessoas.
CONVITE PARA Visita destinada ao convite da família ou de um
ATIVIDADES determinado membro familiar para participar de atividade
COLETIVAS/ coletiva ou campanhas. Neste caso deverá ser registrado
CAMPANHAS individualmente o CNS do usuário a quem for direcionado
o convite ou de todos os membros da família que tenham
sido convidados.
ORIENTAÇÃO E Visita destinada à orientação aos usuários da família sobre
PREVENÇÃO tema relacionado à promoção da saúde e prevenção de
MOTIVO DA VISITA

doenças. Neste caso deverá ser registrado


individualmente o CNS do usuário a quem for direcionado
às orientações e prevenção ou de todos os membros da
família que tenham sido orientados
OUTROS Visita com outros motivos não especificados acima. Neste
caso deverá ser registrado individualmente o CNS de
todos indivíduos da família que forem identificados outros
motivos.

Desfecho:
• Visita Realizada: Deve ser assinalado sempre que o ACS for recebido
no domicílio e algum motivo de visita for identificado ou a visita for
compartilhada com outro profissional;
• Visita Recusada: deve ser assinalado se o morador se recusa a atender,
exemplo quando atende o interfone ou a porta e não aceita a visita.
Deve ser registrado o CNS de quem recusou a visita, ainda que seja um
funcionário da casa.
• Ausente: registrado sempre que o ACS não encontrar ninguém no
domicílio, deve sempre ser registrado no CNS do responsável pelo
núcleo familiar.

Sempre que uma visita for recusada ou o usuário estiver ausente, deve-se
registrar o horário da tentativa de visita. Em todas as situações, deverá ser
preenchido nome completo, sexo, data de nascimento, CNS e desfecho da
visita.

Todas as visitas realizadas deverão receber a assinatura no campo específico,


de uma pessoa maior de 12 anos, com cognitivo preservado.

Quando o usuário não assinar e for o único no domicílio, o ACS deverá


registrar todas as suas informações e escrever “NÃO ASSINA” no campo de
assinatura, devendo o enfermeiro validar essa informação.

Se o único usuário no domicílio durante a visita for adolescente, o ACS deverá


avaliar a viabilidade de realizar ou não a visita. Essa informação deverá ser
discutida na reunião de equipe e de supervisão. Nos casos de rubricas só
serão válidas aquelas que possuírem pelo menos parte do nome do usuário
que o identifique.

Algumas situações que podem surgir durante a visitação

SITUAÇÃO CONDUTA
Durante a VD o ACS identifica que na Registrar ‘’Visita periódica’’ e
residência moram cinco pessoas ‘’orientações’’ como motivos da visita.
hígidas, porém apenas uma pessoa No desfecho registrar visita realizada.
está presente e recebeu o ACS. Na Apenas o CNS e data de nascimento
oportunidade o ACS orientou sobre os do responsável pelo núcleo familiar
fluxos do Serviço de Saúde. deverá ser registrado. No desfecho
registrar visita realizada.
Durante VD de um casal previamente Registrar o motivo da visita como
hígido o ACS identifica que a mulher ‘’gestante’’ e ‘’orientações’’ para a
engravidou e o esposo continua mulher. Para o esposo registrar
hígido. O ACS realizou orientações apenas o campo orientações (neste
para o casal. caso a visita não é visita periódica). O
ACS deverá registrar o CNS do casal.
No desfecho registrar visita realizada.
Durante a VD o usuário hipertenso Registrar o motivo da visita como
queixou ao ACS que estava com dor ‘’pessoa com hipertensão’’,
de dente. O ACS orientou o usuário a ‘’orientações’’ e ‘’ outros’’. Neste caso
procurar atendimento na UBS e o motivo ‘’outros’’ se refere a dor de
nenhuma outra ação foi realizada. dente. O ACS deverá registrar o CNS
do usuário. No desfecho registrar
visita realizada.
Durante uma VD, o ACS foi recebido Registrar o motivo da visita como:
por um morador hígido. No entanto, Para pessoa hígida: motivo de visita
na casa reside uma pessoa portadora (orientação). Para a pessoa diabética:
de diabetes que não se encontrava no Motivo da visita ‘’pessoa com
local. O ACS perguntou sobre a diabetes’’. O ACS deverá registrar o
situação de saúde da pessoa CNS de todos os usuários. No
diabética e a pessoa presente soube desfecho registrar visita realizada.
dar informações. À pessoa hígida foi
direcionada orientação referente à
imunização.
ACS chegou na residência e foi Não registrar motivo de visita.
recebido por um morador que apenas Registrar nome completo, data de
abriu a porta e informou que não nascimento, sexo e CNS. No
poderia conversar naquele momento. desfecho registrar visita recusada. No
campo observações registrar o
horário da visita.

As fichas de visita domiciliar deverão sair da Unidade apenas durante a visita


domiciliar, sendo sempre guardadas na unidade, em ordem de dias, deverão
ser retiradas as de uso do dia e no fim do expediente, devolvidas para o
arquivo disponibilizado pelo enfermeiro para arquivamento.

Em caso de dificuldade em registrar os dados das fichas em qualquer sistema


de informação, o ACS deverá comunicar imediatamente ao Enfermeiro
responsável ou sua Chefia Imediata e registrar em livro de ocorrência. Em
hipótese alguma será aceito justificativa de não registro, sem que essas
atitudes tenham sido tomadas.

CADASTROS DE USUÁRIOS E DOMICÍLIOS

O cadastro é o norteador de ações, divisão territorial, planejamento,


acompanhamento, além de ser nos tempos atuais o principal discriminador do
financiamento da Atenção Primária a Saúde no Brasil.

Até 2019, o financiamento da APS era realizado mediante quantitativo


populacional apontado pelo IBGE, sendo a remuneração per capita calculada
sobre esse numerário. No entanto um novo modelo de financiamento passa a
vigorar a partir de janeiro de 2020, um modelo focado em cadastramento.
Estima-se que 50 milhões de brasileiros estejam fora do campo de visão da
ESF em todo o Brasil. Em Carangola, um estudo recente do município apontou
cerca de 2.974 pessoas desassistidas, sem, contudo, ter dados fidedignos, isso
quer dizer que esse número pode ser um pouco menor ou maior. Com a visão
maior que a atenção básica poderia ter, o Ministério da Saúde, mudou a
estratégia de financiamento, buscando alcançar essa população excluída dos
serviços básicos de saúde do país.
Desta forma, os dados do IBGE passam a ser o teto para financiamento e o
número real de cadastros é o válido para calcular o repasse aos municípios.

Existe ainda mais um fator importante de se ressaltar, o MS quantifica apenas


CADASTROS COMPLETOS para o financiamento, sendo indispensável,
registrar TODOS os dados do usuário e inseri-los no sistema.

Cadastros qualificados contendo o máximo de informações, percursos


atualizados e atendimentos informatizados possibilitam a segurança do registro
das informações, impactando positivamente no acompanhamento dos
indicadores epidemiológicos e assistenciais das eSF, das regionais e do
município, além de garantir o custeio das ações voltadas para a atenção
primária à saúde no município.

O cadastro é realizado pelo ACS, que realiza o preenchimento da ficha de


cadastro individual para cada usuário no domicílio e posteriormente realiza a
digitação no sistema na UBS. O registro das informações em saúde é realizado
de forma individualizada, permitindo o acompanhamento do histórico de
atendimentos de cada usuário, assim como a produção de todo profissional da
APS.

Os dados dos usuários também podem ser inseridos na própria recepção da


unidade de saúde mediante apresentação de documento de identificação e
comprovante de endereço, quando este vier ao serviço de saúde.

A identificação de cada usuário no SUS é realizada por meio do Cartão


Nacional de Saúde (CNS) fornecendo informações sobre um usuário em
qualquer ponto do país. Ele vincula todos os procedimentos realizados no SUS
ao usuário/profissional e à unidade. O número do CNS é um dado obrigatório
para o cadastramento de uma família no E-SUS/VIVVER e para preenchimento
na ficha de visita domiciliar e territorial do ACS. O CNS é gerado e fornecido
aos usuários em todas as UBS pelo sistema CADSUS WEB. Para ter acesso
ao CADSUS WEB é necessário que o profissional realize o auto cadastramento
e seja autorizado pelo administrador do sistema na unidade, geralmente o
enfermeiro. Existem penalidades sobre a inserção de dados falsos, alteração e
exclusão de dados corretos com o fim de obter vantagem indevida ou causar
dano ao banco de dados.

A ficha de visita domiciliar deve ser preenchida integralmente, com o máximo


de informações referentes ao domicílio. Conforme o nome, deve ser preenchida
uma por domicílio e digitada no Sistema do E-SUS/VIVVER.

Sempre que houver modificação na dinâmica do domicílio e/ou usuário, a ficha


respectiva deve ser atualizada e sua informação incluída no sistema.

Realizar o quantitativo de pessoas por faixa etária, por sexo e por condição de
saúde, por exemplo, facilita o diagnóstico sumário e direcionamento em cada
situação problema, por exemplo, em casos de campanha de vacinação, é
possível realizar a previsão de quantas vacinas serão necessárias.

PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDADE

A promoção à saúde pode ser individual, coletiva e ambiental. Tem o poder de


modificar fatores que interferiam diretamente na qualidade de saúde da
população, e fatores associados ao processo saúde-doença, diminuindo as
vulnerabilidades e melhorando a qualidade de vida.

A promoção à saúde é responsabilidade de toda equipe e deve ser


intermediada pelo ACS, em parceria com os espaços da comunidade.

A educação em saúde é um elemento importante da promoção à saúde e tem


como principal objetivo estimular o autocuidado. A prática deve ser conduzida
de forma a permitir que os indivíduos expressem suas necessidades,
apresentem suas preocupações e se envolvam na tomada de decisão,
entendendo as consequências de suas escolhas.

O autocuidado está relacionado com as escolhas que os usuários tomam em


relação à sua saúde e a seu bem-estar. É a capacidade de assumir
responsabilidades por sua saúde, de forma a aumentar a sua confiança e as
habilidades para gerenciar seus próprios problemas. Para apoiar o autocuidado
dos indivíduos de sua área de abrangência, o ACS tem como função:

• Apoiar os usuários na aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de


habilidades para a resolução dos seus problemas de saúde;
• Auxiliar o usuário na identificação dos problemas vivenciados, que podem ou
não ser relacionados à doença;
• Aumentar a confiança do usuário na sua capacidade de implementar
mudanças de vida que levem a melhores resultados;
• Superar as barreiras que se interpõem à melhoria da saúde;
• Corresponsabilizar os usuários pelo seu plano de cuidados.

Além disso, o ACS deve reunir-se com a comunidade com a finalidade de


orientar sobre as doenças prevalentes, como se prevenir de doenças
transmissíveis, doenças relacionadas ao ambiente, bem como orientar sobre
higiene e alimentação adequadas.
Vários grupos operativos podem ser desenvolvidos no âmbito da ESF, com
participação efetiva de toda a equipe de saúde da Família, inclusive NASF e
ACS, nestes espaços, é importante explicitar algumas das funções do ACS:
• Divulgar para população a realização de todas as atividades coletivas
propostas, levando em consideração o público alvo e os temas a serem
discutidos;
• Auxiliar na identificação de crenças, conhecimentos e valores do grupo,
auxiliando os participantes a refletirem antes, durante e após os momentos de
discussão;
• Discutir a importância do autoconhecimento e do autocuidado na contribuição
da atividade coletiva;
• Favorecer a expressão de sentimentos, experiências e dúvidas, gerando
vínculo e confiança dos usuários para participarem desses momentos;
• Contribuir na coordenação de grupos quando se sentir seguro, fazendo com
que as pessoas reflitam e tomem consciência de seu papel na resolução dos
problemas comuns;
• Estar sempre atualizado quanto aos fluxos, dias e horários de realização das
principais atividades coletivas existente na sua área de abrangência.

Outro espaço que há de se destacar como de grande oportunidade de


educação em saúde são as salas de espera. O usuário geralmente aguarda
seu atendimento, o que causa ansiedade e inquietação, este é um ótimo
momento para que seja ministradas orientações pertinentes, objetivas e
pontuais sobre os temas levantados através dos dados obtidos nas visitas
domiciliares.

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

Com vistas a direcionar o profissional de saúde a executar uma ação o mais


resolutiva possível é necessário realizar o planejamento destas, para
otimização de tempo, recurso humano e financeiro.

Cada equipe realizará em conjunto a estratificação de risco de sua área de


abrangência. A estratificação leva em consideração os riscos ambientais, a
violência, as situações de vulnerabilidade social, escolaridade, condições de
saúde, fatores condicionantes e determinantes da saúde e o ACS deve
participar de todo o processo, orientado pelo enfermeiro supervisor.

A estratificação de risco, além de classificar cada domicílio conforme o risco,


norteia o processo de planejamento das ações e as metas a serem elaboradas,
uma vez que enriquece o diagnóstico situacional, trazendo explícitos os
agravos de determinada população.
SUPERVISÃO DO ACS PELO ENFERMEIRO

A supervisão é considerada como algo inseparável de qualquer processo de


trabalho realizado coletivamente, no qual estão presentes diferentes
profissionais, com distintas formações e qualidade de atendimento, podem e
devem servir de reforço e estímulo às diversas atividades, entre elas o
planejamento, a organização interna dos serviços e a qualificação profissional.
A supervisão, o acompanhamento e a coordenação do trabalho do ACS é uma
atividade que deverá ser realizada pelo enfermeiro, regulamentada pela
portaria do Ministério da Saúde, n° 2.436, de 21 de setembro de 2017. Essa
atividade deve ser realizada sistematicamente em horários protegidos na
agenda do enfermeiro e do ACS semanalmente, e visa também o planejamento
das visitas a serem realizadas. Durante a supervisão é importante que o
enfermeiro juntamente com o ACS, faça uma reflexão crítica sobre o processo
de trabalho, as visitas domiciliares realizadas e não realizadas, as famílias
visitadas, o processo saúde-doença das pessoas no território, as gestantes
com pré-natal em atraso, as crianças com vacinação em atraso, as famílias
vulneráveis, os idosos frágeis dentre outras situações elencadas pela eSF. Na
contínua e importante atividade de supervisão do trabalho do ACS, existem
aspectos a serem discutidos, destaca-se aqui:

• Qualidade e quantidade das visitas realizadas;


• Registros da visita domiciliar nos sistemas de informação;
• Validação das fichas de visitas domiciliares, cadastros e mapa de
acompanhamento do Programa Bolsa Família com assinatura e carimbo do
enfermeiro supervisor;
• Realização de busca ativa, conforme definição da equipe;
• Mapeamento, dinamicidade e desafios do território;
• Planejamento mensal do percurso e das visitas domiciliares a serem
realizadas pelo ACS;
• Conhecimento dos recursos/dispositivos da comunidade;
• Atualização e cadastramentos dos usuários no sistema de informação em
saúde;
• Mapeamento de situações prioritárias e de elevada vulnerabilidade da
população adscrita à sua microárea;
• Identificação dos desafios e potencialidades da família e da comunidade
percebidos durantes as visitas domiciliares;
• Participação em espaços coletivos (reunião de equipe, grupos operativos,
sala de espera, colegiado gestor, conselho local);
• Levantamento das necessidades de capacitações;
• Discussão da necessidade de ações intersetoriais.

O registro da atividade de supervisão do trabalho do ACS deve ser realizado


pelo enfermeiro no E-SUS/VIVVER, ficha de atividade coletiva, colocando o
nome dos ACS que participaram, horário de início, horário de término e dia em
que foi realizada a atividade. Durante a atividade de supervisão é importante
que o enfermeiro tenha em mãos, os relatórios de visitas domiciliares
realizadas por ACS, por tipo de visita, por total de usuários visitados de acordo
com a situação de saúde, assim como os formulários de cadastros, a
realização da supervisão, e acompanhar as atividades que foram registradas
pelo ACS durante a semana, fazendo uma leitura crítica, tornando este um
instrumento para supervisão e acompanhamento das atividades realizadas pelo
ACS. Com isso, a organização dos instrumentos de trabalho do ACS a partir da
supervisão é fundamental para detectar as dificuldades em acompanhar as
famílias, auxiliando no planejamento e intervenções de gestão em saúde.

REUNIÕES DE EQUIPE E MATRICIAMENTO

As reuniões de equipe terão sua frequência definidas pelo enfermeiro


supervisor, a coordenação ou a secretaria de saúde, também pode ser
encorajada por qualquer outro membro da equipe de saúde. Em alguns
encontros, podem participar profissionais específicos, a fim de pactuar,
planejar, avaliar ou propiciar ações inerentes à tal classe. No geral, todos os
profissionais da equipe devem participar das reuniões, onde são pactuadas
rotinas, normas e regras, além de discussão sobre o processo de trabalho,
discussão de casos prioritários e estratégias de enfrentamento de problemas,
entre tantas outras ações que podem ser definidas nesse espaço.

Aplicado à atenção primária, o apoio matricial é uma estratégia de organização


do trabalho em saúde que acontece a partir da integração de eSF com equipes
ou profissionais de outros núcleos de conhecimento. São ações de apoio
matricial os atendimentos e grupos compartilhados, a discussão de casos e a
construção de projeto terapêutico singular. O matriciamento possui duas
possibilidades de apoio às eSF: clínico assistencial e técnico pedagógico.

O apoio clínico assistencial ocorre quando, a partir da discussão do caso, a


equipe agenda um atendimento diretamente com o usuário, em discussão, seja
na forma de atividade coletiva, atendimento individual ou visita domiciliar.

O apoio técnico pedagógico, por sua vez, é a construção de conhecimento


entre as equipes de apoio e eSF, construindo informações que empoderem as
condutas dos profissionais.

Dentro dessa estratégia, as reuniões de matriciamento são importantes


dispositivos para discussão de casos ou temas entre os profissionais que
compõem as diferentes equipes envolvidas, obtendo-se um diagnóstico de
necessidades e o levantamento/planejamento de ações que possam ser
desenvolvidas para atendê-las da melhor maneira possível (BRASIL, 2014).
A frequência deve ser periódica e programada, a fim de que as eSF sempre
tenham oportunidade de discutirem suas demandas com os profissionais de
apoio. A presença do ACS junto aos demais profissionais nas reuniões de
matriciamento, assim como a presença dos profissionais de apoio, é de grande
relevância para construção da assistência ao usuário em discussão, não
havendo perda de informações relevantes e garantindo a responsabilização do
caso para com todos participantes. O que é importante se observar para uma
discussão de casos no matriciamento?

• Fragilidade dos laços familiares e sociais;


• Situações de violência doméstica (física, psicológica, negligência);
• Isolamento social;
• Abuso de álcool e outras drogas;
• Alterações drásticas no humor, com dificuldade para controlar emoções e
afetos;
• Dificuldade para realização de atividades de vida diária (higiene, alimentação,
tarefas rotineiras);
• Perda de mobilidade (mudanças de postura, andar);
• Necessidade de meios auxiliares de locomoção, ou dificuldades de adaptação
no uso desses recursos;
• Dificuldade para alimentar e/ou engolir;
• Alimentação por via alternativa;
• Perda ou ganho de peso significativos;
• Comprometimento das funções cognitivas e motoras;
• Risco de desequilíbrio ou quedas;
• Autocuidado precário;
• Dificuldade de adesão a tratamentos e orientações previamente propostas.

PROCESSO DE TRABALHO

É importante registrar que o processo de trabalho na Atenção Primária se


caracteriza basicamente por:

1- Definição do território e territorialização;


2- Responsabilização sanitária;
3- Porta entrada Preferencial;
4- Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de vínculo;
5- Acesso;
6- Acolhimento;
7- Estratificação de risco;
8- Trabalho em equipe multiprofissional;
9- Resolutividade;
10- Promoção da atenção integral, contínua e organizada;
11- Realização de ações de atenção domiciliar;
12- Programação;
13- Implementação de atividades programadas;
14- Implementação de promoção a saúde sistematizada;
15- Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças;
16- Desenvolvimento de ações educativas;
17- Desenvolvimento de ações intersetoriais;
18- Implementação de diretrizes de qualificação do modelo de atenção e
gestão;
19- Participação do planejamento local de saúde;
20- Implantação de estratégias para segurança do paciente;
21- Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão;
22- Formação e educação permanente em saúde;

Entre outros, que serão orientados na prática;

SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

Os sistemas de informação em saúde são diversos e estão presentes em


nossa vida diária, estão mais próximos do que podemos pensar ou concluir.
Como estratégia prática de aplicação, vamos verificar alguns e sua aplicação
prática no dia-a-dia do trabalho do ACS.
A alimentação dos sistemas de informação em saúde é de responsabilidade de
todos os membros da equipe, sendo responsável pelo preenchimento,
digitação e/ou informação, o profissional que realizou o atendimento ao
usuário.
SIS USO ALGUMAS FUNÇÕES DO ACS
Acompanha as Realizar a pesagem, medição da
condições de nutrição estatura, registrar em formulário
SISVAN – e alimentação de específico e realizar a digitação do
Sistema de toda população quantitativo necessário para metas,
Vigilância inclusive dos conforme calendário anual
Alimentar e beneficiários do divulgado. No caso do Bolsa
Nutricional. Bolsa Família. Família preencher todos os dados
quando realizar a pesagem.
SIPNI – Sistema Controle de Realizar Busca ativa de faltantes à
de Informação vacinação por dose/ vacinação, confeccionar e manter
programa tipo de vacina e faixa atualizado cartão espelho vacinal de
Nacional de etária todos os usuários.
Imunização
SISCAN- Vigilância e Controle Realizar busca ativa de pacientes
Sistema de do Câncer de Mama elegíveis para Exame Cervico-
Informação do e Colo do Útero uterino, Mamografia, realizar
Câncer de Colo entrega de marcações, bem como
do Útero e de resultado de exames,
Mama
E-SUS-AB- Reestruturar as Cadastrar, atualizar cadastros,
Sistema de informações em digitar as informações de saúde a
Informações em saúde na atenção cada visita domiciliar, etc.
Saúde da Básica Nacional.
Atenção Básica
VIVVER- Integração municipal Cadastrar, atualizar cadastros,
Sistema de das informações digitar produção, recepcionar
integração referentes ao usuário. pacientes, agendar consultas, etc.
Municipal de
informações do
Usuário e
prontuário
Eletrônico.
Registro dos dados Consultar os dados necessários
do usuário do SUS e para atendimento do usuário,
criação do Cartão inserção e alteração de cadastro
Nacional de Saúde – mediante apresentação de
CNS, indispensável documentos originais, bem como
em todo atendimento guarda de cópia destes e
CADSUS-WEB no âmbito do SUS elaboração do termo de
responsabilidade. Utilização do
programa sempre com ética e
responsabilidade, sabendo que
pode ser responsabilizado
administrativa e criminalmente por
utilização do Sistema para fins
diversos do usual.

Acompanhamento Realizar notificação dos agravos


SINAN- Sistema dos agravos sob suspeitos ou confirmados,
nacional de notificação, surtos, sobretudo VIOLÊNCIA, MDDA
Agravos de epidemias, suspeitos (doenças diarreias agudas) e outras
Notificação ou confirmados. doenças conforme lista a seguir.

1. Acidente de trabalho:
o com exposição a material biológico;
o grave, fatal e em crianças e adolescentes;
2. Acidente por animal peçonhento;
3. Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva;
4. Botulismo;
5. Cólera;
6. Coqueluche;
7. Dengue:
o a. Casos;
o b. Óbitos;
8. Difteria;
9. Doença de Chagas Aguda;
10. Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ);
11. Doença Invasiva por:
o Haemophilus Influenza;
o Doença Meningocócica;
12. Doenças com suspeita de disseminação intencional:
o Antraz pneumônico;
o Tularemia;
o Varíola;
13. Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:
o Arenavírus;
o Ebola;
o Marburg;
o Lassa;
o Febre purpúrica brasileira;
o a)Doença aguda pelo vírus Zika;
o b)doença aguda pelo vírus Zika em gestante;
o c)Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika.

1. Esquistossomose;
2. Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde
pública (situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública,
como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa
desconhecida, alteração no padrão clínico-epidemiológico das doenças
conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a
gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem
comolepizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes);
3. Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação;
4. Febre Amarela;
5. Febre de Chikungunya;
6. Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde
pública;
7. Febre Maculosa e outras Riquetisioses;
8. Febre Tifoide;
9. Hanseníase;
10. Hantavirose;
11. Hepatites virais;
12. HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida;
13. Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e criança
exposta ao risco de transmissão vertical do HIV;
14. Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV);
15. Influenza humana produzida por novo subtipo viral;
16. Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos,
gases tóxicos e metais pesados);
17. Leishmaniose Tegumentar Americana;
18. Leishmaniose Visceral;
19. Leptospirose;
20. Malária:
o na região Amazônica;
o na região extra Amazônica;
21. Óbito:
o Infantil;
o Materno;
22. Poliomielite por poliovirus selvagem;
23. Peste;
24. Raiva humana;
25. Síndrome da Rubéola Congênita;
26. Doenças Exantemáticas:
o Sarampo;
o Rubéola;
27. Sífilis:
o Adquirida;
o Congênita;
o Em gestante;
28. Síndrome da Paralisia Flácida Aguda;
29. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus:
o SARS-CoV;
o MERS-CoV;
30. Tétano:
o Acidental;
o Neonatal;
31. Tuberculose;
32. Varicela - Caso grave internado ou óbito;
33. Violência:
o Violência doméstica e/ou outras violências;
o Violência sexual e tentativa de suicídio.

Doenças e agravos de notificação imediata

Caso suspeito ou confirmado de:

o Botulismo;
o Carbúnculo ou Antraz;
o Cólera;
o Febre amarela;
o Febre do Nilo Ocidental;
o Hantaviroses;
o Influenza Humana (Gripe) por novo subtipo (pandêmico);
o Poliomielite;
o Paralisia Flácida Aguda;
o Raiva Humana;
o Sarampo, em indivíduo com história de viagem ao exterior nos
últimos 30 (trinta) dias ou de contato, no mesmo período, com
alguém que viajou ao exterior;
o Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda;
o Síndrome Respiratória Aguda Grave;
o Varíola;
o Tularemia;
2. Caso confirmado de:
o Tétano Neonatal;
3. Surto ou agregação de casos ou de óbitos por:
o Agravos inusitados;
o Difteria;
o Doença de Chagas Aguda;
o Doença Meningocócica;
o Influenza Humana (Gripe);
4. Epizootias e/ou morte de animais que podem preceder a ocorrência de
doenças em humanos:
o Epizootias em primatas não humanos;
o Outras epizootias de importância epidemiológica.
Resultados laboratoriais de notificação imediata

Resultado de amostra individual por:

o Botulismo;
o Carbúnculo ou Antraz;
o Cólera;
o Febre Amarela;
o Febre do Nilo Ocidental;
o Hantaviroses;
o Influenza Humana (Gripe) por novo subtipo (pandêmico);
o Peste;
o Poliomielite;
o Raiva Humana;
o Sarampo;
o Síndrome Respiratória Aguda Grave;
o Varíola;
o Tularemia;
2. Resultado de amostras procedentes de investigação de surtos:
o Agravos inusitados;
o Doença de Chagas Aguda;
o Difteria;
o Doença Meningocócica;
o Influenza Humana (Gripe).
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