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Entrevista à Priscila
Adélia/Revista Brouhaha
2. Quais sensações desperta? Como é para você ser curadora de uma exposição?
Minhas andanças pelo mundo e por meu quintal me ensinaram o Amor Mundi - a olhar com olhos
apaixonados para meus semelhantes e dessemelhados, para o diferente, o comum, o distante, o
aproximado, o outro. A partir disso, o desafio-sedução de trabalhar com a arte de outrens, é um
enorme prazer; enriquecedor, mesmo. Curadoria vem do termo ‘curar’, daí, curatela, curandeiria, e
esse ofício é interessante quando trabalhamos com liberdade, respeito e uma estrutura técnica
razoável e possibilista. Carece ainda de maior valorização para esse ofício, que finalmente chega a
nosso estado como uma função mais que necessária no processo de realização de eventos culturais o
que já é fato, no mundo – e faz tempo!
Esboço #2
Entre as obras expostas, há dois segmentos predominantes e significantes, que são a fotografia e as
assemblagens. A presença e legitimação da fotografia como arte em meio a outras técnicas e suportes,
num mundo que ora, imagens transbordam por flogs, picasas, flickrs, blogs, e as em movimento por
googlevideos e youtubes e em que ambientes virtuais é cada vez mais dominante, prevalece aqui, o
olhar, a visão de cada criador. Se não me engano, esta também é a primeira vez que uma
performance, “Veias” do Enio Cavalcanti –, foi selecionada para o Salão e isso, mesmo com demora, é
uma vitória. Vale ressaltar o vídeo “Aracê”, um dos premiados desse salão, que nasce da fotografia, do
desenho, da vigia dos dias, da ação por animação como um dos pontos altos desta 11ª edição, de
autoria coletiva do Itaitinga Badaró, que é composto por Diogo Andrade, Rita Machado e Vinícius
Dantas; este, tem participação dupla este ano com a obra solo, em desenho e colagem, “O Grito”. As
mais variadas linguagens, vozes e suportes estão representados nessa mostra e temos a "Espera do
Tempo", como fotografia premiada do cearense Ricardo Régis, e uma pintura – pois é, também a
pintura não morreu -, e os objetos, assemblagens, visualidades. Que venham outros salões, então!
Civone Medeiros em Entrevista para Priscila Adélia Pontes
da Revista Brouhaha/FUNCARTE – Ano IV, Nº 11 (Mar/Abr 2008)