Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Depressão
Déficit de memória é comumente associado com depressão em pacientes idosos e pode ser o único sintoma
presente desse distúrbio comum e tratável. As características essenciais de depressão são tristeza persistente ou
perda do interesse em atividades diárias.
Além disso, pacientes deprimidos experimentam alterações no sono e apetite, perda da energia, retardo
psicomotor, sentimento de culpa ou inutilidade e idéias de morte. Tais pacientes geralmente têm déficit de
recordação.
Os sintomas cognitivos e de humor podem se resolver completamente com tratamento, embora a resposta ao
tratamento possa ser dificultada quando demência e depressão existem juntas. A depressão pode acelerar o
desenvolvimento de demência.
CURSO PRÓ-R
Síndromes de Amnésia
Amnésia é definida como incapacidade para aprender nova informação e é um sinal precoce de Alzheimer.
Diferentemente da Doença de Alzheimer, a síndrome de amnésia é caracterizada por amnésia isolada, sem
comprometimento de outras áreas de função neuropsicológica. Tais síndromes são associadas às condições que
afetam o lobo temporal. Causas de amnésia incluem síndrome de Korsakoff associada ao abuso de álcool e
deficiência de Tiamina, encefalite herpética e trauma crânio-encefálico.
Afasia
Distúrbios de linguagem ou afasia complicam a avaliação de alterações cognitivas. O paciente torna-se
incapaz de participar de testes de memória devido à incapacidade de compreender instruções, repetir palavras,
frases e ler.
Afasia é associada com disfunção do hemisfério dominante. AVC isquêmico é a causa mais comum de afasia,
mas esta pode ser um achado precoce de Alzheimer ou demência degenerativa do lobo frontal.
Causas de Demência
Uma vez determinado que a perda de memória de um paciente é devido a um quadro demencial, o médico
deve determinar a natureza da demência. As principais causas de demência são:
Demências Vasculares
Múltiplos infartos- infarto único; infartos lacunares; doença de Binswanger; arteriopatia cerebral
autossômica dominante com infartos subcorticais e leucoencefalopatia.
Síndromes paraneoplásicas
Encefalite límbica.
Distúrbios auto-imunes/inflamatórios
Esclerose múltipla; LES; doença de Behçet; sarcoidose; arterite temporal.
CURSO PRÓ-R
2
Demência relacionada a trauma
TCE fechado- hematoma subdural crônico.
Miscelânea
Hidrocefalia de pressão normal- tumores do SNC; esclerose do hipocampo; encefalopatia mitocondrial.
Doença de Alzheimer
É a causa mais comum de demência, correspondendo a 2/3 de todos os casos. Ainda não foi confirmado
nenhum marcador biológico para Alzheimer, no entanto, a padronização de critérios clínicos tem melhorado a
acurácia do diagnóstico em mais de 85%.
O início é insidioso, com progressão lenta, perdendo a capacidade de realizar tarefas costumeiras, trabalhar,
etc. Distúrbios de linguagem podem ser um achado precoce, com progressão para afasia, substituição de
palavras ou déficit de compreensão. Memória recente e a capacidade para aprender novas informações também
são alteradas precocemente na doença de Alzheimer. Outro distúrbio comum na função cortical inclui apraxia
(incapacidade de realizar atividades motoras apesar da função motora intacta), agnosia (incapacidade de
reconhecer objetos apesar do sensório intacto) e alexia (incapacidade de compreender palavra escrita).
Pacientes com Alzheimer geralmente não têm conhecimento do seu problema de memória. Nas fases
avançadas da doença, os pacientes podem ficar mudos, rígidos e confinados ao leito. Desilusões e alucinações
são comuns. Os resultados do exame neurológico são notavelmente normais na maioria dos casos. Quando
presentes inicialmente, sinais extra-piramidais sugerem um declínio mais rápido.
Em termos anátomo-patológicos, ocorre atrofia cortical difusa, com aumento secundário do sistema
ventricular. Microscopicamente, notam-se placas neuríticas contendo amilóide A, emaranhados
neurofibrilares e acúmulo de amilóide A nas paredes arteriais dos vasos sanguíneos.
Demência Vascular
É clinicamente reconhecida em pacientes com história prévia de AVC, sinais neurológicos focais ou infartos
na imagem cerebral. O clássico início súbito com deterioração em etapas da demência vascular provavelmente
ocorre em menos da metade dos casos.
Em todo paciente apresentado sinais de demência deve ser realizado um exame de imagem cerebral. Os
déficits cognitivos associados com demência vascular dependem da localização e do tamanho da lesão. Infartos
de grandes vasos causam déficits corticais (como afasia) e déficits locais (como hemianopsia e hemiparesia).
Múltiplos infartos pequenos causam uma apresentação clínica com esquecimento e déficit de funções
proeminentes.
Embora muitos critérios existam para demência vascular, o médico deve realizar uma eficaz prevenção de
AVC em qualquer demência com fatores de risco cerebrovascular ou lesões vasculares na imagem cerebral.
Demência frontotemporal
É um grupo heterogêneo clinica e patológicamente de distúrbios, incluindo síndrome de Pick, que têm em
comum a degeneração dos lobos frontal e temporal.
Mudanças de comportamento, incluindo desinibição, impulsividade, condutas sociais inapropriadas e apatia,
são achados precoces e proeminentes. Essas mudanças comportamentais e a manutenção da capacidade para
tarefas de construção e cálculos, são os mais importantes fatores para diferenciar da doença de Alzheimer.
Distúrbios de linguagem também podem ocorrer no início. Imagem cerebral pode mostrar visualização de
atrofia focal, mas a doença pode geralmente ser reconhecida clinicamente antes das alterações radiológicas. TC
por emissão de pósitron demonstra hipoperfusão nos lobos frontal e temporal. O déficit dominante é no
comportamento e na conduta, aparecendo precocemente.
g-Comportamentos estereotipados.
Mudanças na fala
a-Redução progressiva da fala.
b- Estereótipo de linguagem.
c-Ecolalia. 3
Sinais físicos
a-Reflexos primitivos proeminentes.
b-Incontinência.
c-Acinesia, rigidez, tremor.
Atrofia multissistêmica
Ocorre em adultos com distúrbio neurodegenerativo progressivo caracterizado por parkinsonismo que é
pobremente responsível à levodopa e é associado à disfunção cerebelar, disfunção piramidal, disfunção
CURSO PRÓ-R
Parkinsonismo vascular
É caracterizado por progressão em etapas de síndrome rígido-acinética no seguimento clinico de infartos ou
outros fatores de risco vascular, como hipertensão, diabetes ou dislipidemias. 4
Degeneração cortical basal
É caracterizada por uma síndrome parkinsoniana crônica progressiva resistente à levodopa e associada com
início unilateral de rigidez, distonia e apraxia de um braço ou mão. Depois, se inicia disartria, marcha lenta,
tremores e demência.
Resumo
O manejo inicial do paciente com queixas de memória deve consistir de uma história dirigida para as
alterações cognitivas , realização do Mini-Mental e avaliação funcional.
Pacientes com déficit cognitivo leve devem ser monitorados a cada 6 a 12 meses para conversão para
demência. Delirium, depressão, distúrbios amnésicos e afasia devem ser consideradas no diagnóstico
diferencial de déficit de memória.
Quando um diagnóstico de demência é feito, os pacientes devem realizar uma TC ou IRM e testes
laboratoriais para auxiliar na determinação da causa.
É crucial que a demência seja reconhecida e avaliada no estágio precoce para começar a terapia apropriada e
permitir que o paciente tenha um papel nas decisões. No futuro, terapias para déficit cognitivo leve podem
prevenir a conversão para demência.
A necessidade do reconhecimento precoce da doença torna o desenvolvimento de instrumentos diagnósticos
essenciais como neuroimagem quantitativa ou funcional e marcadores biológicos ou genéticos.