Você está na página 1de 2

A NECESSIDADE DA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Bruno Lucas da Silva Barbosa

O homem, durante toda a história da humanidade, nunca passou por um


problema de perda de sentido tão grande. Diante disso, qual o sentido da vida se se
perde o sentido de amor? O homem é um “ens amans” (ser amante); porque, se não
experimenta a experiência do amor, não conseguirá encontrar o sentido da vida.
Desse modo, o homem experimenta um vazio existencial. Como resposta
para tal problema, apresentamos o personalismo, que coloca a pessoa como algo
essencial para a antropologia. O personalismo traz uma ideia de “ser simpático”;
mas o que será tal termo? Se apresenta como a capacidade de sofrer com o outro,
porque será completamente diferente do utilitarismo, que visa apenas a utilidade do
outro. E quem é o outro? O homem é uma liberdade que tem a necessidade de ser
realizada. Existe, desse modo, um contraste com o outro, que também é livre,
levando a um confronto com tal encontro de duas liberdades.
Até o século XVIII não se fala de uma filosofia do homem, mas da alma do
homem e da psicologia racional. Tal psicologia era tida como empírica, que buscava
conhecer o homem pela experiência para chegar ao conhecimento da pessoa em
sua integralidade. A antropologia filosófica é a disciplina que estuda o homem em
sua integralidade (material), e estabelece seu agir (formal), mediante uma reflexão
crítica dos próprios atos.
O homem, sendo um ser relacional por natureza, busca uma relação com o
outro, com o mundo e com as coisas. O homem, por meio das relações, vai se
descobrir e realizar os atos humanos (atos voluntários), diferenciando daquilo que
são os atos do homem (atos involuntários). São João Paulo II, quando falou de uma
antropologia, tratou os “atos humanos” como “atos da pessoa”, e afirmou que são
um meio para conhecer a pessoa de modo integral.
Com isso, a antropologia trata dos aspectos fundamentais do ser humano
para chegar ao conhecimento daquilo de mais essencial em sua natureza. Ademais,
o homem não é apenas uma “suppositum” - substância individual ou coisa particular
-, mas ela se define em cada ação.
Portanto, além do homem como um ser relacional, é preciso entendê-lo como
um ser que possui uma dignidade de ser vivente, diferentemente daquela visão
mecanicista, que afirma não existir uma diferença essencial entre o vivente e o não
vivente, sendo apenas a estrutura que os diferencia. Entretanto, o viver é um
conjunto dos atos que caracterizam os seres viventes. Desse modo, no plano do ser
temos o próprio vivente, enquanto que no plano do agir temos o viver.
Enfim, a antropologia buscará estabelecer a importância do estudo acerca do
homem, bem como os meios para assegurar sua dignidade, dado que existem
ferem a dignidade humana, como: a clonagem, homosexualidade, anticoncepção
(fere a realidade da pessoa enquanto reprodução de um ser imanente
auto-aperfeiçoante), a pedofilia (contrátio a ação imanente autoaperfeiçoante,
porque não ocorre uma entrega de um ao outro, mas uma dominação). Sendo
assim, a necessidade da antropologia filosófica encontra-se no caminho de
entendimento do homem em sua essência, assegurando sua dignidade e seu bem
viver.

REFERÊNCIAS

FÉLIX, Paulo de Matos. Apostila de Antropologia Filosófica.

Você também pode gostar