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Caderno de Resumos - Congresso Abracor 2009
Caderno de Resumos - Congresso Abracor 2009
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
Promoção
Associação Brasileira de Conservadores – Restauradores de Bens Culturais
Realização
ACOR – Associação
ACOR-RS dos dos
– Associação Conservadores – Restauradores
Conservadores do Rio
– Restauradores doGrande do Suldo Sul
Rio Grande
Organização
Specialitá Eventos
ABRACOR
Caixa Postal 6557 - CEP.: 20030-970
Rio de Janeiro - RJ - 55 (21) 2262 25 91
www.abracor.com.br
Presidente
Solange Zúñiga
Vice-Presidente
Daniela Cristina Silva Camargo
Primeiro Secretário
Maria Julia Faissal Cardoso
Segundo Secretário
Solange Rocha
Primeiro Tesoureiro
Mariana Silva Santana
Segundo Tesoureiro
Mônica Paixão
Coordenador Técnico
Sandra Baruki
Coordenador para Assuntos Internacionais
Luiz Antonio Cruz Souza
Conselho Fiscal
Norma Cianflone Cassares
Franciza Toledo
Lourdes Rossetto
Conselho Administrativo
Ivan Coelho de Sá
Naida Maria Vieira Corrêa
José Carlos Andreoli
Conselho Administrativo
José Dirson Argolo
Jayme Spinelli
Suplentes do Conselho Fiscal
Márcia Regina Pereira Lessa
Suely Deschermayer
Lygia Guimarães
Colaboradores Internacionais
Katriina Simila
M.Silvio Goren
EXPEDIENTE
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
Apresentação
No momento em que se debate o reconhecimento da profissão de conservadores e
restauradores de bens culturais, sua formação profissional e seu papel no vasto espectro
de áreas onde atua, será certamente bem-vinda a publicação das comunicações apresenta-
das no XIII Congresso ABRACOR, que vem registrar o estado da arte da preservação de
bens culturais sob o ponto de vista das inovações tecnológicas e científicas, próprias do
fazer e pensar preservacionistas, e salientar o nível de maturidade alcançado nesses 27
anos de existência da Associação.
Este evento, ora realizado em Porto Alegre em parceria com a Associação de Conserva-
dores e Restauradores de Bens Culturais do Rio Grande do Sul (ACOR-RS), representa o
mais importante encontro de pesquisadores, profissionais e estudantes das áreas do
Patrimônio Cultural atuantes no Brasil e na América Latina. Realizá-lo no Rio Grande do
Sul – cenário mundial de discussões sociais – reforça o pioneirismo deste Estado na
realização de projetos que abrangem componentes culturais e sociais do desenvolvimento
sustentável, além de possibilitar um estreitamento de laços com os demais profissionais
atuantes nos países integrantes do MERCOSUL.
As comunicações aqui apresentadas refletem o tema eleito como objeto central deste
Congresso – Ética e Responsabilidade Social na Preservação do Patrimônio Cultural -
possibilitando a reflexão sobre os parâmetros de atuação do conservador e restaurador na
preservação do patrimônio histórico e artístico e convidando ao debate sobre a necessida-
de do conhecimento multidisciplinar para a preservação dos bens culturais. Refletem,
ainda, os demais objetivos do Congresso, quais sejam possibilitar a discussão e dissemi-
nação de pesquisas e estudos de caso nas áreas relacionadas à ciência da conservação,
apontar para a necessidade de adequação da profissão de conservador-restaurador – cujo
projeto de reconhecimento tramita no Congresso Nacional - às normas de biossegurança
e segurança do trabalho e propiciar o debate de políticas direcionadas à conservação do
patrimônio cultural brasileiro, com ênfase naquelas voltadas à segurança contra o tráfico
ilícito de bens culturais.
Solange Zúniga
Presidente da ABRACOR
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Comissão Científica
Prof. Dr. Sérgio Conde de Albite Silva - UNIRIO/RJ - Coordenação
Profª. Msc. Adriana Cox Hollós - CONARQ
Profª. Drª. Franciza Toledo - Consultoria em Tecnologia de Conservação Ltda.
Prof. Dr. Luiz Fernando Rhoden, arquiteto - IPHAN/RS
Prof. Dr. Marcus Granato - MAST/RJ
Profª. Drª. Maria Regina Emery Quites - UFMG/MG
Dr. Markus Wilimzig - ACOR/RS
Prof. Dr. Plínio Santos Filho - AERPA
Profª. Msc. Silvana Bojanovski - Biblioteca Nacional/RJ
Profª. Drª. Yacy-Ara Froner Gonçalves - UFMG/MG
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
Mensagem
A Associação de Conservadores e Restauradores do Rio Grande do Sul – ACOR-RS
realiza o XIII Congresso ABRACOR juntamente com a Associação Brasileira de Conserva-
dores e Restauradores de Bens Culturais – ABRACOR, no Salão de Atos da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, na cidade de Porto Alegre – RS, nos dias 13 a 17
de abril de 2009.
A temática “Preservação do Patrimônio: Ética e Responsabilidade Social” vem sendo
amplamente debatida, porém nunca esgotada. Os objetivos deste evento bem definem o
momento peculiar e decisivo no fazer do conservador-restaurador em que uma série de
questões se abrem à discussão. Ao debater-se a ética e responsabilidade social na preser-
vação do patrimônio cultural busca-se enfatizar as ações que privilegiem o desenvolvi-
mento sustentável do meio ambiente por meio da articulação da preservação do patrimônio
cultural com seus diversos atores: o poder público, os profissionais da área e a comunida-
de. Pretendemos apresentar um panorama geral do estado da arte da conservação e restau-
ração de bens culturais no Brasil e no exterior ao divulgar e discutir pesquisas e estudos de
caso nas áreas relacionadas à ciência da conservação e restauração, enfatizando a necessi-
dade de sua adequação às normas de biossegurança e segurança do trabalho.
Ao aprofundar as discussões sobre a regulamentação da profissão de conservador-restau-
rador associamos o debate sobre a formação profissional a fim de propiciar um diálogo
com outros profissionais como arqueólogos, arquitetos, engenheiros, arquivistas,
museólogos e curadores, entre outros, para que se reconheçam os diferentes perfis profis-
sionais atuantes na área favorecendo o diálogo inter/multidisciplinar. É com este espírito
que debateremos as políticas direcionadas à conservação do patrimônio cultural brasilei-
ro enfatizando aquelas voltadas à segurança contra o tráfico ilícito de obras.
Receber o XIII Congresso ABRACOR em Porto Alegre nos possibilita estimular o desen-
volvimento da área no Sul do País e proporcionar o intercâmbio com países do MERCOSUL
e o fortalecimento do ensino e pesquisa na área favorecendo a atuação do profissional
conservador-restaurador.
A ACOR-RS enfrentou muitos obstáculos para a realização deste evento, foi com muita
garra e determinação que conseguimos superá-los graças a parcerias e reconhecimento do
nosso trabalho. Este desafio nos tornou mais confiantes e com absoluta certeza da nossa
identidade. Neste momento em que a discussão sobre o reconhecimento da nossa profis-
são se faz latente, o congresso será um palco oportuno e esperamos que decisivo para o
entendimento, o consenso e a harmonia nas decisões.
BEM-VINDOS AO XIII CONGRESSO ABRACOR – BONS TRABALHOS!
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Programa
13 DE ABRIL - SEGUNDA-FEIRA
08h30min Mesa-redonda:
Preservação do patrimônio edificado – ética e sustentabilidade
Coordenador/ Mediador: Luiz Fernando Rhoden – IPHAN - RS
Técnicas atuais das edificações de terra
Luis Fernando Baca – México
Arquitetura de madeira no Paraná
Rosina Parchen – ICOMOS/PR
Argamassas e rebocos tradicionais para a conservação e preservação do
patrimônio edificado
Maria Isabel Kanan – IPHAN/SC
10h15min Debate
10h45min Intervalo p/ café
Lançamento do livro Preservação do patrimônio arquitetônico da
industrialização: problemas teóricos de restauro
de autoria de Beatriz Mugayar Kühl.
11h00min Conferência:
Preservação do patrimônio recente: aspectos éticos, temas e problemas
Claudia Carvalho – Fundação Casa de Rui Barbosa/RJ
11h45min Debate
12h15min Intervalo p/ almoço
14h00min Mesa-redonda:
Ciência da conservação
Coordenador/ Mediador: Markus Wilimzig/RS
A abrangência social da ciência da conservação
Luiz Antonio Cruz Souza – EBA-UFMG
El estúdio y la conservación del patrimonio cultural a la vista del público.
Mario Omar Fernandez Reguera – Laboratório de Ciencias Naturales Universidad
Externado/Colômbia
15h30min Debate
16h00min Intervalo p/ café
16h15min Comunicações
15 DE ABRIL – QUARTA-FEIRA
08h30min Mesa-redonda:
Políticas de segurança e combate ao trafico ilícito
Coordenadora/Mediadora: Lygia Guimarães – IPHAN/RJ
Os desafios para a implementação de uma política eficaz
de segurança em instituições culturais
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Serge Leroux – Ministério de Cultura e Comunicações/França
A cooperação internacional contra o tráfico de bens culturais
Luiz Antonio Custódio IPHAN – RS - ICOM-LAC
Aspectos jurídicos sobre circulação interna e externa de bens culturais
Carlos Magno – Universidade Federal de Ouro Preto/MG
10h10min Debate
10h45min Intervalo p/ café
11h00min Conferência:
As possibilidades de atuação do Ministério Público na preservação do
patrimônio cultural
Ana Maria Marchesan – Promotora de defesa do meio ambiente/RS
11h45min Debate
12h15min Intervalo p/ almoço
14h00min Mesa-redonda:
Preservação de Acervos – Compromisso ético e social
Coordenadora/ Mediadora: Maria Luisa Ramos de Oliveira Soares - FCRB - RJ
A conservação de xerografia na coleção de Arte Postal.
Isis Baldini Elias – Diretora da Divisão de Acervo, Documentação
e Conservação - CCSP
A necessidade de normas e requisitos técnicos para a preservação
do acervo documental
Adriana Cox Hollós – CONARQ/RJ
Implantação de sistemas de climatização e aquisição de mobiliário para
a reserva técnica do Museu Nacional de Belas Artes
Jacqueline Assis - Museu de Belas Artes/IPHAN
15h30min Debate
16h00min Intervalo p/ café
16h15min Comunicações
18h45min Assembléia da ABRACOR
16 DE ABRIL – QUINTA-FEIRA
08h30min Mesa-redonda:
Ética na conservação e restauração de bens culturais
Coordenadora/ Mediadora: Ana Meira – IPHAN – RS
La restauración de Ejercicio Plástico de Siqueiros. Un proyecto Bi-nacional
Néstor Barrio - CEICAB- TAREA /Universidad Nacional de San Martin/Argentina
O tempo e as mudanças de significado na arte contemporânea: novos critérios para
uma nova arte
Edson Motta – Escola de Belas Artes – UFRJ
Ética na conservação de objetos culturais em metal
Virginia Costa – CONSERVARE/França
Ética e cidadania na preservação do patrimônio cultural da UNESCO para o
século XXI
Yaci Ara Froner – UFMG
10h30min Debate
10h45min Intervalo p/ café
11h00min Mesa-redonda:
Patrimônio Imaterial
Cultura Imaterial e Responsabilidade Social
Cleodes Piazza – Universidade de Caxias do Sul
Patrimônio imaterial do chimarrão: O chá da amizade
Flávio Luis Seibt - Presidente do Núcleo de Cultura de Venâncio Aires e da
Associação Amigos do Museu de História da Medicina no RS
12h00min Debate
12h30min Intervalo p/ almoço
14h00min Comunicações
15h45min Intervalo p/ café
16h00min Mesa-redonda:
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Reconhecimento da profissão
Coordenadora/Moderadora: Katriina Simila – ICCROM/Itália
A experiência européia no reconhecimento
da profissão do conservador/restaurador
Mônica Martelli Castaldi/Itália
Projeto de Lei enviado ao Senado “Regulamentação
da Profissão do Restaurador”
Marylka Mendes/RJ
Perspectivas do projeto de reconhecimento da profissão de conservador e
restaurador, encaminhado ao Congresso Nacional pelo Fórum das Associações
Norma Cassares – ABER
17h45min Debate
18h30min Lançamento dos livros:
A Preservação da Informação Arquivística Governamental nas
Políticas Públicas do Brasil de autoria de Sergio Conde de Albite Silva
Bibliografia em álbum de família: A sistematização da
coleção JCM do arquivo fotográfico da
Câmara Municipal de Lisboa de autoria de Francisca Ferreira Michelon
21h00min Jantar de confraternização Churrascaria Galpão Crioulo (por adesão)
17 DE ABRIL – SEXTA-FEIRA
08h30min Mesa-redonda:
Formação profissional
Coordenadora/Moderadora: Gina Gomes Machado/SP
Formação de aprendizes: Inclusão e responsabilidade social
Plínio dos Santos Filho/PE
A contribuição do Mestrado em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST) para
a estruturação da Museologia como área acadêmica no Brasil e suas interfaces
com a conservação de acervos culturais
Marcus Granato – MAST/MCT
LATAM - Programa de longo termo do ICCROM voltado para a América Latina e
Caribe, visando à capacitação de conservadores
Luiz Antonio Cruz Souza – EBA-UFMG
La conservación-restaurácion: aportes para el conocimiento del patrimônio cultural
David Cohen Daza – Programa de conservación y restauración de
bienes muebles – Universidad Externado/Colombia
10h15min Debate
10h45min Intervalo p/ café
11h00min (cont. mesa-redonda Formação Profissional)
CECOR/UFMG
Bethânia Reis Veloso/MG
UFPEL
Maria Letícia Mazzucchi/RS
UNICAMP
Marcos Tognon/SP
12h00min Debate
12h30min Encerramento
13h30min Intervalo p/ almoço
15h00min
I Fórum da ACOR: Políticas de preservação para o Rio Grande do Sul
Ana Meira – IPHAN/RS
Ana Maria Marchesan – MP/RS
Maria Beatriz Medeiros Kother – IPHAE/RS
Débora Regina Magalhães da Costa – EPHAC
André Luiz Martinewski – SPH/UFRGS
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Sumário
COMUNICAÇÕES
ARTES VISUAIS
• Conservação do suporte lycra na obra de Alex Flemming. Andréa Lacerda Bachettini, Naida Maria Vieira
Corrêa. 30
• Restauração das obras de Iberê Camargo para exposição Pintura Pura. Andréa Lacerda Bachettini, Naida
Maria Vieira Corrêa. 31
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• Protocolos de estudio de colecciones de nuevas tecnologias: arte eletrónico, vídeo instalaciones y art net
en el departamento de conservación-restauración del MNCARS. Arianne Vanrell Vellosillo. 31
• Descobrindo o passado (a remoção da camada de verniz oxidado de uma aquarela de 1859). Juçara
Quinteros de Farias, Mar Gomes Lobão. 32
• A conservação e restauração de acervos em suporte de papel no Brasil: uma abordagem à luz da história
cultural. Aloisio Arnaldo Nunes de Castro. 32
• Considerações acerca da possibilidade de conservação de arte contemporânea. Humberto Farias de
Carvalho. 33
• Arte Sacra Catarinense: a “fuga para o Egito” e a identificação anatômica da madeira. Ângela do Valle, João
de Deus Medeiros, Márcia Regina Escorteganha Laner. 33
• Conservação-restauração de imagens de vestir: conceitos, critérios, estado de conservação e causas de
deterioração. Maria Regina Emery Quites. 33
BIBLIOTECAS E ARQUIVOS
• MCSHJC e AHRS: Relato de experiências nas áreas de conservação e restauração de documentos manuscri-
tos e impressos. Evangelia Aravanis, Silvia M. J. Breitsameter. 34
• Desinfestação do acervo da Biblioteca Barbosa Rodrigues, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Ingrid
beck. 34
• Plantas arquitetônicas: um estudo de caso no Museu de Astronomia e Ciências Afins. Ozana
Hannesch. 34
• A adoção da encadernação flexível em pergaminho em obras raras restauradas na Biblioteca Nacional do
Rio de Janeiro. Tatiana Ribeiro Christo. 35
• Estruturas de encadernações “brasileiras” do século XIX na Coleção Rui Barbosa: um estudo para a
preservação de acervos raros. Edmar Moraes Gonçalves, Luiz Antonio Cruz Souza, Yacy Ara Froner. 35
• Restauração de livros do século XVII da Faculdade de Direito da USP: critérios. Hélade da Rocha Corrêa,
Patrícia de Almeida Giordano. 36
CIÊNCIA DA CONSERVAÇÃO
• Investigações sobre argamassas mistas de revestimento cromáticas em fachadas históricas. Bettina Collaro
G. de Lourenço. 37
• Colorimetria em obra de arte. Renata Casatti, Elvo Calixto Burini. 37
• Desacidificação de documentos impressos em papéis de pasta mecânica parte II: propriedades físico-
mecânicas. Alessandro Wagner Alves Silva, Alice Jesús Nunes, Antonio Gonçalves da Silva, Maria Luiza
Otero D’Almeida. 38
• Estudo comparativo de desempenho de tintas à base de cal e silicato. Marília de Lavra Pinto. 38
• Metodologia para a identificação e autenticação do patrimônio cultural: o caso do Istmo de Recife e
Olinda - PE. Flaviana Lira, Magna Milfont, Mônica Harchambois, Renata Cabral, Rosane Piccolo Loretto,
Silvio Mendes Zancheti, Virginia Pontual. 39
• Reconhecer o risco - estratégia utilizada no arquivo fotográfico da rádio nacional. Gabriela de Lima
Gomes, Luiz Antonio Cruz Souza. 39
• Gerenciamento de riscos para acervos museológicos. Kleumanery de Melo Barboza, Luiz Antônio Cruz
Souza. 40
• Análises de problemas pós-restauração. Markus Wilimzig. 40
• O estudo da adição da mucilagem de cactos às argamassas históricas no município de Piratini/Rio Grande
do Sul, Brasil. Roberto Luiz Sawitzki. 40
CONSERVAÇÃO PREVENTIVA
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
• Sistema de controle climático para a Biblioteca Rui Barbosa: preservação da coleção e melhoria das
condições de conforto dos visitantes. Claudia S. Rodrigues de Carvalho, Franciza Toledo, Shin Maekawa,
Vincent L. Beltran. 42
• Embalagens de obras de arte – arte em trânsito. Karen Cristine Barbosa. 43
• La interdisciplinariedad paralela y compuesta en la conservación preventiva. Rosemary Zenker
Alzamora. 44
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
• Por uma articulação entre teoria e prática no triângulo mineiro: o caso de Uberaba (MG). Adriana Capretz
Borges da Silva Manhas, Adriano Luis de Souza, Max Paulo Giacheto Manhas. 44
• Patrimônio cultural, educação patrimonial e responsabilidade social: o núcleo de estudos do patrimônio
e memória da UFSM. André Luis R. Soares. 45
• Educação patrimonial ou uma questão de cidadania? Laura di Blasi. 45
• La formación del arquitecto restaurador de monumentos - Ethos, Deontología Profesional, Ética Política
y Responsabilidad Social. Juan Eduardo de Orellana Rojas, Rossana Eli Miranda North, Ana María Lebrún
Aspílliaga. 52
• Conservação e história: a contribuição do conservador-restaurador de documentos gráficos para a preser-
vação da memória nacional”. Maria Luiza Ramos Soares, Márcia Valéria de Souza. 52
• A segurança contra incêndio como uma abordagem de conservação do patrimônio histórico edificado.
Fabíola Bristot Serpa Gouveia, João Carlos Souza. 53
• Prevenção contra incêndios em edifícios históricos: a importância do projeto. Fabíola Bristot Serpa
Gouveia, João Carlos Souza. 53
• Política de preservação e acesso: considerações e resultados de projeto desenvolvido no Museu de
Astronomia e Ciências Afins. Fabiano Cataldo de Azevedo, Lucia Cataldo de Azevedo, Ozana Hannesch. 54
• Tratamentos químicos aplicados à biodeterioração de acervos documentais na cidade do Rio de Janeiro.
Thais Helena de Almeida, Silvana Bajanoski. 54
• Reflexiones sobre la actividad de los microorganismos en las instituciones que atesoran bienes culturales.
Milagros Vaillant. 55
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RESUMOS DOS PÔSTERES
• Praça Batista Campos: uma análise da importância histórica de seus elementos arquitetônicos. Aline Neves
Gomes, Daniel Calebe Silva Rosário. 56
• Um estudo de caso: a restauração da Igreja do Bom Jesus da Coluna. Claudia Regina Nunes. 56
• A preservação resgatando a história: o caso da sede da Associação Italiana de Santa Maria. Hélvio José
Mello Junior. 57
• Museu de Arte Sacra de Belém: Impactos do projeto. Filomena da Mata Viana Longo, Myrian Leal
Maia. 57
• Umidade em paredes: diagnóstico de argamassas de revestimento afetadas por eflorescências. Paulo
Roberto Cabana Guterres. 58
• Complejo Fortificado del Pacifico Sur. Valdivia. Susana Mariela Muñoz Le Breton. 58
• Diretrizes de mobilidade para o bairro da Cidade Velha: uma condição para a preservação e conservação
do patrimônio arquitetônico. Paulo de Castro Ribeiro, Vanessa Renê C. Ribeiro. 58
• Avaliação da contaminação microbiana em prédios históricos e do patrimônio no RS. Denise de Souza
Saad. 59
• Fábricas européias de azulejos em Belém: identificação de marcas a partir da coleção dos azulejos da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA. Andréa Nazaré Barata de Araújo, Thais Alessandra Bastos
Caminha Sanjad. 59
• Palacete Pinho: permanências e transformações do patrimônio símbolo da belle epoque. Djanira Cabral
Viégas Borges da Cruz, Thaís Alessandra Bastos Caminha Sanjad. 60
• Antigo chalé de ferro da Imprensa Oficial do Estado do Pará: passado, presente e perspectivas futuras. Flávia
Olegário Palácios, Thaís Alessandra, Bastos Caminha Sanjad. 60
• Arquitetura sepulcral em Belém: Cemitério Nossa Senhora da Soledade. Juliana Gonçalves Fortes, Raul
Ventura da Silva Filho, Raul Ventura da Silva Neto, Thais Alessandra Bastos Caminha Sanjad. 61
• Largo do Carmo: preservação e transformações. Aline Neves Gomes, Juliano Pamplona Ximenes Ponte,
Monique Bentes Machado Sardo Leão, Thaís Alessandra Bastos Caminha Sanjad. 61
• Inventário da azulejaria de exterior de Belém. Carolina de Souza Leão Macieira Gester, Thais Alessandra
Bastos Caminha Sanjad. 62
• O restauro da escola de música. Márcia Braga. 62
ARTEFATOS
• Diagnóstico e restauração do identificador de astros - acervo MAST. Gesa Witt, Marcus Granato. 63
ARTES VISUAIS
BIBLIOTECAS E ARQUIVOS
• Técnicas de reconhecimento de faces no apoio à indexação de pessoas em fotografias históricas. Ana Paula
Brandão Lopes, Arnaldo Albuquerque Araújo, Camillo Jorge Santos Oliveira. 65
• ABER: 20 anos de compromisso com a conservação e preservação de documentos bibliográficos. Arsomina
Orieta Vasquez Vilugron, Celina Luiza de Oliveira, Luisa Tamaki Hirayama. 66
• Recuperação do acervo bibliográfico da Fundação Museu da Imagem e do Som - de Henrique Foreis Domingues
“Almirante”. Adriana Ferreira da Silva Amaro, Rita Esteves. 66
• A importância histórica dos selos pendentes, sua conservação e acondicionamento no acervo da Biblioteca
Nacional. Fernando Menezes Amaro, Thais Helena de Almeida. 66
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
• Conservação preventiva do Setor de Obras Raras em Bibliotecas Universitárias: um estudo de caso com a
Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília. Aline Gonçalves Sebes. 67
• A importância da conservação e preservação das fontes documentais. Márcia Maria Palhares, Salatiel
Santos de Freitas. 67
• O Laboratório de Conservação do Acervo: uma experiência na Biblioteca Central da Universidade de
Uberaba (MG). Márcia Maria Palhares. 68
• Caminhos da história: uma reflexão sobre a conservação do acervo documental de Paraty. Clarice Muhlethaler
de Souza, Fátima A. de S. Justiniano. 68
• Acervo arquitetônico do Palácio Quitandinha. Marcelo Lima, Márcia Valéria de Souza. 68
CIÊNCIA DA CONSERVAÇÃO
• Materiais e Técnicas Pictóricas no Brasil do Século XX: Lygia Clark como estudo de caso. Alice Goulart
Heeren de Oliveira, Luiz Antônio Cruz Souza. 69
• Recuperação de informação visual no Projeto Guignard. Ana Paula Brandão Lopes, Arnaldo de Albuquerque
Araújo, Camillo Jorge Santos Oliveira, Rodrigo Silva Oliveira, Thatyene Louise Alves de Souza Ramos. 69
• Raios de prata sobre um luar: um vestido de 1808. Claudia Regina Nunes. 70
• Plano de manejo para a conservação preventiva do acervo de indumentária do Museu Casa de Rui
Barbosa. Isamara Lara de Carvalho. 70
• Critérios éticos de intervenção em bíblia do séc. XVIII. Cristina Sanches Morais, Ellen Maganini, Fernanda
Mokdessi Auada, Ligia Maria Camillo. 71
• Laboratorio de conservacion preventiva y restauracion de colecciones en papel de CNEA. - Interaccion
con la planta de irradiación, informática y los laboratorios relacionados. Ana Maria del Carmen Calvo,
Maria Elisa Gonzalez. 71
• Azulejo histórico: busca da temperatura de queima a partir da mineralogia do biscoito. Cristiane Pereira
da Silva. 72
• Classificação automática de imagens do acervo de obras de Candido Portinari. Antonio da Luz Júnior,
Arnaldo de Albuquerque de Araújo, Daniel Pacheco de Queiroz. 73
• Núcleo de preservação do Museu De Arte Murilo Mendes – UFJF. Aloisio Arnaldo Nunes de Castro,
Lauro Luiz Batista Bohnenberger, Leonardo Alexander Venuto Souto, Valtencir Almeida dos Passos. 73
• São Manuel: conservação - restauração de uma escultura em madeira dourada e policromada. Keli
Cristina Scolari. 73
CONSERVAÇÃO PREVENTIVA
• Relato das atividades de salvaguarda do acervo proveniente da massa falida do Banco Santos: salvamento
emergencial e preservação. Alessandra Andrade França Barbosa, Thais da Cunha Gomes. 74
• Núcleo de preservação do patrimônio histórico e cultural da Universidade de Taubaté. Maria Dolores
Alves Cocco. 75
• Patrimonio – Museología – Formación – Universidad. Gabriela Morales Larraya. 75
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Comunicações
Arquitetura e Bens Integrados
RESTAURO, REVITALIZAÇÃO
E INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA - UFRGS
Edison Alice
O Projeto a ativa participação de estudantes, o que eleva
A Administração Central da UFRGS, sensibi- a Secretaria de Patrimônio a um “laboratório”
lizada com a nítida deterioração e risco de even- de pesquisa e valorização patrimonial.
tuais perdas do seu patrimônio, estabeleceu Para instrumentalizar a elaboração dos pro-
como uma de suas prioridades a recuperação jetos, a Secretaria do Patrimônio Histórico re-
do conjunto arquitetônico do Campus Centro. úne documentos, os quais descrevem a histó-
Assim, em 1999, foi aprovado pelo Ministé- ria das edificações, técnicas e materiais cons-
rio da Cultura, o Projeto Resgate do Patrimônio trutivos, bem como registram as intervenções
Histórico e Cultural da UFRGS, e em 2000, foi contemporâneas.
criada a Secretaria do Patrimônio Histórico, No que tange aos projetos, a Secretaria do
com o objetivo de realizar as atividades de Patrimônio Histórico procura seguir as orien-
conservação, recuperação e revitalização dos tações e preceitos da Preservação de
Prédios Históricos da Universidade. Edificações e Sítios Históricos difundidos atra-
São atribuições da referida Secretaria: vés de Cartas, Declarações e Tratados Nacio-
a) planejar a recuperação, conservação, nais e Internacionais.
revitalização e restauração do conjunto Principais critérios:
arquitetônico do Campus Centro, do prédio da a) preservar as características originais da
Faculdade de Agronomia, no Campus do Vale, edificação; b) agregar novos usos; c) respeitar a
e de outros bens imóveis e móveis que sejam vocação arquitetônica original do prédio; d) res-
pertinentes ao Patrimônio Histórico da UFRGS; peitar a materialidade e a técnica construtiva
b) definir os critérios de preservação do referido original; e) marcar as intervenções pelo uso da
patrimônio, bem como os critérios das interven- materialidade contemporânea; f) proporcionar
ções nas suas áreas e seu entorno; c) planejar e a acessibilidade universal; g) promover e qualifi-
elaborar projetos, bem como acompanhar apli- car a relação entre o prédio e seus espaços ex-
cação de recursos; d) orientar e fiscalizar os ternos; h) projetar as intervenções visando à se-
trabalhos de manutenção; e) promover a for- gurança dos usuários, tanto nos prédios, como
mação acadêmica; f) fomentar a conscientização no seu entorno situado dentro do Campus.
da comunidade pela importância de realizar a Entre as razões para o sucesso do Projeto,
preservação do patrimônio edificado da UFRGS. está a captação de recursos realizada de forma
Desde a sua criação, esta Secretaria vem contínua, a qual obteve rápida resposta da co-
implementando ações que têm dado munidade, bem como a dedicação de todas as
sustentabilidade ao referido projeto, o que pos- pessoas que, de alguma forma, contribuem para
sibilitou a restauração de seis do total de doze a construção desse processo. Soma-se a estes
prédios, os quais já foram entregues à socieda- fatores a credibilidade conquistada através dos
de e estão cumprindo com sua função precípua. resultados obtidos, aliada ao prestígio que a
Os estudos, projetos e obras estão sendo exe- UFRGS detém enquanto instituição perante a
cutados por equipes interdisciplinares de servi- sociedade gaúcha, fatores que têm colaborado
dores da UFRGS e especialistas, contando com para o excelente desempenho da campanha.
Artes Visuais
CONSERVAÇÃO DO SUPORTE
LYCRA NA OBRA DE ALEX FLEMMING
Andréa Lacerda Bachettini - Naida Maria Vieira Corrêa
Este trabalho trata da restauração de duas rie de pinturas biográficas que utilizavam como
obras do artista contemporâneo Alex suporte suas próprias roupas. Posteriormente
Flemming. Nascido em São Paulo, em 1954, passou a recolher e pintar cadeiras, poltronas
Flemming surgiu no meio artístico nos anos e sofás usados, nos quais aplicava letras, que
70, trabalhando com gravuras sobre o cotidia- formavam textos de notícias de jornais. Tam-
no e contestação sociopolítica, dedicou toda bém atuou como professor da Kunstakademie
a sua pesquisa a conflitos sociais e paixões de Oslo. Expôs no Brasil e exterior, participou
humanas. A partir de 1981, começou a pintar de Panoramas de Arte Atual Brasileira, no
intensamente, nos anos 90, realizou uma sé- MAM/SP e diversas Bienais Internacionais de
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
São Paulo. Em 2001-2002, fotografou corpos a tomada de decisão de como realizar o
esbeltos, sobre estas imagens, foram desenha- descolamento dos tecidos dos painéis de
dos mapas de áreas de conflitos e de guerras. eucatex. Foram removidos grampos oxidados
Atualmente, mora em Berlim, mas viaja com e descoladas a bordas, com ajuda de umida-
frequência ao Brasil. de e bisturi. Após descolamento do tecido de
As obras aqui apresentadas são dois torsos algodão do painel de eucatex, o tecido estava
masculinos, de 1983, executado na técnica muito fragilizado, e foi decidido eliminá-lo. Para
de serigrafia, quando o artista utilizou tinta a realização da limpeza e descolamento do
acrílica sobre suporte lycra sintética, que fo- suporte lycra do tecido de algodão, utilizou-se
ram colados em algodão e posters de eucatex. banhos de água deionizada previamente
As obras medem 79 x99,2cm, mas cada obra aquecida. O suporte lycra foi seco e planifica-
é composta por 4 módulos que medem do e posteriormente foi realizada a velinação
39,5X9,6cm aparafusados uns aos outros. com papel japonês e cola neutra, com a inten-
O estado de conservação das obras era pés- ção de estabilizar a movimentação do tecido
simo, com sujidades generalizadas, que já havia perdido sua característica de elas-
excrementos de insetos, fungos e manchas. ticidade, evitando assim a deformação da im-
Os painéis de eucatex estavam muito ataca- pressão. Foram confeccionados novos painéis
das por insetos xilófagos, que chegaram a fa- em MDF revestidos de formica branca, que
zer perfurações nos tecidos. A lycra perdeu foram forrados com não-tecido e feito isola-
muita coloração e elasticidade. Já o tecido de mento com papel de pH neutro entre o painel
algodão estava muito amarelecido devido ao e o não-tecido. Os furos e perdas na lycra fo-
alto grau de acidez. O tratamento foi executa- ram preenchidos com pasta confeccionada
do em várias etapas: primeiramente, as obras com própria lycra e cola de pH neutra. O su-
foram higienizadas e separados os módulos. porte lycra foi estirado no novo painel e fixa-
Foi realizado o mapeamento dos módulos, do com grampos. Os módulos foram fixados
para facilitar a remontagem, após o restauro. uns os outros seguindo o mapeamento e as
Foram analisadas e testadas várias técnicas até perfurações anteriores.
CONSERVAÇÃO-RESTAURAÇÃO DE IMAGENS
DE VESTIR NO BRASIL: CONCEITOS, TÉCNICA
CONSTRUTIVA E CONSERVAÇÃO-RESTAURAÇÃO
Maria Regina Emery Quites
Este trabalho enfoca o estudo das imagens tem por base definir a terminologia “imagens
de vestir no Brasil analisando os aspectos de vestir” como um grande grupo que possui
conceituais, históricos, iconográficos, técnicos subdivisões, que classificam as esculturas de
e devocionais, cotejando com a documenta- acordo com o seu sistema construtivo do mais
ção primária e secundária encontrada. É im- complexo ao mais simplificado. Elas possuem
portante enfatizar uma revisão dos conceitos uma técnica e estética próprias, e sua função
sobre esta relegada categoria escultórica, bem devocional faz com que sua utilização seja
como, o resgate deste grande acervo ampla- multifuncional, servindo a retábulos, procis-
mente utilizado, demonstrando a existência de sões, conjuntos cenográficos efêmeros, ser-
diferenças regionais e sua relevância para a mões, oratórios e outros fins. Enfim, são es-
história da arte. Sob o aspecto da técnica cons- senciais ao teatro sacro da arte religiosa. A ima-
trutiva elaboramos uma classificação funda- gem de vestir está inserida dentro do contexto
mentada na pouca bibliografia existente e no da escultura policromada em madeira, no en-
exaustivo trabalho feito in loco, nas imagens tanto, devido às suas características próprias
estudadas. Ressaltamos que esta classificação apresentam deteriorações específicas. Sobre
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
sua conservação-restauração não pretende- no real significado da imagem de vestir, que é
mos ditar normas rígidas, mas exercitar nossa uma particular interpretação da escultura
capacidade de avaliar nosso objeto de estu- devocional e principalmente uma importante
do. Partindo de uma metodologia de trabalho, manifestação de nossa cultura, que deve ser
podemos estabelecer critérios fundamentados valorizada e preservada.
Bibliotecas e Arquivos
Educação Patrimonial
E A MEMÓRIA URBANA?
ALGUNS ASPECTOS DO PROCESSO DE PROTEÇÃO
DO BAIRRO CARIOCA DO LEBLON
Cláudio Antonio Santos Lima Carlos
A partir de 1979, face ao quadro urbanístico sou a representar uma concreta alternativa às co-
da cidade, caracterizado por sucessivas e radi- munidades de bairros da cidade, principalmente
cais operações de renovação urbana de partes aqueles situados na sua Área Central. O Projeto
expressivas de seu sítio, a proteção urbana pas- Corredor Cultural (1979) e a proteção dos bairros
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
de Santa Teresa (1984), Saúde, Gamboa, Santo mento de controle de uso e ocupação do solo, ten-
Cristo e parte do Centro/Sagas (1985-1988), ocor- do em vista às consequências da sua aplicação e a
ridos através de mobilização comunitária falta de uma política urbana clara, decorrente de um
alavancaram essa tendência que, gradativamente, debate aberto à população carioca. Cabe destacar
alcançou todas as regiões da cidade. que a equivocada interpretação do instrumento,
Em virtude desse processo, a partir de 1988, a juntamente com o boicote imposto pela prefeitura
legislação carioca passou a contar com o primeiro ao Plano Diretor que, até hoje, nunca foi revisto,
instrumento urbanístico específico, voltado à prote- caracterizaram as gestões municipais, a partir de
ção de áreas urbanas, denominado Área de Prote- 1993. O quadro contribui efetivamente para a trans-
ção Ambiental (Apa), consagrado no Plano Diretor formação do instrumento de proteção da memória
da Cidade (1992) sob a denominação de Área de urbana carioca em instrumento, única e exclusiva-
Proteção do Ambiente Cultural (Apac), aplicável em mente, de planejamento urbano, cada vez mais dis-
áreas urbanas com relevância cultural. tante da sua função principal.
É importante observar que devido aos efeitos ur- Em função disso, todas as Apacs estabelecidas
banísticos imediatos causados pela sua aplicação, a na cidade, no período 2001-2006, foram criadas a
Apac passou a ser considerada por associações de partir de decretos municipais, incidindo principal-
moradores, como espécie de antídoto contra os pro- mente sobre os bairros da zona sul da cidade, área
cessos de degradação e as consequências da espe- conflagrada e valorizada em termos imobiliários.
culação urbana que impõem a perda de qualidade O contexto formado é caracterizado pelo
de vida das comunidades. distanciamento entre a teoria e a prática, a
O instrumento de proteção urbana passou tam- idealização e a realidade, observada a partir de
bém a ser apontado pela indústria da construção todo o processo que originou o instrumento Apac
civil como responsável pelo “engessamento” e a e a sua atual aplicação.
degradação da cidade, ameaçando o setor com a A pesquisa realizada na Apac-Leblon (2001) re-
diminuição de suas atividades e a consequente velou dados estarrecedores acerca dos efeitos da
estagnação do mercado imobiliário. O quadro proteção urbana imposta ao sítio da cidade sem
contribui para a formação de jogo político que um devido debate e monitoramento de seus resul-
alimenta os meios de comunicação e transformam tados. O quadro aponta para uma urgente revisão
as Apacs em manchetes diárias nos jornais cario- da atual política urbana e de conservação do
cas, alcançando também os tribunais. patrimônio cultural em vigor, face às graves
Ultimamente, o Poder Executivo Municipal pas- consequências urbanísticas, administrativas, soci-
sou também a ver nas Apacs um poderoso instru- ais e econômicas impostas à cidade.
CONSERVAÇÃO E HISTÓRIA:
A CONTRIBUIÇÃO DO CONSERVADOR-RESTAURADOR DE PAPEL
PARA A PRESERVAÇÃO DA HISTÓRIA NACIONAL
Maria Luiza Ramos Soares e Márcia Valéria de Souza
A preservação de bens culturais de um país informacionais de relevante valor para a Preser-
deve ser preocupação constante de todos aque- vação e a História da Conservação nacional.
les que desejam salvaguardar este patrimônio. Estas informações/registros somados a parte ins-
Preservar e defender esses bens culturais, é crita na memória individual dos que lá estive-
portanto, dever não só das entidades governa- ram ou estão, compõem a historiografia deste
mentais como de cada um de nós brasileiros. Laboratório, desde sua gênese, urgindo
O Laboratório de Conservação-Restauração da transformá-las em produção científica. Parale-
Fundação Casa de Rui Barbosa vem produzin- lamente, aumenta cada vez mais a
do desde sua implantação (1978-1979), dados conscientização da necessidade de preservar a
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
nossa cultura, aumentando também o merca- patrimônio. Mas afinal quem são estes profissi-
do de trabalho para os conservadores-restaura- onais? De onde vieram? Que percurso trilha-
dores de bens culturais. Há, porém, um ram? Como e em que atuam hoje? Qual sua
descompasso no campo educacional nesta contribuição para a área? Com o objetivo de
área. Ultimamente, a formação profissional do responder a estas questões, (nossa pesquisa se
conservador-restaurador de bens culturais vem propõe) propomos historiar os profissionais
sendo discutida em várias instâncias, por ór- conservadores-restauradores de documentos
gãos relacionados à preservação do patrimônio gráficos e obras de arte sobre papel nos últimos
no país, e muitos são os problemas levantados trinta anos, delimitando-nos inicialmente aos
em relação à qualificação desses profissionais. estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Apre-
Tais questionamentos vêm revelando a neces- sentando ao final da pesquisa o perfil destes
sidade de se sistematizar a História da Conser- profissionais, bem como, a contribuição desta
vação no Brasil, pontuando seus diferentes as- amostra para a história, formação e reconheci-
pectos. Ética, responsabilidade social, forma- mento do trabalhador da conservação-restau-
ção e reconhecimento profissional são temas ração, reiterando, sua importância na salvaguar-
que incendeiam as discussões atuais sobre a da dos bens do patrimônio histórico, artístico e
conservação-restauração de bens culturais do cultural do País/nacional.
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
Pôsteres
Arquitetura e Bens Integrados
UM ESTUDO DE CASO:
A RESTAURAÇÃO DA IGREJA DO BOM JESUS DA COLUNA
Cláudia Regina Nunes
A Igreja do Bom Jesus da Coluna datada de dou-a, devolvendo a sua estabilidade estrutural.
1705 está localizada na Ilha do Fundão em área Em 2006, com aprovação de um Projeto
protegida pelo Exército Brasileiro. Em 2004 a Pronac iniciou-se a restauração da Igreja com
Fundação Cultural do Exército, realizou um pro- verbas do BNDES, bem como a restauração da
jeto para a restauração da mesma que estava imaginária da Igreja. Foi firmado um convênio
fechada há vários anos, em péssimo estado de entre a Funceb, a Escola de Belas Artes e o IPHAN,
conservação. e um curso de formação de auxiliares de restaura-
Esta Igreja em estilo colonial espanhol, possui ção foi elaborado, e desenvolvido em conjunto
oito imagens as quais foram recolhidas e guar- com a restauração das Imagens, no qual 26 alu-
dadas pelo Exército no Forte de Copacabana há nos formaram-se.O trabalho descorrerá sobre a
13 anos. Todas as imagens estavam em péssimo participação do IPHAN como órgão orientador e
estado de conservação, mas uma delas, a do fiscalizador da restauração deste Bem Tombado
Bom Jesus da Coluna estava em trinta pedaços, e e de seus Bens Integrados, os vários profissionais
durante dois anos o Prof. Ivan Coelho consoli- envolvidos e sua devolução à comunidade.
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
A PRESERVAÇÃO RESGATANDO A HISTÓRIA:
O CASO DA SEDE DA ASSOCIAÇÃO ITALIANA DE SANTA MARIA
Helvio José Mello Junior
A sede da Associação Italiana de Santa Ma- nas” atuais. Teria sido essa modificação da fa-
ria (AISM), com sua fachada principal em esti- chada somente para se fazer uma “atualização
lo “Art Deco”, despertava poucas atenções à estilística” ou haveria aí uma forma velada de
sua preservação. A edificação parecia despro- repressão aos “inimigos da quinta coluna”?
vida de qualidades que a fariam ser enquadra- Em 1996 o governo do Estado devolve o imó-
da como patrimônio. Porém a grande maioria vel à Associação Italiana de Santa Maria. Novas
das pessoas (inclusive seus próprios associa- modificações internas são feitas para adapta-
dos) desconhecia a história deste prédio e de ção às novas funções. A AISM hoje é uma en-
sua representatividade para a comunidade de tidade dinâmica que promove inúmeros even-
descendência italiana da cidade. tos e atividades na sua sede. Porém, nos últi-
Inaugurado em 1914 para ser a sede da Società mos anos, ao mesmo tempo em que cresciam
Italiana di Mutuo Soccorso di Santa Maria, cum- estas atividades e o número de frequentadores,
priu suas finalidades até 1942, quando passou a sentia-se uma necessidade urgente de inter-
pertencer ao Estado. O Brasil de Getúlio Vargas, venção nas instalações por conta do notável
além das políticas nacionalistas, estava em guerra estado de deterioração de alguns elementos
contra os países do Eixo (Alemanha, Itália e Ja- (inclusive riscos de desabamento, principal-
pão). Houve a proibição do funcionamento de mente os entre-pisos e a cobertura) e de
entidades que mantivessem relações com a cul- melhorias nos espaços em vista de uma me-
tura, a economia, a política, etc. destes países. lhor qualidade de uso.
Perseguições e violências contra os representan- Em 2006 dificuldades financeiras fizeram a
tes destas etnias foram rotineiras. direção da AISM procurar uma fonte de renda
Ao serem proibidas as associações “estran- permanente o que levou a entidade a alugar um
geiras”, não houve alternativa à diretoria da espaço no térreo para um estabelecimento co-
Società Italiana senão encerrar as atividades da mercial. Este fato resultou numa modificação na
entidade e entregar o imóvel que lhe servia de estrutura deste pavimento. Decidiu-se então a
sede ao Governo do Estado do Rio Grande do realização de uma reforma geral abrangendo os
Sul, numa controvertida “doação voluntária”, outros dois, visando a readaptação e moderni-
feita sob pressão de forças policiais (antes, em zação das instalações. Tal obra, concluída em
1938, o salão de festas foi a primeira sede da 2007, dotou o prédio de melhores condições
Biblioteca Pública de Santa Maria). Foram feitas de funcionalidade e infra-estrutura. Tão impor-
reformas que modificaram radicalmente a iden- tante quanto esta intervenção, foi a notável re-
tidade do prédio e o adaptaram para a instala- percussão e o consequente despertar entre os
ção do Centro de Saúde (que lá funcionou por associados e a comunidade em geral do valor
50 anos). A fachada principal perde sua caracte- histórico-social do prédio, como testemunha e
rística original eclética e toma as feições “moder- protagonista de uma época.
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
UMIDADE EM PAREDES: DIAGNÓSTICO DE ARGAMASSAS DE
REVESTIMENTO AFETADAS POR EFLORESCÊNCIAS
Paulo Roberto Cabana Guterres
O presente trabalho visa a diagnosticar a metodologia: análise visual e documental dos
patologia de argamassas de revestimento, em revestimentos; ensaios “in situ” e laboratoriais,
construções antigas, afetadas por sais solúveis. com coleta de materiais. O trabalho faz parte
A região em estudo é a zona central da cidade de um projeto que tem por finalidade o desen-
de Pelotas, por possuir maior concentração volvimento de argamassas de recuperação,
de prédios históricos, início do século XIX até com o uso de materiais de construção utiliza-
metade do século XX. Utilizou-se a seguinte dos na região.
Artefatos
DIAGNÓSTICO E RESTAURAÇÃO
DO IDENTIFICADOR DE ASTROS - ACERVO MAST
Marcus Granato - Gesa Witt
Os bens culturais são o produto e o teste- cos objetos necessitam de restauro, determi-
munho das tradições e realizações intelectu- nando o desenvolvimento de procedimento
ais do passado e, dentre eles, as coleções de de intervenção compatível com os códigos de
instrumentos científicos históricos constituem- ética de restauro internacionais.
se em testemunhos dos mais significativos do O presente trabalho tem por objetivo apre-
campo da História da Ciência. No Brasil, o sentar o diagnóstico e as intervenções realiza-
Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) das para a restauração do Identificador de As-
tem sob sua guarda uma coleção de instru- tros com Globo Celeste, objeto do acervo
mentos de valor histórico que documenta um museológico do MAST. O diagnóstico da peça
período importante da História da Ciência no mostrou a presença de diversos materiais com-
Brasil, sendo uma das mais importantes do ponentes, como metais, papelão, madeira e
gênero. É composta por 2000 objetos que vidro, e condições críticas de conservação em
pertenceram, em sua maioria, ao antigo Ob- boa parte do conjunto de peças do objeto,
servatório Nacional e que foram utilizados em com corrosão nas partes de metal, buracos e
serviços e pesquisas de grande importância arranhões nas partes em papel, mofo nas par-
para o País como a determinação e a transmis- tes orgânicas, etc. Foram identificados cinco
são da hora oficial do País, a previsão do tem- problemas graves que precisavam ser resolvi-
po, as efemérides astronômicas, a demarca- dos e estão identificados a seguir: fixação do
ção das fronteiras brasileiras, o mapeamento globo, inexistente e determinante para a esta-
magnético do solo brasileiro e outros. bilidade da peça; caixa da bateria em situação
Os instrumentos pertencem em sua maioria de decomposição estrutural; lente menor sol-
aos séculos XIX e início do XX. A coleção é ta de seu suporte fixação, possibilitando a per-
extremamente rica e pode ser comparada às da da peça; fixação da lâmpada numa nova
grandes coleções do mundo desse tipo. Uma estrutura similar à original, para que impedir a
grande parte dos objetos relaciona-se à astro- perda dessa parte do instrumento; presença
nomia, Topografia, Geodésia, Geofísica, de mofo generalizado no objeto.
Meteorologia, Metrologia, Medida de Tempo O resultado final da intervenção no instru-
e Ótica. Apresentam-se, em geral, em bom es- mento teve por objetivo permitir a percepção
tado de conservação, apesar do museu situar- da sua função, além de possibilitar seu manu-
se numa cidade à beira-mar e com condições seio sem danos, já que inicialmente o globo
de clima tropical. Por outro lado, alguns pou- apresentava-se completamente solto. No acer-
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
vo, existe um outro objeto similar ao que foi as peças do instrumento com pincel para tirar
restaurado, onde faltam ainda mais partes, mas a poeira para, em seguida, serem
que serviu para esclarecer alguns pontos obs- implementadas as intervenções mais profun-
curos no identificador em restauração. Primei- das que garantiram, ao final, a preservação do
ramente, foi realizada a higienização de todas instrumento.
Artes Visuais
A PANORÂMICA DE VALERIO VIEIRA
Ilo Codognotto
Das várias produções fotográficas sobre a cida- A montagem da obra seguiu exigências especí-
de de São Paulo, em especial durante os anos 20 ficas como:
que coincidem com as comemorações do pri- A - Sala
meiro centenário da Independência, destaca-se a Não possui paredes externas ou encanamentos
série de panoramas da cidade realizados por Possui paredes duplas
Valério Vieira entre 1905 e 1921. Porta em vidro com caixilhos em ferro galvaniza-
Valério, ao adotar a fotografia para registrar a do
paisagem paulistana, conquistava um lugar para Pintura em preto (para destacar a imagem)
a técnica. A recepção a suas obras ocorreu, po- B – Climatização
rém, dentro do universo das comemorações ofi- Instalado um sistema de climatização (equipamen-
ciais. Todos os diversos eventos que contaram to de condicionamento de ar Carrier Springer/
com grandes panoramas estão registrados na im- 60.000BTU/h) com resistências controladas por
prensa com destaque para a afluência de espec- sensores que mantém as condições em 20ºC e
tadores. No entanto, essas obras - que adotam 50%UR.
procedimentos da fotopintura em especial na úl- C - Montagem da Obra
tima versão em 1921, exposta em 1922, e trazem Estrutura em ferro galvanizado com pintura
o registro da paisagem para a grande escala - não eletrostática em epoxi
causaram impacto sobre o restante da produção Montagem da obra na estrutura com abraçadeiras
fotográfica local. de plástico a partir de ilhoses já existentes na
Das várias panorâmicas gigantes que fez, resta entretela de sustentação
apenas “O Panorama de São Paulo” feita entre D – Iluminação
1919 e 1922, com 14 X 1,40 metros, fotografia 20 spots dimerizados com lâmpadas dicróicas.
emulsionada em papel fotográfico contínuo, co- Trilhos eletrificados, com filtros UV - Máximo de
lado em uma tela e pintado com tinta a óleo para 34 lux
a preservação da imagem. Para realizá-la, foi auxi- E – Segurança
liado por Conrado Wessel na preparação da Guarda corpo em ferro galvanizado que mantém
emulsão fotográfica. A obra encontrava-se acon- o público afastado a 1,50 M da obra
dicionada enrolada em uma caixa em madeira, Presença permanente de um segurança na sala
confeccionada especialmente para ela. para controlar o número de acessos, e evitar aglo-
OBJETIVOS merações, que poderiam acarretar em alterações
Em dez anos a tela foi exposta em raras oportu- na climatização, e principalmente evitar qualquer
nidades e por sua dimensão e importância, o ob- ação por parte dos visitantes que ponha a obra
jetivo era expô-la permanentemente, respeitando em risco.
os preceitos da preservação. Conclusão
METODOLOGIA Este trabalho apresentou os procedimentos
Para expô-la, foi necessário criar as condições adotados necessários para a conservação e segu-
ideais e foi formada uma equipe multidisciplinar: rança na montagem da fotopintura “Panorama
um conservador; um arquiteto; um especialista de São Paulo”, de Valério Vieira. O objetivo de
em iluminação e um especialista em climatização. preservar a obra paralelamente a sua exibição foi
Durante a realização do trabalho todas as me- atingido, graças à adoção destas medidas. A mon-
didas para conservação da obra e sua segurança tagem proporcionou ao público a rara oportuni-
foram tomadas, desde a escolha da melhor sala dade de apreciar essa obra importante e original,
até a compra de equipamentos. E o resultado des- a qual se destaca tanto por suas dimensões e téc-
se esforço foi o aumento da visitação, tanto do nica, quanto por sua qualidade como obra de
público espontâneo como dos grupos agendados arte única.
para visitas monitoradas, como escolas e excur- Climatização - Saulo Güths
sões etc., sempre respeitando os padrões de con- Arquitetura - Silvio Oksman
servação estabelecidos. Iluminação - Ricardo Eder
Bibliotecas e Arquivos
TÉCNICAS DE RECONHECIMENTO DE FACES NO APOIO À
INDEXAÇÃO DE PESSOAS EM FOTOGRAFIAS HISTÓRICAS
Ana Paula Brandão Lopes, Camillo Jorge Santos Oliveira
e Arnaldo de Albuquerque Araújo
A digitalização de acervos históricos consti- Dentre os métodos baseados em aparência,
tui-se como uma importante ferramenta na pre- os mais conhecidos são aqueles que usam Aná-
servação e ampliação do acesso a esses materi- lise dos Componentes principais (ACP) ou Aná-
ais. Estes dois aspectos encontram-se estreita- lise do Discriminante Linear (ADL). Apesar de
mente relacionados, uma vez que não tem sen- relativamente bem-sucedidos em diversos casos
tido a preservação física de uma grande massa reportados na literatura, tais métodos necessi-
documental sem que a informação esteja efeti- tam de um conjunto razoavelmente grande de
vamente disponível. Para isso, são necessários imagens de amostra de cada indivíduo para “trei-
instrumentos de pesquisa eficientes, que por namento” do reconhecedor. Isto dificulta, e em
sua vez dependem de uma indexação adequa- alguns casos impossibilita o seu uso em situa-
da do material. ções onde há poucas imagens de cada sujeito.
Um aspecto importante da indexação de fo- Em coleções de fotografias históricas a gran-
tografias históricas é a identificação e cataloga- de maioria dos sujeitos aparece somente uma
ção das pessoas que nelas aparecem. Tradicio- vez, raramente chegando a mais de duas ou três
nalmente isto é feito manualmente com auxílio ocorrências, dessa forma dificultando a aplica-
de material textual e comparações visuais. Nes- ção de métodos baseados em aparência.
te artigo, argumenta-se que técnicas de reco- Os sistemas de RF tipicamente usam como
nhecimento de faces (RF) podem auxiliar o pro- conjunto de treino uma amostra da própria base-
cesso de catalogação de personalidades em fo- alvo. Entretanto, partindo da idéia de que as fa-
tografias, sugerindo outras ocorrências de um ces humanas são razoavelmente similares, um
mesmo indivíduo na base de imagens. Para ava- trabalho recente na literatura indica que o uso
liar a viabilidade da proposta, foi utilizada uma de uma base de treino genérica pode melhorar a
base de fotografias históricas pertencente ao taxa de reconhecimento quando poucas amos-
Arquivo Público Mineiro. tras estão disponíveis na base-alvo. Por outro
Os métodos de RF dividem-se naqueles basea- lado, resultados experimentais indicam que o
dos em modelos e nos baseados em aparência. ACP bi-dimensional (2D-ACP) é capaz de atingir
Os primeiros baseiam-se na construção de um resultados comparáveis ao ACP original, porém
modelo da face a partir de medidas características usando uma amostra de treino menor.
da face e são bem-sucedidos para situações onde No método apresentado neste trabalho, uma
a aquisição das imagens é muito bem controlada. base genérica é utilizada de uma forma diferen-
Além disso, exigem o posiciona-mento preciso, ciada e em combinação com o 2D-ACP. Os
muitas vezes feito manualmente, de um conjunto resultados mostram que a taxa de sugestões
razoável de características faciais, inviabilizando a corretas de novas ocorrências de uma dada
sua aplicação quando a quantidade de imagens pessoa pode chegar a mais de 75% dos casos
disponíveis é muito grande. se a busca for bem direcionada.
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
ABER: 20 ANOS DE COMPROMISSO COM A CONSERVAÇÃO
E PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS BIBLIOGRÁFICOS
Celina Luiza de Oliveira - Luisa Tamaki Hirayama - Arsomina Orieta Vasquez Vilugron
Em 1988, um grupo de amigos dos livros divulgação de estudos relevantes em sua área.
coordenado por Guita Mindlin Em conjunto com outras instituições, a ABER ela-
e Thereza Brandão Teixeira fundou a ABER – borou o Código de Ética do conservador-restau-
Associação Brasileira de Encadernação e Res- rador e no momento participa do esforço para
tauro – para discutir questões sobre encader- que o Congresso Nacional regulamente as ativi-
nação, conservação e restauro de livros, com a dades de restauradores de bens culturais. Du-
finalidade de contribuir para a preservação da rante estes vinte anos, a entidade ministrou de-
memória nacional. Para solucionar o proble- zenas de cursos, palestras, seminários e
ma da falta de profissionais qualificados nessas workshops com especialistas renomados do País
áreas, a ABER iniciou em 1991 uma parceria e do exterior, contribuindo para a qualificação
com o SENAI para formar técnicos em conser- de centenas de profissionais que atuam em to-
vação e restauro de documentação gráfica. das as regiões do Brasil. Pretendemos mostrar
Em 1995, o convênio ganhou o suporte de no Painel a contribuição da ABER na preserva-
um moderno e bem-equipado laboratório. Atu- ção do patrimônio cultural e no desenvolvimen-
almente o programa SENAI-ABER oferece cursos to profissional balizado pela ética e pela respon-
de 603 horas de duração, cuja qualidade é am- sabilidade social. Esta é a missão da ABER: cui-
plamente atestada pelo mercado. Nossa associ- dar dos livros com amor, respeito e conheci-
ação hoje também colabora na conservação de mento por meio da conservação e preservação,
acervos públicos e privados e na produção e para o futuro conhecer o passado.
A IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO
E PRESERVAÇÃO DAS FONTES DOCUMENTAIS
Salatiel Santos De Freitas - Márcia Maria Palhares
O homem sempre se preocupou em preser- livros ou códices, além de outros vestígios que
var para a posteridade seus escritos documen- conduz a compreensão do passado em forma
tados: suas ideias, fórmulas, teorias, leis, seja de rastros ou na forma de um mosaico, em que
em papiros, pergaminhos e principalmente em cabe ao pesquisador efetuar uma minuciosa
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
caminhada e a juntar pequenos fragmentos. E, to da massa documental, mas também nos leva
para palmilhar nas intrincadas manifestações pensar no suporte onde estes documentos se-
humanas é necessário dirigir-se às fontes, so- rão colocados. Nesta análise tais documentos
bretudo as documentais. No entanto estas fon- serão caracterizados como arquivos permanen-
tes e documentos exigem um processo de sele- tes e para com o trato dos mesmos é necessária
ção para manuseio, para se estabelecer a sua uma atenção no que concerne a sua conserva-
fidedignidade. Esta seleção cuja função esta li- ção e preservação usando também de diferen-
gada a arquivologia na análise de documentos tes meios, principalmente a restauração efeti-
tidos como de valor secundário, permite não vando o seu alongamento para a posteridade
só a sistematização no processo de recolhimen- como um bem a ser preservado.
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
Ciência da Conservação
MATERIAIS E TÉCNICAS PICTÓRICAS NO BRASIL DO SÉCULO XX:
LYGIA CLARK COMO ESTUDO DE CASO
Alice Goulart Heeren de Oliveira - Luiz Antônio Cruz Souza
A análise científica de obras modernas e con- eleita para um estudo de caso.
temporâneas brasileira é de vital importância para O objetivo desse trabalho é contribuir com o
o desenvolvimento da conservação da arte mo- conhecimento sobre materiais e técnicas pictóri-
derna e contemporânea no Brasil, além de de- cas no Brasil, através da identificação do uso e
senvolver subsídios fundamentais para o conhe- diversidade de materiais pictóricos utilizado pe-
cimento mais aprofundado dos materiais e téc- los artistas brasileiros, sendo o foco do estudo a
nicas utilizados pelos artistas. pintura no século XX.
Lygia Clark foi uma artista vital para o desen- Através de um levantamento bibliográfico e de
volvimento da arte brasileira. Nascida em Belo referência de obras analisadas pelo LACICOR-
Horizonte em 1920, foi orientada por grandes CECOR em parceria com a Associação Cultural
nomes como Burle Marx, Lèger e Dobrinsky. Sua O Mundo Lygia Clark, pode-se ter uma visão, ain-
tragetória da arte abstrata para a concreta e desta da que limitada, sobre a processo da artista, tanto
para a neoconcreta até uma arte participativa e em questões poéticas, históricas e dos materiais e
visceral de impacto internacional é de grande técnicas empregados em suas obras.
relevância para a história da arte brasileira como Questões envolvidas em diferentes fases da
um todo, mas também para a história do desen- obra da artista, como o papel da moldura na pin-
volvimento técnico no País. Suas mudanças es- tura; a relação arte e vida; relação com o eu, o
téticas se encontram alinhadas com suas mu- mundo e o outro; o artista como propositor; o
danças de materiais e técnicas pictóricas empre- espectador como co-autor; entre outras, são abor-
gadas ao longo de sua produção artística. dados sob o ponto de vista de diferentes teóricos
Ao longo dos últimos três anos foram feitos e críticos da arte moderna e contemporânea, além
estudos de materiais e levantamentos bibliográ- de serem traçados as mudanças de materiais e
ficos para estabelecer uma linha do tempo da técnicas envolvidas em cada uma dessas fases.
arte brasileira e analisar os principais artistas. Assim, se busca um panorama geral da obra da
Nesta fase do trabalho, a artista Lygia Clark foi artista tanto teórica como tecnicamente.
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Caderno de Resumos | Congresso Abracor 2009
CLASSIFICAÇÃO AUTOMÁTICA DE IMAGENS
DO ACERVO DE OBRAS DE CANDIDO PORTINARI
Daniel Pacheco de Queiroz- Antônio da Luz Júnior - Arnaldo de Albuquerque Araújo
Métodos eficientes de busca por imagens esta foi utilizada como referência para
são cada vez mais necessários e importantes. quantificar a eficiência da classificação auto-
Sistemas capazes de realizar a tarefa de Recu- mática. Após esta etapa, foi realizada pesquisa
peração de Imagens Baseado em Conteúdo para identificar quais são os principais méto-
(CBIR) são a solução ideal para o problema de dos utilizados para a extração de atributos visu-
busca por imagens de interesse em grandes ais, considerando os aspectos de cor e textura.
bases de dados. Com isto é possível recuperar Dado o problema da alta-dimensionalidade de
imagens utilizando uma descrição do conteú- atributos a serem analisados, foi adotada uma
do desejado. A classificação de imagens é uma abordagem para seleção de atributos mais rele-
das etapas fundamentais do CBIR. A qualida- vantes. Foram implementados os algoritmos
de da classificação está diretamente associada necessários para a extração dos atributos visu-
à relevância dos resultados obtidos. Para uma ais, classificação de dados e seleção de atribu-
boa classificação é necessário conhecer os tos determinantes e, também, rotinas para ma-
atributos que melhor descrevem as categorias nipulação das imagens e interfaces para acesso
de dados existentes. a base de dados onde as informações extraídas
Este trabalho visa identificar um conjunto foram armazenadas.
de atributos, capazes de discriminar as técni- O principal resultado a obtido com este tra-
cas utilizadas na criação das 5.000 obras que balho foi de mostrar a relevância da seleção
compõem o acervo de Candido Portinari. Com de atributos para uma classificação automáti-
isto, pretende-se auxiliar no processo de clas- ca de imagens eficaz e eficiente. Um protótipo
sificação e recuperação de imagens na base de classificador também foi criado, podendo
de dados desse acervo. ser aperfeiçoado e utilizado para auxiliar na
Inicialmente foi necessário capturar as ima- classificação de uma possível redigitalização
gens e manter a classificação já existente, pois das imagens.
NÚCLEO DE CONSERVAÇÃO E
RESTAURAÇÃO DO MUSEU DE ARTE MURILO MENDES
Aloisio Arnaldo Nunes de Castro - Lauro Luiz Batista Bohnenberger -
Leonardo Alexander Venuto Souto - Valtencir Almeida dos Passos
O Laboratório de Conservação e Restaura- de suporte, reintegração estética e acondiciona-
ção de Pintura e Escultura e o Laboratório de mento técnico. Realizam ações de Conservação
Conservação e Restauração de Papel têm Preventiva por meio da melhoria das condições
como objetivo principal a formulação de polí- de manuseio, utilização, técnicas de exibição
ticas de preservação do acervo bibliográfico, das coleções e armazenagem do acervo em Re-
documental e de artes plásticas alocados no serva Técnica. Desenvolvem programas de trei-
Museu de Arte Murilo Mendes. namento profissional com oferta de estágios su-
Utilizando-se de procedimentos técnicos e pervisionados aos acadêmicos da UFJF, além da
metodologia científica, os Laboratórios pro- prestação de serviços para coleções públicas e
movem medidas que visam à estabilização particulares.
do processo de deterioração das coleções, A equipe profissional dos Laboratórios vem
prolongando a vida útil e a qualidade de aces- mantendo-se atualizada quanto aos critérios
so às informações inerentes aos bens cultu- éticos, estéticos e científicos assinalados no
rais da instituição. campo da Ciência da Conservação e restaura-
Os Laboratórios possuem instalações e equi- ção de Bens Culturais, por meio de desenvol-
pamentos técnicos aplicados aos processos de vimento de trabalhos, pesquisas, participação
conservação e restauração como: diagnóstico, em cursos, congressos e demais eventos da
higienização, tratamento químico, reconstituição área técnica.
Conservação Preventiva
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