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CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À CONSULTA PÚBLICA Nº 41/2023

NOME DA INSTITUIÇÃO: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GRANDES


CONSUMIDORES INDUSTRIAIS DE ENERGIA E DE CONSUMIDORES
LIVRES - ABRACE

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL

ATO REGULATÓRIO: Consulta Pública nº 41/2023

OBJETO: Proposta de Orçamento Anual


da Conta de Desenvolvimento Energético
– CDE de 2024, a ser submetida à consulta
pública.

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Todos os anos, a ABRACE, associação setorial que representa


consumidores industriais de energia, contribui nos processos de consulta pública
para definição do orçamento do CDE para evitar o repasse de custos indevidos
às tarifas dos consumidores.

2. ITENS DE DESPESA DA CDE


2.1. CCC
2.1.1. Fator de corte das perdas regulatórias

Conforme o Submódulo 5.1 dos Procedimentos de Regulação Tarifária


(PRORET), o Fator de Corte das Perdas Regulatórias (fc) “será aplicado
mensalmente para fins de limitação dos reembolsos da CCC ao nível eficiente
de perdas”.

No arquivo “2023.10.11_PACCCC2024”, é possível constatar os valores


de fc adotados para elaboração do orçamento, que constam na tabela abaixo:

Tabela 1: Fc considerado no orçamento da CDE 24

Nome beneficiário meses competência Fator de corte


AMAZONAS nov/23 a mar/24 1,000
AMAZONAS abr/24 a dez/24 0,840
ELETRONORTE nov/23 a dez/24 1,000
ENERGISA AC nov/23 a dez/24 1,000
ENERGISA MT nov/23 a dez/23 0,989
ENERGISA MT jan/24 a dez/24 0,965
ENERGISA RO nov/23 a dez/23 0,988
ENERGISA RO jan/24 a dez/24 0,987
EQUATORIAL AP nov/23 a dez/23 0,953
EQUATORIAL AP jan/24 a dez/24 1,000
EQUATORIAL PA nov/23 a dez/23 0,982
EQUATORIAL PA jan/24 a dez/24 0,995
JARAQUI nov/23 a dez/24 1,000
NEOENERGIA PE nov/23 a dez/23 0,972
NEOENERGIA PE jan/24 a dez/24 0,970
RORAIMA nov/23 a dez/24 1,000
TAMBAQUI nov/23 a dez/24 1,000
VIBRA ENERGIA nov/23 a dez/24 1,000

Após a abertura da Consulta Pública nº 41/23, foi publicado o Despacho nº


4.764, de 05 de dezembro de 2023, que define os valores de fc a serem
aplicados para o período entre janeiro e dezembro de 2024, conforme tabela
a seguir:
Tabela 2: fc aprovado para 2024

Considerando os novos valores aprovados, a ABRACE pede a substituição


dos valores de fc que constam no arquivo “2023.10.11_PACCCC2024” pelos
valores aprovados no Despacho nº 4.764/23, o que resulta em redução de
R$ 219,9 milhões nos reembolsos da CCC para o período entre janeiro
e dezembro de 2024.

2.1.2. Reflexo da desoneração de ICMS no estado do Amazonas


sobre os preços do Leilão 02/2016

Em março de 2017, a ANEEL promoveu o Leilão nº 02/2016 – 2ª Etapa, que


contratou energia elétrica para o atendimento a mais de 50 localidades
isoladas no Estado do Amazonas.

No momento do Leilão, os geradores participantes deveriam considerar na


composição de custos dos seus lances a aplicação de uma alíquota de 25%
de ICMS na venda de energia para a distribuidora, conforme indicado
expressamente nos documentos vinculados ao Leilão, disponibilizados pela
ANEEL aos licitantes e à toda sociedade.

Após a realização do Leilão, o governo do Estado do Amazonas editou


diversos Decretos Estaduais, a saber, os Decretos 38.361/2017,
38.751/2018, 39.684/2018 e 40.068/2018, que passaram a responsabilidade
pelo recolhimento do tributo à concessionária de distribuição. Na prática,
houve redução da carga tributária dos geradores de energia elétrica
vencedores do leilão mencionado.
Como é de praxe em contratos de compra e venda de energia regulados, a
Cláusula 4ª dos CCESIs do referido Leilão é clara no sentido de redução do
preço do contrato em caso de redução de custos com impostos, conforme
abaixo:

“CLÁUSULA 4ª – DAS OBRIGAÇÕES DAS PARTES (...)

4.6. As PARTES concordam que, caso sejam alterados ou criados, após a


data de assinatura do CONTRATO, TRIBUTOS ou encargos específicos do
Setor Elétrico para o VENDEDOR, de forma a aumentar ou diminuir o ônus
das PARTES, com repercussão no equilíbrio contratual, a RECEITA DE
VENDA de que trata a Cláusula 7ª será adequada, de modo a refletir tais
alterações, para mais ou para menos, e entrará em vigor após homologação
pela ANEEL, retroativamente à data de produção de seus efeitos.”

O assunto está sendo analisado no bojo do Processo nº 48500.001269/2020,


de acesso restrito na consulta processual da ANEEL.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, a ABRACE obteve acesso ao


PARECER n. 00077/2023/PFANEEL/PGF/AGU, em que a Procuradoria da
ANEEL analisa o tema.

Neste documento, a recomendação é que “a alteração do regime tributário


do imposto deve ser refletida no preço final dos contratos por força do item
4.6 da Cláusula 4ª do CCESI.”

Até o momento, o processo se encontra em andamento.

Assim, considerando que este é um caso claro de aplicação do disposto na


cláusula contratual, a ABRACE pede que o tema seja resolvido antes da
deliberação do orçamento da CDE para 2024, sendo os efeitos da decisão
refletidos no orçamento aprovado para 2024, inclusive os efeitos retroativos
previstos no item 4.6 da Cláusula 4ª do CCESI.

2.2. DESCONTOS TARIFÁRIOS


2.2.1. Fiscalização dos descontos concedidos
Os descontos tarifários, quando considerados em conjunto, já representam o
maior item de despesa da CDE, conforme ilustrado na Nota Técnica que
subsidia a discussão desta consulta pública, totalizando R$ 19,6 bilhões na
proposta de orçamento para 2024.

Com despesas desta magnitude, é essencial a fiscalização dos benefícios


concedidos para garantir que sua aplicação ficará restrita aos requisitos
legais.

Infelizmente, em mais um ano, a nota técnica que trata da proposta de


orçamento menciona apenas de forma genérica processos de fiscalização
em curso, sem apresentar resultados concretos desses processos.

Desde a Consulta Pública nº 29/2019, que discutiu o orçamento da CDE


2020, a ABRACE aponta, de forma sistemática, a existência de graves
indícios de concessão de benefícios em desacordo com as regras vigentes,
em prejuízo de todos os pagantes de CDE.

Na contribuição oferecida na CP nº 29/2019, sobre o orçamento da CDE


2020, a Abrace analisou dados referentes às distribuidoras CELESC, CEMIG
e COPEL no tocante (i) ao acúmulo dos subsídios atinentes às atividades
rural e de irrigação, (ii) ao desconto para os serviços públicos de água, esgoto
e saneamento e (iii) aos descontos para a atividade rural, tendo constatado
o repasse indevido de cerca R$ 77 milhões nos anos de 2016 e 2017.

Na contribuição da CP nº 72/2020, foi feito novo trabalho de análise dos


benefícios concedidos a diversas classes de consumidores, desta vez para
todas as distribuidoras. No trabalho, foram incorporadas as ponderações da
ANEEL a respeito do exercício anterior, sendo a mais relevante delas a
alteração da base de dados examinada, uma vez que os dados
disponibilizados para acesso público no sítio da ANEEL em 2019 não eram
os mesmos que as áreas técnicas utilizavam para o processo de fiscalização.

Neste novo exercício, identificamos, nos anos de 2016 e 2017, indícios de


inconsistências que somam R$ 362.037.660,75 em valores históricos. Esta
análise inclui uma avaliação de indícios de irregularidades em benefícios para
as seguintes classes: (i) rural; (ii) serviço público e irrigação rural; (iii) água,
esgoto e saneamento; (iv) irrigação e aquicultura em horário especial; e (v)
baixa renda.

Na contribuição à Consulta Pública nº 81/2021, que tratou do orçamento da


CDE para 2022, a ABRACE apresentou levantamento sobre o andamento de
todos os processos de fiscalização dos benefícios tarifários concedidos com
recursos da CDE instaurados pela ANEEL de 2017 a 2021.

Neste levantamento, constatou-se que no período foram abertos apenas


nove processos, dos quais apenas três incluíam em seu escopo a análise
sobre a elegibilidade dos beneficiários aos descontos que usufruíram. Ficou
clara, também, uma demora excessiva para conclusão dos processos, alguns
dos quais não tinham movimentações desde 2019.

Na época, dos três processos de escopo mais abrangente, não havia


movimentações pelo menos desde 2020. Considerando os demais
processos, de escopo mais limitado, apenas um havia avançado. Ao longo
de 2022, não identificamos a instauração de novos processos de fiscalização.

Na Consulta Pública nº 63/22, que discutiu o orçamento da CDE para 2023,


mais uma vez, a despeito da representatividade destes custos dentro do
orçamento, a metodologia adotada para estimar o valor dos descontos
tarifários foi apenas uma atualização dos valores aprovados nas resoluções
homologatórias resultantes dos processos tarifários das distribuidoras, sem
menção a resultados de fiscalizações dos subsídios.

Ao longo de 2023, a equipe da ABRACE realizou exercícios para avaliar os


descontos concedidos nos anos de 2019 e 2021. A princípio, a análise seria
feita para 2021 e 2020, porém a base de 2020 estava incompleta, faltando
parte dos números de CNPJ dos beneficiários de subsídios rurais, motivo
pelo qual a substituímos pela de 2019.

A partir das bases disponíveis, foram aplicados filtros para identificar as


seguintes inconsistências:
a. Filtro para benefícios da tarifa social: A TSEE é um benefício que só deve
ser concedido para unidades residenciais ou rurais cadastradas que estão
vinculadas a um CPF. Assim, considerou-se inconsistência qualquer
benefício de tarifa social aplicada a unidades consumidoras identificadas
com CNPJ. Adicionalmente, com base faixas de descontos estipulados
pela legislação, foi calculado o máximo desconto que poderia ser
concedido a uma unidade beneficiada pela TSEE, dado pela fórmula
abaixo:
(𝑇𝐸 + 𝑇𝑈𝑆𝐷)/1000 ∗ [30 𝑋 0,65 + (100 − 30) ∗ 0,4 + (220 − 100) ∗ 0,10]

Em casos de evento tarifário que ocorreram na metade do mês, foi


considerado o maior valor de limite concedido dentro do mês. A partir do
máximo valor de desconto a ser concedido, comparou-se com o efetivo
valor do desconto de cada beneficiário – benefícios que excedem o limite
mencionado são marcados como inconsistência. Importante notar que
essa comparação evidencia casos que, em exame mais cuidadoso, não
necessariamente representam uma irregularidade real, tendo em vista
que a um conjunto de consumidores, especificamente quilombolas e
indígenas, se aplicam limites diferentes. Ainda assim, é um ponto de
partida para um exame mais cuidadoso.
b. Filtro Atividade Rural: Foi realizado um cruzamento dos CNPJs dos
beneficiários com a base de CNAEs da Receita Federal, buscando
identificar a atividade exercida na unidade consumidora e possíveis
inconsistências com a lista de atividades aptas a receber o desconto.
c. Filtro Serviço Público de Irrigação Rural: Foram consideradas como aptas
a receber o desconto as unidades consumidoras classificadas como
poder público ou irrigação e cadastradas com CNPJ, as demais foram
consideradas inconsistentes. Adicionalmente, cruzamos os CNPJs dos
beneficiários com a base de CNAEs da Receita Federal, buscando
identificar a atividade exercida na unidade consumidora e possíveis
inconsistências.
d. Filtro Água, Esgoto e Saneamento: Foram consideradas como aptas a
receber o subsídio as unidades consumidoras da classe serviço público
de Água, Esgoto e Saneamento cadastradas com CNPJ, as demais foram
consideradas inconsistências. Além disso, com base no CNPJ
cadastrado, foi realizado o cruzamento do CNAE, que identifica as
atividades relacionadas à pessoa jurídica, a fim de entender a correlação
das atividades com o subsídio.

A partir da aplicação dos filtros descritos, para os anos de 2019 e 2021 foram
encontradas 2.183.743 inconsistências, que totalizaram em valores
históricos R$ 509.587.974,71 de benefícios concedidos, aparentemente, de
forma irregular.

Diante das evidências mais uma vez trazidas pela ABRACE a respeito das
inconsistências identificadas nos subsídios de anos anteriores, esta
associação reitera a necessidade de um amplo processo de fiscalização
voltado a identificar a adequação dos subsídios concedidos às regras
vigentes e encaminhamento dos processos já instaurados de forma a permitir
a recuperação, para a CDE, dos recursos associados a benefícios
concedidos de forma irregular.

2.2.2. Irrigação e Aquicultura

Conforme a Resolução Normativa nº 1.000/2021, nos termos das alterações


trazidas pela Resolução Normativa nº 1.082/2023, a partir de 2024 deve ter
início o segundo ciclo de revisão cadastral para os beneficiários dos
descontos tarifários destinados às atividades de irrigação em horário especial
e aquicultura.

Nesta revisão, espera-se que alguns dos beneficiários que atualmente


usufruem de descontos deixem de recebê-los, tendo em vista que, para
consumidores do grupo A, grupo alvo do recadastramento neste primeiro
ano, a autodeclaração deixará de ser aceita, em substituição aos documentos
que comprovem regularidade quanto ao licenciamento ambiental e ao direito
ao uso da água.

Assim, a ABRACE propõe que, para este item de desconto tarifário, o valor
do orçamento em 2024 se mantenha estável em relação aos valores
verificados em 2023 (R$ 1,025 bilhão, de acordo com o subsidiômetro), com
redução de R$ 40 milhões sobre o valor proposto para 2024.

3. ITENS DE RECEITA DA CDE


3.1. Recursos da RGR

Para o orçamento de 2024, não está sendo prevista a transferência do saldo


da RGR constatado ao fim de 2023 para a CDE, um claro descumprimento do
comando expresso no art.25, § 5º do Decreto nº 9.022/2017, reproduzido
abaixo:

“§ 5º Ao final de cada ano civil, a diferença entre as receitas


da RGR e as destinações de que tratam os incisos I, II e III
do caput deverá ser transferida à CDE, preservados os
recursos necessários para o atendimento do cronograma a
que se refere o inciso II do § 3º.”

Da leitura do parágrafo acima, não restam dúvidas de que ao fim do exercício,


só devem ser excluídos da transferência para a CDE os recursos necessários
para atendimento ao cronograma “a que se refere o inciso II do § 3º”, ou seja,
destinados para empréstimos a distribuidoras designadas.

Conforme a planilha “demonstrativo financeiro da conta Reserva Global de


Reversão 2023”, disponível no site da CCEE, em novembro de 2023, havia
saldo de R$ 78.875.408,17 na RGR, o que torna provável a existência de
saldo ao fim do ano.

Considerando que todas as distribuidoras que se enquadravam como


designadas já passaram pelo processo de privatização, não existem mais
exceções que permitam a redução dos repasses do saldo da RGR ao fim do
ano para a CDE.
Ao discutir o tema, a Nota Técnica que subsidia esta consulta pública justifica
esta ausência de recursos da RGR na CDE 2024 apresentando o fluxo
financeiro projetado para a RGR em 2024, que mostra expectativa de terminar
o ano com déficit, combinado ao disposto na Portaria 727/2023:

“Art. 2º A fonte de recursos para custeio da indenização mencionada no art.


1º será a Reserva Global de Reversão - RGR.

Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência do saldo da RGR, o montante


vencido deverá ser pago no próximo período em que houver saldo suficiente
para pagamento, respeitado o prazo limite de sete anos, contados do início
dos pagamentos.”

A ABRACE entende que o trecho citado não se aplica à situação aqui em


discussão. Isso porque a norma é clara ao citar que o montante vencido deve
ser pago no próximo período em que houver saldo para o pagamento, não
traz autorização para reservar o saldo de período anterior para cobrir déficits
futuros. Assim, em caso de déficit da RGR ao longo de 2024, a Portaria prevê
expressamente a possibilidade de postergação de pagamentos para 2025 e
anos seguintes, mas de forma alguma concede a prerrogativa de alterar a
destinação do saldo de 2023.

Deste modo, a ABRACE requer que se considere o saldo de R$ 78,87


milhões da RGR como receita da CDE em 2024, com redução
correspondente de valor das cotas de CDE-Uso.

3.2. Multas

Em 06 de dezembro de 2023, o Tribunal de Contas da União (TCU)


homologou acordo de solução consensual para solucionar controvérsias
ligadas aos Contratos de Energia de Reserva (CERs) da Karpowership Brasil
Energia (KPS), derivados da contratação do Procedimento de Contratação
Simplificada (PCS) 01/20211.

De acordo com o acordo firmado, o empreendedor deverá arcar com R$ 336


milhões em multas e penalidades, dos quais R$ 45 milhões serão destinados
à CDE.

Tendo em vista que o acordo foi homologado após a abertura da consulta


pública para discutir o orçamento da CDE em 2024 e que a nota técnica que
subsidia a discussão não menciona nada sobre este recurso, infere-se que o
valor citado não foi considerado na composição da receita proveniente de
multas.

Deste modo, a ABRACE solicita que se considere o valor adicional de R$ 45


milhões como receita de multas, em decorrência do acordo de solução
consensual firmado com a KPS, com redução correspondente de valor das
cotas de CDE-Uso.

4. SÍNTESE DAS CONTRIBUIÇÕES

Diante do exposto, a ABRACE:

(i) Solicita a atualização dos valores de Fator de Corte das Perdas


Regulatórias conforme o Despacho nº 4.764/23, o que resulta em
redução de R$ 219,9 milhões nos reembolsos da CCC para o
período entre janeiro e dezembro de 2024;
(ii) Pede a definição do processo nº 48500.001269/2020 antes da
deliberação sobre o orçamento da CDE 2024, com reflexo das
alterações de regime tributário do ICMS sobre o preço final dos
contratos de compra de energia de geradores do Amazonas
vencedores do Leilão nº 02/2016.

1
Acórdão 2508/2023-Plenário, disponível em
https://portal.tcu.gov.br/data/files/E5/93/AA/97/1514C810943E72C8E18818A8/006.253-2023-7-
BZ%20-%20consenso_MME_usinas_Karpowership.pdf, acesso em 15/01/2024.
(iii) Reitera a necessidade de um amplo processo de fiscalização
voltado a identificar a adequação dos subsídios concedidos às
regras vigentes e encaminhamento dos processos já instaurados
de forma a permitir a recuperação, para a CDE, dos recursos
associados a benefícios concedidos de forma irregular.
Ressaltamos que em estudos realizados pela ABRACE utilizando
a base de dados dos anos de 2019 e 2021, foram encontradas
2.183.743 inconsistências, que totalizaram em valores históricos
R$ 509.587.974,71 de recursos da CDE que podem ter sido
convertidos em subsídios em desacordo com as regras vigentes.
(iv) Sugere que o subsídio tarifário destinado a irrigantes e aquicultores
se mantenha estável em relação aos valores verificados em 2023,
com redução de cerca de R$ 40 milhões sobre o valor proposto
na consulta pública.
(v) Requer que se considere o saldo de R$ 78,87 milhões da RGR
como receita da CDE em 2024, com redução correspondente de
valor das cotas de CDE-Uso.
(vi) Solicita que se considere o valor adicional de R$ 45 milhões como
receita de multas, em decorrência do acordo de solução
consensual firmado com a KPS, com redução correspondente de
valor das cotas de CDE-Uso.

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