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Universidade Federal do Amazonas

Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais


Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social

Antropologia do/no Estado

Tefé-AM, 2022. Foto: Fabio Candotti

Proposta e cronograma de aulas

PGANS540 - Tópicos Especiais em Antropologia IV


Prof. Fabio Magalhães Candotti
5as feiras – 14hs às 18hs
De 13 de abril a 6 de julho de 2023
Sala de Reunião do Departamento de Antropologia
Bloco Rio Uatumã, IFCHS, Setor Norte, UFAM, Manaus
A disciplina tem por objetivo apresentar alguns estudos e teorias antropológicas contemporâneas
dedicadas ao “Estado”. Mais especificamente, daremos atenção a etnografias e análises
micropolíticas que, nos últimos 50 anos, possibilitaram pensar e perspectivar esse “objeto” em
sua pluralidade e diversidade, como efeito de práticas situadas, ou seja, como algo “feito” através
de relações de conhecimento, poder e afeto. A disciplina incluirá produções de diferentes lugares
do planeta e de distintos campos da antropologia – como a etnologia, a antropologia (da) política,
a antropologia urbana, os estudos de gênero e de raça/etnia/nação, e os estudos pós-coloniais. Em
princípio, as aulas serão organizadas conforme os seguintes temas: perspectivas indígenas e não
modernas, políticas indigenistas e de minorias, fronteiras nacionais, eleições e mortes. A
disciplina também buscará dialogar com os interesses de formação e pesquisa de estudantes.

13/04 – Os nossos estados (uma primeira conversa)

20/04 – Contra-Estado

1. CLASTRES, Pierre. “A sociedade contra o Estado”. A sociedade contra o estado:


investigações de antropologia política. Porto: Edições Afrontamento, 1979.

2. CLASTRES, Pierre. “Arqueologia da violência: a guerra nas sociedades primitivas”.


Arqueologia da violência: pesquisas em antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.

3. DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. “1227 – Tratado de nomadologia: a máquina de


guerra”. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia. Vol. 5. São Paulo: Ed. 34, 1997. [Problema I,
Proposição II, pp. 18-24]

4. BARBOSA, Antônio Rafael. “4. Prisão”, “Conclusão”. Um abraço para todos os amigos:
algumas considerações sobre o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Niterói: EDUFF, 1998.

5. BIONDI, Karina. “Junto e misturado em prol do Comando: reflexões acerca da imanência e


transcendência no PCC”. Anais do 32º Encontro Anual da Anpocs. Caxambu-MG: ANPOCS,
2008. Disponível em: https://anpocs.org/index.php/encontros/papers/32-encontro-anual-da-
anpocs/gt-27/gt26-8/2551-karinabiondi-junto/file.

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Complementar:

BIONDI, Karina. “A Revolução Copernicana nos estudos entre o legal e o ilegal”. ICHAN
TECOLOTL, México, 16 jun. 2021. Disponível em: https://ichan.ciesas.edu.mx/a-revolucao-
copernicana-nos-estudos-entre-o-legal-e-o-ilegal/.

LANA, Marcos. “As sociedades contra o Estado existem? Reciprocidade e poder em Pierre
Clastres”. Mana, v. 11, n. 2, pp. 419-448, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-
93132005000200004.

MARQUES, Ana Cláudia. “Cartografias da ordem e da violência. Entre a guerra ameríndia e as


‘brigas de família’ sertanejas”. Revista De Antropologia, v. 54, n. 2, 2012.
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2011.39642.

SZTUTMAN, Renato. “Perspectivismo contra o Estado. Uma política do conceito em busca de


um novo conceito de política”. Revista de Antropologia. v. 63 n. 1, pp. 185-213, 2020. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2020.169177.

27/04 – Ausência de Estado? Margens dos estados!

1. DAS, Veena; POOLE, Deborah. “El estado y sus márgenes. Etnografías comparadas”.
Cuadernos de Antropología Social, n.27, pp.19-52, 2008. Disponível em:
http://www.scielo.org.ar/pdf/cas/n27/n27a02.pdf.

2. SERJE, Margarita. “El mito de la ausencia del Estado: la incorporación económica de las
‘zonas de frontera’ em Colombia”. Cahiers des Amériques latines, n. 71, 2013. Disponível em:
http://cal.revues.org/2679.

3. LEIRNER, Piero. “O Estado como fazenda de domesticação”. R@U Revista de Antropologia


da UFSCar, v. 4, n. 2, p.38-70, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.52426/rau.v4i2.76.

4. RUI, Taniele. “Vigiar e Cuidar: notas sobre a atuação estatal na ‘cracolândia’”. Revista
Brasileira de Segurança Pública, v. 6, p. 336-351, 2012. Disponível em:
https://doi.org/10.31060/rbsp.2012.v6.n2.124

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Complementar:

DAS, Veena; POOLE, Deborah (eds.) Anthropology in the Margins of the State. Santa Fé,
Oxford: School of American Research Press, James Currey, 2004.

FOUCAULT, Michel. “A governamentalidade”. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições


Graal, 1979.

HANSEN, Thomas B; STEPPUTAT, Finn. “Introduction: States oflmagination”. HANSEN,


Thomas B; STEPPUTAT, Finn (eds). (2001), States of Imagination: Ethnographic Explorations
of the Postcolonial State. Durham, NC: Duke University Press.

SHARMA, Aradhana; GUPTA, Akhi. “Introduction: Rethinking Theories of the State in an Age
of Globalization”. SHARMA, Aradhana; GUPTA, Akhi (eds). The anthropology of the state: a
reader. Oxford, Blackwell Publishing, 2006.

WIMMER, Andreas; GLICK SCHILLER, Nina. “Methodological nationalism and beyond:


nation–state building, migration and the social sciences”. Global networks. v. 2, n. 4, pp. 301-
334, 2002. https://doi.org/10.1111/1471-0374.00043.

11/05 – Os gêneros dos estados (e das fronteiras)

1. VIANNA, Adriana; LOWENKRON, Laura. “O duplo fazer do gênero e do Estado:


interconexões, materialidades e linguagens”. Cadernos Pagu, n. 51, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/18094449201700510000.

2. MELO, Flávia; OLIVAR, José Miguel N. “O ordinário e o espetáculo no governo da fronteira:


normatividades de gênero em Tabatinga”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 34, n. 101,
2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/3410116/2019.

3. PADOVANI, Natália C. “Tráfico de mulheres nas portarias das prisões ou dispositivos de


segurança e gênero nos processos de produção das ‘classes perigosas’”. Cadernos Pagu,
Campinas, n. 51, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/18094449201700510003.

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Complementar:

BROWN, Wendy. “Finding the Man in the State”. Feminist Studies v. 18, n. 1, pp. 7-34, 1992.
Disponível em: https://www.jstor.org/stable/pdf/3178212.pdf.

MELO Flávia (2020). Cadastrar, incluir e proteger: as malhas da assistência social na fronteira
Amazônia. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.11606/T.8.2020.tde-19042021-132559.

OLIVAR, José Miguel N. “Performatividades governamentais de fronteira: A produção do Estado


e da fronteira através das políticas de tráfico de pessoas na Amazônia brasileira”. Revista
Ambivalências, v. 3, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.21665/2318-3888.v3n5p149-182.

25/05 – Tutela, quantificação, pacificação, participação, reconhecimento…

1. SOUZA LIMA, Antônio Carlos. “Sobre tutela e participação: povos indígenas e formas de
governo no Brasil, Século XX/XXI”. Mana, v. 21, n. 2, 2015. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/0104-93132015v21n2p425.

2. PACHECO DE OLIVEIRA, João. “Mensurando alteridades, estabelecendo direitos: práticas e


saberes governamentais na criação de fronteiras étnicas”. O Nascimento do Brasil e outros
ensaios: “pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contra Capa,
2016.

3. PACHECO DE OLIVEIRA, João. “Pacificação e tutela militar na gestão de populações e


territórios”. Mana, v. 20, n. 1, pp. 125-161, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-
93132014000100005.

4. AGUIÃO, Silvia. “Quais políticas, quais sujeitos? Sentidos da promoção da igualdade de


gênero e raça no Brasil (2003 – 2015)”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 51, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/18094449201700510007.

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Complementar:

SOUZA LIMA, Antônio Carlos. “Apresentação: O estudo antropológico das ações


governamentais como parte dos processos de formação estatal”. Revista de Antropologia (Dossiê
Fazendo Estado), v. 55, n. 2, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.11606/2179-
0892.ra.2012.59295.

CASTILHO, Sérgio Ricardo; SOUZA LIMA, Antonio Carlos; TEIXEIRA, Carla Costa.
Antropologias das práticas de poder: reflexões etnográficas entre burocratas, elites e
corporações. Rio de Janeiro: Contra Capa, FAPERJ, 2014.

CHAVES, Margarita; HOYOS, Juan Felipe. “El estado en las márgenes y las márgenes como
estado. Transferencias económicas y gobiernos indígenas en Putumayo”. En: CHAVES,
Margarita (Ed.), La multiculturalidad estatalizada: indígenas, afrodescendientes y
configuraciones de estado. Bogotá: Instituto Colombiano de Antropología e Historia, 2011, pp.
115-134.

15/06 – Democracias etnografadas

1. WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre
e degradada. Rio de Janeiro, RJ: J. ZAHAR, 2005.

2. IUBEL, Aline F. “Relações exteriores nas políticas indígenas em São Gabriel da Cachoeira:
indigenização da prefeitura e incorporação de alteridades”. Revista de Antropologia, v. 61 n. 1,
pp. 360-380, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2018.145529.

3. VILLELA, Jorge Luiz; MARQUES, Ana Cláudia. “O sangue e a política: sobre a produção de
família nas disputas eleitorais no sertão de Pernambuco”. RePOCS - Revista Pós Ciências
Sociais, v. 14, p. 33-51, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.18764/2236-9473.v14n27p33-51.

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Complementar:

GOLDMAN, Marcio. “Uma teoria etnográfica da democracia: a política do ponto de vista do


movimento negro de Ilhéus, Bahia, Brasil”. Etnográfica, v. IV, n. 2, pp. 311-332, 2000.
Disponível em: https://doi.org/10.4000/etnografica.2767.

PALMEIRA, Moacir; HEREDIA, Beatriz Maria Alasia. Política ambígua. Rio de Janeiro:
Relume-Dumará, NUAP, 2010. Disponível em:
http://nuap.etc.br/wp-content/uploads/2020/05/politica_ambigua.pdf.

29/06 – Os estados e as mortes

1. FOUCAULT, Michel. “A ostentação dos suplícios”. Vigiar e Punir: nascimento da prisão.


Petrópolis: Vozes, 1987.

2. MALLART, Fábio. “Subterrâneos”. Findas linhas: circulações e confinamentos pelos


subterrâneos de São Paulo. Lisboa: Etnográfica Press, 2021. Disponível em:
https://doi.org/10.4000/books.etnograficapress.7497.

3. MEDEIROS, Flávia. “Sobre discursos e práticas da brutalidade policial: um ensaio


interseccional e etnográfico”. Revista da ABPN, v. 11, n. 30, pp.108-129, 2019. Disponível em:
https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/809.

4. EFREM FILHO, Roberto. “Os Meninos de Rosa: sobre vítimas e algozes, crime e violência”.
Cadernos Pagu, Campinas, n. 51, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/18094449201700510006.

Complementar:

ARAÚJO, Fábio A. Das "técnicas" de fazer desaparecer corpos: desaparecimentos, violência,


sofrimento e política. 1. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, FAPERJ, 2014.

CLASTRES, Pierre. “Da tortura nas sociedades primitivas”. A sociedade contra o estado:
investigações de antropologia política. Porto: Edições Afrontamento, 1979.

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FOUCAULT, Michel. “Direito de morte e poder sobre a vida”. História da sexualidade I – a
vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2005.

FOUCAULT, Michel. “Aula de 17 de março de 1976”. Em defesa da sociedade: curso no


Collège de France (1975-1976). São Paulo: Editora Martins Fontes, 1999.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. Arte & Ensaios, n. 32, 2016. Disponível em:
https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993.

NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo


mascarado. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1978.

06/07 – Refazer o caminho e recomeçar (uma última conversa)

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