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Quevedo C. A. Naysinger Q. (2014) RE-Projeto de Uma Valvula Esferica
Quevedo C. A. Naysinger Q. (2014) RE-Projeto de Uma Valvula Esferica
CAMPUS DE JOAÇABA
ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA
JOAÇABA – SC
2014
CARLOS ALEXANDRE NAYSINGER QUEVEDO
JOAÇABA – SC
2014
CARLOS ALEXANDRE NAYSINGER QUEVEDO
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pais, pela educação que me propiciaram e pela força que me transmitem
desde sempre.
Ao professor Douglas, pelo empenho e dedicação durante a orientação deste trabalho.
Aos professores que me apoiaram e incentivaram na ocasião da oportunidade do
estágio.
A empresa HISA que propiciou esta oportunidade de estágio, crescimento e
aprendizado.
Aos colegas e amigos, pela convivência e companheirismo.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização de mais esta etapa em
minha vida acadêmica.
Em especial, à minha esposa Claudia, que sempre me apoiou e me deu forças para que
fosse possível chegar até aqui, e pela paciência quando dos momentos que precisei estar
ausente.
MENSAGEM
Ayrton Senna
RESUMO
O presente trabalho discorre sobre o desenvolvimento do projeto de uma válvula esférica para
abertura e fechamento do fluxo hidráulico na entrada de turbinas de geração de energia
elétrica. Este trabalho foi desenvolvido com bases nas atividades de estágio realizadas na
empresa Hidráulica Industrial S.A., localizada em Joaçaba/SC sendo supervisionado pelo
Engenheiro Mecânico Rudimar Caricimi, e orientado pelo professor Douglas Roberto Zaions.
O principal objetivo do trabalho foi desenvolver um projeto de uma válvula esférica, e para
atingir tal objetivo foi feito uma revisão bibliográfica sobre os sistemas existentes em usinas
hidrelétricas, bem como os dispositivos utilizados para realizar a tarefa de abrir e fechar o
fluxo de água nas turbinas. A metodologia empregada é a descrita por Pahl e Beitz (2005)
sobre projeto de produto. Os resultados levaram à conclusão de que é importante utilizar uma
metodologia como esta utilizada no trabalho, a qual foi abordada em uma das cadeiras do
curso de graduação de Engenharia de Produção Mecânica. Esta metodologia se mostrou eficaz
para auxiliar no desenvolvimento do projeto do produto de maneira que o produto atingisse a
todos os requisitos levantados pelo cliente e que fosse possível atender o prazo proposto para
o projeto. Com o desenvolvimento do projeto da válvula esférica foi possível alcançar
resultados satisfatórios, superando as expectativas dos envolvidos no trabalho, bem como o
cliente final.
Palavras-chave: Projeto de produto. Válvula esférica. Fluxo hidráulico. Hidrelétrica.
LISTA DE ESQUEMAS
MW megawatt
km² quilômetro quadrado
m metro
mm milímetro
Q vazão volumétrica
V velocidade linear
A área
π pi
m³ metro cúbico
m² metro quadrado
d diâmetro
kgf quilograma força
P pressão
F força
Mmáx momento máximo
We módulo de resistência
e espessura
Dn diâmetro nominal
pproj pressão de projeto
σadm tensão admissível
ksolda eficiência de solda
s sobre espessura
Dsv diâmetro mínimo do cilindro
Fsv força mínima do cilindro
Phid pressão mínima do sistema hidráulico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................................... 15
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 15
1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 16
1.4 OBJETIVO ................................................................................................................ 16
1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 16
1.4.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 16
1.5 QUESTÕES DE PESQUISA ..................................................................................... 16
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .............................................................................. 17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 18
2.1 PRINCIPAIS SISTEMAS DE UMA USINA HIDRELÉTRICA ............................. 18
2.2 VÁLVULAS DE CONTROLE DE FLUXO ............................................................. 23
2.3 VÁLVULA BORBOLETA ....................................................................................... 25
2.4 VÁLVULA ESFÉRICA ............................................................................................ 27
3 METODOLOGIA........................................................................................................... 30
3.1 MÉTODO DE PESQUISA ........................................................................................ 30
3.2 METODOLOGIA DE PROJETO ............................................................................. 30
3.2.1 Planejamento de produto ................................................................................. 30
3.2.2 Planejamento de projeto .................................................................................. 31
3.2.3 Projeto informacional....................................................................................... 31
3.2.4 Projeto conceitual ............................................................................................. 32
3.2.5 Projeto preliminar ............................................................................................ 32
3.2.6 Projeto detalhado.............................................................................................. 33
3.2.7 Planejamento do estágio................................................................................... 33
4 PROJETO DE UMA VÁLVULA ESFÉRICA ............................................................ 37
4.1 PLANEJAMENTO DE PRODUTO .......................................................................... 37
4.1.1 Análise de mercado ........................................................................................... 37
4.1.2 Viabilidade do projeto ...................................................................................... 37
4.1.3 Análise de sistemas existentes .......................................................................... 37
4.1.4 Concorrentes ..................................................................................................... 40
4.2 PLANEJAMENTO DO PROJETO ........................................................................... 41
4.2.1 Partes envolvidas .............................................................................................. 41
4.2.2 Plano de comunicação ...................................................................................... 41
4.2.3 Escopo do projeto ............................................................................................. 42
4.2.4 Tempo ................................................................................................................ 42
4.3 PROJETO INFORMACIONAL ................................................................................ 44
4.3.1 Levantamento das necessidades do cliente ..................................................... 44
4.3.2 Requisitos do cliente ......................................................................................... 45
4.3.3 Requisitos de projeto ........................................................................................ 46
4.3.4 Matriz QFD ....................................................................................................... 46
4.3.5 Especificação de projeto de produto ............................................................... 48
4.4 PROJETO CONCEITUAL ........................................................................................ 50
4.4.1 Estrutura funcional de produto ...................................................................... 51
4.4.2 Matriz morfológica ........................................................................................... 52
4.4.3 Matriz de decisão .............................................................................................. 55
4.4.4 Matriz de avaliação passa-não-passa .............................................................. 58
4.4.5 Matriz de avaliação para a escolha da concepção ......................................... 58
4.5 PROJETO PRELIMINAR ......................................................................................... 60
4.5.1 Definição do diâmetro da válvula ................................................................... 61
4.5.2 Dimensionamento do obturador ..................................................................... 61
4.5.3 Dimensionamento dos eixos ............................................................................. 63
4.5.4 Dimensionamento do corpo da válvula........................................................... 65
4.5.5 Dimensionamento do cilindro acionador........................................................ 66
4.5.6 Definição da base de acionamento .................................................................. 67
4.6 PROJETO DETALHADO ......................................................................................... 68
4.6.1 Estrutura da válvula esférica........................................................................... 69
4.6.2 Sistemas de desenhos ........................................................................................ 70
4.6.3 Sistema de verificação ...................................................................................... 70
4.6.4 Detalhamentos da válvula esférica .................................................................. 71
5 CONCLUSÃO................................................................................................................. 74
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 76
APÊNDICE A – Memorial de cálculo da válvula esférica (parcial) ........................................ 78
APÊNDICE B – Memorial de cálculo da chaveta (parcial) ..................................................... 80
APÊNDICE C – Detalhamento de conjunto geral da válvula esférica..................................... 82
ANEXO A – Ficha de acompanhamento semanal do estagiário na empresa ........................... 83
15
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Quando se fala de energia elétrica, poucos têm o conhecimento de onde ela vem e de
como ela é gerada. Outros poucos sabem disto, mas não imaginam o quão complexo é um
sistema de geração de energia elétrica. E são vários os tipos de fontes de energia possíveis
para a utilização na conversão em energia elétrica, como a energia dos ventos (eólica), da
queima do carvão (termoelétrica), da água (hidrelétrica), entre outras.
Segundo Faria (2014), cerca de um quinto da energia elétrica utilizada no planeta é
gerado por usinas hidrelétricas. No Brasil, as usinas hidrelétricas são as responsáveis pela
maior parte da energia elétrica gerada, que é de aproximadamente 90% do total gerado,
devido ao elevado número de rios existentes em todo o território nacional. Mas ainda há
muito potencial hidráulico para ser explorado e utilizado, aumentando ainda mais a utilização
da energia das hidrelétricas. E tendo em vista este elevado número de hidrelétricas é que se
necessita otimizar ao máximo os sistemas que as compõem, para melhorar seu rendimento e
consequentemente o aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis no planeta.
E um desses sistemas a serem melhorados é o de admissão de água na entrada das
turbinas, isto é, o conduto forçado, que é o responsável por conduzir a água do reservatório
até a turbina. No conduto forçado há o dispositivo de abertura e fechamento do fluxo de água
existente entre o final do conduto forçado e a entrada da tubulação da turbina, chamada de
caixa espiral.
1.3 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho propõe o desenvolvimento do projeto de uma válvula esférica que
seja capaz de realizar todas as funções do dispositivo atual, válvula borboleta, nas mesmas
condições de operação que este, e ainda atenda da melhor forma as condições de trabalho não
recomendadas para o dispositivo utilizado até então.
1.4 OBJETIVO
A composição dos objetivos desse trabalho será subdividida em objetivo geral e
objetivos específicos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo será apresentada uma breve revisão bibliográfica envolvendo
inicialmente a descrição dos principais sistemas utilizados nas usinas hidrelétricas de modo a
facilitar o entendimento do leitor. Em seguida faz-se uma revisão envolvendo as válvulas de
controle de fluxo, em específico das válvulas esféricas.
A turbina por sua vez, é acoplada a um gerador de energia elétrica por meio de um
eixo, que consequentemente entra em movimento de rotação. Este movimento de rotação do
gerador é transformado em energia elétrica. Esta energia elétrica gerada é levada para uma
subestação próxima da usina geradora, e desta é transmitida para outras subestações próximas
dos centros de consumo. O Esquema 2 mostra a interligação da turbina com o gerador.
Quanto às turbinas, têm-se três tipos mais comuns, assim sendo, a Kaplan, a Francis e
a Pelton. Cada uma tem suas características de forma e condições de trabalho, e a escolha pelo
tipo depende basicamente do regime de operação da usina, e da altura da queda d'água, isto é,
a diferença de nível entre o reservatório e o rio após passar pela turbina.
Segundo Henn (2006, p. 48), as turbinas do tipo Francis são também chamadas de
turbinas de reação, isto é, causam diminuição da pressão do fluido ao passar pelo rotor,
enquanto que as turbinas tipo Pelton são também chamadas de turbinas de ação, as quais não
alteram a pressão do fluido em sua passagem.
As fotografias a seguir ilustram os diferentes tipos de turbinas citados. A Fotografia 1
ilustra o rotor de uma turbina tipo Francis, a Fotografia 2 ilustra o rotor de uma turbina tipo
Kaplan e a Fotografia 3 ilustra uma turbina tipo Pelton.
Fotografia 1 - Rotor de turbina tipo Francis
g) Canal de fuga: é o local de saída da água no rio após sua passagem pela turbina;
h) Subestação: é o local que recebe a energia gerada pelos grupos geradores, e eleva a
tensão para posterior transmissão para as demais subestações distribuidoras.
Fonte: O Autor.
25
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
27
Por outro lado, tem o inconveniente de, devido a distância existente entre o disco e o
centro do eixo, haver uma tendência de o obturador fechar-se, por conta de um momento
gerado pela força do fluido passando pela válvula. Uma vez que todo momento é resultante do
produto entre uma força, neste caso a do fluido, e uma distância, neste caso o deslocamento
do disco, existe um momento que tende a girar o eixo fechando a válvula, e por isso, o sistema
de acionamento tem de ser dimensionado para garantir que a válvula continue aberta. Isto é, o
cilindro necessita ficar todo tempo exercendo uma força a mais pra garantir que a válvula não
feche.
Fonte: O Autor.
Para fechar a válvula, faz-se com que o orifício fique perpendicular (90°) a linha de
centro do fluxo, e então o fluxo é interrompido Desenho 9.
28
Fonte: O Autor.
3 METODOLOGIA
Etapa onde são reunidas as informações para que a idealização do dispositivo possa
ser bem sucedida. É dividida basicamente em: (i) Identificação do problema de projeto (ii)
Identificação da demanda (iii) Identificação do ciclo de vida do produto (iv) Levantamento
das necessidades dos clientes; (v) Requisitos de cliente; (vi) Requisitos de projeto; (vii) Matriz
QFD, (viii) Especificação de Projeto de Produto. Resulta em informações para o projeto
conceitual, preliminar e projeto detalhado.
Etapa 7 – Projeto conceitual
Nesta etapa, buscam-se os princípios de solução para construção do dispositivo. As
etapas que constituem a fase do projeto conceitual podem ser subdivididas basicamente em:
(i) Estrutura funcional do produto, que descreve o comportamento dos elementos físicos que
virão a constituir o dispositivo; (ii) A concepção dos princípios de solução para as funções do
dispositivo; (iii) Alocação dos princípios de solução na matriz morfológica, facilitando a
visualização como um todo; (iv) Elaboração da matriz de decisão; (v) Elaboração da matriz
passa ou não passa para concepções de resolução e soluções de problemas. O principal
resultado desta etapa é a confecção da matriz de avaliação, contendo as melhores soluções
para os problemas de projeto. Estrutura funcional do produto.
Etapa 8 – Projeto Preliminar
Nesta etapa são aplicados todos os cálculos necessários para o dimensionamento e
verificação da resistência e funcionalidade de cada componente que constitui o dispositivo
válvula esférica. Os cálculos serão realizados de forma analítica, sendo utilizado o software
EXCEL®, e posteriormente serão realizadas verificações dos resultados com a utilização do
software de análise por elementos finitos ANSYS®.
Etapa 09 – Projeto Detalhado
Elaboração das folhas de desenho, contendo o detalhamento das peças e subconjuntos,
aplicação de dados adquiridos a partir dos testes feitos durante a execução total do trabalho.
No final desta etapa, tem-se o formato final do equipamento e a partir do projeto detalhado é
iniciada a fabricação e montagem do dispositivo.
Fase IV – Documentação do Projeto e Divulgação dos Resultados
Etapa 10 – Relatório de Estágio
Elaboração do relatório de estágio, seguindo regras de formatação recomendadas pelo
curso de Engenharia de Produção Mecânica.
Etapa 11 – Apresentação Oral
36
Capítulo 2
Capítulo 1
Revisão
Introdução
bibliográfica
Fase II – Planejamento do produto e do projeto
-Análise de mercado;
Etapa 4 -Viabilidade do projeto; Etapa 5 -Partes envolvidas;
Planejamento do produto Planejamento do projeto -Plano de comunicação;
-Análise de sistemas
-Escopo do projeto
existentes;
-Tempo de projeto
-Concorrentes.
Capítulo 3 Capítulo 4
Metodologia Resultados
Fase III – Projeto do produto da pesquisa da pesquisa
-Elaboração de
Etapa 8 -Dimensionamento dos Etapa 9 desenhos técnicos,
Projeto preliminar elementos; Projeto detalhado layout;
-Elaboração de -Especificação de
protótipo virtual 3D. processos de fabricação
Capítulo 4 Capítulo 5
Resultados Conclusões
da pesquisa do projeto e
Fase IV – Documentação e apresentação dos Resultados da pesquisa
Etapa 10 Etapa 11
Elaboração do Relatório Apresentação do
Relatório
37
espessura, que é montado entre dois eixos, sendo um menor denominado eixo movido, e um
maior denominado eixo de acionamento.
Este tipo de válvula tem sua limitação de utilização definida pela pressão de trabalho,
isto é, a queda d’água existente no local de operação, que tem como queda máxima
recomendada de 150 m (cento e cinquenta metros), o que caracteriza uma desvantagem do uso
deste tipo de válvula. Logo, para quedas maiores, é necessária a utilização de outro tipo de
dispositivo, como a válvula esférica que é mais robusta e resistente a altas pressões.
Fonte: HISA.
Fonte: HISA.
Outra desvantagem das válvulas borboletas é o fato de que quando ela está na posição
aberta, o obturador da válvula continua oferecendo certa restrição a passagem da água, o que
39
Fonte: HISA.
Fonte: HISA.
válvula está aberta, os eixos ficam estáticos, sendo pressionados contra as buchas dos
mancais, tendo carregamento pontual em ambos, e por isso precisam ser peças robustas.
Ainda sobre as desvantagens desta válvula, e referente ao obturador, é a possibilidade
de ocorrer impactos no obturador, ocasionado por objetos indesejados que possam estar
presentes no fluxo de água, como pedaços de madeira por exemplo. E isto pode danificar o
obturador ou até mesmo os eixos, levando a falha do dispositivo.
4.1.4 Concorrentes
O dispositivo objeto deste projeto pode ser fabricado em muitas indústrias
metalúrgicas de médio porte, desde que se tenha conhecimento do projeto detalhado, pois os
processos necessários para a fabricação são relativamente simples. Porém, serão considerados
concorrentes apenas os fabricantes de sistemas de geração de energia hidráulica que, em geral,
fornecem o sistema completo e não apenas uma válvula esférica ou borboleta, salvo quando se
trata de alguma reposição ou substituição de uma pela outra.
Dentre os principais concorrentes citam-se as empresas Hacker, de Xanxerê e MCA
Energia, de Joaçaba, ambas no estado de Santa Catarina, e a alemã Voith, que está presente no
Brasil há 50 anos. Entre as três empresas citadas, apenas esta última tem a válvula esférica
atualmente em seu portfólio de produtos, e a quantidade deste tipo de válvula que está sendo
utilizada representa cerca de 30% do total de sistemas instalados pela Voith.
Abaixo, as figuras representam um modelo de válvula borboleta dos concorrentes
citados anteriormente.
Fonte: Hacker.
41
Fonte: Voith.
4.2.4 Tempo
Esta etapa engloba os processos necessários para assegurar a conclusão do projeto no
prazo previsto, envolvendo a definição das atividades, o sequenciamento e estimativa da
duração, a elaboração e o controle do cronograma de projeto.
A sequência e as atividades do projeto foram definidas pela equipe de
desenvolvimento de projeto com o objetivo de motivá-la na realização das atividades.
O Diagrama 1 apresenta o diagrama de Gantt com a descrição das principais
atividades que serão realizadas com uma estimativa da duração.
43
Fonte: o autor.
44
A força do QFD está em tornar explícitas as relações entre necessidades dos clientes,
características do produto e parâmetros do processo produtivo, permitindo a harmonização e
priorização das várias decisões tomadas durante o processo de desenvolvimento do produto,
bem como em potencializar o trabalho de equipe. Outro aspecto importante a considerar é
que, por ser uma metodologia que se baseia no trabalho coletivo, os membros da equipe
desenvolvem uma compreensão comum sobre as decisões, suas razões e suas implicações, e
se tornam comprometidos com iniciativas de implementar as decisões que são tomadas
coletivamente.
A matriz QFD resultante do desdobramento das informações de entrada para o projeto
da válvula esférica está ilustrada no Quadro 4.
48
Fonte: o autor.
Com base na hierarquia dos requisitos de projeto, resultante da análise dos dados na
casa da qualidade, foi desenvolvida a Especificação de Projeto de Produto (EPP), mostrada no
Quadro 5, que é a primeira identidade do produto, contendo aqueles elementos considerados,
segundo a análise dos clientes do produto e da equipe de projeto, os mais importantes para
posterior definição física do produto. O Quadro 5 contêm as especificações de projeto de uma
válvula esférica com diâmetro nominal, de 400 mm. Nela são descritas as informações básicas
para cada item da EPP em que são levantadas a meta, o sensor, as saídas indesejáveis,
observações e restrições inerentes.
Com o estabelecimento do documento que expressa a especificação de projeto de
produto, estará encerrada a primeira fase do processo de projeto de produto.
50
Fonte: o autor.
Controlar Fluxo
FP1.3.4 FP1.4.4
Indicar posição do Inibir reabertura
obturador
Fonte: o autor.
elevadas
FP1.2
Princípios de Soluções
FP1.3.1
Manobrar
de manobra
FP1.3
FP1.1.2
Vedar obturador/
sede
FP1.1
FP1.1.3
Vedar união
flangeadas
Controlar Fluxo
FP1.2.1
Resistir a corrosão
FP1.2.2
Resistir a pressões
Ser resistente
elevadas
FP1.2
FP1.2.3
Transmitir esforços
a base
(Continua)
57
FP1.3.2
Transmitir torque
Movimentar o obturador
de manobra
FP1.3
FP1.3.3
Vencer força do
fluido
FP1.3.4
Indicar posição
do obturador
Controlar Fluxo
FP1.4.1
Fechar
automaticamente
FP1.4.2
Travar no
fechamento
Fechar na emergência
FP1.4
FP1.4.3
Indicar
travamento
FP1.4.4
Inibir reabertura
Fonte: o autor.
58
marca-se um sinal “+”, se atender de igual forma, marca-se com sinal “=”, e se atender menos
que a referência, marca-se um sinal “-”.
Caso alguma opção tenha resultado um peso total positivo maior que a referência, tal
opção deverá ser escolhida. Caso contrário a própria referência deve ser escolhida. É
demonstrado no Quadro 9, a comparação entre as opções e a referência escolhida.
Referência
Ter fácil operação 5 = -
Ter agilidade na operação 4 - +
Ter fácil montagem 3 = =
Ter bom acabamento 2 = =
Total (+) +1 +1
Total (-) -3 -4
Total global (+) e (-) -2 -3
Peso total -16 -27
Legenda:
(=) atende igual a referência; (-) atende menos que a referência; (+) atende mais que a referência.
Fonte: o autor.
Os cálculos realizados para determinar os valores do Total “-”, do Total “+”, do Total
Global e do Peso Total mostrados anteriormente seguem a seguinte lógica:
Total “+”: Foram somadas as quantidades de “+” apresentadas em cada opção da
Matriz de Avaliação para escolha da concepção, onde foram obtidos os seguintes resultados:
Opção I = +1
Opção III = +1
Total “-”: Foram somadas as quantidades de “-” apresentadas em cada opção da
Matriz de Avaliação para escolha da concepção, onde foram obtidos os seguintes resultados:
Opção I = -3
Opção III = -4
60
de forma simplificada dos principais pontos desta etapa. Optou-se por apresentar nesta seção
as informações teóricas sobre o dimensionamento da válvula esférica, pois facilita a
apresentação dos resultados.
Como:
Q=V.A
E sendo:
Q = Vazão volumétrica [m³/s]
V = Velocidade linear [m/s]
A = Área da seção [m²]
Temos que:
A = 0,1225 m²
E se:
πd
A=
Onde:
d = Diâmetro [m]
Então:
d = 0,395 m
Arredondando para cima, tem se como diâmetro interno da válvula esférica o valor de
400mm.
para saber qual o material que deve ser utilizado na fabricação do obturador, bem como as
espessuras do corpo do obturador e os reforços necessários para suportar a carga.
A pressão a ser considerada é exercida pela água devido a queda, isto é, a diferença de
potencial existente entre o reservatório e ponto de saída da água da turbina, que neste caso é
de 187,2 m. Logo a pressão existente é 1,835 MPa.
Sendo 400 mm o diâmetro interno do obturador, será adotado 420 mm como diâmetro
de vedação, isto é, o ponto de contato de vedação entre o obturador e a sede da válvula. Com
isso pode ser definida a força atuante no obturador. A equação a seguir tem como referência a
bibliografia de Fischer (2008).
Como:
F
P=
A
E sendo:
P = Pressão [Pa]
F = Força [N]
A = Área da seção [m²]
Temos:
F = 230,7 kN
A partir desta força é possível calcular os esforços e reações no obturador, bem como
nos eixos e buchas que sustentam o obturador, conforme mostra o memorial de cálculo.
Quanto ao obturador, devido à complexidade de sua geometria, sendo esférico, os
cálculos necessários para a definição dimensional de seu corpo foram realizados com o
auxilio de um programa comercial específico que utiliza o método dos elementos finitos,
chamado ANSYS®. O Desenho 14 ilustra a análise das tensões no obturador durante sua
posição de fechamento, isto é, quando suporta a pressão máxima do fluido estanque.
63
F
M max .L
2
E sendo:
M max = Momento máximo no eixo [N.m]
Força [N]
L = Distância do centro do engaste até a face do mancal [m], conforme Desenho 15.
64
M max
We
σ adm
Tendo então:
deixo = 69,2 mm
D n .p proj
e min s
2.σ adm solda
.k
Onde:
e min = Espessura mínima [cm]
D n = Diâmetro nominal [cm]
p proj = Pressão de projeto [kgf/cm²]
válvula terá seu termino em alguns meses após a conclusão deste trabalho, não será possível
apresentar imagens e resultados reais da execução do projeto.
Válvula Esférica
Contra-Peso
Fonte: o autor.
Com a estrutura bem definida é possível, entre outras coisas, identificar quais itens
precisam ser processados antes dos demais, para efeitos de cumprimento de prazos por
exemplo. Como é o caso do obturador fundido, que após ter sido executado o esboço inicial
do projeto, foi o primeiro desenho detalhado liberado pela engenharia para que fosse
providenciada a execução do modelo para a fundição do corpo fundido do obturador.
70
•Indicação de quantidades
•Existência de pintura
Notas
•Indicação de soldas
•Classe de soldas
Soldas
•Tabela de tolerâncias
•Tabela de acabamento superficial
Tabelas
•Lista de revisões
•Lista de peças
Listas
•Dados da peça
•Dados do projeto
Selo •Dados do projetista/ desenhista
Fonte: o autor.
71
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
73
Fonte: o autor.
74
5 CONCLUSÃO
A metodologia proposta por Pahl e Beitz (2005) foi de grande valia para a elaboração
deste projeto, pois serviu de guia para o mesmo, tendo em vista que a obra destes autores
funcionou como um roteiro, um passo-a-passo, fácil de entender e de seguir, e também ajudou
a colocar em prática os conhecimentos adquiridos pelo aluno durante o curso de Engenharia
de Produção Mecânica.
O objetivo geral do trabalho foi atingido uma vez que foi possível realizar o projeto da
válvula esférica, sendo que o mesmo será utilizado pela empresa para a fabricação da válvula.
Com relação ao objetivo específico: (a) estudar o processo de projetos de produtos industriais,
o mesmo foi totalmente satisfeito através da revisão bibliográfica realizada a partir das
normas técnicas; (b) aplicar os conceitos teóricos da sistemática de Processo de Projeto de
Pahl e Beitz no desenvolvimento de uma válvula esférica, também foi totalmente atingido,
inclusive a metodologia mostrou-se eficaz para este tipo de produto; (c) desenvolver todas as
etapas de elaboração de projeto de um produto, foi também atingido pois conforme citado
anteriormente, foi como seguir um passo-a-passo; (d) elaborar o projeto de acordo com as
necessidades levantadas junto ao cliente, foi possível tendo em vista que todas as
necessidades foram entendidas e analisadas, de forma que foi possível processar tais
informações e considerá-las no projeto sem exceção; (e) aplicar ao projeto conhecimentos
teóricos adquiridos durante o Curso de Engenharia de Produção Mecânica, foi um objetivo
também atingido, pois foi possível aplicar os conhecimentos adquiridos em várias cadeiras do
curso, como Mecânica dos Fluidos, para o entendimento do comportamento do fluido quanto
a pressão e vazão, como Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas, para a análise e
cálculos dos componentes mecânicos do projeto, e Projeto de Produto, no qual foi estudado
exatamente os passos necessários para a realização deste trabalho.
De forma geral, o projeto desenvolvido atendeu satisfatoriamente as expectativas
levantadas pelos envolvidos no projeto, incluindo o setor de engenharia da empresa que
propiciou a realização deste trabalho. A válvula esférica projetada é capaz de atender
completamente as necessidades levantadas durante a elaboração do projeto e ainda se mostrou
mais eficiente que o dispositivo utilizado atualmente.
Quanto ao trabalho realizado, como um todo, é necessário ressaltar a importância do
mesmo para o crescimento do acadêmico,tendo em vista a experiência agregada durante a
realização deste projeto no período do estágio. Além da oportunidade de aplicar os
conhecimentos teóricos adquiridos no curso de graduação, o futuro Engenheiro de Produção
75
REFERÊNCIAS
ASME. Rules for construction of pressure vessels. New York. 2004. 880p.
BEER, Ferdinand Pierre,; JOHNSTON JR., E. Russell. Resistência dos materiais. 3. ed. São
Paulo: Makron Books, 1995. 1255 p.
CEEE. Como funciona uma Usina Hidrelétrica. [S.l.]. 2012. Disponível em:
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