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Operantes verbais

▪ Autoclítico : O falante deliberadamente organiza o seu


discurso, a sua fala, inserindo expressões ao tato ou ao mando
no sentido de aumentar a precisão da influência do seu
comportamento verbal sobre o ouvinte.

▪ Rearticular, seccionar, rticular, organizar, fortalecer a sua


própria fala.
Operantes verbais

▪ Descritivo: o falante consegue explicitar as fontes de controle


do seu comportamento.

“ Disseram-me que ela é bem agressiva!” ( determinante da


resposta)

“ Estou muito ansioso!” ( eu interno)

“ Escutei no jornal que isso é verdade!” ( a fonte da informação ).


Operantes verbais

▪ Qualificadores: O comportamento do ouvinte pode ser afetado


de acordo com o qualificador que o falante utilizar.

“ Acredito que ele esteja correto!”


“ Certamente, ele está correto!”
“ Penso que ele esteja correto!”.
“ Talvez, ele esteja correto!”
Operantes verbais

▪ Quantificadores: Função de quantificar ou enfatizar.

“ Alguns alunos sempre passam naquela disciplina!”

“ Todos os alunos passam naquela disciplina!”.


Operantes verbais

▪ Autoclíticos que funcionam como mandos: Mais utilizados


quando se pretende chamar atenção para algo.

“ Fiquem atentos ao que vou explicar agora!!”

“ A partir deste momento, silêncio!!!!!”.

▪ A função autoclítica pode aparecer também junto com um


sorriso sedutor, uma risada nervosa ou um tom específico.
Operantes verbais

▪ Autoclíticos :

Por parte do cliente observa-se que este faz uso de autoclíticos


geralmente quando está relatando ou prestes a relatar um assunto
difícil para si mesmo, que traz algum desconforto, ou então um
tópico passível de punição por parte do clínico.
Operantes verbais

▪ Autoclíticos :

“ Então, Marcos, hm ( silêncio)... É o seguinte... ( silêncio ). É que te


falar isso é meio complicado para mim, sabe? Mas acabou que eu e
o fulano resolvemos, sei lá, tentar mais uma vez!”
Operantes verbais

▪ Autoclíticos :

“ Veja bem, fulano ( cliente ), vamos analisar juntos o que você


acabou de me contar. A princípio, me parece um pouco
precipitado você relacionar como os seus pais te tratam ao que
você fez. Eu fico pensando um pouco assim: será que isto, no
fundo, não é uma maneira de você não se preocupar tanto com as
pessoas na hora de interagir com elas, e meio que poder colocar a
culpa nos seus pais por esse seu comportamento?”
Operantes verbais

▪ Autoclíticos :

▪ O clinico pode utilizar de autoclíticos como forma de colocar o


cliente mais sob controle do que será dito logo em seguida, ou
mesmo como uma forma de amenizar uma fala mais
confrontadora por parte do clínico, tentando manter a
amenidade e o conforto da relação entre os dois.
Operantes verbais

▪ Tato distorcido : Diz-se que o individuo está tateando quando


descreve situações, objetos ou relata acontecimentos. De modo
que o tato distorcido são relatos do que o ouvinte gostaria de
ouvir e não do que na realidade ocorreu.

▪ O falante relata eventos de maneira a produzir reforçadores


positivos ou se esquivar de punições, um típico comportamento
de contracontrole.
Operantes verbais

▪ Tato distorcido :
“ A medida de eficiência tá quase pronta, professor! Passei o final
de semana todo fazendo ela!” ( Quando na verdade passou
assistindo Netflix).
Reforçamento negativo.

“ O cliente pode falar que fez a tarefa terapêutica, mas a esqueceu


em casa” ( Quando na verdade não a fez ).
Reforçamento negativo.
Operantes verbais

▪ Tato distorcido :

“ A criança que tem bom desempenho escolar e faz todos os


deveres corretamente, mas em um belo dia deixa de fazê-los para
brincar. Assim que os pais chegam do trabalho ele diz que fez os
deveres e que foi super elogiado na escola!”

Reforçamento positivo.
Operantes verbais

▪ Tato distorcido : O tato distorcido pode ser o relato de um


evento que não ocorreu quanto também a descrição exagerada,
minimizada, parcial, enfim distorcida, de propriedades do
evento relatado.

▪ Fofocas, justificativas, eu aumento,mas não invento, quem conta


um conto aumenta um ponto....

▪ São tatos reforçados socialmente.


Operantes verbais

▪ Mando disfarçado: A comunidade verbal considera o mando


disfarçado uma maneira mais educada, polida ou formal de
fazer pedidos.

▪ O problema dos mandos disfarçados é que nem sempre eles


contribuem na produção de reforçadores.

▪ Assim como também podem resultar em punições ou ausência


de reforçadores.
Operantes verbais

▪ Mando disfarçado:

“ O professor marca uma prova para uma quinta feira e comunica os alunos. Estes já
teriam prova de outra disciplina para a qual teriam que estudar bastante, logo
desejam que o professor mude a data da prova.”

“ Professor, troque o dia da prova, por favor!” ( Mando direto )

“ Nossa, professor! Temos uma prova superdifícil no mesmo dia, troque o dia da
sua, por favor!” ( Mando disfarçado)
Operantes verbais

▪ Mando disfarçado:

▪ O mando disfarçado pode evidenciar dificuldade por parte do


falante de se comportar assertivamente ou então evidenciar
uma maneira de se esquivar da punição.
Operantes verbais

▪ Mando disfarçado:

“ Ao ouvir do clínico o valor da sua sessão, o cliente, que a considerou cara, e


gostaria de um desconto, apenas comenta : estou achando o valor da sua sessão
acima do valor de mercado!!”.

“O clínico que ao pontuar para paciente que ainda que tenha dificuldades
financeiras não deixa de fazer os desejos do filho, ouve: É muito difícil para uma
mãe falar não para um filho, e não adianta ninguém vir pedir para eu falar não, pois
não farei isso!”.
Operantes verbais

▪ “ Silvia anda muito cabisbaixa, fala pouco, está sempre olhando


para baixo...”
▪ “ Fernando, venha almoçar agora!!!”
▪ “Não é que eu queira dizer, mas eu acho que seu time jogou mal
ontem!”
▪ “ A Maria me disse que o Jorge é agressivo e às vezes, quando
contrariado, chegava a bater nela!”.
▪ Estou com dor de dente.
Operantes verbais

▪ “ Preciso saber como lidar com isso, o que faço?”


▪ “ Mãe diz : “ É o papai...” e a criança diz : “ É o papai!” (
classifique a fala da criança!)
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Seleção por consequências?

Por que Paula tem “ um ciúme doentio” do namorado, mesmo que ele não lhe dê
motivo algum? O que teria levado Rodrigo a deixar de sair com os amigos e praticar
esportes e reclamar constantemente que sua vida não tem sentido e de que nada
lhe dá mais prazer? O que fazer com toda a preocupação de Ligia com sua dieta e
seus repetidos episódios de “compulsão alimentar” seguidos da indução de
vômitos?”
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Ciência e comportamento humano, 1953- Skinner

▪ Seleção por consequências, 1981 – Skinner.

▪ O modelo de seleção por consequências substitui entre outras:


explicações baseadas em agentes iniciadores autônomos e
explicações teleológicas, que apelam para um proposito ou
intenção como causas finais.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Skinner se baseou na teoria da evolução e seleção natural de Charles


Darwin.

▪ Processo de variação: indivíduos de uma espécie tem variações


genéticas em relação a outros indivíduos da mesma espécie.

▪ Processo de seleção: a reprodução de indivíduos com a maior


incidência do genótipo relacionado a variação, promove a seleção.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Skinner postulou que as explicações para os operantes


comportamentais não devem se basear em :

▪ Explicações (do comportamento) baseadas em agentes iniciadores


autônomos [ vontade, desejo, força psíquica e/ou mente].

▪ Explicações teleológicas [comportamento com um fim em si mesmo]


Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ O modelo de seleção por consequências difere marcadamente de


modelos mecanicistas por não enfatizar ou supor que eventos
unitários, temporalmente anteriores e imediatamente próximos
causariam outros eventos considerados seus efeitos necessários.

▪ Comportamento é um fenômeno de múltiplas causas e essas causas


históricas e inter-relacionadas.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

1. A ênfase na análise das unidades que são compostas por várias


instancias distribuídas no tempo ( populacionais e históricas ).

2. A perspectiva de inter-relação entre diferentes “causas” que afetam


a probabilidade de certos eventos (multideterminação).
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ A evolução comportamental de um individuo tem como principal


foco da análise o operante.

▪ O mesmo pode ser definido como uma população de respostas


individuais que produzem ( ou produziram) certa consequência.

▪ Os operantes são entidades fluídas, se distribuem no tempo e no


espaço.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ O modelo de seleção por consequências descreve o processo de


origem e de mudanças dos padrões comportamentais no tempo e no
espaço, na história.

▪ A compreensão do comportamento operante depende de


entendermos como respostas individuais variam e como conjuntos
de respostas são selecionados através do processo de
reforçamento.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

O “ciúme doentio” de Paula só poderá ser adequadamente “trabalhado”


na clinica se diversas instancias ao longo do tempo e do espaço (
respostas particulares ) forem analisadas e se as consequências
produzidas por tais instâncias forem identificadas. O “ciúme” de Paula
não pode ser tomado como uma entidade em si mesmo, deve-se olhar
para ele como o resultado de uma série de interações que se
estabeleceu ao longo do lapso temporal e no ambiente em que ela vive.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental
▪ O ambiente exerce, pelo menos, duas funções em relação aos comportamentos
operantes : selecionador e instaciador.

▪ Selecionador: Através das consequências das respostas, torna-se as respostas


com certas características mais prováveis de acontecer.

▪ Instaciador: evoca determinada classe de respostas relacionadas a estímulos


antecedentes.

Ex: Rodrigo sabe jogar futebol (comportamento já selecionado), mas só joga quando seus amigos o
convidam (evento instanciador).
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Se o foco da intervenção for a ocorrência de instâncias


particulares, pode ser suficiente rearranjar aqueles eventos
ambientais que têm função instanciadora com relação ao
repertorio comportamental do cliente.

▪ Em alguns momentos o clínico vai auxiliar na “seleção de


comportamentos” e em outros promover a instanciação ou a
mudança na instanciação de operantes.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ O comportamento humano é produto de:

a) Contingências de sobrevivência.
b) Contingências de reforçamento responsáveis pelos repertórios
adquiridos por seus membros.
c) Contingências especiais mantidas por um ambiente social
evoluído.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Traduzindo:

a) Filogenético.
b) Ontogenético.
c) Cultural.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ No nível filogenético:

a) Características fisiológicas.
b) Relações comportamentais inatas.
c) Processos básicos envolvidos na aprendizagem.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ No nível ontogenético:

O reforçamento operante explicaria em grande parte a evolução de


repertórios comportamentais específicos de cada indivíduo. Os
repertórios comportamentais passaram a se constituir também a
partir de histórias individuais e não mais apenas pela história da
espécie.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ No nível cultural :

O ambiente social foi fundamental para o surgimento do


comportamento verbal e ambos para o surgimento do terceiro
nível de variação e seleção, o cultural. No nível cultural o que varia
e é selecionado são práticas culturais que tratam de
comportamentos ensinados de um individuo para o outro e através
de gerações de indivíduos.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Compreender e intervir adequadamente sobre o


comportamento, e especialmente sobre o campo da
subjetividade, só seria possível considerando-se as interações
entre os três níveis.

▪ Filogenético→ Ontogenético→ Cultural.


Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Pensando no comportamento “bulímico” :

a) Variáveis biológicas relacionadas, por exemplo, ao modo como o corpo reage a


dietas severas e sucessivamente interrompidas.
b) Variáveis propriamente comportamentais, como por exemplo os efeitos das
consequências sociais produzidas pelos episódios de compulsão alimentar e
indução de vômitos.
c) Variáveis culturais, como por exemplo a “imagem corporal” valorizada pela
mídia.
Seleção por consequências como modelo de
causalidade e a clínica analítico-comportamental

▪ Pensando no comportamento “ansioso” :

a)
b)
c)
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ A primeira impressão é a que fica?

▪ (Saltzman,Luetgert, Creaser e Howard, 1976).

▪ Não basta saber o que o cliente experimenta na terapia, mas


quando ele o faz.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Vinculo terapêutico

▪ Contrato

▪ Cuidados éticos

▪ Motivação e adesão

▪ Fornecimento de informações e o acolhimento


A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Os tratamentos clínicos, sejam na forma de uma psicoterapia ou de programas


de aconselhamento e treinamento de habilidades, traduzem-se em
compromissos e tarefas assumidas tanto pelo cliente quanto pelo terapeuta.

▪ Regras e autorregras.

▪ O contrato se aproxima de uma regra estabelecida e mantida pelo terapeuta e


seu cliente e a sua concordância ou não pode indicar instâncias clínicas
relevantes.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Dificuldade em pagar os honorários

▪ Dificuldade com os horários

▪ Adiantar-se ou faltar as sessões


A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Aspectos muito relevantes do comportamento do cliente podem ser notados em


situações rotineiras da terapia.

▪ Faz parte da conduta do clínico avaliar também a sua postura, avaliar o próprio
comportamento em relação aos mesmos eventos. (Supervisão).

▪ É no momento do contrato que o profissional garante o sigilo, combina os


honorários, procedimentos acerca de faltas e reposições, periodicidade das
sessões.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Algumas vezes o cliente procura o psicólogo por indicação de alguém conhecido


de ambos. De modo especial, nesse caso, é prudente deixar claro o respeito ao
sigilo e até mesmo, se for necessário, estabelecer combinados de procedimentos
de proteção do contexto fora da sessão.

▪ “ Vamos adotar uma atitude discreta se nos virmos no clube: vou acenar
discretamente com a cabeça!”.

▪ Um pouco de tempo é necessário até que clientes com histórias de punição do


repertório de confiança comecem a relatar experiências adversas.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Sigilo → Intimidade

▪ Intimidade : comportamento vulnerável a punição.

▪ Quebra da tendência fuga e esquiva.

▪ “ Fazer do ambiente terapêutico um ambiente seguro e não passível de punição,


porém depende!”.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Delimitar e explicitar a quantidade de sessões semanais, a duração e o local


onde a sessão vai acontecer.

▪ Tabela de honorários- CFP/ Psicologxs não são obrigados a adotar.


A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ Os sentimentos e impressões do terapeuta em relação ao cliente, tanto podem


fundamentar a formulação de hipóteses importantes para a avaliação do caso
clínico quanto podem instigar questões para o seu próprio desenvolvimento
pessoal.

▪ O clínico pode ser solicitado a falar de sua formação profissional, orientação


teórica e método de trabalho.

▪ Queixa é diferente de demanda.


A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ O cliente pode ou não revelar informações importantes na primeira sessão, isso


dependerá de muitas condições, por exemplo, o quanto ele confia no clinico e o
grau de sofrimento dele.

▪ O clínico pode ( e deve ) encaminhar o caso a outro colega que julgue mais apto
para lidar com aquelas questões, se considerar que as revelações do cliente lhe
são impactantes.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ É possível que o cliente faça perguntas sobre a vida pessoal do clínico. Em tais
situações, o profissional poderá ou não responde-las, sendo um critério
possível, respondê-las se for terapêutico para o paciente e se não causar
constrangimento no clínico.

▪ Os cuidados quanto a apresentação pessoal do clínico, sua postura, seus gestos e


o modo como reage com o cliente devem expressar segurança, disponibilidade
afetiva, cordialidade, atenção e competência.
A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ A primeira sessão é o momento do estabelecimento de um ambiente confiável,


seguro e que possibilite o desenvolvimento de esperança.

▪ Identificação de riscos para o paciente e para pessoas próximas.

▪ Entrevista clínica inicial.

▪ Paciente falará livremente no inicio da sessão.


A apresentação do clínico, o contrato e a estrutura
dos encontros iniciais na clínica.

▪ É preferível que no inicio o clínico opte por fazer questões abertas, facilitando
relatos mais amplos dos clientes, o que dará ao clínico uma amostra de como o
cliente se comporta.

▪ Durante este período o clínico deve atentar ao que o cliente está verbalizando,
tanto seu conteúdo, quanto sua função, além de observar a forma como ele age
durante a entrevista.
A entrevista clínica inicial

▪ “Como devo cumprimentar o cliente?” “O que devo perguntar?” “E se ele me


fizer uma pergunta que não sei responder?” “E se ele não falar nada?” “E se ele
falar muito?”.

▪ [...] a entrevista clínica pode ser conceituada como uma “interação verbal entre
pessoas” com fins terapêuticos, que inclui, mas não se limita à coleta de dados
(SILVARES e GONGORA, 1998, p. 28). Logo, a diferença da entrevista clínica para
os demais tipos de entrevista se dá por seus objetivos.
A entrevista clínica inicial

▪ Na entrevista clínica inicial como um processo terapêutico, três objetivos principais


devem orientar o entrevistador, em especial para a entrevista com adultos:

▪ a) Interacionais;
▪ b) Coleta de dados
▪ c) Intervenção.
A entrevista clínica inicial

▪ Na entrevista clínica inicial como um processo terapêutico, três


objetivos principais devem orientar o entrevistador, em especial
para a entrevista com adultos:

▪ a) Interacionais;
▪ b) Coleta de dados
▪ c) Intervenção.
A entrevista clínica inicial

▪ Os objetivos interacionais (a) dizem respeito à “relação


terapêutica”. O entrevistador deve criar condições para que o
entrevistado se sinta confortável na situação, evitar situações
constrangedoras e motivá-lo a continuar o tratamento. Ao fazer isso
uma relação de confiança já começa a ser construída entre terapeuta
e cliente. Tal relação é essencial para que um tratamento de
qualidade possa ser estabelecido (SILVARES e GONGORA, 1998, p.
32).
A entrevista clínica inicial

▪ Ao atentar para os objetivos de coleta de dados (b) o entrevistador


deve conduzir a interação de modo a:

(...) maximizar a obtenção de informações, sem que isso prejudique seus aspectos interacionais. Contudo, num
processo terapêutico, a ênfase em coleta de dados pode variar em diferentes momentos do tratamento. Por
motivos óbvios, geralmente, a ênfase maior está nas primeiras sessões nas quais se procura a formulação de um
diagnóstico preliminar. (SILVARES e GONGORA, 1998, p. 32)
A entrevista clínica inicial

▪ Muito embora a entrevista clínica inicial seja muitas vezes o


primeiro contato com o caso, nela pode haver intervenções
terapêuticas. Ao atentar para os objetivos de intervenção (c) o
entrevistador deve “medir” muito bem como intervir, de modo a não
prejudicar a interação (a) e criar obstáculos para o trabalho futuro.
“Dessa forma, considera-se que a intervenção possa ocorrer numa
entrevista inicial, porém sem que se constitua em um objetivo
obrigatório.” (SILVARES e GONGORA, 1998, p. 33).
A entrevista clínica inicial

▪ Quanto à organização da entrevista, Silvares e Gongora (1998) sugerem


que a interação seja divida em três etapas:

▪ Introdução
▪ Desenvolvimento
▪ Encerramento
A entrevista clínica inicial

▪ Habilidades necessárias para uma boa entrevista:

▪ Habilidades empáticas.
▪ Habilidades não verbais
▪ Habilidades de perguntar
▪ Operacionalizar informações
▪ Parafrasear
▪ Refletir sentimentos
▪ Sumariar ou resumir
▪ Controlar a entrevista
▪ Manter sequência
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Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Avaliação funcional é a identificação das relações de


dependência entre as respostas de um organismo, o contexto
em que ocorrem ( condições antecedentes ), seus efeitos no
mundo ( eventos consequentes ) e as operações motivadoras
em vigor.

▪ Ferramenta crucial para o analista do comportamento.


Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ A avaliação funcional tem 4 objetivos:

1. Identificar o comportamento-alvo e as condições ambientais que o mantém,


2. Determinar a intervenção apropriada
3. Monitorar o progresso da intervenção
4. Auxiliar na medida do grau de eficácia e efetividade da intervenção
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ A avaliação funcional de um comportamento pode ser


dividida em 5 etapas:

1. Identificação das características do cliente em uma hierarquia de importância


clínica.
2. Organização dessas características em princípios comportamentais.
3. Planejamento da intervenção.
4. Implemento da intervenção.
5. Avaliação dos resultados.
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Identificação das características do cliente em uma


hierarquia de importância clínica.

▪ Levantamento de informações gerais da vida do cliente,


informações presentes e passadas, queixa clínica e os possíveis
eventos relacionados a ela.
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Organização dessas características em princípios


comportamentais:

▪ Leis do comportamento

▪ Reforçamento/Punição/ Operações motivadoras.


Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Planejamento da intervenção.

▪ Planejamento de intervenções contextualizadas com objetivo de


modificar as relações comportamentais implicadas.
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Implementação da intervenção.

▪ Atuação clínica com o objetivo de modificar as relações


comportamentais responsáveis pela queixa do cliente, que pode
envolver os mais variados processos ( reforçamento diferencial,
modelação, instrução, etc).
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Avaliação dos resultados.

▪ Investigar os efeitos das intervenções anteriores.

▪ Caso os resultados não sejam satisfatórios, a avaliação funcional


deve ser reiniciada.
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ O profissional precisa identificar regularidades entre as


diversas experiencias narradas pelo cliente ou vivenciadas
na relação terapêutica.

▪ O que acontece quando você faz isso?


▪ Se você não o fizesse, o que aconteceria?
▪ Como você se sente depois que age dessa maneira?
▪ Quando você se comporta assim?
▪ O que você acha que te leva a agir assim?
▪ Como você estava se sentindo antes de fazer isso?
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Análise molecular

▪ Histórico do desenvolvimento do comportamento-alvo.

▪ História da vida do cliente diretamente relacionada à queixa.

▪ Análise molar do funcionamento do cliente.


Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Histórico do desenvolvimento do comportamento-alvo.

▪ Consiste no levantamento de informações sobre o desenvolvimento do


problema, o que permite ao clínico compreender a constituição da queixa e
verificar as possíveis estratégias que já foram utilizadas e os seus respectivos
resultados.
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ História de vida do cliente não diretamente relacionada


à queixa.

▪ Trata-se da coleta de dados ( mesmo que breve ) acerca da história de vida do


cliente, o que inclui seu desenvolvimento infantil, relações familiares, relações
sociais e culturais, estudo, trabalho, hobbies, etc.

▪ A identificação dos recursos do paciente pode ajudar na elaboração das


intervenções.
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

▪ Análise molar do funcionamento do cliente

▪ Avaliação dos impactos que o problema clinico está causando no funcionamento


global do paciente.

▪ Ir além de : Quais respostas que fazem parte dessa classe? Quais são suas consequências? Com que
frequência ocorrem?

▪ Focar em : De que forma as pessoas reagem aos comportamentos do cliente? O que aconteceria se este
comportamento mudasse?
Avaliação funcional como ferramenta norteadora
da prática clínica.

Todo indivíduo possui um repertório comportamental vasto


em que a alteração de uma única classe de respostas pode
afetar todo o sistema em diferentes graus, sendo papel do
clínico analisar os efeitos de cada mudança a curto, médio e
longo prazo.
ANÁLISE FUNCIONAL
MOLAR E MOLECULAR
PAS S O A PAS S O
COMPORTAMENTO OPERANTE

• É função de condições ambientais.

• Contingência: relação de dependência que descreve como a


probabilidade de um evento pode ser afetada por outros eventos.

1)ocasião em que ocorre uma R


2)R
3) consequências por ela produzidas
TRÍPLICE CONTINGÊNCIA
• Ferramenta básica para a realização de análises funcionais
favorece o levantamento dos dados necessários para o desenvolvimento
do processo terapêutico.
• Instalação e manutenção do comportamento
• Hipóteses, objetivos, novos repertórios, manutenção e generalização da
mudança.
• Identificação das relações entre o sujeito e seu mundo
• Comportamento – VD ( variável dependente )
• Condições externas das quais o comportamento é função – VI ( variável
independente ).
CONTINGÊNCIAS

• Analise das atuais e históricas


• Buscar uma analise MOLAR – Macro – análise
• Contém aspectos ligados à história de vida e ao desenvolvimento de
padrões comportamentais.
• Diagnóstico
• Intervenção
• Avaliação
ANÁLISE FUNCIONAL

• Relato verbal
• Comportamentos públicos do cliente
• Construídas pelo terapeuta em conjunto com o cliente
• Autoconhecimento
• Ampliação do repertório comportamental
• Mudanças
UNIDADE DE ANÁLISE

• Ampla- ex: depressão


• Específica ex: auto- depreciação
• Operantes Complexos → múltiplas contingências em
operação ao mesmo tempo, reforçadores e estimulação
aversiva controlam muitas vezes o mesmo comportamento.
• Eventos públicos e privados
RECURSOS UTILIZADOS PELO
PSICÓLOGO CLÍNICO
• Fantasias
• Desenhos
• Sonhos
• Músicas
• Poemas
• Diários
• Filmes
• Cartas
ANALISES FUNCIONAIS

Molares ( macroanálises) x Moleculares (microanálises)


ANÁLISES FUNCIONAIS MOLECULARES -MICROANÁLISES

• Contingências pontuais importantes para a compreensão de comportamentos


específicos em contextos específicos
• Tríplice contingência
• Efeitos: emocionais e de frequência
• Processo comportamental envolvido na contingência analisada:
• Reforçamento positivo, reforçamento negativo, punição positiva, punição
negativa, extinção.
ANÁLISES FUNCIONAIS MOLECULARES -MICROANÁLISES

• Primero passo: identificar a resposta


• Relevância
• Evitar respostas negativas- não é possível analisar “não
comportamentos”
• Ex: não obedece → ignora instrução verbal e corre para longe do
pai
• Evitar respostas que não estão sob controle operante ex: morrer,
cair, angústia, taquicardia, sudorese
IMPORTANTE

• Respondentes podem ser incluídos nas análises funcionais.


• Estão sob controle dos antecedentes e não das consequências
• Ex: chefe entra na sala (antecedente)→ansiedade
Ex: Estudar a semana toda (operante) →nota baixa (consequência)
Efeito emocional: frustração = respondente
IDENTIFICAR ANTECEDENTES
• Segundo passo:
• Qual a ocasião na qual o comportamento ocorre?

• SD: estímulo discriminativo: na presença do qual a resposta é


reforçada.
• OE: operações estabelecedoras: eventos antecedentes que podem
alterar momentaneamente a efetividade reforçadora de um estímulo
e evocar os comportamentos que o produzem (privação, saciação,
estimulação aversiva)
EXEMPLOS

• Sd (presença do namorado) → R (reclamar de dor


→ atenção / carinho

• Dor – estimulação aversiva – aumenta momentaneamente o


valor reforçador da atenção e do carinho – portanto é uma OE.
• Altera a probabilidade de respostas que produzam atenção e
carinho (chorar, reclamar etc…)
• Regras =SD/OE
TERCEIRO PASSO IDENTIFICAR CONSEQUÊNCIAS

• Descrição
• Antecedentes :Problemas conflitos
• Resposta : expressar sentimentos e opiniões
• Consequências: críticas e represálias
QUARTO PASSO IDENTIFICAR PROCESSOS

•Sr+
•Sr-
•Punição positiva
•Punição negativa
•Extinção
QUINTO PASSO IDENTIFICAR EFEITOS
• Frequência
• Emocional: reforço positivo- bem estar, prazer, alegria, felicidade,
confiança, orgulho
• Reforço negativo- alívio
• Punição positiva- medo, ansiedade, pavor, vergonha e culpa
• Punição Negativa – frustração, decepção, desapontamento
• Extinção – raiva
• Sentimentos são subprodutos das contingências e não causas do
comportamento.
EXEMPLOS DE CONSEQUÊNCIAS VERSUS EFEITOS

Consequências Efeito de frequência Efeito emocional

Atenção (choro) Continuar chorando sempre Tristeza

Castigo sem videogame Desobedecer menos Chateado


frequência
Perder acesso a diversos - Depressão
reforçadores (término do
namoro)

Crítica da prof (pergunta) Nunca mais perguntar em Vergonha


sala
Aumento do prazo para Repetir em outra situação Alívio
entrega de trabalho(doente)
CASO CLÍNICO NERY E FONSECA,
2018

• Patrícia, estudante de graduação.


• Queixa: ficava triste de repente, choro sem motivo
• Insegurança
• Objetivos dela: aprender a lidar melhor com seus problemas e
melhorar a relação com a mãe e com o namorado
CASO CLÍNICO

• Suas relações sociais eram pouco reforçadoras e permeadas por


críticas.
• Conflitos: ela tentava dialogar e resolver, namorado e familiares
invalidavam as queixas, criticavam sua conduta, ou a deixavam
sem respostas
• Controle aversivo: triste, insegura, impotente.
• Conflitos no namoro →conversar sobre a relação, namorado
diz: “não leva a nada” e “ prefiro deixar as coisas correrem”
CASO CLÍNICO

• Namoro monótono
• Ficar em casa
• Sexo monótono
• Amizades: prestativa
• Sobrecarga e quando recusa: colega a chama de egoísta
• Poucas habilidades sociais – respondentes
QUEIXA INICIAL
Antecedentes Respostas Consequencias Processos Efeitos
Emocionais

Problemas/ Conversar, Criticas/represalias P+ Tristeza


conflitos nas Expressar
relações Sentimentos e
opiniões
Problemas P+ Insegurança
continuam

Pouco interesse e Extinção Impotência


pouca atenção das
pessoas
ANÁLISE FUNCIONAL PROBLEMAS NAMORO

Antecedentes Respostas Consequências Processos Efeitos


emocionais
Conflitos Conversar sobre Ele muda de Extinção Tristeza,
problemas assunto”prefiro frustração,
deixar as coisas Insegurança
acontecerem“
Presença do Conversar sobre Repetição de P+ Tristeza,
namorado problemas problemas e frustração,
surgimento de Insegurança
novos conflitos
ANÁLISE FUNCIONAL– MONOTONIA NAMORO

Antecedentes Respostas Consequências Processos Efeitos


Monotonia Patrícia toma Namorado diz Extinção Chateada
iniciativa de que quer ficar em
convidar para o casa pois está
cinema cansado
Conversas com
terapeuta
Final de semana
em casa com
namorado
ANÁLISE FUNCIONAL: VIDA SEXUAL
Antecedentes Respostas Consequências Processos Efeitos
Monotonia Comprar lingerie Ele respondeu Tristeza e
nova e pedir para que lingerie é só sentimento de
o namorado para que a rejeição
preparar noite mulher se sinta
especial bem mas não faz
diferença pro
homem

Ele não preparou Extinção


nada especial
ANÁLISE FUNCIONAL ATENDER
TODOS OS PEDIDOS X DIZER NÃO
Antecedentes Respostas Consequências Processo Efeitos
emocionais

Pedidos Atender aos Evita conflitos e R- Satisfação pelo


pedidos críticas reconhecimento

Regra de ajudar É considerada R+ Autocobrança


sempre =pessoa prestativa /corresponder
boa expectativas

Sobrecarga P+ Cansaço e
somatização
ANÁLISE FUNCIONAL ATENDER TODOS OS
PEDIDOS X DIZER NÃO
Antecedentes Respostas Consequências Processos Efeitos

Colega pede Explica que Colega a critica e P+ Vergonha e culpa


ajuda de ultima dessa vez não chama de
hora poderá ajudar egoísta
Visita de Patrícia tem R+ Alegria
familiares tempo para
passear com a
família e para
fazer seu
trabalho
Trabalho da
faculdade
ANÁLISE FUNCIONAL: SITUAÇÕES
SOCIAIS
Antecedentes Respostas Consequências Processos Efeitos
Situações sociais Fala pouco, Evita críticas R- Alívio
com amigos apenas o
necessário
(Respondentes: Perde P- Insegurança e
taquicardia, oportunidade de solidão
sudorese e aprofundamento
rubor=ansiedade) e de
fortalecimento
das amizades
ANÁLISES FUNCIONAIS MOL ARES-
MACROANÁLISES

• Passo 1: identificar padrões comportamentais: controle, auto-


exigência/ perfeccionismo, inassertividade,
passividade/agressividade, excesso de regras(insensibilidade à
contingência), fuga/esquiva.
• Passo 2: identificar histórico de aquisição – situações passadas –
infância/ adolescência
Família , socioafetivo, acadêmico, profissional, médico ,
psicológico, religioso.
ANÁLISES FUNCIONAIS MOLARES -
MACROANÁLISES

• Passo 3 – identificar contextos atuais mantenedores


• Passo 4 – consequências que fortalecem o padrão x
consequências que enfraquecem o padrão.
Procuram terapia qdo um padrão que sempre foi reforçado deixa de
ser…ou produz consequências aversivas.
Condicionamento Operante

▪ Comportamento operante deriva da sua consequência ambiental


▪ (+) Reforço Positivo (+): Aumenta probabilidade do
comportamento ao adicionar elemento recompensador (+)
▪ (+) Reforço Negativo (-): Aumenta probabilidade do
comportamento ao retirar elemento aversivo (-)
▪ (-) Punição Positiva (+): Diminui probabilidade do
comportamento ao adicionar elemento aversivo (-)
▪ (-) Punição Negativa (-): Diminui probabilidade do
comportamento ao retirar elemento recompensador (+)
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

• De Farias, A. K. C.R. et al Teoria e Formulação de casos em análise comportamental


clínica. Porto Alegre: Artmed, 2018

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