Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mulheres, Feminismo e Tecnologia
Mulheres, Feminismo e Tecnologia
Pois tens apenas de seguir e, por assim dizer, perseguranatureza mas peramn-
Dulagdes dela e serds capar, quando te aprouver, de conduzi-lae dirigi-la em
seguida a0 mesmo lugar outra vez. Tampouco deve um homem ter escrapulo
de entrar e penetrar cavidades ¢ recdnditos quando a inguiricio da verdade
“for todo ‘0 seu objeto (Harding 1991, p. 43).
_Autorasfeministas associaram essa passagem ao fato de que Bacon
dedicou seu trabalho ao rei Jaime I, ativo na investigasio e perseguicio
dle bruxas, Essa passagem é notéria, mas hi muitos outros tratamen-
tos da natureza como escrava ¢ objeto de captura calcados no género
(Farrington 1964, pp. 62, 93, 96, 99, 129, 130).
“pr Ascritiasfeministas de Bacon viram a relagio do experimen-
tador masculino com a natureza como um tipo de sedugio forcosa,
proxima do estupro durante um encontro, Allen Soble (1995), em sua
dlefesa de Bacon, identifica a relacio de investigador e natureza com 0
casamento e argumenta que o estupro marital era legal no tempo de
2 Bacon (e continuow a ser muito tempo depois). Ele também afirma
©} que nio podemos.encontrar uma “arma famegante”, com 0 que Bacon
| tgou diretamente o experimento so stupr da maturera ov associon
a investigacio da natureza com a tortura de feiticeiras. Contudo, a
passagem citada acima ¢ muitas outras mostram que Bacon coloca
sua consideracio da investigagao e manipulagdo da natureza em um
contexto de género.
Fr Podemos dizer conta eta andlise das metiforas do incto da cién-
cia e da teenologia modernas que elas nao sio essenciais& natureza e
4 tecnologia. Experimentos, leis da natureza ¢ invengdes mecinicas
194
sio vilidos por s
a imagética do
onipresente, contin
que tais imagens <=
cia e da tecnol
motivagoes de c
Evelyn Fox Kel
de objetos psico
norma de distancam
€ associada a0 mou
de objetos, os mess
sua identidade de =
Os esteredtipos mas
¢ objetividade com
populares da ciénes
estudantes nos com
talentos para ac
matérias técnic:
engenheiro. Essas =
essivo da nature
de personalidade =
desenvolver. As me
ou 0 talento excoss
dos meninos por
David Nobl
sacerdotes ¢ mo:
relagdes sexuais om
O mundo académs
dievais, como Oxi
origens clericais ©
mulheres nao for:
XIX. Muitas emines
Yale, nao se tornam
mulheres no pude=aires, feminism e teeny
40 vilidos por si e a metifora é apenas decoragio exterior. Contudo,
a imagética do género masculino na investigacio da natureza ¢ tio
onipresente, continuando até nosso tempo, que podemos argumentar
que tals imagens e metiforas tém um efeito sobre a imagem da cién-
cia e da tecnologia que desempenha um papel no recrutamento © nas
motivagdes de cientistas e engenheiros. x
Evelyn Fox Keller (1985) e outros, usando a teoria das relagbes
de objetos psicoldgicos (Chodorow 1978), afirmaram que a ro
norma de distanciamento e objetividade na ciéncia e na tecnologia’
Gassociada a0 modelo masculino, Segundo @ teoria das relagoes*
de objetos, os meninos tém de romper com as mies na formagio de
sua identidade de uma maneira que as meninas nio tém de fazer.
Os esteredtipos masculinos de auséncia de emogio, distanciament«
¢ objetividade correspondem & imagem da ciéncia. Essas imagen
populares da cigncia e da tecnologia influenciam o recrutamento de
estudantes nos campos. As meninas na escola média e superior com
talentos para a ciéncia e a tecnologia so desencorajadas de buscar
‘matérias técnicas avangadas pelas imagens populares do cientista e do
engenheiro, Essas imagens, de nerd, por um lado, ou de controlador x:
agressivo da natureza, por outro lado, entram em conflito com tragos
de personalidade “femininos” que a sociedade encoraja as meninas a \
desenvolver. As meninas também temem que mesmo a inteligéncia
Guo talento excessivo para temas técnicos desencoraje 0 interesse |
dos meninos por elas. x
David Noble, em sew A world without women (1992), enfatizou que %
sacerdotes e monges que no eram casados e supostamente nao tina
relagSes sexuais com mulheres desenvolveram a erudigao medieval.
© mundo académico desenvolveu-se a partir das universidades me-
dievais, como Oxford, Cambridge, Paris, Padua e outras, que tinham
origens clericais ¢ eram exclusivamente habitadas por homens. As
mulheres nao foram admitidas as grandes universidades até século
XIX, Muitas eminentes universidades masculinas americanas, como
Yale, nio se tornaram co-educacionais até por volta de 1970. As
mulheres ndo puderam dedicar-se ao trabalho avancado até 0 século
195Flosofia da teeooga
Você também pode gostar