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Introdução Ao Direito Do Consumidor
Introdução Ao Direito Do Consumidor
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele excluem outros decorrentes de tratados ou
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a saúde ou segurança dos consumidores, exceto os
reparação dos danos previstos nas normas de decorrência de sua natureza e fruição,
de importância superior, e que não poderão ser quando for o caso, sobre o risco de
contaminação.
colocados em risco desnecessário por conta de
atividade de fornecimento ou interesso de lucro. Reconhecendo estas condições de alguns
produtos e serviços, extraem-se duas características:
A reparação de dano é um direito básico e
deve ser efetiva, buscando uma menor incidência de • Aceitação pela norma de uma
risco contra esses bens e tornar o ambiente de periculosidade ou nocividade inerente:
consumo mais seguro. • Fixação de um dever ao fornecedor
estabelece regras a respeito das situações possíveis nocividade potencial, ou seja, um risco que não está
É o responsável mesmo que não seja o causador. Tanto os incisos I e II tratam de defesa direta de
mérito.
Fabricante: fornecedor de produtos
industrializados; I - Que não colocou o produto no mercado;
III - não conservar adequadamente os produtos bem como por informações insuficientes ou
contra o real causador, podendo fazê-lo por outra Exceto, nos casos do profissional liberal que
ação, mas é vedado a denunciação da lide, analisará a imprudência, imperícia ou
porque ela prorroga o andamento e a preferência negligencia, de maneira subjetiva fundada na
aqui, é ressarcir o consumidor. teoria da culpa (Art. 14, §4°). Isso se dá pelo fato
emergentes somados a eventuais lucros cessantes, Resultados e riscos habituais daquele tipo de
com o objetivo de recompor exatamente o serviço;
patrimonio anterior a lesão. III - a época em que foi fornecido.
Quanto aos danos morais, uma vez que o § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
bem jurídico é imaterial sem um valor exato, tem adoção de novas técnicas.
por finalidade conscientizar e inibir o fornecimento
§ 3° O fornecedor de serviços só não será
inseguro, por meio da indenização pecuniária.
responsabilizado quando provar:
I - Que, tendo prestado o serviço, o defeito de peça. Exceto nos casos de doação, não há
inexiste; responsabilização.
Trata-se de uma defesa direta de mérito, pois O princípio da garantia citado acima, se
exige a comprovação de ausência de um
aplica aos contratos translativos assim como nos de
pressuposto legal que é o nexo causal.
atividade (prestação de serviço).
II - A culpa exclusiva do consumidor ou de
Este vício, diferente do ocorre no Direito
terceiro.
Civil, não precisa ser oculto, ademais, há uma
§ 4° A responsabilidade pessoal dos ampliação quanto ao tempo após a celebração para
profissionais liberais será apurada mediante a
origem do vício. Não sendo obrigatório que este
verificação de culpa.
vício cause uma diminuição do valor do produto,
O profissional liberal, também autônomo, tem pode ser apenas um vício de informação.
domínio de conhecimento de arte ou atestado
Estará diante de um vício e não mais um
(intelectual ou manual, de nível superior. Ex.:
advogado, médico, arquiteto. defeito no produto. Este vício pode ser tanto de
quantidade ou de qualidade, de maneira intrínseca,
PRESSUPOSTOS: fornecimento, dano, nexo
ou seja, dentro do produto. Assim, neste caso, a
causal e culpa do prestador nas modalidades de
responsabilidade será objetiva (sem análise de
imperícia, imprudência e negligencia.
culpa). A responsabilidade subjetiva, será
*OBS.: Quanto ao caso fortuito e força maior, não excepcional, aplicando-se nas hipóteses
são admitidos expressamente pelo CDC, adotando estabelecidas pelo próprio CDC.
apenas o termo “risco integral”, mas este, no âmbito
Ademais, esta responsabilidade se dará de
da responsabilidade objetiva, não comporta
maneira solidária, isso significa que todos os
excludente. Assim, admite apenas o fato que está
fornecedores na cadeia de produção, distribuição ou
completamente dissociado do campo de
comercialização, irão responder solidariamente pelo
previsibilidade ou evitabilidade do risco, a força
vício do produto.
maior externa e o caso fortuito externo.
OBS.: caso a pessoa jurídica seja o destinatário final
3.1. Responsabilidade do fornecedor pelo vício
do bem, como consumidora do produto, irá figurar
do produto
no polo ativo.
No momento da aquisição do produto, gera
O vício do produto quando a qualidade,
um contrato translativo. Além do adimplemento
diz respeito a uma má funcionalidade por exemplo,
bilateral, o alienante também tem a obrigação de
porém, mesmo apresentando uma falha, inexiste
garantir seu estado, pela teoria do vício (princípio
potencialidade danosa (isto diz respeito ao fato).
da garantia). Este princípio é garantia de um
equilíbrio na fase pós-contratual, que difere da Art. 18. Os fornecedores de produtos de
clausula de garantia, na qual leva um contrato consumo duráveis ou não duráveis respondem
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo vício de informação, estes, muitas vezes, só podem
líquido for inferior às indicações constantes do ser sanados pelos fabricantes.
recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos
mensagem publicitária, podendo o consumidor
vícios de qualidade que os tornem impróprios
exigir, alternativamente e à sua escolha:
ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim
I - O abatimento proporcional do preço; como por aqueles decorrentes da disparidade
com as indicações constantes da oferta ou
II - Complementação do peso ou medida;
mensagem publicitária, podendo o consumidor
III - a substituição do produto por outro da exigir, alternativamente e à sua escolha:
mesma espécie, marca ou modelo, sem os
I - A reexecução dos serviços, sem custo
aludidos vícios;
adicional e quando cabível;
IV - A restituição imediata da quantia paga,
II - A restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos.
eventuais perdas e danos;
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do
III - o abatimento proporcional do preço.
artigo anterior.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser Adequação quanto ao fim esperado; segurança
confiada a terceiros devidamente capacitados, esperada; eficiência, pelo recurso público
por conta e risco do fornecedor. otimizado e; continuidade, quanto à oferta.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
inadequados para os fins que razoavelmente total ou parcial, das obrigações referidas neste
deles se esperam, bem como aqueles que não artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a
atendam as normas regulamentares de cumpri-las e a reparar os danos causados, na
prestabilidade. forma prevista neste código.
por quantidade. Ou seja, assim como o consumidor produtos e serviços não o exime de
responsabilidade.
tem o direito de receber o serviço na qualidade que
pagou, também receberá pela quantidade contrata. Até porque a responsabilidade do fornecedor é
Por exemplo, contrata um pedreiro para pintar a objetivo, independe de culpa, e pouco importa
casa, mas este deixa de pintar uma parede. Assim, sua ciência.
aplica-se por analogia, a previsão do artigo 19. Art. 24. A garantia legal de adequação do
produto ou serviço independe de termo expresso,
Art. 21. No fornecimento de serviços que
vedada a exoneração contratual do fornecedor.
tenham por objetivo a reparação de qualquer
produto considerar-se-á implícita a obrigação Não pode haver renúncia à garantia legal de
do fornecedor de empregar componentes de produtos e serviços, exceto no caso do art. 51, I
reposição originais adequados e novos, ou que do CDC.
mantenham as especificações técnicas do
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
fabricante, salvo, quanto a estes últimos,
cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a
autorização em contrário do consumidor.
obrigação de indenizar prevista nesta e nas
A excludente da obrigação de trocar por um seções anteriores.
produto original ou novo é o próprio
Salvo quando tratar de contratação paritária
consentimento expresso do consumidor que
entre pessoas jurídicas (art. 51, I).
permite peça usada ou recondicionada. Não
podendo reclamar depois, já que é facultativo § 1° Havendo mais de um responsável pela
aceitar ou não. causação do dano, todos responderão
solidariamente pela reparação prevista nesta e
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
nas seções anteriores.
empresas, concessionárias, permissionárias ou
sob qualquer outra forma de empreendimento, § 2° Sendo o dano causado por componente ou
são obrigados a fornecer serviços adequados, peça incorporada ao produto ou serviço, são
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, responsáveis solidários seu fabricante,
contínuos. construtor ou importador e o que realizou a
incorporação.
3.3. Garantia Legal Os prazos são os mesmos dos produtos/serviços
duráveis e não duráveis.
Esta garantia é referente a responsabilidade
pelo vício seja pelo produto ou serviço. O prazo Quanto a prescrição do exercício do direito
produtos duráveis que não se esgotam com o uso e, responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto
não duráveis, que se esgota no primeiro uso. ou serviço, o prazo fixado é de 5 anos para exigir a
reparação dos danos sofridos.
Os prazos nos vícios são decadenciais, ou
seja, aqueles que não se suspendem ou se Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à
interrompem. Ademais esses prazos, no Direito do reparação pelos danos causados por fato do produto
Consumidor, podem ser obstados, isso significa ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo,
que pode dificultar o decurso do prazo até a resposta iniciando-se a contagem do prazo a partir do
seu fim.
§ 2° Obstam a decadência:
II - (Vetado).