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Geometria Molecular

Srta Carolina, este é um tema de difícil compreensão, mas se lermos com cuidado e
atenção, fica menos difícil compreender. Os exercícios geralmente apresentam as
cadeias e solicitam sua nomenclatura, daí, se compreendemos essa base, torna-se
possível ir bem nos testes. Não há como simplificar muito, mas é possível explicar o
tema. Anote suas dúvidas e formule seu questionamento. Tentarei ajuda-la o máximo
possível.
Depois, se você precisar te mando os modelos de ligações.

A geometria molecular baseia-se na forma espacial que as moléculas assumem pelo


arranjo dos átomos ligados. Assim, cada molécula apresenta uma forma geométrica
característica da natureza das ligações (iônicas ou covalentes) e dos constituintes (como
elétrons de valência eletronegatividade).

Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos


A teoria da repulsão dos pares eletrônicos de valência (TRPEV) aponta que os pares
eletrônicos (elétrons de valência, ligantes ou não) do átomo central se comportam como
nuvens eletrônicas que se repelem e, portanto, tendem a manter a maior distância
possível entre si. Mas, como as forças de repulsão eletrônica não são suficientes para
que a ligação entre os átomos seja desfeita, essa distância é verificada no ângulo
formado entre eles.

Em caipirez: os elétrons não conseguem se ligar e ficam se distanciando, mas a força de


repulsão não é suficiente para quebrar a ligação e esse distanciamento cria ângulos que
formam figuras geométricas. Tem uns átomos que ligam e uns que não ligam. É bom
dar uma olhada nas camadas criadas por um tal de Linus Pauling, no final desse resumo.

Camada de valência é a última camada que recebe elétron no átomo ou o nível de


maior número quântico principal e secundário na distribuição eletrônica. Normalmente
os elétrons pertencentes à camada de valência são os que participam de alguma
ligação química, pois são os mais externos.

Postulados que ajudam a compreender os modelos atômicos:

– na eletrosfera os elétrons não se encontram em qualquer posição. Eles giram ao


redor do núcleo em órbitas fixas e com energia definida. As órbitas são chamadas
camadas eletrônicas, representadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q a partir do
núcleo, ou níveis de energia representados pelos números 1, 2, 3, 4…;

– os elétrons ao se movimentarem numa camada eletrônica não absorvem nem


emitem energia;

– os elétrons de um átomo tendem a ocupar as camadas eletrônicas mais próximas do


núcleo, isto é, as que apresentam menor quantidade de energia;
– um átomo está no estado fundamental quando seus elétrons ocupam as camadas
menos energéticas;

– quando um átomo recebe energia (térmica ou elétrica), o elétron pode saltar para
uma camada mais externa (mais energética). Nessas condições o átomo se torna
instável. Dizemos que o átomo se encontra num estado excitado;

– os elétrons de um átomo excitado tendem a voltar para as camadas de origem.


Quando isso ocorre, ele devolve, sob a forma de onda eletromagnética, a energia que
foi recebida na forma de calor ou eletricidade.

Formas Geométricas
Para que se torne mais fácil a determinação da geometria (e, estrutura) de uma
molécula, deve-se seguir os seguintes passos:

1. Contagem do número total de elétrons de valência (levando em consideração a


carga, se for um íon);
2. Determinação do átomo central (geralmente, o menos eletronegativo e com o
maior número de ligações);
3. Contagem do número de elétrons de valência dos átomos ligantes;
4. Cálculo do número de elétrons não ligantes (diferença entre número total e o
número de elétrons dos átomos ligantes com a camada de valência totalmente
completa);
5. Aplicação do modelo da TRPEV.

Desse modo, as geometrias mais comuns obtidas (observando-se, principalmente, os


pares eletrônicos não ligantes) são:

Geometria Pares Pares Pares


eletrônicos eletrônicos não eletrônicos
totais ligantes ligantes
Linear 2 0 2
5 3 2
6 4 2
Triangular 3 0 3
Angular 34 12 22
Tetraédrica 4 0 4
Piramidal 4 1 3
Bipiramidal 5 0 5
Octaétrica 6 0 6
Obs.: toda molécula biatômica assume geometria linear. E, apenas as geometrias linear,
triangular e angular são planas: as outras são espaciais.

Modelos Moleculares
Geometria linear

Geometria triangular

Geometria angular

Geometria tetraédrica

Geometria piramidal

Geometria bipiramidal
 Linear: formada por molécula diatômicas ou biatômicas (2 atómos) com ângulos de
180°, por exemplo, HCl, BeF2, CO2, C2H2, BeH2, XeF2.
 Angular: formada por três ou quatro nuvens na camada eletrônica, com ângulos
menores que 120º, por exemplo, H2O, O3, SO2, SF2.
 Triangular Plana ou Triangular: formada por três nuvens na camada de valência com
ângulo de 120 º, por exemplo, COCl2, H2CO3, SO3, NO3-, BF3, BH3.
 Piramidal Trigonal: formada por quatro nuvens eletrônicas e três ligações químicas, os
ângulos da molécula são menores que 109,5º, por exemplo, NH3, ClO3-, PCl3 H3O.
 Tetraédrica: formada por quatro nuvens eletrônicas e quatro ligações químicas, os
ângulos da molécula são de 109,5º, por exemplo, NH4, CH4, BF4-, CH4, CH3Cl.
 Em caipirez: É só prestar atenção nos desenhos e lembrar o nome deles.

Ligações Químicas

As ligações químicas correspondem à união dos átomos para a formação das


moléculas. Em outras palavras, as ligações químicas acontecem quando os átomos
reagem entre si.
São classificadas em: ligação iônica, ligação covalente, ligação covalente dativa e
ligação metálica.

Teoria do Octeto
Na Teoria do Octeto, criada por Gilbert Newton Lewis (1875-1946), químico
estadunidense e Walter Kossel (1888-1956), físico alemão, surgiu a partir da observação
de alguns gases nobres e algumas características como por exemplo, a estabilidade
desse elementos preenchidas por 8 elétrons na Camada de Valência.
A partir disso, a "Teoria ou Regra do Octeto" postula que um átomo adquire
estabilidade quando possui 8 elétrons na camada de valência (camada eletrônica mais
externa), ou 2 elétrons quando possui apenas uma camada.
Para tanto, o átomo procura sua estabilidade doando ou compartilhando elétrons com
outros átomos, donde surgem as ligações químicas.

Tipos de Ligações Químicas


Ligação Iônica

Também chamada de ligação eletrovalente, esse tipo de ligação é realizada entre íons
(cátions e ânions), daí o termo “Ligação Ionica".
Os Íons são átomos que possuem uma carga elétrica por adição ou perda de um ou mais
elétrons, portanto um ânion, de carga elétrica negativa, se une com um cátion de carga
positiva formando um composto iônico por meio da interação eletrostática existente
entre eles.
Exemplo: Na+Cl- = NaCl (cloreto de sódio ou sal de cozinha)

Ligação Covalente

Também chamada de ligação molecular, as ligações covalentes são ligações em que


ocorre o compartilhamento de elétrons para a formação de moléculas estáveis, segundo
a Teoria do Octeto; diferentemente das ligações iônicas em que há perda ou ganho de
elétrons.
Além disso, os pares eletrônicos é o nome dado aos elétrons cedido por cada um dos
núcleos, figurando o compartilhamento dos elétrons das ligações covalentes.
Como exemplo, observe a molecula de água H2O: H - O - H, formada por dois átomos
de hidrogênio e um de oxigênio em que cada traço corresponde a um par de elétrons
compartilhado formando um molécula neutra, uma vez que não há perda nem ganho de
elétrons nesse tipo de ligação.

Ligação Covalente Dativa

Também chamada de ligação coordenada, a ligação covalente dativa é semelhante à


dativa, porém ela ocorre quando um dos átomos apresenta seu octeto completo, ou seja,
oito elétrons na última camada e o outro, para completar sua estabilidade eletrônica
necessita adquirir mais dois elétrons.
Representada por uma seta um exemplo desse tipo de ligação é o composto dióxido de
enxofre SO2: O = S → O
Isso ocorre porque é estabelecida uma dupla ligação do enxofre com um dos oxigênios a
fim a de atingir sua estabilidade eletrônica e, além disso, o enxofre doa um par de seus
elétrons para o outro oxigênio para que ele fique com oito elétrons na sua camada de
valência.

Ligação Metálica

É a ligação que ocorre entre os metais, elementos considerados eletropositivos e bons


condutores térmico e elétrico. Para tanto, alguns metais perdem elétrons da sua última
camada chamados de "elétrons livres" formando assim, os cátions.
A partir disso, os elétrons liberados na ligação metálica formam uma "nuvem
eletrônica", também chamada de "mar de elétrons" que produz uma força fazendo com
que os átomos do metal permaneçam unidos. Exemplos de metais: Ouro (Au), Cobre
(Cu), Prata(Ag), Ferro (Fe), Níquel (Ni), Alumínio (Al), Chumbo (Pb), Zinco (Zn),
entre outros.
Lembrando a nomenclatura das ligações carbônicas:

É necessário saber os nomes das ramificações. Essas ramificações são radicais


orgânicos que se ligaram. Assim, o nome delas é escrito pelo prefixo que indica a
quantidade de carbonos (met, et, prop, but, pent, hex, etc.) seguido da terminação “il”
ou “ila”.

Pode-se, então nomear as ramificações, vamos realizar a nomenclatura das cadeias


carbônicas ramificadas, colocando os nomes das ramificações em ordem alfabética.
Além disso, se houver mais de uma ramificação igual ligada à cadeia principal,
adicionaremos os prefixos di, tri, tetra, etc., que não interferem na ordem alfabética para
as ramificações. Por exemplo, se tivermos dois grupos metil saindo de um carbono 2 e
um etil saindo de um carbono 3, o correto será: 3- etil- 2,2-dimetil, e não 2,2-dimetil-3-
metil, porque o “di” não conta.
Veja um exemplo a seguir:

Exemplo de cadeia ramificada


O nome desse composto é: 4,7-dietil-2-metil-non-2-eno.
O diagrama de
Pauling ou princípio de Aufbau nada mais é do que um método de distribuir os elétrons
na eletrosfera do átomo e dos íons. Este método foi desenvolvido pelo físico
alemão Erwin Madelung (no Brasil, em muitos livros de química, o modelo é atribuído
à Linus Pauling; entretanto, não há evidências de que tenha sido ele o criador desse
método). Ele provou experimentalmente que os elétrons são dispostos nos átomos em
ordem crescente de energia, visto que todas as vezes que o elétron recebe energia ele
salta para uma camada mais externa a qual ele se encontra, e no momento da volta para
sua camada de origem ele emite luz, em virtude da energia absorvida anteriormente.
Baseado na proposição de Niels Borh de que os elétrons giram ao redor do núcleo,
como a órbita dos planetas ao redor do sol.

Uma lâmpada fluorescente, por exemplo, ela contém uma substância química em seu
interior, obviamente formada por átomos, os elétrons presentes na eletrosfera destes
átomos, ao receber a energia elétrica são excitados, e começam a saltar para outras
camadas e ao retornarem emitem a luz.
Diagrama de Pauling
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d106p6 7s2 5f146d10 7p6 ...

Ordem crescente de energia

Número Quântico Principal (n): também conhecido como nível energético são
representados pelos números inteiros correspondentes a:

 K= 1 s
 L= 2 s p
 M= 3 s p d
 N= 4 s p d f
 O= 5 s p d f g
 P= 6 s p d f g h
 Q= 7 s p d f g h i...

Número Quântico Azimutal(l): é comumente conhecido como subnível energético e


representado pelas (“s, p, d, f,”...), respectivamente, “s(Sharp), p(Principal), d(difuse) e
f(fundamental)”. Os subníveis energéticos são formados por orbitais, que comportam 2
elétrons com spins opostos segundo o Princípio da exclusão de Pauli.

 s²= 1 orbital e 2 spins


 p6= 3 orbitais e 6 spins
 d10= 5 orbitais e 10 spins
 f14= 7 orbitais e 14 spins

Número Quântico Magnético(m): o número quântico magnético é útil para identificação


dos orbitais. Onde o orbital da direita tem valor (+) e os da esquerda valor (-). Por
exemplo, utilizando o subnível f que possui um maior número de orbitais, temos:

Número Quântico de Spin (Ms): são representações em forma de seta dos elétrons
distribuídos nos orbitais. O valor dos de cada spin é:
↑ Para cima é positivo Ms=+½(meio) e ↓ Para baixo é negativo e Ms=-½(meio)

Exemplo: é necessário fazer a distribuição eletrônica do átomo de Praseodímio:

Passo 1: procurar o elemento na tabela periódica e observar seu número atômico.

Utilizando o diagrama de Pauling e seguindo pelas diagonais obtém-se:

No átomo de Pr as camadas possuem:

K=2 elétrons, L=8 elétrons, M=18 elétrons, N=21elétrons, O=8 elétrons e P=2 elétrons.

Passo 2: dispor os spins em orbitais(aqui representados pelos quadrinhos) sendo

Para os íons a distribuição é diferente, visto que íons são átomos que possuem carga e
são subdividos em Cátions - tem tendência de perder seus elétrons e Ânions – tem
tendência de ganhar elétrons.

Segundo o cientista Schrödinger, cada elétron da eletrosfera de um átomo possui uma


determinada quantidade de energia. Assim, cada elétron só permanece no nível e
subnível de energia correspondente.
A distribuição desses elétrons em seus níveis e subníveis de energia é feita de forma
crescente de energia. E sua representação gráfica é dada pelo Diagrama de Pauling,
criado pelo químico Linus Pauling (1901-1994), que recebeu dois prêmios Nobel, um
de Química (1954) e o outro da Paz (1962).
O diagrama de Pauling representa os níveis, que são as camadas eletrônicas do átomo.
São sete níveis, enumerados de forma crescente do mais próximo ao núcleo para fora (1,
2, 3... 7) e, denominados, respectivamente, pelas letras K, L, M, N, O, P e Q.
Existem no máximo quatro subníveis, que são: s, p, d, f.
A quantidade de subníveis existentes em cada nível está esboçada abaixo:
A quantidade máxima de elétrons que pode ser distribuída em cada nível e subnível está
evidenciada a seguir:

Visto que, para um mesmo nível, os subníveis têm energias diferentes, nem sempre o
subnível energético é o mais afastado do núcleo. Por isso, é importante seguir a ordem
crescente de energia dos subníveis no momento de fazer a distribuição dos elétrons.
Essa ordem é dada pelas setas indicadoras no Diagrama de Pauling:
Portanto, veja exemplos de distribuição dos elétrons de dois elementos químicos:
Exemplo 1: Magnésio (12Mg)
Ordem energética da distribuição eletrônica do 12Mg: 1s2, 2s2, 2p6 e 3s2.

Exemplo 2: Vanádio (23V):


Ordem energética da distribuição eletrônica do 23V: 1s2, 2s2, 2p6,3s2, 3p6, 4s2 e 3d3.

Observe que, nesse exemplo, no último subnível preenchido (3d) cabiam 10 elétrons;
porém, apenas 3 foram necessários para completar o número atômico.

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