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Quarta-feira, 3 de Janeiro de 2024 ISérie- N22 <# DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste niimera - Kz: 14, 705,00 Presidente da Republica Decreto Legislativo Presidencial n.2 1/24... vee 106 Aprova a Pauta Aduaneita dos Direitos de Importagio e Exportacio, que corresponde 8 versio de 2022 da Nomenclatura do Sistema Harmonizado de Designagio e Codificacdo das Mercadorias, Indluindo as Instrucées Preliminares da Pauta, as Regras Gerais para a Interpretagio do Sistema Harmonizaco, os Quadros Anexos as Instrugdes Preliminares da Pauta, o Escuema Geraldo Texto a Pauta Aduaneira e 0 Texto da Pauta Aduaneira. — Revoga o Decreto Legislativo Presidencial 2 10/19, ce 29 de Novembro. DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, |108 PRESIDENTE DA REPUBLICA Decreto Legislativo Presidencial n.° 1/24 de 3 de Janeiro Havendo a necessidade de se proceder a actualizagio da Pauta Aduaneira dos Direitos de Importagao e Exportagiio vigente por forma a adequé-la a sétima revisio da Nomenclatura do Sistema Harmonizado (SH), que constitui a verso 2022 do SH, implementada a1 de Janeiro de 2022, em fungao da evolugao técnica e das necessidades do comércio internacional; Convindo determinar a politica comercial de Angola que visa o comércio com pafses tercei- os, na definicao das taxas, subsidios a0 comércio, quotas de importacao, restrigSes voluntarias a importagiio e exportagio de mercadorias, regulamentagao do comércio, entre outras barrei- ras ao comércio internacional; Visando ainda promover o aumento e desenvolvimento harmonioso da produgao nacional, de modo a coneretizar paulatinamente a substitui¢ao das importacées, o aumento e diversifi- cagdo das exportagdes e, correlativamente, o aumento de postos de trabalho ¢ a melhoria das condigdes de vida da populagao; Presidente da Republica decreta, no uso da autorizagao legislativa concedida pela Lei n2 13/23, de 28 de Dezembro, Lei de Autorizagio Legislativa para a aprovagio da Pauta Aduaneira dos Direitos de Importagio e Exportacio, nos termos do artigo 102.2, do n.2 1 do artigo 125.2, da alinea 0) do n.2 1 do artigo 165.2, artigos 170.8 e 171.2, todos da Constituigio da Repiiblica de Angola, o seguinte: ARTIGO 12 {Aprovasio) EaprovadaaPauta Aduaneira dos Direitos de Importacao ¢ Exportagdo, adiante designada por Pauta Aduaneira, que corresponde a versio de 2022 da Nomenclatura do Sistema Harmonizado de Designacao e Codificagaio das Mercadorias, incluindo as Instrugdes Preliminares da Pauta (IPP), as Regras Gerais para a Interpretacdo do Sistema Harmonizado (SH), os Quadros Anexos as IPP, 0 Esquema Geral do Texto da Pauta Aduaneira e o Texto da Pauta Aduaneira, anexos ao presente Decreto Legislativo Presidencial e dele fazendo parte integrante. ARTIGO 22 {Nomenclatura do Sistema Harmonizado) 1, ANomenclature do Sistema Harmonizado, daqui em diante designada de forma abreviada por SH, deve ter um eddigo numérico de seis digitos, enquanto bloco desagregavel, correspondendo 08 dois primeiros digitos 20 capitulo, o terceiro e quarto digitos posigao, ¢ os dois ultimos digitos (quinto e sexto) & subposigio de um ou dois travessdes. 2. Enquanto bloco-base, no desagregével, os dois Ultimos digitos (quinto e sexto) adoptam a expresso «00». DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 IsERIE, N22 [107 3. Com vista a satisfazer necessidades de natureza pautal, nomeadamente, a necessidade de diferenciago de algumas mercadorias jé produzidas no Pais ¢ outras que, com o desenvolvimento econémico, possam brevemente vir a ser produzidas, ¢ a necessidade da Administragdo Geral Tributaria (AGT) adoptar formulas na prevengiio de fuga ao fisco, sdo intreduzidos desdobramentos pautais, a nivel das subposicBes, com um cédigo numérico constituide por oito digitos. ARTIGO 3.2 {Interpretacaa do Sistema Harmonizado) A interpretaco do SH deve ser feita de acordo com as Regras Gerais para a Interpretag3o do Sistema Harmonizado, e com as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado. ARTIGO 42 {Regulamentacao complementar) 1. Compete ao Departamento Ministerial das Finangas aprovar, por Decreto Executivo, a introdugiio, no texto da Pauta Aduaneira, das actualizagdes que eventualmente ocorrerem na Convenco sobre o Sistema Harmonizado de Designagéo e Codificagao das Mercadorias, de quaisquer alteragdes 4 Nomenclatura do SH aprovadas pela Organizagdo Mundial das Alfandegas (OMA), bem como de quaisquer alteragdes que se revelem necessarias 2 nivel nacional. 2. Exceptua-se do disposto no numero anterior, as actualizagdes ¢ alteragdes que conten- dam com a definigao do sistema fiscal e a criagdo de impostos, alterago da taxa do imposto e dos direitos aduaneiros, bem como com o regime geral das taxas e demais contribuigdes finan- ceiras a favor das entidades publicas. ARTIGO 52 {Alteracdes e actualizacdes) Todas as actualizagdes e alteracées que de futuro vierem a ser introduzidas no texto da Pauta Aduaneira devem ser consideradas como parte dela e inseridas no lugar préprio, quer seja por meio de substituigdo do texto alterado, quer pela supresso do texto inutil, ou pelo adicionamento do que for necessario. ARTIGO 6.2 {Diferendos) Os diferendos que, a respeito do texto do Sistema Harmonizado em Lingua Portuguesa, sua interpretaciio, integragSo ou aplicagao, surjam entre a AGT e terceiros, incluindo, nomeada- mente, os operadores de comércio internacional, so resolvidos subsidiariamente com base nas versdes do Sistema Harmonizado redigidas nas linguas oficiais da Convengao sobre o Sistema Harmonizado de Designago e Codificagaio das Mercadorias, ou seja, em Lingua Inglesa ou em Lingua Francesa. ARTIGO 72 {Divergéncias de interpretagao} 1. Qualquer litigio entre a AGT e as administragées aduanciras de outros Estados, respei- tante & interpretacdo, integrac’io, ou aplicac8o do Sistema Harmonizado de Designagao e Codificagao de Mercadorias deve, na medida do possivel, ser resolvido através de negociagao entre os envolvidos. DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 SERIE, [108 2. Qualquer litigio que ndo seja resolvido através de negociagdes, deve ser submetido ao Comité do Sistema Harmonizado, aguardando-se que este o aprecie e elabore recomendagbes para a sua resolugo. 3. Se o Comité do Sistema Harmonizado se revelar ineapaz de resolver o litigio, deve a AGT aguardar que o Comité submeta o diferendo 8 Organizagao Mundial das Alfandegas e que esta elabore as necessarias recomendacées. 4. A AGT pode concordar previamente com a outra parte litigante em aceitar o caréc- ter vinculativo das recomendagées do Comité do Sistema Harmonizado ou da Organizagao Mundial das Alfandegas. ARTIGO 8.2 (Ambito do Imposto sobre o Valor Acrescentado e Imposto Especial de Consumo) 1. A Pauta Aduaneira facilita a operacionalizagao da cobranga do Imposto sobre 0 Valor Acrescentado (IVA) e Imposto Especial de Consumo (IEC) na importacio. 2. Sdo aplicdveis aos produtos nacionais as mesmas taxas e beneticios fiscais do IVA e do IEC previstos para os produtos importados. ARTIGO 9.2 {Ambito dos Emolumentos Gerais Aduaneiros) 1. A Pauta Aduaneira facilita a operacionalizagiio da cobranga da taxa dos Emolumentos Gerais Aduaneiros para o financiamento do Orgamento da Administragao Geral Tributéria. 2. Deverd ser alocado 50% dos Emolumentos Gerais Aduaneiros pagos na importagao de bens alimentares para 0 financiamento do mecanismo de compras locais pela Reserva Estratégica Alimentar. ARTIGO 10.2 {Beneficios aduaneiras) 1. Os beneticios aduaneiros so medidas de cardcter excepcional que implicam uma van- tagem ou simplesmente um desagravamento tarifario perante o regime geral, assumindo-se como uma forma de isencdo ou redugdo de taxas, ou outras que obedecam a caracteristicas enunciadas. 2. Sem prejuizo do disposto no Cédigo Aduaneiro, a Pauta Aduaneira dos Direitos de Importago € Exportacéio enumera os casos ¢ as condigdes em que certas mercadorias podem beneficiar de isengo total ou parcial de direitos e demais imposigdes aduaneiras. 3.0 direito concessio de isengdes aduaneiras é apenas reconhecido as mercadorias ou as pessoas expressamente indicadas na Pauta Aduaneira dos Direitos de Importacio e Exportagdo, contanto que sejam observadas as formalidades legalmente prescritas. ARTIGO 11.2 {Regime transitério das beneficios aduaneiros) 1. Os beneficios aduaneiros existentes & data da entrada da Pauta Aduaneira so mantidos de acordo com a lei que os tiver instituide. DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 IséRIE, N22 [108 2. A duragdo dos beneficios aduaneiros concedidos antes da entrada em vigor da Pauta Aduaneira determina-se com base na legislac’o que justificou a sua concessao. ARTIGO 12.2 {Extingéo das beneficios aduaneiros) Os beneficios aduaneiros extinguem-se por imposicao legal, caducidade ou revogagio do diploma que os concedeu e tem como consequéncia 2 reposic3o automética da tributacao geral. ARTIGO 13.2 (Medidas de salvaguarda e antidumping) 1. 0 Departamento Ministerial das Finangas pode, mediante Decreto Executivo € por solici- taco do Departamento Ministerial da Industria e Comércio a) Aplicar medidas de salvaguarda a uma determinada mercadoria se tiver sido deter- minado que essa mercadoria est a ser importada para o territério nacional em quantidades de tal modo elevadas, em termos absolutos, ou em relagio 4 produgio nacional, e em tais condigdes que cause ou ameace causar um prejuizo grave ao ramo de produgao nacional de produtos idénticos, similares ou directamente concorrentes; b) Aplicar as medidas que sejam necessérias para reprimir, neutralizar ou impedir a prd- tica de dumping, em relagao a mercadorias importadas, sempre que tal pratica possa provocar ou provoque prejuizos importantes para produgdes nacionais ou o atraso considerdvel na instalago de um novo ramo de produgo no Pais; ¢) Exigir, nas importages de determinadas mercadorias, a prestagdio de uma garantia razoavel, sob a forma de depésito em dinheiro, titulos emitidos ou garantidos pelo Estado ou mediante garantia bancaria ou seguro-caugo, nos termos que vierem a ser definidos pelo Departamento Ministerial das Finangas, para assegurar 0 pagamento de direitos antidumping ou de direitos compensadores que venham eventualmente a ser instituidos, enquanto se aguarda a verificagao definitive dos factos, em todos os casos em que se suspeite da existéncia de dumping ou de uma subvencao. 2. As medidas de salvaguarda sero aplicadas a um produto importado independentemente da sua proveniéncia. 3. Para efeitos da aplicacdio das medidas de salvaguarda: a) Por «prejuizo graven, entende-se uma degradagao geral considerdvel da situa¢ao de um ramo de produgio nacional; b) Por «ameaga de prejulzo graven, entende-se que esta claramente iminente prejuizo grave, devendo a determinacio da existéncia de uma ameaca de prejuizo grave basear-se em factos ¢ no unicamente em alegacdes, conjecturas ou possibilidades remotas; ¢) Aquando da determinagio da existéncia de um prejuizo ou de urna ameaca de pre- Juizo, por «amo de produgéo nacionaln, entende-se © conjunto de produtores de DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 SERIE, |aa0 produtos similares ou directamente concorrentes em actividade no Pais ou aqueles cuja produgo cumulada de produtos similares ou directamente concorrentes cons- tituem uma proporedo importante da produgio nacional total desses produtos. 4. A medida de salveguarda deve ser aplicada na medida e pelo periodo de tempo necessd- rio para prevenir ou reparar um prejuizo grave e facilitar o ajustamento. 5. Nao obstante o disposto no numero anterior, nenhuma medida de salvaguarda pode ser aplicada durante um perfodo de tempo superior a quatro anos, sem prejuizo da prorrogacao deste prazo nos casos em que a medida de salvaguarda continue a ser necesséria para preve- nir ou reparar um prejuizo grave. 6. Para efeitos de uma eventual instituigio de direitos antidumping, um produto exportado para a Repiiblica de Angola deve considerar-se como sendo introduzido no mercado nacional a um prego inferior ao seu valor normal, se 0 seu prego for: a) Inferior ao prego comparavel, praticado em operacdes comerciais normais de um pro- duto similar destinado ao consumo no pals exportador; b) Na auséncia do referido prego no mercado interno deste Ultimo pais, se o prego do produto exportade for: i. Inferior ao preco comparavel mais elevado para a exportacdio de um produto similar para terceiro pais, no decurso de operacées comerciais normais; li, Inferior ao custo de producdo desse produto no pais de origem, acrescido de um suplemento razoavel para cobrir as despesas da venda e permitir a obtengao de lucro. 7. Com 0 fim de neutralizar ou impedir o dumping sempre que este cause ou ameace cau- sar um prejuizo importante a um ramo de produgao nacional ou atrase consideravelmente a criago de um ramo de produgao nacional, o Departamento Ministerial das Finangas pode determinar a cobranca sobre qualquer produto objecto de dumping, de um direito antidum- ping cujo montante ndo exceda a margem de dumping relativa a esse produto. 8. Para fins de aplicacio do disposto no n.° 7, entende-se por margem de dumping a dife- renga de prego determinada de harmonia como disposto no n.2 6. 9. As medidas de salvaguarda ou de combate 20 dumping que de futuro vierem a ser apli- cadas pelo Departamento Ministerial das Finangas nos termos do presente artigo, devem ser consideradas como fazendo parte da Pauta Aduaneira e inseridas no lugar préprio, quer seja por meio de substituicdo do texto alterado, quer pela supresséo do texto intitil, ou pelo adicio- namento do que for necessario. ARTIGO 14.2 {Proteccao das induistrias emergentes) 1. Sem prejuizo do disposto no artigo 12.°, 0 Titular do Poder Executivo aprova as medidas estratégicas adequadas as necessidades de protecc3o e desenvolvimento das industrias nacio- nais emergentes. DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 I SERIE, N22 | 121 2. Na aprovagio das medidas referidas no n.° 1 do presente artigo, devem ser devidamente considerados todos os factores especials que possam afectar os compromissos ¢ objectivos fundamentais dos Acordos que vinculam internacionalmente o Estado Angolano. ARTIGO 15.2 (Revogasao) 1. E revogado 0 Decreto Legislativo Presidencial n.2 10/19, de 29 de Novembro. 2. As remissGes feitas para os preceitos revogados consideram-se efectuadas para as cor- respondentes normas do presente Decreto Legislative Presidencial e da Pauta Aduaneira dos Direitos de Importagao e Exportagdo por ele aprovada, incluindo as Instrugdes Preliminares da Pauta (IPP), as Regras Gerais para a Interpretago do Sistema Harmonizado (SH), 0s Quadros Anexos as IPP, o Esquerna Geral do Texto da Pauta Aduaneira ¢ 0 Texto da Pauta Aduaneira. ARTIGO 16.2 (Diividas e omissées) As dividas e omissées resultantes da interpretagao e aplicacaio do presente Diploma sao resolvidas pelo Presidente da Republica. ARTIGO 172 {Entrada em vigor) O presente Decreto Legislative Presidencial e a Pauta Aduaneira dos Direitos de Importacao © Exportago, incluindo as Instrugdes Preliminares da Pauta (IPP), 2s Regras Gerais para a Interpretagdo do Sistema Harmonizado (SH), 0s Quadros Anexos as IPP, o Esquema Geral do Texto da Pauta Aduaneira ¢ o Texto da Pauta Aduaneira entram em vigor 90 dias apés a sua publicagao. Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 25 de Outubro de 2023. Publique-se. Luanda, 20s 29 de Dezembro de 2023, 0 Presidente da Replica, JOAo MANUEL GONGALVES LOURENGO. INSTRUCGES PRELIMINARES DA PAUTA ADUANEIRA DOS DIREITOS DE IMPORTACAO E EXPORTACAO (IPP) CAPITULO | Das Instrugées Preliminares em Geral SECCAOI Disposigdes Gerais ARTIGO 12 {Definiges) 1. Para efeitos da presente Pauta Aduaneira e em legislacdo complementar, entende-se por: a) «Alfandega»: — Servigo da Administragao Geral Tributaria responsdvel pela aplicacio da legislaco aduaneira; DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, Ne 2| 112 b) «Amostra»: — pequena poreio extraida de uma mercadoria com vista a sua andlise, a fim de se assegurar de que a sua natureza, origem, estado, quantidade e valor esto em conformidade com os dados da declarago de mercadorias; ¢) «Aperfeigoamento Activon: — procedimento aduaneiro que permite importar tempo- rariamente, com suspensio de direitos aduaneiros, mercadorias destinadas a sofrer reparagao ou melhoria ¢ a serem posteriormente reexportadas; d) «Aperfeigoamento Passive: — procedimento aduaneiro que permite exportar tempo- rariamente mercadorias que se encontrem em livre circulacdo no territério aduaneiro, destinadas a sofrer no exterior uma reparaczio ou melhoria, e reimporté-las em seguida, com isengao total ou parcial dos direitos aduaneiros; e) «Apreenstion: — a retencao de mercadoria, meio de transporte ou bens pertencentes a uma pessoa suspeita de pratica de infraccdio fiscal aduaneira, para servir de meio de prova ou para garantir o pagamento de encargos aduaneiros devidos; f) «Armadorn: — pessoa singular ou colectiva, que sendo ou nao proprietario, tem a posse da embarca¢ao, navios ou outro engenho maritimo, e assegura as condigées técnicas e de seguranga para sua navegagao e exploragao comercial e, em consequéncia, goza de modo pleno e exclusivo des direitos de uso, fruigiio e disposi¢iio de embarcacio, navio, ou outro engenho maritimo e em nome de quem ¢ efectuado o seu registo; g) «Armazém de Regime Aduaneiro»: — armazém constituide por um ou mais edificios contiguos ou separados, mas préximos uns dos outros, cobertos ou nao, onde se encontram depositadas mercadorias cativas de direitos aduaneiros ou de outros impostos cuja cobranga esteja cometida a Administracdo Geral Tributaria, tais como, armazéns afiangados, armazéns de transito, transbordo, armazéns especiais e entre- postos; h) «Armazenagem Aduaneiran: — regime aduaneiro segundo 0 qual as mercadorias sio armazenadas sob controlo aduaneiro num local autorizado para este fim pela Adminis- trago Geral Tributéria, com suspensao dos direitos e demais imposigdes aduaneiras; {) «Avarian: — dano causado as mercadorias que tenha diminuido o valor que tinham em bom estado e que ocorra depois de iniciada a viagem e antes do desalfandegamento; j) «Baldeagéion: — ¢ um procedimento aduaneiro segundo o qual a mercadoria 6 transfe- rida, sob controlo aduaneiro, de um meio de transporte para um depésito aduaneiro ou local designado, para posterior colocag’o noutro melo de transporte, que pode ser de outro modal; k) «Bens de Uso Pessoal»: — todos os objectos/artigos contidos na bagagem dos viajantes, novos ¢/ou usados, destinados ao consumo pessoal, desprovidos de caracteristicas © quantidades comerciais, segundo critérios fixados nas Instrugdes Preliminares da Pauta Aduaneira; |) «Cabotagem»: — procedimento aduaneiro que consiste no transporte de mercadorias nacionais ou nacionalizadas entre os portos nacionais ao longo da costa do Pais; DIARIO DAREPOBLICA DE3 DE JANEIRO OE 2024 ISERIE, N22 |113 m) «Cautelas Fiscais»: — dispositivos aduaneiros de seguranca, fisicos ou electrénicos, compreendende a lacrago, sinetagem, cintager e marcago, registo das confronta- ges, entre outros, e o acompanhamento fiscal, em casos excepcionais que servem para impedir a violacdo dos volumes, recipientes de carga e para rastreio, permitindo © controlo do meio de transporte ou da carga; n) «Classificagéo Pautal»: — enquadramento da mercadoria no cédigo pautal correspon- dente, de acordo com as Regras Gerais para a Interpretaco do Sistema Harmonizado de Designagao e Codificagao de Mercadorias; 0) «Classificagéo Pautal Préviay: — 6 0 mecanismo mediante o qual a AGT emite um parecer de classificagao pautal de mercadorias a pedido do requerente, antes da sub- missdo de um despacho ou declarac&o aduaneira; p) «Controle Aduaneirov: — conjunto de medidas tomadas corn vista a assegurar a aplicacao da legislagaio aduaneira, que pode ocorrer antes, durante e apds o desal- fandegamento; @) «Consignadorn: — pessoa singular ou colectiva que envia mercadorias pelo transpor- tador, ou que pessoalmente as transporta; 1) «Consignatdrion: — pessoa singular ou colectiva que recebe mercadorias em nome préprio ou de outrem; 5} «Declaragéio Aduaneira»: — acto pelo qual o declarante manifesta a vontade de sujei- tar certa mercadoria a determinado regime aduaneiro ¢ indica os elementos cuja mengio é legalmente exigivel para a aplicagio desse regime, utilizando para o efeito a forma e as modalidades previstas no Cédigo Aduaneiro; 1) «Declaragéio Aduaneira para Passageiros ou Viajantes»: — documento que permite declarar as autoridades aduaneiras, por escrito, os bens que transportam durante a viagem ou travessia nas fronteiras do Pais; u) «Declarante»: — pessoa que faz a declarago aduaneira em seu nome au a pessoa em nome da qual esta declaracao ¢ feita; v) «Demais Imposigées Aduaneiras»: — impostos, taxas € encargos que incidem sobre o valor aduaneiro das mercadorias em qualquer regime aduaneiro; Ww) «Desalfandegamento» ou «Desembarago Aduaneiro»: — cumprimento das formalida- des aduaneiras necessérias para introduzir em livre circulagao as mercadorias e bens, ou para permitir a sua exportagao ou a sua sujei¢ao a outro regime aduaneiro; x) «Desoneragdo»: — acto de retirar a obrigacao a garantia, na regulariza¢do ou conelusio da operacao aduaneira coberta pela mesma; y) «Direitos Aduaneiros»: — imposto indirecto que incide sobre o valor aduaneiro da mercadoria importada ou exportada, no territério aduaneiro, em conformidade com © disposto na Pauta Aduaneira e demais legislacaio complementar; 2) «Direitos Antidumping»: — é 6 valor adicional cobrado sobre o produto, objecto de um «dumping»; DIARIO DA REPUBLICA DE@ DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, jaa4 aq) «Divida Aduaneira»: — obrigagao que recai sobre urna pessoa de pagar as Alfndegas 05 direitos aduaneiros e as demais imposigdes, aplicéveis as mercadorias no processo do desembaraco aduaneiro, nos termos da legislacdo vigente; bb) «Documento Unico»: — formulario utilizado para a declaracao de mercadorias; cc) «Documento de Transportes: — documento que representa a contratagio da opera- 20 de transporte internacional. Comprova o recebimento da mercadoria na origeme a obrigacSo de entregé-la no lugar de destino, podendo constituir prova de posse ou propriedade da mercadoria e é 0 documento que ampara a mercadoria descreve a operacao de transporte. © documento de transporte recebe denominagées especificas em fungao da via de transporte: a) Carta de Porte Aérea ou Carta de Porte (Air Waybill ou AWB, na designa¢ao inglesa); b) Conhecimento de Embarque Maritimo (Bill of Lading ou B/L na designacio inglesa); ¢) Conhecimento de Transporte Rodovidrio (CRT); d) Carta de Porte Ferrovidria. dd) «Dumping»: — € a introdugao de produto ou mercadoria de um pais no mercado de outro pais, a um prego abaixo do normal, podendo causar ameaga ou prejuizo material a industria deste; ee) «Emolumentos Gerais Aduaneirosy: — so prestagées pecunidrias cobradas pela Administrago Tributaria aos utentes pelos seus servicos; ff) «Exportagao Definitivay: — regime aduaneiro aplicdvel a saida definitiva de mercado- rias nacionais ou nacionalizadas do territério aduaneiro, mediante o cumprimento de ‘todas as formalidades aduaneiras legalmente previstas; 9g) «Exportag3o Temporarian: — regime aduaneiro aplicdvel & saida, do territério aduaneiro com destino ao exterior por um determinado perfodo, das mercadorias nacionais ou nacionalizadas mediante o cumprimento de todas as formalidades adua- neiras legalmente previstas; hh) «Exportador: — todo aquele que, no acto da exportagdo: i. Seja 0 proprietario de qualquer mercadoria exportada; fi, Suporte 0 risco de qualquer mercadoria exportada ou a exportar; iii, Leve ou tente levar qualquer mercadoria para fora do Pais; iv, Esteja interessado, de qualquer forma, em qualquer aspecto relative a mercadoria exportada ou a exportar; v. Actue em nome de qualquer uma das pessoas referidas nas alineas anteriores, incluindo, nomeadamente, o fabricante, fornecedor ou expedidor da mercadoria, ‘ou qualquer pessoa que, dentro ou fora do Pais, represente ou actue em nome desse fabricante, fornecedor ou expedidor. ii) «Féretros»: — umas, caixas, calxbes ou invélucros especificos, contendo restos mortais; DIARIO DAREPOBLICA DE3 DE JANEIRO OE 2024 ISERIE, N22 |115 ii) «Fundeadouro»: — zonas localizadas nas areas de jurisdi¢io dos portos nacionais, destinadas ao abrigo de embarcagées, navios, plataformas petroliferas e/ou outros engenhos maritimos, que tenham praticado os actos juridicos previstos na legisla- cdo aplicavel, e que satisfagam os requisitos técnicos, operacionais e de seguranca em conformidade com as pertinentes convencdes internacionais, estabelecidas pela autoridade competente; kk) «Habitantes da Zona Fronteiriga»: — pessoas estabelecidas ou residentes numa zona fronteirica; i) «lmportagdo Definitivay: — regime aduaneiro aplicdvel a entrada definitiva de mer- cadorias no territério aduaneiro mediante o cumprimento de todas as formalidades aduanelras legalmente previstas; mm) «Importagéo Temporérian: — regime aduaneiro aplicdvel a entrada temporaria de mercadorias no territério aduaneiro por um determinado perfodo, mediante o cum- primento de todas as formalidades aduaneiras legalmente previstas; nn) «lmportadorn: — declarante da mercadoria e responsdvel pelo cumprimento de todas as formalidades aduaneiras legalmente previstas; 00) «instrugées Preliminares da Pauta»: — conjunto de normas que regulamentam os procedimentos aduaneiros, a classificagao e codificagao das mercadorias, a deter- minagao da sua origem, o valor aduaneiro, fixagéio da matéria colectavel, e taxas aplicéveis no presente Diploma; pp) «Garantian: — mecanismos que asseguram, a contento da AGT, a execugio de uma obrigagao para com ela; 44) «Meios de Transportes: — quaisquer meios utilizados para o transporte de pessoas, mercadorias € bens, designadamente os navios, as barcas, as barcagas e outras embarcagdes, as aeronaves, os veiculos rodoviarios, incluindo os reboques ¢ os semi- -reboques, as carruagens @ os vagdes dos caminhos-de-ferro, os contentores com uma capacidade de carga igual ou superior a um metro cubico, incluindo partes des- montaveis ¢ os dutovidrios; 11) «Mercadoria»: — todos os bens importados, exportados ou em transito previstos na Pauta Aduaneira; 55) «Manifesto de Carga»: — documento que discrimina a relagSo de toda a mercadoria a bordo de um meio de transporte; tt) «Mercadorias Nacionais»: — mercadorias produzidas no territério nacional; uu) «Mercadorias Nacionalizadas»: — mercadorias importadas definitivamente no territério nacional, mediante o cumprimento de todas as formalidades aduaneiras legaimente previstas; wy) «Mercadorias de Exportagdo Restrita»: — so aquelas cuja exportacio sé pode ser feita mediante autorizagao prévia do érgio competente, ou nos termos da legislagao vigente; DIARIO DA REPUBLICA DE@ DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, N22 | 116 ww) «Mercadorias de Importagdo Restrita»: — so aquelas que sé podem ser importa- das mediante autorizagdo prévia do drgéo competente, ou nos termos da legislagao vigente; xx) «Notas Complementares»: — notas de uso nacional que permitem a interpretagio correcta de conceitos especificos, para além dos seis digitos, nos termos previstos do n. 2 do artigo 3.° da ConvengSo Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designagaio ¢ Codificag3o de Mercadorias; yy) «Oneragdo»: — acto de impor obrigagio a uma garantia, durante a operag3o adua- neira coberta pela mesma, com vista a assegurar 0 pagamento dos direitos e demais imposigées aduaneiras em risco; 22) «Operador Econémico Autorizadon: — participante em operagdes de comércio externo envolvido na movimentacao internacional de mercadorias, mediante o cumprimento voluntério dos critérios de seguranca aplicaveis & cadeia logistica ou das obrigages tributérias, conforme & modalidade de certificacao; aad) «Pauta Aduaneiran: — diploma legal que estabelece a codificagao designagao das mercadorias importadas ou exportadas, bem como as correspondentes taxas dos direitos e demais imposigdes aduaneiras; bbb) «Peso Bruton: — peso total do volume que inclui a mereadoria, o invélucro, a sua embalagem e tudo quanto tenha sido empregue para o acondicionamento da mesma; ccc) «Peso Liquide»: — peso da mercadoria depois de deduzida a tara, invélucro ou emba- lagem; ddd) «Procedimento Geral: — 6 a submissao da declara¢ao aduaneira, por meio de um formulério, aplicdvel as mercadorias que entram, saem ou transitam no Pais, indepen- dentemente do regime aduaneiro; eee) «Procedimento Simplificadon: — 6a submissio da declaragao aduaneira, aplicavel as mercadorias e bens que entram, saem ou transitam no Pais, independentemente do regime aduaneiro, sem preenchimento de todos os campos obrigatérios, ndo sendo exigivel a intervengéio de um representante do declarante; Jif) «Produtos Compensadores»: — produtos resultantes de reparacao, melhoria ou transformacao das mercadorias para as quais a utilizago do procedimento de aper- feigoamento activo ou passive foi autorizado; 999) «Provisées de Bordow: — S80 produtos de aprovisionamento necessérios paraa venda ou consumo dos passageiros e da tripulagdo ou para o funcionamento e manuten¢io do meio de transporte, excluindo as partes, pecas e acessérios para substituigao e do equipamento, que jé se encontram a bordo a chegada ou sejam embareados durante a escala no territério aduaneiro; hhh) «Reexportagdo»: — regime aduaneiro aplicavel a saida do territério aduaneiro de mercadorias importadas temporariamente, mediante o cumprimento de todas as formalidades aduanetras legalmente previstas; DIARIO DAREPOBLICA DE3 DE JANEIRO OE 2024 ISERIE, N22 |117 iii) «Reimportagdo»: — regime aduaneiro aplicavel ao retorno das mercadorias nacionais ou nacionalizadas exportadas temporariamente, mediante o cumprimento de todas as formalidades aduaneiras legalmente previstas; {ii) “Representante do Declaranten: — pessoa singular au colectiva que, nos termos do Cédigo Aduaneiro, exerce poderes de representagao devidamente autorizados pelo declarante perante a AdministragSo Tributdria; kkk) «Refugos Postais»: — objectos postais que nao possam ser expedidos, entregues ou restituidos aos destinatarios ou remetentes; il) «Separado de Bagagem»: — documento emitide pela Administragao Tributaria, com base na constatago tisica dos objectos de uso pessoal e, mercadorias transportadas pelos viajantes, quando excedem as quantidades e/ou valor previsto na Pauta Adua- neira; mmm) «Trdfego Fronteiricon: — importacdes e exportacdes efectuadas pela populaciio fronteirica de duas zonas contiguas, para consumo proprio, isto é, sem cardcter nem fins comerciais e em quantidades tidas como razoavelmente aceites para as suas necessidades, desde que tal tréfego esteja contido numa zona terrestre que vai da fronteira terrestre do Pafs até 10 (dez] quilémetros dentro do territério aduaneiro; nnn) «Transbordo»: — & um procedimento aduaneiro segundo o qual a mercadoria é transferida, sob controle aduaneiro, de um meio de transporte para outro; 009) «Trénsito Aduaneiron: — & 0 regime aduaneiro aplicavel & circulacao de mercadorias no nacionalizadas, provenientes do exterior com destino a um terceiro pais ou trans- portadas de uma estancia aduaneira para outra estancia; ppp) «Territério Aduaneiron: — toda a extens&o geografica da Republica de Angola sobre a qual a Administraco Geral Tributaria exerce a sua jurisdicao; 44q) «Viajanten: — qualquer pessoa que entra temporariamente no territério de um pais onde nao resida habitualmente (nao residente) ou que saia do referido territério; e qualquer pessoa que sai do territério de um pais onde resida habitualmente (resi- dente que deixa o seu pais) ou que regresse ao territério do seu pais (residente que regressa ao seu pais); rrr) «Zona Franca»: — parte do territério aduaneiro, no qual as mercadorias ali introdu- Zidas ou produzidas ficam suspensas do pagamento de direitos e demais imposicées; sss) «Zona Fronteirican: — faixa do territério aduaneiro, contigua a fronteira terrestre, cuja extensio é de 10 (dez) quilémetros dentro do territério aduaneiro e cuja delimitacao se destina, nomeadamente, a distinguir 0 tréfego fronteirigo dos outros trafegos. ARTIGO 22 {Simbolos e abreviaturas) 1. Os simbolos usados na Pauta Aduaneira devem ser entendidos do seguinte modo: a) CA — Corrente alternada; b) A— Ampere; DIARIO DA REPUBLICA DE@ DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, N22 118 c) Ah — Ampere-hara; d) ASTM — American Society for Testing Materials; e) Bq — Becquerel; #)°C — Grau Celsius; g) ec — Centimetra cibico; h) cg — Centigrama; i) CCD — Charge Coupled Device (Dispositivo de Cargas Acopladas); jem — Centimetro; k)em? — Centimetro quadrado; )) em? — Centimetro etibico; m) cN — Centinewton; 1n) De — Direct current (corrente continua); 0) St —Centistokes; p) DCI — Denominagao Comum Internacional; 4) — Grama; 1) GB — Gigabyte; s) Gbit — Gigabit; t) GHz — Gigahertz; u) h — Hora; v) HP — Horse-power (cavalo-vapor); w) HRC — Rockwell C; x) Hz — Hertz; y) IV — Infravermelho; 2) KB — Quilobyte; aq) Kbit — Quilobit; bb) kcal — Quilocaloria; cc} kg — Quilograma; dd) kgf — Quilograma forga; ee) kHz — Quilohertz; Hf) kN — Quilonewton; gg) kPa — Quilopascal; hh) kV — Quilovolt; fi) kVA — Quilovolt-ampere; fi) kVAr — Quilovolt-ampere reactivo; kk) kW — quilowatt; 4H) —Litro; mm) m— Metro; nn) m- — Meta-; 00) m? — Metro quadrado; DIARIO DAREPOBLICA DE3 DE JANEIRO OE 2024 ISERIE,N.22| 119 pp) m — Metro cubico; q) mbar — milibar; 11) MB — Megabyte; ss) Mbit — Megabit; tt) uCi — Microcurie; uu) mg — Miligrama; vv) MHz — Megahertz; ww) min — Minuto; xx) mm — Milimetro; yy) mN — Milinewton; zz) MPa — Megapascal; aaa) VW — Megawatt; bbb) N — Newton; cc) Nimero — Numero; ddd} nm — Nanometro; eee) Nm — Newton metro; ff) ns — Nanosegundo; 999) pH — Potencial hidrogeniénico; hhh} s — Segundo; fii) t —Tonelada; jj) UV — Ultravioleta; kkk) V — Volt; iil) vol — Volume; mmm) W — Watt; nnn) x° — X grau; 000) % — Por cento; ppp) U — Unidade; qq) UO — Unidades de Quantidades; 2. As abreviaturas usadas na Pauta Aduaneira devem ser entendidas do seguinte modo: a) AGT — Administragao Geral Tributdria; b) CIF — Cost, Insurance and Freight (Custo, Seguro e Frete); ¢) D.l. — Direitos de importacdo; d) DU — Documento Unico; e) DUS — Documento Unico Simplificado; 4) EXW — Ex Works (prego no local de venda); g) FOB — Free on board (Livre a Bordo); h) IEC — imposto Especial de Consumo; i) IVA — Imposto sobre o Valor Acrescentado; |) IPP — Instrugdes Preliminares da Pauta; DIARIO DA REPUBLICA DE@ DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, N22 |120 k)O.M.A. — Organizag3o Mundial das Alfandegas; 1) O.M.C. — Organizag3o Mundial do Comércio; m) PREF — Preferenciais; n) R.G. — Regime Geral; 0) SADC — Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral; p) UA — Unido Africana; q) ZCLCA — Zona de Comércio Livre Continental Africana. ARTIGO 32 {Regimes aduaneiros) 1. As mercadorias que sejam objecto de comércio internacional, no momento da apresen- tagdo da declaragao aduaneira devem ser sujeitas a um regime ou procedimento aduaneiro. 2. Sdo regimes aduaneiros: a) Importacao definitiva; b) Importagao temporéria; ¢) Reimportago; d) Exportagao definitiva; ¢) Exportag&o temporéria; f) Reexportacio; g) Armazenagem aduaneira; h) Trnsito aduaneiro. 3. So procedimentos aduaneiros: a) Aperfeigoamento activo; b) Aperfeigoamento passivo; ¢) Baldeacao; d) Cabotagem; e) Desembaraco prévio; f) Declaracao incompleta; g)Desembarago de mercadorias com diferimento de pagamento de imposigdes aduanei- ras; /h) Entreposto aduaneiro; i) Retorno; j) Transbordo; k) Zona franca. ARTIGO 4.2 {Classificagao Pautal Prévia) 1. A Classificagdo Pautal Prévia emitida, deve ser comunicada ao requerente e tem efeitos vinculativos pelo perfodo de 1 ano, contados a partir da data da sua emissio, sendo revogada de forma automética, apés caducidade. DIARIO DAREPOBLICA DE3 DE JANEIRO OE 2024 I SERIE, N22) 121 2. Os procedimentos especificos para a emisso da Classificagao Pautal Prévia, bem como © formulario para o efeito, sero definidos e publicados pela Administrag8o Geral Tributéria, ARTIGO 52 (Declaragao Aduaneira) 1. A declaragao aduaneira deve ser apresentada & Administragiio Tributdria, consoante os casos, pelo declarante, importador ou exportador, ou pelos seus representantes com poderes para 0 acto, devendo ainda ser anexada a documentacao legalmente exigivel. 2. A declaragao aduaneira de mercadoria deve ser submetida pela via electrénica, podendo ainda ser manifestada de forma fisica, verbal ou tacita. 3. Salvo nos casos expressamente previstos na lei, a apresentagao da declarago aduaneira 6 obrigatéria para permitir 2 entrada, transito ou saida de mercadorias, do territério aduaneiro ¢ informar o destino que se pretende dar. ARTIGO 62 {Resolugao de divergéncias) Nos casos em que sobrevenham divergéncias entre os declarantes e a Administracio Tributaria acerca do valor aduaneiro da mercadoria, da sua classificagio pautal, origem ou sobre a aplicacao de regimes, quer essas divergéncias tenham sido suscitadas pelos declaran- tes, quer pelos funcionérios intervenientes no desembaraco da mercadoria, sera resolvide nos termos do Cédigo Aduanetro e demais legislacao aplicavel. ARTIGO 72 {Procedimenta Geral e Simplificado) 1. Esto sujeitas ao procedimento geral as mercadorias que entram, saem ou transitam no Pais, independentemente do regime aduaneiro, com aplicagao de impostos e taxas legalmente previstas. 2. Esto sujeitas ao procedimento simplificado as mercadorias e bens diversos que entram, saem ou transitam no Pals independentemente do regime aduaneiro, com aplicagao de impos- tos ¢ taxas legalmente previstas. ARTIGO 8.2 {Procedimento para Desembaraco Prévio) 1.0 Procedimento para Desembarago Prévio ¢ aplicavel a todos os regimes aduaneiros atra- vés do qual as mercadorias séio declaradas e desalfandegadas antes da sua chegada ou partida do Pais, mediante o pagamento de todos os encargos aduaneiros devidos. 2. Para 0 efeito do numero anterior, 0 declarante deve submeter a declaracdo aduaneira acompanhada de cépias de todos os documentos exigidos para o desalfandegamento da mercadoria. 3. A Administragdo Tributaria reserva-se ao direito de aferir se as declaragdes prestadas, no Ambito do presente procedimento, conferem com as mercadorias efectivamente importadas ou exportadas. DIARIO DA REPUBLICA DE@ DE JANEIRO DE 2024 SERIE, | 122 ARTIGO 9.2 {Declaracdo Incompleta) 1. Procedimento para 0 Desembarago Incompleto ¢ aplicdvel 8s mercadorias que jé se encontram no territério aduaneiro, podendo ser desalfandegadas mediante o pagamento de todos os encargos aduaneiros devidos, sem que para tal o declarante disponha de imediato de todos os documentos exigiveis para a declaracio aduaneira, com excepsio dos documentos abaixo descritos: a) Documento de transporte; b) Factura ou documento equivalente; ¢) Autorizacdes de entrada ou de saida, emitidas pelo organismo de tutela, no caso das mercadorias que requerem a permissdo destes drgdos nos termos dos Quadros Il, V e VI das IPP; 2. 0 procedimento indicado no presente artigo deve ser regularizado no prazo de 60 (ses- senta) dias a contar da data da emissao da nota de desalfandegamento da mercadoria. 3. Tratando-se de mereadorias importadas ao abrigo dos sectores mineiro e petrolifero, devern apresentar a declaracao de exclusividade no prazo de 90 (noventa) dias. ARTIGO 10.2 {Procedimento para desembaraco com diferimento de pagamento de direitos aduaneiros e demais imposicées) 1.0 procedimento para desembarago com diferimento de pagamento de direitos aduanei- ros e demais imposigdes, que pode ser autorizado as instituicdes que integram a administragao publica directa, os institutos pblicos, os érgios da Administraco Local do Estado ¢ as empre- sas contratadas por estes, bem como as empresas piiblicas. 2. A concessio do diferimento de pagamento esté condicionada a verificagao dos seguintes requisitos: Requerimento do interessado dirigido 4 Administracio Tributaria, que deve ser apresen- tado para efeito de autorizacio, antes da submissio da declaragao aduaneira; 3. O prazo de diferimento do pagamento é de até 60 (sessenta) dias, contados a partir do dia seguinte aquele em que a declaragdo aduaneira tenha sido submetida. 4. Enquanto os entes previstos no n.° 1 n3o procederem ao pagamento dos direitos e demais imposi¢ées aduaneiras objecto de diferimento de pagamento, ndo comecam a correr quais- quer prazos de caducidade e de prescri¢&o respeitantes a tais direitos e demais imposices aduaneiras. 5. Findo 0 prazo estabelecido no presente artigo sem que os entes mencionados no n.° 1 tenham efectuado ao pagamento dos direitos e demais imposices aduaneiras devidas, aos devedores aplicam-se as seguintes cominagdes: a) Suspensiio imediata do beneficio de desembaraco aduaneiro de mercadorias com diferimento do pagamento de direitos e demais imposi¢des aduaneiras em todas as importages subsequentes; b) Cobranga coerciva da divida nos termos da legislacao aplicavel. DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 I séRIg, Ne 2] 123 ARTIGO 11.2 {Féretros) Aentrada, transito e saida de féretros esta sujeita ao procedimento simplificado, porém dis- pensa o pagamento de direitos e demais imposigdes aduaneiras. ARTIGO 12.2 (Bens de uso pessoal dos viajantes) 1. Os bens de uso pessoal contides na bagagem dos viajantes estdo isentos do pagamento de direitos aduaneiros e demais imposigées, bem como dispensados da apresentago da decla- ragio aduaneira, desde que rednam cumulativamente os seguintes requisitos: a) Sejam transportados em quantidades reduzidas; b) Nao apresentem caracteristicas comerciais; ¢) Nao excedam, por viajante, o montante equivalente a Kz: 1 00 000,00 (um milhao de Kwanzas); 4d) Tratando-se dos bens referidos no n.° 4 do presente artigo, ndo podem ser transporta- dos por menores de 18 anos de idade. 2. As mereadorias que ndo retinam os requisitos de bens de uso pessoal, devem ser tributa- das da seguinte forma: a) Na importacao, por aplicagao da taxa forfetéria de 16% do valor da mercadori: b) Na exportacao, por aplicagao das taxas previstas no regime de exportagao de merca- dorias. 3. Nao se aplica 0 disposto no nimero anterior as mercadorias deseritas no n.° 4do presente artigo, e as incluidas nos capitulos 22, 24 e 33, contidas na bagagem pessoal dos viajantes, que devern ser desembaragadas no regime geral; 4. Para efeitos do presente artigo, os bens de uso pessoal abaixo descritos devem ser trans- portados nas seguintes quantidades: a) Bebidas espirituosas, até 1L (um litro); b) 2L (Dois litros) de vinho; ¢) 200 (duzentos) cigarros, ou 250 (duzentos € cinquenta) gramas de tabaco de peso liquido, ou 50 (cinquenta) charutos, ou um sortido destes produtos cujo peso liquide total no exceda 500 (quinhentas) gramas; d) 100 ml de agua de toilette ¢ 100 ml de perfume. 5. Sem prejuizo do disposto no n.2 2, as mercadorias isentas de Direitos Aduaneiros, no regime geral, quando 0 seu valor de importagao nao exceda o equivalente a Kz: 1 500 000,00 (um milhao e quinhentos mil Kwanzas) ¢ estejam sujeitas a tributagao forfetaria, estio isentas da taxa de 16% e sujeitas 20 pagamento dos Emolumentos Gerais Aduaneiros a taxa de 2%. 6. Sem prejuizo do disposto nos nimeros anteriores, os bens transportados pelos viajan- tes cujo valor exceda o montante equivalente a Kz: 1 500 000,00 (um milhdo e quinhentos mil kwanzas), so tributados no regime geral. DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 SERIE, |a24 7. Os bens transportadas pelos viajantes, em representagdo de pessoas colectivas devem ser tributados no regime geral. ARTIGO 13.2 (Bens de uso pessoal de viajante que venha a residir ou tenha residido na Pais) 1. Sem prejuizo do disposto no artigo anterior, consideram-se como bens de uso pessoal do viajante que venha a residir ou tenha residido no Pais, por um periodo superior a 180 (cento e oitenta) dias, os objectos novos ou usados sem fins comerciais, destinades ao uso pessoal ou da sua familia. 2. 0 disposto no numero anterior, aplica-se aos cidadaos angolanos, diplomatas, estudan- tes ou trabalhadores em representacao de instituigSes ou empresas piblicas e privadas, desde que 0 comprovem por meio de documentos emitidos pelas entidades competentes. 3. Nao esto incluidos no conjunto de bens de uso pessoal os veiculos automévels, aerona- ves, embarcagées e estruturas flutuantes. 4. As mereadorias abrangidas nos termos do n.° 1 do presente artigo, devem ser trans- portadas ou expedidas nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ou posteriores a data da sua chegada ou partida do Pais. 5. A importacao e exportacao de bens de uso pessoal do viajante que venha a residir ou que tenha residido no Pafs, definidos nos termos e condigdes estipulados nos numeros ante- riores, estd isenta do pagamento de direitos aduaneiros, com excepgiio das demnais imposigbes aduaneiras. ARTIGO 14.2 {Correio e Encomendas Postais) 1. As mercadorias expedidas por intermédio dos operadores de correio ou carga expressa esto sujeitas a0 pagamento de direitos aduaneiros e demais imposigdes, no procedimento geral ou simplificado, 2. Os refugos postais e demais mercadorias armazenadas em quaisquer depésitos tempo- rérios ou em armazéns sob control aduaneiro, quando excedem os respectivos prazos de armazenagem ou quando sao abandonadas, so entregues & Administracio Tributaria pela Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola, ou outros operadores de correios. ARTIGO 15.% (Contagem dos prazos) 1. As regras constantes do Cédigo Civil, nomeadamente no artigo 279.2, so aplicdveis, na falta de disposigo especial em contrario, aos prazos € termos fixados no presente Diploma. 2. Salvo disposigo legal em contrério, os prazos estabelecidos no presente Diploma e em legislacao aduaneira complementar so continuos. 3. Quando 0 prazo para a pratica de determinade acto terminar em dia em que os servigos aduaneiros competentes estiverem encerrades, transfere-se o seu termo para o primeiro dia unl seguinte. DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 I séRie, No.2] 125 SECCAO II Origem das Mercadorias ARTIGO 16.2 (Origem das Mercadorias) 1. As regras de origem podem afectar as taxas previstas em fungdo das regras especificas contempladas em acordos de comércio ou em outros acordos. 2. Considera-se como origem das mercadorias, para efeitos do disposto no presente Diploma, © pais em que elas tenham sido totalmente produzidas ou manufacturadas, ou em que sofre- ram a sua Ultima transformagao industrial relevante. 3. Para efeitos do disposto no n.® 2, consideram-se originarias de um pais, entre outras, as seguintes mercadorias: a) Os produtos minerais extrafdos no territério desse pais; b) Os produtos do reino vegetal nele calhidos; ¢) Os animais vivos nele nascidos e criados, bem como os produtos obtidos a partir desses animais; d) Os produtos da caca e da pesca nele praticadas, bem como os produtos da pesca mari- tima e outros produtos extraidos do mar, por barcos ou navios fébrica matriculados ou registados no pais ou que nele tenham sido autorizados a exercer a sua actividade; €) Os produtos extraidos do solo ou subsolo marinho, situados fora do mar territorial, desde que o pats exerca direitos exclusivos de exploracio sobre esse solo ou subsolo; f) Os residuos e desperdicios resultantes de operagdes de fabrico 0s produtos fora de uso, recolhidos no Pais e que sirvam apenas para a recuperacao de matérias-primas; g) As mercadorias obtidas a partir dos produtos referidos nas alineas anteriores, a bordo de navios fébrica matriculados ou registados no Pais; h) As mercadorias cujo Ultimo processo de produgao ou de manufactura tenha ocorrido no territério desse pats. 4. Quando, na producdo de uma mercadoria, intervierem dois ou mais paises, considera-se que a mesma ¢ origindria do pais onde se efectuoua ultima transformacao industrial ou se com- plete o proceso de fabrico, desde que estas operagdes sejam economicamente justificaveis. 5. Para efeitos de enquadramento de mercadorias nos beneticias pautais previstos em acor- dos de comércio, ou em outros acordos, e que dependam da respectiva origem, deve se ter em conta o grau de transformagao suficiente ou o valor acrescentado, nos termos dos referi- dos acordos. 6. Nao sdo consideradas como transformagdes relevantes ou como operacdes economica- mente justificdveis, para efeitos de determinagao da origem das mercadorias, as manipulages destinadas a melhorar a apresentagéio ou a assegurar 2 conservagiio durante o transporte e armazenagem, bem como a realizado de operagées simples, nomeadamente selecgio, lava- gem, composicio de sortidos, acondicionamento, ventilacao e secagem. DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, (126 ARTIGO 17.2 (Prova da origem das mercadorias) 1. A prova da origem das mereadorias deve ser feita pelos documentos que legalmente as devem acompanhar, nomeadamente 0 certificado de origem ou documento equivalente, emitido por autoridade ou por organisno devidamente habilitado pelo pais de origem e que apresente garantias adequadas. 2. A Administracao Tributéria pode aceitar, para efeitos de prova da origem das mercado- rias, outros documentos que as acompanhem. 3. Tratando-se de mercadorias expedidas por correio ou encomendas postais, a certificagao da respectiva origem pode fazer-se através dos selos ou carimbos apostes nos volumes ou na respectiva documentag3o. SECCAG III Facturas e dos Documentos Complementares ARTIGO 18.2 {Factura e documentos equivalentes) 1. Na importag3o e exportaciio de mercadorias é sempre exigivel uma factura comercial ou documento equivalente. 2.No caso das mercadorias exportadas, a factura comercial ou documento equivalente deve obedecer ao Regime Juridico das Facturas e Docurnentos Equivalentes. 3. A Administrag’io Tributéria pode exigir aos importadores, donos ou consignatérios das mercadorias, a tradugSo para lingua portuguesa das facturas ou documentos equivalentes emitidos em lingua estrangeira. 4. Para efeitos de classificagao pautal e de tributag3o das mercadorias, a Administracdo Tributaria pode exigit, para além das facturas ou documentos equivalentes, quaisquer outros documentos relativos & compra, & importacéo ou exportacao das mercadorias em causa. 5. A Administracao Tributéria pode exigir aos importadores, exportadores, donos ou con- signatarios das mercadorias, a tradugSo para lingua portuguesa dos documentos previstos no ndmero anterior emitides em lingua estrangeira. SECCAO IV Cautelas Fiscais Aduaneiras, do Controlo da Exactidac e da Veracidade das Declaragées Aduaneiras ARTIGO 19.2 {Cautelas fiscais aduaneiras) As mercadorias estio sujeitas & aplicagao das cautelas fiscals aduaneiras previstas nestas IPP. ARTIGO 20.2 (Controlo da exactidao e da veracidade das declaragdes aduaneiras) 1. AAGT pode, em qualquer circunstncia e mesmo depois de ter concedido autorizagio da saida da mercadoria, efectuar o controlo da exactido e da veracidade das declaragdes aduaneiras. DIARIO DAREPOBLICA DE3 DE JANEIRO OE 2024 ISERIE,N.22|127 2. AGT, pade notificar por escrito o Declarante da mercadoria e apés analisar a respectiva resposta, rectificar as divergéncias que detecte em sede da classificacao pautal, do valor adua- neiro, ou outras, das mercadorias declaradas no DU, ficando o importador sujeito a abertura de processo de contencioso técnico, fiscal, transgeracional ou penal, que ao caso couber, ainda que as mercadorias em causa jé tenham entrado em livre pratica ou em consumo. ARTIGO 21.2 (Ambito da auditoria pés-desalfandegamento} 1. Depois de desalfandegadas as mercadorias, com vista a certificagao a exactidiio e a con- formidade das declaragdes aduaneiras, a Administracao Tributaria, pode analisar os livros, os registos dos sistemas contabilisticos e os dados comerciais relevantes em poder dos declaran- tes, dos seus representantes, de outras entidades ou de outros intervenientes que, directa ou indirectamente, estiveram envolvidos na tramitacaio comercial. 2. Est8o sujeitos a auditoria pés-desalfandegamento os operadores de comércio interna- clonal ¢ outras pessoas envolvidas directa ou indirectamente na importagao, exportagzio ou transito de mercadorias. 3. Sem prejuizo do previsto no nimero anterior, a auditoria inclui a verificacdo: a) Regime aduaneiro; b) Quantidades; ¢) Valor aduaneiro; d) Classificagao pautal; €) Da origem das mercadorias; f) Pressupostos do beneticio fiscal e aduaneiro com a respectiva autorizacao do correcto Uso ou destino das mercadorias; g) Outros documentos especificos inerentes a importag3o ou exportacdo de determina das mercadorias. 4. Na auditoria pés-desalfandegamento a Administracao Tributaria pode requerer o auxilio de outras entidades e requisitar, sempre que necessério, 0 auxilio da forca publica, 5. Séo aplicéveis ao controlo pés-desaltandegamento 0 disposto no Cédigo Aduaneiro. ARTIGO 22.2 {Prova da obtengdo das mercadorias e do pagamento das direitos e demais imposigdes aduaneiras) 1. Qualquer pessoa que venda, ofereca para venda ou negocie mercadorias importadas ou exportadas, ou que remova ou tenha essas mercadorias registadas nos seus livros ou em qual- quer documento, deve, quando solicitado pela Administracdo Tributaria, apresentar prova da obtencao dessas mercadorias, 2. Tratando-se do importador ou exportador, deve apresentar prova de pagamento dos encargos aduaneiros devidos. DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, [128 ARTIGO 23.2 {Cabotagem) 1. A cabotagem € um procedimento aduaneiro aplicavel as mercadorias nacionalizadas @ nacionais que sio carregadas a bordo de um navio, num determinade ponto do territério aduaneiro e que sdo transportadas para um outro ponto do mesmo territério aduaneiro onde so descarregadas e postas em livre circulagao. 2. 0 procedimento aduaneiro de cabotagem sé € permitido aos navios nacionais ou 20s navios estrangeiros afretados por armadores nacionais. 3. Compete & Administracao Maritima Nacional, no acto de licenciamento da actividade de cabotagem, exigir a prévia regularizagdo aduaneira. 4.Eadmitido o transporte em simultaneo, no mesmo navio, mercadorias sob o procedimento aduaneiro de cabotagem e mercadorias sob outros procedimentos ou regimes aduaneiros, desde que sejam devidamente identificadas, 5.As operagées de cabotagem esto sujeitasd autorizagio e controloprévio da Administragao Tributaria através da submiss3o da respectiva solicitac’o. Que para efeito, emitird os respecti- vos alvards de entrada e saida e validag3o do manifesto de carga, devidamente fiscalizado pela Policia Fiscal no acto de embarque e desembarque. 6. © procedimento de cabotagem estd isento do pagamento de qualquer taxa ou emolumentos. SECCAO V Avarias, Deteriora¢aa, Rompimento ou Arrombamenta ARTIGO 24.2 (Chegada de mercadoria com sinais de avaria, deterioracéo, rompimento ou arrombamento} Seno momento da descarga em depésito tempordrio, a mercadoria ou sua embalagem apre- sentarem indicios de manipulagdo, avaria, deterioragéio ou sinais de rompimento, o depositario deve comunicar o facto imediatamente a Administragdo Tributaria e separar a mereadoria ava- riada ou deteriorada das demais. ARTIGO 25.2 {Prova e tratamento da mercadoria avariada) 1. A Administracao Tributaria, pode aceitar a existéncia de uma averia mediante apre- sentag3o de documento comprovativo do incidente, como o auto de noticia passado pelas autoridades, documento equivalente ou a anotagdo constante no diario de bordo. 2. Sempre que se considere necessério, a Administragdo Tributéria pode requerer a um perito de entidade especializada a analise da mercadoria, equipamento ou meio de transporte. ARTIGO 262 {Valor das mercadorias avariadas) 1.0 valor das mercadorias avariadas é proporcional 8 diferenga entre o valor dessas merca- dorias em bom estado ¢ o valor da avaria determinado nos termos do artigo anterior, sendo, porém, indispensdvel que a avaria exeeda 25% do valor antes da avaria. DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 IséRIg, Ne 2| 128 2. Tratando-se de meios de transporte, que sejam considerados inoperantes, deve ser com- provada a impossibilidade de reparagao dos mesmos ou que as despesas a realizar coma sua reparagdo excedam 50% do valor «EXW (Exworks}». 3. A decisdo tomada deve ser comunicada pela Estncia Aduaneira competente ao decla- rante, que deve decidir sobre o destino aduaneiro da mercadoria. ARTIGO 27.2 (Entrada de mercadorias com sinais de avaria em depésito temporario) ‘As mereadorias que no acto de descarga, se apresentem com sinais de avaria sé podem entrar no depésito tempordrio quando fiquem separadas em compartimentos especiais. ARTIGO 28.2 (Mercadorias deterioradas) 1. Aos donos das mercadorias, apés avaliacio da autoridade competente, é permitido sepa- rat a parte boa, devendo ser considerado 0 valor aduaneiro desta para efeitos de desembarago aduaneiro, bem como reexportar ou destruir a parte deteriorada. 2. Quando se trate de medicamentos, substancias medicinais ou produtos alimentares deteriorados, a Administragao Tributéria deve requisitar a inspecgio da autoridade sanitéria, procedendo-se em seguida conforme for decidido por esta. 3. Os produtos alimentares deteriorados, impréprios para consumo humane, mas utilizéveis para alimentagéio de animais ou para quaisquer fins industriais, pode o declarante submeté- -los a desembarago aduaneiro. 4. Para efeitos do nimero anterior, os produtos alimentares deteriorados devem ser avalia- dos conforme os eritérios fixados no Cédigo Aduaneiro, 5. Se amercadoria no for susceptivel de beneficiacdo que a torne propria para alimentagao de animais nem utilizével para fins industriais, deve ser destruida, devendo 0 importador ou exportador assumir as respectivas despesas. 6. Em caso de reexportagdo, quando se trate de produtos alimentares, medicamentos ou substancias medicinais, a Administragao Tributéria, deve comunicar a sua congénere ou auto- ridade administrativa competente para accionar os mecanismos de controle. CAPITULO II Tributago Aduaneira em Geral SECCAOI Disposigdes Gerais SUBSECCAO I Garantias Aduaneiras ARTIGO 29.2 {Admissibilidade da garantia) 1. No processo de desembarago aduaneiro pode ser admitida a liberacdio da mercadoria mediante a prestagio de uma garantia. DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, |130 2. A constituicdo da garantia para a liberag3o da mercadoria, pode ocorrer por determina- cio da Administragdo Tributdria ou a pedido do interessado, quando: a) Existir contestago relacionada com uma eventual diferenca de direitos e demais impo- sigdes aduaneiras; b) Seja exigivel 0 cumprimento das obrigagdes relativas aos regimes de importagao e exportacao temporaria, armazenagem aduaneira, transito aduaneiro e demais situa- ges aplicaveis; ¢) Por indisponibilidade do sistema de processamento de despacho aduaneiro; d) Por urgéncia no desalfandegamento das mercadorias constantes de processo de avaria até a homologagao da decisdo tomada pelos peritos, cujo valor deve ser equivalente 20 valor do bem em bom estado. ARTIGO 302 (Tipos de Garantia) Sem prejuizo do disposto em legislacao aplicavel, as garantias a prestar 8 Administragao Tributdria, para o cumprimento da obrigagao de pagamento dos direitos e demais imposigSes aduaneiras, sdo as seguintes: a) Garantia global, quando cobre um certo numero de operagdes efectuadas durante um periode minimo de 1 (um) ano, prorrogavel por igual periode devendo a mesma ser solicitada até 30 dias antes do final do seu prazo de validade; b) Garantia isolada, quando permite cobrir apenas uma operacao aduaneira especifica, cuja vigéncia prevalece até a conclusdo do regime; ¢) Garantia regional de transito aduaneiro, quando determinada pelas organizacBes regio- nais e certificadas pelos bancos nacionais, bem como agéncias nacionais reguladoras de seguro. ARTIGO 312 {Valores das Garantias) 1.0 valor da garantia isolada € sempre igual ao montante total dos direitos e demais impo- sigdes aduaneiras a que a mercadoria estaria sujeita se introduzida no consumo intemo, ou exportada definitivamente, conforme o caso aplicavel. 2. Ovalor minimo da garantia global a constituir deve corresponder a 20% do total dos direi- tos e demais imposigdes aduaneiras, 2 que as mercadorias transaccionadas durante o ano econémico imediatamente anterior ao do pedido de registo da garantia estariam sujeitas se introduzidas no consumo interno. 3. Nao sendo possivel determinar os valores do ano econémico anterior, 0 valor minimo da garantia global corresponde a 20% do valor transaccional de mercadorias idénticas ou simila- res.No caso de garantia prestada em decorréncia de contestagdo relacionado com divergéncia das imposigdes aduaneiras para a determinacao do valor da garantia considera-se o valor determinado pela Administragio Tributaria. DIARIO DAREPOBLICA DE3 DE JANEIRO OE 2024 ISERIE, N22 |131 ARTIGO 32.2 {Melos de Prestag3o de Garantia) 1. As garantias aduaneiras referidas no artigo anterior podem ser prestadas a Administracao Tributaria pelas seguintes formas a) Depésite em numerario; b) Transferéncia bancaria; ¢) Cheque visado pelo banco emissor; d) Carta de garantia bancéria, irrevogavel, antes do final do respectivo prazo de validade, emitida por instituicao bancéria; e) Seguro-garantia; #) Garantia patrimonial idénea. 2. Em casos devidamente justificades, a Administragéio Tributaria pode autorizar como garantia um termo de responsabilidade emitido pelo declarante devidamente reconhecido. ARTIGO 33.2 (Conversao da garantia) 1. A garantia é convertida em receita em razio do incumprimento do propésito, termos ou condigdes da sua constituigo, para o pagamento das obrigagdes aduaneiras devidas. 2. Sem prejuizo do disposto no numero anterior, a converséo da garantia patrimonial deve obedecer os pressupostos previstos em legislacao especifica. 3. Para o efeito, o declarante é previamente notificado da intengao de conversdo da garan- tia a favor do Estado,e sdo-Ihe concedidos os prazos previstos no Cédigo Geral Tributario para © pronunciamento, findos os quais a garantia € convertida em receita para o Estado. ARTIGO 34.2 (Caducidade, cancelamento e restituiggo da garantia) 1. Agarantia caduca automaticamente decorrido 0 seu prazo de validade. 2. O prestador da garantia pode solicitar o seu cancelamento antes de vencido o prazo de validade da mesma. 3. O cancelamento ou a restituigao de uma garantia s6 pode ser efectuado se nao existirem operacBes aduaneiras nao regularizadas cobertas pela mesma. SUBSECCAO II Direitos Aduaneiros e demais Imposigdes ARTIGO 352 (Dever de pagamento) Salvo nos casos expressamente previstos na lei, todas as pessoas singulares ¢ colectivas esto sujeitas ao pagamento dos direitos aduaneiros e demais imposicdes, nos termos da legis- lagao vigente, nomeadamente o Estado, seus servicos, organismos ¢ instituigdes dependentes, 05 institutos puiblicos, as empresas pliblicas, privadas, mistas ou outras legalmente previstas, as fundagdes, os fundos auténomos, as associacdes, as sociedades civis, as sociedades comer- clais, as sociedades civis sob forma comercial e as cooperativas. DIARIO DA REPUBLICA DES DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, [132 ARTIGO 362 (Direitos aduaneiros e demais imposigées devidas) Sao considerados direitos aduaneiros e demais imposigdes as seguintes: @) Direitos de importagao; b) Direitos de exportagao; ¢) Direitos antidumping; d) Emolumentos gerais aduaneiros; €) Imposto sobre o Valor Acrescentado; f) posto Especial de Consumo; g) Taxa estatistica; h) Outras imposigdes previstas em legislagao especifica. ARTIGO 37.2 {Direitos aduaneiros aplicéveis) As mercadorias corpéreas € incorpéreas importadas ou exportadas por qualquer via esto sujeitas ao pagamento dos direitos aduaneiros ¢ demais imposigdes. ARTIGO 38.2 {Taxa de cambio aplicdvel) A taxa de cambio aplicével & importago é a da venda, sendo que na exportacdo ¢ a da compra, fixadas pelo Banco Nacional de Angola e em vigor no momento em que os direitos e demais imposigdes aduaneiras se tornem exigiveis. ARTIGO 39.2 (Emolumentos gerais aduaneiros) 1. Os emolumentos gerais aduaneiros representam a contraprestag’io dos servigos, incluindo os regimes aduaneiros isentos do pagamento de direitos aduaneiros, realizados pela Administrag’io Tributaria. 2. Compete Administracao Tributéria realizar o calculo e cobranga dos emolumentos gerais aduaneiros de acordo com as regras e taxas fixadas para cada regime aduaneiro. 3. Esto sujeitos ao pagamento de emolumentos gerais aduaneiros todas as pessoas sin- gulares ¢ colectivas, pliblicas e privadas, nomeadamente o Estado, seus servicos, organismos € instituigdes dependentes, os institutos publicos, as empresas puiblicas, privadas, mistas ou outras legalmente previstas, as fundagdes, os fundos auténomes, as associacées, as socieda- des civis, as sociedades comerciais, as sociedades civis sob forma comercial e as cooperativas. 4. Os montantes cobrados pela Administragio Tributaria a titulo de emolumentos gerais aduaneiros constituem receita privativa deste organismo do Estado, que as deverd afectar primordialmente: a) A construgio, reabilitagaio e/ou renovagio das infra-estruturas; b) A aquisi¢ao, apetrechamento, actualizacaio e renovagao periddica dos sistemas de fis- calizago e controlo, sistemas informaticos e de comunicacio; DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 SERIE, N22 [193 c) Ao pagamento das remuneragdes acess6rias dos funciondrios tributarios e do efectivo da Policia Fiscal Aduaneira. SUBSECCAO III Imposto sobre o Valor Acrescentado e Imposta Especial de Consumo ARTIGO 40.2 {Tributagao do IVA no desembarago aduaneiro) 1. As mercadorias importadas definitivamente esto sujeitas a0 pagamento do IVA, nos ter- mos da legislagdo especifica. 2. © IVA incidente na importacao é tributado no momento da tramitagao da declaracao aduaneira e caleulado mediante a aplicaciio do métode de célculo ¢ da taxa prevista na legis- lagao especifica. ARTIGO 41.2 {Tributagao do IEC no desembaraco aduaneiro) 1. As mercadorias importadas definitivamente esto sujeitas ao pagamento do IEC, nos ter- mos da legislagao especifica. 2. 0 IEC incidente na importagao ¢ tributado no momento da tramitagdo da declaragao aduaneira e calculado mediante a aplicagdo do método e das taxas previstas na legislacao especifica. SUBSECGAO IV Beneficios Fiscais e Aduaneiros ARTIGO 42° {Tipos de beneficios fiscais aduaneiros) 1. As mercadorias sujeitas 8 um regime aduaneiro podem beneficiar de isenc&o total ou par- clal dos direitos aduaneiros. 2. Os beneficios fiscais aduaneiros podem ser automaticos e no autométicos, pessoais ou reais. 3. € aplicavel aos beneticios fiscais aduaneiros, 0 disposto no Cédigo de Beneficlos Fiscais ¢ demais legislacao aplicavel. ARTIGO 43.2 (Ambito de aplicagao dos beneficios fiscais aduaneiros) 1. Os beneficios fiscais aduaneiros automaticos e reais, previstos na tabela dos direitos de importagao constantes da Pauta Aduaneira, so os indicados a taxa Livre (0%), na coluna 4 da mesma. 2. As colunas 5 (SADC) e 6 (ZCLCA), esto reservadas a aplicacdo de taxas preferenciais, a serem definidas em legislagao especifica, no mbito da adestio e implementacao do Protocol sobre Trocas Comerciais da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) ¢ da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA). DIARIO DA REPUBLICA DE@ DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, N22 |134 3. Os beneficios fiscais aduaneiros ndo autométicos, pessoais e reais, so os previstos nas Instrugées Preliminares da Pauta Aduaneira ou em legislacaio especifica, mediante a apresen- ta¢o de uma declaracio de compromisso de exclusividade, visada pelo érgao de tutela, Administragao Tributaria, 4. Salvo disposigdo em contrario em legislagao complementar, os beneficios fiscais aduanei- ros previstos nos nimeros anteriores correspondem a iseng&o dos direitos aduaneiros, com excepcao da taxa devida pela prestagdo de servigos. 5. As pessoas colectivas ou singulares que beneficiam de isencio de direitos aduaneiros esto sujeitas a fiscalizagdo aduaneira, incluindo Auditorias Pés-desalfandegamento. 6. No processo de desembarago aduaneiro das mercadorias importadas deve ser apre- sentado 4 Administragio Tributaria, conforme o caso, uma declaragio de compromisso de exclusividade visada pelo érgao de tutela. 7. Toda a entidade colectiva ou singular que usufrua dos beneficios fiscais aduaneiros, nao pode dar as mercadorias destino diferente do mencionado na declaracao de compromisso de exclusividade. 8. A mudanca da finalidade das mercadorias previstas na referida declara¢io, deve ser pre- viamente autorizada pelo drgéo de tutela e submetida 8 Administrac&o Tributdria, ficando essas mercadorias, sujeitas ao pagamento de todos os encargos devidos no regime geral da Pauta Aduaneira. 9.A Administracao Tributéria deve averiguar a autenticidade da declarago junto do érgao de tutela, bem como fiscalizar 0 compromisso assumido na exelusividade, podendo anular a concesséo dos beneficios fiscals aduaneiros se constatar anomalias capazes de pér em causa 0 objectivos pelos quais os referidos beneficios foram concedidos. ARTIGO 44.2 (Mercadorias importadas para fins humanitdrios) 1. Os beneficios fiscais aduaneiros previstos neste artigo, apenas serao concedidos as Organizagdes Nao Governamentais abrangidas pela legislac3o especifica e as Igrejas reconhe- cidas pelo Governo Angolano, desde que cumpram cumulativamente os seguintes requisitos: a) Desenvolvam acgdes humanitarias; b) Registem os seus programas humanitérios na entidade competente; ¢) Sejam mercadorias doadas por uma organizago estabelecida fora do Pais, sem qual- quer fim comercial por parte do expedidor e destinadas a distribuicao gratuita ou obras de beneficéncia da instituicio importadora. 2. Exceptuam-se do ambito de aplicagao dos beneficios previstos no presente artigo, as mer- cadorias discriminadas no quadro abaixo: Mercadorias que nao beneficiam de isengéo Capitulo 22 | Bebidas, liquidos alcodlicos e vinagres Capitulo 23 | Residuos e desperdicins das indistrias alimentares; alimentos preparados para animals Capitulo 24 | Tabaco e seus sucedéneos manufacturados DIARIO DA REPOBLICA DE‘ DE JANEIRO DE 2024 SERIE, N22 [198 Mercadorlas que ndo beneficiam de isengio Capitulo 26 | Minérios, escdrias e cinzas capitulo 27 | Combustiveis minerals, dleos minerals e produtos ca sua destiagio; métrias betuminosas; ceras minerais Extractos tanantes € tintoriais; taninos e seus derivados; pigments e outras matérias corantes; tintas e verizes; mastiques; tintas de escrever Capitulo 33 | Oleos essencials resinoides; procutos de perfummaria de toucador preparados e preparagbies cosméticas Capitulo 32 Capitulo 36 | Polvoras e expiosivos; artigos de plrotecnia; ligas plrofiricas; matérias inflamave’s Obras de couro; artigos de correeiro ou de seleiro; artigos de viagem, bolsas e artigos semelhantes; obras Gaoituio a2 Seen Capitulo 68 | Obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou de matérias semelhantes Capitulo 69 | Pro Produtos ceramicos Capitulo 70 | vidro e suas obras Pérolas naturals ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosase semelhantes, metals preciosos, metals folneados ou chapeados de meta’s preciosos, € suas obras; bjutarias; moedas Capitulo 71 Capitulo 72 | Ferra fundido, ferro e aca Capitulo 73 | Obras de ferro funcido, ferro ou aso Capitulo 76 | Aluminio e suas obras Capitulo 84 | Reatores mucleares, caldeiras, maquinas, aparelhos ¢ instrumentos mecanicos, € suas partes Maquinas, aparelhos e materials elétricos, e suas partes, aparelhos de gravaglo ou de reprocugio de som, Capitulo 85 | soareihos de gravaga0 ou de reproducso de imagens ¢ de som em televisdo, e suas partes e acessorios \Velculos e material para viasférrea ou semelhantes, e suas partes; aparelhos mec&nicos (incluindo os elee- tromecanicos) ce sinalizagao para vias de comunicagao, Capitulo 87 | Veleulos automévels, tractores, ciclos € outros velculos terrestres, suas partes ¢ acess6rios Capitulo 86 Capitulo 88 | Aeronaves e aparelhos espacisis,e suas partes Capitulo 89 | Embarcagdes e estruturas futuantes Capituio 91 | Amigos 6 relojcaria Capitulo 93 | Armas e munigbes: suas partes € acessorios ARTIGO 45.2 {Mercadorias importadas pelos érgaos de defesa, seguranca, ordem interna, proteccao civil e bomberos) ‘As mereadorias que beneficiam de isencao nos termos do presente artigo so as constantes no quadro abaixo: ‘Mercadorias importadas pelos orgaos de defesa, seguranga, ordem interna, protecs0 civil e bombelras Garrafoes, garratas, frascos e artigos semelhantes Fardas, uniformes e seus acessorios (incluldas as luvas, mitenes, coletes florescentes e semelhantes) Botas, meias, cinturdes Bolsas © artigos semelhartes, de matérias téxtels ou com a superficie exterior de couro natural ou reconstituldo, ou de coura envernizad ‘Outras redes confeccionadas de matérias sintéticas ou artificia's, de seguranga, para cenarios teatrais, para aerdstatos, € para protecedo contra insectos Cordis, cordas ou cados diversos Fatas de proteccdo individual para apreximagio a0 fago CColetes salvawidas e 3 prova de falas DIARIO DA REPUBLICA DE@ DE JANEIRO DE 2024 ISERIE, N22 |198 ‘Mercadorias importadas pelos orgaos de defesa, seguranca, ordem interna, protecs&0 civil e bombeiros Artefacto para guarni¢ao Tendas Capacetes @ artigas de uso semelhante Ambulancias, Carros Funerérios ¢ Vefculos de combate aincéndio Motocicletas Aeronaves ¢ aparelhos espaciais militares ¢ policias,tripulados ou no, suas partes e acessérios Péra-qquedas (ineluindo os para-cuuedas dirigivels e as parapentes) e para-cuedas giratdrias; suas partes e acessérios Barcos insuflavels Binécules Miras telescopicas para armas; per'scdpins, lunetas para maquinas, aparelhos ou instrumentos Embarcactes ¢ Estruturas flutuantes militares e policials, suas partes e acess6rios Revolveres, pistolas, espingardas, carabinas € cassetetes, cartuchos, suas partes @ acess6rios ‘Chumbos para carabinas de ar comprimido Sabres, espadas, balonetas, langas @ outras armas brancas, suas partes e bainhas Camase beliehes ‘Armas e munigiies apreendidas ou perdidas a favor do Estado, classificadas como de guerra que, pela sua naturera, n80 possam ser vendidas a particulares ou afuncionsrios do Estado e s6 tenham aplicago militar ov policial Equipamentos e material de comunicagso Velculos militares e de guerra ‘Aparelhos e dispositivos para langamento de verculos aéreos; apare|hos e d'spositivos para aterragem de veiculos a€reos em porta-avides € aparelios e dieposttivos semelhantes; anarelhos de treinamento de vao em terra; suas partes ‘Outras mercacorias Gestinadas exclusivamente para fins de defesa, seguranga e ordem interna e protecsio civile bom- beiros ARTIGO 46.2 (Mercadorias importadas por partidos politicos e coligagdes de partidos cam assento na Assembleia Nacional) Os partidos politicos e coligacdes de partidos com assento na Assembleia Nacional benefi- ciam de isengao dos direitos aduaneiros nos termos da legislago aplicdvel, com excepgio dos emolumentos gerais ¢ demais imposigées aduaneiras. ARTIGO 472 (Mercadorias importadas para o sector pradutiva) 1. Para efeitos do presente artigo, consideram-se mercadorias importadas para o sector pro- dutivo qualquer objecto, substancia corpérea natural ou sintética para utilizagao no processo fabril de industrias certificadas pelo Ministério de Tutela. 2. 0s veiculos automéveis, motocicletas, bicicletas, aeronaves, aparelhos espaciais, embar- cagées, estruturas flutuantes, bem como outros aparelhos e equipamentos, importados em partes ou desmontados, esto abrangidos pela isengdio do presente artigo, desde que impor- tados pelas indistrias montadoras nacionais, devidamente certificadas pelo drgio de tutela. 3. As mercadorias descritas nos ntimeros anteriores, bem como as matérias subsididrias, beneficiargio de isengiio, caso se comprove que serao incorporadas no processo produtivo.

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