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Resumo Processo Penal
Resumo Processo Penal
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a) Proíbe juízo ou Tribunal de Exceção e b) Assegura que LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO: vigora o princípio
apenas o Magistrado constitucionalmente competente possa da territorialidade, de modo que as normas processuais
analisar o processo. penais são aplicadas apenas aos processos em trâmite
no Brasil. Exemplificando: Se um juiz brasileiro expedir
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO (FAVOR REI): havendo uma carta rogatória para ouvir uma testemunha nos EUA,
a possibilidade de duas interpretações antagônicas no o interrogatório deve ser regido com base na lei norte
processo, deve prevalecer aquela que seja favorável ao americana.
réu. Exemplos no CPP: a) Não havendo provas suficientes,
o réu será absolvido (art. 386, VI, do CPP); b) A revisão ATENÇÃO: De acordo com o art. 3º do CPP, a lei
criminal existe apenas a favor do réu (art. 621 do CPP); processual penal admitirá interpretação extensiva
c) É proibida a reformatio in pejus (art. 617 do CPP) e e aplicação analógica, bem como o suplemento dos
d) Existem recursos exclusivos para o réu: protesto por princípios gerais de direito.
novo júri, embargos infringentes de nulidade, etc.
com o caput do art. 20 do CPP, Cabe a autoridade poderá adotar uma das seguintes medidas: a) requerer
policial assegurar no inquérito o sigilo necessário à a devolução do inquérito policial, requisitando novas
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. diligências imprescindíveis ao delegado de polícia,
Além disso, o seu parágrafo único estabelece que nos se entender que não há elementos suficientes para a
atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, propositura da ação penal. Neste caso, o delegado tem o
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer dever de cumprir a requisição do membro do Ministério
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anotações referentes a instauração de inquérito contra Público; b) oferecer a denúncia, quando o inquérito policial
os requerentes; f) inquisitivo: o inquérito policial é contiver elementos suficientes para caracterizar a autoria
procedimento inquisitivo, não havendo contraditório e e materialidade do crime ou c) requerer o arquivamento
ampla defesa; do inquérito policial ao juiz nas seguintes hipóteses:
atipicidade, extinção da punibilidade, excludentes de
Pacote Anticrime: houve a inserção do art. 14-A ilicitude e de culpabilidade, ou ausência de provas.
no CPP, exigindo-se a participação de defensor nas
investigações criminais que envolvam membros de Decisão do juiz: concordando com os fundamentos
segurança pública ou das forças armadas que estejam apresentados pelo Ministério Público, o juiz determinará
sendo acusado de prática de conduta com caráter letal, o arquivamento do inquérito policial, que não poderá ser
na forma tentada ou consumada. (48 horas para o desarquivado, salvo em situações excepcionais, como na
investigado nomear defensor. Se não o fizer, a instituição hipótese de o arquivamento ter sido baseado na ausência
deverá nomear em 48 horas). de provas (justa causa) e posteriormente surgirem novas
provas contra o indiciado.
Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor,
no interesse do representado, ter acesso amplo Arquivamento por ausência de provas: a decisão
aos elementos de prova que, já documentados em judicial de arquivamento por falta de provas não transita
procedimento investigatório realizado por órgão com materialmente em julgado, de modo que será possível o
competência de polícia judiciária, digam respeito ao desarquivamento do inquérito policial para a apuração de
exercício do direito de defesa”. novas provas, conforme art. 18 do CPP e Súmula n. 524
do STF.
Valor Probante do IP: as provas colhidas durante
sua instrução possuem caráter relativo, devendo ser Arquivamento pela atipicidade do fato: se o
confirmadas em juízo, já que foram produzidas sem a arquivamento do inquérito policial estiver pautado
observância do contraditório, da ampla defesa e sem a na atipicidade do fato, na extinção da punibilidade ou
presença do juiz. Entretanto, como exceção à regra geral, ausência culpabilidade, a decisão fará coisa julgada
as provas cautelares não repetíveis e antecipadas (uma material e formal, sendo vedado o desarquivamento do
perícia realizada na cena do crime, por exemplo), não inquérito policial.
precisam ser repetidas em juízo, conforme disposto no
art. 155 do CPP. Decisão irrecorrível: decisão que determina o
arquivamento do inquérito policial é irrecorrível, salvo
Prazos para a conclusão do IP: quando se tratar de crime contra a economia popular (Lei
n. 1.521/51) ou das contravenções penais previstas nos
artigos 58 e 60 do Decreto – Lei n. 6.259/44.
Prazo de 10 dias, se o investigado
estiver preso, sendo vedada a Juiz discorda do pedido de arquivamento feito pelo
JUSTIÇA prorrogação, ou 30 dias, se o MP: se o juiz não concordar com o pedido de arquivamento
ESTADUAL
investigado estiver solto, permitindo- feito pelo Ministério Público, o magistrado fará remessa
se prorrogação. do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral,
e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do
Prazo de 15 dias, prorrogáveis por Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido
JUSTIÇA mais 15 dias, se o investigado estiver de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado
FEDERAL preso, ou 30 dias, se estiver solto, a atender (art. 28 do CPP).
permitindo-se a prorrogação.
Pacote Anticrime: a Lei n. 13.964/19 anterou
Prazo de 30 dias, se o investigado
substancialente o contéudo do art. 18 do CPP, mas a
estiver preso, ou 90 dias, se estiver
LEI DE aplicação do artigo alterado está suspensa até que haja
solto, admitindo-se em ambas as
DROGAS nova decisão do STF.
hipóteses uma única prorrogação
(art. 51 da Lei n. 11.343/2006). Arquivamento Implícito: não se admite o denominado
arquivamento implícito do Inquérito Policial. Considera-se
CRIMES O inquérito policial deve ser concluído
implícito o pedido de arquivamento, quando o Ministério
CONTRA A no prazo de 10 dias, estando o
Público deixa de incluir na denúncia autor ou partícipe
ECONOMIA investigado preso ou solto (art. 10°,
POPULAR investigado no inquérito policial, sem ter formulado
§1°, da Lei n. 1.521/51)
pedido de arquivamento expresso (parcial) nesse sentido.
Nesse caso, o Juiz deve devolver os autos ao Ministério
ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO DO Público indicando a omissão, podendo o membro do MP
INQUÉRITO POLICIAL aditar a inicial para incluir o autor/partícipe que dela não
ARQUIVAMENTO: a autoridade policial, ainda que constava, ou ainda requerer o arquivamento em relação
convencida da inexistência do crime, não poderá mandar ao investigado ausente, fazendo-o de forma expressa.
arquivar os autos do inquérito já instaurado (art. 17 do
CPP), devendo encaminhá-lo ao Ministério Público, que
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rol taxativo e devendo-se observar a ordem de preferência. ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA
CF/88); tratando-se de crime, a competência poderá ser Presidente Governadores Prefeitos (TRF
do JECRIM estadual ou federal, dependendo se o fato da República, do Estado e do se o crime for
típico estiver ou não previsto em uma das hipóteses do Vice-Presidente Distrito Federal de competência
art. 109 da CF/88. Após analisada a competência em da República e da Justiça
razão da natureza da infração, a competência territorial Advogado-Geral PODER Federal e TJ se
será determinada pelo local onde tiver sido consumado o de União. JUDICIÁRIO: o crime for de
delito, conforme art.70 da Lei nº 9.9099/95 Membros dos competência
PODER TJs, TRFs, da Justiça
COMPETÊNCIA TERRITORIAL JUDICIÁRIO: TRTs, TREs. Estadual).
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LOCAL : dentre os Membros
do Tribunais PODER PODER
vários órgãos da primeira instância, a competência se LEGISLATIVO:
estabelece, via de regra, pelo lugar em que se consumar Superiores JUDICIÁRIOS:
(STF, STJ, TST, NÃO HÁ Juízes de
a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for
praticado o último ato de execução, conforme previsto no TSE e STM). Direito, Juízes
Outros: Federais, Juízes
art. 70, caput, do CPP. PODER Membros do do Trabalho
LEGISLATIVO: Ministério e Juízes
Principais Exceções à regra geral: a) infrações penais Público da
de menor potencial ofensivo: de acordo com o art. 63 da Lei Membros do Militares.
Congresso União que
n. 9.099/95, a competência do Juizado Especial Criminal atuam em
será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração Nacional PODER
(Câmara dos segunda LEGISLATIVO:
penal, ou seja, local da conduta (ação ou omissão) e não do Instância e
resultado, como previsto no Código de Processo Penal, b) Deputados Deputados
e do Senado Membros Estaduais e
crime à distância: I) se, iniciada a execução no território dos Tribunais
nacional, a infração se consumar fora dele, a competência Federal); Vereadores,
de Contas desde que
será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, Outros: dos Estados
no Brasil, o último ato de execução (§ 1º do art. 70 do CPP), haja previsão
Procurador e Distrito na respectiva
II) quando o último ato de execução for praticado fora do Geral da Federal.
território nacional, será competente o juiz do lugar em que Constituição
República, Estadual (TRF
o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia Ministros
produzir seu resultado (§ 2º do art. 70 do CPP). se o crime for
de Estado, de competência
Comandante da Justiça
das Forças Federal e TJ se
COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO Armadas, o crime for de
Membros do competência
Tribunal de da Justiça
Contas da Estadual).
DURAÇÃO: a competência por prerrogativa de função União, Chefes
perdura enquanto o agente estiver no respectivo cargo ou de Missão Outros:
função. Se houver perda do cargo, término do mandato Diplomática Membros do
ou aposentadoria, os autos deverão ser remetidos ao de caráter Ministério
Juízo que teria competência para julgar o agente sem permanente e Público
prerrogativa de função. Presidente do Estadual (TJ)
Banco Central. e do Ministério
Público da
União (TRF)
IMPORTANTE: a competência por prerrogativa de que atuam
função estabelecida na Constituição Federal prevalece em primeira
sobre a competência do Tribunal do Júri. Entretanto, instância.
a competência do Tribunal do Júri prevalece sobre a
competência por prerrogativa de função estabelecida na
Constituição Estadual (Súmula Vinculante 45 do STF).
sobre o interrogatório é o art. 186 do CPP, que garante sendo classificada em domiciliar ou pessoal.
ao acusado o direito de permanecer calado durante o
interrogatório (direito ao silêncio), o que não caracteriza Busca Domiciliar: ocorrerá quando houver fundada
confissão e não lhe trará qualquer prejuízo para a defesa. suspeita da existência de provas importantes para a
elucidação de um crime e, representando uma exceção
Videoconferência: excepcionalmente, juiz, por à inviolabilidade do domicílio, devendo ocorrer durante
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decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das o dia e por determinação judicial (mandado judicial),
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso conforme previsto no art. 5º, XI, da CF/88.
por sistema de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo Escritório de advocacia: a realização de busca
real, desde que a medida seja necessária para atender e apreensão em escritório de advocacia depende da
a uma finalidades previstas no § 2º do art. 185 do CPP: presença de indícios de autoria e materialidade de crime
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista por parte do advogado; decretação motivada de quebra
fundada suspeita de que o preso integre organização da inviolabilidade por autoridade judiciária; expedição de
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir mandado de busca e apreensão específico e pormenorizado
durante o deslocamento; II - viabilizar a participação do a ser cumprido na presença de representante da OAB, no
réu no referido ato processual, quando haja relevante termos do artigo 7º, § 6º, do EAOAB.
dificuldade para seu comparecimento em juízo, por
enfermidade ou outra circunstância pessoal; III - impedir Busca pessoal: a busca pessoal é realizada
a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, diretamente no corpo, vestimentas e objetos pessoais em
desde que não seja possível colher o depoimento destas posse da pessoa investigada e será admitida mediante
por videoconferência, nos termos do art. 217 do CPP; IV - mandado judicial. Entretanto, excepcionando a regra
responder à gravíssima questão de ordem pública. geral, o art. 244 do CPP dispensa o mandado judicial no
caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que
PROVA TESTEMUNHAL a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos
ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a
medida for determinada no curso de busca domiciliar.
PESSOAS QUE PODEM PESSOAS PROIBIDAS
SE RECUSAR A DEPOR DE DEPOR PROVA ILÍCITA
Ascendente, descendente, afim As pessoas que, em razão
em linha reta, companheiro ou de função, ministério, ofício PROVA ILÍCITA PROVA ILEGÍTIMA
cônjuge, ainda que separado ou profissão, devam guardar
judicialmente, irmão e filho do segredo. Violação à norma de Violação à norma de
acusado. caráter material. direito processual.
Exceção: Serão ouvidas Exceção: Poderão ser ouvidas Gravação Clandestina: trata-se da gravação
como informantes quando como testemunhas se, após ambiental ou telefônica feita por um dos interlocutores
não for possível, por outro serem desobrigadas a guardar da conversa. O Supremo tribunal Federal vem admitindo
modo, obter-se ou integrar- o sigilo pela parte interessada, esse tipo de gravação, não sendo, portanto, considerada
se a prova do fato e de suas quiserem depor. prova ilícita.
circunstâncias.
Interceptação Telefônica: é a gravação da
comunicação feita por um terceiro, sem o conhecimento
NÚMERO MÁXIMO DE dos interlocutores (grampo telefônico), dependendo
PROCEDIMENTO
TESTEMUNHAS de autorização judicial. A prova obtida por meio de
interceptação telefônica sem autorização judicial é
Comum ordinário 8 testemunhas considerada ilícita (art. 5º, XII, da CF/88).
Comum sumário 5 testemunhas Hipóteses em que a interceptação telefônica não
Sumaríssimo 3 testemunhas é admitida: o art. 2° da Lei n. 9.296/96 estabelece as
hipóteses em que a interceptação telefônica não será
Procedimento do Júri 1ª fase: 8 testemunhas admitida, vejamos: I - não houver indícios razoáveis da
autoria ou participação em infração penal; II - a prova
2ª fase: 5 testemunhas puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato
investigado constituir infração penal punida, no máximo,
Carta Precatória: a expedição de carta precatória com pena de detenção. Além disso, o parágrafo único
não suspende a instrução criminal e apenas o juiz estabelece que, em qualquer hipótese, deve ser descrita
deprecante (que expediu a carta) deverá intimar as com clareza a situação objeto da investigação, inclusive
partes. Não há, portanto, nenhuma obrigação por parte com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
do juízo deprecado de informar as partes sobre a data da impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
oitiva da testemunha deprecada, conforme entendimento
sedimentado na Súmula n. 273 do STJ. Teoria dos frutos da árvore envenenada: que o § 1º do
art. 157 do CPP também considera como inadmissíveis as
BUSCA E APREENSÃO provas derivadas das ilícitas (teoria dos frutos da árvore
envenenada), salvo quando não evidenciado o nexo de
A busca e a apreensão, prevista no art. 240 e seguintes causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
do CPP, é considerada um meio cautelar de obtenção de puderem ser obtidas por uma fonte independente das
prova para evitar o desaparecimento de pessoa ou coisa, primeiras (teoria da prova inevitável).
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prisão preventiva de ofício pelo magistrado. A revogação, Crime hediondo: em se tratando de crime hediondo
no entanto, pode ser de ofício (art. 316 do CPP), além do ou equiparado o prazo da prisão temporária será de 30
que deve ser revista a cada 90 dias. dias, prorrogáveis por mais 30 dias
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transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 procedimento sumaríssimo serão contados em dias úteis.
não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando- Lei n. 14.245/21 (Lei Mariana Ferrer) - Durante as
se ao Ministério Público a continuidade da persecução audiências (procedimento comum, Juizado Especial ou
penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição Tribunal do Júri), ficam vedadas: I - a manifestação sobre
de inquérito policial”. circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto de
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Suspensão Condicional do Processo: o Ministério Latrocínio: é crime contra o patrimônio, por isso não
Público poderá propor a denominada suspensão é de competência do Tribunal do Júri.
condicional do processo por 2 a 4 anos, nos casos em que
a pena mínima cominada ao crime for igual ou inferior Procedimento: trata-se de procedimento especial
a 1 (um) ano, desde que o acusado não esteja sendo bifásico, uma vez que é dividido em duas grandes fases:
processado ou não tenha sido condenado por outro 1) Sumário da Culpa (Juízo da Acusação) e 2) Julgamento
CRIME e que estejam presentes os demais requisitos que em Plenário (Juízo da Causa).
autorizariam a suspensão condicional da pena. Se aceita
a proposta, o juiz determinará a suspensão do processo, PRIMEIRA FASE: SUMÁRIO DA CULPA
e o acusado terá extinta a punibilidade se cumprir as
condições impostas, dentre as quais: I - reparação do Na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri,
dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição o juiz decidirá apenas sobre a admissibilidade da acusação.
de frequentar determinados lugares; III - proibição de Principais atos: a) Oferecimento da denúncia ou
ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do queixa (neste último caso quando se tratar de ação
Juiz; e IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, penal subsidiária da pública), permitindo-se arrolar
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. até 8 testemunhas; b) Recebimento ou rejeição da
Revogação da suspensão: a) obrigatória se, no curso denúncia ou queixa; c) Recebida a denúncia ou queixa,
da suspensão, o beneficiário vier a ser processado por haverá a citação do Réu para se defender em 10 dias; d)
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a Resposta à acusação, permitindo-se à defesa arrolar até
reparação do dano, b) facultativa (poderá ser revogada) 8 testemunhas; e) Ministério Público ou o querelante tem
se o acusado vier a ser processado, no curso da o direito de se manifestar, em 5 dias, sobre a resposta
suspensão, por contravenção, ou descumprir qualquer à acusação, se alegadas preliminares ou forem juntados
outra condição imposta. documentos (art. 409 do CPP); f) Audiência de Instrução
e Julgamento. As alegações finais serão orais (não há
Audiência de Instrução e julgamento: aberta a previsão sobre a utilização de memoriais); g) Sentença
audiência de instrução e julgamento, será dada a palavra oral na própria audiência, ou por escrito em 10 dias. São
ao defensor para responder à acusação, após o que o possíveis quatro tipos de decisões.
Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa. Havendo
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de Decisão
acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado,
se presente, passando-se imediatamente aos debates Quando provada a inexistência
orais e à prolação da sentença (art. 81 da Lei n. 9.099/95). do fato; provado não ser ele
autor ou partícipe do fato; o
Provas: todas as provas serão produzidas na fato não constituir infração
audiência de instrução e julgamento, podendo o ABSOLVIÇÃO
SUMÁRIA penal; ou ainda demonstrada
Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, causa de isenção de pena ou
impertinentes ou protelatórias. Tratando-se de causa de exclusão do crime.
complexa que demande, por exemplo realização de
perícia, o processo será remetido para a Justiça Comum Recurso: Cabe Apelação
(art. 77, § 2º, da Lei n. 9.099/95).
Quando não houver indícios
Sentença: a sentença, dispensado o relatório, de autoria e materialidade.
IMPRONÚNCIA
mencionará os elementos de convicção do Juiz, sendo
que da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da Recurso: Cabe Apelação
sentença caberá apelação, no prazo de 10 dias, que
poderá ser julgada por turma composta de três Juízes Quando se tratar de crime que
em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na DESCLASSIFICAÇÃO não é da competência do Júri
sede do Juizado.
Recurso: Cabe RESE
Alteração Importante: a Lei n. 13.728/2018 acrescentou 13
o art. 12-A à Lei n. 9.099/95, estabelecendo que os prazos no
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da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando interposição do recurso (renúncia), enquanto que os
possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas fatos extintivos ocorrem após a interposição do recurso
e o local da infiltração e b) Indícios da existência da (desistência e deserção).
organização criminosa e demonstração de que a prova
não pode ser produzida por outros meios disponíveis.
FATO IMPEDITIVO FATO EXTINTIVO
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Reformatio in pejus indireta: conforme Interesse: admite-se o recurso apenas da parte que
jurisprudência do STF, é proibida a reformatio in pejus tiver interesse na reforma ou modificação da decisão (art.
indireta, que ocorre “quando a sentença condenatória é 577 do CPP).
anulada em recurso da defesa e o réu, submetido a novo
julgamento, vem a ser condenado a pena superior àquela
anteriormente fixada.” 18. RECURSOS EM ESPÉCIE
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE)
da decisão que rejeita a apelação, o recurso cabível é o razões de ambos os recursos será de 10 dias
RESE, g) que recusar homologação à proposta de acordo
de não persecução penal, previsto no art. 28-A. A lei n. Quando a matéria veiculada no recurso for questão
13.964/19 (pacote anticrime) acrescentou o inciso XXV ao de mérito, são cabíveis embargos, ao passo que, tratando
art. 581, passando a prever que cabe RESE da decisão o recurso processual, caberão embargos de nulidade.
que negar a homologação do acordo de nãopersecução
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penal.
Principais hipóteses: I - quando não houver justa Princípio da instrumentalidade das formas (art. 566
causa: quando inexistir um motivo legitimador para a do CPP): não será declarada a nulidade de ato processual
continuidade da persecução penal, é possível a concessão que não houver influído na apuração da verdade
de habeas corpus para trancar o inquérito policial ou a substancial ou na decisão da causa.
ação penal. II - quando alguém estiver preso por mais
tempo do que determina a lei, III - quando quem ordenar Princípio do interesse (art. 565 do CPP): nenhuma
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a coação não tiver competência para fazê-lo: Ordem de das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa,
prisão decretada pelo Delegado de Polícia ou Promotor ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade
de Polícia, já que apenas o juiz pode expedir ordem de cuja observância só à parte contrária interesse.
prisão (o delegado de polícia e o promotor de justiça
podem determinar apenas a prisão em flagrante), IV - Princípio da Convalidação: se a parte não suscitar a
quando houver cessado o motivo que autorizou a coação: nulidade relativa na primeira oportunidade que tiver para
Quando houver alteração do suporte fático que justificou a falar em audiência ou nos autos, haverá a convalidação
restrição da liberdade de locomoção do indivíduo, ou seja, do ato, ou seja, o ato anteriormente nulo passa à condição
quando não existir mais o motivo que justificou a coação, de ato válido (trata-se, portanto, de princípio aplicável
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos apenas às nulidades relativas).
casos em que a lei a autoriza, VI - quando o processo for
manifestamente nulo, VII - quando extinta a punibilidade: Princípio da Causalidade: pelo princípio da
Quando houver qualquer uma das hipóteses previstas no causalidade os atos que são dependentes ou consequência
art. 107 do CPP (prescrição, decadência, abolitio criminis, do ato considerado nulo também serão anulados. A
perdão do ofendido, etc.). título de exemplo, se a denúncia é considerada nula, o
interrogatório realizado posteriormente também será
Súmula n. 693 do STF: Não cabe habeas corpus eivado de nulidade.
contra decisão condenatória a pena de multa ou relativo
a processo em curso por infração penal a que a pena SÚMULAS IMPORTANTES
pecuniária seja a única cominada, já que não haverá
restrição à liberdade do acusado. Súmula 156 do STF - É absoluta a nulidade do
julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório.
REVISÃO CRIMINAL
Súmula 160 do STF - É nula a decisão do Tribunal que
Conceito: é uma modalidade de ação autônoma acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso
impugnativa que visa desconstituir uma sentença penal da acusação, ressalvados os casos de recurso de
condenatória já transitada em julgado. Não está sujeita ofício.
a prazo prescricional, podendo ser requerida a qualquer
tempo, inclusive após a morte do réu. Súmula 351 do STF - É nula a citação por edital de réu
preso na mesma unidade da federação em que o juiz
Sentença absolutória: não pode ser objeto de exerce a sua jurisdição.
revisão criminal, uma vez que não se admite revisão
criminal pro societate. Súmula 523 do STF - No processo penal, a falta
da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
Competência: a competência para julgar a revisão deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo
criminal é originária do Tribunal, de modo que, da decisão para o réu.
que julga a revisão criminal não cabe apelação
Súmula 706 do STF - É relativa a nulidade decorrente
Cabimento: I - quando a sentença condenatória for da inobservância da competência penal por prevenção.
contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos
autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em Súmula 707 do STF - Constitui nulidade a falta de
depoimentos, exames ou documentos comprovadamente intimação do denunciado para oferecer contrarrazões
falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a
provas de inocência do condenado ou de circunstância suprindo a nomeação de defensor dativo.
que determine ou autorize diminuição especial da pena.
Súmula 708 do STF - É nulo o julgamento da apelação
se, após a manifestação nos autos da renúncia do
20. NULIDADES NO PROCESSO PENAL único defensor, o réu não foi previamente intimado
para constituir outro.
NULIDADE RELATIVA NULIDADE ABSOLUTA Súmula 712 do STF - É nula a decisão que determina
o desaforamento de processo da competência do júri
Interesse das partes Interesse Público sem audiência da defesa.
Alegação no momento Reconhecida a qualquer
oportuno, sob pena de tempo
preclusão