3.1- LINGUAGEM A linguagem corresponde à maneira como a
pessoa se comunica, verbal e não verbal, incluindo gestos, olhar, expressão facial e corporal, e escrita. Na avaliação do estado mental deve-se dar ênfase à fala. AVALIAÇÃO Na avaliação da linguagem, o enfermeiro atenta-se para as características da fala, observando quantidade, velocidade, qualidade e volume. ALTERAÇÕES: Quantidade: prolixo, taciturno, não espontâneo, monossilábico. Velocidade: taquilalia (falar muito rápido), bradilalia (falar muito devagar), hesitante, latência para iniciar respostas. Qualidade:o conteúdo do discurso pode ser empobrecido, elaborado, vulgar (vulgaridade), obsceno (coprolalia), com uso de novas palavras (neologismos), de associação por rimas e salada de palavras. Volume: alto ou baixo. Outras alterações na fala incluem a afasia (não conseguir falar), logorréia (não parar de falar), disartria (dificuldade na articulação das palavras) e gagueira.
3.2- PENSAMENTO O pensamento corresponde ao conjunto
de funções integrativas capazes de associar novos e antigos conhecimentos e informações, permite a integração de estímulos externos e internos, abstrair, analisar, julgar, concluir, sintetizar e criar. AVALIAÇÃO- A avaliação do pensamento é realizada a partir da fala do cliente e corresponde a três características: produção ou forma, curso ou fluxo e conteúdo. A produção refere-se a maneira como a pessoa organiza as ideias, como as sequencia. Normalmente o pensamento deve ser lógico e coerente, ou seja, claro e fácil de acompanhar e entender. O fluxo refere-se à velocidade e a quantidade com que as ideias vêm ao pensamento. O conteúdo refere-se às ideias propriamente ditas, o tema predominante e se estão ou não conectadas à realidade. Na avaliação do conteúdo do pensamente é de extrema importância a identificação de ideias que sugiram que a pessoa possa oferecer perigo a si mesmo ou a outros, como risco de suicídio, agressão ou homicídio. ALTERAÇÕES: Forma: incoerência, ilogicidade, circunstancialidade (presença de detalhes irrelevantes e redundantes, com alcance do objetivo), tangencialidade (o objetivo da ideia nunca é alcançado ou não é claramente definido), fuga de ideias (discurso entrecortado com associações tênues ou inexistentes entre as ideias). Fluxo: acelerado, lentificado, bloqueado. Conteúdo: pensamento delirante (falsa crença não compartilhada por membros do grupo sociocultural), pensamento obsessivo (presença de ideia recorrente da qual a pessoa não tem controle), preocupação, ideação suicida ou homicida, ideias de morte, fobias. *Deve-se levar em consideração as crenças compartilhadas pelo grupo sociocultural de origem do cliente, evitando-se identificar como irreal as crenças vistas como naturais para determinadas comunidades.
3.3- SENSOPERCEPÇÃO A sensopercepção corresponde à
percepção e interpretação dos estímulos que se apresentam aos órgãos dos cinco sentidos. AVALIAÇÃO- A sensopercepção é avaliada durante a interação do enfermeiro com o paciente, onde o profissional trabalho com o relato direto e com a observação de comportamentos e falas sugestivos de uma alteração, buscando aproximar-se o quanto possível para descrever com detalhes a problemática em questão. ALTERAÇÕES: Ilusões: Ocorrem quando os estímulos sensoriais reais (estímulos externos presentes) são confundidos ou interpretados erroneamente. Alucinações: Ocorrem quando há percepção sensorial na ausência de estímulo externo (percepção sem objeto). Podem ser auditivas, visuais, táteis, olfativas, vestibulares (relacionadas ao equilíbrio e à localização espacial), de presença (sensação de presença de outra pessoa ou ser vivo invisíveis), somáticas (sensações irreais envolvendo o corpo ou órgãos internos). Despersonalização: alteração na percepção de si próprio, manifestada por sentimentos de estranheza ou irrealidade. Desrealização: alteração na percepção do meio ambiente.