2.TEORIA GERAL DO DIREITO ligadas à empresa.

Nesses casos, a despeitocapital,insumos, mão-de-obra e

EMPRESARIAL2.1.Conceito de Direito da ausência eventual de uma lei expressa, tecnologia;d)Produção/circulação de
Empresarial:É o ramo do direito privado que muitos conflitos empresariais poderão serbens/serviços: abrangência da Teoria da
tem a finalidade de disciplinar asatividades superados pela utilização dos usos e costumes.Empresa.3.5.Espécies de empresário:Empresa éo
comerciais, tanto aquelas advindas das 2.4.Teoria da Empresano Brasil No Brasil, pelotrabalho (atividade) exercido pelo empresário.O
sociedadesempresárias, dos empresários, Código Comercial de 1850, que adotava aempresário é o sujeito de direito, ele possui
como também de qualquer práticacomercial, Teoria dos Atos de Comércio, só eram personalidade. Pode ele ser tanto uma pessoa
regulando quaisquer condutas mercantis, consideradas atividades de mercancia:física, na condição de empresário individual,
atravésda elaboração e execução de normas Compra e venda de bens móveis quanto uma pessoa jurídica, na condição de
aplicáveis a este direito especial,bem como, semoventes, no atacado ou no varejo;sociedade empresária.CC, Art. 966. Considera-se
dirimindoos litígios relacionados às práticas Indústrias; Bancos; Logísticas; Armação eempresário quem exerce profissionalmente
empresariais.2.2.Objeto do Direito expedição de navios. Perceba que atividades atividade econômica organizada para a produção
EmpresarialO objeto do direito Empresarialé a como negociação de imóveis, atividades ou a circulação de bens ou de serviços.Parágrafo
atividade do empresário.O empresário articula rurais e principalmente prestação de serviços,único. Não se considera empresário quem
os fatores de produção (CMIT):Capital;Mão não considerada uma atividadeexerce profissão intelectual, de natureza
de obra;Insumos;Tecnologia. comercial.2.4.1.Perfis da empresaComo jácientífica,literária ou artística, ainda com o
vimos, de acordo com o conceito poliédricoconcurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se
A atividade econômica organizada para desenvolvido por Alberto Asquini, temoso exercício da profissão constituir elemento de
fornecimento de bens e serviços é quatro perfis da empresa: •PERFIL SUBJETIVO:empresa.3.5.1.Empresário individual: quando o
denominada de empresa. Empresa, em é a pessoa natural (empresário individual)titular da empresa é única pessoa física,
sentido técnico, é a atividade exercida pela ou a pessoa jurídica (sociedade empresária)naturalque exerce empresa profissionalmente,
pessoa física ou jurídica2.3.Fontes do direito que exerce atividade empresarial; •PERFILrespondendo direta e ilimitadamente pelas
empresarialO direito Empresarial tem fontes OBJETIVO: São os bens corpóreos e obrigações empresariais,equiparado à pessoa
próprias, divididas em fontes materiais e incorpóreos que instrumentalizam a vidajurídica para fins tributários.Prepostos do
formais (primárias ou secundárias).a)Fontes negocial. •PERFIL FUNCIONAL: é o complexoEmpresário (art. 1.169 a 1.178 do CC):É comum
materiaisAs fontes materiais do Direito de atos que compõem a vida que o empresário exerça a atividade
Empresarial são os fatos econômicos.Os fatos empresarial;•PERFIL CORPORATIVOempresarial através de representantes, estes são
econômicos, geralmente encadeados, OUINSTITUCIONAL: são osempregados que,chamados de prepostos, estão a frente da
compõem uma malha complexa de fatores com o empresário, envidam esforços àatividade empresarial, gerindo o próprio
que, combinados, formam as mais variadas consecução dos objetivos empresariais. Os negócio empresarial ou o representando a
feições mercadológicas.Nesse caso, o estudo interesses da empresa prevalecem sobre os empresa em determinado ato.O Código Civil
dos fatos econômicos e dos seus efeitos direitos individuais. Brasileiro reconhece dois tipos de prepostos: o
revela-se fundamental para a compreensão gerente e o contabilista.a)O gerente: É o
adequada dos sentidos e dos alcances das No Brasil, a Teoria Poliédrica da Empresa foiempregado do empresário que exerce função
normas que compõem o Direito reduzida à Teoria Triédricada Empresa, emde confiança, sendo hierarquicamente
Empresarial.Este estudo compreende, razão do aspecto corporativo se submeter àssuperior aos demais. Dirige o
inclusive, a economia de mercado.b)Fontes regras do Direito do Trabalho, abrangendo osestabelecimento empresarial, podendo
formaisFontes formais primárias ou diretasAs perfis subjetivo, objetivo e funcional (Waldírioinclusive tomar decisões de cunho
fontes formais primárias ou diretas são a Bulgarelli). 3.CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITOadministrativo.b)O contabilista: É aquele que
Constituição Federal de 1988 e a leis EMPRESARIAL3.1.Definição de empresa:Écuida da partecontábil do estabelecimento
infraconstitucionais.Merecem destaque o atividade econômica organizada de produçãoempresarial, realizando lançamento em fichas
Código Civil de 2002, nos artigos 966 e e circulação de bens e serviços para oou livros empresariais. A
seguintes, a segunda parte do Código mercado, exercida pelo empresário, em
Comercial de 1850, revogado parcialmente caráter profissional, por meio de um complexo escritura contábil é privativa do contabilista,
pelo Código Civil, além de inúmeras leis de bens. regularmente inscrito no respectivo
especiais que regulam a atividade conselho, cujos lançamentos serão
empresarial (Lei 8934/94, 9279/96, 6404/76 3.2.Conceito de empresário: Código Civil, Art. considerados como se fossem feitos pelo
etc.).O Código Civilvigenteadotou a teoria 966. Considera-se empresário quem próprio empresário, salvo se provada a má-
da empresa, por influência do Código exerce profissionalmente atividade econômica fé, como reza o art. 1.177, do Código Civil. A
Italiano de 1942.A teoria da empresa substitui organizada para a produção ou a circulação de Responsabilidade do Empresário em relação
a teoria dos atos do comércio adotada pelo bens ou de serviços.3.3.Excluídos do conceito aos prepostos:Os atos praticados pelos
Código Comercial de 1850.De acordo com a de Empresário:O parágrafo único do artigo prepostos são de responsabilidade do
teoria, empresa é uma atividade 966, do novo Código Civil exclui doconceito de empresário, através da culpain eligendo, ou
economicamente organizada, voltada à empresário: quem exerce profissão intelectual, seja, em eleger seus representantes. O artigo
produção ou circulação de produtos ou denatureza científica, literária ou artística, 932, III do Código Civil, ratifica tal
serviços, com o fim de lucro. Empresário, a seu ainda que tenham o concursode auxiliares entendimento sobre a responsabilidade do
turno, é o sujeito que realiza a empresa.Como ou colaboradores. Entretanto, caso seja empregador pelos atos de seus
dito, que diz respeito às fontes formais adotada umaestrutura empresarial, a empregados.CC,Art. 932. São também
primárias, é relevante pontuar que ainda atividade será considerada como responsáveis pela reparação civil:III -o
estão em vigor as disposições do Código empresária.Ex.: O médico dono de um empregador ou comitente, por seus
Comercial de 1850 que cuidam do Comércio hospital passará a ser empregados, serviçais e prepostos, no
Marítimo. consideradoempresário devido sua estrutura exercício do trabalho que lhes competir, ou em
organizacional, constituindo, assim,elemento razão dele;Responsabilidade do Empresário
Fontes formais secundárias ou indiretasAs de empresa.Atividade econômica organizada em relação aos clientes:O Código de Defesa do
fontes formais secundárias ou indiretas são os Produção e circulação de bens e Consumidor (CDC) reconhece o cliente como a
usos e costumes, além nas normas de direito serviçosMercadoEmpresário, em caráter parte mais vulnerável das relações
civil, principalmente as que tratam das profissionalMeio de um complexo de bens comerciais e, por isso, estabeleceu
obrigações e negócios jurídicos.Os usos e os
costumes representam referências essenciais 3.4.Características da atividade mecanismos para protegê-lo.Uma das formas
para a interpretação de inúmeras questões empresária:a)Profissionalismo: atividade encontradas foi estabelecer a responsabilidade
que envolvem o Direito Empresarial, habitual, exercida com assunção dos civil objetiva dos fornecedores pelos danos
riscos;b)Economicidade: a atividade advindos de suas atividades, disposta nos
sobretudo no âmbito do agronegócio.Isso artigos 12, 13 e 14 do CDC.Na prática, a
decorre do fato de que o Estado nem econômicaé exercida com fins
lucrativos;c)Organização: atividade exercida responsabilidade objetiva significa que o
sempre regula determinadas atividades
com articulação dos fatores de produção: fornecedor responde por qualquer dano
(moral ou material) ou prejuízo causado ao relaçãoaos empregadosA responsabilidade do 18-A.O Microempreendedor Individual -MEI
consumidor durante a relação de consumo, empregador é objetiva, vindo a respondernão poderá optar pelo recolhimento dos
ainda que a empresa não tenha só pelos atos ilícitos causados por seus impostos e contribuições abrangidos pelo
culpa.Requisitos caracterizadores da empregados diretos,mas por todos os Simples Nacional em valores fixos mensais,
responsabilidade civil objetiva:1) a existência trabalhadores que lhe prestem serviços ou independentemente da receita bruta por ele
de uma ação ou omissão por parte do alguma atividade em seu nome ouproveito, auferida no mês, na forma prevista neste
fornecedor;2) o dano causado ao artigo.§ 1º Para os efeitos desta Lei
pouco importando a natureza jurídica do
consumidor;3) o nexo de causalidade entre a Complementar, considera-se MEI quem tenha
vínculo. O vocábulo “prepostos”, indicadono
ação/omissão do fornecedor e o dano sofrido auferido receita bruta, no ano-calendário
art. 933, III, do Código Civil, tem sido anterior, de até R$ 81.000,00 (oitenta e um
pelo cliente.EXCEÇÃO: o fornecedor de
produtos só não seráresponsabilizado interpretado com bastante amplitude, mil reais), que seja optante pelo Simples
quando provar que não colocou o produto entendendo-se como tais os autônomos, Nacional e que não esteja impedido de optar
no mercado; que, embora o tenha colocado prestadores de serviço em geral, pela sistemática prevista neste artigo, e
no mercado, o defeito não existe; ou que a estagiários, cooperados,mandatários, seja empresário individual que se enquadre
culpa do dano é exclusiva do consumidor ou de parceiros, representantes comerciais, entre na definição do art. 966 da Lei nº 10.406,
terceiro. outros.3.5.2.Sociedade Limitada Unipessoal- de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), ou
SLU,é uma das formas de Sociedade Limitada o empreendedor que exerça:(Redação dada
A Responsabilidade do Empresário em pela Lei Complementar nº 188, de
na qual não é preciso ter sócios. O
relação à atividade empresarial:a)Arquivar: 2021)§2oNocasode
patrimônio do empreendedor fica separado
O empresário deverá arquivar os atos iníciodeatividades,olimitedequetratao§1oserá
constitutivos da empresa, a alteração do patrimônio da empresa, e também não
deR$6.750,00(seismil,setecentos
contratual e a dissolução da sociedade na há exigência de valor mínimo para compor o
ecinquentareais)multiplicados.
Junta Comercial (órgão do registro das Capital Social.CC,Art. 1.052. Na sociedade
empresas mercantis) com a finalidade de limitada, a responsabilidade de cada sócio é 3.5.4.Sociedades empresáriasAqueleque tem
que seja considerada regular a restrita ao valor de suas quotas, mas todos empresa, ou seja, exerce atividades
sociedade;b)Escriturar: Deverá, também, o respondem solidariamente pela integralização econômicas organizadas para a produção ou
empresário registrar os livros comerciais do capital social. § 1º A sociedade limitada circulação de bens e serviços. Quem
obrigatórios, como também, os facultativos pode ser constituída por 1 (uma) ou mais representa a pessoa jurídica é o
que porventura utilize;c)Levantar balanço: O pessoas. administrador. Pode existir sociedade entre 2
balanço patrimonial da empresa mercantil pessoas físicas para fins comerciais, mas
deverá ser apurado periodicamente, § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao sem registro na junta comercial e ter CNPJ
entendendo-se como obrigatório o documento de constituição do sócio único, no na receita federal. Em caso de falência, os
levantamento, no mínimo, anual.Os livros que couber, as disposições sobre o contrato sócios limitadamente até o valor de suas
empresariais: podem ser: social.Responsabilidade patrimonial quotas, mas todos respondem solidariamente
Elimitada. Sendo assim, não se pode para integralização do Capital Social.
Facultativos: São àqueles livros que têm sua
confundir o patrimônio da pessoa jurídica DAS SOCIEDADES 4.1.Das sociedades
escrituração não obrigatória, mas permitida
com o da pessoa física, ou seja, as dívidas
por lei, não acarretando nenhum efeito jurídico adquiridas pela sociedade limitada poderão personificadas e não personificadas A
sancionador. São aqueles em que a ser cobradas até o limite do capital da sociedade não personificada é desprovida
escrituração é imposta somente a uma empresa, ficando assim protegido o de personalidade jurídica, porque seu ato
determinada categoria de comerciante, patrimônio individual do empresário. Haverá constitutivo não foi registrado no cartório
dependendo da necessidade de utilização. Ex.: exceções quando se tratar da competente. Essas sociedade mesmo que
livro de entrada e saída de mercadorias Desconsideração da Personalidade tenham nome comercial ou tentem adotar
(somente para armazéns gerais); Cadernos Jurídica.Com o advento da Lei 13.874/19, que tipos de sociedade, desta forma não terão
manuais e protocolo (somente para desburocratizou o processo de abertura de personalidade jurídica. Assim, se tal
corretores de mercadorias); Registros de empresas, houve a criação da Sociedade empresário não for devidamente registrado,
ações nominativas, transferência de ações Limitada Unipessoal, que também possibilitou não poderá se beneficiar de direitos instituídos
nominativas, presença de acionistas, atas de a desnecessidade de sócios para sua abertura, no Direito Comercial (Coelho; 2011. p. 43).Já
além de não exigir um capital social asociedade personificada é toda aquela que
assembleia (somente para sociedades
mínimo, reduzindo, assim, os custos possui registro de seus atos constitutivos em
anônimas).Aausência desses livros não gera
iniciais do empreendimento, pondo fim a
qualquer sanção. Ex.: livro-caixa, livro-razão; Empresa Individual de Responsabilidade órgão competente.Antes mesmo de começar
Livro borrador ou costaneira; livro conta Limitada as atividades econômicas o empresário deverá
–EIRELI.3.5.3.Microempreendedor
corrente; livro IndividualA base legal para o MEI é a LC se inscrever no registro de empresas
estoque.Requisitos/formalidades de validade 128/2008 e alterações posteriores:Principais mercantis, que dá através das juntas
dos livros empresariaisPara que a escrituração características do MEIO MEI não tem contrato comerciais dos estados, como preleciona os
mercantil seja regular e produza os efeitos social e não pode ter sócio. O MEI é um art,s 967, 968 e 1.150 do Código Civil
jurídicos determinados pela lei, devem ser Empresário Individual, que exerce atividade Brasileiro.4.2.Classificação entre sociedades
observados os requisitos a seguir.a)Intrínsecos: econômica em nome próprio. O Certificado personificadas e não personificadas
É o modo que devem ser escriturados os livros da Condição de Microempreendedor Sociedade personificadasArt. 997. A
comerciais,conforme preceitua o art. 1.183, Individual–CCMEI, é o documento sociedade constitui-se mediante contrato
CC, a própria maneira de preenchimento. Ex: comprobatório do registro como MEI, escrito, particular ou público, que, além de
conforme previsto na Resolução Comitê cláusulas estipuladas pelas partes,
Idioma nacional; moeda nacional; forma
para Gestão da Rede Nacional para mencionará:I -nome, nacionalidade, estado
contábil; por ordem cronológica de dia,
aSimplificação do Registro e da Legalização
mês e ano, não podendo conter rasuras, de Empresas eNegócios -CGSIMn. 48, de 11 civil, profissão e residência dos sócios, se
emendas, entrelinhas, espaço em de outubro de 2018, e substitui o pessoas naturais, e a firma ou a denominação,
branco.b)Extrínsecos: É a maneira que dizem Requerimento de Empresário para todos os nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;II -
respeito à segurança que deve ser dada à fins.Atualmente, denominação, objeto, sede e prazo da
escrituração mercantil, art. 1.181, CC. Ex: Os ofaturamentoanualdoMEIdeve ser de sociedade;III -capital da sociedade,
livros devem conter termo de abertura, atéR$81mil. A regra não fala de um expresso em moeda corrente, podendo
termo de encerramento e estarem faturamento máximo mensal, mas a média compreender qualquer espécie de bens,
autenticados pela Junta Comercial.A teria que ser até R$ 6.750 para que o valor suscetíveis de avaliação pecuniária;IV -a quota
Responsabilidade do Empresário em total não ultrapasse o teto.LCP n. 123/06, Art. de cada sócio no capital social, e o modo de
realizá-la;V -as prestações a que se obriga o
sócio, cuja contribuição consista em
serviços;VI -as pessoas naturais incumbidas da
administração da sociedade, e seus poderes e
atribuições;VII -a participação de cada sócio
nos lucros e nas perdas;VIII -se os sócios
respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais.Atenção!Nos termos do
artigo 982,parágrafo único, do Código Civil a
sociedade cooperativa é considerada
sociedade simplese, com fulcro no artigo
1.150 do Código Civil, a sociedade simples
vincula-se ao Registro Civil das Pessoas
Jurídicas.Assim, o estatuto social das
cooperativas deveria ser registrado no Registro
Civil de Pessoas Jurídicas.Ocorre que o
Código Civil não revogou a Lei das
Cooperativas (Lei 5.764/71). Nessa medida,
apesar de serem equiparadas às sociedades
simples pelo Código Civil de 2002, as
cooperativas devem registrar seus atos na
Junta Comercial e não no Cartório de
Registro Civil de Pessoas Jurídicas.Foi nesse
ínterim que decidiu a 6ª Turma do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a
terceiros qualquer pacto separado, contrário
ao disposto no instrumento do contrato....Art.
1.150. O empresário e a sociedade
empresáriavinculam-se ao Registro Público de
Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro
Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá
obedecer às normas fixadas para aquele
registro, se a sociedade simples adotar um dos
tipos de sociedade empresária.4.4.As
Sociedades Empresariais ou Comerciais
(art.981 CC):Art. 981. Celebram contrato de
sociedade as pessoas que reciprocamente
se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade
econômica e a partilha, entresi, dos
resultados.4.4.1.Formação da Sociedade
Empresária ou Comercial:Elementos:a) a
pluralidade de sócios: A sociedade necessita de
mais de uma pessoa para sua formação, pois
se assim não fosse não poderia ser chamada
de sociedade.O empresário que não queira
sócio deverá, perante a Junta Comercial do
Estado, fazer seu registro como Empresário
Individual. b) O “affectio societatis”(vontade
de constituir sociedade): É a própria
manifestação de vontade que os sócios
demonstram na constituição da
sociedadeempresária. Se houver vícios de
vontade o contrato poderá ser
anulado.4.4.2.Início e extinção da Sociedade
Empresária:Art. 985. A sociedade adquire
personalidade jurídica com a inscrição, no
registro próprio e na forma da lei, dos seus
atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).Conforme
preceitua o art. 985 do Código Civil, a
sociedade comercial adquire personalidade
jurídica com o arquivamento de seus atos
constitutivosno registro competente, ou seja,
passa a existir como sociedade personificada
(com personalidade própria). Nota-seque a
sociedade de fato ou irregular, também,
tem repercussão no mundo jurídico, porém
seus direitos são limitados e suas obrigações
dilatadas.
A sociedade comercial deixa de ter a
personalidade jurídica com a sua dissolução
por determinação legal ou por vontade dos
sócios, conforme se vislumbra nos arts.
1.028/1.038.
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-
se-á sua quota, salvo:I -se o contrato dispuser
diferentemente;II -se os sócios remanescentes
optarem pela dissolução da sociedade;III -se,
por acordo com os herdeiros, regular-se a
substituição do sócio falecido.Art. 1.029.
Além dos casos previstos na lei ou no contrato,
qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se
de prazo indeterminado, mediante notificação
aosdemais sócios, com antecedência mínima
de sessenta dias; se de prazo determinado,
provando judicialmente justa causa.Parágrafo
único. Nos trinta dias subseqüentes à
notificação, podem os demais sócios optar
pela dissolução da sociedade.Art. 1.030.
Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu
parágrafo único, pode o sócio ser excluído
judicialmente, mediante iniciativa da maioria
dos demais sócios, por falta grave no
cumprimento de suas obrigações, ou, ainda,
por incapacidade superveniente.Parágrafo
único. Será de pleno direito excluído da
sociedade o sócio declarado falido, ou
aquele cuja quota tenha sido liquidada nos
termos do parágrafo único do art. 1.026.Art.
1.031. Nos casos em que a sociedade se
resolver em relação a um sócio, o valor da
sua quota, considerada pelo montante
efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo
disposição contratual em contrário, com
base na situação patrimonial da sociedade,
à data da resolução, verificada em
balanço especialmente levantado.§ 1oO capital
social sofrerá a correspondente redução, salvo
se os demais sócios suprirem o valor da
quota.§ 2oA quota liquidada será paga em
dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da
liquidação, salvo acordo, ou estipulação
contratual em contrário.Formas de dissolução
das sociedades comerciais Determinação
judicial Vontade dos sócios
Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do
sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da
responsabilidade pelas obrigações sociais
anteriores, até dois anos após averbada a
resolução da sociedade; nem nos dois
primeiros casos, pelas posteriores e em igual
prazo, enquanto não se requerer a
averbação.Seção VIDa DissoluçãoArt. 1.033.
Dissolve-se a sociedadequando ocorrer:I -o
vencimento do prazo de duração, salvo se,
vencido este e sem oposição de sócio, não
entrar a sociedade em liquidação, caso em
que se prorrogará por tempo indeterminado;II
-o consenso unânimedos sócios;III -a
deliberação dos sócios, por maioria
absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;IV -(Revogado pela Leinº
14.195, de 2021)V -a extinção, na forma da lei,
de autorização para funcionar.Parágrafo único.
(Revogado pela Lei nº 14.195, de 2021)Art.
1.034. A sociedade pode ser dissolvida
judicialmente, a requerimento de qualquer dos
sócios, quando:I -anulada a sua constituição;II -
exaurido o fim social, ou verificada a sua
inexeqüibilidade.Art. 1.035. O contrato pode
prever outras causas de dissolução, a serem
verificadas judicialmente quando
contestadas.Art. 1.036. Ocorrida a dissolução,
cumpre aos administradores providenciar
imediatamente a investidura do liquidante,
e restringir a gestão própria aos negócios
inadiáveis, vedadas novas operações,
pelas quais responderão solidária e
ilimitadamente.Parágrafo único. Dissolvida
de pleno direito a sociedade, pode o sócio
requerer, desde logo, a liquidação judicial.Art.
1.037. Ocorrendo a hipótese prevista no
inciso V do art. 1.033, o Ministério Público,
tão logo lhe comunique a autoridade
competente, promoverá a liquidação judicial
da sociedade, se os administradores não o
tiverem feito nos trinta dias seguintes à perda
da autorização, ou se o sócio não houver
exercido a faculdade assegurada no parágrafo
únicodo artigo antecedente.
Parágrafo único. Caso o Ministério Público não
promova a liquidação judicial da sociedade nos
quinze dias subseqüentes ao recebimento da
comunicação, a autoridade competente para
conceder a autorização nomeará interventor
com poderes para requerer a medida e
administrar a sociedade até que seja nomeado
o liquidante.Art. 1.038. Se não estiver
designado no contrato social, o liquidante
será eleito por deliberação dos sócios,
podendo a escolha recair em pessoa estranha
à sociedade.§ 1oO liquidante pode ser
destituído, a todo tempo:I -se eleito pela
forma prevista neste artigo, mediante
deliberação dos sócios;II -em qualquer caso,
por via judicial, a requerimento de um ou mais
sócios, ocorrendo justa causa.§ 2oA liquidação
da sociedade se processa de conformidade
com o disposto no Capítulo IX, deste
Subtítulo.A dissolução ocorrerá em três
fases:a) a dissolução (em sentido estrito): É a
própria desconstituição da sociedade
empresaria, o fim da sociedade, o
fechamento das “portas” da empresa, o
encerramento da atividade produtiva do
estabelecimento empresarial.b) a liquidação:
Após a dissolução da sociedade, deverá ser
apurado seu inventário para que seja realizado
o ativo (levantamento de bens e seus valores
aproximados), os bens serão alienados
(vendidos) para satisfação do passivo
(pagamento de seus credores).c) a Partilha:
Encerrada a liquidação, vendidos os bens e
adimplido seus credores, os sócios da
empresa poderão partilhar (dividir) os
bens remanescentes, sempre observando o
percentual que cabe a cada um dos
titulares.4.4.3.As sociedades entre cônjuges:O
artigo 977 do Código Civil faculta a
realização das sociedades empresarias entre
os cônjuges, ou deles com terceiros desde
que não sejam casados no regime de
comunhão universal de bens ou separação
obrigatória.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar
sociedade, entre si ou com terceiros, desde
que não tenham casado no regime da
comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória.Alienação e oneração
debens da sociedade entre cônjuges Art. 978.
O empresário casado pode, sem
necessidade de outorga conjugal, qualquer
que seja o regime de bens, alienar os
imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real
A responsabilidade dos sócios:a) Limitada:
Nas sociedades que tem a responsabilidade
limitada, como é o caso da sociedade
limitada (LTDA) e da companhia (CIA), as
obrigações sociais encontram limite no capital
social, mesmo quando as dívidas forem
superiores aeste.Tais obrigações não
ultrapassam o capital social para alcançar
o patrimônio pessoal dos sócios, desde que
suas cotas estejam totalmente integralizadas
ou suas ações subscritas, ou seja, não
respondem pelas obrigações sociais da
empresa.b) Ilimitada: Caso a empresa esteja
com insolvência financeira e seu patrimônio
não seja suficiente para saldar a dívida os
sócios respondem com seus bens pessoais,
mesmo além do capital social. Entretanto,
deverá ser respeitado o art. 1.024 do diploma
civil, que disciplina a prioridade da execução
no patrimônio da empresa.Benefício de
ordem: Art. 1.024. Os bens particulares dos
sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de
executados os bens sociais.c) Mista: Nestas
sociedades existem dois tipos de sócios,
uns com a responsabilidade limitada e outro
respondendo
ilimitadamente.4.4.5.Desconsideração da
personalidade jurídica da sociedade:Também
conhecida como despersonificação ou
despersonalização da pessoa jurídica. Em
algumas hipóteses, mesmo a sociedade
tendo sua responsabilidade limitada, é
desconsiderada a personalidade jurídica
da sociedade e o patrimônio pessoal do sócio
responderá pelas obrigações sociais, são os
seguintes casos:a) Crime ao meio ambiente;b)
Desvio de finalidade ou confusão patrimonial
do art. 50 do Código Civil;c) Dívidas
trabalhistas;d) Débitos fiscais;e) Violação aos
direitos do consumidor.
As sociedades empresariais, quando
devidamente registradas, adquirem
personalidade jurídica. Dentre as
consequências dessa aquisição, existe a
responsabilidade patrimonial, onde, por meio
do Princípio da Autonomia, os bens do sócio
não se confundem com os bens da
sociedade.Princípio da Autonomia
Patrimonial:O manto da personificação da
sociedade permite que os bens dos sócios
sejam considerados distintos dos bens da
sociedade, ou seja, os bens são
incomunicáveis.Consiste no afastamento
temporário,ocasional e excepcional da
personalidade jurídica da sociedade
empresarial, a fim de permitir, em caso de
abuso ou de manipulação fraudulenta, que
o credor lesado satisfaça, com o patrimônio
pessoal dos sócios da empresa, a obrigação
não cumprida.EM REGRA
TeoriasAcerca da desconsideração da
personalidade jurídica, nosso ordenamento
consagra duas teorias básicas para a
responsabilização dos sócios: a)Teoriamaior:
aplica-se ao caso de desvirtuamento da
personalidade jurídica. A teoria maior, por sua
vez, subdivide-se em subjetivae objetiva. Pela
primeira formulação, a desconsideração
requer o elemento fraude, enquanto que,
pela segunda, basta que se demonstre a
confusão patrimonial.b)A teoria menor: se
caracteriza pelo simples inadimplemento
das obrigações da sociedadeA legislação civil
adotou a teoria maior, nas suas duas
vertentes, conforme dispõe o artigo 50, do
Código Civil (com a redação dada pela Lei nº
13.874, de 2019):Art. 50. Em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la
para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares de administradores ou de
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta
ou indiretamente pelo abuso.(Redação dada
pela Lei nº 13.874, de 2019)§ 1º Para os fins
do disposto neste artigo, desvio de
finalidade é a utilização da pessoa jurídica
com o propósito de lesar credores e para a
prática de atosilícitos de qualquer natureza.
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)§ 2º
Entende-se por confusão patrimonial a
ausência de separação de fato entre os
patrimônios, caracterizada por:(Incluído pela
Lei nº 13.874, de 2019)I -cumprimento
repetitivo pela sociedade de obrigações
do sócio ou do administrador ou vice-versa;
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)II -
transferência de ativos ou de passivos sem
efetivas contraprestações, exceto os de valor
proporcionalmente insignificante; e(Incluído
pela Lei nº 13.874, de 2019)III -outros atos de
descumprimento da autonomia patrimonial.
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)§ 3º O
disposto nocapute nos §§ 1º e 2º deste artigo
também se aplica à extensão das obrigações
de sócios ou de administradores à pessoa
jurídica.(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)§
4º A mera existência de grupo econômico sem
a presença dos requisitos de que trata
ocaputdeste artigo não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa
jurídica.(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)§
5º Não constitui desvio de finalidade a mera
expansão ou a alteração da finalidade original
da atividade econômica específica da pessoa
jurídica.(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Nota-se: No processo do trabalho impera a
aplicação da teoria menor da
desconsideração da personalidade jurídica,
aplicando-se as disposições do § 5º do art. 28
do CDC , quando demonstrado o prejuízo do
lesado, caso em que a autonomia patrimonial
da empresa é afastada e os sócios chamados a
cumprir a obrigação.De igual modo, basta o
elemento objetivo do inadimplemento pelo
sócio para o reconhecimento da
desconsideração inversa, eis que não pode
a pessoa jurídica servir de escudo para o
inadimplemento do crédito exequendo.