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ESCOLA NAVAL 2024

REDAÇÃO

AULA 03
Desenvolvimento I

Prof.ª Celina Gil

www.estrategiamilitares.com.br
Prof.ª Celina Gil

Sumário
Apresentação 3

1 - Repertório de redação 4

Violência no Brasil 4

Black Lives Matter 7

Papel da internet 10

Cultura pop 12

2 - Desenvolvimento - Tópico Frasal 14

3- Prática de redação 31

Considerações Finais 32

Siga minhas redes sociais!

Professora Celina Gil @professoracelinagil @professoracelinagil

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Apresentação
Olá!

Essa é uma das aulas mais importantes para a escrita de sua redação. Começaremos aqui nosso
estudo sobre o desenvolvimento a partir da ideia de tópico frasal. Essa é a parte à qual você deve se
dedicar com maior profundidade na sua redação. O importante é investir em uma argumentação
aprofundada!

Na aula de hoje, veremos então:

- Prática e estudo de desenvolvimento dos argumentos a partir de tópico frasal;

- Exercícios de identificação de temática; desenvolvimento de argumentos e planejamento de redação; e

- Prática de redação

Nossas aulas de redação serão sempre compostas de 3 partes:

1 - Análise social
Apontamentos acerca de assuntos ligados ao contemporâneo.
Esses apontamentos têm o objetivo de fortalecer seu repertório e auxiliar na
elaboração de argumentos.

2 - Estudo de uma parte da dissertação


Estudo aprofundado de uma das partes que compõe o texto dissertativo.
Vamos passar por introdução, desenvolvimento, conclusão e coesão/coerência.

3- Produção textual
Análise de redações/trechos de redações e/ou exemplo de produção textual.
Propostas de redação inéditas para serem executadas pelo aluno.

Vamos lá?

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1 - Repertório de redação
Nosso repertório de redação de hoje fala sobre conflitos sociais e violência, a partir de diferentes
abordagens.

Tópicos da aula

Violência no Black Lives Papel da


Cultura Pop
Brasil Matter internet

Violência no Brasil
Um exemplo recente foi representativo de como a violência se mistura com os meios digitais no
Brasil e no mundo atualmente:

Crise de segurança no Ceará (2019)


Há uma guerra virtual dentro da guerra travada entre facções criminosas e o Governo
estadual nas ruas do Ceará. Os criminosos se multiplicam em mensagens no WhatsApp e
Facebook e amplificam a onda de pavor na qual Fortaleza e outras 50 cidades estão
mergulhadas há duas semanas, quando atentados começaram a acontecer. Em
contrapartida, o Estado tenta lançar mão de uma artilharia digital pesada para tentar rebater
as ameaças. Passou inclusive a oferecer recompensa de até 30.000 reais por informações
após uma denúncia feita por aplicativo levar a Secretaria Estadual da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS) a um depósito clandestino com mais de cinco toneladas de explosivos.
Em vídeos, áudios e textos, os bandidos mostram como agem e mandam recados audaciosos
à população e à alta cúpula da Polícia Militar cearense. “Agora a bagunça vai começar, é de
com força”, debocha o membro de uma das facções enquanto filma um ônibus em chamas.
“Uns toca fogo na prefeitura, uns toca fogo nos coisa lá dos policial, tá ligado?”, desafia
outro, em reprodução das mensagens que mantém as incorreções ortográficas originais.
A ousadia é tamanha que até um canal no YouTube os criminosos criaram. O Facções News
tem vídeo com quase 145 mil visualizações. “Logo que os ataques começaram [dia 2 de
janeiro], a gente recebia mensagem direto. Eu lembro que uma das primeiras que chegaram
para mim era dizendo que um avião tinha sido derrubado na BR. E muita gente acreditou
porque o estrondo foi forte. O chão tremeu e tudo. Depois foi que a gente soube que tinham
explodido uma bomba pra derrubar um viaduto”, relata a dona de casa Célia Souza,
moradora do Metrópole, bairro de Caucaia, segunda maior cidade do Ceará, que fica na
Região Metropolitana de Fortaleza.
(...)

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Para além da disseminação do terror nas redes, os ataques são filmados também como
forma de os autores comprovarem o ato às facções e receberem pagamento por isso. Por
outro lado, o Governo promove campanhas digitais pedindo que a população não dissemine
notícias de procedência duvidosa. Prefeituras e o Ministério Público do Estado do Ceará
(MP/CE) endossam a mobilização, que enaltece ainda a importância de denúncias serem
feitas, mesmo que anonimamente, aos órgãos de segurança
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/16/politica/1547673104_237553.html

Segurança pública
Segundo Lilia Schwarcz, há alguns tipos de violência a serem considerados nos debates sobre
segurança pública. Ela divide, essencialmente, entre

Violência urbana
Violência no campo
Assaltos e furtos; sequestros; crime
Disputa de terras, mão de obra escrava;
organizado; tráfico de armas e drogas
conflitos com a população indígena etc.
etc.

A persistência do problema com a segurança pública no Brasil alimenta o debate sobre a


autorização ou não do porte e da posse de armas por civis no país.

Desde 2019, algumas regras acerca da posse de armas vêm sendo modificadas. Veja argumentos
contra e a favor das mudanças no Estatuto do Desarmamento e nas políticas de posse e porte de armas
no Brasil:

Contra mudanças A favor de mudanças

• Quanto menos armas em circulação, menores • O Estatuto do Desarmamento falhou


os índices de mortes por armas de fogo e de em cumprir seu papel de diminuir a
criminalidade. violência no Brasil. Enquanto os
cidadãos encontram mais dificuldades
• Segundo estudo recente, estima-se que a para possuir armas, os bandidos
aprovação do Estatuto do Desarmamento continuam a ter meios para obtê-las.
evitou, entre 2004 e 2015, mais de 160 mil
mortes no país. Para chegar a esse número, • Uma população armada tende a fazer a
pesquisadores consideraram que o ritmo de criminalidade cair, uma vez que
crescimento de mortes por arma de fogo criminosos pensam duas vezes antes de
diminuiu no país nesse período: entre 1980 e realizar assaltos ou invadir residências:
2003, a taxa média era de aumento de 8,1% o risco de perderem sua vida é maior.
ao ano, enquanto entre 2004 e 2014 a taxa Enquanto no Brasil apenas 3,5% dos
média de aumento foi de 2,2%. domicílios possuem armas de fogo, em
países com baixas taxas de
• O porte de arma não garante que o cidadão criminalidade há proporcionalmente
terá condições de se defender em caso de
assalto, por exemplo. Em geral, o assaltante

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se utiliza do elemento surpresa para se mais domicílios com armas, como Suíça,
colocar em vantagem em relação à vítima, França e Canadá.
não havendo margem para que o cidadão
possa usar sua arma efetivamente. Além • As mortes por conta das armas de fogo
disso, reagir a um assalto aumenta em 180 continuam a crescer no Brasil mesmo
vezes o risco de morrer, tornando ainda após a aprovação do Estatuto. Foram
menos aconselhável o uso de uma arma nessa mais de 42 mil homicídios desse tipo
situação. apenas no ano de 2012. Isso significa
que a menor circulação de armas não
• O mercado legal de armas abastece o coibiu a violência.
mercado ilegal. Segundo o relatório da CPI do
Tráfico de Armas, de 2006, 86% das armas • O cidadão deve ter direito à posse e ao
apreendidas pela polícia haviam sido porte de arma, uma vez que se trata de
fabricadas e vendidas no Brasil. um instrumento de legítima defesa.
Restringir isso significa limitar a
• O porte de armas também aumenta as liberdade do cidadão para garantir sua
chances de mortes acidentais ou por motivos própria segurança.
fúteis, como brigas de trânsito, discussões,
entre outras. • Muitas vidas poderiam ter sido salvas
nos últimos anos se a população
pudesse se defender com uma arma.

(Fonte: <https://www.politize.com.br/o-estatuto-do-desarmamento-deve-ser-revisto/> Acesso em 16 fev. 2021)

Ataques em escolas
A frequência com que os episódios de violência ocorrem faz que não nos surpreendamos
mais com notícias que antes nos causavam indignação. Esse processo de banalização
gradativa desfaz a importância que se dá ao acontecimento e, paralelamente, proporciona
a sua intensificação e o aparecimento de formas mais elaboradas e graves de bullying.
Quem não se lembra do triste episódio ocorrido em 1999 em Columbine, uma escola de
Ensino Médio dos Estados Unidos? Dois alunos entraram, atiraram em várias pessoas e
mataram 12 estudantes e um professor, feriram 23 colegas, alguns gravemente, e depois
cometeram suicídio. Essa tragédia mobilizou toda a imprensa americana e internacional.
Pesquisas sobre a vida pregressa dos dois agressores constataram que haviam sido vítimas
de bullying por um tempo prolongado (Clabaugh & Clabaugh, 2005).
Outros acontecimentos semelhantes se sucederam a esse, como o de Virgínia Tech, outra
escola também dos Estados Unidos, ou o de Patogenes, na Argentina, sempre relacionados
ao fato de que seus autores haviam sofrido bullying.
(Ristum, Marilena, Bullyng Escolar. In.: ASSIS, SG., CONSTANTINO, P., and AVANCI, JQ., orgs. Impactos da violência na
escola: um diálogo com professores [online]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação/ Editora FIOCRUZ, 2010.p. 108 e
109. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/szv5t/pdf/assis-9788575413302.pdf> Acesso em 28/10/2019)

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Papel do Estado
A partir da análise de caso da crise de segurança do Rio de Janeiro, a Revista TrendR listou 5
motivos que podem ajudar a compreender a dimensão do problema e como o Estado pode atuar nesse
sentido:

Liderança

• Há falta de projeto a longo prazo por parte das lideranças governamentais.

Recursos

• Não se direciona dinheiro suficiente para a área, principalmente para a


remuneração de agentes de segurança.

Planejamento

• O número de agentes nas ruas, com treinamento adequado e condições de


trabalho é pequeno ; e a organização das ações não é feita de maneira
pensada.

Falta de visão holística

• Não se combate a violência em suas especificidades; trata-se a violência


como se fosse algo uno e com uma só solução.

Desautorização de forças de segurança

• Não se buscam estratégias para garantir que a população se coloque ao lado


das forças de segurança; há muita resistência à presença das forças de
segurança – em parte porque os projetos não têm se mostrado eficazes.

Black Lives Matter

Em 2020, uma onda de protestos varreu os Estados Unidos, depois se espalhando pelo mundo, em
decorrência do assassinato de George Floyd por um policial, em Mineápolis. O ataque ao homem foi
filmado por uma jovem que estava perto quando tudo ocorreu e as imagens ganharam o mundo.

O Black Lives Matter, às vezes citado nos cartazes como BLM, é uma organização que
nasceu em 2013 por três ativistas norte-americanas: Alicia Garza, da aliança nacional de
trabalhadoras domésticas; Patrisse Cullors, da coalizão contra a violência policial em Los
Angeles; e Opal Tometi, da aliança negra pela imigração justa. Hoje, é uma fundação global
cuja missão é "erradicar a supremacia branca e construir poder local para intervir na
violência infligida às comunidades negras" pelo Estado e pela polícia.
A união destas três mulheres, e a convocação do movimento foi uma reação à absolvição
do vigia George Zimmermann, então acusado de assassinar o adolescente negro Trayvon

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Martin, que voltava para casa após comprar doces e foi morto com um tiro no peito em
Sanford, na Flórida.
Mas o ativismo delas só ganhou destaque no ano seguinte, após outros dois casos de
negros mortos por policiais nos Estados Unidos: Michael Brown, 18, baleado em Ferguson,
e Eric Garner, de 43, estrangulado em Nova York. Ambos estavam desarmados.
O que começou como luta contra a brutalidade policial norte-americana se transformou
em um movimento mundial pelos direitos da população preta. "Não é uma guerra entre
brancos e negros, mas uma luta de todos contra o racismo. O Black Lives Matter deu
visibilidade, mas a nossa luta é muito mais antiga, pela existência como seres humanos, pelo
direito de viver e sair na rua sem ser alvejado", afirma Silvana Inácio, jornalista e criadora do
Podcast Zumbido
Disponível em <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/06/03/black-lives-matter-conheca-o-
movimento-fundado-por-tres-mulheres.htm> Acesso em 19 mar. 2021)

Fonte: Unsplash

No Brasil, esse assunto repercutiu principalmente por conta da persistência do preconceito racial
no país. Desde o início da colonização, no século XVI, a cor operou como um marcador social fundamental
no Brasil, estabelecendo hierarquias internas que conferiam maior ou menor exclusão. Principalmente no
século XIX, falou-se em Darwinismo social no Brasil. Essa teoria aponta que atributos externos e
fenotípicos definem a moral e a capacidade de desenvolvimento dos povos. Diferenças sociais são,
portanto, dadas como naturais. Aspectos históricos e culturais são ignorados.

Os índices de violência e morte no Brasil também impactam mais a população negra. Ainda assim,
a maioria das pessoas afirma não se enxergar como racista:

É só dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em


1988, em São Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98%
dos mesmos entrevistados disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim,
preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos sobre o grau de relação com aqueles

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que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com frequência parentes


próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, como
uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados.

(Lilia Moritz Schwarcz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012.
Adaptado.)
INDO MAIS

FUNDO!

Referências para se aprofundar quando o assunto for racismo em uma redação.

Momentos da história
- História Americana
- Apartheid na África do Sul
- História do Jazz.
- Brasil: leis relacionadas a escravidão.
- Desigualdade social no Brasil
- Políticas de cotas
Filmes e séries
- Infiltrado na Klan.
- Pantera Negra.
- Olhos que condenam.
- Atlanta.
- Corra!
- Selma
- 12 anos de escravidão
- Cara gente branca.
Livros
- Quarto de despejo.
- Olhos d’água.
- Americanah.
- A cor púrpura.
- O cortiço.
- Pai contra mãe.
- Racismo Estrutural

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- Pequeno Manual Antirracista


- O ódio que você semeia.

Papel da internet

Fóruns e Deep Web


Os autores do atentado que matou oito pessoas (entre elas, cinco adolescentes) em uma
escola em Suzano, na Grande São Paulo, estão sendo investigados por uma possível ligação
com um grupo virtual no qual mensagens de ódio são espalhadas e crimes violentos são
prometidos constantemente. Os chamados “chans”, fóruns virtuais muitas vezes situados
na deep web – uma parte da internet só acessível com ferramentas específicas que dão
anonimidade aos usuários – entraram na mira da Polícia Federal e do Ministério Público após
os assassinatos.
Trata-se de uma faceta dos crimes de ódio pouco conhecida do público, mas já investigada
pelas autoridades há algum tempo, afirma Pablo Ortellado, doutor em filosofia, professor
do curso de Gestão de Políticas Públicas na USP e coordenador do Grupo de Pesquisa em
Políticas Públicas para o Acesso à Informação, que monitora o fluxo de usuários na internet
em relação a conteúdos políticos. Esses fóruns virtuais, diz, não são sempre espaços de
propagação de ódio, mas em muitos casos são criados com esse fim, com uma “cultura de
misoginia, racismo, discriminação que são movidas pela frustração”.
Fonte: <https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/03/chans-o-que-se-sabe-sobre-os-canais-que-
espalham-odio-pela-internet-e-comemoraram-o-atentado-em-suzano.html> Acesso em nov.2019

Acirramento do discurso político


Os gráficos abaixo mostram as páginas curtidas por brasileiros no Facebook nos anos de 2013 e
2016, respectivamente. Os pontos maiores representam páginas com mais seguidores e os links entre os
pontos representam páginas que uma mesma pessoa segue.

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Pablo Ortellado e Marcio Moretto Ribeiro, CC BY


Gráficos disponíveis em: <https://theconversation.com/mapping-brazils-political-
polarization-online-96434> Acesso em 18 abr.2019.

Papel da imprensa
Quando o assunto é violência nos veículos de comunicação, há duas acusações comuns: de que a
imprensa não noticia a violência o suficiente; ou de que a imprensa suaviza a violência quando fala dela,
o que tira o peso das ações. De todo modo, a violência é muitas vezes vista como banalizada pelos meios
de comunicação.

Não falar o suficiente sobre a violência

No Brasil, os casos de Taiúva em São Paulo, e de Remanso, na Bahia, também foram


protagonizados por estudantes vítimas de bullying (Fante, 2005). Em ambos os casos, os
adolescentes sofreram hostilidade, humilhação e constrangimento durante vários anos.
Edimar, de Taiúva, após concluir o Ensino Médio, voltou à sua ex-escola e feriu uma
professora, seis alunos e o zelador, matando-se em seguida. Em Remanso, Denilton, após se
deparar com a sua ex-escola e com sua escola atual fechadas (as aulas haviam sido
suspensas), dirigiu-se à casa de seu principal agressor, um garoto de 13 anos, e o assassinou
com um tiro na cabeça. A seguir, foi à escola de informática em que estudou e atirou contra
funcionários e alunos, atingindo fatalmente uma secretária e ferindo três pessoas. Apesar
da gravidade, esses casos não foram tão alardeados pela imprensa nem causaram tanta
surpresa e comoção, evidenciando o processo de banalização.
(Ristum, Marilena, Bullyng Escolar. In.: ASSIS, SG., CONSTANTINO, P., and AVANCI, JQ., orgs. Impactos da violência na
escola: um diálogo com professores [online]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação/ Editora FIOCRUZ, 2010.p. 108 e
109. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/szv5t/pdf/assis-9788575413302.pdf> Acesso em 28/10/2019)

Suavizar a violência

Às vezes, estamos procurando um calmante, um Rivotril da vida, e acabamos tomando, sem


querer, uma dose do jornalismo diário brasileiro. Se o primeiro tranquiliza e dá sono, o
segundo causa algo desastroso para o cotidiano: confunde, desorienta. Principalmente

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quando não nomeia as coisas pelo que elas são. Um exemplo: quando chama crime de
“polêmica”. Ameniza, doura a pílula, deixa soft. Lembro-me de quando a revista Placar
lançou, em abril de 2014, uma capa com o ex-jogador Bruno na qual víamos seu rosto em
quase pôster. Na foto, ele nos olhava diretamente, e a manchete dizia, em letras garrafais:
“Me deixem jogar.” O título era seguido pela chamada “Goleiro fala da vida no cárcere, da
morte de Eliza Samudio e do sonho de cumprir o contrato que assinou com um time
mineiro.” Um desavisado poderia facilmente pensar, a partir daquela construção, que se
tratava de alguém que sofria uma injustiça, que apenas queria voltar a exercer sua profissão.
Que havia perdido um amor. Pobre Bruno.
Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/imprensa-precisa-fazer-autocritica/> Acesso em 21/11/2020

Cultura pop
Uma acusação comum à cultura pop é de que ela influencia na ideia de violência, incentivando-a
a partir de uma noção de glamourização:

“Como sociedade, assim como indivíduos, nós somos influenciados pela cultura que nos
rodeia, aquela que consumimos direta ou indiretamente. É por isso que é fácil ligar grandes
eventos históricos à movimentos artísticos de sua época. Se focarmos em cultura pop/nerd,
a grande era dos super-heróis teve início entre as duas primeiras guerras, e após a Segunda
Guerra Mundial. Quando eu era criança, lá na década de 90, eu sabia quem eram Super-
Homem, Mulher-Maravilha e Batman, mas nunca tinha escutado falar do Homem de Ferro.
Hoje as crianças nascem sabendo quem é o Homem de Ferro. A influência da cultura pop
nas nossas vidas é algo indiscutível. E nós somos manipuláveis, toda a polêmica em torno
das eleições norte-americanas, fake news e facebook estão aí para provar isso.
A cultura pop pode ajudar a moldar uma sociedade mais igualitária e mais empática, a gente
já vê uma melhora na representação e no discurso de alguns grupos que antes eram contra
representação e diversidade. Mas nem toda a influência é positiva. A cultura pop vende
produtos em grande quantidade, e mesmo que nós não sejamos o alvo final, ainda assim
nos tornamos consumidores ocasionais. E uma das coisas que a cultura pop vende, e muito,
é a violência como espetáculo. Glamourizada, divertida, esvaziada de qualquer proposta
de discussão, que serve apenas para ajudar o tempo a passar mais rápido e entreter um
público que vai estar envolvido com os personagens e as explosões.”
(Rebeca Puig, Vamos conversar sobre como consumimos violência na cultura pop?, Nebulla, 02/07/2018)

ZONA DE SPOILER!!

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TOME

NOTA!

Filmes e séries que tematizam a violência

Coringa (2019)
Ø Insurgências populares.

Ø Conflitos de classe.

Ø Espetacularização da violência.

Ø Consequências sociais das violências individuais.

Bacurau (2019)
Ø Violência como esporte.

Ø Conflitos de classe.

Ø Relações internacionais.

Ø Violência de Estado: como a classe política trata o povo?

O conto da aia (2017 - atual)


Ø Desigualdades de gênero

Ø Violência como estrutura oficial do governo

Ø Laicidade do Estado

Ø Possibilidade de organização popular contra a violência do Estado.

FIM DO SPOILER
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2 - Desenvolvimento - Tópico Frasal


Você já deve estar cansado de ouvir seus professores dizendo a mesma frase: "O desenvolvimento
é o principal na sua redação". Pois é, ele é mesmo. É aqui que você irá sustentar sua tese, ou seja, esse é
o momento de comprovar que você é capaz de mostrar que sua opinião tem embasamento. Podemos
pensar na sua redação da seguinte maneira:

Assim, perceba que há duas partes importantes na construção de seu desenvolvimento:


argumentos para comprovar sua tese e repertórios que sustentam seus argumentos. Argumento e
repertório são conceitos diferentes!

• Argumentos são afirmações que corroboram sua ideia. Partem de suas percepções de mundo e
compreensões da realidade. Por exemplo, você pode dizer que sua opinião é de que é importante
combater o bullying nas escolas. O motivo pelo qual você acha isso é que pessoas que sofrem
bullying têm seu rendimento escolar prejudicado. Logo, é seu argumento para sustentar sua
opinião.

• Repertório é um dado externo, que não depende da sua percepção de mundo. É algo que sugira
que seu argumento é válido, pois não parte apenas de uma ideia sua. Repertórios podem vir de
diferentes lugares: filósofos, sociólogos, referências históricas, dados de pesquisas, notícias, livros,
filmes etc. São comprovações do argumento.

Perceba a diferença:

Os argumentos comprovam Os repertórios sustentam


sua tese. seu argumento.

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ATENÇÃO
Alguns argumentos podem se relacionar com diferentes casos. Quando pensamos, por exemplo,
no papel do Estado sobre os problemas, há grandes chances que sua visão de mundo não se altere muito.
Se você acredita que o Estado deve ter uma maior presença, isso aparecerá em diferentes circunstâncias;
se acredita numa menor presença, isso também pode se relacionar com diferentes temas. Estes
argumentos podem frequentemente ser sustentados pelos mesmos repertórios, fazendo as adaptações
necessárias para o tema em questão.
Por que isso é importante? Para que você não se preocupe em tentar decorar um milhão de
repertórios. Não é preciso que você saiba tudo sobre tudo. Basta que você tenha em mente bons
repertórios que sustentem suas ideias em diferentes situações. Veremos mais profundamente essa
relação e possibilidades argumentativas nas próximas aulas.

Vamos entender, então, um pouco melhor o que seria o “argumentar” em defesa de uma tese.
Veja a imagem a seguir:

Essa imagem faz parte de uma campanha publicitária da organização La Cimade, fundada em 1939,
que mantém ações sociais de apoio aos imigrantes, refugiados, exilados etc. Podemos, a princípio, não
entendê-la como um texto argumentativo, porém se observarmos melhor iremos perceber uma série de
elementos que indicam que há uma tese e argumentações aqui.

Para começar, vejamos que a tradução do texto nos diz que: “Em 2024, atletas nadarão para
vencer, mas todos os dias refugiados nadam para sobreviver”. A partir da compreensão da parte verbal
da imagem, já começamos a entender que temos elementos argumentativos definidos e que elementos
estão relacionados a uma tese.

Podemos entender como Tese para esse texto a ideia de que a sobrevivência é o “esporte” desses
refugiados, como indica a hashtag apresentada, que pode ser entendida que viver é uma vitória. Assim,

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começamos a entender que temos uma defesa dessa ideia, construída principalmente pela comparação
entre as Olimpíadas - evento que conta com a natação como uma de suas modalidades - e a imagem de
pessoas desesperadas para se salvarem, nadando para sobreviver.

A foto apresenta pessoas comuns nadando desesperadamente em alto mar. O texto escrito nos
faz lembrar que indivíduos, nessas condições, em 2024, serão identificadas como atletas. Os amantes de
natação fazem do esporte uma realização pessoal, nas Olimpíadas, serão admirados por todo o mundo.
As pessoas da imagem, porém, evidentemente não nadam por esporte.

Depois de aludir a esse fato por meio dos vocábulos “2024” e “atletas”, a autor do cartaz descreve
o que realmente ocorre na foto. Não são atletas. São refugiados que se veem obrigados a se aventurar no
mar, ou seja, não é uma opção e não tem a ver com realização pessoal e, o que é pior, não são nem
admirados nem acolhidos apesar da situação extrema em que vivem. Por que esse jogo de linguagem
pode ser considerado “argumento”?

Argumentar não é simplesmente defender uma ideia de forma mecânica, vai além disso. No caso
de nossa vida, argumentamos necessariamente para deixar os nossos interlocutores a favor daquilo que
pensamos e apresentamos. Vivemos colocando nossas opiniões e querendo que as pessoas ao nosso
redor também pensem como nós. Aqui, a comparação é um modo de argumentar acerca de uma ideia: a
importância de se olhar para a questão dos refugiados de maneira mais profunda, entendendo-a como
um problema de vida ou morte para muitas pessoas, que fogem de seus países de qualquer maneira
possível.

Porém, lembre-se:

Via de regra, nosso argumento é literalmente uma linha de nosso parágrafo de desenvolvimento.
Nesse momento, você deve estar pensando que temos um problema, certo? Por que, então, preciso
escrever um parágrafo inteiro para apresentar argumentação em meu texto? Por um motivo simples: você
deverá deixar claro que o seu argumento é válido, por meio do que chamamos de informatividade ou
repertório. E a melhor estrutura para deixar sua argumentação clara é o tópico frasal.

2.1 Tópico frasal


Você se recorda da estrutura que apresentamos do texto dissertativo nas nossas primeiras aulas?

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O tópico frasal é um modo de organizar seu parágrafo de desenvolvimento. Ele ajuda a deixar o
texto mais organizado para o corretor. Não é de uso obrigatório, mas pode ser uma boa estratégia para
escrever seu texto. Um parágrafo construído a partir do tópico frasal se divide em apresentar uma ideia
(tese) e aprofundá-la (desenvolvimento). Segundo Othon M. Garcia (1975, p. 192):

Em geral, o parágrafo-padrão, aquele de estrutura mais comum e mais eficaz – o que


justifica seja ensinado ao principiantes -, consta, sobretudo na dissertação e na
descrição, de duas e, ocasionalmente, três partes: a introdução, representada na
maioria dos casos por um ou dois períodos curtos iniciais, em que se expressa de
maneira sumária e sucinta a ideia-núcleo (é o que passaremos a chamar daqui por
diante de tópico frasal); o desenvolvimento, isto é, a explanação mesma dessa ideia-
núcleo; e a conclusão, mais rara, normalmente nos parágrafos pouco extensos ou
naqueles em que a ideia central não apresenta maior complexidade.

Vamos pensar como isso ocorreria na prática? Observe esse exemplo extraído de uma redação
cujo tema era “Fronteiras”:

Observe que o autor do parágrafo começa com uma frase que será o fio condutor desse fragmento.
A tese é de que atravessar uma fronteira não é fácil e ele escolheu como argumento o vestibular. A seguir,
ele vai descrevendo o Vestibular, como já fizemos em outros exercícios e, assim, ele configura um
argumento. Isso é o desenvolvimento do tópico frasal.

É interessante notar que nesse exemplo o tópico frasal fica muito claro, mas não precisa aparecer
solto dessa forma. Sempre é interessante começar os parágrafos de desenvolvimento de vocês por meio

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de uma conjunção ou um conectivo que mostre a relação entre as ideias em seu texto, desde o início. Já
anote aí na cabeça: preferencialmente, devemos começar todos os nossos parágrafos por meio de
conectivos, à exceção da introdução, claro!

2.2 Desenvolvimento com tópico frasal


Você deve pensar no seu tópico frasal a partir de três partes. Elas irão compor seu parágrafo de
desenvolvimento.

Assim, ganha muita importância o tipo de repertório que você utilizará para sustentar o seu
argumento. A seguir, apresento alguns exemplos de parágrafos com tópico e com repertórios variados.
Como tema, veremos uma ideia extremamente atual: insegurança alimentar.

Exemplo 1
Em primeira análise, a insegurança alimentar coloca em risco o bom andamento da sociedade
como um todo. Essa ideia se fundamenta, em especial, no pensamento do contratualista John Locke, que
indica uma troca entre a sociedade e o Estado, tendo como princípio a ideia de que a primeira se submete
ao segundo em troca de zelo dos seus direitos primordiais, dentre eles, a alimentação. Assim, quando não
há garantia de alimentação que possa garantir a sobrevivência, a sociedade se coloca em risco existencial.

No exemplo acima, percebe-se, em destaque, o argumento a ser utilizado nesse parágrafo. Note
que é uma afirmação direta, sem rodeios, e apresenta aquilo que será desenvolvido em seguida. No caso,
o desenvolvimento dessa ideia se prende a um repertório de autoridade, fundamentado no pensador
contratualista John Locke. Por fim, percebe-se um fecho para a ideia, indicando a relação entre o
argumento e o repertório.

Exemplo 2
Dessa forma, os problemas causados pela insegurança alimentar podem afetar as relações sociais mais
básicas. Segundo levantamento da FAO, agência da ONU para assuntos alimentares, cerca de 59% dos
domicílios do mundo estão em situação de insegurança alimentar, fato que aumenta a possibilidade do
uso de violência para garantir alimentação. Ao aumentar-se a violência, um problema que poderia ser
encarado como individual, por aqueles que não estão nessa situação, torna-se um problema social mais
sério, acirrando as disputas sociais e colocando em risco o bom andamento da sociedade.

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Nesse segundo exemplo, destacamos mais uma vez o tópico frasal, para que vocês percebam que
temos uma nova afirmação direta. Dessa vez, para sustentar a ideia de que a segurança alimentar ameaça
o bom andamento da sociedade, utilizamos dados estatísticos de fonte confiável. Ao validarmos os dados
com uma agência como a FAO, damos uma fundamentação excelente ao nosso parágrafo. No caso,
percebe-se que encerramos o parágrafo mais uma vez com uma conclusão pequena e objetiva das ideias
apresentadas.

Exemplo 3
Tendo em vista o contexto de pandemia em que se encontra o mundo, o crescimento da
insegurança alimentar coloca em perigo a camada menos privilegiada da sociedade. Historicamente,
entende-se que contextos de pandemia e de guerra, comparáveis quanto à destruição social e humana,
aumentam a quantidade de pobres acometidos por problemas de saúde. É o que indica pesquisa da
Universidade de Brasília, em que se compara o momento atual à peste negra da Idade Média, com relação
à insegurança. Entende-se, assim, que a insegurança alimentar aumenta, ainda mais, a distância entre os
afetados pela Covid-19 no mundo, divididos entre ricos e pobres.

Nesse terceiro exemplo, encontramos a utilização de comparação histórica como comprovação


do argumento apresentado. A estrutura é a mesma: apresenta-se uma afirmação direta e objetiva; em
seguida, sustenta-se a ideia apresentada; e, por fim, conclui-se a ideia apresentada. Não tem segredo,
Bolas de fogo. Seguindo essa estrutura, conseguimos deixar claros os nossos argumentos e nosso
repertório.

Exemplo 4
Diante disso, a substituição de alimentos ricos em nutrientes por outros menos nutritivos é um perigo
para a saúde da maior parte da sociedade. Viver em uma situação de insegurança alimentar é, como
acontece em Vidas secas, de Graciliano Ramos, uma luta constante pela sobrevivência. Troca-se uma
possibilidade de vida saudável por uma eterna busca pela sobrevivência, de forma cíclica, como na obra
de Ramos. Assim, a população menos valida torna-se ainda mais dependente de ações de auxílio, vivendo,
em muitos casos, em estado de miséria constante.

Nesse último exemplo, percebe-se o uso da literatura. Esse é um conhecimento pouco explorado
nas redações, mas é um dado interessante para se abordar, principalmente levando-se em consideração
que literatura é uma disciplina que vocês têm na escola. No caso do nosso exemplo, há tópico frasal
definido e fundamentado na obra de Graciliano. Nesse exemplo, utilizamos um dos conceitos do que é a
insegurança alimentar para construir meu argumento.

Assim como a literatura, outros elementos da cultura e das artes podem ser explorados para a
criação de tópico frasal. Convém apenas lembrar sempre que nem toda produção cultural pode ser usada
como repertório na redação. Busque sempre obras que sejam consideradas clássicas ou mais eruditas. As
bancas das escolas militares costumam ser mais conservadoras do que a do ENEM, por exemplo.

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2.3 - Exercícios: tópico frasal


Vamos fazer alguns exercícios para treinar a argumentação a partir do tópico frasal. Em todos eles,
há espaço para a redação dos quatro tipos de desenvolvimento. Pratique e compreenda qual você tem
mais facilidade.

Vamos lá?

I.

TEMA: A virtualização da memória

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Repertório de autoridade:

Dados estatísticos:

História:

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Produções artísticas/culturais:

Antes de ler o comentário, lembre-se:

Não há uma resposta completamente certa quando o assunto é o texto dissertativo.

Defender um ponto de vista tem mais a ver com a capacidade de conseguir embasar sua opinião
com argumentos consistentes do que com estar “certo”.

Aqui, apontamos caminhos possíveis.

Nos dedicamos sempre a um tema específico nos comentários, o que não significa que seja o único
tema possível.

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Comentário:
Tema 1.
Uma opção de tema que contemplaria uma boa variedade de assuntos é “A obsessão pelo
registro no contemporâneo”. O museu parece ser, aqui, um exemplo dentre outros possíveis de
impulso em registrar, criar um arquivo, que nem sempre parece ter um propósito definido.

A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:


Ø O registro fotográfico se banalizou no contemporâneo.
Ø A experiência física da obra de arte não é mais tão importante quanto o fato de provar que
esteve em frente à obra.
Ø A popularização da fotografia digital mudou o modo como nos relacionamos com a arte.
Ø Há uma necessidade contemporânea crescente de compartilhar todas as suas experiências.

Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
Ø Os museus e as obras de arte se tornaram item de turismo obrigatório, ou seja, nem
sempre a fruição da obra de arte é o objetivo principal da ida ao museu.
Ø A popularização das redes sociais cria alguns comportamentos esperados na internet. Se
estabelece um padrão: não é possível viver algo sem compartilhar com seus seguidores.
Ø A rapidez da fotografia digital modifica a relação que estabelecemos com o aparelho
fotográfico, as imagens e os registros, a partir da chave do imediatismo.
Ø Temos uma necessidade de registar o cotidiano, ainda que o único propósito seja criar um
arquivo – nem sempre acessado com frequência.
Ø Ao planejar nossos passos pensando nas fotografias que podem vir deles, não estamos
vivendo experiências realmente, mas as encenando.

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II.

TEMA: Superexposição nas redes sociais no mundo contemporâneo

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Repertório de autoridade:

Dados estatísticos:

História:

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Produções artísticas/culturais:

Comentário:

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Tema 2.
A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:
Ø Os perigos da ausência de privacidade na internet.
Ø A produção de conteúdo online num contexto de pouca privacidade.
Ø A ilusão de anonimidade na internet.

Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
Ø Nós desconhecemos os processos por trás da troca de informação na internet. Assim, se
não tomarmos providências para nos precavermos contra essa situação, corremos muitos
riscos, como por exemplo, ter nossas informações roubadas.
Ø Quando compartilhamos nossas informações na internet, muitas vezes, confiamos
cegamente no sistema. Houve porém uma série de denúncias envolvendo a venda e
manipulação de dados dos usuários na internet, comprovando que não se deve ser
descuidado com suas informações online.
Ø A questão dos direitos autorais na internet se altera, pois a velocidade do
compartilhamento de informação é muito alta. Assim, fica muito difícil se manter vigilante
e garantir os direitos autorais. Por outro lado, talvez a internet demande um novo olhar
sobre o modo como resguardamos a propriedade intelectual.
Ø Somos levados a crer que na internet gozamos de anonimidade completa, podendo assim
dizer o que quisermos sem sofrer as consequências desses atos. Diversos casos têm
mostrado, porém, que é sim possível rastrear a identidade das pessoas que produzem
qualquer tipo de conteúdo online.
Ø Ao mesmo tempo em que acreditamos nessa anonimidade, percebemos uma ausência
completa de privacidade, como por exemplo, na oferta de propagandas a partir dos nossos
mecanismos de busca.

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III.

TEMA: Discurso de ódio e liberdade de expressão na internet hoje.

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Repertório de autoridade:

Dados estatísticos:

História:

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Produções artísticas/culturais:

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Comentários:
Tema 3.
A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:
Ø A internet mina o diálogo entre pontos de vista diferentes.
Ø A distância aparente promovida pela internet torna fácil julgarmos o outro.
Ø Ao mesmo tempo que a internet promove maior troca de conhecimento, também abre
margem para o não diálogo.

Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
Ø Nos sentimos legitimados para expor nossa opinião na internet e para julgar outras pessoas
por seus posicionamentos, possivelmente em virtude de uma noção de anonimidade.
Ø Nem sempre é possível conciliar o eu e o outro, pois pensamentos diferentes por vezes se
negam. Assim, nos debates online muitas vezes nos cercamos apenas de vozes
consonantes, não dissonantes.
Ø Ainda que na internet não seja possível eliminar as diferenças, é possível escolher as
pessoas com que queremos conviver ou incluir nos nossos círculos de amigos.
Ø O indivíduo encontra legitimidade para suas ações quando está em grupo, pois há pessoas
iguais a ele endossando suas ações e pensamentos. Assim, cercados por grupos que
concordam conosco na internet, acabamos nos sentindo mais livres para nos
expressarmos.

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IV. Tema 4.

TEMA: As forças armadas no combate à violência

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Repertório de autoridade:

Dados estatísticos:

História:

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Produções artísticas/culturais:

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Comentário:
O tema aqui é “As forças armadas no combate à violência”.
Alguns dos desenvolvimentos possíveis desse tema são:
Ø Como as forças armadas podem ser acessadas em momentos de conflitos.
Ø Como as forças armadas podem evitar conflitos violentos.
Ø A atuação das forças armadas na segurança pública, junto às polícias.

Alguns pontos a levar em consideração na produção desse texto são:


Ø A atuação das forças armadas em conflitos urbanos levanta uma série de polêmicas. Por que
essas polêmicas surgem e como fugir dessas problemáticas?
Ø É possível pensar novos modelos de atuação para as forças armadas?
Ø Quais são as violências contra as quais as forças armadas lutam? Em que lugares elas
aparecem?
Ø Quais as possibilidades das forças armadas de atuarem como mediadoras de conflitos?

3- Prática de redação
(Escola Naval - 2015)
O que o futuro reserva para o Brasil?

(Estratégia Militares)
A Marinha como mediadora de conflitos no mundo

(Estratégia Militares - 2020)


O papel da segurança pública e da segurança privada: onde começa a responsabilidade de uma e
termina a de outra?

(Estratégia Militares - 2021)


“A posse e o porte de armas no Brasil hoje”

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Considerações Finais
Não deixe de produzir as redações e enviá-las para correção. É muito importante que você não
acumule redações para a última hora, pois não teremos tempo para corrigir.

Na próxima aula, vamos nos aprofundar ainda mais no estudo do desenvolvimento, pensando
principalmente nos tipos de repertório possíveis para sua argumentação.
Qualquer dúvida estamos à disposição no fórum ou nas redes sociais.

Prof.ª Celina Gil

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