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SESSÃO DE DISCUSSÃO PÚBLICA

DO PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO


TERRITÓRIO
SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA

PROGRAMA

18 de Julho | Terça-feira

09.00 SESSÃO DE ABERTURA


Prof. Luís Aíres-Barros – Presidente da Sociedade de Geografia de
Lisboa
Arq. Vítor Campos – Director-Geral da DGOTDU

10.00 Paínel de debate sobre o objectivo estratégico 1


Moderador – Prof. Doutor Luís Mendes Victor (CERU)
Arq. Carlos Guerra (ICN)
Dr. Manuel João Ribeiro (SNBPC)
Eng. José Penedos (REN)
Prof. Doutor Filipe Duarte Santos (FCUL)
Prof. Doutor João Alveirinho Dias (Ualg)
Prof. Doutor Manuel Pinto de Abreu (EMEPC)
Prof Doutor Miguel Magalhães Ramalho (ex-IGM/ INETI)
Prof. Eng. Eugénio Sequeira (LPN)

14.30 Paínel de debate sobre o objectivo estratégico 4


Moderador – Prof. Doutor Fernando Nunes da Silva (IST)
Prof.ª Doutora Margarida Pereira (FCSH /UNL)
Prof Doutor Nuno Portas (FAUP)
Eng. João Teixeira (EPUL)
Arq. Vassalo Rosa (AUP)

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Sessão de Abertura – Início 9.30

1. O Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, – Prof. Luís Mendes Vítor


abriu a sessão saudando e agradecendo a presença dos convidados e de todos os
presentes e referiu a importância do PNPOT como documento estratégico
fundamental de desenvolvimento.
2. O Director-Geral da DGOTDU – Arq. Vitor Campos referiu a importância do
documento e da sua discussão e efectuou os seguintes comentários:
− O debate ao longo dos três dias encerram-se dentro do período previsto para
a discussão pública (17 Maio/9 Agosto) que acontecem após seis sessões
oficiais organizadas pela DGOTDU e pelas CCDR’s, assumindo a presente
sessão pública um figurino diferente de todas as outras sessões uma vez,
por se encontrarem organizadas em torno de cada um dos seis objectivos
estratégicos do PNPOT, sessões estas que irão contribuir para o
aperfeiçoamento do instrumento de cúpula do nosso sistema de gestão
territorial, uma vez que as observações e sugestões serão registadas,
ponderadas e terão reflexo no resultado final.
− Apresentou um breve cronológico do processo de desenvolvimento do
PNPOT e uma breve referência ao regime jurídico.
− Fez referência ao modo como as sessões têm sido divulgadas, que através
de sessões públicas quer por meio de uma página web
www.territorioportugal.pt, criada especialmente para a divulgação e
participação na discussão do PNPOT.
− Perspectivando-se em 2007, o desafio de aplicação do Programa
(Monitorização/Avaliação) para o qual serão desenvolvidas novas
metodologias e ferramentas de trabalho dentro de um espírito de
concertação, nomeadamente a futura criação de um observatório do
Ordenamento do Território que consubstanciará o
acompanhamento/avaliação.
− As orientações do PNPOT já começam a ser aplicadas na elaboração dos
PROT’s no desenvolvimento dos planos sectoriais, na preparação do Quadro
Regulamentar da Estratégia Nacional? QREN – e na formação da Política de
Cidades, no PSESP e nas revisões sistemáticas dos PDM’s.

3. Seguiu-se a visualização da síntese do Programa através de PowerPoint, esta


última desenvolvida pela DGOTDU e pelo Centro de Estudos Geográficos da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para apoio a acções de discussão
ou divulgação da proposta técnica do Programa.
4. O Prof. Doutor Jorge Gaspar – Coordenador do Ex-Gabinete do PNPOT, começou
a sua intervenção saudando todos os presentes e agradecendo a organização da
sessão e às Associações envolvidas e apresentou os seguintes comentários:
− Tem uma palavra de estímulo e incentivo à consulta e participação na
discussão pública;
− Refere que o plano incorpora tanto medidas inovadoras, como medidas não
inovadoras, bem como a ambição do Projecto;
− Durante o processo, passaram pela administração 5 Ministros e 4
Secretários de Estado, mantendo-se apenas um Director-Geral da DGOTDU,

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considerando positivo que a estabilidade da instituição foi positiva para a
boa elaboração de todo o processo, fazendo votos para que esta
estabilidade de mantenha;
− Apresentou três domínios alvo de discussão:
1. o diagnóstico: o país que temos referindo a necessidade de
actualizar permanentemente o conhecimento do território e da
missão do observatório relativamente a este respeito, assim
como, o facto da questão da prevenção de riscos e da tentativa
de criar uma imagem sinóptica pela 1.ª vez;
2. modelo territorial: síntese “espacializada” do país que queremos e
podemos ambicionar; referiu que a base de orientação decorre de
outros modelos europeus (UE) e nacionais bem como do que
existe com a nossa estratégia nacional de desenvolvimento
sustentável, que deverá ser equilibrado, incorporando o
económico, social e ambiente; vincou também a importância da
cultura/no sentido Antropologia, como pilar fundamental para
passarmos a mensagem do que é preciso fazer; referiu que o
modelo territorial foi construído a partir do país do país real,
assumindo as virtualidades e heranças do passado, aceitando as
tendências e heranças pesadas do sistema urbano e é construído
a partir daqui;
3. Político: como lá chegar: referiu a aposta no policentrismo, como
uma clara opção política; para a estratégia nacional, considera
fundamental a viragem para o oceano e como outra opção
importante, a valorização da dimensão urbana, com uma aposta
para as grandes áreas metropolitanas/cidades médias, sendo que
o motor de desenvolvimento deverá aproveitar e desenvolver a
rede existente como papel motriz; referiu ainda a dimensão do
tempo como variável muito importante para o Planeamento,
Ordenamento e desenvolvimento do Território.

Intervenção dos convidados no painel de debate sobre o Objectivo


Estratégico 1:

Prof. Doutor Manuel Pinto de Abreu (EMEPC), apresentou os seguintes


comentários:
− Agradecimentos/felicitações
− Foca a sua intervenção sobre o objectivo específico 7 do objectivo
estratégico 1 – Proteger e valorizar o espaço marítimo e os recursos
oceânicos, que é transversal a vários outros objectivos específicos do
objectivo estratégico 1.
− Refere que deve ser melhorado o conteúdo do objectivo específico 7; será
necessário uma maior ambição, relativamente a este objectivo.
− Apresentou as seguintes lacunas, ao nível do documento:
− Recursos Genéticos podem ser o motor de um desenvolvimento
tecnológico, podendo ser uma grande oportunidade;

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− Algumas acções poderiam ter um horizonte temporal mais
alargado, como por exemplo a criação/ implementação de uma
rede nacional de áreas marinhas protegidas
− No objectivo específico falta referir o Ministério da Administração
Interna como responsável pela vigilância e segurança do espaço
marítimo.
− Necessidade de divulgar a excelente qualidade de informação que
possuímos
− Refere a importância do porto de Sines a nível nacional e europeu

Prof. Doutor João Alveirinho Dias (UALG), apresentou os seguintes


comentários:
− a qualidade do Projecto do PNPOT e a facilidade de acesso à documentação
por parte de qualquer cidadão;
− os aspectos menos positivos ou criticáveis, sintetizados em duas questões:
− Que território? Que Portugal ?
− Não foram consideradas as modificações dos eco-sistemas marinhos que
possam afectar ou levar a modificações do território.
− Ex. Construções das barragens / o impacte do transporte de sedimentes que
deixou de existir e chegar à plataforma o que implica alterações com
consequências no território e que têm implicações económicas/sociais.
− No mapa de riscos não é considerado o risco da elevação do nível médio do
mar, nem o risco de erosão provocado pelas cheias, nem os riscos de erosão
da costa.
− Não são considerados os problemas relacionados com a subida do nível
médio do mar/recuo da zona de barreira/linha de costa, não estando
representados no mapa de riscos.
− O litoral nunca é encarado como um recurso marinho _ Ex. objectivo
específico 1.6
− Considera os princípios genéricos como bons, mas ficam-se pela
generalidade.
− Evoca o chavão de Moda “Gestão Integrada da Zona Costeira” – Considera
uma utopia irrealizável e perigosa – na verdade a questão da gestão
integrada, referindo-se às bacias hidrográficas, deve ser feita
transnacionalmente.
− Considera que os POOC são aceites acriticamente (na sua generalidade não
são bons, pois não têm em conta os riscos e são mais “parques de
praias”/parques de estacionamento”)
− PDM/PMOT – “atira-se para os municípios a gestão do litoral”, não se
devendo remeter a responsabiliade de gestão do litoral para as câmaras
municipais.
− Por último referiu que o território deverá ser encarado de uma forma mais
global, integrando o emerso e o submerso.

Prof. Doutor Miguel Ramalho (INETI), apresentou os seguintes comentários:


− Começa por referir a questão dos interesses imobiliários/necessidade de
controlar

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− Não se tira a ideia do PNPOT que os recursos geológicos são transversais ao
ordenamento do território
− Refere a necessidade de corrigir o mapa de riscos
− O risco sísmico está incompleto
− Refere a necessidade de completar e actualizar o conhecimento geológico
do território
− Necessidade de reunir e compatibilizar os conhecimentos/informação
geológica existente, para a sua correcta utilização
− Necessidade de existir um corpo técnico para a realização desta necessidade
− Intervenção do professor José Luís Zêzere, respondendo à crítica sobre o
mapa dos riscos – referindo que se pretendia destacar as áreas com maior
susceptibilidade ao risco.

Prof. Eng. Eugénio Menezes Sequeira (LPN), apresentou os seguintes


comentários:

− Algumas lacunas face a alguns dos objectivos específicos:


− 1.1
− 1.2 (não temos capacidade para o desenvolver)
− 1.3 (discordância face ao papel da estratégia nacional de solos)
− 1.4 (falta referência à água)
− Apresentou ainda as seguintes questões:
− Como definir e executar a estratégia nacional de protecção do
solo?
− Refere a inexistência de uma directiva quadro para o solo/ o risco
de fogos em locais de despovoamento e como salvaguardar as
áreas protegidas, RAN e REN.
− Por último, referiu o papel fundamental da sociedade civil para inverter a
tendência da degradação dos solos.

Dr. Manuel João Ribeiro (SNBPC), apresentou os seguintes comentários:

− O PNPOT é uma matriz fundamental para a protecção civil;


− Algumas considerações/linhas de discussão:
− Encarar os desastres como processos/fenómenos sociais;
− Privilegiar a abordagem genérica dos desastres
independentemente da sua génese;
− Apostar na prevenção como uma realidade do planeamento, sendo
necessário o casamento com o sistema de protecção civil;
− Integração do Plano de Intervenção e os instrumentos de gestão
territorial;
− Utilização de novas tecnologias como contributo para melhorar o
conhecimento e a acção de prevenção

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Prof. Doutor Filipe Duarte Santos (FCUL), apresentou os seguintes
comentários:

− Começa por considerar o documento como útil para a administração pública,


sendo formativo e orientador;
− Faz uma leitura académica das alterações climáticas (Explicação das fases
glaciares/interglaciares)
− Apresentou como principal sugestão para o PNPOT a necessidade de criar
uma estratégia de adaptação às alterações climáticas, uma vez que o PNPOT
não refere esta necessidade.

Eng. José Penedos (REN), apresentou os seguintes comentários:

− Refere a que a estratégia nacional para a energia está definida, publicada a


resolução de conselho de ministros em Outubro passado.
− Refere o mérito dos objectivos sectoriais globais, que coincidem no tempo
com o espaço europeu.
− O ponto que origina dificuldades de convergência é o CO2 e o nuclear
(questão que considera importante) referindo que esta é a questão que tem
impedido uma estratégia global dos 25 estados europeus da UE.
− O mundo está a evoluir na produção eléctrica sem emitir CO2; a REN é
“alérgica ao CO2.; a REN tem um impacto muito grande no território
nacional que não deve ser escondida ao nível da natureza ambiental.
− Apresentou um resumo das energias renováveis, referindo que a Estratega
Nacional para a Energia ignora a questão nuclear (observando no entanto
que consumimos energia nuclear indirectamente através de Espanha). A
nossa estratégia nacional valoriza a produção de energia renovável,
revendo-se em 4 anos a produção de 5mil MW de potência eólica.
− A produção hidroeléctrica é uma questão mais difícil.
− As mini-hidricas encontram dificuldades ao nível do licenciamento ao nível
dos instrumentos de ordenamento do território, referindo o exemplo do
Baixo Sabor e de Foz Côa e que o Douro é o principal recurso hídrico
nacional e está subaproveitado em cerca de 50% e o controlo é feito,
sobretudo, por Espanha e apesar dos convénios necessitamos de armazenar
água no território nacional.
− Relativamente à energia solar foca a necessidade de instalação de painéis
solares passivos para uso doméstico; o fotovoltaico torna-se mais
dispendioso em termos de instalação; refere ainda o início de
desenvolvimento em Portugal da energia das ondas e de um esforço
tecnológico, existindo paralelamente um bom segmento industrial na área
da metalomecânica, conjugando algum interesse no desenvolvimento desta
tecnologia. Por último, referiu brevemente a importância da geotermia
(ainda pouco desenvolvida, apenas Açores); da biomassa cuja estratégia
definida está abaixo do potencial existente; a opção pelo carvão limpo que
poderá tornar-se concorrente do nuclear.

Arq. Carlos Guerra (ICN), apresentou os seguintes comentários:

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− O PNPOT parece-lhe ser um plano objectivo, mas com uma abordagem
excessivamente sectorializada do ponto vista ambiental _refere também a
necessidade de valorização da biodiversiade;
− Refere importância da protecção da paisagem e de valorizarmos o nosso
património.
− Refere que a designação do objectivo estratégico 1 é uma “epopeia”, pois
são apresentados muitos objectivos excessivamente ambiciosos. Coloca a
dúvida como cumprir este objectivo –
− Os objectivos específicos necessitam de revisão, a saber:
− 1.10 (ver)
− 1.1 e 1.4 (onde deveriam ser acrescentados os espaços agro-
florestais, pois temos o território mais ocupado por áreas agrícolas
do que florestais)

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Intervenção dos convidados no painel de debate sobre o Objectivo
Estratégico 4:

Arq. Vassalo Rosa, apresentou os seguintes comentários:


− Ao nível dos equipamentos colectivos não foram cumpridas as disposições
legalmente definidas, nomeadamente no regime jurídico de urbanização e
edificação.
− Existência de lacunas relativamente à referência a alguns equipamentos
colectivos (ex. equipamentos de segurança, administração e comércio);
− Necessidade de articulação dos objectivos estratégicos 2, 3 e 6 com o
objectivo estratégico 4
− Deveria existir um órgão responsável de gestão e de implementação do
PNPOT
− O texto introdutório do modelo territorial não é claro
− A cartografia apresentada deveria ser alvo das seguintes alterações:
− incluir as representações das NUT II e NUT III em todas as cartas
apresentadas;
− a carta de riscos deverá ser completada em termos de riscos de
incêndio, separar o risco natural dos riscos antrópicos e destaca-se
a importância da existência de uma carta de gestão dos riscos;
− a simplificação da carta do sistema urbano, acessibilidades e
povoamento, relativamente à versão inicial, reduz a qualidade
gráfica e a leitura da diversidade do território;
− a divisão administrativa das NUT III e suas sedes deveriam constar
do modelo territorial.
− é mais importante justificar e dar coerência às grandes infra-
estruturas e equipamentos como a OTA; dar consistência ao plano
rodoviário; o TGV não aparece no modelo;

Eng. João Teixeira, apresentou os seguintes comentários:


− Falta de medidas de aplicação directa no domínio do urbanismo
− No capítulo das directrizes para os instrumentos de gestão territorial, os
planos sectoriais deveriam ter um grau de desenvolvimento semelhante ao
efectuado para os planos Regionais.
− Selecção das medidas verdadeiramente prioritárias de modo a reduzir o seu
número
− No objectivo estratégico 4 as zonas verdes urbanas e regionais não são
abordadas

Prof.ª Doutora Margarida Pereira, apresentou os seguintes comentários:


− Necessidade de encontrar mecanismos de operacionalização dos grandes
princípios da RCM;
− Necessidade de entrosamento entre o obj. 3 e 4, pois o documento actual
não revela uma ligação evidente e a forma de realizar essa interligação;
− Definição de limiares mínimos de equipamentos a assegurar à população;

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− Necessidade de articulação do sistema urbano e os diferentes níveis de
equipamentos de modo a reforçar o policentrismo (tem que haver maior
rigor e coerência; a participação deve ser orientada; há que definir critérios
de localização);
− Apostar na reconversão de instalações de equipamentos e criar condições
para a utilização efectiva dos mesmos;
− Necessidade de repensar o conceito de equipamentos colectivos, Não
existindo normas específicas de programação de certos equipamentos (ex.
campos de golfe);

Prof. Doutor Nuno Portas, apresentou os seguintes comentários:


− Quais os elementos estruturantes do território?
− Como se organizam as áreas de urbanização?
− Os planos intermunicipais deveriam ser substituídos por planos estratégicos
intermunicipais de geometria variável
− Os planos sectoriais deveriam ser realizados em conjunto com os PROT e
revisão dos PDM;
− O défice do PNPOT é a substimação do sector imobiliário, sendo o sector
produtivo com mais impacto no território.

Prof. Doutor Fernando Nunes Silva, apresentou os seguintes comentários:

− Reduzir o número de medidas, nomeadamente as que se iniciam por


incentivar, estruturar…
− O modelo territorial deveria aparecer como anexo

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