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Merovíngios

Dinastia que descende de um rei hungaro chamado Merovingio

Clóvis
🦇 Consegue governar por muito tempo, eliminando toda a concorrência, conseguindo a unidade dos francos. Seu
governo foi de caráter mais duro para poder se manter, aliando-se à Bizâncio a fim de destacar-se dos outros
bárbaros. Além disso venceu diversas tribos bárbaras, nomeadamente os Visigodos. Tinha uma visão do reino
como sua posse, sendo proprietário com o seu reino, e assim o reino foi dividido entre os seus herdeiros. Clóvis
exibiu as riquezas dos povos vencidos, reatando o hábito romano, impressionando tanto os seus apoiantes como
os seus inimigos. Com o seu falecimento, a unificação que tinha sido feita durante o seu reinado vai desaparecer,
deixando o reino dividido pelos seus herdeiros, por volta de 550 d.C. O equilíbrio de poderes está a sofrer
alterações, o rei e que era extremamente importante na época de Clóvis, vai perdendo importância, enquanto as
grandes famílias ganham cada vez mais poder. O Reino passa agora a ser dividido em três: Nêustria, Austrásia e
Borgonha.
🦇 O rei utiliza de um ajudante para o seu governo, que tem um cargo chamado prefeito do palácio, estes servem
para a apoiar o governo e o dia dia do monarca. Identificado como sendo um mordomo, faz as tarefas
administrativas invés do rei. Nessa altura os monarcas vão gradualmente colocando suas tarefas de governar
nas mãos de um terceiro e esta tarefa vai ganhando cada vez mais importância, significando que a nobreza está a
ganhar cada vez mais força em detrimento da força do soberano.
🦇 O imperador tinha sob si reis que tinham sob esses outras divisões como condes. Esse tipo de administração tem
base em roma, pois em roma já havia os commes, que eram grandes senhores que governavam uma grande
região. Já nas zonas de fronteira tinham que ser além de bons administradores, bons militares.

Pepino de Heristal
🦇 Consegue ser prefeito do palácio dos três reinos merovíngios, assim, conseguindo reunir, em si, o poder que os
reis já não mais tinham. Consegue a unificação política dos três reinos através do seu cargo político, criando as
bases do que virá a ser a dinastia carolíngia,.

Carlos Martel
🦇 Filho de Pepino de Heristal, consegue deter os árabes e conquistar muitas de suas terras, apresentando-se como
um braço armado ao papa, no entanto, ao invés de dar tais terras à Igreja, distribui-as entre seus homens,
instaurando, assim, problemas entre os merovíngios e o papado. Com este, o cargo de prefeito do palácio se
torna hereditário.

Pepino, o Breve
🦇 Vai herdar o cargo de prefeito do palácio de seu pai Carlos Martel e apresenta-se como o protetor dos Estados
pontifícios, ou seja, o papa. Para conseguir o seu desejo político - ser rei -, que apenas poderia ser concedido pelo
papa, teve de eliminar toda a má associação que possa a ver da sua família à Igreja. Pepino, o Breve é eleito rei,
em 751 numa assembleia de nobres e prelados, recebendo a sagrada unção do arcebispo Bonifácio, legado do
Sumo Pontífice.
🦇 Em 754 o papa Estevão II desloca-se para a França, Carlos Magno recebe-o. O Papa solicita a Pepino a proteção
contra os Lombardos que sentem que é um grave perigo para Roma. O rei concorda e o Papa Estevão II unge
toda a família real, atribuindo a Pepino e aos filhos o título de “Patrício dos Romanos” ,retomando a tradição
romana de destacar os cidadãos do resto da população. Em 755, os Francos marcham a caminho da Itália. Após
alguns conflitos com o rei lombardo Astolfo este retira-se para Pávia, onde cede e entrega toda essa área que
ocupou recentemente. Pepino retira-se para a França, porém Astolfo com o adversário longe, retoma as
hostilidades e cometem violências nas imediações de Roma. O papa envia duas mensagens a Pepino,
incitando-o a socorrê-lo e que de imediato se meta a caminho e salve-o dos inimigos da Igreja. Novamente os
francos transpõe os Alpes, repetem-se as mesmas referidas e Astolfo novamente acata as exigências do
invasores. Pepino impõe-lhe uma forte contribuição de guerra e entrega das chaves de todas as cidades que vai
restituir ao papa e num ato pleno de simbolismo vai depositá-las sobre o túmulo de S. Pedro. Para reforçar o ato,
junta um documento em que o rei dos Francos faz doação ao Vigário de Cristo.

Carolíngios

Carlos Magno
🦇 Carlos Magno é herdeiro da política do pai, Pepino, o Breve, que permite formar o Império Carolíngio.
Acompanhou o pai nos combates para pacificar a Aquitânia e por delegação régia, administrou alguns condados.
Aprende também com o pai a governar e a política, defende os interesses da Igreja, endurecimento para com os
Lombardos e firmeza face a Bizâncio, sendo que a posição em relação ao Oriente era sempre de desconfiança. A
conquista territorial é um objetivo fundamental que vai marcar todo o reinado.
🦇 Parte dos historiadores diz que Carlos Magno não tinha interesse de ser coroado imperador, outra parte salienta
que apesar de obviamente ser Imperador Franco seria algo que destacaria Carlos Magno diante dos demais reis,
essa questão de criar um novo imperador no Ocidente era algo de mais importância para o Papa do que para
Carlos Magno. Em 768 torna-se rei com 26 anos, sucedendo a Pepino, herdando a Austrásia e a Nêustria, a norte
do Oise, e a Aquitânia em comum com o seu irmão Carlomano, rei da Nêustria a sul do Oise. Quando Pepino
morre, intensifica-se os conflitos entre o Papado e os senhores da Pavia. Desidério acha fácil reconciliar-se com
os filhos de Pepino, o Breve, e induzi-los a uma reviravolta diplomática. A rainha Berta e Carlomano estão de
acordo. Até Carlos Magno, obediente às ordens maternas, aceita em repudiar Himiltrude, sua primeira esposa, e
casar-se com Desidéria, filha do rei Lombardo em Dezembro de 770. O casamento será com Himiltrude apesar
de haver discordância se eram de facto casados ou não. Carlos aparentemente não teve benefícios políticos com
este enlace, sendo que este casamento serviu para reforçar a aliança por pouco tempo. O casamento com
Hildegarda em 771 estabiliza a Alemanha. A única entidade política que podia anular os casamentos era o Papa
e Carlos Magno não tinha problemas em anular casamentos. A política medieval se alterna pela diplomacia
(casamentos) e guerras. Com a morte de Estevão III, em Janeiro de 772 e o advento do novo Papa, Adriano I, a
conjuntura muda. Perante as investidas lombardas, este mobiliza as suas milícias e pede o auxílio ao rei dos
Francos. Com o passar do tempo o poder de Carlos Magno aumenta, impondo-se como senhor do Oriente,
aumentando para mais do dobro os domínios recebidos do seu pai, no entanto não foram conquistados por via
militar, mas sim por vias diplomáticas. No Natal de 800 foi coroado Imperador pela Igreja.

Instituições administrativas
🦇 Os Condes
🕷 A Administração local é construída pelos condes (commes), que são homens de confiança do rei que
prestavam a este juramento direto. Estes condes não são donos do território, mas sim funcionários
régios. Carlos Magno conseguia coordenar e controlar a população para que sua política fosse aceita por
todo o Império através do conceito de fidelidade, que liga todos os homens através de um juramento de
fidelidade Os reis da Aquitânia e os Lombardos devem, igual aos demais condes, executar as ordens de
Carlos Magno, e prestar conta de seus atos a este
🕷 Os missi são um órgão governamental que promove a imposição da burocracia pelo reino. Viajam por
todo o território para estabelecer a ordem, vendo validade de títulos de propriedade, estatuto pessoal
dos homens livres e não livres, assim como a validez das actas. Apesar de serem inspectores, são
também condes e a sua área de inspeção nunca inclui os seus próprios domínios, sendo um deles
eclesiástico. Normalmente estes são eleitos (entre 1 ou 2 anos), para saber as queixas da população, são
fiscais que representam Carlos Magno. Entre suas obrigações estava receber alguns dos juramentos em
nome de Carlos Magno, verificando se todos os homens já tinham o feito. Haviam os juramentos normais
que os condes recebiam em nome do imperador, havia também os juramentos feitos através dos missi
dominici quando passavam nos territórios e, por fim, havia os feitos diretamente à Carlos Magno.
🕷 Diferente das províncias dentro dos limites do território, as províncias nas fronteiras diferem na forma
pela qual são controladas e fiscalizadas. Como estão em constante contato com os inimigos, formam as
chamadas marcas, ou territórios militares. Os condes nessas áreas levam o nome de “conde das marcas”,
em latim comes marcae, tendo suas prerrogativas superiores aos generais ordinários.
🦇 A Igreja
🕷 Território religioso é um couto e o sistema fiscal que está submetido é diferente
🦇 Relações Vassálicas
🕷 O juramento de fidelidade era feito por todos aqueles considerados homens, ou seja, todos os rapazes
acima dos 12/14 anos, era um compromisso assumido publicamente em que se dá a palavra, dizendo
que irá cumprir com o compromisso. Por toda a Idade Média este juramento estava ligado à ideia de
palavra dada, sendo assim a pessoa compromete-se a cumprir esse juramento associado à sua honra.
Há algumas circunstâncias em que o vassalo pode se considerar dispensado de cumpri-lo se o soberano
que faz o juramento não cumpre primariamente suas obrigações de proteção para com este. Todos no
Império são dependentes e ligados a Carlos Magno de uma forma direta ou indireta, mas nem todos são
vassalos propriamente ditos do imperador, sendo que somente os nobres que poderiam
verdadeiramente ser considerados vassalos. A ideia de vassalagem não foi uma invenção de Carlos
Magno, este busca uma série de conceitos que já existiam e aplica-os durante o seu reinado, apenas
generalizando-as. O juramento de vassalagem é o processo pelo qual um coloca-se sob a obediência e
proteção de outro, reconhecendo este como seu senhor na frente de testemunhas. Entre os deveres e
obrigações do vassalo para com o imperador está prestar auxílio sempre que o soberano requisitar, mas
principalmente no que se diz respeito ao auxílio à guerra, sendo que, por exemplo, a manutenção de um
cavalo era extremamente cara, e a cavalaria era um dos principais pilares do exército franco. Desse
modo, os cavalos ficavam sob responsabilidade dos nobres ao invés de serem cuidados pelo Império.
Quando se jurava fidelidade e vassalagem ao imperador era aparecer quando chamado à guerra e com o
número de homens acordados, enquanto que para o vassalo era deixado a logística da organização do
exército (alimento, casa, … ). Os vassalos podem ter outros vassalos que estão dependentes de si que
são os considerados os vavassalos, sendo que um rei na idade média é tudo menos absoluto, este está
sempre dependente dos seus súditos. O rei medieval é um entre iguais, a única diferença é que tem a
coroa, no entanto Carlos Magno não concorda com essa prerrogativa, e é por esse motivo que este
estreita os laços com todas as pessoas do império.
🕷 Um camponês livre pode fazer um juramento ao senhor do castelo, quando o faz prometer dar a sua
terra em troca de proteção dele e da sua família. O senhor do castelo recebe a terra, passa a ser a sua
propriedade, mas entrega ao camponês uma outra parcela de terra para o cultivo, que não é mais do
camponês. Outro nível é quando os grandes vassalos faziam juramentos ao seu rei, quando o fazem o
compromisso está lá a mesma, o vassalo promete obediência, o monarca oferece proteção. O senhor
entrega a seu vassalo um feudo, que é um benefício, uma renda, uma propriedade, qualquer coisa que
demonstrasse a boa vontade do monarca com aquele vassalo. Estes feudos eram coisas concretas, mas
quando são coisas não materiais como rendas, têm o nome de benefícios. Desse modo, benefícios é tudo
aquilo que se entrega a quem está submetido à vassalagem. Quanto mais benefícios Carlos Magno
entrega, mais os nobres irão querer receber. A quantidade de benefícios dados faz com que todos
queiram ser beneficiados. Há casos em que isso possa correr mal, sendo que alguns querem escapar do
juramento prestado, mas também há monarcas que não conseguem cumprir suas metas de proteção.
São compromissos vitalícios e revilazizáveis, depois da palavra estar dada é preciso dar muita atenção
para manter a boa fama. O vassalo podia escapar do juramento quando ficasse claro que o senhor não
tinha cumprido com sua obrigação de proteção. Por vezes houve súditos que abandonaram os seus
senhores pois os senhores não cumpriam sua parte ou eram abusivos. Benefícios podem ser qualquer
coisa, uma propriedade, um manso (propriedade mais pequena), uma parcela.
🦇 Este esquema só funciona enquanto Carlos Magno era vivo, o poder político é separado após a sua morte, mas a
estrutura político-administrativa mantém-se apenas não estão mais dependentes do rei. Isso será uma
característica identitária da Idade Média, sendo que os monarcas tentam destacar-se dessa estrutura política,
muitas vezes falhando. Com o passar do tempo, começa a ocorrer uma deterioração das relações
feudo-vassálicas, principalmente após a morte de Carlos Magno. Os vassalos querem que os benefício sejam
hereditários, mas os soberanos querem que este cesse com a morte do vassalo. Não estavam muitas vezes
estabelecido quanto tempo esse benefício existiria. Grande famílias concentrando em si o maior número de
benefícios possíveis. Normalmente a ideia de feudo está ligada a coisas concretas, enquanto um benefício é
qualquer coisa. Antes da ideia de benefícios se generalizar, tentou-se criar dois tipos de feudo, o primeiro seria
tudo aquilo que eram propriedades; o segundo, feudo de câmara, era tudo aquilo que fosse dinheiro, e tals não
especificamente terra. Autores que rodearam Carlos Magno.

O Renascimento Carolíngio
🦇 Carlos Magno, como devoto cristão, queria unificar a liturgia e apoiou-se no monaquismo beneditino, que
procuram um voltar dos bons costumes do início da religião, tendo um comportamento exemplar daqueles que
ingressam na vida religiosa. Carlos Magno vê-se não só como um braço armado da religião, mas também aquele
que deve implementar o cumprimento das regras religiosas, fiscalizando os demais cidadãos do império diante
esta prática. Sistematicamente o Papa está excluído de questões terrenas, e os reis devem se excluir das
questões espirituais. A questão de quem é superior a quem nunca fica bem definido, sendo que
sistematicamente, Carlos Magno durante o seu reinado, manda indicações ao papa sobre como atuar. Conforme
o rei é mais forte, impõe-se mais nas questões espirituais, mas quando é mais fraco subjuga-se nas questões da
Igreja. Graças a Carlos Magno produziu-se um florescimento cultural que se designa “renascimento carolíngio”,
designação do séc XIX. Durante esse período também divulgou-se a minúscula carolíngia.
🦇 Eginhardo foi um dos principais autores contemporâneos de Carlos Magno, como estava dentro da corte do
Imperador acompanhou muito de sua vida, fazendo com que seus relatos tivessem um olhar enviesado.Refere
que se tinha proposto a escrever sobre a “vida, costumes… e obra” do seu senhor e protetor “o mais eminente rei
e merecidamente famoso” (pág. 12) - acreditava que Carlos Magno merecia ficar na história. O seu método inclui
escrever de forma o mais breve possível, não omitir nada, não cansar com longa narração a mente, refere que é
muito difícil agradar “aqueles que desprezam até as obras antigas dos mais sabidos e desenvoltos autores” (pág
12). Entre seus motivos de escrita descreve que a época da qual escreve não merece ser esquecida, devendo ser
recordada através de seus escritos, dando, em sua mente, o devido prestígio aos feitos de Carlos Magno. Dentre
seus objetivos destaca que considera a vida de Carlos Magno extraordinária e como não sabe se mais alguém
sobre essa época, prefere repetir informações do que as deixar faltar. Suas obras e escrita têm influências da
cultura clássica, evidente por ser um homem culto. No primeiro capítulo de seus livros refere-se a linhagem
franca dos Merovíngios vai até Childerico, o qual, por ordem do Papa Estevão, foi preso num mosteiro. Continua a
referir que a já há muito tempo que não tinham qualquer poder apenas o título de rei. Justifica a alteração
dinástica
🦇 A biblioteca real de Aquisgrán foi instalada na sede permanente do reino, a cidade de Aquisgrán contava com
um bom número de escritórios e oficinas onde se ilustravam os códices. Esta tarefa começou com o calígrafo.
Esse movimento dependia muito de Carlos Magno, e quando este morre sucede seu filho Luís o Piedoso, a
conjuntura política e as circunstâncias de sua vida serão muito diferentes de Carlos Magno. Os filhos de Carlos
Magno vão todos entrar em guerra uns com os outros, deixando sua descendência cheia de instabilidades,
enfraquecendo o reinado. Algumas fontes permitem de alguma forma saber quais os livros que estavam nesta
biblioteca como um catálogo medieval muito antigo e que se pensa descrever os manuscritos da biblioteca de
carlos magno
🦇 O trabalho desta biblioteca carolíngia foi muito destacado graças a estudiosos como Alcuíno, que tinha a seu
cargo a revisão dos textos bíblicos, resultando assim um texto da Vulgata, muito mais perfeito, designado como
a Bíblia de Alcuíno. Paulo Diácono para obter os melhores documentos sobre as pregações dos padres da igreja
que permitiu um texto sem erros com uma caligrafia bem legível nos volumes que se conhece do Homiliário de
Carlos Magno. Se fosse o Papa a fazer uma reforma dos textos religiosos, seria normal, o que não é normal é o
Imperador estar a fazer uma reforma dos textos religiosos.
🦇 Alcuíno de York, nasceu em 735 em Yorkshire na Inglaterra, foi filósofo, historiador, religioso, escritor e usou o
pseudônimo de Albinus Flaccus. Nesta altura havia a preocupação de reviver o que se considera positivo da
cultura clássica, nas cortes de Carlos Magno. Era um estudioso, erudito, diretor da catedral de York e vai viajar
até Roma. Vai ser um dos primeiros que Carlos Magno irá convocar para colaborar no seu programa de revisão
cultural/religiosa. Alcuíno faz uma série de cartas sobre o que se devia e o que não se devia fazer nesse
renascimento carolíngio. Circula por toda a Europa a localizar livros que devem ser copiados, inclusive ele próprio
vai copiar alguns desses livros. Luta contra heresias usando a sua grande capacidade oratória e seu grande
conhecimento sobre as escrituras. Vai ser abade em San Martin de Tours, onde se dedicou a fazer trabalhos de
retórica, escreveu, e criou uma vasta e rica biblioteca
HISTÓRIA GERAL DA EUROPA I: A Europa das origens ao início do século XIV

Capítulo II - A Europa carolíngia ou o tempo das ilusões


Meados do Século VIII a Meados do Século X
A Batalha de Poitiers (732), ou Batalha de Tours, foi um embate de muçulmanos omíadas com guerreiros
francos. A expansão islâmica, ao agravar o distanciamento religioso, cultural e político entre o Ocidente e o Oriente,
contribuiu grandemente para forçar os povos ocidentais a viverem conjuntamente. Passa a haver um agrupamento de
vastos territórios sob o ceptro único do imperador carolíngio. O Estado carolíngio alargou a sua área à quase totalidade
dos territórios do Ocidente cristianizado pela Igreja.

A Realização Carolíngia
🦇 A “Gesta” Excepcional
🕷 A herança bárbara germânica dos povos francos é evidenciada pela organização através de uma
comunidade de fiéis unidos pela participação nos êxitos do clã aristocrático.
🕷 Pepino de Heristal torna-se chefe de toda nobreza austrasiana o que faz com que a gestão familiar
converta-se em uma gestão nacional na medida em que a Austrásia constituía uma entidade política
diferenciada dos outros reinos merovíngios. Teve êxito, depois de vencer os nobres da Nêustria assumiu
como prefeito do palácio nos três reinos francos e, não sendo rei, foi praticamente o personagem mais
eminente e o principal governante em todos eles.
🕷 Carlos Martel, filho de Pepino de Heristal impôs a sua autoridade frente às diversas tentativas de
invasões e revoltas, derrotando todos os seus adversários e retomando o domínio dos três reinos,
também promovendo a evangelização de todas essas regiões. A batalha de Poitiers em (732) conferiu a
Carlos Martel grande prestígio, legitimando aos olhos dos contemporâneos o êxito da sua ação e
prestigiando a sua família. Dos filhos de Carlos Martel, Carlomano obteve a Austrásia, a Turíngia e a
Alemânia; enquanto Pepino, o Breve obteve a Nêustria, a Borgonha e a Provença. Carlomano retirou-se
da vida secular para entrar em um convento e entregou os seus poderes ao irmão, Pepino, o Breve.
🕷 Pepino, o Breve tem uma política unificadora, e com o tempo toma a decisão de assumir a realeza. A
igreja participa nesta transferência de poder concedendo à Pepino, o Breve, pela mão de S. Bonifácio,
uma bênção sacramental e a consequente sagração. Em 754, o papa foi à corte do novo rei dos Francos
e renovou a cerimônia, ungindo ao mesmo tempo os filhos e assim legitimando a continuidade da
dinastia. Em contrapartida, em 751, Pepino já tinha assegurado oficialmente a proteção à Santa Sé,
garantindo-lhe a posse de territórios na região romana que tinham sido até aí geridos sob autoridade
teórica do imperador bizantino e que passaram a ser designados patrimônio de S. Pedro ou Estados da
Igreja. O Estado da nova dinastia correspondia territorialmente ao reino merovíngio dos anos 500.
🦇 As Conquistas Carolíngias
🕷 Depois da morte de Pepino, o Breve, em 768, seu filho Carlos Magno, depois de ultrapassados os
tempos difíceis das partilhas territoriais e das disputas com o seu irmão Carlomano. Carlos Magno não
foi um grande conquistador, foi sobretudo um congregador de terras , de grupos, de comunidades. A
criação do Estado carolíngio reveste uma importância excepcional, concretizando e exaltando a formação
de um bloco territorial e político inteiramente distinto dos países e povos que o rodeiam, cuja
característica principal é sua continentalidade. O Império Carolíngio correspondia territorialmente a um
certo espaço europeu, repartindo e reagrupando a partir de um centro que foi nele fixado em
consequência dos acontecimentos e da vontade consciente de Carlos Magno. Pela primeira vez em sua
história, a Germânia é unificada sob a soberania de um só monarca e ao mesmo tempo, estritamente
ligada ao resto do Ocidente, isto é, ao reino dos Francos e dos Lombardos.
🦇 A Consolidação Econômica
🕷 No final do século VIII e começo do IX se verifica um certo arranque na economia, ao mesmo tempo que
as populações tomam mais amplas e claramente consciência das realidades materiais e dos
condicionalismos naturais, sendo que no período anterior a agricultura apenas produzia apenas o
indispensável para alimentar as populações.
🕷 As terras são repartidas entre as reservas do proprietário e a massa dos rendeiros que cultivam o
conjunto e ficam com parte dos produtos da exploração sendo o restante entregue ao proprietário. Aos
proprietários são reconhecidos certos direitos, até porque em contrapartida lhes são determinados e
delimitados os deveres, reforçando a coesão social. No âmbito do grande domínio e, portanto, nas
aldeias, a produção artesanal desenvolve-se e diversifica-se. Os capitulares de villis e os polípticos da
época ilustram a existência de vários ofícios. O comércio reanima-se, graças às ligações já assinaladas
anteriormente com os países do Leste europeu e da Ásia central. A reanimação das trocas e da
circulação, embora limitada, levou entretanto Carlos Magno a reorganizar o sistema monetário e a emitir
moedas de prata de bom teor, suscetíveis de utilização, em relação simples como o dinar e o dirhem do
Oriente, no circuito internacional. A moeda começou assim a difundir-se também nas populações
camponesas, desenvolvendo o comércio a curta e média distância
🕷 Portus são cidades onde convergem as correntes comerciais
🦇 A Ideologia Imperial
🕷 A coroação imperial de Carlos Magno em Roma no dia de Natal do ano de 800, dando a este o título de
eminentemente prestigioso, o Ocidente foi unificado, pela primeira vez desde o século V, é uno sem se
integrar em uma organização mais vasta, pluricontinental. A unidade - um só Império, um só Imperador -
não visa uma uniformização total, com Luís, o Piedoso, consideram o Império um único organismo
temporal em que, graças à Igreja e ao cristianismo, se fundiram terrenamente os diversos povos e em
que desapareceriam as diferenças étnicas. O Império seria detentor de uma virtude especial, baseia-se
no princípio romano onde por via desta reconstituía-se o Império Romano do Ocidente, sendo Carlos
Magno o sucessor legítimo de Augusto e Constantino. O imperador bizantino levantou protestos e
incentivou na Itália um foco de oposição contra Carlos Magno. Imperium, método que alicerçava-se nas
instituições específicas de cada reino, conformando-se no seu conjunto à dos tempos merovíngios. A
evangelização através da conquista era necessária para manter o poderio da autoridade imperial.
🦇 O Estado e o Direito
🕷 A reconstituição da soberania pública implica a definição dos direitos soberanos que são da
responsabilidade da comunidade, representada e assumida pelo monarca, determinando as regras da
comunidade política no interesse de todos. O exército supremo da justiça, que o monarca não aplica
forçosamente por sim mesmo ou por intermédio dos seus oficiais mas que faz aplicar em seu nome.
Prerrogativas econômicas que visam o benefício da comunidade, para efetivamente tomar corpo, para
dar um sentido às suas ações e imposições para que a sua autoridade seja na verdade uma autoridade
pública, tem de obter a adesão dos que lhe estão submetidos. Com a aceitação de uma ideologia de base
religiosa, o Império Carolíngio tende a criar um estado europeu.
🦇 A Organização do Império
🕷 Os monarcas carolíngios dispõem materialmente dos meios necessários para exercerem os seus poderes
graças à posse e aos rendimentos de vastos domínios (fisci), em parte também das confiscações
realizadas no decurso de atividades político-militares na Austrásia e das grandes conquistas. Graças aos
produtos e rendas que obtém desses domínios, o soberano pode manter uma organização administrativa
com numerosos funcionários. Arquicapelão, chefe da capela imperial, ocupa-se de tudo o que diz
respeito às igrejas e bispados de todo o Império, sendo o único magistrado além do imperador que
intervém regularmente nas decisões relativas ao conjunto do Estado. O conde do palácio foi o único
cargo criado pelos monarcas carolíngios, desfrutando de forte autoridade, visto que a sua principal
função é a de presidir ao tribunal do palácio e aplicar a justiça em nome do soberano, a cujo julgamento
são levadas numerosas causas. O palácio tem autoridade efetiva sobre todos os territórios e todos os
habitantes do Império. Carlos Magno, prevendo que depois da sua morte os seus Estados terão de ser
repartidos entre seus filhos, promove uma certa desconcentração do poder. O intuito destas autonomias
carolíngias é principalmente o de aliviar os trabalhos do governo central e, por conseguinte, o que se
pretende com elas é um arranjo simplesmente administrativo. O Império é dividido, territorialmente, em
condados ou comitatus de dimensões desiguais. Na Itália e no sul da Gália eram bastante vastos e
correspondiam com as antigas civitates romanas, coincidindo com as dioceses. Cobrindo toda a extensão
dos países governados pelo monarca carolíngio e sendo que os condes nomeados por este em qualquer
momento deslocados ou substituídos e sempre com as mesmas competências e os mesmos poderes, a
unificação administrativa é quase perfeita
🕷 Delegações parciais: vice-condes (ou visconde)
🕷 O conde é de fato o Estado fisicamente presente em todas as regiões do Império e, pelas funções que
desempenha, representa e preenche as atribuições fundamentais do poder público. Todos os agentes
são nomeados pelo conde e é dele que recebem as remunerações. O conde aplica sentenças e faz
executá-las, assim como transmite as ordens de mobilização e conduz os contingentes ao local de
concentração da hoste, porém não exerce o comando militar direto. Nas zonas fronteiriças, vários
condados são agrupados em circunscrições militares mais vastas a que se chama marcas e que ficam sob
a direção de um marquês ou margrave com tropas à sua disposição para defenderem o território imperial
contra incursões
🕷 Controle regular da administração dos condados através dos missi dominici. Apresentam relatórios ao rei
permitindo a este instruir a promulgação de medidas administrativas e legislativas apropriadas.
Recolhem juramentos de fidelidade como intermediários do rei e reforçam a coesão da comunidade
🦇 A participação da Aristocracia
🕷 A participação da aristocracia laica na organização e no funcionamento do sistema imperial foi o principal
fator que deu êxito aos reinados de Pepino, de Heristal e Carlos Martel. Os nobres eram aqueles que
faziam guerra e conquistas sob o comando do monarca. Força militar para que o Estado não se degrade.
A nobreza carolíngia participa também da administração sendo que Carlos Magno transforma em
administradores homens oriundos da esfera guerreira. Carlos Magno fez com que muitos nobres
tornassem seus vassalos, ligando-se a ele por um juramento pessoal em que prometiam prestar-lhe os
serviços que fossem requeridos e recebendo em contrapartida proteção que o imperador assegura
permanentemente pela defesa contra os seus rivais. Os condes juravam também fidelidade ao
imperador, submetendo-se à vassalagem (comendatio). São vassalos públicos, vassalos do rei, e o seu
compromisso relaciona-se com interesses materiais e imediatos. O Império Carolíngio é a realização com
êxito de um grupo social, a união reinante entre membros do grupo social
🦇 A Cooperação com o Papado
🕷 O imperador tinha sido investido por Deus com a autoridade suprema a fim de conduzir à salvação os
homens que lhe estavam confiados, Carlos Magno tem um poder superior a todos e é o defensor oficial
da religião. O imperador, porém, tende para uma competência ainda mais larga e chega a intervir em
questões de dogma. A cooperação com a Santa Sé ficou consolidada desde os acordos de 751 e 754,
que fizeram de Pepino, o Breve, consagrado como rei dos Francos e o protetor da Igreja de Roma, ao
mesmo tempo que foram criados os Estados da Igreja. Carlos Magno alargou a cooperação com o
Papado à medida que aumentava o seu poderio. Leão III coloca-se fisicamente sob a proteção de Carlos
Magno - que recusou julgá-lo mas exigiu dele um solene juramento de inocência- que se desenrolou a
coroação de 800 e consagrou o Império. O papa é um bispo elevado e consagrado acima de outros
bispos. O papa e o imperador são os dois luminares do Ocidente. Lotário restaurou o domínio imperial,
obrigando todos os romanos a jurar fidelidade ao monarca e determinando que o papa, logo após a
eleição e antes da consagração, deveria fazer um juramento análogo com as suas mãos entre as mãos do
representante do imperador. Devido ao enfraquecimento do poder monárquico e da autoridade imperial
e aos conflitos internos com as consequentes divisões o Papado assumiu o relevo mais considerável
🦇 A Associação com a Aristocracia Eclesiástica
🕷 Pepino, o Breve com a ajuda de S. Bonifácio empenhou-se na reconstituição das províncias eclesiásticas
e no restabelecimento do poderio dos metropolitas. Carlos Magno e os seus sucessores mantiveram a
mesma orientação e cooperaram ativamente com a hierarquia. Pepino, o Breve, favoreceu a regra
beneditina na maioria dos mosteiros, ajudando o bispo de Metz a reformar os capítulos. As preocupações
religiosas dos Carolíngios determinaram a maior coesão entre as comunidades monásticas e um maior
entendimento destas com o poder público. Carlos Magno prosseguiu com a política do pai obrigando
todas as abadias do império a adotar a regra beneditina. Estreita, também, a associação da autoridade
política e do clero, representando-se antes de tudo pela união do soberano e dos metropolitana, bispos
e abades, a cooperação assim firmada tornou mais fácil a realização de certas iniciativas religiosas e
culturais e faz sentir os seus efeitos e domínios alheios a religião, designadamente no que representa à
administração geral. Nas jornadas de inspeção, um dos dois missi dominici é sempre um eclesiástico,
acentuando mais expressivamente o papel do clero na administração. Para facilitar o desempenho da
função pública e ligar mais estreitamente a si homens da Igreja, Carlos Magno multiplicou a favor dos
mosteiros e dos bispados os privilégios da imunidade judicial, militar e fiscal que já haviam surgido na
época merovíngia. Todas as grandes abadias desfrutaram da imunidade. Os abades constituíam, com o
episcopado, um grande grupo sociopolítico cuja influência foi muito considerável, reforçando a
solidariedade no âmbito do regime por todo o tempo em que atuaram a favor deste
🦇 Evangelização e Cristianização
🕷 Uma das finalidades fundamentais da função imperial e real era a de converter as populações. O
dinamismo empenhado por essa época na evangelização foi vigoroso, mas os resultados foram escassos.
Os velhos cultos pagãos desaparecem; as antigas práticas do paganismo cristianizam-se, enquanto as
superstições e as atitudes que resultam de impressões entranhadas no povo subsistem, traduzindo
somente a curiosidade e a ansiedade quem em tudo é possível descobrir e que sempre misturam a
sentimentos religiosos mais elaborados e inteiramente conscientes
🦇 A Renascença Carolíngia
🕷 O dinamismo religioso provocou uma renovação das atividades intelectual e artísticas, deliberadamente
impulsionado pelo poder político em benefício próprio e no interesse da Igreja. O objetivo principal é a
educação dos eclesiásticos tendo em vista inicialmente o serviço religioso.
🕷 Alcuíno pôs em curso um programa que deveria ser adotado em todas as escolas. Em seu nível mais
básico, o programa incluía saber ler, escrever, contar e conhecer o latim. Em um nível mais elevado, era
instituída a iniciação nas artes liberais e a aquisição mais ou menos desenvolvida dos seus métodos e
conhecimentos. Alcuíno acentua que, em relação à gramática, é preciso utilizar o tratado de Donato, o
último grande gramático da antiguidade, enquanto o ensino da retórica deve basear-se em Quintiliano, e
os da dialética em Isidoro de Sevilha. Afirma que todas as ciências têm uma finalidade no sistema
educativo. Esse programa fortemente ambicioso não foi inteiramente realizado, mas permitiu a criação de
uma rede relativamente densa de centros intelectuais e de focos culturais. Foi instituída no império a
regra beneditina, criada por S. Bento e seus seguidores que atribuíam grande importância à sua
formação intelectual, tendo que expandi-la para poderem se evangelizar.
🕷 Foram instaladas em muitas igrejas pelo Império oficinas (scriptoria) para a produção de livros, em cópias
manuscritas de textos anteriores da antiguidade clássica e cristã, redigidos agora em uma caligrafia bem
legível, a minúscula carolíngia. Para albergar estes livros constituíram-se diversas bibliotecas, entre elas
temos a de Saint-Gall, a mais famosa, que possuía numerosas obras escriturais, litúrgicas, patrísticas,
livros de direito, narrativa hagiográficas e trabalhos gramáticos. Outra famosa biblioteca foi a de Lião que
incluía uma coleção patrística superior à de Saint-Gall, bem como uma série jurídica valiosa. A instrução
dos eclesiásticos, com proveito também para a administração civil, visto que numerosos funcionários e
agentes eram recrutados no clero, não era o único objetivo cultural de Carlos Magno e dos seus
conselheiros. Procurava dar igualmente a todos os fiéis, mesmo os mais modestos, uma formação
religiosa séria. A instrução das crianças de famílias aristocráticas, graças às escolas eclesiais ou
monásticas e, em certos casos, a preceptores privados, não foi menosprezada. Ministrava-se,
principalmente, um ensino moral, procurando incliná-los para as melhores práticas e insistindo sobre a
santidade do casamento e da vida conjugal. Essa educação tinha o intuito de preparar os alunos para as
funções que terão de exercer na sociedade. A promoção de autores e obras que se consagram
fundamentalmente a preocupações espirituais e pedagógicas, alargando o domínio religioso ao setor
político através de reflexões sobre o poder e a da compilação de textos jurídicos. Têm também a
promoção de escritores e livros nitidamente mais “literários”, como os de poetas, cronistas e
historiadores.
🕷 A cultura é essencialmente cristã, tudo baseia-se no latim. A maior virtude da Renascença Carolíngia é a
de ter restabelecido em todo o Ocidente um latim uniforme e relativamente coerente e o transmitido às
gerações seguintes.
🕷 Verificamos que o Ocidente cristão, integrado quase inteiramente dentro dos limites do Império
Carolíngio no final do século VIII e primeiros anos do IX, foi de certo modo unificado sob um poder
supremo cujo objetivo era a manutenção e reforço da unidade para permitir que vivessem em comum,
sob as mesmas normas morais e com visão idêntica da vida e do destino humano, povos anteriormente
diferenciados e separados. A unificação alicerçada numa doutrina que consagrava no plano ético a
autoridade pública, baseava-se num sistema de instituições firme e coerente, que tornava possível a
estas funcionar eficazmente, e era fortalecida pela elaboração duma cultura colocada primordialmente
ao serviço da religião, constituindo esta última o laço fundamental entre os governantes e os
governados. Desde de seu início, a construção carolíngia sofreu de graves problemas. O Império
decompõe-se em compartimentações que foram efetivamente articuladas e puderam parecer sólidas,
mas que não foram verdadeiramente nem duradouramente e cujo arranjo não foi realizado de modo a
que o conjunto pudesse permitir aos grupos e aos indivíduos viverem bem e, sobretudo, viverem em
concórdia.

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