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POEMAS ITINERÁRIO

Ensino para o Futuro

Em todo lugar a palavra futuro parece me perseguir, até nos corredores onde
percorro no meu dia a dia...É sufocante. Atiça. Minha. Ansiedade. Esse espaço
ensolarado e com suas janelas abertas para que a vida possa nos cumprimentar tem
quase um ar aconchegante, porém, ainda assim o futuro me consome. Em contraste
a atmosfera vívida, não há vida. Não há pessoas em tais espaços capazes de abrigar
uma reunião de emoções. O frio do ar presente onde não se tem quem levar calor, é
solitário. Isso vem como um consolo e refresco da vida agitada ou esfria minha
ânsia pelo viver? Suas rampas cinzas, sem expressão e longas me motivam para
chegar logo ao topo ou me cansam da paisagem repetitiva? É cansativo. Correr,
andar e eventualmente rastejar e coo se leva a vida dentro das grades e limites. Até
as limpas e honestas janelas parecem também querer ocultar a beleza e o caos do
movimento dos carros ferozes e suas ruas nunca vazias. Sufocante será meu futuro
nesse lugar?

Resposta da música IFHY de Tyler The Creator

Você é a melhor e a pior das drogas. Seu efeito potente acorda todos meus
sentidos, meus batimentos aceleram, minhas pupilas expandem e seu sorriso me
deixa tonta, um 360 no meu mundo monótono. A famosa brisa relaxante você
também fornece e de repente está tudo bem. As baixas pós-efeito são explosivas
dores de cabeça, náusea, meu corpo ansiosamente tremendo, pensamentos
compulsivos e destrutivos...agora nada tem objetivo e nada é interessante o
suficiente para me trazer animação. Faz uma hora que não responde, algo
aconteceu? Eu fiz alguma coisa? Estou encarando minha tela a horas e é melhor
você me responder logo, eu disse que você é minha até o fim. Temos uma conexão
e eu sei que você também sente esse aperto no peito longe de mim. Você deveria.
Eu sou sua droga e você é a minha, não pode desistir agora. Não pera, desculpa,
querida não queria usar esse tom com você, não me sinto a mesma...preciso de
mais doses. A dosagem baixa me agonia, não quero a realidade estática, me leve a
utopia. Não quero me sentir morta. Estou com medo. Me salve, me ressuscite. Me
dê uma dose mais alta agora. Mas eu sei que não pode...sinto muito, irei atrás de
outra droga.

Noite escura no banheiro

Abro meus olhos lentamente. Minha visão se choca com o toque da luz, fica toda
escura até que eu ganhe consciência de novo. Estou sentado no chão do meu
banheiro. Frio, mesmo assim confortando minha pele vermelha e quente. Minha
roupa levemente molhada como se minhas lágrimas fossem chuva. Percorrem meu
rosto gentilmente seguindo de suas curvas e como se tivesse com um blush natural,
meu rosto avermelhado e úmido. Meu coração acelerado como quem quisesse
combinar seu ritmo anormal ao das minhas mãos trémulas. Estou assim porque
pensei de novo e voltei aos meus antigos hábitos. O silêncio só é quebrado pelo
som do atrito de uma que acariciava minha pele de um jeito macio,
mas preciso...doloroso, mas aliviante. Volto a um estado mental mais sóbrio.
Levanto-me e vou lavar meus . Enquanto a água cai como ácido deixando
tudo ardendo eu reflito sobre porque que eu continuo fazendo isso. Eu quero
machucar quem me machuca ou fazer um claro pedido de ajuda? Não sei...talvez
os dois...de qualquer jeito, não está dando certo e não sei mais como parar. Faz
horas que me tranquei aqui, com sede e com fome. Eu fecho meus olhos
lentamente e abraço a escuridão.

Sem título

Eu que corria ansiosamente,


Como se estivesse lendo
O livro mais interessante já escrito
Não estou gostando
De como essa narrativa está se desenvolvendo.
Eu que pisava no chão,
Que agora se transforma em pedras
Como moedas grudando em um imã,
Não param de machucar meu pé.
Essas pedras se transformaram,
Em lâminas que a cada passo
Me cortam
Mais profundamente.
Ao olhar para os lados
Vejo trechos de grama
Tão macia quanto nuvem
Que abraçariam docemente meus pés e
Por alguma razão, continuo pisando em lâminas.
Será que recuso
Andar no macio
Por que não mereço esse conforto?
Ou será porque,
De um jeito errado,
Comecei a me confortar
Pela dor.

Dualidade
Acostumados com o sol e a lusa
Os regulares e bonitos aos okhos
Se esquece da beleza
Dos eclipses.
Acreditando no bem absoluto
Com motivação pura e agitada,
E no mal absoluto
Criador do caos e miséria,
Não acreditam em yin e yang
Não veem a pureza do caos
Ou a agitação na miséria.
No 8 ou 80 da sociedade
Seria eu uma pessoa boa
Ou uma pessoa ruim?
Ninguém procura saber?
A razão dos meus dias ensolarados
Ou das tempestades da alma.
No final eu me adapto
A essa vida dualista
Onde meu humor só consegue
Estar bem ou mal.

Carta a Rita Lee


Querida Rita, você sabe que sempre foi a Ovelha Negra da família, não só da
família, mas para o mundo padronizado. Porém para os revolucionários e espíritos
rebeldes que tem uma Mania de Você, se admira justamente isso. Como um Lança
Perfume, espalha uma sensação de refresco hipnotizante. Esse perfume não relaxa,
mas acorda mentes dormentes. Os que não querem acordar, Vampiros, nem um
pouco doces tentaram te drenar em 70, mas você não pediu Desculpa a O Que.
Coração de Mutante, mas nem por isso ficou presa nessa categoria por muito
tempo, sem abandonar Esse Tal de Roque Enrow. Mulher corajosa e sem medo de
falar sobre Amor e Sexo com pouca vontade de evitar o Fruto Proibido no Corre
Corre da censura. Você é uma estrela que brilha na terra, mas se há de brilhar com
os outros acima de nós um dia, assista-nos sabendo que terá revolução e celebração
da sua vida seno Tudo Por Amor.

Musa Esculpida

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