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Em todo lugar a palavra futuro parece me perseguir, até nos corredores onde
percorro no meu dia a dia...É sufocante. Atiça. Minha. Ansiedade. Esse espaço
ensolarado e com suas janelas abertas para que a vida possa nos cumprimentar tem
quase um ar aconchegante, porém, ainda assim o futuro me consome. Em contraste
a atmosfera vívida, não há vida. Não há pessoas em tais espaços capazes de abrigar
uma reunião de emoções. O frio do ar presente onde não se tem quem levar calor, é
solitário. Isso vem como um consolo e refresco da vida agitada ou esfria minha
ânsia pelo viver? Suas rampas cinzas, sem expressão e longas me motivam para
chegar logo ao topo ou me cansam da paisagem repetitiva? É cansativo. Correr,
andar e eventualmente rastejar e coo se leva a vida dentro das grades e limites. Até
as limpas e honestas janelas parecem também querer ocultar a beleza e o caos do
movimento dos carros ferozes e suas ruas nunca vazias. Sufocante será meu futuro
nesse lugar?
Você é a melhor e a pior das drogas. Seu efeito potente acorda todos meus
sentidos, meus batimentos aceleram, minhas pupilas expandem e seu sorriso me
deixa tonta, um 360 no meu mundo monótono. A famosa brisa relaxante você
também fornece e de repente está tudo bem. As baixas pós-efeito são explosivas
dores de cabeça, náusea, meu corpo ansiosamente tremendo, pensamentos
compulsivos e destrutivos...agora nada tem objetivo e nada é interessante o
suficiente para me trazer animação. Faz uma hora que não responde, algo
aconteceu? Eu fiz alguma coisa? Estou encarando minha tela a horas e é melhor
você me responder logo, eu disse que você é minha até o fim. Temos uma conexão
e eu sei que você também sente esse aperto no peito longe de mim. Você deveria.
Eu sou sua droga e você é a minha, não pode desistir agora. Não pera, desculpa,
querida não queria usar esse tom com você, não me sinto a mesma...preciso de
mais doses. A dosagem baixa me agonia, não quero a realidade estática, me leve a
utopia. Não quero me sentir morta. Estou com medo. Me salve, me ressuscite. Me
dê uma dose mais alta agora. Mas eu sei que não pode...sinto muito, irei atrás de
outra droga.
Abro meus olhos lentamente. Minha visão se choca com o toque da luz, fica toda
escura até que eu ganhe consciência de novo. Estou sentado no chão do meu
banheiro. Frio, mesmo assim confortando minha pele vermelha e quente. Minha
roupa levemente molhada como se minhas lágrimas fossem chuva. Percorrem meu
rosto gentilmente seguindo de suas curvas e como se tivesse com um blush natural,
meu rosto avermelhado e úmido. Meu coração acelerado como quem quisesse
combinar seu ritmo anormal ao das minhas mãos trémulas. Estou assim porque
pensei de novo e voltei aos meus antigos hábitos. O silêncio só é quebrado pelo
som do atrito de uma que acariciava minha pele de um jeito macio,
mas preciso...doloroso, mas aliviante. Volto a um estado mental mais sóbrio.
Levanto-me e vou lavar meus . Enquanto a água cai como ácido deixando
tudo ardendo eu reflito sobre porque que eu continuo fazendo isso. Eu quero
machucar quem me machuca ou fazer um claro pedido de ajuda? Não sei...talvez
os dois...de qualquer jeito, não está dando certo e não sei mais como parar. Faz
horas que me tranquei aqui, com sede e com fome. Eu fecho meus olhos
lentamente e abraço a escuridão.
Sem título
Dualidade
Acostumados com o sol e a lusa
Os regulares e bonitos aos okhos
Se esquece da beleza
Dos eclipses.
Acreditando no bem absoluto
Com motivação pura e agitada,
E no mal absoluto
Criador do caos e miséria,
Não acreditam em yin e yang
Não veem a pureza do caos
Ou a agitação na miséria.
No 8 ou 80 da sociedade
Seria eu uma pessoa boa
Ou uma pessoa ruim?
Ninguém procura saber?
A razão dos meus dias ensolarados
Ou das tempestades da alma.
No final eu me adapto
A essa vida dualista
Onde meu humor só consegue
Estar bem ou mal.
Musa Esculpida