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Diabetes
Diabetes
DIABETES
INTRODUÇÃO:
PERÍODO PÓS-PRANDIAL
Glicose → Insulina
- Insulina → hormônio anabolizante
Anabolismo
→ Glicogênio
→ Gordura
→ Proteína
JEJUM
Glicose
→ Insulina
→ Glucagon
→ Adrenalina
→ Cortisol e GH
- Cortisol → hormônio catabolizante
Catabolismo
o Gliconeogênese
Glicogênio → Glicose
Proteína → Glicose
o Gordura → Corpos cetônicos
DIABETES:
- Insulina
- “Pct que vive em jejum”
CLASSIFICAÇÃO:
Tipo 1 → insulina ausente
Ilhotas pancreáricas destruídas
Tipo 2 → insulina insuficiente
Ilhotas disfuncionais
Outros:
Gestacional
LADA (autoimune tardio): DM1 do adulto
MODY: DM2 do jovem
o NOTA: No pct em questão haverá fatores que falam contra DM1 (mais comum em crianças e
adolescentes)
No DM1, como há destruição das células beta-pancreáticas, esperamos uma
hiperglicemia mais acentuada, geralmente com sintomas associados
Alem disso, o DM1 geralmente cursa com anticorpos positivos: anti-GAD; anti-IA2;
anti-ZnT8 + peptídeo C indetectável ou < 0,1
FISIOPATOLOGIA:
- Hiper osmolaridade
- Glicose é muito osmolar
DIABETES TIPO 1
- Hipoinsulinismo absoluto (peptídeo C indetectável ou <0,1)
- Doença autoimune
Anti-ICA; anti-GAD; anti-IA2
Os genes mais implicados são localizados no cromossomo 6p21
A associação que confere maior risco é HLA DR3/DR4
40% de indivíduos normais também podem expressar os alelos
EPIDEMIOLOGIA:
- < 30 anos
Criança e adolescente
- Magro
CLÍNICA:
Polidipsia
Poliúria
Emagrecimento
Polifagia
Cetoacidose
DIABETES TIPO 2
- Resistência periférica à insulina
Genética / Ambiental (ganho de peso)
- Fadiga pancreática secretória
EPIDEMIOLOGIA:
- > 45 anos
- Obeso
CLÍNICA:
- Assintomático
Abre quadro com complicações:
o Macrovasculares (IAM, DAP, AVE)
o Microvasculares (retinopatia, neuropatia, nefropatia)
DIAGNÓSTICO DIABETES
2 TESTES:
Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL
Teste oral de tolerância à glicose (glicemia 2h pós 75g de glicose VO) (TOTG) ≥ 200
mg/dL
Hemoglobina glicada (HbA1C) ≥ 6,5%
*HbA1C → consegue detectar o padrão da glicemia nos últimos 3 meses
- Situações de estresse e uso de corticoide podem “gerar uma falsa” DM
ALEATÓRIA:
Glicemia ≥ 200 mg/dL com sintomas de diabetes a qualquer
momento
PRÉ-DIABETES:
Glicemia de jejum entre 100-125
mg/dL
TOTG entre 140-199 mg/dL
HbA1C entre 5,7 e 6,4%
- A glicemia de jejum alterada impera a realização do TOTG
NOTA: O uso de metformina pode ser considerado prevenção do DM2 em adultos com pré-diabetes nas seguintes
situações:
Idade < 60 anos; obesos (IMC > 25kg/m2); mulheres com história de DMG; síndrome metabólica com
hipertensão; glicemia > 110mg/dl.
RASTREAMENTO POPULACIONAL:
INDICAÇÃO:
IMC ≥ 25 + 1 fator de risco: 3 em 3 anos
o HAS
o Sedentarismo
o Dislipidemia
o História familiar de DM (1º grau)
o SOP
o Acantose nigrans (= resistência à insulina)
o Doença cardiovascular
Idade ≥ 35 anos (Brasil: ≥ 45 anos)
o Independente de fatores de risco
TRATAMENTO
ALVO:
- Mais importante: HbA1C < 7%
Solicitar de 3 em 3 meses para acompanhamento
Se pct com alto risco de hipoglicemia (idoso, DRC, múltiplas comorbidades): alvo HbA1C < 8%
DM TIPO 1:
INSULINOTERAPIA:
→ Dose: 0,5 a 1,0 UI/kg/dia
→ SUS
PROBLEMA:
- Hiperglicemia matinal
Fenômeno do alvorecer (manhã desprotegida) → Mais comum
o Pico de contra insulínicos com o final da dose do NPH
Efeito Somogy (hipoglicemia da madrugada)
o Contra insulínicos geram uma hiperglicemia de rebote
o Hiperglicemia ao acordar
CONDUTA:
o Alvorecer:
Aumentar a dose da NPH noturna
o Somogyi:
Reduzir NPH noturna ou lanche à noite
o Para não errar:
Passar NPH noturna para mais tarde (22h)
DM TIPO 2:
DIMINUIR RESISTÊNCIA INSULINICA:
BIGUANIDA (Metformina):
1ª linha – Benefício cardiovascular
Reduzem a gliconeogênese hepática
Risco de acidose lática ( vit B12) – Aqui pct vai apresentar aumento de creatinina e hiperlactatemia
NÃO USAR: Insuficiências (renal: TFG <30; hepática)
GLITAZONA (Pioglitazona):
Eleva o peso; retém sal; risco de fraturas
NÃO USAR: IC (CF III ou IV)
INCRETINOMIMÉTICOS:
- Imitam a incretina (proteína que aumenta a insulina na dependência da glicose)
- Aumento da insulina depende da glicemia (não causam hipoglicemia)
INIBIDORES DO SGLT2:
- Diminuição (bloqueio) da reabsorção tubular de glicose
- Potente diurético
- Estudos recentes: benefício cardiorrenal
Se dnç CV ou renal:
Análogo da GLP-1
ou Inibidor da
SGLT2
RESUMO ED:
Redução da resistência à insulina
BIGUANIDAS (METFORMINA)
Mecanismo de ação: inibição da gliconeogênese hepática
São neutras no peso e podem apresentar discreta redução nos obesos – discreto efeito anorexígeno
Posologia: 850 ou 500g -> dose máxima: 1.000mg 2x/dia (pode chegar até 2.550/dia)
Efeito esperado: redução da HbA1C de 1-2%
Efeitos adversos: intolerância gástrica (EA mais comum), acidose lática (FR para acidose lática – Cr > 1.5 em homens ou > 1.4 em mulheres
ou TFG < 60-30, insuficiência cardíaca descompensada, hepatopatias, instabilidade hemodinâmica, hipoxemia, ates de realizar exames
contrastados e pacientes hospitalizados = essas são as contraindicações formais); redução vitamina B12 (suplementar (?))
A droga pode ser usada com segurança em nefropatas com Clearance > 30. Deve ser suspensa na véspera de qualquer cirurgia!
GLITAZONAS (TIAZOLIDINEDIONAS)
Mecanismo de ação: modulador do receptor PPAR-gama – aumentando o efeito insulínico na captação e utilização energética da glicose
principalmente no músculo esquelético.
Efeito esperado: redução da HbA1C de 0,5-1,4%
Efeitos adversos: o principal é o aumento do peso (média de 2-3 kg) – acúmulo de gordura periférica. Retenção hidrossalina; fraturas
(Receptores para a droga no tecido ósseo capazes de afetar o seu processo de remodelamento e levar a desmineralização)
Contraindicadas em pacientes com IC grave, classes III e IV de NYHA e insuficiência hepática.
SULFONILUREIAS
Mecanismo de ação: aumentam a secreção basal de insulina (Atuam nas células Beta pancreáticas).
Efeito esperado: redução da HBA1C em 1-2%
EA: hipoglicemia iatrogênica. Ganho de peso. CI na gestação e em caso de insuficiência renal ou hepática.
Quanto maior a geração, menor o risco de hipoglicemia e menor eliminação por via renal. Pacientes em uso dessas medicações e que
começam a fazer episódios frequentes de hipoglicemia e com as doses habituais, necessitam de investigar a função renal.
GLINIDAS (METIGLINIDAS)
Mecanismo de ação: atuam na célula beta pancreática como secretagogos de insulina, mas também aumentam o pico rápido de insulina pós-
prandial, por estimularem outros receptores de membrana. Têm como principal papel o controle da hiperglicemia pós-prandial no DM2 e só
podem ser administrados antes das refeições.
Efeito esperado: redução da HBA1C de 0,5-1,5% (A repaglinida é a mais eficaz)
EA: hipoglicemia iatrogênica (nos pacientes que ficarão em jejum).
Sem benefícios superiores as sulfonilureias, e são mais caras. A repaglinida, por ser metabolizada principalmente pelo fígado, poderia ser
usada com mais segurança em pacientes renais crônicos.
ACARBOSE
Mecanismo de ação: Inibição da alfaglucosidase. A substância age inibindo a digestão dos carboidratos em monossacarídeos (como a
glicose) retarda sua absorção intestinal reduz hiperglicemia pós-prandial.
Efeito esperado: redução da HBA1C de 0,5-0,8%
EA: flatulência e diarreia. CI na gestação e em caso de insuficiência renal ou hepática.
Ação incretinomimética
- As incretinas são hormônios (principalmente o GLP1) secretados por células endócrinas (Células K e L) do intestino delgado.
INIBIDORES DE SGLT2
Mecanismo de ação: agem inibindo o cotransportador sódio-glicose tipo 2 (SGLT2), expresso no túbulo renal proximal e que participa da
reabsorção de 90% da glicose filtrada pelo rim.
Efeito esperado: redução da HBA1C de 0,5-1,0%
Efeitos adversos: candidíase vulvovaginal, infecções urinárias, glicosúria. Uso é CI se TFG<30. Aumento de LDL e cetoacidose euglicêmica
– descontinuar antes de cirurgias eletivas.
Benefício no desfecho cardiovascular e renal. Reduz PA e peso, com baixa incidência de hipoglicemia (efeito independente de insulina).
COMPLICAÇÕES AGUDAS
CETOACCIDOSE DIABÉTICA:
- DM tipo 1
- Menos frequente no tipo 2
→ Diminuição/ Ausência da insulina
→ Glicose
→ Lipólise → Corpos cetônicos
Ácido beta-hidroxibutírico
Ácido aceto acético
Acetona
CLÍNICA:
Dor abdominal, náuseas, vômitos
Hiperventilação (Kussmaul → hiperventilação profunda)
Leucocitose
Aumento de creatinina, amilase, TGO, TGP
DIAGNÓSTICO:
Glicose > 250
Cetonemia/ Cetonúria (3+/4+)
pH < 7,30 e HCO3 < 15
TRATAMENTO: VIP
- A insulina (que é o que ele precisa) na agudização de cetoacidose, pode ser, também, letal para o pct
Volume
SF 0,9%
1L na 1ª hora (15-20 mL/kg)
Avaliar Na:
Se < 135 → Manter SF 0,9%
Se ≥ 135 → Mudar para SF 0,45%
Insulina
Regular EV
0,1 U/kg em bolus + 0,1 U/kg/h por 1 hora
Reduzir a glicemia (no máx): 50-70 mg/dL/h
Quando glicemia < 250
Adicionar Soro glicosado 5%
Bicarbonato
Repor se pH < 6,9
MACETE: VIP → Volume/ Insulina/ Potássio
CRITÉRIOS DE COMPENSAÇÃO:
Glicemia < 200 e pelo menos 2:
o pH > 7,30
o HCO3 > 15
o Ânion GAP < 12
COMPLICAÇÕES:
Trombose (devido ao estado inflamatório agudo e a toxemia)
Edema cerebral
Hipocalemia grave
Arritmias
Hipoglicemia
Mucormicose (Rhizopus sp., Mucor sp.)
o Micose destrutiva rinocerebral
o Pct imunocompetente
o Coriza de coloração escura (“meleca preta”)
→ Diminuição de insulina
→ Lipólise (não haverá cetoacidose, pois, ainda tem insulina)
→ Glicose → OSMOLARIDADE
Aumento da necessidade aquosa (sede) → idosos não tem tanta sede
Polaciúria
DIAGNÓSTICO:
Glicose > 600
Osmolaridade > 320
pH > 7,30 / HCO3 > 18
TRATAMENTO:
- Semelhante a cetoacidose: VIP
COMPLICAÇÕES CRÔNICASS
RETINOPATIA:
- Causa mais importante de cegueira entre 20-74 anos
- Complicação microvascular mais comum nos diabéticos
CLÍNICA
NÃO PROLIFERATIVA:
1.º. Microaneurismas
2.º. Exudatos duros
3.º. Hemorragias em “chama de vela”
4.º. Exudatos algonodosos
5.º. Veias em contas de rosário
PROLIFERATIVA:
- Neovasos (geralmente próximos do disco óptico)
TRATAMENTO
- Ac anti VEGF
- Fotocoagulação
PÉ DIABÉTICO:
NEUROPÁTICO: (polineuropatia diabética)
- Teste do estesiômetro ou monofilamento (laranja, 10g) (*obs: se negativo, tem a doença)
- Teste com diapasão (sensibilidade vibratória)
- Avaliação de sensibilidade álgica e reflexos tendíneos
VASCULAR:
- Palpação dos pulsos
NEFROPATIA:
- Inicialmente, microalbuminúria (hiperfiltração glomerular, decorrente das lesões glomerulares)