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Seção 1
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INTRODUÇÃO
No nosso dia a dia ou em todos as mídias a que temos acesso, nos deparamos com
grande quantidade de temas econômicos, como
- Desemprego;
- Inflação;
- Períodos de crescimento ou de recessão econômica;
- Elevação de impostos;
- Instabilidade de preços;
- Globalização;
- Dívida externa;
- Déficit público;
- Distribuição de renda;
Todos estes temas são discutidos entre as pessoas comuns que nem sempre
possuem argumentos baseados em observações científicas e, portanto, carregados de
empirismo.
Para um estudante que, muito em breve, tornar-se-á um profissional e ocupará cargos
importantes em empresas privadas ou na administração pública, é necessário que
possua um conhecimento mais sólido sobre os temas econômicos, para que possa
analisar os cenários econômicos à sua volta e tomar decisões.
O principal objetivo do estudo das Ciências Econômicas é explicar como funcionam os
sistemas econômicos e as relações dos agentes econômicos, propondo soluções para
os problemas existentes.
1 – CONCEITO DE ECONOMIA
Etimologicamente, a palavra economia deriva do grego oikonomía (de óikos,
casa; nómos, lei), que significa a administração de uma casa, ou do Estado.
Conceitualmente podemos dizer que a Economia é a ciência social que estuda a
produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Lionel Robbins (1898 - 1984), economista britânico, propôs uma das primeiras
definições contemporâneas de economia e, por muitos, a mais aceita: "A economia é a
ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação
existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora
escassos, se prestam a usos alternativos" (ROBINS, 2012, p.15)
Assim sendo, esta ciência está intimamente ligada à política das nações e à vida das
pessoas, tendo como uma das suas principais funções explicar a forma pela qual os
recursos (escassos) são combinados, para produzir bens capazes de satisfazer as
necessidades (ilimitadas) existentes.
2- PROBLEMAS FUNDAMENTAIS DA ECONOMIA
Diante da escassez de recursos, a ciência econômica está em constante atenção aos
principais problemas da economia: o que produzir, quanto produzir, como produzir e
para quem produzir. Quando se analisa “o que produzir”, leva-se em conta as
necessidades de toda a sociedade, pois a economia como uma ciência social não
estuda somente interesses individuais de poucos, mas os interesses de toda uma
coletividade. Após esta análise, será determinada “a quantidade de produtos” a ser
produzida e em que proporções serão colocados à disposição da sociedade. Estas
duas questões serão respondidas através da variável demanda.
O outro problema fundamental da economia é a questão de “como serão
produzidos” os bens, ou seja, quais fatores de produção serão empregados no
processo de produção. Entendendo-se como fatores de produção: a matéria-prima,
bens de capitais tangíveis, tecnologia e mão-de-obra qualificada. Vale observar que os
recursos disponíveis na natureza são escassos e, por isso, deve-se buscar sempre
novas alternativas de produção sustentáveis.
O último desafio da economia é determinar “para quem produzir”, ou seja, para
quem serão destinados os bens econômicos a serem produzidos.
Observamos, portanto, que estas duas últimas questões irão impactar em decisões de
produção, ou seja, na variável oferta.
3- CONCEITOS FUNDAMENTAIS
No estudo da economia, alguns conceitos são fundamentais para melhor
entendimento e análise dos fatos econômicos. Em princípio, é interessante entender,
por exemplo, que as necessidades humanas são ilimitadas, o que significa dizer que
além da reposição das necessidades diárias (alimentação, vestuário, higiene, moradia,
transporte, etc...), o ser humano se encanta pelo lançamento de novos produtos que
passam a gerar uma necessidade que até então não existia. Um bom exemplo é a
telefonia móvel. Nesse sentido, os bens são produzidos com a intenção de suprirem
as necessidades humanas que, por serem ilimitadas, entram em confronto com os
recursos escassos.
3.1 – BENS E SERVIÇOS
Os bens e serviços disponíveis no mercado, para atender às necessidades da
sociedade, possuem suas peculiaridades que podem ser classificadas por diferentes
tipos. Dessa forma, em relação à renda e aos preços, um bem pode ser:
1. Bens de consumo: que podem ser duráveis e não-duráveis.
2. Bens de capital: são o que utilizamos para produzir outros bens ou serviços.
Como exemplo de bens de consumo duráveis, podem ser citados: carro, casa,
terrenos, etc... Já os bens considerados não duráveis são, em geral, alimentos,
bebidas, material de limpeza, etc...
Os bens de capital são aqueles que auxiliam na produção de outros bens, como por
exemplo: infraestrutura, máquinas, equipamentos, implementos, ferramentas, etc...
Ainda no processo produtivo, podemos classificar os bens como:
- Intermediários – quando ainda não estão prontos para o consumo direto.
- Finais - já se encontram prontos para o consumo.
Existem outras classificações para bens em economia, mas que serão conceituados
no decorrer das aulas.
Dica: através do link abaixo, em pouco mais de cinco minutos, você poderá aumentar
o seu conhecimento
3.2 - A PRODUÇÃO E OS FATORES DE PRODUÇÃO
Para que tenhamos à disposição no mercado bens e serviços para o consumo da
sociedade, é necessário que estes bens sejam produzidos. O termo produção se
refere a toda ação que resulta na fabricação, elaboração ou obtenção de bens ou
serviços. No processo produtivo são combinados, de forma harmônica, os três
principais fatores de produção: Terra (matéria-prima), Trabalho (mão-de-obra)
e Capital (máquinas, equipamentos, ferramentas, infraestrutura, etc...). Não se pode
imaginar a produção de bens (sejam eles quais forem) com ausência de algum dos
fatores.
Alguns economistas incluem a Capacidade Empresarial ou Know-how como um
quarto fator de produção. A capacidade empresarial seria essencial para a
organização do processo produtivo, reunindo e combinando os demais fatores. É o
conjunto de habilidades e de conhecimento que dão sustentação à produção.
3.3 - DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO
Após a produção de bens e serviços, este são lançados no mercado para a sua
comercialização. Esta comercialização acontecerá em vários níveis, havendo,
portanto, diferentes bens para diferentes rendas, assim como produtos de interesses
distintos, com mercados específicos. Como dito anteriormente, os bens possuem
algumas classificações. No caso dos bens de consumo direto, estes serão distribuídos
em mercados onde os consumidores possam adquiri-los através da compra e, assim,
suprir uma necessidade pessoal. Mas existem os mercados em que são distribuídos e
comercializados os fatores de produção, nestes mercados, os consumidores serão as
unidades produtivas (empresas).
No mercado, o consumo de bens e serviços se dá através da troca de produtos e
serviços por moeda, numa relação conhecida como compra e venda.
Adam Smith, considerado o Pai da Economia, disse: “O consumo é a única finalidade
e o único propósito de toda produção.”
4 - RELAÇÃO DA ECONOMIA COM AS DEMAIS CIÊNCIAS
Anteriormente foi dito que a Ciência Econômica se preocupa em estudar o
comportamento humano a partir da busca por suprir as suas necessidades ilimitadas,
através da aquisição de bens e serviços que são resultantes de recursos escassos.
Mas a sociedade é também objeto de estudo de outras ciências sociais que a
analisam sob diversas óticas e estes vários aspectos acabam por se inter-
relacionarem. Há, portanto, além da visão econômica, análises sob o aspecto político,
demográfico, jurídico, religioso, histórico, etc... Estes outros aspectos irão ajudar no
entendimento da evolução dos fatos econômicos.
Como exemplos dessa relação, podemos analisar o seguinte: Considerando o
programa de transferência de renda, embora tenha um caráter econômico, pois
fomenta a melhoria do poder aquisitivo da população, possuem dados sociológicos
para que se possa estudar as características de cada região afetada por este
programa. Há então uma relação estreita entre a Economia e a Sociologia.
A Economia possui algumas áreas em que os cálculos são necessários para
simulação de modelos. Estes cálculos são apropriados da matemática e da estatística.
Logo, a Economia, a Matemática e a Estatística também possuem uma forte
relação.
A organização da sociedade é estabelecida através de resoluções jurídicas, definidas
pelo Direito. As unidades produtivas (empresas) são constituídas obedecendo critérios
jurídicos e as políticas econômicas do governo, não seriam implantadas sem
instrumentos legais que permitissem a execução. Então existe também uma relação
direta entre a Economia e o Direito.
Dessa forma, passamos a entender que a ciência econômica possui inter-relação com
várias outras áreas do conhecimento, como História, Geografia, Biologia, etc...
A partir daí, seria interessante pesquisar em que momento a Ciência Econômica se
comunica com a História, Geografia, Biologia, Física, Psicologia, entre outras.
Conteúdo - Seção 2
Figura 2- Adam Smith, Karl Marx, Joseph Schumpeter e John Keynes - Deposiphotos 2012
A Escola Clássica (fins do séc. XVIII e início do séc. XIX), cuja base de pensamento é
o liberalismo econômico, ora defendido pelos fisiocratas. Seu principal membro é
Adam Smith, que não acreditava na forma mercantilista de desenvolvimento
econômico e sim na concorrência que impulsiona o mercado e consequentemente faz
girar a economia.
Todo o contexto da Escola Clássica foi influenciado pela Revolução Industrial. É
caracterizada pela busca no equilíbrio do mercado (oferta e demanda) via ajuste de
preços, pela não-intervenção estatal na atividade econômica, prevalecendo a atuação
da “ordem natural”.
Dica: Pesquisar sobre os principais pensadores da Escola Clássica – David
Ricardo, Thomas Malthus, John Stuart Mill e Jean Baptiste Say.
Escola Clássica:
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A Teoria Neoclássica (fins do séc. XIX ao início do séc. XX) - segundo os princípios
do pensamento neoclássico o homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria
seus ganhos e seus gastos. É nela que se dá a consolidação do pensamento liberal.
Doutrinava um sistema econômico competitivo tendendo automaticamente para o
equilíbrio, a um nível pleno de emprego dos fatores de produção.
Alfred Marshall, um dos maiores pensadores neoclássicos, em sua obra Síntese
Neoclássica, tenta provar de que forma o livre funcionamento das relações comerciais
garantiria a plena alocação dos fatores de produção.
Escola Neoclássica:
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