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Toxicologia Ocupacional

Introdução

• O corpo humano possui sistemas naturais


de defesa que ajudam a proteger contras
muitos riscos ambientais e ocupacionais.
Introdução

• Entretanto, estamos a todo momento sujeitos a


riscos ocupacionais, sendo estes representados
pelas bactérias; vírus; substâncias químicas
(material particulado, líquidos, gases, vapores);
ruídos, oscilações de temperatura ou algum
procedimento de trabalho.
Introdução

Assim, os trabalhadores podem estar


constantemente expostos a esses riscos que
tendem a debilitar seus sistemas naturais de
defesa.
1) QUAL O RISCO?
2) COMO AVALIAR O RISCO?
Toxicologia Ocupacional

Área da toxicologia, aplicada aos princípios


e métodos para identificação, gestão e
controle dos compostos químicos no
ambiente de trabalho, visando o uso
adequado e seguro de agentes químicos,
que ofereça um ambiente salubre ao
trabalhador.
Riscos ocupacionais: Substâncias
químicas

• Material particulado
• Líquidos
• Gases e Vapores
Toxicologia ocupacional

• Toxicologia dos metais: Pb; Hg; Cd; As.


• Toxicidade dos solventes
• Gases e vapores irritantes e asfixiantes
AVALIAÇÃO DE RISCO
AVALIAÇÃO DE RISCO

PROCESSO QUE CARACTERIZA DE FORMA


CIENTÍFICA E SISTEMÁTICA, O POTENCIAL DE
EFEITOS ADVERSOS SOBRE A SAÚDE
RESULTANTES DE SITUAÇÕES OU AGENTES
(QUÍMICO, FÍSICO, BIOLÓGICO) PERIGOSOS.
Biomonitoramento

o Trata-se de uma metodologia de fundamental


importância, atualmente de ampla aplicação
prática, pois permite avaliar o andamento das
exposições no tempo.
o O biomonitoramento é também importante na
pesquisa, particularmente nos estudos
epidemiológicos.
o Em tais investigações o valor dos
biomarcadores fornece uma informação sobre
a exposição e possíveis efeitos adversos que
podem ocorrer a saúde dos expostos.
Biomonitoramento

Consiste na determinação de biomarcadores de


exposição e biomarcadores de efeitos, nos
indivíduos expostos aos agentes presentes no
ambiente de trabalho, para avaliar a
exposição e o risco a saúde comparando com
referências apropriadas.
MONITORAMENTO AMBIENTAL

Consiste na medida dos agentes químicos


presentes na atmosfera do ambiente de
trabalho a fim de se avaliar a exposição
ambiental e o risco a saúde
comparando com referências
apropriadas.
Limites de Exposição Ambientais de acordo
com Deutsch Forschungsgemeinschaft
(DFG)
• MAK (Máxima Concentração Tolerável): é a máxima
concentração de uma substancia química (gás, vapor ou
partículas aerodispersas) presente no ambiente de trabalho
que não produz efeitos adversos nos trabalhadores expostos
durante um período de 8 horas diárias ou 40 horas semanais.

▪ TRK (Limite de Exposição Técnico): é o nível mais baixo


de concentração que pode ser obtido nas indústrias com a
tecnologia atual.
Limites de Exposição Ambientais de acordo com
American Conference of Industrial Hygienists
(ACGIH)

TLV-TWA (Valor limite “limiar” - média ponderada no tempo): concentração


media ponderada no tempo (calculada para uma jornada de trabalho
convencional de oito horas e/ou 40 horas de trabalho semanal) para as
quais se acredita que quase todos os trabalhadores possam estar
repetidamente expostos dia após dia sem apresentar efeitos adversos.
TLV-STEL (Valor limite “limiar” - limite para um breve período (tempo) de
exposição): concentração a qual se acredita que os trabalhadores
possam estar expostos continuamente por um breve período de tempo
sem que surjam irritações, dano crônico ou irreversível nos tecidos e
redução do estado de atenção.
TLV-C (Valor limite “limiar” - Ceiling): concentração que não deve ser
superada durante qualquer momento da exposição da jornada de
trabalho.
Limites biológico segundo a ACGIH e a
DFG

• BEI (Índice Biológico de Exposição - ACGIH): representa o


valor do biomarcador que é possível encontrar em
amostras colhidas de trabalhadores saudáveis, expostos
aos níveis de concentração do ar da ordem de grandeza do
TLV-TWA.
o BAT (Nível Biológico Tolerado - DFG): representa a
máxima quantidade da substância química ou de seu
metabólito presente nas amostras colhidas dos
trabalhadores expostos num período de 8 horas diárias ou
40 horas semanais.
o Os BAT são validados referindo-se aos valores do MAK.
Limites biológico segundo a ACGIH e a
DFG

•EKA(Limite de Exposição Equivalente para Substâncias


Cancerígenas - DFG): para as substancias cancerígenas os
BATs foram substituídos pelo EKA.

Servem para investigar a relação entre a concentração da


substancia carcinogênica na atmosfera do ambiente de
trabalho e a dos metabólitos presentes no material
biológico.
Vias de administração de agentes
tóxicos no ambiente de trabalho
Principais vias de introdução

• Respiratória
• Pele
• Oral
Absorção Através da Pele

A pele constitui-se numa


importante camada
protetora do organismo.
Mas....

• Nem sempre protege contra os riscos


presentes no ambiente de trabalho.
• Isto porque as substâncias químicas
podem ser absorvidas diretamente pelo
organismo através da pele saudável.
• Uma vez absorvidas, as substâncias
químicas através da circulação são
transportadas para os órgãos alvo
produzindo efeitos nocivos.
Também...

• Vários materiais ou situações no ambiente de trabalho


podem causar moléstias ou lesões, facilitando a
absorção de substâncias químicas.

• Por exemplo, o trabalho mecânico onde são realizadas


atividades como de fricção, pressão e outras formas de
força, podem produzir calos, bolhas, lesões nos nervos,
cortes, etc.
Além disso,

• Centenas de novas substâncias químicas ingressam nos


ambientes de trabalho a cada ano, algumas delas
podem ocasionar irritação da pele e reações alérgicas
da derme.

• Algumas substâncias tais como ácidos e álcalis fortes


provocarão lesões na pele quase que imediatamente.

• Outras como ácidos e álcalis fracos e solventes em


geral, provocarão efeitos na pele somente se houver
contacto da pele com a substância química durante
vários dias.
De modo geral quais são as substâncias que
podem danificar a pele?

• Todas as formas de petróleo, entre elas o diesel,


lubrificantes, combustíveis, solventes, diluentes e os
desengraxantes;
• Produtos do alcatrão da hulha, compreendidos os fenóis
e os cresóis.
Entretanto...

Outras substâncias químicas causam dermatites de


contacto
• Formaldeído.
• Compostos de níquel.
• Resinas epóxi e catalisadores utilizados na fabricação de
produtos plásticos.
• Agentes germicidas que levam o sabão e outros produtos de
limpeza, em particular o hexaclorofeno, bitionol e as
salicilanilidas halogenadas.
• Cromatos.
Dermatite

•Enrijecimento da pele após a formação de bolhas ou


escamas.
●Habitualmente os sintomas somente aparecem quando a
substância química entra em contacto com a pele e
desaparecem quando o trabalhador deixa de estar em
contacto com a mesma.
Absorção Através dos Pulmões
Sistema Respiratório

• Dispõe de mecanismos muito eficazes para


filtrar os poluentes normais que ocorrem no
ar.
• Os sistemas de filtração do nariz (pelos) e do
trato respiratório superior (mucosa, cílios
vibráteis) impedem que grandes partículas
penetrem no organismo e atinjam os pulmões
produzindo efeitos adversos à saúde.
Assim...

● O sistema respiratório filtra com eficiência as


partículas de pós de diâmetros grandes, entre
as quais as fibras.
Entretanto...

• É muito difícil eliminar as partículas de


diâmetros pequenos que pode atingir partes
mais profundas dos pulmões e ocasionar
graves problemas respiratórios locais.
• Quando os pulmões estão expostos a
concentrações elevadas de pós, vapores,
fumos do cigarro, poluentes da atmosfera, os
mecanismos de filtração podem ficar
sobrecarregados e sofrer um dano.
E, uma vez sofrido o dano....

• É provável que se desenvolvam nos pulmões,


diferentes bactérias ou vírus, podendo ocasionar
pneumonias.
• Trabalhadores que desenvolvem tarefas em locais
cheios de pós (mineiros de bauxita e carvão;
engenhos de açúcar; de amianto; indústria
química; indústria farmacêutica, etc) apresentam
maior possibilidade de contrair doenças
respiratórias.
Substâncias químicas de risco
no ambiente de trabalho
Gases e vapores
São classificados em

● Irritantes

● Asfixiantes
GASES IRRITANTES

● São substâncias de ação local que agridem o


aparelho respiratório e os olhos, e podem
levar à inflamação tecidual, com risco de
infecção secundária.
● São percebidos pelos seres humanos em
concentrações baixas.
GASES IRRITANTES

● Eles podem produzir efeitos irritantes no trato


respiratório superior e inferior, mas o risco
principal e a localização primária dos
sintomas dependem grandemente da sua
solubilidade em água e da concentração à
qual os indivíduos se expõem.
Assim,

Os gases irritantes são divididos em dois


grupos principais, baseado na sua
solubilidade em água.
GASES IRRITANTES

● Gases altamente solúveis, como amônia e cloro,


que são bem adsorvidos pelo trato respiratório
superior e rapidamente produzem efeitos nas
membranas mucosas dos olhos, nariz e garganta.
● Gases menos solúveis, como fosgênio e dióxido
de nitrogênio, são lentamente adsorvidos pelo trato
respiratório superior e podem atingir o trato
respiratório inferior, onde sua toxicidade será
exercida.
Efeitos clínicos dos gases
irritantes

● De uma forma geral, a exposição ocorre pela via


inalatória.
● Assim, os efeitos tóxicos em caso de inalação são:
cefaléia, conjuntivite, rinite, faringite, laringite, secura
e insensibilidade nasal, hemorragia, edema de glote,
edema laríngeo, pneumonite, bronquite.
● Também, podem ocorrer taquipnéia, tosse, infiltrado
pulmonar e síndrome disfuncional reativa das vias
aéreas.
● A exposição cutânea causa eritema e queimadura.
Classificação dos gases irritantes de
acordo com os sintomas de intoxicação

● Intensos
Derivados sulfúricos
Aldeídos
Flúor
Amoníaco
Acroleína

● Moderados
Cloro e derivados
● Leves
Ozônio
Brometo e Cloreto de metila
Vapores nitrosos
É importante destacar que:

• Os gases e vapores podem também penetrar


no organismo através do sistema respiratório.
• Assim, existirão efeitos locais no trato
respiratório superior e nos pulmões e, por
serem absorvidos e transferidos para a
corrente sangüínea irão provocar efeitos
adversos nos órgãos alvo.
Os asfixiantes são classificados, de acordo
com o seu mecanismo de ação tóxica em:

● Asfixiantes Simples: são gases inertes, porém, quando em


altas concentrações em ambientes confinados, reduzem a
disponibilidade do oxigênio. Desta forma, a substância ocupa o
espaço do oxigênio na árvore brônquica. Ex.: dióxido de
carbono (CO2), metano, butano e propano.
● Asfixiantes Químicos: são substâncias que impedem a
utilização bioquímica do oxigênio (O2). Atuam no transporte de
oxigênio pela hemoglobina (Hb) e impedem o uso tecidual do
oxigênio. Ex.: monóxido de carbono e substâncias
metahemoglobinizantes, cianeto e gás sulfídrico (H2S).
PREVENÇÃO

O organismo dispõe de vários mecanismos que podem


“emitir” sinais de alarme quando ocorrem riscos:
• Odor
• Tosse
• Irritação no nariz

Estes sinais de advertência apenas dirão que há um


provável risco.

Todavia muitas substâncias químicas não apresentam odor


e assim não podemos identificar.
PREVENÇÃO

• Outras substâncias químicas só apresentam odor


quando se apresentam em concentrações muito
acima dos “níveis de segurança” e já podem estar
provocando danos à saúde.
• Alternativamente, outras não apresentam odor
após determinado tempo próximo a elas, pois o
nariz se habitua com o seu odor (adaptação).
• Dessa forma o olfato nem sempre é um sinal de
alarme confiável.
Aspectos Toxicológicos dos
Solventes Orgânicos
O que é um Solvente?

De acordo com a Toxicologia Ocupacional:


• Compostos Orgânicos na forma líquida
• Dissolve outros compostos orgânicos
• Lipofílicos
• Habitualmente volátil
Usos

Como Solvente Com outra finalidade

▪ Combustíveis
• Dissolução
▪ Alimentos
• Extração
▪ Drogas de abuso
• Desengraxamento ▪ Bebidas
• Tintas e corantes ▪ Anticongelante
• Diluição, dispersante ▪ Explosivos
• Limpeza a seco ▪ Poluentes
Classes Químicas dos Solventes (1)

• Hidrocarb. Alifáticos ▪ Gasolina


• Hidrocarb. Cíclicos ▪ Ciclohexano
• Hidrocarb. Aromáticos ▪ Benzeno, tolueno
• Cetonas ▪ Ciclohexanona, acetona
• Aldeídos ▪ Acetaldeído
• Álcoois ▪ Etanol, metanol
• Éteres ▪ Éteres Glicólicos
• Ésteres ▪ Acetato de Etila
Classes Químicas dos Solventes (2)

• Hidrocarbonetos Nitro • Etilnitrato, TNT

• Alcanos Halogenados • 1,1,1-tricloretano,


• tetracloreto de carbono,
• clorofórmio
• Alcenos Halogenados
• Tricloretileno,
• Cloreto de vinila

• Misturas • Querosene
Toxicocinética dos Solventes

• Absorção rápida
• Via inalatória (solventes voláteis, por difusão)
• Via cutânea
• Ingestão (incomum)
• Distribuição
• De acordo com o teor de lipídeos e vascularidade
• Tecidos: adiposo e os ricos em lipídeos (são
depósitos para armazenamento)
Toxicocinética dos Solventes

• Metabolismo
• Geralmente hepático
• Bioativação de alguns metabólitos tóxicos
• Excreção
• urina, produtos conjugados
• fezes, produtos conjugados
• ar expirado, solventes voláteis
Características comuns na Toxicidade
dos Solventes

• Efeitos dérmicos locais devido a extração


dos lipídeos da derme
• Efeito depressor do SNC
• Efeitos Neurotóxicos
• Efeitos Hepatotóxicos
• Efeitos Nefrotóxicos
• Risco variável de câncer
Efeitos Hepáticos dos Solventes (1)

• Hepatite química, com ↑ transaminases


indicando dano hepatocelular
• Esteatose (fígado gorduroso)
• ocasionalmente progredindo para necrose
hepática
• Possível cirrose (na recuperação)
• Metabolismo reduzido de outros
xenobióticos
Efeitos Hepáticos dos Solventes (2)

• Mecanismos da hepatotoxicidade
▪ desalogenação
▪ formação de radicais livres
• Hidrocarbonetos Halogenados têm maior
toxicidade
• tetracloreto de carbono, clorofórmio
• 1,1,1-tricloretano, tricloretileno
Toxicidade Renal dos Solventes

• Necrose tubular aguda


• Exposição aguda severa
• Hidrocarbonetos halogenados, glicóis, tolueno,
destilados do petróleo
• Glomérulonefrite
• crônica, exposição crônica
• a gasolina está implicada
Neurotoxicidade Central Aguda

Atividade como um anestésico geral ou por uma


inibição seletiva

• Narcose (alteração do estado de consciência)


• Euforia
• Agitação (desinibição)
• Incoordenação motora, ataxia
• Disartria (incapacidade de articular as palavras de
maneira correta)
Neurotoxicidade Central Crônica

Não bem definida

“Síndrome dos Pintores”


• Depressão
• Desempenho psicomotor retardado
• Alteração da personalidade
• Diminuição da memória recente

Bateria de Testes Neurocomportamentais


Problemas na Avaliação da
Neurotoxicidade dos Solventes

• Dificuldade na definição dos casos


• Variabilidade nos testes neurocomportamentais
• Exames não específicos
Neurotoxicidade Periférica e
Solventes

Solventes conhecidos ou suspeitos de causar NP:


• n-hexano, metil-n-butil cetona, dissulfeto de
carbono (conhecidos)
• estireno, tetracloretileno (suspeitos)

Apresentam-se inicialmente nas


extremidades neuronais
Neurotoxicidade Periférica e
Solventes

• Efeitos sensoriais
• Perda da capacidade de receber estímulos dos
músculos e tendões (posteriormente).
Ex: reflexos no tendão de Aquiles, vibração.
• Parestesias: sensações cutâneas subjetivas
que são vivenciadas espontaneamente na
ausência de estimulação.
• Dormência

• Efeitos motores
• Fraqueza motora
• Atrofia de nervos
Neurotoxicidade Periférica e os
Solventes

Eletrofisiologia
• Condução nervosa lenta
Diagnostico diferencial
• Outros agentes tóxicos (etanol - induz
neuropatia)
• Mecânica (compressão) – trauma
• Deficiências nutricionais
• Desmielinização neuronal
• Presença de proteínas pré-neoplásicas
Toxicidade específica de alguns
Solventes

• Severa hepatotoxicidade (CCl4 - CHCl3)


• Carcinogenicidade
▪ alcanos: polihaletos, cloretos
▪ alcenos: monohaletos, cloretos
Toxicologia especifica de alguns
Solventes
• Gasolina
• Glomérulonefrite (?)
• Aspiração ⇒ pneumonite
• Teor de Pb ?
• Nitratos alifáticos (inclusive o TNT)
▪ Metemoglobina
▪ Hipotensão
▪ Severa hepatotoxicidade
Toxicologia especifica de alguns Solventes

• Tricloretileno - Câncer
• Tetracloreto de Carbono, clorofórmio – Câncer
e Severa hepatotoxicidade
• Diclorometano (cloreto de metileno, CH2Cl2)-
Câncer e Metabolisado a CO
Toxicologia especifica de alguns Solventes

• Efeitos Adversos - numerosos


▪ Intoxicação aguda
o Embriaguez
o Abuso crônico do álcool (dependência)
o Síndrome alcoólica fetal
▪ Síndrome de abstinência
o Delerium tremens
Toxicologia especifica de alguns Solventes

Metanol
▪ Metabolismo muito lento nos primatas
▪ Toxicidade na retina ⇒ visual Δ ⇒ cegueira
▪ Retardo da acidose metabólica
Toxicologia especifica de alguns Solventes

• Etilenoglicol
o Cálculos de oxalato,
o Nefrotoxicidade, deposição de oxalato no
túbulos
o Hipocalcemia (pela quelação)
o Acidose com grande perda de anions
• Éteres glicólicos
o Toxicidade reprodutiva
Toxicologia especifica de alguns
Solventes

• BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno, xileno) -


contaminantes comuns do solo e água.
• Tolueno - potente toxicidade no SNC, desordem
cognitiva crônica
• Xileno - irritante das membranas mucosas,
especialmente a ocular.
Benzeno

C 6 H6
PM = 78,1
P.E. = 80°C
Benzeno

ESPOSIÇÃO OCUPACIONAL ESPOSIÇÃO


EXTRA-OCUPACIONAL

• Refinarias de petróleo • Fumo do cigarro


• Petroquímicas • Poluição do tráfego veicular
• Distribuidores de
combustíveis
• Síntese de outros
solventes (estireno,
fenol, clorobenzeno)
• Indústria do couro
• Laboratórios químicos e
biológicos
Metabolismo Benzeno

• A taxa de biotransformação do benzeno após a exposição


ocupacional é superior a 50%.
• A primeira reação é a conversão a benzeno-epóxido (BE),
principal intermediário reativo.
• O BE é sucessivamente biotransformado a metabólitos fenólicos
que representam cerca de 30% da dose de benzeno absorvida
(fenol - 15%; quinol - 12%; catecol - 2%; 1,2,4-benzenotriol -
2%).
• O BE reage com a glutationa e o conjugado (<1%) origina o
acido S-Fenilmercaptúrico que é eliminado na urina.
• O anel aromático é quimicamente estável mas cerca de 2%
sofre uma abertura para formar um metabólito de estrutura
linear, o ac. trans,trans mucônico.
Distribuição e eliminação Benzeno

• O benzeno é distribuído para varias partes do corpo:


sangue, medula óssea, tecido adiposo e fígado

• É transportado do sangue para os pulmões: eliminado

• O benzeno absorvido pode ser eliminado inalterado


pelos pulmões (12%) e pela urina (1%)

• A meia-vida do benzeno é estimada em 9 horas, mas


estes valores podem alcançar também 24 horas
porque o benzeno tende a depositar-se no tecido
adiposo de onde é lentamente liberado
Toxicidade do benzeno

Intoxicação aguda Intoxicação crônica


• Os sintomas mais evidentes
estão a cargo do SNC o Efeito tóxico mais relevante
esta a cargo do sistema
hematopoiético, caracterizado
por uma menor produção de
eritrócitos, leucócitos e
plaquetas pela medula (anemia
aplástica e indução de
leucemia)
Limites de Exposição

TLVs/ACGIH MAK/DFG
(2005) (2005)

TWA = 0,5 ppm TRK = Limite de Exposição


STEL = 2,5 PPM Técnica

Efeitos críticos
(base para o TLV): Câncer
Biomarcadores do Benzeno

Urina Sangue Ar exalado

Ác. t,t- mucônico Benzeno Benzeno

Ác.S-fenilmercaptúrico
(S-PMA)

Benzeno
Limites Biológicos de Exposição
(acido t,t, mucônico)

ACGIH/BEI DFG/EKA
ambiental urina
(mg/m3) (mg/L)
500 µg/g creat 2,0 1,6
3,3 2
6,5 3
13 5
19,5 7
Limites Biológicos de Exposição
(Benzeno no sangue)

ACGIH/BEI
DFG/BTV
Não é relacionado
ambiental sangue
(mg/m3) (mg/L)
1 0,9
2 2,4
3 4,4
3,3 5.
6,5 14.
13. 38.

BTV – Biological Tolerance Value


Valores de referência

Acido S-fenilmercaptúrico urinário:


< 5 µg/g creat (não fumantes)

Acido trans,trans-mucônico urinário:


< 0,3 mg/g creat (não fumantes)

Benzeno no sangue: < 0,5 µg/L


Interferentes

• Acido S-fenilmercaptúrico urinário


O habito de fumar representa um fator aditivo.

• Acido trans,trans-mucônico urinário


O habito de fumar representa um fator aditivo.
Metabólito do acido sórbico (aditivo alimentar).

• Benzeno no sangue
O hábito de fumar e contaminação ambiental.
TOLUENO
(metilbenzeno)

C 7H8
PM = 92,1
P.E. = 111°C
TOLUENO- EXPOSIÇÃO

OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL

• Petroquímicas • Produtos de limpeza


• Refinarias de Petróleo • Colas
Metabolismo Tolueno

o O tolueno é absorvido através dos pulmões e mais lentamente


pela pele
o No organismo é encontrado primeiramente no sangue
o Em seguida deposita-se no tecido adiposo
o 20 % da dose absorvida é eliminado inalterado pelo trato
respiratório
o 80% é biotransformado: os principais metabólitos são o ácido
hipúrico, o o-cresol e o ácido benzóico.
Toxicidade Tolueno

Exposição aguda Exposição crônica

• Intolerância ao álcool
• Irritação dos vias aéreas
• Cefaléia
superiores
• Distúrbios do ritmo
• Depressão do SNC sono-vigília
• Hepatotoxicidade
(hepatomegalia)
• Nefrotoxicidade
Limites de Exposição

ACGIH (2005) DFG (2005)


TLV-TWA 50 ppm MAK 50 ppm
190 mg/m3

Efeitos críticos
(base para o TLV):SNC
Biomarcadores Tolueno

Urina Sangue

• Acido hipúrico ▪ Tolueno


• o-cresol
• Tolueno
Limites Biológicos de Exposição
(ácido hipúrico urinário)

ACGIH/BEI DFG/BTV
(2005) (2005)
1,6 mg/g creatinina Não é relatado
Limites Biológicos de Exposição
(orto-cresol urinário)

ACGIH/BEI
DFG/BTV
(2005)
(2005)

0,5 mg/L
3,0 mg/L
Limites Biológicos de Exposição
(tolueno no sangue)

ACGIH/BEI DFG/BTV
(2005) (2005)

Não relatado
0,5 mg/L
Valores de Referência Tolueno

ácido hipúrico urinário 1,5 g/g creat

o-cresol urinário 30-350 µg/L.

tolueno no sangue < 0,6 µg/L.

tolueno urinario < 1 µg/L


Interferentes Tolueno

Ácido hipúrico urinário


A ingestão de álcool inibe a biotransformação do tolueno
ao ácido hipúrico

o-cresol urinário
Exposição ao fumo do cigarro; co-exposição com outros
solventes

Tolueno no sangue: não conhecido

Tolueno urinario: não conhecido


XILENOS
(dimetilbenzeno)

C8H10
PM = 106,2
P.E. = o-=144°C m-=139°C p-=137°C
EXPOSIÇÃO XILENO

OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL

• Industria de solventes ▪ Gás de descarga da gasolina


(freqüentemente em combinação verde
com tolueno), ▪ Fumo do cigarro,
• Resinas sintéticas ▪ Diluentes
• Plastificantes
• Borracha
• Preparações farmacêuticas
(vitaminas),
• Laboratórios de anatomia
patológica
METABOLISMO XILENO
o As principais vias de absorção: trato respiratório e a pele

o No organismo: reações semelhantes ao metabolismo do tolueno

o Oxidação de um grupo metílico formando o ácido metilbenzóico

o Ácido metilbenzóico conjuga com a glicina ⇒ acido metilhipúrico ⇒


excretado na urina (95% da dose absorvida)

o Pequena parte é excretada como xilenol


Toxicidade Xileno

Toxicidade aguda Toxicidade crônica:

Exposição prolongada aos


460 ppm: irritação vapores:
• olhos • Conjuntivite
• pele (dermatite). • Irritação da pele e cavidade
nasal
• SNC: inicialmente excitação e
depois depressão.
Biomarcadores do Xileno

ácido metilhipúrico urinários

xileno no sangue

xileno na urina
Limites de Exposição

ACGIH - TLVs DFG

TWA 100 ppm MAK 100 ppm


TLV-STEL/C 150 ppm

Em concentrações superiores podem


ocorrer distúrbios da visão, depressão do
SNC, confusão e coma.

Efeitos críticos (base para o TLV):


Irritação
Limites Biológicos de Exposição
(ácidos metilhipúrico urinários)

DFG/BTV
ACGIH/BEI

1,5 g/g creat 2000 mg/L


Limites Biológicos de Exposição
(xilenos no sangue)

ACGIH/BEI DFG/BTV

Não relatado 1,5 mg/L


Valores de Referência Xileno

Ac. Metilhipúrico urinário: < 1 mg/L

Xileno no Sangue: < 3 µg/L

Interferentes

Não conhecidos
n-HEXANO

C6H14
PM = 86,2
P.E. = 69°C
P.F. = -95°C
n-HEXANO: Exposição

OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL

No passado era utilizado


• Indústria de calçados
em vernizes,colas e
(solvente de cola) solventes.
• Usado em laboratório como
agente de extração na
determinação do índice de
refração dos minerais.
n-HEXANO: METABOLISMO

Absorção:
• Sistema respiratório
• Pele

Acumulação
• Tecido adiposo.
n-HEXANO: METABOLISMO

Metabólitos do n-hexano:

2-hexanol → 2,5-hexanodiol + 2-hexanona →


5-hidroxi-2-hexanona → 2,5-hexanodiona +
4,5-dihidroxi-2-hexanona → 4-hidroxi-2,5-hexanodiona.
n-HEXANO: Eliminação

• Principal via de excreção do hexano inalterado ⇒


pulmonar ⇒ ar exalado

• Principal via de excreção dos metabólitos:


urinaria
n-HEXANO: TOXICIDADE

• A exposição elevada ao hexano produz um efeito


narcótico
• A exposição as concentrações ocupacionais:
podem causar neuropatias periféricas
• Efeito neurotóxico: aumentado por uma
exposição simultânea a metil etil cetona (MEK)
Limites de Exposição

ACGIH DFG

TLV-TWA 50 ppm BAT 180mg/m3

Efeitos críticos (base para o


TLV):
o SNC
o Irritação
n-HEXANO: Biomarcadores

2,5-hexanodiona urinária
n-HEXANO: Interferentes

• Consumo de álcool
• Variações metabólicas de origem genética
Limites Biológicos de Exposição

ACGIH/BEI DFG/BTV
(2005) (2005)

2,5-hexanodiona 2,5-hexanodiona +
urinária 4,5-dihidroxi-2-hexanon
a
5 mg/g creat
5 mg/L
n-HEXANO: Valores de Referência

2,5-hexanodiona: < 0,5 mg/g creat.


Aspectos toxicológicos do
As, Cd, Pb e Hg
Arsênico

PA = 75
P.E. = 613°C
Arsênico (As)

Exposição Exposição
Ocupacional extra-ocupacional

•Industria siderúrgica ▪Consumo de frutos do


•Do vidro mar com a
arsenobetaína (não
•Da cerâmica
tóxica)
•Preparação de fármacos
▪Traços no ar urbano
•Preparação de corantes
▪Na água (variações
geográficas)
▪Fumo do cigarro.
Arsênico - Metabolismo

o O As é absorvido pela via inalatória (a mais importante no


âmbito ocupacional) e a gastrintestinal.
o No organismo se acumula sobretudo na pele e anexos,
pulmões, fígado, rins e músculos.
o As tende a se ligar aos grupos SH presentes nas proteínas
o As3+ pode ser oxidado a As5+ mas pode também ser metilado
seja para acido monometilarsônico (MMA) como dimetilarsínico
(DMA).
o A principal via de excreção do As inorgânico e de seus
metabólitos metilados é a urinaria.
o Na urina é encontrado cerca de 20% do As inalterado, 20% de
MMA e 60% de DMA, nas exposições a baixas doses de As
inorgânico.
Arsênico - Toxicidade

Intoxicação aguda Intoxicação crônica


Ocorre em ambientes de
trabalho com exposições em
Casos de suicídio e baixas doses
homicídio
Sintomas:
Sintomas:
o Fadiga
oGastrintestinais
o Problemas gastrintestinais
oCardíaco o Melanodermia
oVascular o Hiperqueratose
o Hepatomegalia que pode
evoluir para uma cirrose
Provoca a morte entre
30-60 minutos. o Neoplasias pulmonar,
hepática e cutânea.
Limites de Exposição

ACGIH-TLV DFG

TWA 0,01 mg/m3 TRK 0,1 mg/m3

Trióxido de As,
Pentóxido de As
Acido arsenioso
Acido arsênico
Arseniato de chumbo
Arseniato de cálcio
Limites Biológicos de Exposição

ACGIH – BEI DFG - BAT (BLV)

o arsênico inorgânico + o arsênico inorgânico +


metabólitos metilados metabólitos metilados
30 µg/L 50 µg/L
Arsênico - Interferentes

• Consumo de água potável contaminada


• Fumo do cigarro
• Dieta rica em crustáceos
Arsênico - Valores de Referência

Arsênico urinario: 2-25 µg/L


Cádmio

Cd
PM = 112,41
P.E. = 765°C
P.F. = 320,9°C
Cádmio (Cd) - Exposição

OCUPACIONAL EXTRA - OCUPACIONAL

▪Industria do zinco o Adubos com fosfato


▪Ligas de cádmio com outros o Fumo do cigarro
metais o Proximidades de fundições
▪Baterias níquel-cádmio de material não ferroso.
▪Ligas de solda
manganês-cádmio
▪Pigmentos de tintas
▪Estabilizantes de plásticos
Cádmio - Metabolismo

• Atividade industrial:principal via de absorção é o sistema


respiratório.
• A dieta diária contém de 30 a 60 µg de cádmio, cuja absorção é
de 2-7%, com pico de 20% nos indivíduos com teor de ferro
limitado.
• O Cd embora presente em todos os tecidos, possuem maior
afinidade pelo fígado e rim, pela elevada presença, nesses órgãos,
da metalotioneína.
Cádmio - Metabolismo

•No sangue o Cd é intra-eritrocitário.


•O Cd é eliminado principalmente através da urina e pouco pelas
fezes.

Meia- vida biológica

•Cádmio no sangue é de um a três meses.


•Cd no organismo: meia vida muito longa (10-30 anos).
Cádmio - Toxicidade

•O Cd liga-se a: grupos sulfidrílas das enzimas, grupos


carboxílicos, grupos fosfóricos, cisteína, histidina, ácidos
nucléicos.
•A intoxicação por via oral: menos grave do que por via
respiratória.
•Via oral:náuseas, vômito e diarréia.
Cádmio - Toxicidade

•Câimbras, vertigens, dores ósseas.


•Proteinúria e glicosúria.
•Via respiratória:
o Rinorréia
o Dispnéia
o Dor torácica
o Edema pulmonar
o Enfisema progressivo (por inibição da antitripsina)
o Proteinúria
o Anemia hipocrômica.
Limites de Exposição

ACGIH – TLV DFG

TWA - Cd e compostos Cd e compostos inorgânicos


como Cd Não são relatados limites

0,01 mg/m3

Efeitos críticos
(base para o TLV): Rins
Cádmio - Biomarcadores

Cádmio urinário
Interferências:
Hábito de fumar, idade, alimentação.

Cádmio no sangue
Interferências:
Hábito de fumar, idade, alimentação.
Cádmio - Valores de Referência

Cádmio urinário: 0,1 - 4 µg/L

Cádmio no Sangue: 0,1 - 3 µg/L


Biomarcadores
ACGIH – BEI
ACGIH - BEI
Cádmio no sangue
Cádmio urinário
5 µg/L
5 µg/g creat
Mercúrio

Hg
PA = 200,6
P.E. = 356,7°C
P.F. = -38,8°C
Exposição

OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL
• Preparações de amalgamas
dentários o Água potável
• Lâmpadas o Peixes
• produção de aparelhos
científicos de precisão
(termômetros, barômetros,
manômetros)
• Plantas de produção de
cloro-soda.
Metabolismo

• Na natureza: mercúrio elementar (Hg0), mercúrio


inorgânico (Hg2+) e mercúrio orgânico.
• O mercúrio inorgânico (Hgi): liberado na água pelas
industrias; pode ser convertido a metilmercúrio pela
flora bacteriana e sucessivamente concentrado em
peixes, que representam a principal fonte de exposição
para os indivíduos não expostos ocupacionalmente.
Metabolismo

• No âmbito ocupacional o mercúrio é absorvido


principalmente por inalação ou através da pele.
• O Hg0 é eliminado nas fezes, na urina, no ar expirado e
na saliva
• O Hg0 atravessa a barreira hemato-encefálica e se
acumula no SNC.
Metabolismo

• O Hg2+ desnatura as proteínas do trato gastrintestinal


com efeitos corrosivos.
• Pode causar necrose do túbulo renal.
• Em mineiros expostos simultaneamente ao mercúrio e
selênio: observado um menor efeito neurotóxico.
Metabolismo

• O mercúrio orgânico, em particular o


metilmercúrio, é distribuído ao SNC, fígado, e rim.
• Nas mulheres grávidas atravessa a placenta
produzindo um efeito teratogênico.
Limites de Exposição
DFG
ACGIH - TLV
Mercúrio metálico e compostos
Formas inorgânicas inorgânicos como mercúrio
incluindo o Hg0
MAK = 0,1 mg/m3
TWA = 0,025 mg/m3

Efeitos críticos (base para o TLV):


SNC; rins; sistema reprodutivo
Biomarcadores
Exposição ao Hg elementar e inorgânico

Mercúrio Total Inorgânico Urinário

Mercúrio Total Inorgânico no Sangue


Limites Biológicos
(Mercúrio total inorgânico urinário)
de Exposição

ACGIH DFG

BEI 35 µg/g creat BAT 100 µg/L


Limites Biológicos de Exposição
(Mercúrio total inorgânico no sangue)

ACGIH/BEI
DFG/BAT
(2005)
(2005)
15 µg/L
Não é relatado
Valores de Referência

Mercúrio urinário: < 7 µg/L.


Interferência: Consumo de peixes.

Mercúrio no sangue: < 5 µg/L.


Interferência: Consumo de peixes.
Chumbo

Pb
PA = 207
P.E. = 1740°C
P.F. = 327,5°C
Exposição

OCUPACIONAL EXTRA-OCUPACIONAL

• Produção de baterias o Presente em tintas a base


• Corantes de chumbo
• Ligas metálicas o Descargas industriais
o Alimento contaminado
Exposição

Dimensões das partículas desempenham um


papel muito importante na absorção (1µm)
através do trato respiratório
Metabolismo

o Partículas de maiores dimensões são retidas no trato


respiratório e as que são removidas podem ser em parte
deglutidas

o Outra via de absorção é o trato gastrintestinal e a pele

o Uma vez absorvido o Pb é distribuído no plasma, fluidos


extracelulares, atravessa a barreira hemato-encefálica

o Acumula-se nos tecidos moles e no esqueleto


Metabolismo

• Mais de 95% do Pb no sangue está nas hemácias ligado


a hemoglobina e outras substancias

• A excreção do Pb ocorre pela urina e fezes


Biossíntese do HEME

o Glicina + Succinil CoA ALA SINTETASE ⇒ ALA ⇒


Porfobilinogênio ⇒ Uroporfobilinogênio ⇒
o Coproporfirinogênio ⇒ Protoporfirina + Ferro Ferro
Quelatase ⇒ HEME.

o Provoca um aumento da protoporfirina, porque


estimula a protoporfirina sintetase e inibe a ferro
quelatase
Toxicidade

Intoxicação aguda Intoxicação crônica


(saturnismo)
• Não é observada na Pb atua nos níveis:
• industria o Gastrintestinal
• Ingestão acidental de o SNC
compostos de Pb o Rins
o Tecido muscular
o Anemia normocítica
o Encefalopatia
o Aminoacidúria
o Coproporfirinúria
Toxicidade

• A toxicidade do Pb deve-se a sua afinidade pelas


membranas celulares das mitocôndrias

• Uma indicação evidente de uma futura intoxicação é o


aumento das porfirinas no sangue e na urina

• Entre os sintomas estão o aparecimento da orla gengival


e a cólica saturnínica
Principais inibições enzimáticas

O Pb liga-se com grupos sulfidrílas de diversas


enzimas

As mais importantes são:

• Acido δ-aminolevulínico desidratase (δ-ALA-D)


• Ferro quelatase.
Limites de Exposição

EUA ALEMANHA
ACGIH TLV-TWA DFG - MAK
0,05 mg/m3 0,1 mg/m3
Efeitos críticos (base para o TLV):
SNC; sangue; rins; sistema
reprodutivo
Limites Biológicos de Exposição
Chumbo no sangue

ACGIH - BEI* DFG/BAT


30 µg/100 ml
400 µg/L
* Mulheres em idade fértil cujo
Pb-S > 10 µg/100 ml: risco de
gerar crianças com Pb-S > 10
300 µg/L
µg/100 ml ⇒ déficit cognitivo (em mulheres< 45 anos)

Itália
60 µg/100 mL
40 µg/100 mL (mulheres em
idade fértil)

PCMSO - Brasil
60 µg/100 mL
Valores de Referência

Chumbo no sangue:
5-160 µg/L (de acordo com a zona geográfica)
Interferências

• Idade
• Fumo do cigarro
• Amostras sensíveis a contaminação
FIM!

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