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100 Dicas Sobre Escrita Criativa
100 Dicas Sobre Escrita Criativa
MAIS E
MELHOR
100 DICAS
By Diego Schutt
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Dica 1: Transforme pensamentos em palavras
Dica 2: Decida os gêneros que você quer escrever.
Dica 3: Estude os textos dos seus escritores favoritos.
Dica 4: Inspire-se antes de começar a escrever.
Dica 5: Elimine a autocrítica no início do seu processo de criação.
Dica 6: Evite que perfeccionismo afete sua produtividade.
Dica 7: Monitore sua produtividade e motivação para escrever.
Dica 8: Aprenda a provocar emoções com palavras.
Dica 9: Teste suas ideias de história.
Dica 10: Entenda o papel de cada peça que compõe uma história.
Dica 11: Decida se você quer escrever livros ou ser um escritor.
Dica 12: Evite comparar suas histórias as dos seus ídolos.
Dica 13: Tente responder perguntas que intrigam você.
Dica 14: Aceite o convite das histórias que se oferecerem a você.
Dica 15: Não tente agradar a todos com suas histórias.
Dica 16: Diagrame suas histórias de forma profissional.
Dica 17: Confie na sua intuição ao escrever histórias.
Dica 18: Divulgue e distribua suas histórias.
Dica 19: Empreste sua mente para todos os seus personagens.
Dica 20: Revise suas histórias com os ouvidos.
Dica 21: Escreva várias histórias simultaneamente.
Dica 22: Respeite suas habilidades e suas histórias.
Dica 23: Evite a síndrome do escritor incompreendido.
Dica 24: Escreva com liberdade e edite com disciplina.
Dica 25: Seja específico em suas descrições.
Dica 26: Acredite no que você escreve.
Dica 27: Não se preocupe com a extensão da sua história.
Dica 28: Recompense o tempo do leitor.
Dica 29: Tempere suas histórias com drama e comédia.
Dica 30: Respeite as regras que você criar para sua história.
Dica 31: Domine a estrutura narrativa clássica.
Dica 32: Valorize disciplina mais do que talento.
Dica 33: Aprenda a observar pessoas como um escritor.
Dica 34: Decida quando usar narração ou diálogo.
Dica 35: Desconfie dos seus momentos de inspiração.
Dica 36: Permita que os leitores tirem suas próprias conclusões.
Dica 37: Encontre um equilíbrio entre razão e emoção.
Dica 38: Não reproduza a realidade nas suas histórias.
Dica 39: Entenda o que o leitor quer sentir ao ler suas histórias.
Dica 40: Escreva independentemente do seu humor.
Dica 41: Teste diferentes pontos de vista para sua história.
Dica 42: Use lápis e papel para desenvolver suas ideias.
Dica 43: Faça parte de uma comunidade de escritores.
Dica 44: Participe de concursos literários.
Dica 45: Faça um curso de criação de histórias.
Dica 46: Pare de tentar escrever melhor.
Dica 47: Use adjetivos com moderação.
Dica 48: Estimule sua criatividade com exercícios físicos.
Dica 49: Manipule as expectativas da sua audiência.
Dica 50: Questione todas as dicas anteriores.
Dica 51: Comece suas histórias com impacto
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Dica 52: Entenda a diferença entre escrever bem e escrever ficção
Dica 53: Defina o conflito central da sua história
Dica 54: Invista mais tempo vivendo do que escrevendo
Dica 55: Analise tudo o que você sente e pensa
Dica 56: Escolha a melhor roupa e local para escrever
Dica 57: Procure ideias originais longe do computador
Dica 58: Enfrente os medos que impedem você de escrever
Dica 59: Considere que cenas a história precisa
Dica 60: Procure por conflitos para encontrar ideias de histórias
Dica 61: Entenda que boas ideias não garantem boas histórias
Dica 62: Crie o hábito de desenvolver suas ideias
Dica 63: Escreva cenas para os 5 sentidos
Dica 64: Registre todas as suas ideias durante um brainstorming
Dica 65: Evite interrupções enquanto estiver escrevendo
Dica 66: Caracterize todos os personagens principais
Dica 67: Dê um dilema para o protagonista
Dica 68: Compartilhe uma verdade humana na sua história
Dica 69: Use o cenário para caracterizar os personagens
Dica 70: Limite sua total liberdade de criação
Dica 71: Conheça sua história antes de começar a escrever
Dica 72: Seja específico ao pedir opiniões sobre suas histórias
Dica 73: Use técnicas de escrita com moderação
Dica 74: Não economize palavras ao escrever histórias
Dica 75: Entenda que é o leitor quem dá significado as suas histórias
Dica 76: Exponha os pontos fracos do protagonista
Dica 77: Deixe claro o que está em jogo na história
Dica 78: Julgue suas ideias a partir do que você deseja expressar
Dica 79: Coloque a sua história em ordem
Dica 80: Crie uma entrada memorável para o protagonista
Dica 81: Escolha objetos e roupas que revelem os personagens
Dica 82: Aprenda a informar, entreter e inspirar
Dica 83: Separe enredo, história, drama, narrativa e prosa.
Dica 84: Use o Flickr para criar descrições vívidas e originais
Dica 85: Copie a estrutura das suas histórias favoritas
Dica 86: Dê tempo para sua história amadurecer
Dica 87: Torne a estrutura da história invisível
Dica 88: Trate o cenário da história como um personagem
Dica 89: Inove na forma ou no conteúdo
Dica 90: Use mistério para manter interesse na história
Dica 91: Comece arquitetando histórias ou jardinando ideias
Dica 92: Descubra qual a melhor mídia para sua história
Dica 93: Encontre o ritmo certo para a história
Dica 94: Entenda as motivações dos personagens
Dica 95: Aproveite enquanto você ainda não foi “descoberto”
Dica 96: Defina o tema central da história
Dica 97: Estabeleça a crença central que define o protagonista
Dica 98: Tenha consciência da ideia-chave da história
Dica 99: Resuma sua história em uma frase
Dica 100: Estabeleça a linha de ação da história
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100 DICAS DE ESCRITA CRIATIVA
Dica 1: Transforme pensamentos em palavras
A não ser que você tenha descoberto uma fonte de iluminação
divina, inspiração infinita ou técnicas infalíveis, não existe outra forma de melhorar
seus textos a não ser escrevendo regularmente. Escrever é, fundamentalmente,
transformar pensamentos abstratos em sequências de palavras. Essa é a primeira
habilidade que um aspirante a escritor precisa desenvolver.
Você não precisa produzir textos que vão mudar o mundo ou reinventar a
literatura. Comece simplesmente com a intenção de registrar a primeira ideia ou
inspiração que motivou você a sentar para escrever. Pode ser a trama de uma história,
os pensamentos de um personagem, a descrição de um cenário, o início de um diálogo,
o final de uma cena, divagações sobre um tema que você deseja investigar, ou mesmo
associações livres a uma palavra aleatória.
Nesse primeiro momento, não se preocupe com originalidade, lógica,
coerência, ortografia ou gramática. Se concentre em plantar suas ideias na página em
branco e, aos poucos, você vai perceber que elas naturalmente começarão a apontar
para uma determinada direção, dando pistas da história que você quer contar.
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por simples prazer. Aqui, seu objetivo é tentar entender o que, especificamente, você
admira no estilo desses escritores e por quê. É a forma como eles descrevem o mundo
em que a história se passa? São os personagens com quem você se identifica? É o ritmo
envolvente da narrativa? É a forma como os eventos do enredo se encaixam?
Desconstrua suas histórias favoritas capítulo por capítulo, página por página,
parágrafo por parágrafo, linha por linha, palavra por palavra. Entenda a função de cada
um desses elementos na construção das histórias. Desconstruir um texto significa
pensar sobre a função de cada parte da narrativa, entender como o escritor interliga
essas partes e como elas, em conjunto, provocam certas emoções durante a leitura.
Digamos que o primeiro parágrafo de uma história deixou você emocionado.
Desconstruir esse parágrafo significa considerar como o escritor provocou essa
emoção em você. Por que o escritor começou o texto desta forma e não de outra? Que
imagens as primeiras frases do texto evocaram? Em que ordem as informações foram
apresentadas? Qual a primeira impressão que temos sobre os personagens? O que o
escritor parece estar tentando expressar com essa história?
Além disso, é importante que você identifique as passagens do texto que
você não gostou ou que provocaram tédio e indiferença. Entender porque certas partes
da narrativa não envolveram você vai lhe ajudar a desenvolver seu senso crítico para
identificar trechos das suas histórias em que você, talvez, esteja entediando o leitor.
O exercício de estudar e analisar as nuances de textos que você gosta vai lhe
ajudar a espiar dentro da mente dos seus escritores favoritos, entender como eles
organizam o texto para provocar certas emoções e considerar formas de usar técnicas
semelhantes em seus textos.
Ignore aquela voz insistente que julga suas ideias antes mesmo de você ter a
oportunidade de desenvolvê-las. Pare de criticar suas habilidades de escritor enquanto
você ainda está descobrindo e explorando o universo de ficção da sua história.
É perda de tempo tentar escrever um texto acabado de primeira. Escrever é
reescrever. Edições e reajustes fazem parte do processo de criação, mas são etapas que
vem mais tarde, quando você já tiver claro qual é a sua história e o que está tentando
comunicar ao leitor.
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Sua mente segue interrompendo você com assuntos aleatórios? Você já
checou o seu email e Facebook mais de duas vezes? Está tentando consertar a mesma
frase há 10 minutos? Nesse caso, pare de escrever e procure um outro momento do dia
em que você estiver menos distraído.
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Se você está escrevendo para ser lido, antes de investir todo o seu tempo e
energia em um projeto, compartilhe alguns trechos da sua história com algumas
pessoas. É uma oportunidade para você ganhar perspectiva sobre sua ideia.
Dica 10: Entenda o papel de cada peça que compõe uma história
Antes de tentar escrever uma série, aprenda a escrever um livro.
Antes de tentar escrever um livro, aprenda a escrever um capítulo.
Antes de tentar escrever um capítulo, aprenda a escrever um conto.
Antes de tentar escrever um conto, aprenda a escrever uma cena.
Antes de tentar escrever uma cena, aprenda a escrever um parágrafo.
Antes de tentar escrever um parágrafo, aprenda a escrever uma frase.
Entender o papel e o impacto de cada uma das peças que compõe uma
história vai permitir a você criar enredos mais elaborados e envolventes.
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você criar expectativas irrealistas sobre seus textos, e desqualificar seus esforços
criativos.
As histórias que você escreveu no passado são as melhores referências para
avaliar seu progresso. Compare o texto que você escreveu esta semana ao que você
escreveu no mês passado. Isso é um bom indicador da sua evolução como escritor.
Seus ídolos não devem ser referencial de qualidade para o que você escreve
no início da sua carreira, mas sim fontes de inspiração e incentivo para você escrever
cada vez mais e aperfeiçoar suas habilidades de escrita.
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Ao escrever certos gêneros e decidir por explorar certos temas em seus
textos, você está automaticamente delimitando o alcance da sua história a um
determinado grupo de pessoas.
Se você está escrevendo um épico de fantasia sobre as relações de poder na
era medieval, você está automaticamente excluindo da sua lista de leitores em potencial
todas as pessoas que não se interessam por épicos, por fantasia, e por histórias
ambientadas em passados distantes.
Suas histórias nunca vão agradar 100% dos leitores. Se nem mesmo os livros
que são considerados obras primas da literatura mundial tem aprovação unânime,
certamente seus textos não são e nunca serão exceções. Existe apenas uma única pessoa
que deve sempre gostar de absolutamente todas as suas histórias: você.
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à tona. Quando você abre espaço para o inconsciente participar do processo de criação
dos seus textos, você passa a escrever com mais autenticidade.
Suas decisões espontâneas não são tão aleatórias quanto parecem. Elas tem
como base seus conhecimentos e experiências. Ainda que você não tenha consciência
da exata origem do que você escreve, entenda que sua intuição é sua maior fonte de
ideias originais.
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Outra opção é usar softwares “text to speech” que transformam texto em
áudio e fazem o computador ler em voz alta para você. Esses programas são ótimos
aliados os processos de edição e revisão, e ajudam na melhora da qualidade final das
suas histórias.
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Considere a possibilidade de que talvez você não esteja se expressando com
clareza, que talvez os temas das suas histórias não despertam o interesse dos leitores,
ou que talvez suas narrativas não têm nada de original.
Ao invés de se revoltar contra o mundo e assumir a postura do escritor
incompreendido, que sofre com a estupidez e falta de bom gosto alheia, escute
abertamente as críticas de outras pessoas e tente descobrir como você pode melhorar.
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Não existem regras quanto à extensão que uma história deve ter. A decisão
de quantas páginas você deve escrever está relacionada ao tipo de história que você
quer contar, e quanto tempo você precisa para contextualizar a narrativa, desenvolver
os personagens, apresentar e resolver os conflitos do enredo.
Uma história só nos parece longa demais quando é desinteressante. Boas
histórias envolvem nosso intelecto e nossas emoções, nos fazendo esquecer do tempo.
Escreva tanto quanto você considerar necessário para expressar sua visão de
mundo sobre o tema da narrativa. Ao revisar seu texto, reavalie o objetivo e a
importância de cada frase, e decida se o que elas acrescentam à história justifica sua
presença. Escrever simplesmente para preencher a página é um desrespeito ao leitor.
Dica 30: Respeite as regras que você criar para sua história
Você tem completa liberdade para inventar cada detalhe do universo de
ficção da sua história. Mas isso não significa que suas decisões podem ser
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completamente aleatórias. Sua história precisa ser consistente e coerente para envolver
o leitor.
A narrativa deve ser construída e sustentada dentro de uma lógica, ainda que
essa lógica seja completa invenção da sua cabeça. Se no final da história, seu
protagonista estiver no último andar de um prédio em chamas sem saber o que fazer,
você não pode simplesmente dar a ele a habilidade de voar, a não ser que você tenha
estabelecido em algum ponto no início do enredo que isso é possível nesse universo de
ficção.
Defina as regras da sua história nas primeiras páginas e capítulos, e
certifique-se de que você as está respeitando da primeira frase até o último ponto final.
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elas nunca vão existir fora da sua cabeça. É o exercício constante de transformar seus
pensamentos em palavras que abrirá as portas para o seu talento desabrochar.
Se você não se considera um escritor muito talentoso, compense sendo um
escritor extremamente disciplinado. Se você se considera um escritor talentoso,
estabeleça uma rotina de escrita para permitir que suas ideias não sejam desperdiçadas.
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Quando você está muito envolvido e entusiasmado com uma ideia, produz
páginas e mais páginas com uma facilidade assustadora. A história parece estar se
escrevendo sozinha, os personagens parecem ter vida própria, e você se sente um poço
de criatividade sem fim.
Quando estiver procurando por ideias para escrever, sempre desconfie
daquelas que se oferecem rápido demais. Todo processo criativo é angustiante. Nosso
primeiro impulso é procurar por uma solução o mais rápido possível para aliviar a
tensão inerente a qualquer esforço de criação artística.
Essas ideias que vem com muita facilidade convivem muito próximas das
histórias que você leu em livros, assistiu em filmes ou em seriados de televisão. Avalie
se sua ideia é realmente original, ou se você acidentalmente se deixou levar pelo seu
primeiro impulso criativo.
Dica 39: Entenda o que o leitor quer sentir ao ler suas histórias
Mesmo sem perceber, escritores decidem escrever certos gêneros literários
em função do seu interesse nos grandes temas que eles desejam explorar nos seus
textos. Histórias de amor sempre exploram o tema “conexão”. Romances policiais
sempre exploram o tema “justiça”. Histórias de horror sempre exploram o tema
“segurança”.
Do ponto de vista do leitor, para além da temática do texto, a escolha do
gênero também reflete a experiência de leitura que ele está buscando. Quem procura
por comédias, quer relaxar e se divertir lendo sobre ideias e situações engraçadas.
Quem procura por dramas, quer refletir e se emocionar com os conflitos dos
personagens. Quem procura por suspense, quer tentar desvendar mistérios a partir das
pistas deixadas ao longo do enredo. Quem procura por fantasia, quer explorar universos
paralelos. E assim por diante. Por isso, é importante que você conheça as convenções
dos gêneros que você escreve e tenha consciência das expectativas dos seu potenciais
leitores.
O que todas as histórias de um mesmo gênero têm em comum é a experiência
de leitura que elas criam. Para inovar, você precisa conhecer as convenções do gênero
que você está escrevendo e encontrar formas de reimaginar as cenas e momentos
clássicos desse tipo de narrativa. Considere novas formas de organizar informações, de
descrever detalhes sobre o universo de ficção e de usar o contexto de vida dos
personagens para explorar o tema da história de um ângulo original.
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Quando estiver irritado, use sua raiva para escrever um diálogo eletrizante.
Quando se sentir preocupado, se imagine como um personagem e escreva uma cena
onde você encontra uma solução para suas ansiedades. Quando estiver melancólico,
descreva em minúcias as causas da sua tristeza.
Aprenda a explorar sua energia emocional de uma forma mais criativa e
produtiva. Procure por personagens nas suas histórias que possam se beneficiar do que
você está sentindo.
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Concursos também oferecem a oportunidade de ter a qualidade das suas
histórias avaliada em comparação com a de outros escritores. Existe ainda a chance de
algum editor ou agente literário tomar contato com seu trabalho e lhe fazer uma
proposta profissional.
A participação em concursos literários poderá trazer novas perspectivas
sobre suas histórias, e novas oportunidades em sua carreira de escritor.
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Dica 47: Use adjetivos com moderação
Adjetivos são usados para modificar o significado de substantivos. Você
pode utilizá-los para atribuir uma característica (o carro vermelho), uma qualidade (a
menina linda) ou um julgamento (o rapaz idiota) a uma pessoa, objeto ou situação.
Adjetivos são os recursos descritivos mais básicos que um escritor pode
utilizar. Seu significado é totalmente dependente dos conhecimentos e opiniões do
leitor. Se você escreve “a professora estava cansada”, está dando ao leitor a
possibilidade de associar à personagem quaisquer imagens e sensações que o adjetivo
“cansada” lhes evoca. Se ao invés disso, você escreve “a professora parecia estar
carregando um elefante em suas costas”, está oferecendo uma imagem mais específica
e original do que na versão com o adjetivo.
São esses detalhes que tornam sua voz de escritor única e que dão mais vida
as suas histórias. Quanto melhor você escolher verbos e substantivos, menos adjetivos
serão necessários para ilustrar as ideias e sensações que você quer transmitir para o
leitor.
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subverte o que é senso comum no tema casamento: o marido é mais importante que a
psicóloga.
Se você tem consciência do que sua audiência pensa sobre algo que está para
acontecer em sua história, você pode surpreender as pessoas apresentando algo
diferente do que elas esperavam. Envolva seu leitor no enredo da narrativa
manipulando suas expectativas, e conduzindo a história por caminhos inesperados.
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essenciais: quem é o protagonista e qual o conflito central da história. A partir dessas
informações, o leitor avalia se prosseguirá na leitura do restante do texto.
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Saia da sua zona de conforto constantemente, busque novas experiências, e
depois escreva sobre o que sentiu. Faça da sua vida uma aventura vívida e suas palavras
vão pular da página e fazer diferença na vida dos seus leitores.
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Dica 57: Procure ideias originais longe do computador
Ideias originais são excêntricas e introvertidas. Já reparou como elas
raramente aparecem quando você está com o processador de texto aberto ou com o
lápis na mão? Pare de procurar ideias originais apenas em locais que elas evitam
frequentar, como escrivaninhas, telas de computador e páginas em branco.
Você tem muito mais chances de encontrá-las em lugares inusitados, como
em salas de espera, chuveiros de academias, pistas de dança, parques de diversões,
galerias de arte e calçadões na beira da praia. Quando encontrar uma ideia original,
resista à tentação de convidá-la para participar da sua trilogia de fantasia medieval.
Comece do começo. Pergunte como foi seu dia, o que ela faz em domingos de chuva,
qual o seu filme favorito, onde passou as últimas férias.
Você precisa passar tempo com cada ideia que encontrar, sem nenhuma
ambição além de conhecê-la melhor. Só assim ela vai se sentir à vontade para revelar
o que está por trás de suas excentricidades. Quando você atinge esse nível de
intimidade com uma ideia, você começa a entender, aos poucos, como ela precisa ser
moldada para ajudar você a contar sua história com mais foco e autenticidade.
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Para avaliar que cenas são necessárias e quais são dispensáveis, é importante
que o escritor tenha em mente a imagem final que deseja criar com sua história. Isso
não precisa necessariamente ser definido antes de você começar a escrever. Essas
decisões podem ser tomadas durante o processo de edição e revisão.
Lembre-se que leitor não tem acesso a todas as peças do quebra-cabeça no
início da história. É você quem deve orientá-lo, entregando peça por peça, de forma a
criar um processo de descoberta interessante e estimulante.
Dica 61: Entenda que boas ideias não garantem boas histórias.
Não há nada mais frustrante do que encontrar uma boa ideia que, quando
desenvolvida, não resulta em uma boa história.
Lembre-se que ideias são apenas possibilidades. A forma como você
desenvolve suas ideias (conteúdo) e seu estilo de narrar (forma) é o que determina a
qualidade do texto.
Se ao começar a escrever, você sentir uma pressão angustiante para tentar
fazer uma ideia funcionar, considere as seguintes possibilidades:
Sua ideia não faz sentido fora da sua cabeça.
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A ideia é boa, mas só funciona como um conceito abstrato.
Você ainda não tem domínio técnico suficiente para desenvolver essa ideia
da forma como gostaria.
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Durante uma sessão de brainstorming – técnica usada para gerar ideias –
normalmente registramos apenas o que julgamos ter algum potencial de inspirar novas
histórias. Isso limita sua criatividade.
Registre absolutamente tudo o que vier a mente, ainda que seus pensamentos
não sejam claros, completos ou originais a primeira vista. Originalidade não é resultado
da criação de ideias totalmente inéditas, mas sim da combinação inesperada de duas
ideias que aparentemente não tem nada em comum.
Existe um vasto universo de criação a ser explorado na simples fusão
inusitada entre ideias clichê. Portanto, não jogue nenhuma ideia fora no lixo comum.
Todas elas podem ser recicladas.
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Por esse motivo, quando entendemos o sentido que um personagem deu para
uma experiência de vida, reconhecemos nele nossa humanidade, nossa capacidade de
interpretar o que sentimos. E não há nada que nos pareça mais verdadeiro do que uma
conclusão racional que é confirmada por nossas emoções.
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Use técnicas de escrita somente quando se sentir bloqueado, ou quando sentir
que sua história não está expressando aquilo que você deseja.
Técnicas servem para inspirar, ajudar na organização de ideias e canalizar a
criatividade, não para deixar você preocupado se está escrevendo da maneira certa ou
errada.
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Dica 77: Deixe claro o que está em jogo na história.
Grande parte da excitação de uma história vem da ansiedade causada pela
possibilidade do personagem principal falhar em conseguir o que deseja. Enredos
envolventes deixam o leitor angustiado com as possíveis consequências associadas a
não resolução do conflito central da narrativa.
Estabeleça no início da história o que está em jogo na vida do protagonista.
Mostre aos leitores cedo e claramente o que o personagem tem a perder. O amor da sua
vida, seu emprego, seu status social, sua autoestima, sua sanidade, sua liberdade?
Se sua história parece morna e sem graça, avalie se você definiu claramente
o que está em jogo na vida do protagonista, e se os riscos de fracasso parecem
importantes o suficiente para o leitor.
Dica 78: Julgue suas ideias a partir do que você deseja expressar
Nossas ideias são representações da nossa personalidade e dos nossos
valores. Isso explica porque nos ofendemos tanto quando alguém não gosta de algo que
criamos. Se você não lida bem com críticas, provavelmente julga suas ideias como boas
e ruins tomando como parâmetro de avaliação como elas representam você.
“Essa ideia é boa porque me faz parecer inteligente. Essa ideia é ruim porque
dá a impressão de que sou preconceituoso.” Ao invés de avaliar suas ideias como boas
ou ruins, procure julgá-las tendo em mente o que você deseja expressar com seu texto.
Não tome decisões sobre a sua história preocupado com o que os leitores vão
pensar sobre você. Priorize reconhecer como a narrativa precisa ser estruturada para
criar a experiência de leitura que você deseja.
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A história começa a ganhar corpo quando as primeiras tentativas do
protagonista para lidar com o conflito da história se provam inadequadas ou
insuficientes. Considere como cada decisão do personagem pode intensificar o conflito
da história ou revelar uma nova dimensão de sua personalidade ou identidade.
Consequências
O conflito do protagonista atinge um ponto crítico, forçando o personagem
a tomar uma decisão irreversível. A história se encaminha para um final que tem
consequências favoráveis ou não para o personagem principal.
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Dica 82: Aprenda a informar, entreter e inspirar.
A leitura de qualquer tipo de texto é uma busca por informação (para
entendermos melhor um assunto), entretenimento (busca por prazer intelectual)
ou inspiração (para entendermos melhor o mundo e a nós mesmos).
Histórias de ficção nos fascinam porque podem nos oferecer tudo isso ao
mesmo tempo. Quando estiver escrevendo, procure:
Selecionar informações relevantes e interessantes sobre os personagens e o
universo da história para contextualizar a narrativa.
Entreter estruturando o enredo de forma a provocar tensão e excitação ao
redor dos conflitos dos personagens.
Inspirar o leitor desenvolvendo de forma original um tema e uma ideia-
chave para sua história.
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Dica 84: Use o Flickr para criar descrições vívidas e originais.
Se palavras são os olhos dos leitores em uma história, uma metáfora é o
brilho que surge nos seus olhos quando o escritor expressa vividamente uma imagem
ou sensação.
Ao invés de seguir o caminho preguiçoso dos adjetivos, use o Flickr ou
o Google Images como suporte para criar descrições originais usando apenas
substantivos e verbos. Inspire-se nas imagens que aparecerem nos resultados da busca
para criar metáforas que ajudem o leitor a entender as sensações que você está
descrevendo.
Por exemplo, para descrever a raiva que um personagem sentiu quando
conheceu o novo marido da ex-mulher, digitei “raiva” no campo de buscas e me deparei
com a foto de um lutador de boxe. Na minha descrição, escrevi “Eu senti a fúria que
os boxeadores sentem antes de uma luta, uma raiva que não era pessoal, mas
circunstancial.”
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que ele quer e por quê? Se você ainda não consegue responder a essas perguntas,
entregue o trabalho novamente para sua intuição e escreva livremente.
Use a mesma ideia que inspirou você a escrever, mas experimente
desenvolve-la a partir do ponto de vista de um outro personagem, ou mudando o
cenário da história, ou alterando a idade do protagonista, ou iniciando o enredo em um
outro momento da vida do personagem. Faça isso até que você esteja satisfeito com as
palavras que começarem a aparecer na página.
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No filme Toy Story, por exemplo, o desejo do protagonista Woddy é voltar
a ser o boneco preferido de Andy. Portanto, a linha de ação é construída com base nas
decisões e atitudes do personagem para alcançar esse desejo, assim como nas
consequências resultado de suas ações.
Para desenvolver o enredo da sua história, imagine situações que forcem o
protagonista a tomar decisões, e pense nas consequências concretas de cada
comportamento do personagem. Veja como isso funciona em Toy Story: Um boneco
cowboy chamado Woddy – que acredita ter status inabalável de brinquedo preferido –
passa a se sentir rejeitado pelos outros brinquedos e por seu dono Andy, quando este
ganha de aniversário o boneco astronauta Buzz Lightyear.
Um dia, Woddy DECIDE se livrar de Buzz empurrando ele para atrás da
escrivaninha, MAS Buzz acidentalmente cai da janela, fazendo os outros brinquedos
questionarem a índole de Woddy. Ele, então, DECIDE ir a procura de
Buzz, MAS quando ele o encontra, os dois se perdem e são capturados por Sid, um
garoto que desmonta e explode brinquedos por diversão. E assim por diante.
Para definir a linha de ação da sua história, estabeleça uma sequência lógica
de acontecimentos, onde cada ação/decisão do protagonista resulte em uma
consequência inesperada, exigindo outra ação/decisão que resulte em outra
consequência inesperada, exigindo outra ação/decisão que resulte em outra
consequência inesperada. Siga esta cadeia de eventos, aumentando progressivamente
a tensão até o clímax da história, quando o protagonista será obrigado a tomar uma
decisão definitiva sobre a situação.
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