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PORTFÓLIO: FAZENDO O

SEU NOME NO MERCADO


MATERIAL DE APOIO

Prof. Me. Alexandre Correia dos Santos


CONVERSA INICIAL
A primeira angústia de um profissional de comunicação, artes, design,
marketing ou marketing digital está diretamente relacionada com a busca pela
experiência, pelo primeiro trabalho, pela primeira chance de estágio no mercado
que escolheu quando da entrada na formação universitária. A maior parte dos
alunos precisa desde cedo, buscar uma posição no mercado para poder bancar
a sua formação e principalmente, exercitar e desenvolver habilidades e
competências até mesmo para que possa decidir se está ou não na área correta.
Se for da área de criação, redação, direção de arte, arte-final, design,
editoração, seja para mídias tradicionais ou digitais, o aluno deve desde o início
se preocupar em compor, montar ou construir o seu próprio portfólio. Esta
ferramenta será imprescindível para sua colocação no mercado, uma vez que
nove em cada dez anúncios para estas funções, exige a apresentação de um
portfólio, seja ele físico ou digital.
A partir de agora, conheceremos as etapas de criação de um portfólio que
servirá como ponto de partida para esta busca e colocação no mercado. A
melhor forma de conseguir ser visto e ouvido, é literalmente mostrando as suas
melhores artes, melhores criações e insights que poderão garantir a tão sonhada
vaga de emprego.

CONTEXTUALIZANDO
Buscar uma vaga de estágio ou emprego dentro de uma agência de
propaganda, design ou marketing digital, não é similar à busca de um emprego
qualquer. Esta procura envolve entre outras coisas, mostrar física ou
digitalmente suas habilidades e competências voltadas para a área de atuação.
Se, para um profissional de mercado, essa transição já é complicada, para
alguém inexperiente é um verdadeiro desafio.
A área de comunicação tradicional ou digital, de design e de artes, por si
só, é comumente fechada para quem está iniciando. Como em muitas outras
áreas, não é comum encontrarmos anúncios publicados em sites ou canais de
oportunidades de emprego normais. Isso acontece porque é normal a transição
de profissionais entre as próprias agências e assessorias de marketing e
comunicação. Ou seja, quando abre uma vaga de emprego, tal oportunidade é
veiculada entre os próprios profissionais do mercado e assim, raramente a vaga
é ventilada para o mercado. É uma espécie de “reserva de mercado” para as
funções mais procuradas dentro da criação.
A partir de agora, veremos como montar um portfólio e como se preparar
para uma oportunidade de vaga na área. Mãos à obra, crie uma boa pasta física
e/ou digital, use um pouco da sua sorte e vá atrás dos seus sonhos. A melhor
dica para quem ainda não tem nenhuma peça é recriar peças já veiculadas na
mídia (tradicional ou online), para apresentar para os entrevistadores o antes e
o depois das criações. É sabido que quando não se tem experiência, as artes e
criações são na verdade, ensaios e releituras. Justamente por isso, não tenha
medo de compor artes ou obras que não foram veiculadas e são exclusivamente
de sua autoria. Em algum momento, você precisará começar e a dica é
justamente esta: comece criando releituras ou artes de algo que já exista.
Assim, demonstrará sua capacidade de criação e solução com base em
algo real, mesmo que a sua arte seja algo experimental. Não tenha medo de
expor também os trabalhos e ensaios realizados em sala de aula. Lembre-se
que ninguém nasceu com uma pasta pronta. Em algum momento da vida, todos
começamos do zero. Experimente, ensaie, teste. Este é o momento!

TEMA 1 – O CONCEITO DE PORTFÓLIO


Uma coisa é o profissional afirmar que é um bom diretor de arte. Que
entende muito de criação, direção de arte e é usuário avançado na Suíte Adobe.
Este tipo de informação, o papel - aceita livremente. Aliás, uma folha em branco
é o ponto de partida deste tipo de profissional. O problema é que, em uma
entrevista de emprego, você precisa validar a sua experiência ou, ainda,
comprovar que é um bom desenhista, que entende de ilustração, que conhece
bastante de diagramação, que é um ótimo profissional de arte.
Os bons entrevistadores, invariavelmente - donos das agências ou os
diretores de criação, solicitam sempre, a apresentação de um portfólio que
represente bem aquele candidato à vaga. Assim, o portfólio é o seu maior
aliado. Vamos conhecer este importante instrumento na construção da sua
carreira.
Portfólio, por definição, é uma amostra, uma compilação de artes,
criações ou materiais desenvolvidos por um profissional que por meio desta
ferramenta ou instrumento – possa demonstrar (na prática) suas habilidades,
dons, competências ou experiências. Portaflogio, em italiano, significa porta-
folhas. É, também, depositório de trabalhos desenvolvidos pelas empresas de
design, pelas agências de publicidade, propaganda e marketing digital. No
primeiro caso é para demonstrar as habilidades do profissional; no segundo é
para apresentar os principais trabalhos criados dentro destas empresas. Assim,
não raro surgem importantes dúvidas sobre a construção de um portfólio: como
escolher os melhores trabalhos, como organizar as peças, como apresentar os
materiais? Fisicamente ou digitalmente?
Para Ferreira (1999, pág. 161), “o portfólio é uma pasta usada para
guardar papéis, desenhos, estampas e artes” e que de uma forma geral, tem
como fim próprio, servir de suporte para uma apresentação profissional ou
comercial. Para tanto, profissionais das mais diferentes áreas, recorrem a este
suporte para apresentar seus trabalhos: fotógrafos, desenhistas, ilustradores,
diagramadores, pintores, designers, arquitetos, chargistas, coloristas, diretores
de arte, criadores e redatores. A grosso modo, o portfólio é o comprovante
prático daquilo que apresentam como currículo. Uma coisa é eu falar que sou
um excelente ilustrador. Outra coisa é, em poucos minutos, comprovar que sou
esse artista.
Uma entrevista de estágio ou emprego para criação, por exemplo, é
diferente de uma entrevista normal para outras funções. Em uma vaga para um
serviço administrativo, por exemplo, apresentar um bom curriculum vitae1, uma
boa apresentação pessoal e um certo conhecimento de causa, são suficientes
para se seguir em um processo de contratação.
Já em uma agência de publicidade – por exemplo, é preciso comprovar
a experiência relatada no papel. Seja analisando um portfólio, seja colocando o
candidato para realizar uma avaliação prática, é preciso provar suas habilidades
e competências. Assim, a pasta serve como comprovação destas habilidades, o
seu potencial criativo e o seu histórico na área.
Uma entrevista de emprego, tem como características a avaliação pessoal
e análises subjetivas de perfil. No portfólio criativo, os critérios são diversos.
Eugênio Mohallem2, lançou ineditamente em 1997, um texto chamado Manual
do Estagiário (que mais tarde virou livro) e que serve até hoje como um norteador

1Curriculum Vitae (CV) é um documento que relata o histórico ou a trajetória de um indivíduo,


sua formação escolar e universitária, suas experiências, fornecendo um perfil com qualificações
e aptidões para a vaga requerida.
2 Eugênio Mohallem – mineiro de 1963 – trabalhou nas maiores agências de publicidade e
propaganda do brasil: DM9DDB, Talent, Almapbbdo, Artplan, entre outras.
para a construção desta ferramenta. Criado a partir das suas próprias angústias
enquanto criativo e dono de agências, Mohallem criou o texto justamente para
tentar uma espécie de conscientização para que o recém ingresso de uma
faculdade por exemplo, pudesse se preparar para minimamente, ir melhor em
uma entrevista de estágios. Ele, enquanto diretor de criação de grandes
agências, alega sofrer demais em entrevistas de emprego para seus
departamentos. O próprio Eugênio considera que arrumar um estágio em uma
agência é similar a conseguir um emprego de astronauta na NASA. E, talvez, ele
não esteja “elocubrando” ou divagando nesta definição.

TEMA 2 – PASSO A PASSO


Agora, iremos discutir uma forma de informar como criar a paripassu um
portfólio bom para ser apresentado pessoalmente ou comercialmente.

a) Defina seus objetivos. A vaga é para diretor de arte voltado para


digital? Escolha primeiro, suas artes dirigidas para postagens online.
Estão buscando redatores? Obviamente, você deverá escolher e
demonstrar seus melhores textos.
b) Devemos escolher quais peças devem compor o seu portfólio: escolha
um material que você, majoritariamente tenha participado na
construção, principalmente para defender conceitos, motes e estrutura
do material.
c) Se você é diretor de arte, por exemplo, se antecipe e explique que o
texto é do redator que fez dupla com você.
d) Coloque apenas peças que comprovadamente você desenvolveu. Em
tempos de google imagens3, por exemplo, facilmente você poderá ser
desmascarado e colocar todo o processo em xeque. E não tenha
dúvidas que irão procurar as referências em que você se baseou para
sua criação.
e) Lembre-se que esta pasta ou ferramenta, não serve apenas como
divulgação do seu trabalho, mas como valorização daquilo que você
foi capaz de transformar em ideia, em mensagem e comunicação.
f) Aposte na simplicidade: em publicidade, vivemos a Era do “less is
more” ou do menos é mais.

3 Disponível em: <https://www.google.com/imghp?hl=pt-pt>. Acesso em: 25 abr. 2021.


Evite carregar todas as peças que considere passíveis de exposição.
Poluição e excesso não são seus objetivos; Mohallem chama essa
pasta de folclórica. Não, não é isso que desejamos.
g) Se for experiente, aposte em peças de clientes reais. São mais
importantes que apenas peças com fins de voluntariado. Devemos
lembrar que agências têm fins lucrativos.
h) É importante lembrar que o profissional entrevistador tem vasta
experiência e – em tese – saberá avaliar as suas peças segundo seus
critérios de análises e repertório.
i) O primeiro material da sua pasta, é o mais importante. Capriche na
escolha das peças. Se esta for matadora, excelente. Se não, as
demais terão que sustentar e justificar a primeira.
j) Premiação em festivais, congressos e anuários são importantes.
Porém, não são passíveis de exposição em impressões junto aos
materiais. Apenas os elenque durante a entrevista verbal. Comerciais
premiados não necessariamente são muito bons. Evite a “linguagem
de festivais”.
k) Para Mohallem (1997, pág. 5), a ordem dos fatores altera a proposta.
Para um portfólio que impressiona, faça o seguinte: primeiro o melhor
de todas as obras ou artes; em seguida, elenque de 2 a 10, os
próximos materiais seguindo uma ordem crescente de qualidade, onde
2 é o material com menos repercussão e o 9 é o segundo melhor
projeto da pasta. Cuidado neste caso, para não se transformar em um
“editor” de portfólio. Não é o caso.
l) Evite peças polêmicas. Se for preciso defender uma peça, não
esqueça que a sua opinião pode ser completamente oposta à opinião
do entrevistador. É o começo do fim.
m) Até por inexperiência, alguns candidatos fazem de suas pastas
verdadeiros shows pirotécnicos. Pastas físicas gigantes,
tridimensionais, com aplique em isopor, com balões não funcionam.
Em uma pasta simples, os bons trabalhos aparecem mais.

Os critérios de avaliação de uma pasta seja ela online ou física, são os


mais diversos. Os mais importantes entrevistadores e criativos, estão com as
atenções focadas em dois pontos do candidato: primeiro, não necessariamente
no que foi criado. Mas, sim, onde este criativo pode chegar. Nem todos os
iniciantes possuem bagagem suficiente para apresentar grandes obras
comunicacionais. Então, tentar prever onde o profissional pode chegar é sua
intenção e objetivo. Em seguida, seu critério está direcionado em encontrar boas
soluções de layout e conceitos importantes no meio das peças.
Uma importante dica ao candidato é pensar que o anúncio, a arte, a obra,
é apenas o meio para criação e veiculação da ideia. O que está em jogo é a
intencionalidade desta comunicação. É lembrar que no fim da linha, tem uma
audiência que precisa ter sua atenção apreendida e convencida de que aquela
mensagem é importante para ela.
Outro recado é que o que importa e está sendo mostrado é o talento. Sem
técnica, sem humanidade, sem caráter, sem uma boa ideia, não funciona. Não
esqueça que os entrevistadores podem enxergar potencial na sua forma de se
expressar, de se mostrar, de se apresentar.

TEMA 3 – PASTA FÍSICA


Se você decidir montar a sua pasta física, é importante levar em
consideração alguns pontos importantes. A melhor pasta não é a pasta mais
cara. Em outras palavras, uma pasta em couro legítimo, comprada na Europa,
com o seu nome gravado em letras douradas, não sustentará um conteúdo
medíocre. O inverso também é verdadeiro. Peças lindas serão maculadas se
estiverem um uma pasta de papelão. Em outras palavras, nem tanto o céu, nem
tanto a terra. Há pastas A4, A3 e A2 vendidas em boas papelarias, possuem um
enorme acervo de pastas para trabalhos. Porém, respeite o seu poder financeiro.
Se puder investir um pouco mais, faça-o. Se não, crie uma pasta mais simples,
porém – criativa. Demonstrar soluções até neste caso, pode contar pontos para
você.
Figura 3.1 - Exemplo de Pasta Portfólio A2

Pasta Portfólio A2 externa


Pasta Portfólio A2 interna

Esse é um exemplo de pasta que pode facilmente acolher as impressões


de suas artes, obras e materiais. Procure empresas de impressão digital e
imprima seus melhores trabalhos em formato 1:1 em um bom papel, com boa
definição. Coloque uma impressão por plástico separador, sem usar o verso das
artes. Mais uma vez reforçamos que você deve agir conforme as suas
necessidades e obviamente, segundo suas possibilidades financeiras.
Com a expansão do negócio de impressões digitais, os custos unitários
caíram bastante. Como irá imprimir poucas unidades, este custo não será alto.
Além disso, é importante alertar que as pastas não ficam com os criativos das
agências, nem com os clientes no caso de um portfólio de agências. Se for o
caso de deixar as produções para a avaliação, é importante marcar a retirada
deste material, se não, tal distribuição inviabilizará as suas divulgações.
Outra forma de apresentação importante e bem utilizada é a colagem da
arte, ou do anúncio em pranchas de papel colaminado (ou foam). Estas pranchas
também são comercializadas em grandes papelarias ou lojas especializadas em
desenho técnico, em diferentes formatos como A4, A3 e A2.
Figura 3.2 - Exemplo de pranchas de foam

Pode ser usado o lado preto para destacar as cores das artes ou o lado branco como
moldura.

Para a apresentação das artes com esse tipo de prancha, é preciso


se prever uma boa margem superior, inferior e laterais para que a arte, obra
ou layout, possa “respirar” na diagramação. Abaixo, a colagem de arte no
lado preto de uma prancha de papel colaminado, sendo a arte representada
pelo amarelo. A arte pode ser colada com cola tipo bastão ou cola tipo spray.

Figura 3.3 - Exemplo de posicionamento da arte em papel colaminado


Um substituto para esse tipo de material é o papel cartão ou mesmo as
folhas de cartolina. Mais uma vez, o bom senso e a sua capacidade criativa
devem ser utilizados para criação e exposição deste material.

TEMA 4 – PASTA ON-LINE


Uma boa possibilidade de exposição dos seus melhores trabalhos,
também reside na criação de uma pasta online sem custos de manutenção.
Assim como há sites depositórios de criações pagos, há diversas possibilidades
gratuitas. Mais uma vez, recorremos ao objetivo que você tenha enquanto
candidato a uma vaga ou para prospectar clientes no caso de uma empresa.
Será que vale a pena criar um perfil pago em um site específico de portfólio?
O que propomos aqui não é uma receita básica de bolo, mas sim, diversas
possibilidades de publicação e amostragem das suas produções criativas. Mais
uma vez, você precisa avaliar seus objetivos e intenções, levando em
consideração que o portfólio é o seu grande “cartão de visita” que certamente
será fator decisivo na sua exposição, durante uma entrevista ou prospecção.
Abaixo, estão alguns exemplos de portfólios online que poderão ser ativados
para a construção do seu depositório de artes, layouts e obras.

a) Behance: portfólio on-line e rede social que abriga centenas de


milhares de contas e perfis de artistas e criativos do mundo inteiro.
Para acessá-lo, basta ter uma conta Adobe. A plataforma aceita
também formatos de foto e vídeo. Endereço eletrônico:
www.benhance.net. Trata-se de uma plataforma gratuita, sem
mensalidade.

Figura 4.1 - Screenshot da tela de abertura do Behance


b) Dribbble: portfólio on-line focado principalmente em diretores de arte
e designers. Redatores, também podem postar seus trabalhos em
forma de imagem. Também possui uma comunidade própria,
interligando os participantes e promovendo conexões entre diferentes
profissionais. Para participar, o usuário precisa ser convidado por
alguém que já faça parte da comunidade. Para os administradores do
site, este método ajuda a controlar as postagens para controlar a
qualidade do ambiente online. Endereço eletrônico:
www.dribbble.com. Trata-se de uma plataforma gratuita, sem
mensalidade, com entrada por meio de convite.

Figura 4.2 - Screenshot da tela de abertura do Dribbble

c) Ello: depositório on-line que aceita trabalhos de fotógrafos,


ilustradores, diretores de arte, redatores, entre outros, também com
proposta de rede social. Porém, não aceita anúncios pagos e incentiva
a interação entre criativos (www.ello.co). Trata-se de uma plataforma
gratuita, sem mensalidade.
Figura 4.3 - Screenshot da tela de abertura do Ello

d) Deviant Art: o Devian Art hospeda milhares de produções artísticas e


criativas e se intitula a maior comunidade de artes do mundo. Popular
entre criativos, permite uma personalização fácil, intuitiva e rápida para
diferenciar seus usuários. Porém, para incluir imagens de portfólio
ilimitadamente, bem como oportunizar negociações de Jobs, é
necessária a assinatura de um dos planos oferecidos em diferentes
pacotes, em dólares (www.devianart.com). Trata-se de uma
plataforma com possibilidades de planos pagos em dólares.

Figura 4.4 - Screenshot da tela de abertura do Devian Art

e) Carbon made: é um dos mais antigos da exposição de portfólios. Ao


acessar, escolhemos a área de publicação, o layout desejado e seguir
as instruções de um bot que media a construção do espaço. O site
oferece duas versões de acesso: paga e gratuita. A diferença reside
na quantidade de uploads e de possibilidade de templates para a
criação de um portfólio (www.carbonmade.com). Trata-se de uma
plataforma com planos gratuitos e pagos.

Figura 4.5 - Screenshot da tela de abertura do Carbon made

Há, ainda, diferentes tipos e conceitos de plataformas online para


publicação de seus trabalhos. Todos eles são intuitivos e de fácil construção,
alimentação (upload) e publicação. Todos exigem cadastros completos para
liberar o seu perfil e espaço de publicação. Novamente, sugerimos uma reflexão
para avaliar se devem pertencer a uma comunidade gratuita ou paga. Estas são
escolhas pessoais que devem ser avaliadas antes da sua contratação.
Procure, ainda, outros sites que publiquem portfólio, como o Cargo
Collective (www.cargo.site); o Clippings.me, voltado para redatores
(www.clippings.me); e o Contently, com visual minimalista e de fácil interação
(www.contently.com), entre outros que estão disponíveis para publicação e
divulgação de seus trabalhos.

TEMA 5 – PASTA ON-LINE OU FÍSICA?


Esta é mais uma escolha pessoal. Se decidir apenas pelo portfólio online,
durante uma entrevista de emprego por exemplo, você deverá entregar um
currículo pessoal que conte com o link de acesso da plataforma que abriga seus
trabalhos. Além disso, deverá contar com o acesso do entrevistador.
Se decidir apenas pela opção de portfólio físico, terá que ter na ponta da
língua uma boa explicação por não fazer parte de nenhuma conta online de
portfólios. Uma boa explicação é o fato de muitos criativos preferirem as artes
em papel, para poder pegar, sentir, cheirar a arte. Parece brincadeira, mas
criativos “old school” preferem as artes e pranchas impressas.
Por fim, se preferir as duas formas de divulgação, capriche nas
exposições e nas atualizações dos seus depositórios. Apresentar dois materiais
completamente diferentes nem sempre é a melhor solução. Para o caso de
portfólios diferentes, como de fotos, de textos, de planejamentos, a dica é usar
de bom senso crítico e estético na hora da produção do repositório. Por exemplo:
se a pessoa trabalha com mídia digital e deseja criar um portfólio com seus
principais projetos, não cabe imprimir 100 páginas de planejamentos e esperar
que o entrevistador leia cada uma das páginas de diferentes estratégias e
clientes. A dica é diagramar em uma página por cliente os resultados obtidos por
meio das propostas e estratégias de mídias criadas como soluções para os
problemas de comunicação e marketing. Resumir em números os problemas, as
soluções e os resultados, serão mais importantes para a exposição neste caso.
Reforçamos a não existência de uma receita pronta de bolo para
construção de um bom portfólio. Não esqueçam que um livro com capa bonita
não salva um conteúdo fraco, nem um bom conteúdo salva uma capa ruim.
Como aqui podemos fazer escolhas estritamente pessoais, o bem senso deve
imperar sempre.

NA PRÁTICA
Consciente do que precisa fazer? Se já tiver experiência, faça agora a sua
própria seleção e crie seus depositórios de criações mais valiosas. Se não, corra
criar seus primeiros trabalhos, artes e obras, para assim, também ter um volume
expressivo de alternativas a serem mostradas e defendidas em uma entrevista.
Se for escolher se cria uma pasta física ou on-line, lembre que esse
critério é estritamente pessoal, uma vez que nem sempre as agências solicitam
pastas físicas e impressas. Agora, se for criar apenas uma pasta online, se
prepare para defender cada uma das peças postadas verbalmente, sem lançar
mão dos materiais físicos para suporte ou apoio na sua fala. Se você já possui
uma agência ou é um freelancer e precisa de uma pasta para prospecção, as
métricas, escolhas e montagens são muito semelhantes ao depositório
profissional. Lance mão das suas melhores campanhas, as que tiveram
melhores resultados e atualize sempre a sua pasta seja física ou digital. Porém,
importante: não há nada pior que um portfólio digital que não sofre atualizações
há anos. Incorpore na rotina do escritório a constante atualização do portfólio da
agência. O velho provérbio da “casa de ferreiro, o espeto é de pau”, não funciona
neste caso, muito pelo contrário, depõe contra a marca e os profissionais que
fazem parte da casa.

FINALIZANDO
O conceito de ‘menos é mais’ ficou claro para você? É importante
lembrar que os diretores de criação, diretores de estúdio, criativos de forma em
geral, têm muito claro o que são boas peças e o que são peças medianas.
Estes são critérios subjetivos, muito pessoais porque bom e mau gosto
inclusive, são capacidades discriminativas. Não desista na primeira ou segunda
tentativas.
Em uma recente entrevista de empregos voltados à criação, uma
agência criou o que chama de “portas abertas para criação”. Em um dia do ano,
a agência é aberta para receber candidatos a estágios e empregos justamente
para avaliar as suas pastas. Criativamente, uma outra agência postou alguns
criativos em frente ao prédio da empresa que realizava o evento “portas
abertas” e com um banner no qual se lia a frase “se alguém fecha as portas
para você, nós abrimos as janelas”; e convidavam os candidatos a se
cadastrarem e mostrarem suas pastas para eles também. Essa é apenas uma
história criativa das dezenas que ouvimos por aí, no dia a dia da criação.
Nem sempre seremos escolhidos em uma primeira entrevista. Também
não há um critério de escolha de “onde” trabalhar. Se em uma agência grande,
média ou pequena, isso é uma escolha estritamente pessoal. Importante
pensar que se sua pasta não serviu na primeira entrevista, pode servir
completamente na segunda. As bases para o sucesso são a honestidade, o
caráter e humildade para compreender os fracassos. Boa sorte. Monte as suas
pastas, atualize sempre e conquiste os corações dos criativos de todo o Brasil.
Até a próxima!

Não desista! Crie sua pasta e a mantenha sempre atualizada.


Boa sorte e até a próxima
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o
dicionário da língua portuguesa. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

MOHALLEM, Eugênio. Manual do Estagiário. São Paulo, CCSP, 1997.

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