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Microbiologia

HISTÓRICO micro-organismos. A segunda fonte independente de acido lático são as


- Albert hoododeim → identificou os lactobacilos BG+ células da mucosa vaginal de mulheres em idade reprodutiva.
- Fisio X patológico -> linha tênue (depende do relato do paciente)
- Microbiota residente na vagina e cérvice. - Fatores que influenciam na microbiota vaginal:
Glicogênio -> glicose, ph, hormônios (ciclo menstrual), gravidez, parto
MUCOSA VAGINAL (trauma), relação sexual (trauma + adição de microbiota transiente),
- Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, rico em método anticoncepcional, antibióticos e imunossupressão.
glicogênio e receptores para estrogênio e progesterona. Tecido - Microbiota uterina:
conjuntivo adjacente e ausência de glândulas. Está estimada em 100 a 10.000 menos bactérias que na vagina.
- A mucosa vaginal sofre alterações de acordo com status hormonal em Tendo predomínio de lactobacillus spp.
que a mulher se encontra:
Espessura e maturidade do epitélio escamoso: INFECÇÕES VAGINAIS
Células superficial - estrogênio -> mulheres em idade fértil
Células intermediarias – progesterona -> fase lútea VAGINOSE BACTERIANA
Células parabasais – ausência desses 2 hormônios -> mulheres na - Caracterizada pela substituição da microbiota normal (composta de
pós menopausa. Lactobacillus produtores de H2O2) por uma microbiota patológica
Conteúdo vaginal: tipo e a quantidade de células esfoliadas, muco (apenas proliferou o que estava normal) devido alterações de pH;
cervical e líquidos do S. genital superior são determinados por - Composta por anaeróbicos (produtores de amina) como, G. vaginalis,
processos bioquímicos Prevotella spp., Mobiluncus spp., M. homines e U. urealyticum;
Ciclo menstrual - Bactérias anaeróbias são encontradas em menos de 1% da flora
vaginal normal
- Associação entre o estrogênio e a microbiota vaginal:
O ph da vaginal normal é ácido (<4,5), mantido pela produção de ácido QUADRO CLÍNICO
lático. - Pode ser sintomático ou assintomática.
Estrogênio -> células epiteliais vaginais produzem glicogênio -> - Sintomática, cursa com a presença de um corrimento vaginal de
quebrado em glicose até ácido lático -> células epiteliais vaginais e coloração variada e mau odor – presença de aminas.
lactobacilos. - Geralmente ocorre após a menstruação e pós coito.
Ph elevado -> leva ao desenvolvimento de outras espécies de - VB isolada não é comum de disúria, dispaneuria, prurido e inflam.
microrganismos que sobrevivem nessas condições.
COMPLIACAÇÕES
- O estrogênio interfere na mucosa e microbiota vaginal -> mudando - maus desfechos ginecológicos
com a idade, gravidez e climatério. - Vaginite, endometrite, infecções pélvicas pós cirúrgicas, histerectomia,
Pré-púbere: ↓ estrogênio, mucosa + fina, ↓
glicogênio, não mantém DIP, RUPREMAtrabalho de parto e parto pré-termo.
uma pop . de lactobacilos, não mantem o pH, pH mais elevado.
Presença de uma microbiota ⊕diversa DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Idade fértil: ↑ estrogênio, amadurecimento do epitélio, espesso, ↑ - Candidíase e tricomoníase.
glicogênio, mantem os lactobacilos, PH ↓
, Microbiota menos
diversa. DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Pós-menopausa: + estrogênio, semelhante à infância. - Critérios de Amsel:
CADA ETAPA INFLUÊNCIA NA MICROBIOTA! a) Conteúdo vaginal fino, branco-acinzentado, às vezes bolhoso e de
quantidade variável e que recobre as paredes vaginais e o colo de forma
- O equilíbrio da mucosa vaginal e consequentemente do sistema homogênea.
genital feminino, depende das interações entre a microbiota, estado b) Observação de clue cells no exame microscópico -> células
hormonal e a resposta imune dos hospedeiros -> dessa forma, uma descamadas do epitélio **
vaginite não depende apenas da presença de determinado micro- c) Ph vaginal >4,5
organismo e sim de como ele interage com o hospedeiro somado a d) Teste de aminas positivo (adição de KOH – Whiff test) **
expressão de fatores de virulência. - 3 critérios confirmar VB.
- Presença de clue cells e aminas positivas: livro willians relata o qual é
MICROBIOTA VAGINAL considerado vaginose com apenas 2 criteiros.
- 108-109 bact/gramas
- Predomínio de lactobacillus spp. (BGP) DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO
Ex.: l. acidophilus, l. crispatus, l. grasseri, l. iners, l. jensinii - Escore de nugente -> avalia-se a predominância de 3 tipos de
- Outras espécies: Streptococcus spp., Gardnerella vaginalis, morfologia e coloração – bacilos grandes gram positivos, pequenos
Bacteroides, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma homines, bacilos gram negativos e bacilos curvos gram negativos.
Mobiluncus mulieris, Mobiluncus curtisse, Cândida sp. - Scores entre 0 e 10, sendo menor que 3 é normal, entre 4 e 6 é
- Atopobium, Megasphaera, leptotrichia, prevotella sp. -> diferentes mas intermédio e maior que 7 é VB.
normais, podem estar predominantes.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
- Biofilme: - Infecção causada pelo fungo cândida spp. Sendo a C. albicans a mais
Fator de proteção. MO ficam próximos (são lactobacilos). Barreira prevalente (80 a 90%).
natural contra os MO. - 10-20% são outras espécies: C. glabrata, C. tropicalis, C. krusei, C.
- Lactobacillus: parapsilosis, C. guillermondii, C. rugosa, C. lipolytica, C. lusitaniae, C.
Produzem ácidos orgânicos e substâncias antimicrobianas (peróxido de briglis, C. kefyr, C. pseudotropicalis.
H), biosurfactantes (inibição do crescimento, adesão e a difusão de - MO oportunistas
microrganismos patogênicos) além do ácido lático -> controlam a - Outros MO geram sintomas parecidos.
quantidade de outros MO. - Outros gêneros: Saccahromyces cerevisiae, Rhodutorula sp.,
A produção de acido láctico não depende exclusivamente da ação dos Trichosporon sp.
Levedura: forma comensal – assintomática. VAGINOSE CITOLÍTICA
Micélio: forma invasiva – sintomática. - Síndrome do supercrescimento de lactobacillus – citólise de
duoderlein.
EPIDEMIOLOGIA - Disbiose.
- 75% das mulheres já tiveram - Decorre do super crescimento de lactobacillus -> aumenta acido lático
- 40-50% tem 2º episódio -> aumenta acidez -> resultando em citólise das células intermediárias
- 5% tem candidíase recorrente. do epitélio vaginal e causando irritação.
- Estudos de prevalência mostraram que 10 a 50% das mulheres em
idade reprodutiva e assintomáticas podem albergar uma ou mais QUADRO CLÍNICO
espécies de cândida. - Prurido, queimação vulvar, dispareunia, disúria terminal e corrimento
- Os fatores que fazem com que o agente passe de saprófita para branco abundante, que podem piorar na fase lútea e melhoras após a
patógeno ativo, não estão completamente elucidados. menstruação
- Os sintomas irritativos na VC acontecem em decorrência de maior
Fatores que contribuem pro desenvolvimento da candidíase: acidez.
- Altos níveis de hormônios reprodutivos que aumentam concentração - pH: 3,5-4,5
de glicogênio no tecido vaginal -> gerando fonte de energia para
cândida e estimula a germinação (levedura -> micelo). DIAGNÓSTICO
- Presença do receptor para hormônio sexual no citosol da C. albincans - Microscopia: lactobacillus abundantes, citólise (núcleos celulares nus,
o que sugere que o estrogênio permite melhor aderência aos fungos. fragmentos celulares) e ausências de patógenos e de leucócitos.
- Demonstração in vitro da capacidade dos hormônios sexuais
favorecerem a formação de micélios. VAGINITE INFLAMATÓRIA DESCAMATIVA
- Não é comum. Causa desconhecida.
Fatores que contribuem para cândida recorrente: - Ausência de lactobacillus e são substituídos por coccos gram +
- Status imune, fator genético e comportamental, disponibilidade de (estreptococos e estafilococos)
substrato, cepas. - Tem inflamação exsudativa.
- Achado de células basais e parabasais que refletem a acerelada
QUADRO CLÍNICO descamação e falência da maturação do epitélio.
- Sintomas: prurido vulvar, desconforto vulvovaginal, dispareunia, - A deficiência estrogênica pode estar implicada, mas apenas a
disúria externa, corrimento vaginal anormal reposição hormonal não resolve o problema.
- Sinais: hiperemia, edema, fissuras, escoriações, conteúdo vaginal
denso e talhado, sem odor. QUADRO CLÍNICO
- Corrimento vaginal purulento, amarelo-esverdeado, às vezes
COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS sanguinolento, irritação e queimação vulvovaginal e dispareunia.
- Infecções amnióticas, abortos, RUPREMA, prematuridade, pneumonia - pH aumentado (>4,5).
e morte fetal.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DIAGNÓSTICO CLÍNICO E MICROBIOLÓGICO - Tricomaníase.
- Observação de elementos fúngicos (leveduras em brotamento ou
micélios) pela microscopia do conteúdo vaginal.
- Ph vaginal é acido (3,5 a 4,5).

Candidíase não complicada: episódio isolado, intensidade leve ou


moderada, causada por C. albicans e paciente imunocompetente
(todas as características).
Candidíase complicada: recorrência (4 ou + episódios), intensidade
severa, espécies não albicans, hospedeiro imunocomprometidos,
gestação e diabetes (qualquer caracteristica).

TRICOMONÍASE
- Doença parasitária, transmitida sexualmente – trichomonas vaginalis.
- Se a acidez normal da vagina for alterada – ph elevado (>5) - o
protozoário pode suplantar o crescimento da população microbiana
normal da mucosa genital e causar tricomoníase.
- Única IST causada por protozoário

QUADRO CLÍNICO
- Corrimento vaginal fino, amarelo-esverdeado com odor desagradável,
acompanhado por irritação, prurido vulvar, disúria, dispareunia e dor.
- Manchas vermelhas na vagina e colo do útero
- Metade dos casos é assintomática.

DIAGNÓSTICO
- Identificação do parasita na microscópica no preparado salino de
secreção vaginal.
- Coinfecção com patógenos sexualmente transmissíveis -> N.
gonorreae -> testar para outras IST’s
- Ph elevado (>5,0)

COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS
- Nascimento pré-termo, ruptura prematura de membrana, baixo peso.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- DIP.

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