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Projeto de

Sistemas Curso Aperfeiçoamento Profissional

Fotovoltaico Projetos de Sistemas


Fotovoltaicos

s
Projeto de Sistemas
Fotovoltaicos

Capítulo

VIII

Elementos de Proteção de
Sistemas Fotovoltaicos
Configurações de sistemas fotovoltaicos (NBR 16690)
Arranjo de 1 string
+

MPPT INVERSOR Out

Módulo fotovoltaico

Condutor fotovoltaico
Dimensionamento da seção do condutor
String box

Dispositivo interruptor seccionador A) Critério: Capacidade de corrente B) Critério: Queda de tensão

Dispositivo de proteção contra sobrecorrente (Fusível gFV ou Disjuntor DC)

Dispositivo de proteção contra descargas atmosféricas (DPS)


De posse do resultado das duas equações, escolhe-se o condutor com a maior seção.
Unidade de Condicionamento de Potência (Inversor)

Dimensionamento do dispositivo de proteção

Condição
Arranjo de strings em paralelo

String 1 MPPT INVERSOR Out

-
String 2

String 3

Dimensionamento do dispositivo de proteção

Dimensionamento da seção do condutor


A) Critério: Capacidade de corrente B) Critério: Queda de tensão

NOTA 1 - A proteção contra sobrecorrente à jusante mais próxima da série fotovoltaica pode ser a proteção do sub-arranjo fotovoltaico e, se este não
existir, então pode ser a proteção contra sobrecorrente do arranjo fotovoltaico, se presente.
NOTA 2 - Quando nenhuma proteção contra sobrecorrente for utilizada no arranjo fotovoltaico, então SPO é o número total de séries fotovoltaicas
conectadas em paralelo ligadas no arranjo fotovoltaico e a corrente nominal (Inp) do dispositivo de proteção de sobrecorrente mais próximo passa a ser
zero.
String 1A

Sub-arranjo 1 String 1B

String 1C

INVERSOR
+
String 2A MPPT Out

Sub-arranjo 2 -
Arranjo String 2B

String 2C

2
B

String 3A

Sub-arranjo “n” String 3B

String 3C

Dimensionamento da seção do condutor


A) Critério: Capacidade de corrente B) Critério: Queda de tensão

2
Dimensionamento do dispositivo de proteção
INVERSOR
+
String 1A MPPT
1
Sub-Arranjo String 1B -
Setor “1”
String 1C

+
Out
String 2A MPPT
d 2
Sub-Arranjo String 2B
-
Arranjo Setor “2”

String 2C

String nA MPPT
3
Sub-Arranjo
String nB
-
Setor “n”
String nC

2A

2
Dimensionamento da seção do condutor
A) Critério: Capacidade de corrente Dimensionamento do dispositivo de proteção
B) Critério: Queda de tensão
2
Surtos na rede elétrica
Os sistemas fotovoltaicos estão diretamente expostos a surtos provocados por descargas atmosféricas ou por chaveamento
nas linhas de energia. Esses surtos desestabilizam o sistema e ainda provocam oscilações de corrente e tensão, onde se não
existir a proteção adequada pode acabar danificando equipamentos, situações que certamente terão impacto nos custos de
manutenção e consequente aumento do tempo de amortização.

Várias ocorrências podem causar sobretensões em um sistema fotovoltaico, conforme:


•Descarga direta no SPDA externo da instalação;
•Descargas próximas à instalação;
•Descargas diretas ou próximas à rede de distribuição de energia da concessionária de energia;
•Sobretensões oriundas da rede de distribuição de energia em função de faltas, chaveamentos
(operações de comutação).

Como solução, faz-se necessária a utilização de protetores contra surtos elétricos (DPS)
apropriados para mitigação desses riscos de queima e danos, protegendo, assim, o investimento
realizado no sistema fotovoltaico.

Classes dos DPS


Os DPS são divididos em 3 classes que variam conforme a área de atuação do DPS e o tipo de surto.

→ O DPS CLASSE I é destinado a proteger contra surtos elétricos provenientes de descargas atmosféricas diretas,
onde é recomendado para locais com alta exposição e/ou que contenham SPDA (Sistema de Proteção contra
Descargas Atmosféricas)

→ O DPS CLASSE II é destinado a proteção contra surtos provenientes de descargas atmosféricas indiretas, ou
seja, que caem próximo à edificação ou em linhas de transmissão de energia.

→ O DPS CLASSE III é usado como complemento de proteção ou em locais com baixa exposição, onde deve ser
alocado próximo ao equipamento protegido.
Dispositivo de proteção contra sobretensão – DPS

Característica técnica:

– Tipo: O DPS pode ser classificado como tipo 1, 2 ou 3. O DPS do tipo 1 é próprio para descargas atmosféricas diretas, o DPS tipo 2 é
próprio para sobretensões induzidas por descargas atmosféricas próximas e distúrbios na rede elétrica. O DPS tipo 3 é próprio para
proteção de equipamentos elétricos mais sensíveis.

– Uc: Máxima tensão de operação contínua. Caracteriza a máxima tensão de operação que o DPS suporta sem que haja atuação da
sua proteção de sobretensão.

– Up : Nível de tensão de proteção. É a tensão máxima entre os terminais do DPS no instante em que ele está ativo e conduzindo
corrente de descarga igual a In ou Iimp. Ou seja, é a tensão máxima que os circuitos à jusante (ou seja, que estão depois) do DPS
recebem.

– Iimp: Corrente nominal de proteção para DPS tipo 1. É a corrente máxima de proteção que um DPS tipo 1 pode desviar para o
aterramento de proteção . Os valores de Iimp ocorrem tipicamente em descargas elétricas diretas.

– In: Corrente nominal de proteção para DPS dos Tipos 2 e 3. É o valor máximo de corrente que o DPS do Tipo 2 desvia para o
aterramento de proteção. O DPS deve suportar essa corrente por no mínimo 19 ativações.

– Icc ou Isc: Esta é a máxima corrente de curto-circuito que um DPS com fusível interno ou minidisjuntor suporta. No caso de uma
falha no DPS, este deve ser capaz de conduzir a corrente de curto-circuito até que esta seja interrompida pelo próprio DPS, ou por
outra proteção existente no circuito..

– IMAX: É a máxima corrente que um DPS pode desviar para o aterramento de proteção. A capacidade de desviar corrente quando a
mesma atinge IMAX só ocorre uma vez. O DPS se danifica e não pode ser mais reutilizado.
String box

A string box é o componente de proteção da parte CC do sistema fotovoltaico.


Ela conecta os cabos vindos dos módulos fotovoltaicos ao inversor, enquanto
fornece proteção contra sobretensão e sobrecorrente e permite o seccionamento
do circuito.

Elementos básicos de uma string box:


– Invólucro – onde serão alocados os dispositivos de proteção e as conexões
elétricas;
– Dispositivo seccionador – podendo ser implementado com chave seccionadora
ou disjuntor;
– Dispositivo de proteção contra sobretensão – DPS;
– Dispositivo de proteção contra sobrecorrente – disjuntor ou fusível.

A norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão – NBR 5410 – e a norma brasileira sobre sistemas
fotovoltaicos – NBR 16690 – preveem que as instalações devem ter como características básicas a proteção contra
choque elétrico do usuário, proteção contra efeitos térmicos e incêndios, proteção contra sobrecorrente, proteção
contra sobretensão e capacidade de seccionamento. Os sistemas fotovoltaicos estão inclusos na cobertura das
normas, portanto devem seguir os mesmos princípios básicos.

A norma de instalações 5410 também prevê que não se deve misturar circuitos CA e CC no mesmo invólucro.
Recomenda-se que a taxa máxima de ocupação do invólucro em volume seja de até 50%. Essa taxa limita o efeito de
sobreaquecimento ao se concentrar os dispositivos em um ambiente fechado.
Chave seccionadora
A chave seccionadora é um dispositivo para conexão e desconexão da parte CC do sistema
fotovoltaico. O seccionamento seguro do sistema é aquele no qual não há risco de choque
elétrico para o usuário e nem risco de incêndio causado por faíscas no instante da
desconexão.

Característica técnica:

– Tensão de isolamento / operação: é a tensão máxima entre os pontos de conexão elétricos que
a chave suporta.

– Corrente de operação: é a máxima corrente que percorre os elementos elétricos da chave.

– Especificação de uso: define se a chave é própria para sistemas CA ou CC.

– Número de pólos: é a quantidade de condutores que a chave pode seccionar.

– Suportabilidade ao impulso: a chave deve ser capaz de suportar um impulso elétrico na posição
em aberto conforme as especificações da tabela 50 da NBR 5410.

Para cada valor de tensão de operação da chave, há uma corrente máxima de operação. Os
fabricantes disponibilizam essa informação no folheto técnico do produto.
Para que não haja o faiscamento durante a operação normal da chave, os limites de tensão,
corrente e aplicação devem ser respeitados. Algumas chaves podem seccionar simultaneamente
vários condutores, e podem então assumir uma característica de “chave geral” da string box.
Fusível

O fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente e corrente de


curto-circuito que tem como princípio de funcionamento a fusão de um elemento
condutor quando a corrente ultrapassa o valor nominal do mesmo.

Características técnicas:

– In: corrente nominal. É a corrente utilizada para cálculos de proteção de sobrecorrente.

– Corrente máxima de interrupção: É a maior corrente que o fusível é capaz de bloquear. Valores acima desse limite
não garantem o bloqueio da corrente e ainda põe o fusível em risco de incêndio.

– Tensão de operação: é a maior tensão que o fusível opera sem danos e riscos de mal funcionamento.

– Curva de atuação: é a curva que mostra o tempo em que o dispositivo demora para atuar para cada valor de corrente
acima da nominal.

– Tipo: especifica para qual circuito/utilização o fusível é apropriado. A tabela abaixo mostra os tipos de fusível mais
comuns.

– Corrente de não-fusão: máxima corrente de sobrecarga acima do valor da corrente nominal na qual o fusível não
atuará.

– Corrente de fusão em tempo convencional: sobrecorrente que garante a atuação do fusível dentro da especificação
de tempo convencional (1 ou 2 horas)
Disjuntor
O disjuntor é um dispositivo termomagnético de proteção contra sobrecorrente e corrente de curto-circuito, podendo ser
utilizado também como elemento seccionador. O princípio de funcionamento do dispositivo ocorre com o aquecimento de uma
chapa bimetálica que deforma com a temperatura e uma bobina que gera um campo magnético. A partir de um determinado
limite a deformação da chapa bimetálica e a força eletromagnética gerada pela bobina causarão a desconexão dos contatos
internos do disjuntor. Tanto o calor gerado quanto a força eletromagnética são proporcionais à corrente que flui no disjuntor.

Características nominais:
– In: Corrente nominal de operação. Essa é a corrente máxima em que o disjuntor opera sem atuar a sua proteção. Valores
acima dessa corrente causarão a ativação da proteção do disjuntor e a desconexão elétrica do circuito.
– Icu: Capacidade máxima de interrupção de corrente de curto-circuito. É a máxima corrente que o disjuntor consegue atuar
seccionando o circuito. Valores acima dessa corrente não garantem o funcionamento da proteção e podem causar risco de
incêndio.
– Curva de atuação: define a característica do tempo de atuação da proteção em relação à intensidade da sobrecorrente.
– Tensão de operação: define a tensão de operação nominal do disjuntor.
– Tipo de circuito: define se o disjuntor é próprio para circuitos CA ou CC.
– Corrente de atuação em tempo convencional: corrente na qual o disjuntor garante a desconexão em 1 hora.

A área em azul é a zona de funcionamento normal do disjuntor. Nessa zona não


deverá haver atuação da proteção e seccionamento do circuito.
A região em vermelho é a zona em que o disjuntor irá atuar, com o tempo
dependendo da proporção entre a corrente que está passando pelo dispositivo e a
corrente nominal.
Para uma corrente de 10x a corrente nominal, por exemplo, o disjuntor atuará entre
0,01 e 2,5 segundos. Os disjuntores podem substituir o uso de fusíveis em um sistema
fotovoltaico.
Para tal, o mesmo deve ter corrente de atuação em tempo convencional de 135% a
corrente nominal do dispositivo.
CABO SOLAR
Condutor:
Cobre eletrolítico estanhado, tempera mole, encordoamento classe 5 (ultra flexível)
Isolação :
Composto poliolefínico termofixo Características do composto poliolefínico:
Cobertura: • Livre de halogênio;
Composto poliolefínico termofixo com resistência a intempéries • Alta resistência á raios UV;
• Resistência ao ozônio;
Temperaturas de Operação • Antichama;
120°C em operação (até 20.000 horas); • Baixa emissão de fumaça e gases;
90°C em serviço contínuo; • Resistente aos óleos minerais, ácido, álcalis e amônia;
250°C em curto-circuito. • Ótima resistência mecânica
Tensões nominais:
0,6/1 kV (CA) e até 1,8 kV (CC)
Seção transversal:
A seção do cabo depende do método de instalação, da corrente do circuito, da temperatura ambiente, do agrupamento dos circuitos e, caso enterrado, da
resistividade térmica do solo e da temperatura do solo. A determinação da seção transversal do cabo deve seguir as normas NBR 16612, NBR 16690 e NBR 5410.

Tabela comparativa das características dos cabos descritos em suas respectivas normas

Nota:
A norma NBR 16690 permite o uso de outros
cabos que não exclusivamente os “cabos
solares”, desde que os mesmos não estejam
expostos à radiação UV e não formem séries
fotovoltaicas.
Porém, esses cabos devem – além de seguir
requisitos básicos descritos na NBR 16690 –
seguir também os requisitos mínimos
descritos na NBR 16612.
Anexo “C” NBR 16612 - Capacidade de condução de corrente de condutores para sistemas fotovoltaicos

Anexo C : Tabela C.9 - NBR 16612:2020 Anexo C : Tabela C.10- NBR 16612:2020
Cabo em eletroduto diretamente enterrado na profundidade de 1,0 Cabos em eletroduto não metálico em parede
m Capacidade de condução de corrente para temperatura no condutor em regime
Capacidade de condução de corrente para temperatura no condutor permanente de 90 °C
em regime permanente de 90 °C Seção Capacidade de condução de corrente (A)
Seção Capacidade de condução de corrente (A) mm2
20 °C 30 °C 40 °C
mm2 1,5 25 22 19
20 °C 30 °C 40 °C
1,5 21 20 18 2,5 32 29 24
2,5 28 26 23 4 42 37 32
4 36 33 30 6 52 46 39
6 44 41 37 10 73 64 55
10 60 56 51 16 93 83 71
16 77 71 65 25 121 107 92
25 98 91 83 35 150 133 114
35 120 111 102 50 184 163 140
50 145 135 123
Anexo C : Tabela C.2 - NBR 16612:2020 Anexo C : Tabela C.3 - NBR 16612:2020
Cabo instalado ao ar livre Cabo instalado ao ar livre
Capacidade de condução de corrente para cabos instalados em temperatura Capacidade de condução de corrente para cabos instalados em temperatura
ambiente de 30°C e temperatura no condutor em regime permanente de 90ºC ambiente de 40°C e temperatura no condutor em regime permanente de 90ºC
Instalação ao Ar Livre Protegida do Instalação ao Ar Livre Exposta do Instalação ao Ar Livre Protegida do Instalação ao Ar Livre Exposta do
Seção Sol Sol Seção Sol Sol
(mm²) Modo de Instalação: Modo de Instalação: (mm²) Modo de Instalação: Modo de Instalação:
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1,5 26 26 30 26 23 22 27 23 1,5 24 23 27 23 20 19 24 20
2,5 35 35 40 35 31 30 36 31 2,5 32 31 36 32 26 26 32 26
4 47 46 53 47 41 40 48 41 4 42 41 48 42 35 34 42 35
6 60 59 68 60 51 51 61 52 6 53 53 61 54 44 43 53 45
10 83 82 95 84 71 71 85 73 10 74 74 85 76 61 60 74 62
16 110 110 125 113 93 93 112 97 16 98 98 112 101 79 79 97 83
Anexo C : Tabela C4 - NBR 16612:2020
Modo 1: dois cabos unipolares encostados um ao outro, na horizontal Cabo instalado ao ar livre
Modo 2: dois cabos unipolares encostados um ao outro, na vertical Capacidade de condução de corrente para cabos instalados em temperatura
Modo 3: dois cabos unipolares espaçados de, pelo menos, 0,75 x diâmetro externo, ambiente de 50°C e temperatura no condutor em regime permanente de 90ºC
na horizontal Instalação ao Ar Livre Protegida do Instalação ao Ar Livre Exposta do
Modo 4: dois cabos unipolares espaçados de, pelo menos, um diâmetro externo, Seção Sol Sol
na (mm²) Modo de Instalação: Modo de Instalação:
vertical 1 2 3 4 1 2 3 4
1,5 21 20 23 20 16 16 20 16
2,5 28 27 32 28 22 21 27 21
4 37 36 42 37 28 27 35 28
6 47 46 53 47 36 35 44 36
10 65 64 74 66 49 48 61 50
16 86 86 96 88 63 63 80 67
Anexo “C.5” - Agrupamento de circuitos
Conforme requisitos da - NBR 16612, em caso de agrupamento de circuitos, devem ser utilizados os fatores de
agrupamento dados na ABNT NBR 5410.

Tabela 42 – NBR 5410


Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe (em linhas abertas ou
fechadas) e a condutores agrupados num mesmo plano, em camada única

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