Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Etico - Fisica 10
Etico - Fisica 10
CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS
Antonio Sérgio Martins de Castro
ck
rst o
tte
hu
to /S
ph o
nce
s cie
ELETRODINÂMICA
Capítulo 1 Resistores 2
Capítulo 2 Potência elétrica 21
Capítulo 3 Associação de resistores 40
Capítulo 4 Geradores e receptores elétricos 59
Os objetivos deste caderno são promover o desenvolvimento da capacidade de análise, utilização e instalação de
equipamentos que utilizem a eletricidade, além de dimensionar e analisar circuitos e dispositivos elétricos.
1
Na
M
aK
uK
i/S
hu
tt
e rs
toc
k
RESISTORES
OBJETIVOS
DO CAPÍTULO
rocharibeiro/Shutterstock
► Compreender que o
deslocamento de partículas
carregadas ocorre em razão
da diferença de potencial.
► Identificar o sentido do
movimento dos elétrons e
do sentido convencional da
corrente elétrica.
► Identificar e comparar
dispositivos condutores
em diversos aparelhos
eletrodomésticos que
produzam aquecimento.
► Analisar e calcular a
resistência elétrica pelas leis
de Ohm.
Principais conceitos
que você vai aprender:
Pensando na segurança, há alguns anos o Brasil promoveu uma mudança de padrão dos plu- ► Corrente elétrica
gues e das tomadas comercializados. O antigo padrão de tomadas apresentavam apenas dois ► Tensão elétrica
orifícios “redondos” e dois “chatos”; o modelo atualmente desenvolvido apresenta três pinos. ► Resistência elétrica
Outra alteração das tomadas foi a estrutura rebaixada na superfície para se evitar que, ► Efeito joule
distraidamente, alguma pessoa puxe o plugue, encoste em um dos pinos e, como conse- ► Primeira e segunda leis de
quência, leve um choque. Ohm
Na manipulação de equipamentos elétricos ou até mesmo da rede elétrica, é impor- Professor, neste momento, po-
de-se trabalhar a habilidade 7 da
tante que se tomem medidas de segurança a fim de que se evitem acidentes. Mesmo pes- matriz do Enem (H7 – Selecionar
soas capacitadas para a realização de reparos em redes elétricas devem fazer uso de equi- testes de controle, parâmetros ou
critérios para a comparação de ma-
pamentos adequados e seguir determinados procedimentos. teriais e produtos, tendo em vista a
defesa do consumidor, a saúde do
O risco de um choque elétrico existe e sempre deve ser levado em consideração. trabalhador ou a qualidade de vida).
Dependendo da intensidade, um choque elétrico pode provocar desde um formigamento Uma das primeiras medidas a se
tomar nessas situações é iden-
até uma parada cardíaca. São vários, também, os caminhos que a corrente elétrica pode tificar a fonte elétrica do local e
desligá-la. Nunca se deve puxar
percorrer pelo corpo de uma pessoa durante um choque. ou empurrar uma pessoa nessas
condições, pois, ao realizarmos
A sensibilidade humana a um choque elétrico começa com correntes a partir de 1 mA. contato com ela, também sentire-
Valores de corrente maiores que 10 mA podem provocar contrações musculares, dificul- mos o choque.
tando os movimentos. Nesses casos, ao tomar um choque, a pessoa não consegue movi-
mentar os músculos da mão e, por isso também, não se solta da fonte geradora do choque.
Acima dos 20 mA de corrente, a pessoa tem dificuldade para respirar. Já as correntes pró-
ximas de 70 mA podem fazer com que o coração execute movimentos descontrolados, os
quais são chamados de fibrilação. Por isso, deve-se evitar tomar um choque, manipulando
adequadamente as correntes elétricas.
• O que fazemos ao nos depararmos com uma pessoa tomando um choque encostada
em uma haste metálica? Podemos puxá-la pelos braços?
2
O que Ž corrente elŽtrica?
Para acendermos uma lâmpada pequena, devemos ligá-la, por fios condutores (fios de
cobre, por exemplo, visto que os metais são bons condutores de carga), aos terminais de
uma fonte elétrica, como uma pilha comum. Os fios condutores são formados por incon-
táveis átomos, os quais são constituídos por prótons, elétrons e nêutrons. Os elétrons da
última camada dos átomos estão fracamente ligados a esses átomos e podem movimen-
tar-se livremente pelo fio; são, portanto, denominados elétrons livres.
As pilhas são dispositivos que fornecem energia elétrica por meio de reações quími-
cas. Entre os terminais (polos) da pilha existe uma diferença de potencial elétrico (ddp),
ou tensão elétrica. Por convenção, o terminal com maior potencial elétrico é denominado
polo positivo (+) e o de menor potencial, polo negativo (–).
Em um fio condutor de
eletricidade, os elétrons da última
camada eletrônica formam uma
“nuvem de elétrons”, com grande
mobilidade.
gezzeg/Shutterstock
Quando os fios condutores são conectados aos terminais de uma pilha, formando um
circuito fechado, a diferença de potencial faz com que os elétrons livres se movimentem
de forma ordenada, deslocando-se do menor potencial (polo negativo) para o maior (polo
positivo), como representado na figura a seguir. Esse movimento ordenado de cargas elé-
tricas é denominado corrente elétrica.
Fio condutor
Fonte de
tens‹o
3
Consideremos o arranjo de um fio condutor, uma lâmpada, uma pilha e um copo com
água, como na figura A, em que a lâmpada conectada ao circuito não se acende. Então, é adi-
cionada certa quantidade de sal ao copo e, assim, a lâmpada se acende, conforme a figura B.
A B
+ – + –
Cl–
Na+
Na+
Cl–
Com essa experiência, pode-se afirmar que é possível estabelecer uma corrente elé- Definição
trica em uma solução eletrolítica que contenha íons negativos (ânions) e íons positivos
Corrente elétrica : todo
(cátions). No caso, os ânions, com carga negativa, deslocam-se ordenadamente do polo
movimento ordenado de cargas
negativo para o positivo da fonte de tensão. Já os cátions, por terem carga positiva, se mo- elétricas; é simbolizada pela
vimentarão do polo positivo para o negativo. Com isso, finalmente, define-se o conceito letra i.
de corrente elétrica.
i i
i Observação
1 O sentido da corrente elétrica
i i
é definido como aquele do
movimento das cargas positivas,
o qual corresponde ao sentido
Fonte de tensão
oposto ao do movimento
A corrente elétrica, convencionalmente, flui do polo das cargas negativas, que é o
positivo para o polo negativo da fonte de tensão. 1 movimento real.
4 CAPÍTULO 1
Intensidade da corrente elŽtrica
Considere um fio condutor atravessado por uma corrente elétrica i em uma secção
transversal S, como representa a figura. A intensidade da corrente elétrica é uma medida
da quantidade de carga elétrica que atravessa a secção transversal S por unidade de tempo.
S
∆Q
im =
∆t
Nó
i1 i3
i1 + i2 = i3 + i4
i2 i4
Lei dos nós: a soma das correntes elétricas que chegam a um nó é igual à André-Marie Ampère
soma das correntes elétricas que saem desse nó. 1 (1775-1836).
FÍSICA
5
Interação
É inevitável a analogia entre a definição da intensidade da corrente elétrica e a propriedade
do gráfico i × t e o conceito de velocidade média, estudado na Cinemática, estudada em Física,
caderno 1. De fato, um dos conceitos fundamentais para o estudo dos movimentos é o de
velocidade média vm, dada pela razão entre o deslocamento ΔS e o intervalo de tempo Δt.
∆S
vm =
∆t
A analogia com o conceito de corrente elétrica pode ser observada substituindo-se vm por im e,
consequentemente, ΔS por ΔQ.
Atividades
1. +Enem [H5] O material que conduz melhor a eletricidade c) Se o ladrão estiver calçando sapatos com solado de
é a (o): borracha, não receberá o choque, pois a borracha é
a) ar, devido à facilidade de propagar o relâmpago. um isolante elétrico.
b) metal, porque apresenta maior número de cargas livres. d) Mesmo que fosse possível o ladrão tocar em apenas
c) plástico, pois se deriva do petróleo, grande fonte de um único condutor da cerca sem que seu corpo tocas-
energia. se em qualquer outro lugar, não deixaria de ganhar o
d) madeira, uma vez que as árvores atraem raios em dias choque, pois a tensão é muito alta.
Apesar de a tensão elétrica na cerca ser significativa, a cor-
de tempestade.
rente elétrica é baixa. O choque elétrico sofrido pelo ladrão é
e) água, por suas moléculas apolares. suficiente para desmotivá-lo, sem oferecer-lhe risco de morte.
Os metais são bons condutores, pois têm elétrons livres, ou Mesmo assim, pode causar queimaduras.
seja, elétrons fracamente presos aos átomos do metal. Alternativa b
Alternativa b
2. (Acafe-SC) A insegurança das pessoas quanto a assaltos I. isolantes são corpos que não permitem a passagem da
em suas residências faz com que invistam em acessórios de corrente elétrica;
proteção mais eficientes. A cerca elétrica é um adicional de II. o ar é isolante;
proteção residencial muito utilizado hoje em dia, pois tem III. em média, um raio se constitui de uma descarga elé-
como um de seus objetivos afugentar o invasor dando-lhe trica correspondente a uma corrente de 10 000 am-
um choque de aproximadamente 10 mil volts de forma pères que atravessa o ar e desloca, da nuvem à Terra,
pulsante, com 60 pulsos por segundo. Dessa forma, um cerca de 20 coulombs de carga elétrica.
ladrão, com perfeita condição de saúde, recebe o choque Pode-se concluir que essas três informações são:
e vai embora, pois não chega a ser um choque mortal. a) coerentes e que o intervalo de tempo médio de uma
descarga elétrica é de 0,002 s.
b) coerentes e que o intervalo de tempo médio de uma
Reprodução/ Acafe-SC
6 CAPÍTULO 1
4. (Unicamp-SP) O carro elétrico é uma alternativa aos veículos 7. (Uerj) O gráfico abaixo indica o comportamento da cor-
com motor de combustão interna. Qual é a autonomia de rente elétrica em função do tempo em um condutor.
um carro elétrico que se desloca a 60 km/h, se a corrente
elétrica empregada nesta velocidade é igual a 50 A e a carga
máxima armazenada em suas baterias é q = 75 Ah?
Reprodução/ Uerj
a) 40,0 km c) 90,0 km e) 200,0 km
b) 62,5 km d) 160,0 km
∆Q 75 s Δt = 1,5 h
i= s 50 =
∆t ∆t
∆S ∆S
v= s 60 = s ΔS = 90 km
∆t 1,5
Alternativa c
A carga elétrica, em coulombs, que passa por uma secção
transversal desse condutor em 15 s é igual a:
a) 450 c) 750
b) 600 d) 900
Para o intervalo solicitado, a carga elétrica pode ser encontra-
5. (Uerj) Pela secção de um condutor metálico submetido da por meio do cálculo da área sob a reta; assim, temos:
a uma tensão elétrica, atravessam 4,0 · 1018 elétrons em 15 ⋅ 60
Q = área s Q = s Q = 450 C
20 segundos. 2
Alternativa a
A intensidade média da corrente elétrica, em ampère,
que se estabelece no condutor corresponde a:
Dado: carga elementar = 1,6 · 10–19 C
a) 1,0 · 10–2 c) 2,4 · 10–3
b) 3,2 · 10–2 d) 4,1 · 10–3 8. (UFG-GO) O transporte ativo de Na+ e K+ através da mem-
Da relação entre carga e intervalo de tempo, temos: brana celular é realizado por uma proteína complexa,
Q n ⋅e 4, 0 ⋅ 1018 ⋅ 1, 6 ⋅ 10 –19 existente na membrana, denominada sódio-potássio-a-
i= si= si= s i = 0,032
∆t ∆t 20 denosina-trifosfatase ou, simplesmente, bomba de sódio.
ou, ainda, i = 3,2 ⋅ 10 A
–2
Cada bomba de sódio dos neurônios do cérebro humano
Alternativa b
pode transportar, por segundo, até 200 Na+ para fora da
célula e 130 K+ para dentro da célula.
(Dado: carga elementar do elétron = 1,6 ⋅ 10–19 C)
a) Sabendo-se que um neurônio possui cerca de 1 milhão
de bombas de sódio, calcule a carga líquida que atra-
vessa a membrana de um neurônio.
6. (Unigranrio) Dependendo da intensidade da corrente Como os íons transportados têm cargas elétricas de mes-
elétrica que atravessa o corpo humano, é possível sentir mo sinal e sentidos contrários de movimentação, a carga
elétrica líquida que atravessa a membrana, para 1 milhão
vários efeitos, como dores, contrações musculares, parada (106) de bombas de sódio, é dada por:
respiratória, entre outros, que podem ser fatais. Suponha
QL = QNa+ − QK+ s QL = 106 ⋅ (200 – 130) ⋅ 1,6 ⋅ 10–19 s
que uma corrente de 0,1 A atravesse o corpo de uma
s QL H 1,1 ⋅ 10–11 C
pessoa durante 2,0 minutos. Qual o número de elétrons
que atravessa esse corpo, sabendo que o valor da carga
elementar do elétron é 1,6 ⋅ 10–19 C.
a) 1,2 ⋅ 1018 c) 7,5 ⋅ 1019 e) 3,2 ⋅ 1019
b) 1,9 ⋅ 10 20
d) 3,7 ⋅ 1019
7
Tarefa proposta
Complementares
1 a 10
9. (EFOMM) Por uma seção transversal de um fio cilíndrico de Sabendo-se que a carga elétrica de cada íon positivo é
cobre passam, a cada hora, 9,00 ⋅ 1022 elétrons. O valor apro- de 1,6 ⋅ 10–19 C, pode-se dizer que a corrente elétrica na
ximado da corrente elétrica média no fio, em ampères, é: lâmpada será:
Dado: carga elementar 1,6 · 10–19 C a) 0,16 A c) 1,0 ⋅ 1018 A
a) 14,4 c) 9,00 e) 1,20 b) 0,32 A d) nula.
b) 12,0 d) 4,00 12. (PUC-SP) No interior de um condutor homogêneo, a in-
10. (Escola Naval-RJ) A maior parte da luz emitida por descargas tensidade da corrente elétrica varia com o tempo, como
atmosféricas é devida ao encontro de cargas negativas des- mostra o diagrama a seguir:
cendentes com cargas positivas ascendentes (raio de retorno). i (mA)
Supondo que, durante um raio desse tipo, uma corrente ele-
trônica constante de 30 kA transfere da nuvem para a Terra
uma carga negativa total de 15 C, a duração desse raio, em
milissegundos, será: 100
Resistores
Alguns aparelhos elétricos simples, presentes nas residências, apresentam a função
“aquecer”. Com exceção do forno de micro-ondas, cujo funcionamento é um pouco mais
complexo, chuveiros, ferros elétricos, secadores de cabelos e lâmpadas incandescentes
são exemplos de dispositivos que transformam energia elétrica em calor, pelo efeito joule.
Esses dispositivos são denominados resistores e são simbolizados conforme as figuras.
ou
Secadores de cabelos, aquecedores e ferros de passar elétricos são exemplos de dispositivos que
convertem energia elétrica em térmica (resistores).
8 CAPÍTULO 1
Leis de Ohm
R
Para se medir a dificuldade que determinado resistor oferece à passagem da corrente elé- A B
trica, define-se uma grandeza física denominada resistência elétrica (R). Considere a figura na
qual os terminais A e B de um resistor estão ligados aos terminais de uma fonte de tensão. i
A diferença de potencial U = VA – VB entre os terminais do resistor faz com que ele seja U
atravessado por uma corrente elétrica i, no sentido de A para B, pois VA > VB. Define-se a
resistência elétrica R do resistor como a razão entre a tensão U entre seus terminais e a
corrente elétrica i que o atravessa. Fonte de
tens‹o
U
R=
i
SHEILA TERRY/SPL/Latinstock
Na primeira metade do século XIX, Ohm realizou uma
série de experimentos nos quais avaliou a condutividade
elétrica de fios metálicos com várias formas e tamanhos di-
ferentes. Com base nos resultados obtidos, formulou duas
leis que regem, matematicamente, o comportamento dos
condutores quando atravessados por correntes elétricas.
A primeira lei de Ohm relaciona a tensão aplicada
nos terminais de um condutor, sua resistência elétrica
e a corrente que o atravessa. Com os resultados de suas
experiências, Ohm notou que, para muitos condutores, a
tensão aplicada e a corrente elétrica variavam proporcio-
nalmente. Em outras palavras, para esses condutores, a
razão entre a tensão U e a corrente i não varia, significan-
do que a resistência elétrica R é constante. A esse tipo de
Ohm estabeleceu as leis que
condutor dá-se o nome de resistor ôhmico e vale a rela-
regem o comportamento dos
ção linear entre a tensão U e a corrente elétrica i. resistores.
U U
U=R⋅isR= si=
i R
Kartinkin77/Shutterstock
Quando a tensão não varia proporcionalmente com a corrente elétrica, a resistência
elétrica do condutor não é constante e tem-se um resistor não ôhmico. Os gráficos mos-
tram a tensão aplicada em função da corrente elétrica nos dois tipos de resistor.
Condutor ôhmico Condutor não ôhmico
U U
U2
U2
U1
U1
0 i1 i2 i 0 i1 i2 i
U1 U2 U1 U2
= = constante ≠ ≠ constante
i1 i2 i1 i2
R = constante R ± constante
FÍSICA
9
Segunda lei de Ohm
As experiências realizadas por Ohm também mostraram que a resistência elétri-
ca de um condutor depende de suas características geométricas e do material que o
constitui. Para um fio cilíndrico, Ohm notou que a resistência elétrica é diretamente
proporcional ao comprimento L do fio e inversamente proporcional à área A de sua
secção transversal, ou seja:
L
R
A
ρ⋅L
R=
A
Fonte de tens‹o
Conexões
A outra face de Thomas Edison
[...] Sua fértil imaginação rendeu ao mundo muito mais que a lâmpada elétrica. A partir de seus cadernos de anota-
ções é possível desvendar esse lado pouco conhecido do famoso inventor.
Ao pensar no mais renomado inventor americano, Thomas Edison (1847-1931), naturalmente nos lembramos de
suas três grandes invenções – a lâmpada elétrica, o fonógrafo e o cinetoscópio. Na realidade, sua energia criativa era
muito mais produtiva: em seis décadas, Edison obteve 1 093 patentes. Por ser um homem que não foi educado dentro
das instituições de ensino estabelecidas – largou a escola na primeira série –, ele contratava os melhores engenhei-
ros e cientistas para ajudá-lo a preencher as lacunas de seu conhecimento. As ideias lhe vinham à mente de forma
compulsiva e, por essa razão, preenchia centenas de cadernos com projetos para serem executados por esse grupo de
experientes colaboradores.
10 CAPÍTULO 1
É possível identificar nos trabalhos menos conhecidos de Edison uma expressiva linha de pensamento – um desejo
pluralista de fazer o bem para que o maior número de americanos aproveitasse a tecnologia de uma nação que emergia
de uma revolução industrial para adentrar na era moderna.
De um lado, a caneta elétrica, precursora direta do mimeógrafo, foi um importante avanço nas comunicações; do
outro, a boneca falante, um dos brinquedos menos criativos de Edison, projetado com a sincera intenção de agradar às
crianças, foi um fracasso, pois seu delicado mecanismo interno não resistia ao transporte. Na década de 1890, Edison in-
vestiu não mais que US$ 40 mil em pesquisas incríveis e no desenvolvimento de mecanismos de captura de imagens em
movimento, enquanto, ao mesmo tempo, desperdiçava milhões no ramo de minas de ferro.
Thomas Edison deveria ser lembrado por seu incessante compromisso com o latente processo de invenção – ele cha-
mava esse processo de arte, nunca de trabalho. Recusava-se a aceitar o fracasso; viveu pela necessidade de seguir sempre
em frente, independentemente da viabilidade final de qualquer empreendimento.
BALDWIN, N. A ciência na era dos inventores. Scientific American Brasil. São Paulo: Duetto, n. 4.
Realize uma pesquisa sobre a Guerra das Correntes e levante os seguintes temas:
1. personagens principais;
2. motivo da batalha;
3. diferença entre corrente contínua e corrente alternada.
Professor, confira no manual as respostas às questões e mais informações sobre o tema de estudo.
11
Atividades
13. (Uece) A lei da Física que estabelece uma relação linear 15. (Ceeteps-SP) O conhecimento científico tem auxiliado a
entre corrente elétrica e diferença de potencial é a lei: agricultura em sua busca por melhor produtividade e, por
a) da inércia. c) de Coulomb. esse motivo, são pesquisadas muitas características físicas
b) de Ohm. d) de Ampère. do solo úmido, como sua capacidade de conduzir eletrici-
Conforme descrito na equação a seguir, trata-se da 1a lei de dade, uma característica física que está associada:
Ohm. a) a resistência elétrica do solo.
U=R⋅i
Alternativa b
b) a potência elétrica do solo.
c) a energia elétrica do solo.
d) a tensão elétrica do solo.
e) ao magnetismo do solo.
A dificuldade ou a facilidade de um material conduzir eletrici-
14. (EEAR-SP) Uma bateria de 9 V tem resistência interna de dade é denominada resistividade elétrica, que se manifesta na
forma de resistência.
0, 1 Ω. Assinale a opção que indica o valor da sua corrente
Alternativa a
de curto-circuito, em ampères.
a) 0,9 b) 9 c) 90 d) 900
Pela primeira lei de Ohm, temos:
U 9
U=R⋅isi= si= s i = 90 A
R 0,1
Alternativa c
16. (UEL-PR) Três condutores, X, Y e Z, foram submetidos a diferentes tensões U e, para cada tensão, foi medida a respectiva
corrente elétrica i, com a finalidade de verificar se os condutores eram ôhmicos. Os resultados estão na tabela que segue.
12 CAPÍTULO 1
17. (PUC-RJ) O gráfico a seguir apresenta a medida da variação 19. (Enem)
de potencial em função da corrente que passa em um Recentemente foram obtidos os fios de cobre mais finos
circuito elétrico. possíveis, contendo apenas um átomo de espessura, que
podem, futuramente, ser utilizados em microprocessado-
res. O chamado nanofio, representado na figura, pode ser
12,0
aproximado por um pequeno cilindro de comprimento
0,5 mm (1 nm = 10–9 m). A seção reta de um átomo de cobre
V (volts)
Reprodução/ Enem
Podemos dizer que a resistência elétrica deste circuito é de:
a) 2,0 mΩ d) 2,0 kΩ
b) 0,2 Ω e) 0,5 kΩ
c) 0,5 Ω
Usando a lei de Ohm, temos: AMORIM, E. P. M.; Silva, E. Z. Ab initio study of linear atomic chains
U 12 in copper nanowires. Physical Review B, v. 81, 2010. (Adaptado.)
U=R⋅isR= sR= s R = 2 ⋅ 103 Ω ou, ainda,
i 6 ⋅ 10 –3
R = 2 kΩ Um nanofio utilizando as aproximações propostas possui
Alternativa d resistência elétrica de:
a) 170 nΩ d) 17 nΩ
b) 0,17 nΩ e) 170 Ω
c) 1,7 nΩ
Utilizando a 2a lei de Ohm, temos:
17 ⋅ 0, 5
R = ρ⋅L = s R = 170 Ω
A 0, 05
Alternativa e
13
b) Considere que, em condições normais, a resistência elétrica de uma pessoa seja da ordem de 100 000 Ω e, estando
molhada, da ordem de 7 500 Ω. Se essa pessoa tocar acidentalmente em um fio energizado de 120 V, quais serão os
efeitos sentidos por ela:
1. em condições normais?
2. descalça em um piso molhado?
(Use a tabela fornecida no enunciado.)
U U
Sendo R = , temos: i =
i R
Assim:
120
1. Em condições normais: i1 = s i1 = 0,0012 A = 1,2 mA
100 000
A pessoa deve sentir leve formigamento.
120
2. Descalça em um piso molhado: i2 = s i2 = 0,016 A = 16 mA
7 500
Essa corrente causa perda do controle muscular.
Tarefa proposta 11 a 32
Complementares
21. (EEAR-SP) Sabendo que a diferença de potencial entre uma 24. (UPM-SP) Deseja-se alimentar a rede elétrica de uma casa
nuvem e a Terra, para que aconteça a descarga elétrica de localizada no sítio ilustrado a seguir.
um raio, é em torno de 3 ⋅ 108 V e que a corrente elétrica
72 m A
produzida neste caso é aproximadamente de 1 ⋅ 105 A, Linha 1
Rede pública
a) 1 000 c) 3 000
72 m
0
10
14 CAPÍTULO 1
Tarefa proposta
1. (PUC-SP) Na tira, Garfield, muito maldosamente, reproduz o famoso experimento de Benjamin Franklin, com a diferença de
que o cientista, na época, teve o cuidado de isolar a si mesmo de seu aparelho e manter-se protegido da chuva de modo
que não fosse eletrocutado como tantos outros que tentaram reproduzir o seu experimento.
2. (Uerj) Aceleradores de partículas são ambientes onde forma simplificada, a corrente de recarga de uma célula
partículas eletricamente carregadas são mantidas em de bateria de íon de lítio, em função do tempo.
movimento, como as cargas elétricas em um condutor.
No Laboratório Europeu de Física de Partículas (Cern) está
Reprodução/ Unicamp-SP
15
7. +Enem [H5] Um componente elétrico é ligado nos ter- (Dado: carga elétrica do próton = 1,6 ⋅ 10–19 C)
minais de uma fonte de tensão que fornece uma corrente a) 0,16 A d) 1,6 ⋅ 10–9 A
variável com o tempo, de acordo com o gráfico. b) 1,6 ⋅ 10–15 A e) 1,6 ⋅ 10–23 A
(Dado: e = 1,6 ⋅ 10–19 C) c) 1,6 ⋅ 10 A
–29
i (A)
11. (Uece) Uma corrente elétrica percorre um chuveiro elétrico
construído com um resistor ôhmico. A corrente elétrica
pode ser medida em unidades de:
16
a) ampères/segundo.
b) volts/segundo.
c) coulombs/segundo.
d) ohms/segundo.
0 2 6 t (s)
12. (IFPE) Em Pernambuco, a energia elétrica residencial é
O número de elétrons que atravessam esse componente distribuída pela Companhia Energética de Pernambuco
entre t = 0 e t = 6 s é igual a: (Celpe), criada em 10 de fevereiro de 1965, privatizada
a) 5 ⋅ 1020 d) 8 ⋅ 1018 no ano 2000 e hoje controlada pelo grupo Neoenergia.
Ela atende cerca de 3,2 milhões de habitantes, em 184
b) 5 ⋅ 1018
e) 16 ⋅ 1019
municípios pernambucanos, através de redes de distribui-
c) 8 ⋅ 1020
ção elétrica, como mostrado na figura abaixo. As principais
8. (IFMG) Em um circuito de corrente contínua, utiliza-se um fio grandezas físicas envolvidas em um circuito elétrico são a
de cobre com diâmetro 1,6 mm e 8,4 ⋅ 1022 elétrons livres tensão elétrica (medida em volt), a corrente elétrica (me-
por cm3. Ao se ligar o circuito, a corrente de 10 A, produzida dida em ampère) e a resistência elétrica (medida em ohm).
quase instantaneamente, resulta do movimento dos elétrons
livres com uma velocidade, em m/s, da ordem de:
a) 1012 b) 108 c) 104 d) 10–2 e) 10–4
9. (IME-RJ) A intensidade da corrente elétrica em um condu-
tor metálico varia, com o tempo, de acordo com o gráfico
Reprodu•‹o/ IFPE
a seguir.
i (mA)
64
16 CAPÍTULO 1
14. (Enem) A resistência elétrica de um fio é determinada
pelas suas dimensões e pelas propriedades estruturais do
material. A condutividade (σ) caracteriza a estrutura do
Reprodução/ Unicamp-SP
material, de tal forma que a resistência de um fio pode
ser determinada conhecendo-se L, o comprimento do fio,
e A, a área de secção reta. A tabela relaciona o material à
sua respectiva condutividade em temperatura ambiente.
Tabela de condutividade
Alumínio 34,2
a) 6 V b) 12 V c) 20 V d) 40 V
Cobre 61,7
18. Leia o texto para responder à questão.
Ferro 10,2 O poraquê é um peixe elétrico que vive nas águas ama-
Prata 62,5 zônicas. Ele é capaz de produzir descargas elétricas eleva-
das pela ação de células musculares chamadas eletrócitos.
Tungstênio 18,8 Cada eletrócito pode gerar uma diferença de potencial de
cerca de 0,14 V. Um poraquê adulto possui milhares des-
Mantendo-se as mesmas dimensões geométricas, o fio que
sas células dispostas em série que podem, por exemplo,
apresenta menor resistência elétrica é aquele feito de:
ativar-se quando o peixe se encontra em perigo ou deseja
a) tungstênio. d) cobre. atacar uma presa.
b) alumínio. e) prata.
c) ferro. Reprodução/ UNESP
17
19. (FCMMG) Uma lâmpada incandescente foi submetida a 21. (UFPA) No rio Amazonas, um pescador inexperiente tenta
voltagens crescentes e verificaram-se as correntes elétricas capturar um poraquê segurando a cabeça do peixe com
correspondentes, mostradas no gráfico a seguir. uma mão e a cauda com a outra. O poraquê é um peixe
elétrico capaz de gerar, entre a cabeça e a cauda, uma
diferença de potencial de até 1 500 V. Para esta diferença
de potencial, a resistência elétrica do corpo humano, me-
dida entre as duas mãos, é de aproximadamente 1 000 Ω.
Reprodução/ FCMMG
18 CAPÍTULO 1
25. (IFCE) Suponha um fio cilíndrico de comprimento L, Analisando os resultados, conclui-se que a relação entre
resistividade ρ1 e raio da secção transversal circular R. os diâmetros d dos fios A e B é:
Um engenheiro eletricista, na tentativa de criar um fio d
a) dA = 2dB d) dA = B
cilíndrico menor em dimensões físicas, mas com mesma 4
L dB
resistência, muda o comprimento do fio para , o raio b) dA = e) dA = 2dB
2 2
R
da seção transversal circular para e a resistividade do
3 c) dA = 4dB
material de que é feito o fio para ρ2. Dessa forma, a razão
entre ρ2 e ρ1 para que as resistências do segundo e do 30. (Unicamp-SP) No fenômeno de “magnetoimpedância gi-
primeiro fio sejam iguais deve ser de: gante”, a resistência elétrica de determinado material pelo
1 2 2 5 7 qual circula uma corrente alternada de frequência f varia
a) b) c) d) e)
9 3 9 3 9 com a aplicação de um campo magnético H. O gráfico da
figura 1 mostra a resistência elétrica de determinado fio
26. Um fio cilíndrico e condutor de eletricidade, ao ser ligado de resistividade elétrica ρ = 64,8 ⋅ 10–8 Ω ⋅ m em função
a uma fonte de tensão constante, é percorrido por uma da frequência f da corrente elétrica alternada que circula
corrente elétrica de intensidade i. Se esse fio for substituído por esse fio, para diferentes valores de H.
por outro de mesmo material, mesmo comprimento e com
o dobro do diâmetro da secção transversal, ligado à mesma
fonte, será percorrido por uma corrente de intensidade:
i i
a) 4 ⋅ i b) 2 ⋅ i c) i d) e)
2 4
27. (Aman-RJ) Um fio de cobre possui uma resistência R.
Um outro fio de cobre, com o triplo do comprimento e a
metade da área da secção transversal do fio anterior, terá
Reprodução / Unicamp-SP.
19
31. (Unicamp-SP) O grafeno é um material formado por uma 6 · 103
única camada de átomos de carbono agrupados na forma
de hexágonos, como uma colmeia. Ele é um excelente
5 · 103
condutor de eletricidade e calor e é tão resistente quanto o
k [W/(mK)]
diamante. Os pesquisadores Geim e Novoselov receberam
o Prêmio Nobel de Física em 2010 por seus estudos com 4 · 103
o grafeno.
a) A quantidade de calor por unidade de tempo φ que 3 · 103
flui através de um material de área A e espessura d
que separa dois reservatórios com temperaturas dis-
2 · 103
k ⋅ A ⋅ (T2 – T1) 250 300 350 400
tintas, T1 e T2, é dada por φ = , em que T [K]
d
k é a condutividade térmica do material. Considere
32. (UFG-GO) Em um fio condutor cilíndrico de comprimento
que, em um experimento, uma folha de grafeno de
30 m e secção transversal de área 1,5 mm2, aplica-se uma
A = 2,8 µm2 e d =1,4 ⋅ 10−10 m separa dois microrre-
diferença de potencial de 1,5 volt, que produz uma cor-
servatórios térmicos mantidos a temperaturas ligeira-
rente elétrica constante. Um modelo microscópico, que
mente distintas, T1 = 300 K e T2 = 302 K. Usando o
descreve a corrente elétrica nesse fio, é obtido conside-
gráfico a seguir, que mostra a condutividade térmica
rando que os elétrons são acelerados pela ddp, colidem
k do grafeno em função da temperatura, obtenha o
entre si e os íons do metal. O efeito das colisões é descrito
fluxo de calor φ que passa pela folha nessas condições. r
por uma força resistiva proporcional à velocidade média v
b) A resistividade elétrica do grafeno, à temperatura am-
dos elétrons, dada por:
biente, ρ = 1,0 ⋅ 10−8 Ωm, é menor que a dos melhores r e r
condutores metálicos, como a prata e o cobre. Supo- Fr = – ⋅ v
nha que dois eletrodos são ligados por uma folha de µ
grafeno de comprimento L = 1,4 μm e área da secção em que µ = 0,002 m ⋅ V ⋅ s–1 é a mobilidade eletrônica,
2 –1
transversal A = 70 nm2 e que uma corrente i = 40 µA e a carga elementar vale e = 1,6 ⋅ 10−19 C. Sabendo que
percorra a folha. Qual a diferença de potencial entre no fio existem 5 ⋅ 1028 elétrons/m3, calcule o valor da cor-
os eletrodos? rente elétrica no regime estacionário.
Vá em frente
Acesse
<https://phet.colorado.edu/sims/html/circuit-construction-kit-dc-virtual-lab/latest/circuit-construction-kit-dc-virtual-
lab_pt_BR.html>. Acesso em: 14 mar. 2018.
Neste endereço eletrônico é possível montar circuitos elétricos simples e verificar o comportamento da corrente elétrica
em diferentes configurações de circuito, além de observar, pela animação, os fluxos de carga elétrica.
Autoavaliação:
Vá até a página 87 e avalie seu desempenho neste capítulo.
20 CAPÍTULO 1
2
CA
T
SC
APE
/Sh
utt
ers
toc
POTÊNCIA ELÉTRICA
k
OBJETIVOS
DO CAPÍTULO
ADfoto/Shutterstock
Principais conceitos
Há algum tempo os consumidores brasileiros têm apresentado uma postura diferente que você vai aprender:
em relação ao consumo de energia elétrica. Aos poucos, a cultura geral tem se modificado ► Potência elétrica
a fim de que hábitos diferentes propiciem um consumo ainda mais consciente. ► Energia elétrica
Essa postura dos brasileiros intensificou-se após os reservatórios das usinas hidrelé- ► Potência útil, total e
tricas, principal fonte energética do Brasil, terem atingido níveis extremamente baixos em dissipada
razão das mudanças climáticas que acarretaram longos períodos de estiagem. ► Tensão nominal
Visando conscientizar a população da necessidade de se consumir com moderação a ► Fusíveis e disjuntores
energia, o governo federal adotou bandeiras de tarifação variáveis conforme a faixa de
consumo de energia elétrica. Outra medida governamental foi a extinção das antigas lâm- Professor, nesse momento pode-se
padas incandescentes. trabalhar a habilidade 7 da matriz
do Enem (H7 – Selecionar testes
Ainda que essas novas lâmpadas apresentassem custo inicial mais alto em comparação de controle, parâmetros ou critérios
para a comparação de materiais e
ao das incandescentes, o consumo gerado por elas era bem menor e a sua vida útil, maior. produtos, tendo em vista a defesa
do consumidor, a saúde do trabalha-
Outro tipo de lâmpada que vem sendo cada vez mais comercializado é a de LED. dor ou a qualidade de vida).
Com consumo de energia ainda menor que o das fluorescentes compactas, ela é ainda Quanto ao uso das lâmpadas incan-
descentes, elas ainda podem se
mais econômica, auxiliando os brasileiros a reduzir o consumo. Na embalagem das lâm- mostrar vantajosas quando, além
padas, é possível encontrar informações que relacionam as características de cada uma, da luminosidade, houver também
a necessidade de calor; contudo,
para que o consumidor avalie a lâmpada mais adequada antes da compra. Por exemplo, provavelmente será muito difícil de
nas lâmpadas de LED há a informação de que 7 watts são equivalentes, em desempenho, encontrá-las no mercado.
aos 60 watts de uma lâmpada incandescente.
Contudo, além do diferencial no consumo, o tempo de vida útil das lâmpadas também
é bem diferente. Enquanto as lâmpadas incandescentes têm uma vida útil de aproximada-
mente mil horas, as de LED têm 50 mil horas.
• Você ainda encontra lâmpadas incandescentes à venda nos estabelecimentos comer-
ciais? Ainda existe vantagem no uso desse tipo de lâmpada? Em caso afirmativo, qual?
FÍSICA
21
Pot•ncia elŽtrica
Na embalagem de uma lâmpada comum, geralmente se encontram duas informações:
a tensão de funcionamento e a potência. Para compreender o significado delas, considere
que na embalagem conste a indicação 127 V / 60 W, como na figura.
Com base nas informações, sabe-se que, para a lâmpada funcionar corretamente, ela
deve ser ligada a uma rede elétrica que forneça tensão de 127 V. Feito isso, o filamento
no interior dela, ao ser percorrido por uma corrente elétrica, emitirá radiação, calor e luz.
Portanto, a lâmpada transforma energia elétrica em energia luminosa e calor. A potência
da lâmpada (60 W) informa que ela consome 60 J de energia elétrica a cada segundo de
funcionamento. Generalizando, considere um componente elétrico que, em dado interva-
lo de tempo ∆t, consuma uma quantidade de energia elétrica ∆E. Define-se a pot•ncia P
do componente como a razão entre a energia consumida e o intervalo de tempo.
∆E
P=
∆t
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a energia é medida em joules (J) e o tempo,
em segundos (s). Portanto, a potência deve ser medida em joules por segundo (J/s), uni-
dade denominada de watt (W). Por sua vez, a energia ∆E consumida por um componente
elétrico está relacionada com a tensão U aplicada em seus terminais e com a quantidade
de carga elétrica ∆Q que o atravessa.
Na Eletrostática foi estudado que o trabalho †Fe realizado pela força elétrica para
transportar uma carga Q entre dois pontos de um campo elétrico que apresentam uma
ddp (U) é dado por †Fe = Q ⋅ U. Esse trabalho corresponde à energia transformada e, por-
tanto, ∆E = ∆Q ⋅ U.
Pela definição de potência, temos:
∆E ∆Q ⋅ U
P= =
∆t ∆t
∆Q
Lembrando que i = , a potência elétrica P de um componente elétrico é dada pelo
∆t
produto da corrente elétrica i que o atravessa pela tensão U entre seus terminais.
P=i⋅U
Nessa equação, para que a potência seja dada em watt (W), a corrente elétrica deve
estar em ampère (A) e a tensão, em volt (V). Portanto, dizemos que 1 watt = 1 volt ⋅ ampère
(1 W = 1 V ⋅ A).
22 CAPÍTULO 2
Potência do resistor
Um resistor, quando atravessado por uma corrente elétrica, transforma energia elétri-
ca em energia térmica. A rapidez com que ele transforma energia elétrica em calor corres-
ponde à potência do resistor.
R
O quilowatt-hora
No SI, a unidade de energia é o joule (J). No entanto, para se medir o consumo de energia Definição
elétrica nas residências, indústrias e estabelecimentos comerciais, usa-se uma unidade de Quilowatt-hora (kWh) : energia
energia mais prática, denominada quilowatt-hora (kWh). Para obtermos o valor de um qui- consumida por um aparelho de
lowatt-hora, tomemos como exemplo um chuveiro elétrico de 1 000 W de potência. Tal nú- 1 kW (1 000 W) de potência no
mero significa que ele consome 1 000 joules de energia elétrica a cada segundo. Portanto, intervalo de tempo de uma hora
se ele ficar ligado durante uma hora (3 600 s), ele consumirá 3 600 000 joules (1 000 ⋅ 3 600), (3 600 s). 1 kWh = 3,6 · 106 J
o que corresponde a 1 kWh.
Pi-Lens/Shutterstock
23
Interação
Na Termologia estudada em Física, caderno 5, quando um objeto recebe calor, ele pode sofrer
dois efeitos: variação de temperatura e mudança de estado. No caso de um chuveiro elétrico,
a água fria proveniente da caixa-d’água recebe calor ao entrar em contato com a resistência
elétrica e é aquecida por efeito Joule. Empregamos Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ para equacionar o aumento da
temperatura ∆θ da água ao ser aquecida pelo chuveiro. Considere um chuveiro com resistência
elétrica R ligado sob uma tensão U e com vazão de água Z, que corresponde ao volume de água
por unidade de tempo. Sendo c o calor específico da água e ρ sua densidade, temos:
Q U2 U 2 ρ ⋅ V ⋅ c ⋅ ∆θ U 2 U2
P= s = m ⋅ c ⋅ ∆θ s = s = ρ ⋅ Z ⋅ c ⋅ ∆θ s ∆θ =
∆t R ∆t R ∆t R ρ ⋅ Z ⋅c ⋅R
Com isso, verificamos que, para uma tensão U e vazão Z constantes, teremos maior aumento
de temperatura ∆θ quanto menor for a resistência elétrica R.
Desenvolva
H7 Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do
consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Diversas medidas importantes foram tomadas pelos brasileiros a fim de evitarem o desperdício de energia elétrica.
Uma delas foi a diminuição do tempo de uso dos aparelhos elétricos, como o chuveiro e o ferro elétrico. Outra medida sim-
ples é não deixar os aparelhos em modo stand-by. Essa função permite que o aparelho, após desligado, seja religado em um
tempo muitíssimo curto. Basicamente, ela proporciona maior rapidez e praticidade no ato de ligar e desligar os dispositivos
de uso mais frequente. Todavia, estudos realizados nos Estados Unidos comprovam que a função stand-by é responsável
por um gasto mensal de 5% a 10% nas contas de energia elétrica. Isso porque os aparelhos em stand-by não estão totalmen-
te desligados; na realidade, estão parcialmente ligados, o que, por consequência, gera consumo. O aparelho de micro-ondas
exemplifica bem esse caso.
bergamont/Shutterstock
Em stand-by, um micro-ondas gera um consumo de 6 Wh somente para a manutenção do visor. Em uso, a potência média
de um micro-ondas é 1 300 W.
Monte uma tabela com pelo menos cinco aparelhos elétricos que você tenha em casa que apresentam a função stand-by.
Relacione a potência e a tensão de funcionamento de cada um deles. Estime, para cada aparelho, o tempo de uso efetivo
semanal e o respectivo consumo gerado. Considere que, em stand-by, eles consumam o equivalente a 2,5% da energia
gasta quando de fato utilizados. Assim, com base na tabela criada, indique a diferença de consumo semanal caso os cinco
aparelhos fossem mantidos completamente desligados quando não estivessem em uso.
Após a montagem da tabela, oriente os alunos a estimarem a energia consumida em uma semana por cada um dos aparelhos em
uso efetivo. Em seguida, peça-lhes que calculem 2,5% desse total. A tabela pode ser construída em uma planilha e compartilhada
com os demais alunos.
24 CAPÍTULO 2
Atividades
1. Um chuveiro elétrico gasta 600 000 joules de energia 4. (UFRGS-RS) O gráfico abaixo apresenta a curva corrente
elétrica em quatro minutos de funcionamento. Calcule a elétrica i versus diferença de potencial V para uma lâmpada
potência elétrica desse chuveiro. de filamento.
∆t = 4 min = 240 s
∆E 600 000
P= = s P = 2 500 W
∆t 240
Reprodução/ UFRGS-RS
2. (Enem) Muitas medidas podem ser tomadas em nossas casas
visando à utilização racional de energia elétrica. Isso deve
ser uma atitude diária de cidadania. Uma delas pode ser a Sobre essa lâmpada, considere as seguintes afirmações.
redução do tempo no banho. Um chuveiro com potência I. O filamento da lâmpada é ôhmico.
de 4 800 W consome 4,8 kWh por hora. Uma pessoa que II. A resistência elétrica do filamento, quando ligado em
toma dois banhos diariamente, de 10 minutos cada um, 6 V, é 6 Ω.
consumirá, em sete dias, quantos kWh?
III. A potência dissipada pelo filamento, quando ligado
a) 0,8 c) 5,6 e) 33,6
em 8 V, é 0,15 W.
b) 1,6 d) 11,2 Quais estão corretas?
P = 4 800 W = 4,8 kW
140 7 a) Apenas I. c) Apenas III. e) I, II e III.
∆t = 7 ⋅ 2 ⋅ 10 = 140 min = s ∆t = h
60 3 b) Apenas II. d) Apenas I e III.
7 I. (F) Da observação do gráfico temos que a relação entre V e
∆E = P ⋅ ∆t = 4,8 ⋅ = 11,2 kWh
3 i não é linear. Portanto, o resistor não é ôhmico.
Alternativa d
U
II. (V) Utilizando a equação R = e observando o gráfico,
temos: i
U 6
R= sR= =6Ω
i 1
III. (F) Para a tensão de 8 V e utilizando a relação de potência,
temos:
P = U ⋅ i s P = 8 ⋅ 1,2 s P = 9,6 W
3. (Escola Naval-RJ) Um chuveiro elétrico opera em uma rede Alternativa b
de 220 volts dissipando 7 600 J/s de calor em sua resistência.
Se esse mesmo chuveiro fosse conectado a uma rede de
110 volts, a potência dissipada, em J/s, passará a ser de:
a) 5 700 c) 2 533 e) zero 5. (FGV-SP) A usina hidrelétrica de Itaipu, empresa binacional,
b) 3 800 d) 1 900 localizada na fronteira do Brasil com o Paraguai, tem uma
Como a resistência elétrica do chuveiro é a mesma nos dois potência instalada de 14 000 MW gerada por 20 unidades
casos (mesmo chuveiro), temos que: de 700 MW cada. Essa potência é distribuída por 12 linhas
U12 U2 de transmissão que operam sob tensão de 500 kV cada.
P1 = sR= 1
R P1 A energia produzida é levada até as cidades por cabos
U 22 U2 condutores de corrente elétrica, sustentados por altas tor-
P2 = sR= 2
R P2 res que podem ser vistas quando se viaja pelas estradas.
Assim, igualando em R, temos: A intensidade da corrente elétrica através desses cabos é,
U12 U2 U 2 em kA, mais próxima de:
= 2 s P2 = P1 2 s
P1 P2 U1 a) 1,5 b) 2,3 c) 3,0 d) 3,2 e) 3,5
A potência gerada pelas 20 unidades é distribuída em 12 li-
110 2 nhas de transmissão. Assim, temos:
s P2 = 7 600 ⋅ = 1 900 J/s
220 14 000 ⋅ 106
Alternativa d P= ≅ 1 166,7 ⋅ 106 W
12
Como P = U ⋅ i, temos:
P = U ⋅ i s 1 166,7 ⋅ 106 = 500 ⋅ 103 ⋅ i s
s i H 2,3 ⋅ 103 A ou, ainda, i H 2,3 kA
Alternativa b
FÍSICA
25
6. +Enem [H6] Deseja-se que um resistor de resistência elé- 7. (PUCC-SP) Há alguns anos a iluminação residencial era
trica R = 20 kΩ seja atravessado por uma corrente elétrica predominantemente feita por meio de lâmpadas incan-
de intensidade 4 mA. Para isso, a diferença de potencial U descentes. Atualmente, dando-se atenção à política de
aplicada em seus terminais e a potência elétrica P dissipada preservação de bens naturais, estas lâmpadas estão sendo
por ele devem ser iguais a: trocadas por outros tipos de lâmpadas muito mais econô-
micas, como as fluorescentes compactas e de LED.
U (volts) P (watts)
Numa residência usavam-se 10 lâmpadas incandescentes
a) 80 320 de 100 W que ficavam ligadas em média 5 horas por dia.
b) 80 0,32 Estas lâmpadas foram substituídas por 10 lâmpadas fluo-
rescentes compactas que consomem 20 W cada uma e
c) 50 200
também ficam ligadas em média 5 horas por dia.
d) 50 2 Adotando o valor R$ 0,40 para o preço do quilowatt-ho-
e) 150 600 ra, a economia que esta troca proporciona em um mês de
Pela primeira lei de Ohm: trinta dias é de:
U = R ⋅ i = 20 ⋅ 103 ⋅ 4 ⋅ 10–3 s U = 80 V a) R$ 18,00 d) R$ 120,00
P = i ⋅ U s P = 4 ⋅ 10–3 ⋅ 80 s P = 0,32 W
b) R$ 48,00 e) R$ 248,00
Alternativa b
c) R$ 60,00
Na condição inicial, tínhamos, para as 10 lâmpadas:
P = 10 ⋅ 100 s P = 1 000 W
Assim, a energia utilizada era de:
E = P ⋅ ∆t s E = 1 000 ⋅ 5 ⋅ 30 s
s E = 150 000 W ⋅ h s E = 150 kW ⋅ h
Com a substituição das lâmpadas incandescentes pelas fluo-
rescentes compactas, teremos:
P = 10 ⋅ 20 s P = 200 W
E = P ⋅ ∆t s E = 200 ⋅ 5 ⋅ 30 s
s E = 30 000 W ⋅ h s E = 30 kW ⋅ h
Com os resultados, concluímos que houve economia de
120 kW . h.
Assim, a economia, em reais, será de:
1 kW ⋅ h — R$ 0,40
120 kW ⋅ h — x s x = 0,4 ⋅ 120 s x = 48 reais
Alternativa b
8. (Enem) Uma estudante que ingressou na universidade e, pela primeira vez, está morando longe da sua família recebe sua
primeira conta de luz:
Medidor Consumo Leitura Cód. Emissão Id. Bancária
Número Consumidor Leitura kWh Dia Mês Banco Agência Município
21 1o/04/2009
7131312 951672 7295 260 31 3 222 999-7 S. José das Moças
Consumo dos últimos 12 meses em kWh Descrição
253 Mar./08 278 Jun./08 272 Set./08 265 Dez./08
Fornecimento
247 Abr./08 280 Jul./08 270 Out./08 266 Jan./09
ICMS
255 Maio/08 275 Ago./08 260 Nov./08 268 Fev./09
Se essa estudante comprar um secador de cabelos que consome 1 000 W de potência e considerando que ela e suas três
amigas usem esse aparelho por 15 minutos cada uma durante 20 dias no mês, qual será o acréscimo em reais na sua conta
mensal?
a) R$ 10,00 b) R$ 12,50 c) R$ 13,00 d) R$ 13,50 e) R$ 14,00
O acréscimo de energia é:
E = P ⋅ ∆t s E = 1 kW ⋅ 20 ⋅ 1 h s E = 20 kWh
162, 50
De acordo com a conta de luz, o consumo de 260 kWh custou R$ 162,50. Portanto, o custo de 1 kWh é: = R$ 0,625
260
O acréscimo de 20 kWh corresponde a: 20 ⋅ 0,625 = R$ 12,50
Alternativa b
26 CAPÍTULO 2
Tarefa proposta 1 a 13
Complementares
9. (Cefet-RJ) Considerando que um atleta possa produzir Lâmpada
Fluxo luminoso Lâmpada LED
até 2 600 W de potência durante um salto em distância, incandescente
determine o número máximo de lâmpadas de 120 V/1,5 A 300 lumens 30 W 4W
associadas em série que poderiam ser acesas utilizando-se 470 lumens 45 W 6W
a potência produzida neste salto.
810 lumens 60 W 10 W
a) 10 lâmpadas
1 100 lumens 75 W 12 W
b) 12 lâmpadas
1 700 lumens 100 W 20 W
c) 14 lâmpadas
d) 15 lâmpadas Vida útil 1 ano 15-20 anos
10. (Unicamp-SP) A frequência de operação dos microcompu- Nesse contexto, suponha que, em uma residência, sejam
tadores vem aumentando continuamente. A grande difi- trocadas dez lâmpadas incandescentes de 100 W por dez
culdade atual para aumentar ainda mais essa frequência lâmpadas de LED de mesmo fluxo luminoso. Considere
está na retirada do calor gerado pelo funcionamento do que cada lâmpada permanece ligada 3 h por dia e que o
custo do kWh é igual a 0,90. Qual é, aproximadamente,
processador. O gráfico abaixo representa a ddp (em volts)
a economia gerada na conta de luz com a troca das lâm-
e a corrente elétrica (em 10–12 A) em um dispositivo do
padas ao final de trinta dias?
circuito de um microcomputador em função do tempo
(em 10–9 s). a) R$ 72,00
b) R$ 64,20
3,0
c) R$ 18,00
2,5
d) R$ 16,20
2,0 12. (Enem) A energia elétrica consumida nas residências é me-
ddp (V)
0 0 0 0
1 9 9 1 1 9 9 1
0,5 2 8 2 8 2
3 7 3 7 3
0,0 4 6 6 4 4 6 6 4
5 5 5 5
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (10–9 s) Leitura do mês passado
0 0 0 0
a) Qual é a frequência de operação do dispositivo, em Hz? 1 9 9 1 1 9 9 1
b) Faça um gráfico esquemático da potência dissipada 2 8 2 8 2
nesse dispositivo em função do tempo.
3 7 3 7 3
c) Qual é o valor da potência média dissipada no disposi-
4 6 6 4 4 6 6 4
tivo durante um período de funcionamento? 5 5 5 5
11. (Ifsul-RS) As lâmpadas de LED são muito mais eficientes
O valor a ser pago pelo consumo de energia elétrica re-
do que as lâmpadas incandescentes. A tabela abaixo
gistrado seria de:
permite perceber essa diferença, basta comparar os va-
a) R$ 41,80
lores de potência elétrica para os dois diferentes tipos de
lâmpadas. Para cada linha da tabela, o fluxo luminoso é o b) R$ 42,00
mesmo (lumens), diferindo apenas no valor da potência c) R$ 43,00
elétrica que cada lâmpada precisa para atingir o mesmo d) R$ 43,80
resultado luminoso. e) R$ 44,00
FÍSICA
27
Especificações dos aparelhos elétricos
Todos os equipamentos elétricos e eletrônicos são caracterizados pela tensão e pela
potência. Essas especificações são dados nominais do equipamento e devem ser cuidado-
samente verificadas pelo consumidor no momento da compra e pelos eletricistas durante
a instalação.
Por exemplo, um equipamento com dados nominais 220 V
e 6 800 W, ao ser ligado na tensão de 220 V, vai consumir uma
potência de 6 800 W. Existem algumas condições de ligação:
• Tensão da fonte = tensão nominal: é a condição nor-
mal de funcionamento dos aparelhos. O aparelho
consome uma potência igual à potência nominal.
Ufonte = Unominal s Pconsumida = Pnominal
• Tensão da fonte < tensão nominal: nesta condi-
ção, o aparelho não vai queimar, porém a potên-
BIP
cia consumida é menor que a potência nominal.
Ufonte < Unominal s Pconsumida < Pnominal
Uma lâmpada de 220 V ligada em 127 V, por
exemplo, terá o brilho reduzido significativamente.
¥ Tensão da fonte > tensão nominal: nesta con-
dição, o aparelho funciona com alto risco de
queimar. No caso dos resistores, eles se supera-
quecem e podem sofrer fusão. A potência con-
sumida é maior que a potência nominal.
Ufonte > Unominal s Pconsumida > Pnominal
Uma lâmpada de 127 V ligada em 220 V terá bri-
lho muito intenso e rapidamente queimará, ou seja,
o filamento da lâmpada se fundirá.
Dispositivos de proteção
Ao se projetar um equipamento elétrico, é previsto o valor da corrente elétrica que
poderá passar por ele. Entretanto, há eventos imprevisíveis, tais como a queda de um raio,
um curto-circuito ou até mesmo uma ligação incorreta do equipamento, que pode acarre-
tar aumento na corrente elétrica e dano ao aparelho. Para se evitarem maiores prejuízos,
existem os dispositivos de proteção, tais como os fusíveis e os disjuntores. Esses disposi-
tivos suportam um valor máximo de corrente elétrica e são introduzidos no circuito do
equipamento que se quer proteger, como representado na figura.
U
Caso a corrente elétrica que atravessa o circuito ultrapasse o valor crítico pré-progra-
mado no dispositivo de segurança, o circuito será aberto, não permitindo que haja a pas-
sagem de corrente elétrica e, assim, evitando danos ao equipamento.
Os dispositivos de proteção, como os fusíveis e os disjuntores, apresentam diferenças
no modo de operação. Ao serem atravessados por corrente elétrica maior que o valor críti-
co, os fusíveis queimam, interrompendo imediatamente a corrente e, por isso, devem ser
substituídos. Já os disjuntores apenas desligam o circuito e não são danificados.
28 CAPÍTULO 2
Nazar Krovitcky/Shutterstock
Sashkin/Shutterstock
A B
Disjuntores (A) e fusíveis coloridos (B). Os fusíveis são usados em circuitos automotivos são dispositivos
de proteção que impedem que a corrente elétrica em um circuito ultrapasse o valor crítico.
Reostato
A resistência elétrica de um resistor é diretamente proporcional ao comprimento dele,
de acordo com a segunda lei de Ohm. Dessa forma, pode-se construir um resistor de resis-
tência elétrica variável, conforme o comprimento do fio que será percorrido pela corrente
elétrica. Temos, assim, um reostato, cujo esquema é representado na figura.
U
A C B
Reostato
29
Contextualize
Alternativas energéticas
Com a preocupação global em relação ao meio ambiente, a busca por formas alternativas de energia tem aumentado. Mini-
mizar a emissão de poluentes e substituir os combustíveis fósseis por outros que não agridam o meio ambiente tem sido uma
busca frequente, principalmente em países da Europa e no Brasil. Estimativas apontam que, por ano, o Sol irradia sobre a Terra
cerca de 1,5 ⋅ 1018 kWh de energia, o que corresponde a 10 mil vezes o consumo mundial de energia durante um ano.
Nas últimas décadas foram desenvolvidas no Brasil novas técnicas para a captação e o armazenamento da energia solar
e para a transformação dela em energias térmica e elétrica.
Basicamente existem dois tipos de placa: as solares com superfície escurecida, que transformam energia solar em ener-
gia térmica, com o objetivo de aquecer a água de chuveiros e torneiras, e as fotovoltaicas, que convertem a energia do Sol
em energia elétrica. Ao incidir luz solar sobre as placas fotovoltaicas, feitas de material semicondutor, há deslocamento de
elétrons, o que gera corrente elétrica.
Com o intuito de aumentarem a eficiência das placas solares, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUC-RS) trabalham com o objetivo de diminuir os custos, que ainda são elevados. Ademais, já obtiveram efi-
ciência de 15,4% na conversão de energia solar em elétrica, número acima da média mundial, que é de 14%.
Mesmo com a baixa eficiência e custos elevados, o uso de tais placas vem crescendo no mundo. A produção mundial de placas
fotovoltaicas cresce em média 80% ao ano. Atualmente, cada MW de potência instalada custa, aproximadamente, 100 mil reais.
lightrain/Shutterstock
Países como Alemanha, China, Japão, Itália e Estados Unidos detêm o maior potencial instalado, correspondendo a 70%
do total no mundo. Com o plano decenal de expansão de energia (PDE-2024), espera-se que o Brasil esteja, já em 2018, entre
os 20 maiores geradores de energia solar.
Outros programas de incentivo à utilização de energia solar em pequena escala foram colocados em prática pelo gover-
no brasileiro. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu regulamentações que possibilitam aos consumido-
res vender a companhias elétricas o excedente de energia produzido por meio de unidades solares residenciais. No entanto,
o índice de sucesso ainda é baixo. Países como Alemanha e Estados Unidos oferecem condições bem mais vantajosas aos
consumidores/fornecedores.
O importante é que ações dessa natureza contribuem para tornar as matrizes energéticas cada vez mais limpas, promo-
vendo maior sustentabilidade.
Faça uma pesquisa sobre a evolução da política energética brasileira e identifique a parcela de contribuição atual da energia
solar na matriz nacional.
Professor, confira no manual as respostas às questões e mais informações sobre o tema de estudo.
30 CAPÍTULO 2
Decifrando o enunciado Lendo o enunciado
Atenção às informações que
Ao procurar um novo ferro de passar roupas
Características se referem às especificações
num site de compras, uma pessoa escolhe técnicas do aparelho que será
Tipo: vapor e a seco
um produto com as seguintes especificações adquirido.
da tabela apresentada. O ferro adquirido será Função spray: sim
Observe que o tempo de uso
utilizado por um período aproximado de duas Base: revestida de antiaderente
diário deverá ser multiplicado
horas por dia, cinco dias por semana. A resi- Potência: 1 100 W por 30 dias para se obter o
dência apresenta rede elétrica antiga e, por Suporte para enrolar o cabo elétrico: sim gasto mensal.
isso, será necessário instalar um novo disjuntor Represente o resultado em
Cabo: anatômico com giro 360°
para proteger o ferro contra eventuais sobre- kWh, compatível com a forma
Reservatório de água: 200 mL e com
cargas de corrente. de se representar o consumo de
indicador de enchimento máximo
a) Qual é o valor mínimo de corrente que o energia elétrica.
Peso: 0,8 kg
disjuntor deverá suportar?
Dimensões: (L × A × P): 15 × 11 × 27 cm
b) Sabendo que o preço do kWh é R$ 0,35,
estime o custo mensal de energia elétrica Voltagem: 220 V
Resolução
a) Pelas especificações, temos:
P = 1 100 W e U = 220 V, como: P = i ⋅ U s 1 100 = i ⋅ 220 s i = 5 A
b) Considerando 2 horas por dia, 5 dias por semana e 4 semanas por mês, temos:
∆t = 2 ⋅ 5 ⋅ 4 = 40 h
∆E = P ⋅ ∆t = 1,1 kW ⋅ 40 h = 44 kWh
Sendo R$ 0,35 por kWh, temos: 44 ⋅ 0,35 = R$ 15,40
Atividades
13. (Vunesp) Na instalação elétrica de uma casa, há um dis- 14. (UFJF-MG) Einstein e Newtinho vão até a loja de ferragens
juntor para proteger o circuito de um chuveiro elétrico. comprar um disjuntor para instalar um ar-condicionado.
Sabendo-se que a potência do chuveiro é 2 000 W e a Para escolher o disjuntor, o vendedor pergunta qual a
tensão na rede 220 V, o valor em ampères mais indicado corrente que será utilizada pelo equipamento. Newtinho
para a corrente máxima do disjuntor deve ser aproxima- lembra que a tensão utilizada para ligar o equipamento é
damente igual a: 220 V e a potência elétrica é de 2 200 W. O vendedor in-
a) 0,5 b) 1 c) 5 d) 10 e) 50 forma que é importante colocar um disjuntor que suporte
Como P = U ⋅ i, temos: a corrente exata exigida pelo equipamento. Qual o valor
2 000 dessa corrente?
2 000 = 220 ⋅ i s i = s i = 9,1 A
220
a) 220 J d) 220 A
Portanto, o disjuntor mais adequado seria de 10 A.
Alternativa d b) 10 J e) 0,1 A
c) 10 A
Da relação de potência, temos:
P 2 200
i= = s i = 10 A
U 220
Alternativa c
FÍSICA
31
15. (IFMG) Uma empresa fabrica dois modelos de lâmpadas de 17. (Enem) Um eletricista deve instalar um chuveiro que tem as
mesma potência, sendo uma para operar em 110 V e outra, especificações 220 V-4 400 W a 6 800 W. Para a instalação
em 220 V. Comparando-se essas lâmpadas, afirma-se: de chuveiros, recomenda-se uma rede própria, com fios
I. Ambas dissipam a mesma quantidade de calor em de diâmetro adequado e um disjuntor dimensionado à
uma hora de funcionamento. potência e à corrente elétrica previstas, com uma margem
de tolerância próxima de 10%. Os disjuntores são disposi-
II. Ambas possuem o mesmo valor de resistência elétrica.
tivos de segurança utilizados para proteger as instalações
III. O modelo de 110 V consome menor energia elétrica elétricas de curtos-circuitos e sobrecargas elétricas e devem
em uma hora de funcionamento. desarmar sempre que houver passagem de corrente elétri-
IV. A corrente elétrica no modelo de 220 V é a metade do ca superior à permitida no dispositivo.
valor da de 110 V. Para fazer uma instalação segura desse chuveiro, o valor
São corretas apenas as afirmativas: da corrente máxima do disjuntor deve ser:
a) I e II b) I e IV c) II e III d) III e IV a) 20 A d) 35 A
I. (V). A energia dissipada é dada pela expressão: b) 25 A e) 40 A
∆E
P= s ∆E = P ⋅ ∆t c) 30 A
∆t
Se as lâmpadas são de mesma potência e mesma eficiên- Para a potência máxima do chuveiro, temos:
cia, elas dissipam a mesma quantidade de calor durante o P 6 800
P=U⋅isi= = = 30,9 A
mesmo tempo. U 220
Sendo a margem de tolerância de 10%, temos:
II. (F). A expressão que relaciona tensão elétrica, potência elé- 10% de 30,9 equivale a 3,09. Portanto, a máxima corrente
U2 suportada não deveria ultrapassar 30,9 + 3,09 = 33,99 A ou,
trica e resistência elétrica é: P =
R ainda, 34 A.
Então, se as lâmpadas têm mesma potência, vem: Sendo assim, o disjuntor com valor de 35 A já permitiria uma
1102 2202 1 4 instalação segura.
P110 = P220 s = s = s Alternativa d
R110 R220 R110 R220
s R220 = 4 · R110
III. (F). A energia consumida é igual à energia dissipada. Con-
forme o item I, se elas dissipam a mesma potência, elas
consomem a mesma quantidade de energia em uma hora
de funcionamento.
18. Em uma residência, tem-se um chuveiro de 2 200 watts
IV. (V). A expressão que relaciona tensão elétrica, potência elé-
trica e corrente elétrica é: P = U ⋅ i que fica ligado uma hora e meia por dia, cinco lâmpadas
Então, se as lâmpadas têm mesma potência, vem: de 60 watts cada uma que ficam ligadas cinco horas por
110 dia e uma televisão de 50 W que fica ligada quatro horas
P110 = P220 s 220 ⋅ i220 = 110 ⋅ i110 s i220 =
2 por dia. Se todos os equipamentos são ligados na mesma
Alternativa b rede de 110 volts, determine:
a) a intensidade da corrente elétrica que atravessa o chuveiro;
16. (UPF-RS) Um circuito elétrico simples protegido por um A corrente do chuveiro é dada por:
fusível F de 8 A, ligado à rede de 220 V, está mostrado na P 2 200
i= = = 20 A
figura a seguir. U 110
Reprodução/ UPF-RS
32 CAPÍTULO 2
19. (Ulbra-RS) Um gaúcho deseja tomar chimarrão, para isso 20. +Enem [H26] Em certa residência, há um ferro elétrico
vai aquecer 0,8 litro de água de 20 °C até 70 °C. Ele conta de 1 500 watts de potência que funciona 45 minutos por
com um aquecedor de imersão que deverá ser ligado a dia, todos os dias. Sabe-se que o preço pago à companhia
uma fonte de 120 V. Sendo a resistência do mesmo de de energia para cada quilowatt-hora (kWh) consumido
30 Ω (Ohms), quanto tempo ele deverá esperar, em segun- é de R$ 0,25. Sendo assim, qual das alternativas melhor
dos, até que água atinja a temperatura desejada? representa o custo mensal médio da energia consumida
cal por esse ferro elétrico?
Considere: cágua = 1 ; 1 cal = 4,2 J; dágua = 1 g/cm3
g °C a) R$ 6,50 d) R$ 8,45
a) 160 d) 420 b) R$ 84,50 e) R$ 4,20
b) 350 e) 480 c) R$ 2,70
c) 380 A energia é dada pelo produto da multiplicação da potência do
Considerando que toda a quantidade de energia elétrica foi aparelho pelo tempo de uso dele.
convertida em calor para o aquecimento da água, temos: 45
Q = E s m ⋅ c ⋅ ∆θ = P ⋅ ∆t s E = 1 500 ⋅ ⋅ 30 = 33 750 W ⋅ h ou, ainda, E = 33,75 kWh
60
U2
s m ⋅ c ⋅ ∆θ = ⋅ ∆t s Cada kWh consumido tem custo de R$ 0,25. Para a energia
R calculada, o custo C é dado por:
2202
s 800 ⋅ 1 ⋅ (70 – 20) = ⋅ ∆t s ∆t = 350 s C = 33,75 ⋅ 0,25 = R$ 8,4375 . R$ 8,45
30
Alternativa b Alternativa d
Tarefa proposta 14 a 32
Complementares
21. (FGV-SP) Uma loja tem, instaladas em paralelo, várias lâm- 24. (Unicamp-SP) O gráfico a seguir representa a potên-
padas idênticas, cada uma com a especificação: 25 W; cia (em kW) consumida por uma residência ao longo
220 V. Logo após a caixa de entrada, há um disjuntor de do dia. A residência é alimentada por uma tensão de
10 A protegendo a instalação da loja, especificamente as 120 V e possui um fusível que queima se a corrente
lâmpadas. O gerente da loja, desconfiado da capacidade ultrapassar um certo valor, para evitar danos na insta-
do disjuntor, faz algumas operações e chega corretamente lação elétrica. Por outro lado, esse fusível deve suportar
ao número máximo de lâmpadas que podem ser acesas a corrente utilizada na operação normal dos aparelhos
simultaneamente, sem desligar o disjuntor. Tal número é: da residência.
a) 22 b) 53 c) 87 d) 115 e) 135
Consumo de energia elŽtrica ao longo do dia
22. (Unifal-MG) Um resistor de 11 Ω, percorrido por uma cor-
rente de 10 A, é usado para aquecer 200 g de água de 6
20 °C a 100 °C. Por um descuido, metade da água acaba
5
transformando-se em vapor a 100 °C. Determine quanto
Potência (kW)
33
Tarefa proposta
1. (Fuvest-SP) A energia proveniente de uma queda-d’água, banho tem duração de 5 minutos, o custo ao final de um
usada para acender uma lâmpada, sofreu basicamente a mês (30 dias) da energia consumida pelo chuveiro é de:
seguinte transformação: a) R$ 4,50 d) R$ 22,00
a) mecânica → elétrica → calorífica b) R$ 7,50 e) R$ 45,00
b) elétrica → calorífica → mecânica c) R$ 15,00
c) calorífica → elétrica → mecânica 7. (UFJF-MG) Imagine que você tenha comprado um chuveiro
d) calorífica → mecânica → elétrica elétrico para ser alimentado por uma tensão de 120 V e
e) elétrica → mecânica → calorífica que a potência consumida seja de 3 000 W. Ao instalar o
2. (UFSJ-MG) As companhias que fornecem energia elétrica chuveiro, você precisa decidir sobre o diâmetro do fio que
usam como medida de consumo de energia o kWh, um deve ser conectado à rede elétrica para alimentar o chu-
múltiplo de joule, que é unidade-padrão do Sistema Inter- veiro. Imagine que a tabela a seguir represente o diâmetro
nacional. O fator que relaciona as unidades kWh e joule é: do fio de cobre, a corrente elétrica máxima permitida e o
a) 3,6 ⋅ 109 c) 1,0 ⋅ 103 preço por metro.
Diâmetro (mm) Corrente (A) Preço/metro (R$)
b) 3,6 ⋅ 103
d) 3,6 ⋅ 106
1,0 2 0,50
3. (IFCE) Em um chuveiro elétrico, os valores da potência e
da tensão elétrica valem 6 600 W (watts) e 220 V (volts), 1,5 10 1,00
34 CAPÍTULO 2
A energia dissipada em 1 hora na fiação, caso sejam liga- a) O custo mensal para manter um secador de cabelo de
dos simultaneamente numa fonte de tensão U = 220 V, um potência elétrica 10 W ligado, durante 5 h, todos os
forno de micro-ondas (1 500 W), um ventilador (300 W) e dias, supondo que o preço de 1 kWh de energia elétri-
uma televisão (400 W), é: ca seja R$ 0,16 será de R$ 0,34.
Dado: fio com resistência R = 2 Ω b) Um eletricista modifica a instalação elétrica de uma
a) 0,2 kWh d) 2,0 kWh casa e substitui um chuveiro elétrico ligado em 110 V
b) 0,5 kWh e) 2,5 kWh por outro, de mesma potência, mas ligado em 220 V.
c) 1,5 kWh Observa-se que esse chuveiro passará, então, a consu-
mir mais energia elétrica.
9. (UFAL) Um resistor é submetido à ddp de 100 V. Passam
por esse resistor 5,0 · 1016 elétrons, em 2,0 s. Nessas condi- c) Considerando que uma conta de energia elétrica in-
ções, a potência elétrica que o resistor dissipa, em W, vale: dica um consumo de energia elétrica de 1 500 kWh
(Dado: carga elementar do elétron = 1,6 · 10–19 C) durante um mês, pode-se afirmar que esse valor de
energia, escrito em unidade do Sistema Internacional,
a) 0,10 d) 4,0
é 5,4 ⋅ 109 J.
b) 0,40 e) 8,0
d) Um chuveiro elétrico de potência 5 000 W quando li-
c) 1,6
gado em 220 V tem sua potência reduzida pela meta-
10. (Enem) de quando ligado em 110 V.
[...] O Brasil tem potencial para produzir pelo menos
e) Considerando que em uma residência com 4 moradores,
15 mil megawatts por hora de energia a partir de fontes al-
que tomam um banho diário, um de cada vez, em um
ternativas. Somente nos estados da região Sul, o potencial
chuveiro elétrico de 3 kW, se cada banho tem duração de
de geração de energia por intermédio das sobras agríco-
10 minutos, o consumo de um mês (30 dias) da energia
las e florestais é de 5 000 megawatts por hora. Para se ter
uma ideia do que isso representa, a usina hidrelétrica de elétrica consumida pelo chuveiro será de 300 kWh.
Itá, uma das maiores do país, na divisa entre o Rio Grande 13. (EBMSP)
do Sul e Santa Catarina, gera 1 450 megawatts de energia
por hora.
Esse texto, transcrito de um jornal de grande circulação,
contém, pelo menos, um erro conceitual ao apresentar
Reprodução/ EBMSP
unidades.
Os profissionais de um posto de saúde promoveram uma
11. (PUC-SP) Um chuveiro de 3 000 W e 110 V tem re- atividade para orientar a comunidade local sobre a pre-
sistência elétrica R1 e outro de 4 000 W e 220 V tem venção de doenças causadas por picadas de mosquitos.
R Eles exibiram um vídeo com a raquete para matar mosqui-
resistência elétrica R2. A razão 1 vale:
R2 to, mostrada na figura. A raquete é composta de três telas
3 4
a) b) c) 2 d) 3 e) 4 metálicas, duas externas ligadas ao polo negativo e uma
4 3
central ligada ao polo positivo de uma bateria. No inte-
12. (IFSP) Pode-se ter ideia do consumo de um aparelho, isto é,
rior da raquete, existe um circuito que amplifica a tensão
da quantidade de energia elétrica que ele transforma em
para um valor de até 2,0 kV e a envia em forma de pulsos
outras formas de energia caso se conheçam sua potência
contínuos para a tela central. Um mosquito, ao entrar na
elétrica e o tempo que ele fica ligado. Os fabricantes dos
raquete, fecha o circuito entre as telas e recebe uma des-
aparelhos geralmente informam a potência na própria car-
carga elétrica com potência de, no máximo, 6,0 W que
caça do aparelho. A potência elétrica de um aparelho indica
produz um estalo causado pelo aquecimento excessivo do
a quantidade de energia elétrica em um certo intervalo de
ar, responsável por matar o mosquito carbonizado.
tempo. Pode-se dizer que a potência é a rapidez com que se
Com base nas informações do texto e nos conhecimentos
realiza um trabalho. Por exemplo: uma lâmpada de 150 W
de Física:
transforma 150 J de energia elétrica em luz e energia
térmica em cada segundo de funcionamento; uma de 25 W a) identifique o efeito responsável pelo aquecimento ex-
transforma, neste mesmo tempo, seis vezes menos energia. cessivo do ar que mata o mosquito;
Com relação às situações encontradas em ligações resi- b) calcule a intensidade máxima da corrente elétrica que
denciais, assinale a alternativa correta. atravessa a região entre as telas da raquete.
FÍSICA
35
14. (ITA-SP) Pedro mudou-se da cidade de São José dos Cam- Dados da água:
pos para São Paulo, levando consigo um aquecedor elétri- Calor específico no estado sólido: 0,50 cal/(g ⋅ °C)
co. O que deverá ele fazer para manter a mesma potência Calor específico no estado líquido: 1,0 cal/(g ⋅ °C)
de seu aquecedor elétrico, sabendo-se que a ddp na rede Calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g
em São José dos Campos é de 220 V, enquanto em São Adote 1 cal = 4 J; 1chefe de cozinha
Paulo é de 110 V? Deve substituir a resistência do aque- a) 4 d) 80
cedor por outra: b) 8 e) 120
a) quatro vezes menor. d) oito vezes menor. c) 10
b) quatro vezes maior. e) duas vezes menor.
c) oito vezes maior. O texto a seguir refere-se às questões 17 e 18.
15. (Fuvest-SP) Na figura do gráfico a seguir, é esquematiza- A distribuição média, por tipo de equipamento, do con-
da uma máquina de solda elétrica. São feitas medidas de sumo de energia elétrica nas residências no Brasil é apre-
voltagem (U) em função da corrente i que circula através sentada no gráfico.
do arco, obtendo-se a curva mostrada no gráfico. 5%
5% Lâmpadas incandescentes
25% Geladeira
U (V) 10%
Ferro elétrico
120 Chuveiro
5%
20% Máquina de lavar
80 TV
30%
Outros
40
17. (Enem) Em associação com os dados do gráfico, considere
as variáveis:
0 40 80 120 i (A)
I. Potência do equipamento.
II. Horas de funcionamento.
TIG
III. Número de equipamentos.
A
O valor das frações percentuais do consumo de energia
V depende de:
USP a) I, apenas. d) II e III, apenas.
b) II, apenas. e) I, II e III.
Nos gráficos seguintes, as curvas que qualitativamente c) I e II, apenas.
melhor representam a potência dissipada P e a resistência 18. (Enem) Como medida de economia, em uma residência
V com 4 moradores, o consumo mensal médio de energia
R com R = R = do arco, em função da corrente i,
i elétrica foi reduzido para 300 kWh. Se essa residência
são, respectivamente: obedece à distribuição dada no gráfico, e se nela há um
P R único chuveiro de 5 000 W, pode-se concluir que o banho
diário de cada morador passou a ter uma duração média,
C B Z Y em minutos, de:
a) 2,5 b) 5,0 c) 7,5 d) 10,0 e) 12,0
A X 19. (Vunesp) Em uma sala estão ligados um aparelho de ar-con-
dicionado, um televisor e duas lâmpadas idênticas, como
mostra a figura. A tabela informa a potência e a diferença
de potencial de funcionamento desses dispositivos.
0 i 0 i
a) A e Z d) A e X
b) C e Z e) B e X
c) B e Y
Reprodução/ Vunesp
36 CAPÍTULO 2
Dispositivo Potência (W) ddp (V) Note e adote: AC corrente alternada; DC corrente contínua.
Ar-condicionado 1 100 110 a) 25,4 W e 5 940 C d) 6,5 W e 5 940 C
Televisor 44 110
b) 25,4 W e 4,8 C e) 6,1 W e 4,8 C
c) 6,5 W e 21 960 C
Lâmpada 22 110
a) Considerando o custo de 1 kWh igual a R$ 0,30 e os 22. (ITA-SP) Um estudante do ITA foi a uma loja comprar uma
lâmpada para o seu apartamento. A tensão da rede elé-
dados da tabela, calcule, em reais, o custo total da
trica do alojamento dos estudantes do ITA é 127 V, mas
energia elétrica consumida pelos quatro dispositivos
a tensão na cidade de São José dos Campos é de 220 V.
em um período de 5,0 horas.
Ele queria uma lâmpada de 25 W de potência que fun-
b) Considerando que os dispositivos estejam associados
ciona com 127 V, mas a loja tinha somente lâmpadas de
em paralelo e funcionando conforme as especifica-
220 V. Comprou então uma lâmpada de 100 W fabricada
ções da tabela, calcule a intensidade da corrente elé-
para 220 V e ligou-a em 127 V. Se pudermos ignorar a
trica total para esse conjunto, em ampères. variação da resistência do filamento da lâmpada com a
20. (Unicamp-SP) Um técnico em eletricidade notou que a lâm- temperatura, podemos afirmar que:
pada que ele havia retirado do almoxarifado tinha seus a) o estudante passou a ter uma dissipação de calor no fi-
valores nominais (valores impressos no bulbo) um tanto lamento da lâmpada acima da qual ele pretendia (mais
apagados. Pôde ver que a tensão nominal era de 130 V, de 25 W).
mas não pôde ler o valor da potência. Ele obteve, então, b) a potência dissipada na lâmpada passou a ser menor
através das medições em sua oficina, o seguinte gráfico: que 25 W.
Curva tensão × potência para a lâmpada c) a lâmpada não se acendeu em 127 V.
120
d) a lâmpada, tão logo ligada, queimou.
100
e) a lâmpada funcionou em 127 V perfeitamente, dando
Potência (W)
80
potência nominal de 100 W.
60 23. (Unicamp-SP) LED (do inglês light-emitting diode) é um
40 dispositivo semicondutor para emitir luz. Sua potência
depende da corrente elétrica que passa através desse dis-
20
positivo, controlada pela voltagem aplicada. Os gráficos a
0
0 20 40 60 80 100 120 140 seguir representam as características operacionais de um
Tensão (V) LED com comprimento de onda na região do infraverme-
lho, usado em controles remotos.
a) Determine a potência nominal da lâmpada a partir 50
do gráfico anterior.
40
b) Calcule a corrente na lâmpada para os valores nomi-
Corrente (10–3 A)
2,0
Potência luminosa (10–3 W)
Reprodução/ Fuvest-SP
1,5
1,0
0,5
0,0
0 10 20 30 40 50
Corrente (10–3 A)
37
24. (UFU-MG) Um chuveiro pode ser regulado para funcionar As três lâmpadas, associadas em paralelo, permanecem
liberando água em três temperaturas distintas: “fria”, acesas durante dez horas, sendo E1, E2 e E3 as energias
“morna” e “quente”. Quando o chuveiro é ligado na op- consumidas, respectivamente, por L1, L2 e L3.
ção “fria”, a água passa pelo aparelho e não sofre nenhum A relação entre essas energias pode ser expressa como:
aquecimento; na opção “morna”, sofre aquecimento leve; a) E1 > E2 > E3 c) E2 > E1 > E3
e, na opção “quente”, um aquecimento maior. Este chu- b) E1 = E2 > E3 d) E2 > E3 = E1
veiro possui uma resistência elétrica constituída por um
28. (Unisinos-RS) A intensidade da luz solar sobre a superfície
fio fino enrolado e quatro pontos de contato (A, B, C e
da Terra é de 340 W/m2.
D). Uma fonte de tensão, de voltagem constante, é ligada
com um de seus polos no ponto D enquanto que o outro
polo é ligado a uma chave que pode assumir as posições
A, B ou C, conforme mostrado no esquema.
Reprodução/ Unisinos-RS
Reprodução/ UFU-MG
38 CAPÍTULO 2
a) Esboce o gráfico da curva i × U.
b) Determine o valor da potência máxima Pmáx. que essa
célula fornece e o valor da resistência R nessa condição.
Reprodução/ Unifesp
R R
C U
Radiação
solar Considerando que toda a dissipação de energia ocorrerá
apenas na resistência R e desconsiderando a capacidade
térmica da resistência e do recipiente, responda:
i a) Qual a temperatura inicial da esfera na escala
Fahrenheit?
U (volt) 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60
b) Quanto tempo a resistência deve ficar ligada para que o
i (ampère) 1,0 1,0 1,0 0,98 0,90 0,80 0,75 0,62 0,40 0,00
sistema atinja a temperatura de equilíbrio Tf = 80 °C?
Vá em frente
Assista
Veja os vídeos indicados a seguir, da série “Fontes renováveis de energia”, da TV USP Piracicaba.
O que são fontes renováveis de energia. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=ssypo7hJVA4>. Acesso em: 22 mar. 2018.
Hidrelétricas. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=STUA5MOcpjw>. Acesso em: 22 mar. 2018.
Energia solar fotovoltaica. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=IAQD7NJjGvk>. Acesso em: 22 mar. 2018.
Biomassa. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=QrGh4p_TYt8>. Acesso em: 22 mar. 2018.
Autoavaliação:
V‡ atŽ a p‡gina 87 e avalie seu desempenho neste cap’tulo.
FÍSICA
39
3
W
ina
i
Te
ps
utt
inu
n
/Sh
utt
ASSOCIAÇÃO DE
ers
toc
k
RESISTORES
OBJETIVOS
DO CAPÍTULO
Os equipamentos distribuídos em uma residência e usados no dia a dia são dotados de
► Identificar os tipos de
resistores elétricos. Tais resistores, por sua vez, são associados de diferentes maneiras: em
associação de resistores:
série, em paralelo ou de maneira mista.
em série, em paralelo e
Um exemplo de associação em paralelo são as lâmpadas que iluminam os ambientes associação mista.
de uma casa. Todas elas, de certa forma, estão conectadas à rede elétrica e podem ser ► Analisar o comportamento
acionadas a qualquer momento, sem que uma interfira no funcionamento da outra. A as- da tensão e da corrente
sociação em paralelo é o que garante o controle individual das lâmpadas da residência. elétrica em cada associação.
Nas tomadas de energia também se observa a associação em paralelo, uma vez que ► Calcular as resistências
é possível conectar diversos aparelhos em diferentes tomadas. Assim, os aparelhos fun- equivalentes das diferentes
cionam independentemente uns dos outros. Contudo, o uso incorreto das tomadas pode associações.
acarretar alguns problemas. Principais conceitos
Para se conectar mais de um aparelho em uma única tomada, é comum o uso de um que você vai aprender:
adaptador chamado T. Perigoso, tal procedimento pode provocar sobrecarga de energia ► Resistência equivalente
no ponto de conexão e causar danos que vão desde uma pequena faísca até o aquecimen- ► Reostato (resistor variável)
to extremo da tomada, o que pode culminar em incêndio. ► Queda de tensão
Para se evitar esse tipo de acidente, é indicado o uso de apenas uma tomada por apa- ► Potência dissipada no
relho ou dispositivo. resistor
Quando o número de tomadas de determinado ambiente for inferior à quantidade de ► Curto-circuito
aparelhos a serem conectados à rede elétrica, recomenda-se, como medida paliativa, a
utilização de uma “régua” que permita a conexão de mais de um aparelho. Aliás, deter-
Professor, com essa questão pode-
minados aparelhos apresentam mecanismos de segurança que minimizam as possibili- -se incentivar uma discussão coleti-
dades de sobrecarga ou, caso esta aconteça, tais mecanismos acionam o desligamento va e oral entre os alunos. Comente
os inúmeros tipos de informação
automático dos equipamentos. contidos nos aparelhos elétricos.
Além disso, deixe clara a importân-
Além de tomadas, lâmpadas e interruptores, cada aparelho ou equipamento elétrico cia de observá-las cuidadosamente
usado em casa apresenta diversos resistores associados(em série, em paralelo ou de for- para que não haja acidentes ou
danos aos aparelhos.
ma mista). Essas associações permitem a obtenção de valores específicos de resistência a Com a utilização de um resistor ou
fim de que se garanta o funcionamento adequado do aparelho. conjunto de resistores associados
em série, seria possível ligar o
• Se você adquirisse um equipamento cuja tensão de trabalho fosse menor que aquela equipamento sem danificá-lo.
No entanto, seria necessário ade-
utilizada na residência onde mora, ainda assim seria possível fazer uso dele? Que su- quar o valor das resistências ao re-
gestão você daria para que não se danifique o equipamento? gime de trabalho do equipamento.
Nesse momento sugerimos tra-
balhar a habilidade 5 da matriz de
referência do Enem (H5 – Dimen-
sionar circuitos ou dispositivos
elétricos de uso cotidiano).
erstock
v/Shutt
bogato
j Skoro
Dmitri
40
Associação de resistores em série
Quando ligamos resistores em sequência, sem que haja nó no fio que os conecta, dize-
mos que eles estão associados em série. A figura ilustra uma associação em série de três
lâmpadas, com resistências elétricas R1, R2 e R3.
R1 R2 R3
Dotta2
i i i
U1 U2 U3
i i
U
Nesse tipo de associação, todas as lâmpadas são percorridas pela mesma corrente elétrica i,
pois ela não tem como se dividir nem se somar com outras correntes, visto que não há nó entre
elas. Pela primeira lei de Ohm, U = R ⋅ i, as quedas de tensão U1, U2 e U3 em cada lâmpada são pro-
porcionais aos valores das resistências R1, R2 e R3. A soma dessas quedas de tensão corresponde
à tensão total U nos terminais da associação. Como a corrente elétrica é a mesma para todos as
lâmpadas, aquela com maior resistência elétrica consome a maior potência, e vice-versa.
↑P = ↑R ⋅ i2
Características das ligações em série:
• Não existe nó entre os resistores.
• Todos os resistores são percorridos pela mesma corrente elétrica.
• A soma das tensões em cada resistor é igual à tensão total.
U = U1 + U2 + U3
• O resistor de maior resistência fica submetido à maior tensão e consome a maior po-
tência, e vice-versa.
Uma característica importante da associação em série de resistores é o fato de que, se um
dos resistores queimar, o circuito será aberto, interrompendo a passagem de corrente elétrica.
41
Aplicando a primeira lei de Ohm, U = R ⋅ i, temos:
Req. ⋅ i = R1 ⋅ i + R2 ⋅ i + ... + RN ⋅ i
Como a corrente elétrica i é igual para todos os resistores:
Req. = R1 + R2 + ... + RN
A resistência equivalente de uma associação em série é maior que a resistência indivi-
dual de qualquer um dos resistores associados.
Dotta2
i1
i i2 R2 i
A B
i3 R3
42 CAPÍTULO 3
Lembrando que a soma das correntes elétricas i1, i2, ..., iN em cada resistor é igual à
corrente elétrica total que atravessa a associação.
i = i1 + i2 + ... + iN
Aplicando a primeira lei de Ohm, temos:
U U U U
= + + ... +
Req. R1 R2 R
Como as tensões em todos os resistores são iguais, chegamos a:
1 1 1 1
= + + ... +
Req. R1 R2 RN
Com base na equação definida acima, notamos que a resistência equivalente de
uma associação em paralelo é menor que qualquer uma das resistências dos resistores
associados. Além disso, a equação pode ser resumida a dois casos especiais:
• Dois resistores, R1 e R2, em paralelo: • N resistores iguais com resistência R em paralelo:
R1 R
R
R2
1 1 1 1
= + + ... + s R
Req. R1 R2 RN
1 R + R2 1 1 1 1
= + + ... + s
s = 1 s Req. R R R
Req. R1 ⋅ R2 144244 3
1
N ⋅
R
R1 ⋅ R2 1 1 1 R
s Req. = s =N⋅ =N⋅ s Req. =
R1 + R2 Req. Req. R N
Atividades
1. (PUC-MG) Em alguns conjuntos de lâmpadas usados para 2. Para enfeitar uma árvore de Natal, dispomos de lâmpadas
enfeitar árvores de Natal, as lâmpadas estão ligadas em idênticas de 2 W-5 V cada uma. O conjunto dessas lâm-
série. Se um desses conjuntos estiver em funcionamento padas será ligado a uma fonte de tensão de 120 V.
e uma das lâmpadas queimar: Para que as lâmpadas não queimem na ligação e brilhem
a) as demais continuam acesas. normalmente:
b) as demais se apagam. a) como essas lâmpadas devem ser ligadas?
Essas lâmpadas devem ser ligadas em série para que a
c) se for a quinta lâmpada a queimar, apenas as quatro
soma das ddp em todas elas resulte em 120 V.
primeiras lâmpadas permanecem acesas.
d) se for a quinta lâmpada a queimar, as quatro primeiras
lâmpadas se apagam e as demais permanecem acesas.
Na associação em série, a corrente é única para todas as lâm- b) quantas lâmpadas serão ligadas em cada conjunto?
padas; portanto, se uma queimar, ela interromperá o circuito. U fonte 120
n= = s n = 24 lâmpadas
Alternativa b Ulâmpada 5
43
3. Um circuito é constituído de uma fonte de tensão e três b) Determine a tensão elétrica (ddp) nos terminais da
resistores (R1, R2 e R3) associados em paralelo. Conhecendo lâmpada L2.
as resistências, R1 = 30 Ω e R2 = 60 Ω, e as intensidades Na lâmpada L2, temos: U2 = R2 ⋅ i s U2 = 20 ⋅ 0,2 s U2 = 4 V
de corrente elétrica, i1 = 4 A e i3 = 6 A, calcule:
a) a tensão elétrica fornecida pela fonte de tensão;
U = R1 ⋅ i1 = 30 ⋅ 4 s U = 120 V
1 2+ 2+1 800
s = s Req. = = 160 Ω
Req. 800 5
Ligadas numa tensão de 220 V, temos:
220
U = Req. ⋅ i s 220 = 160 ⋅ i s i = = 1,37 A
160
4. Duas lâmpadas de lanterna, L1 e L2, com resistência elétrica Alternativa e
de 10 ohms e de 20 ohms, respectivamente, são ligadas
em série, e o conjunto é ligado a uma fonte de tensão de
6 volts, como mostra a figura.
L1 L2
6. (UPM-SP) Um certo resistor de resistência elétrica R, ao
ser submetido a uma ddp de 6,00 V, é percorrido por
uma corrente elétrica de intensidade 4,00 mA (4 ⋅ 10–3 A).
Se dispusermos de três resistores idênticos a este, asso-
ciados em paralelo entre si, teremos uma associação cuja
resistência elétrica equivalente é:
6V
a) 4,50 kΩ d) 1,5 kΩ
b) 3,0 kΩ e) 0,50 kΩ
a) Determine a intensidade da corrente elétrica que será
fornecida pela fonte de tensão. c) 2,0 kΩ
Em série, a resistência equivalente é dada pela soma das Resistência elétrica R do resistor:
resistências: U 6
R= = s R = 1 500 Ω
i 4 ⋅ 10 –3
Req. = R1 + R2 = 10 + 20 s Req. = 30 Ω
Resistência equivalente de três resistores iguais em paralelo:
Pela primeira lei de Ohm:
R 1 500
Req. = = s Req. = 500 Ω = 0,5 kΩ
U = Req. ⋅ i s 6 = 30 ⋅ i s i = 0,2 A N 3
Alternativa e
44 CAPÍTULO 3
7. (PUC-RJ) Quatro resistores idênticos de resistência R estão 8. (Escola Naval-RJ) Em uma aula prática, um grupo de alunos
ligados a uma bateria de 12 V. Pela bateria, flui uma corrente recebeu como tarefa a montagem de um dispositivo elétri-
i = 12 mA. A resistência R de cada resistor, em kΩ, é: co que fosse capaz de produzir a maior potência possível
quando ligado a uma fonte de 125 V. Para isso, receberam
4 resistores iguais, conforme mostrado na figura a seguir.
Reprodução/ PUC-RJ
Reprodução/ EN
Sendo assim, para cumprir essa atividade de forma corre-
ta, o grupo associou:
a) quatro resistores em série e obteve um dispositivo
3 5 1
a) 4 b) 1 c) d) e) de 625 W
4 3 4
De acordo com a 1a lei de Ohm, temos: b) quatro resistores em paralelo e obteve um dispositivo
U 12 de 625 W
U = Req. ⋅ i s Req. = s Req. = s Req. = 1 000 Ω
i 12 ⋅ 10 –3 c) três resistores em paralelo e obteve um dispositivo
Como os resistores estão associados em paralelo e apresen- de 680 W
tam valores iguais, temos:
R d) dois resistores em paralelo e obteve um dispositivo
Req. = s R = 4 ⋅ 1 000 s R = 4 000 Ω ou, ainda, R = 4 kΩ de 470 W
4
Alternativa a e) dois resistores em série e obteve um dispositivo
de 470 W
Entre as possibilidades de associação de resistores expostas,
aquela de menor resistência é a associação em paralelo com
o maior número de resistores.
Para resistores iguais de 100 Ω, temos:
100 Ω
R= s R = 25 Ω
4
Assim, a potência pode ser encontrada por:
U2 1252
P= sP= s P = 625 W
R 25
Alternativa b
Tarefa proposta 1 a 13
Complementares
9. (Acafe-SC) Sejam dois resistores ôhmicos Rx e Ry associados 10. (PUC-PR) No circuito com três resistores associados em
em paralelo e ligados a uma bateria ideal de 12 V. A figura paralelo mostrado na figura, a corrente elétrica i3 e a re-
abaixo mostra as curvas que caracterizam esses resistores. sistência elétrica R1 devem ter os seguintes valores, respec-
tivamente:
i1 = 6,0 A R1 = ?
Reprodução/ Acafe-SC
i2 = 4,0 A R2 = 30 Ω
i3 = ? R3 = 12 Ω
45
11. Entre os pontos A e B da tomada mostrada na figura, é
mantida uma diferença de potencial VAB = 120 V. Calcule a
corrente que passa na lâmpada para as seguintes posições
do cursor do reostato:
Reprodução/ IFBA
A B
200 Ω SANT'ANNA, Blaidi et al., Conex›es com a F’sica, vol. 3, Moderna. São Paulo, 2010.
C 200 Ω D
Quando os três resistores são ligados em série, e essa as-
a) cursor em C;
sociação é submetida a uma tensão constante de 700 V e
b) cursor no meio de CD; considerando 1 caloria igual a 4,2 joules, a energia dissi-
c) cursor em D. pada nos resistores, em 1 minuto, em calorias, é igual a:
12. (IFBA) O gráfico abaixo apresenta os valores das tensões e das a) 7,0 ⋅ 102 d) 1,0 ⋅ 104
correntes elétricas estabelecidas em um circuito constituído b) 2,8 ⋅ 103
e) 4,2 ⋅ 104
por um gerador de tensão e três resistores, R1, R2 e R3. c) 4,2 ⋅ 103
wisawa222/Shutterstock
A C 50 Ω B
30 Ω
46 CAPÍTULO 3
Como exemplo, considere a associação de resistores da figura. Primeiramente, identi-
ficamos que os resistores de 20 Ω e 30 Ω estão ligados em paralelo e calculamos a resistên-
cia equivalente entre os pontos A e C.
20 ⋅ 30 600
RAC = = s RAC = 12 Ω
20 + 30 50
Com isso, simplificamos o circuito redesenhando-o da seguinte forma:
A 12 Ω C 50 Ω B
6Ω
1,5 Ω C
D A=B
2Ω
D A=B
6V
6⋅2 12 3
Entre os pontos A e C, temos: RAC = = = Ω
6+2 8 2
3
Entre A, C e D, temos: RACD = 1,5 + =3Ω
2
3⋅3
A resistência equivalente total do circuito é dada por: R = = 1,5 Ω
3+3
Assim, a corrente total fornecida pela bateria é dada por: U = R ⋅ i s 6 = 1,5 ⋅ i s i = 4,0 A
Como nos dois ramos entre A e D temos a mesma resistência, 2 A em cada um, no para-
lelo entre 2 Ω e 6 Ω, temos:
UAC = RAC ⋅ iAC s UAC = 1,5 ⋅ 2 = 3 V
Sendo assim, no resistor de 6 Ω, temos: UAC = R6 ⋅ i6 s 3 = 6 ⋅ i6 s i6 = 0,5 A
FÍSICA
47
Conexões
Código de cores dos resistores
Encontramos as seguintes características impressas no corpo de um resistor:
• Valor nominal da resistência [ohm]
• Tolerância [%] (indica a diferença máxima em porcentagem de variação do valor da resistência)
Por seu tamanho muito reduzido, é inviável imprimir nos resistores as respectivas resistências. Usamos, então, um
código de cores presentes no corpo do resistor. Tal código consiste em quatro faixas coloridas: a, b, c e % de tolerância.
As primeiras três faixas servem para indicar o valor nominal da resistência e a última faixa, a porcentagem de variação do
valor nominal da resistência, conforme a equação:
R = (10 ⋅ a + b) ⋅ 10c ±% tolerância
No expoente c da potência de dez, encontramos valores somente até 7.
Valor nominal
Cor Preto Marrom Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Violeta Cinza Branco
Valor 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Valor da tolerância
Cor Marrom Dourado Prata Sem cor
Valor ±1% ±5% ±10% ±20%
Observe o resistor mostrado na figura a seguir. Por convenção, a primeira faixa é a que está mais próxima de uma das
extremidades do resistor. No caso da figura, temos:
Mahesh Patil/
Shutterstock
Supondo que, na ligação a seguir, haja uma ligação em série, determine a resistência equivalente dessa ligação e o valor
de tolerância.
apiguide/Shutterstock
Professor, confira no manual as respostas às questões e mais informações sobre o tema de estudo.
48 CAPÍTULO 3
E se fosse possível? Tema integrador Trabalho, ciência e tecnologia
OhSurat/Shutterstock
Nos diversos tipos de aparelho eletroeletrônico encon-
tram-se inúmeras associações de resistores. Cada ramo de
seus circuitos necessita de valores específicos de resistên-
cia para promover as quedas de tensão necessárias para o
funcionamento correto do aparelho.
Da mesma maneira como há valores monetários padro-
nizados (notas e moedas) que, combinados, geram qual-
quer outro valor, com os resistores isso também é possível.
Existem valores padronizados que, por meio das associa-
ções em série, em paralelo ou das associações mistas, re-
sultam em qualquer valor de resistência.
1. Diante dessa necessidade, e se fosse possível fabricar re-
sistências com os valores específicos a cada situação?
2. Para um grupo de quatro resistores, sendo R1 = 10 Ω,
R2 = 20 Ω, R3 = 50 Ω e R4 = 100 Ω, encontre dois resultados
possíveis (combinações) para as associações.
Professor, confira no manual as respostas às questões e mais informações sobre o tema de estudo.
Atividades
13. (Unicamp-SP) Dispõe-se de vários resistores iguais de resis- 14. (Imed) O circuito elétrico representado abaixo é composto
tência R = 1 Ω. por fios e bateria ideais:
a) Faça um esquema mostrando o número mínimo de re-
sistores necessários e a maneira como eles devem ser
Reprodução/ IMED
49
15. Em um laboratório, um estudante monta um circuito elé- b) a diferença de potencial elétrico no resistor de 6 Ω;
trico, conforme representado na figura. U’ = 0 (curto-circuito)
5Ω
Fonte
60 V
c) a potência elétrica dissipada no resistor de 3 Ω.
P = R ⋅ i 2 = 3 ⋅ 42 s P = 48 W
18 Ω
4Ω
9Ω
17. (Unicamp-SP) Muitos dispositivos de aquecimento usados
Dessa montagem, calcule:
em nosso cotidiano usam resistores elétricos como fonte
a) a resistência equivalente do circuito; de calor. Um exemplo é o chuveiro elétrico, em que é possí-
18 ⋅ 9 vel escolher entre diferentes opções de potência usadas no
Rp = =6Ω
18 + 9 aquecimento da água, por exemplo, morno (M), quente (Q)
Req. = 5 + 4 + 6 s Req. = 15 Ω e muito quente (MQ). Considere um chuveiro que usa a
associação de três resistores, iguais entre si, para oferecer
essas três opções de temperatura. A escolha é feita por
uma chave que liga a rede elétrica entre o ponto indicado
pela letra N e um outro ponto indicado por M, Q ou MQ,
de acordo com a opção de temperatura desejada. O es-
b) a intensidade da corrente elétrica fornecida pela fonte; quema que representa corretamente o circuito equivalente
U = Req. ⋅ i s 60 = 15 ⋅ i s i = 4 A
do chuveiro é:
a)
b)
c)
d)
2Ω 6Ω 3Ω
50 CAPÍTULO 3
18. (Fuvest-SP) Uma estudante quer usar uma lâmpada (dessas 20. (Enem) Considere a seguinte situação hipotética: ao
de lanterna de pilhas) e dispõe de uma bateria de 12 V. preparar o palco para a apresentação de uma peça de
A especificação da lâmpada indica que a tensão de opera- teatro, o iluminador deveria colocar três atores sob luzes
ção é 4,5 V e a potência elétrica usada durante a operação que tinham igual brilho e os demais, sob luzes de menor
é de 2,25 W. Para que a lâmpada possa ser ligada à bateria brilho. O iluminador determinou, então, aos técnicos que
de 12 V, será preciso colocar uma resistência elétrica, em instalassem no palco oito lâmpadas incandescentes com a
série, de aproximadamente: mesma especificação (L1 a L8), interligadas em um circuito
com uma bateria, conforme mostra a figura.
Lâmpada
L1 L4 L7
Resistência
Bateria L2 L5
ε L8
L3 L6
a) 0,5 Ω d) 12 Ω
b) 4,5 Ω e) 15 Ω Nessa situação, quais são as três lâmpadas que se acen-
c) 9,0 Ω dem com o mesmo brilho por apresentarem igual valor de
Corrente elétrica que deve atravessar a lâmpada:
corrente fluindo nelas, sob as quais devem se posicionar
PL = iL ⋅ UL s 2,25 = iL ⋅ 4,5 s iL = 0,5 A
os três atores?
Tensão e corrente na resistência:
U = UR + UL s 12 = UR + 4,5 s UR = 7,5 V a) L1, L2 e L3 d) L4, L5 e L6
iR = iL s iR = 0,5 A (associação em série) b) L2, L3 e L4 e) L4, L7 e L8
Resistência elétrica:
c) L2, L5 e L7
UR 7, 5 Como as lâmpadas têm a mesma especificação, todas elas
R= = s R = 15 Ω
iR 0, 5 têm a mesma resistência R e estão associadas conforme a
Alternativa e figura a seguir.
i
B
i (L1) R
i
C C
i4
i2
+ (L4)
ε R
–
i5 i7
(L2) R
(L5) R R (L7)
51
Tarefa proposta 14 a 32
Complementares
21. (IFSC) Na figura abaixo, são apresentados três circuitos a) Utilizando a representação das resistências ôhmicas
com resistores de 1,0 Ω cada e bateria de 3,0 V. Com base equivalentes de cada aparelho elétrico como RL para
nos seus conhecimentos sobre associação de resistores, cada abajur, RR para o rádio-relógio e RC para o com-
assinale a proposição correta. putador, esboce o circuito elétrico que esquematiza a
ligação desses 4 aparelhos elétricos na tomada (adap-
tador) e, a partir dos dados da potência consumida
por cada aparelho, calcule a corrente total no circuito,
supondo que todos os cabos de ligação e o adaptador
são ideais.
b) Considerando que o valor aproximado a ser pago pelo
Reprodução/ IFSC
Reprodução/ PUC-RJ
L L
P
B CH
L
Em uma única tomada de tensão nominal de 110 V, estão
C
ligados, por meio de um adaptador, dois abajures (com
lâmpadas incandescentes com indicações comerciais de a) Determine a intensidade da corrente elétrica que atra-
40 W ~ 110 V), um rádio-relógio (com potência nominal vessa o chuveiro.
de 20 W em 110 V) e um computador, com consumo de b) Determine, aproximadamente, a resistência equivalen-
120 W em 110 V. Todos os aparelhos elétricos estão em te, em ohms, entre os pontos A e C, se o fio B for
pleno funcionamento. interrompido no ponto P.
52 CAPÍTULO 3
Tarefa proposta
1. +Enem [H5] Ao começar o primeiro ano de faculdade, IV. No circuito 2 quando a corrente passa pelo ponto A
um estudante comprou para sua nova república um chu- ela é maior do que quando passa pelo B.
veiro feito para ser ligado em 110 V. Ao ler o manual de Assinale a alternativa que apresenta apenas afirmativas
instruções, ele notou que nessa tensão o chuveiro deveria corretas.
ser percorrido por uma corrente elétrica de 20 A. Mas, ao a) I e II. b) II e III. c) I e IV. d) III e IV.
chegar à república, o estudante descobriu que a rede elé- 5. (Ufscar-SP) Tendo somente dois resistores, usando-os um
trica era de 220 V. Para poder ligar o chuveiro nessa tensão, por vez, ou em série, ou em paralelo, podemos obter re-
ele associou uma resistência em série com o chuveiro a fim sistência de 3 Ω, 4 Ω, 12 Ω e 16 Ω. As resistências dos
de que este continuasse sendo percorrido por uma corrente resistores são:
elétrica de 20 A. Qual é o valor da resistência associada?
a) 3 Ω e 4 Ω d) 12 Ω e 4 Ω
a) 11 ohms d) 1,1 ohms
b) 4 Ω e 8 Ω e) 8 Ω e 16 Ω
b) 22 ohms e) 5,5 ohms
c) 12 Ω e 3 Ω
c) 110 ohms
6. (UEL-PR) Um resistor de 10 Ω no qual flui uma corrente elé-
2. (Vunesp) Um circuito elétrico é composto por lâmpadas de trica de 3,0 ampères está associado em paralelo com outro
5 V cada uma, ligadas em série a uma fonte de tensão de resistor. Sendo a corrente elétrica total, na associação, igual
220 V. Para que não se queimem, o número mínimo de a 4,5 ampères, o valor do segundo resistor, em ohms, é:
lâmpadas nesse circuito deve ser:
a) 5,0 b) 10 c) 20 d) 30 e) 60
a) 24 b) 44 c) 54 d) 64 e) 74
7. (Uece) Considere um fio condutor, fabricado com uma liga
3. (Uece) Considerando dois resistores, R1 = 2 Ω e R2 = 3 Ω, metálica que confere uma determinada resistência elétrica pro-
ligados em série e com os terminais livres da associação porcional ao comprimento do fio e com pouca variação em
conectados aos polos de uma bateria, pode-se afirmar função da temperatura (± 1 °C). A configuração que produz
corretamente que: a mesma resistência equivalente a uma peça de 2 m de fio é:
a) a corrente elétrica nos dois resistores é igual e a tensão a) 2 peças de 4 m ligadas em paralelo.
elétrica é maior em R1.
b) 2 peças de 4 m ligadas em série.
b) a corrente elétrica nos dois resistores é igual e a tensão
c) 4 peças de 2 m ligadas em paralelo.
elétrica é maior em R2.
d) 4 peças de 2 m ligadas em série.
c) a corrente elétrica é maior em R1 e a tensão elétrica é
igual nos dois. 8. (Enem) Três lâmpadas idênticas foram ligadas no circuito
esquematizado. A bateria apresenta resistência interna
d) a corrente elétrica é maior em R2 e a tensão elétrica é
desprezível, e os fios possuem resistência nula. Um técnico
igual nos dois.
fez uma análise do circuito para prever a corrente elétrica
4. (UFU-MG) Dispondo de algumas pilhas idênticas, de re- nos pontos A, B, C, D e E e rotulou essas correntes de IA,
sistência interna desprezível, fios e pequenas lâmpadas IB, IC, ID e IE, respectivamente.
de mesma potência, um estudante monta alguns tipos
diferentes de circuitos elétricos, conforme a figura a seguir.
Reprodução/ Enem
Reprodução/UFU-RJ
53
Nessa situação, em L1 a corrente elétrica é ;
a diferença de potencial é , e a potência
dissipada é que em L2
Reprodução / Ufac
54 CAPÍTULO 3
Desejando aquecer a água em dois recipientes, coloca, a) d)
M
em cada um, metade da massa total de água , para
2
que sejam aquecidas por resistências R1 e R2, ligadas à
mesma fonte (situação II). A jovem obtém essas duas
resistências cortando o filamento inicial em partes não
iguais, pois deseja que R1 aqueça a água com duas vezes
Reprodução/ Unisc-RS
b) e)
mais potência do que R2.
Situação I Situação II
R1
R0 c)
R2
Fonte Fonte
120 V 120 V
Para analisar essas situações: 19. (PUC-RS) O circuito alimentado com uma diferença de
potencial de 12 V representado na figura a seguir, mostra
a) estime a potência P0, em watts, que é fornecida à mas-
quatro lâmpadas associadas, cada uma com a inscrição
sa de água na situação I;
12 V/15 W.
b) determine os valores de R1 e R2, em ohms, para que
no recipiente onde está R1 a água receba duas vezes
mais potência do que no recipiente onde está R2, na
Reprodução/ PUC-RS
situação II;
P
c) estime a razão , que expressa quantas vezes mais
P0
potência é fornecida na situação II (P) ao conjunto dos
dois recipientes, em relação à situação I (P0).
Considerando essa associação entre as lâmpadas, é cor-
16. (UPF-RS) Em uma aula experimental de Física, o professor reto afirmar que:
apresenta aos alunos uma associação em paralelo cons- a) a intensidade da corrente elétrica é diferente nas lâm-
tituída por três lâmpadas incandescentes ligadas a uma padas 1 e 2.
fonte de tensão constante. Durante o experimento, uma
b) a diferença de potencial é diferente nas lâmpadas 1 e 2.
lâmpada queima. Nessa situação:
c) a intensidade de corrente elétrica na lâmpada 2 é
a) As demais lâmpadas se apagarão.
maior do que na 3.
b) A resistência equivalente da associação aumentará
d) cada uma das lâmpadas 1 e 2 está sujeita à diferença
de valor.
de potencial de 6,0 V.
c) A intensidade da corrente fornecida pela fonte perma-
e) cada uma das lâmpadas 3 e 4 está sujeita à diferença
necerá a mesma.
de potencial de 12 V.
d) A potência da associação aumenta.
20. (ITA-SP) Um circuito elétrico é constituído por um número
e) A intensidade da corrente fornecida pela fonte aumenta.
infinito de resistores idênticos, conforme a figura. A resis-
17. (UFSM-RS) Em uma instalação elétrica doméstica, as to- tência de cada elemento é igual a R.
madas são ligadas em para que a mesma
A
em todos os eletrodomésticos ligados a essa R R R
instalação.
Assinale a alternativa que completa as lacunas, na ordem. R R R
a) paralelo – tensão seja aplicada
B
b) paralelo – corrente circule R R R
c) paralelo – potência atue
A resistência equivalente entre os pontos A e B é:
d) série – tensão seja aplicada
3
e) série – corrente circule
d) R 1 –
3
a) infinita.
18. (Unisc-RS) Qual desses circuitos elétricos consome a menor
energia, sabendo que entre os pontos a e b de cada circui-
to é aplicada a mesma tensão e que todas as resistências
b) R ( 3 –1 ) (
e) R 1 + 3 )
são iguais? c) R 3
FÍSICA
55
21. (Fuvest-SP) No circuito da figura abaixo, a diferença de resistores exatamente iguais ao instalado no aquecedor e
potencial, em módulo, entre os pontos A e B é de: que podem ser utilizados para esse fim. Para que consiga
+5 V seu objetivo, tomando todas as precauções para evitar
+ acidentes, e considerando que as resistências não variem
com a temperatura, ele deve utilizar o circuito:
4 kΩ
4 kΩ
a)
A
B
b)
2 kΩ
2 kΩ
0V c)
a) 5 V b) 4 V c) 3 V d) 1 V e) 0 V
22. (UFPA) A figura a seguir representa o esquema das resis- d)
tências elétricas de um certo aparelho, no qual o valor de
cada resistência está indicado.
e)
Reprodução/ UFPA
25. (UPM-SP)
Reprodução/ Mack-SP
Reprodução/ UFRGS-RS
56 CAPÍTULO 3
27. (Uerj) Quatro plantas jovens idênticas, numeradas de 1 a 4, a) Obtenha expressões para a corrente (i) através de R e
desenvolveram-se em ambientes ideais, nos quais apenas a in- para a potência (P), dissipada em R, em função de R.
tensidade da iluminação foi diferenciada: a fonte de luz branca b) Calcule os valores de P para R = 0 Ω, 1 Ω, 2 Ω, 3 Ω,
provém de quatro circuitos elétricos diferentes – W, X, Y e Z –, 4 Ω e faça o gráfico de P em função de R. Com base
todos contendo um mesmo tipo de lâmpada de filamento para no gráfico (figura II), estime o valor de R que fornece a
127 V, conforme indicam os esquemas adiante. potência máxima.
W 50 Ω 29. (PUC-RS) Na figura abaixo, estão representadas quatro
lâmpadas idênticas associadas por fios condutores ideais
a uma bateria ideal B. Uma chave interruptora C e três
127 V 50 Ω Lâmpada amperímetros ideais também fazem parte do circuito.
Na figura, a chave interruptora está inicialmente fechada,
e os amperímetros A1, A2 e A3 medem intensidades de
X 10 Ω
correntes elétricas, respectivamente, iguais a i1, i2 e i3.
127 V 50 Ω Lâmpada
Reprodução/ PUC-RS
Y 10 Ω
127 V 10 Ω Lâmpada
127 V Lâmpada
Quando a chave interruptora C é aberta, as leituras indi-
cadas por A1, A2 e A3 passam a ser, respectivamente:
a) menor que i1, menor que i2 e igual a i3.
O gráfico a seguir mostra a taxa de crescimento de cada
planta após algum tempo. b) menor que i1, igual a i2 e igual a i3.
c) igual a i1, maior que i2 e maior que i3.
d) igual a i1, igual a i2 e menor que i3.
Taxa de crescimento
b) X, Y, Z e W d) Z, X, W e Y
28. (UFG-GO) No circuito a seguir (figura I), uma diferença de
potencial de 12 V é fornecida por uma bateria de resistência
interna nula. Deseja-se obter o valor de R de modo que a po-
tência (P) dissipada nessa resistência seja a máxima possível.
a) (I) e (II) d) (III) e (II)
P (W) b) (III) e (IV) e) (II) e (IV)
2Ω 2Ω 20 c) (IV) e (III)
15 31. (Ueap) Em uma residência, a tensão de alimentação da
i
10 rede é de 120 V e está protegida por uma chave automá-
12 V 2Ω 2Ω R 5 tica (disjuntor) de 25 A. Considerando que os aparelhos de
maior potência usados nessa residência são: uma máquina
i 1 2 3 4 R (Ω)
de lavar (900 W), um ferro de passar roupas (1 000 W) e
I II
um chuveiro elétrico (2 500 W), faça o que se pede.
FÍSICA
57
a) Mostre que, se forem ligados, simultaneamente, o A escolha das lâmpadas é essencial para a obtenção de uma
chuveiro e o ferro de passar, a chave desliga. boa iluminação. A potência da lâmpada deverá estar de acor-
b) Calcule a capacidade mínima do disjuntor (em ampère) do com o tamanho do cômodo a ser iluminado. O quadro a
a ser usado de modo a suportar toda a carga instala- seguir mostra a relação entre as áreas dos cômodos (em m2) e
da na residência, sabendo que, além da potência dos as potências das lâmpadas (em W) e foi usado como referên-
aparelhos citados anteriormente, a potência devida aos cia para o primeiro pavimento de uma residência.
demais equipamentos elétricos corresponde a 1 500 W. Potência da lâmpada (W)
c) Se nessa residência há três lâmpadas incandescentes Área do
cômodo Quarto/
de 100 W que ligam, automaticamente, às 18 horas e Sala/copa/
(m2) varanda/ Banheiro
cozinha
desligam às 6 horas todos os dias, qual seria a econo- corredor
mia na conta de energia elétrica, durante 30 dias, se Até 6,0 60 60 60
essas lâmpadas fossem substituídas por três lâmpadas 6,0 a 7,5 100 100 60
econômicas compactas que apresentam, aproximada-
7,5 a 10.5 100 100 100
mente, a mesma iluminação, porém com a potência
de 20 W cada uma (adote que 1 kWh de energia custa 3m 2,8 m
R$ 0,20)?
Geladeira
32. (Enem) A instalação elétrica de uma casa envolve várias Chuveiro
Televisor
etapas, desde a alocação dos dispositivos, instrumentos elétrico
2,1 m
e aparelhos elétricos, até a escolha dos materiais que a Lâmpada
compõem, passando pelo dimensionamento da potência 3m
requerida, da fiação necessária, dos eletrodutos*, entre Lâmpada Lâmpada
outras. Para cada aparelho elétrico existe um valor de po- Ferro elétrico 1,5 m
Aparelho de som
tência associado. Valores típicos de potências para alguns Rádio
Lâmpada
aparelhos elétricos são apresentados no quadro.
Aparelho Potência (W) Observa•‹o: Para efeito dos cálculos das áreas, as pare-
Aparelho de som 120 des são desconsideradas. Considerando-se a planta baixa
Chuveiro elétrico 3 000 fornecida, com todos os aparelhos em funcionamento, a
Ferro elétrico 500 potência total, em watts, será de:
Televisor 200
a) 4 070
b) 4 270
Geladeira 200
c) 4 320
Rádio 50
d) 4 390
* Eletrodutos são condutos por onde passa a fiação de uma
instalação elétrica, com a finalidade de protegê-la. e) 4 470
Vá em frente
Acesse
<https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/circuit-construction-kit-dc>. Acesso em: 23 mar. 2018.
Neste link do portal PhET, é possível acessar simulações com os diferentes tipos de associação entre resistores e lâmpa-
das, com um kit para a montagem de um circuito DC.
Autoavaliação:
V‡ atŽ a p‡gina 87 e avalie seu desempenho neste cap’tulo.
58 CAPÍTULO 3
4
Vl
ad
Ko
ch
e
lae
vs
kiy
/Sh
utt
GERADORES E
ers
toc
k
RECEPTORES ELÉTRICOS
OBJETIVOS
DO CAPÍTULO
Circuitos elétricos estão presentes em diversas esferas da vida humana. Se observar-
► Compreender e analisar
mos ao redor, notaremos a grande quantidade de utensílios que fazem uso deles, desde os
a função de geradores e
circuitos mais simples até os mais complexos.
receptores.
Para serem alimentados, esses circuitos necessitam de algum tipo de bateria (gerado- ► Diferenciar gerador ideal de
res elétricos) que prolongue o tempo de funcionamento dos equipamentos. gerador real.
Desde a invenção da pilha por Alexandro Volta (1745-1827), a evolução desses tipos de ► Analisar o impacto da
gerador é contínua e cada vez mais acelerada, buscando-se maior eficiência e durabilidade. resistência interna na oferta
de ddp de um gerador.
2p2play/Shutterstock
► Calcular as potências
útil, dissipada, total e o
rendimento de um gerador.
► Identificar e analisar
situações de gerador em
curto-circuito e de gerador
bloqueado.
► Compreender e analisar os
resultados da associação de
geradores e receptores em
um circuito elétrico.
Principais conceitos
que você vai aprender:
► Gerador elétrico
► Receptor elétrico
► Lei de Pouillet
► Equações do gerador e do
receptor
► Curva característica do
gerador e do receptor
► Rendimento de geradores e
Há bem pouco tempo, as baterias dos primeiros celulares tinham uma vida útil peque- receptores
na e forneciam energia para um tempo de uso extremamente curto. Além disso, logo elas ► Associação de geradores
se tornavam “viciadas”, ou seja, passavam a descarregar ainda mais rapidamente e a recar- ► Receptores e mista
ga não mais se realizava do modo esperado. Transformando energia química em elétrica,
Professor, as baterias mais utilizadas
como as baterias de níquel-cádmio, esses celulares pioneiros não permitiam um tempo de atualmente são as de íon-lítio. Estão
uso prolongado, mesmo com as poucas funcionalidades que traziam. presentes na maioria dos celulares
e smartphones. Com o passar dos
Com os avanços tecnológicos, os celulares converteram-se em smartphones, e a exigên- anos ganharam mais eficiência e
desempenho e também diminuíram
cia de baterias mais potentes, com fornecimento de carga mais intenso e duradouro, se fez de tamanho. Vale lembrar que ainda
mais presente e necessária. Com várias funcionalidades promovidas pela convergência de é o maior limitante na evolução, não
somente dos smartphones, mas de
mídias para um único dispositivo, o tempo longo de utilização tornou-se uma variável im- diversos outros dispositivos que se
portante e requisitada, haja vista serem um dos dispositivos mais usados no mundo. utilizam delas.
Sugerimos, nesse momento, traba-
• Que tipo de bateria é mais utilizado atualmente? O que se pode dizer a respeito do lhar a habilidade 6 da matriz de re-
ferência do Enem, que consiste em
tamanho e do desempenho desse tipo de bateria? “relacionar informações para com-
FÍSICA
Nicku/Shutterstock
uma turbina acoplada a um gerador eletromagnético que transforma energia mecânica
de rotação em energia elétrica. Nas células fotovoltaicas há transformação de energia
luminosa em energia elétrica.
Barragem
Represa
Casa de energia
Entrada
Transformadores
Comporta Gerador
Escoador
Turbina
60 CAPÍTULO 4
Elementos característicos de um gerador
Os geradores elétricos podem ser caracterizados, matematicamente, pela força Definição
eletromotriz (fem) ε e pela resistência interna r e são simbolizados como nas figuras a seguir. Força eletromotriz (fem) (ε) :
característica própria de cada
Pilha
gerador que representa a
r quantidade de energia não
elétrica transformada em
ε energia elétrica por unidade de
carga elétrica que o atravessa.
Sua unidade no SI é o volt (V).
Gerador
Resistência interna r : característica
ε r que representa as energias
Ð + dissipadas internamente
quando o gerador está em
funcionamento. Sua unidade, no
SI, é o ohm (Ω).
Considere uma pilha comum com força eletromotriz ε = 1,5 V (1,5 J/C). Isso significa que
ela transforma 1,5 joule de energia química em energia elétrica para cada 1 coulomb de
carga elétrica que a atravessa. Na prática, entretanto, essa energia não é convertida inte-
gralmente em energia elétrica útil para o circuito externo uma vez que parte da energia
não elétrica é dissipada internamente, no próprio gerador. Matematicamente, equacio-
namos essa energia dissipada considerando que os geradores tenham uma resistência
elétrica interna r que, por efeito joule, transforma parte da energia elétrica total gerada
em calor. Como qualquer resistência, a resistência interna, no Sistema Internacional (SI),
é medida em ohms (Ω).
U=ε
Gerador
ε r
i=0 Ð +
i ε r i
Ð +
61
Denominamos potência total (PT) a quantidade de energia não elétrica consumida
pelo gerador por unidade de tempo, potência útil (Pu) a quantidade de energia elétrica
fornecida pelo gerador ao circuito externo por unidade de tempo e potência dissipada (Pd)
a quantidade de energia dissipada internamente no gerador por unidade de tempo, como
mostra a figura.
Energia não Energia
elétrica elétrica
PT Gerador
elétrico
Pu
Energia
dissipada
Pd
PT = Pu + Pd
Considerando-se que o gerador forneça uma corrente elétrica i, essas potências são
determinadas pelas seguintes equações:
Potência total Potência útil Potência dissipada
PT = i ⋅ ε Pu = i ⋅ U Pd = r ⋅ i2
Já o rendimento η de um gerador é dado pela razão entre a potência útil Pu e a potência
total PT.
P
η= u
PT
η= i ⋅U s η= U
i⋅ε ε
θ Curto-circuito
0 iCC i
62 CAPÍTULO 4
Nesse caso, como visto, temos U = ε. Já o ponto em que a reta intercepta o eixo da cor- Observação
rente elétrica corresponde à situação em que o gerador é colocado em curto-circuito, ou 1 A potência útil máxima em
seja, os terminais são interligados diretamente por um fio condutor. Nesse caso, a corren- um gerador é igual à metade
te fornecida pelo gerador é chamada de corrente de curto-circuito, icc, dada por: de sua força eletromotriz (fem)
multiplicada pela metade da
ε corrente de curto-circuito.
icc =
r
Por fim, mostramos que a tangente do ângulo θ que a curva forma com o eixo da cor-
rente é igual à resistência interna do gerador.
tg θ N r 1
Lei de Ohm-Pouillet
Considere uma associação de resistores com resistência equivalente Req. ligada aos ter-
minais de um gerador de força eletromotriz ε e resistência interna r. Nesse caso, a tensão U
nos terminais da resistência equivalente da associação corresponde à tensão nos terminais
do gerador. Portanto, substituímos na lei de Ohm a equação característica U = ε – r ⋅ i.
U ε–r ⋅i
i= =
Req. Req.
Desenvolvendo a equação e isolando a corrente elétrica i, temos:
ε
i=
r + Req.
que é conhecida como lei de Ohm-Pouillet. Com essa equação, pode-se determinar a cor-
rente elétrica fornecida por um gerador quando se conhecem a força eletromotriz ε, a
resistência interna r e a resistência equivalente Req. do circuito ligado aos terminais.
Gerador ideal
Considera-se um gerador ideal aquele que transforma integralmente toda a energia
não elétrica que consome em energia elétrica. Matematicamente, pode-se considerar que
um gerador ideal tenha resistência interna nula.
Gerador ideal s r = 0
Representação
Associação de geradores
Diversos equipamentos elétricos são alimentados por pilhas. Um controle remoto de TV,
por exemplo, necessita de duas ou mais pilhas para o funcionamento. Usam-se vários gera-
dores para alimentar um mesmo circuito para se obterem tensões ou correntes maiores do
que aquelas obtidas com um único gerador. Da mesma forma como na associação de resis-
tores, na associação de geradores em série não há nó entre eles. Além disso, o polo positivo
de um gerador deve ser ligado no polo negativo do seguinte, como representado na figura.
ε1 r1 ε2 r2 ε3 r3
A – + – + – +
B
Nesse caso, o gerador equivalente terá uma força eletromotriz equivalente εeq. e uma
resistência interna equivalente req., que podem ser expressas por:
εeq. = ε1 + ε2 + ε3
req. = r1 + r2 + r3
FÍSICA
63
Já na associação de geradores em paralelo, eles são ligados entre os mesmos dois pontos.
Mais especificamente, todos os polos negativos devem ser ligados em um único ponto
(ponto A) e todos os polos positivos em outro (ponto B), como mostra a figura.
ε r
– +
ε r
A – + B
ε r
– +
Note que associamos geradores iguais, ou seja, todos têm a mesma força eletromotriz
ε e a mesma resistência interna r. Nesse caso, considerando que temos n geradores iguais
associados em paralelo, o gerador equivalente terá uma força eletromotriz equivalente
εeq. e uma resistência interna equivalente req., que podem ser expressas por:
εeq. = ε
r
req. =
n
A B
Lie
w/
Sh
utt
ers
toc
k
Atividades
1. (IFMG) Um gerador de força eletromotriz é um dispositivo 2. (Aman-RJ) A pilha de uma lanterna possui uma força ele-
eletroeletrônico que, em um circuito, tem a função de: tromotriz de 1,5 V e resistência interna de 0,05 Ω. O valor
a) criar portadores de cargas elétricas. da tensão elétrica nos polos dessa pilha quando ela fornece
b) dissipar a energia potencial elétrica. uma corrente elétrica de 1,0 A a um resistor ôhmico é de:
c) transformar a energia elétrica em movimento. a) 1,45 V d) 1,15 V
d) transferir energia aos portadores de carga elétrica. b) 1,30 V e) 1,00 V
e) possibilitar a queda da diferença de potencial elétrico. c) 1,25 V
O gerador elétrico é um dispositivo que transforma energia Utilizando a equação do gerador, temos:
não elétrica em energia elétrica. Quando em funcionamento, U = ε – r ⋅ i s U = 1,5 – 0,05 ⋅ 1 = 1,5 – 0,05 s U = 1,45 V
o gerador tem por finalidade fornecer energia aos portadores Alternativa a
de carga elétrica.
Alternativa d
64 CAPÍTULO 4
3. (UEG-GO) Considere uma bateria de força eletromotriz ε e 5. Duas pilhas idênticas (ε = 1,5 V e r = 0,4 Ω cada uma) são
resistência interna desprezível. Qual dos gráficos a seguir ligadas em série para alimentar a lâmpada de uma lan-
melhor representa a bateria? terna. Calcule a força eletromotriz e a resistência interna
a) d) resultantes da associação das duas pilhas.
Na associação em série, as forças eletromotrizes são soma-
das, assim como as resistências internas de cada gerador.
Portanto, temos:
εs = ε1 + ε2 = 1,5 + 1,5 s εs = 3,0 V
rs = r1 + r2 = 0,4 + 0,4 s rs = 0,8 Ω
b) e)
Reprodução/ UEG-GO
c)
65
7. Uma associação de seis geradores iguais, mostrada na figu- 8. (UFJF-MG) A curva característica de um dispositivo elétrico
ra, é utilizada para alimentar uma lâmpada de resistência é o gráfico que descreve o comportamento da diferença
elétrica RL = 3 Ω. Cada gerador tem força eletromotriz de potencial do dispositivo em função da corrente elétrica
ε = 6 V e resistência interna r = 1 Ω. que o atravessa. A figura I mostra as curvas características
ε r ε r ε r
de uma bateria (U = ε – r ⋅ i) e de um resistor ôhmico R em
– + – + – + função da corrente i. Esses dois dispositivos são usados no
Ch circuito da figura II. A partir desses gráficos, calcule:
Figura I
ε r ε r ε r
– + – + – + U (volts)
25 Resistor
20
Bateria
Lâmpada 0 10 i (A)
Figura II
a) Determine a corrente elétrica que atravessa a lâmpada
com a chave Ch aberta. Bateria
Para a chave Ch aberta, temos um gerador equivalente cuja r
fem, εA, e resistência interna, rA, serão calculadas por: ε
εA = ∑ε s εA = 18 V
rA = ∑r s rA = 3 Ω
Chamando iA a corrente na lâmpada com a chave aberta, R
pela equação de Pouillet temos:
εA 18 a) a força eletromotriz da bateria;
iA = = s iA = 3 A
RL + rA 3+3 De acordo com o gráfico (curva característica do gerador),
temos:
ε = 20 V
66 CAPÍTULO 4
Tarefa proposta 1 a 20
Complementares
9. O gráfico mostra a tensão elétrica nos terminais de um Considerando que a bateria de 9,0 V, os aparelhos de
gerador de eletricidade em função da intensidade da cor- medida e os fios de ligação sejam ideais, quando o aluno
rente elétrica que o percorre. obteve as medidas U = 5,7 V e i = 0,15 A, a resistência do
U (V) resistor colocado entre os pontos A e B era de:
a) 100 Ω
b) 33 Ω
c) 56 Ω
24
d) 68 Ω
e) 22 Ω
12. (Fuvest-SP) Em uma aula de laboratório, os alunos deter-
minaram a força eletromotriz ε e a resistência interna r de
8 i (A) uma bateria. Para realizar a tarefa, montaram o circuito
representado na figura adiante e, utilizando o voltímetro,
Para esse gerador, calcule: mediram a diferença de potencial V para diferentes valores
a) a resistência interna; da resistência R do reostato.
b) a intensidade da corrente elétrica que o percorre Bateria
quando a tensão nos terminais for igual a 15 V.
10. (UEL-PR) As baterias de íon-lítio equipam atualmente vários
aparelhos eletrônicos portáteis, como laptops, máquinas Reostato
Note e adote: um reostato
é um resistor de resistência
fotográficas, celulares, entre outros. As baterias desses variável. Ignore efeitos
aparelhos são capazes de fornecer 1 000 mAh (mil mi- resistivos dos fios de ligação
liampère-hora) de carga. Voltímetro do circuito.
Sabendo que a carga de um elétron é de 1,60 ⋅ 10–19 C,
assinale a alternativa que representa corretamente o
número de elétrons que fluirão entre os eletrodos até que
uma bateria com essa capacidade de carga descarregue A partir dos resultados obtidos, calcularam a corrente I no
totalmente. reostato e construíram a tabela apresentada no espaço
a) 0,62 ⋅ 1018 correspondente ao item a.
b) 1,60 ⋅ 1016 a) Complete a tabela com os valores da corrente I.
c) 5,76 ⋅ 1013 V (V) R (Ω) I (A)
d) 3,60 ⋅ 1021 1,14 7,55 0,15
e) 2,25 ⋅ 1022 1,10 4,40
11. (Vunesp) Para obter experimentalmente a curva da diferen- 1,05 2,62 0,40
ça de potencial U em função da intensidade da corrente 0,96 1,60
elétrica i para uma lâmpada, um aluno montou o circuito
0,85 0,94 0,90
a seguir. Colocando entre os pontos A e B resistores com
diversos valores de resistência, ele obteve diferentes valores b) Utilizando os eixos do gráfico representado a seguir,
de U e de i para a lâmpada. faça o gráfico de V em função de I.
1,4
1,2
Reprodução/ Vunesp
V (V)
1,0
0,8
67
Receptores elétricos
Aparelhos elétricos que utilizam motores elétricos, tais como liquidificadores, ventila- Definição
dores e furadeiras, são dispositivos que transformam energia elétrica em energia mecânica.
Receptores elétricos : dispositivos
Uma bateria de celular, no momento em que está sendo recarregada, recebe energia elétri- que transformam energia
ca da rede, transformando-a em energia química, que fica armazenada na bateria para ser elétrica em energia não elétrica.
usada posteriormente. Esses dispositivos que consomem energia elétrica, transformando-a
em outras modalidades úteis de energia, são denominados receptores elétricos.
baloon111/Shutterstock
A B
olegbush/Shutterstock
Receptores elétricos: (A) motores elétricos transformam energia elétrica em energia mecânica;
(B) baterias de celular sendo recarregadas transformam energia elétrica em energia química.
Desenvolva
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológicos de uso
comum.
As baterias de celulares e o meio ambiente
As baterias de celulares e de smartphones estão cada vez mais sofisticadas e com desempenho superior ao das
versões iniciais.
Usadas em larga escala em diversos aparelhos eletrônicos
portáteis, as atuais baterias de íon-lítio oferecem muitas
ck
vantagens em relação à densidade de energia. Além rs
to
tte
hu
de armazenarem grande quantidade de energia e v/S
aso
an
serem compactas, não apresentam o chamado “efei- At
ile
M
to memória” (vício de bateria) e podem ser recarregadas
mesmo que a carga não tenha se esgotado. Também fornecem
energia aos dispositivos por tempo bem maior.
Diante dos ganhos de eficiência, do tamanho reduzido e dos novos
elementos utilizados na fabricação, o que deve ser feito quando tais baterias
não estiverem mais em condição de uso, ou seja, no momento do descarte?
Esse tipo de dispositivo não deve simplesmente ser jogado na lata do lixo, pois pode conter substâncias nocivas ao meio
ambiente e tóxicas ao ser humano, como alguns metais pesados: mercúrio, chumbo e cádmio. O descarte em lixo comum
pode contaminar o solo, os rios e os lençóis freáticos.
Para que a contaminação ambiental seja evitada, as fabricantes oferecem programas de coleta e reciclagem desse material
a fim de promoverem não apenas o descarte adequado, como também o aproveitamento quase total do material descartado.
Procure informações sobre o tipo de bateria mais utilizado atualmente e verifique, principalmente, como evoluíram no
ganho no tempo de utilização. Pesquise também orientações sobre a utilização e o carregamento das baterias de maneira
segura. Como sugestão, procure a Resolução n. 401 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Faça um peque-
no vídeo explicativo que aborde as orientações obtidas e compartilhe-o com a turma.
Professor, confira no manual as respostas às questões e mais informações sobre o tema de estudo.
68 CAPÍTULO 4
Equação característica do receptor
Os receptores elétricos podem ser caracterizados por dois elementos, a força contraele-
tromotriz (ε’) e a resistência interna (r’) e são simbolizados como na representação a seguir.
Receptor
elŽtrico
i i
+ Ð
rr’’ ε’
A potência total PT recebida por um receptor corresponde à potência elétrica que ele
recebe quando submetido a uma tensão U. Já a potência útil Pu representa a energia não
elétrica útil que o receptor fornece por unidade de carga elétrica que o atravessa e está
relacionada com a força contraeletromotriz ε’. Já a potência dissipada é aquela que a resis-
tência interna r’ utiliza. Sendo assim, temos:
PT = i ⋅ U Pu = i ⋅ ε’ Pd = r’ ⋅ i2
Com isso, o rendimento η de um receptor é dado por:
P ε'
η== i ⋅ ε' s η =
PT i ⋅U U
Pela conservação da energia, temos que a potência total é a soma da potência útil com
a dissipada. Com isso, determinamos a equação característica de um receptor.
PT = Pu + Pd s i ⋅ U = i ⋅ ε’ + r’ ⋅ i2 s U = ε’ + r’ ⋅ i
Essa equação mostra que, quanto maior for a tensão aplicada nos terminais de um Observação
receptor, maior será a corrente elétrica que o atravessa. O gráfico relaciona a tensão U nos 1 Deve-se notar que,
terminais de um receptor à corrente elétrica i que o atravessa. 1 diferentemente dos geradores,
U nos receptores elétricos a
corrente elétrica entra pelo
polo positivo e sai pelo polo
negativo.
θ tg θ = r’
ε’
0 i
Circuito gerador-receptor-resistor
Vamos analisar um circuito constituído R
por três elementos, um gerador de força ele-
tromotriz ε e resistência interna r, um recep-
i
tor de força contraeletromotriz ε’ e resistên- + +
ε ε’
cia interna r’ e um resistor de resistência R, – –
Receptor
Gerador
como na figura.
i i
Inicialmente, devemos notar que, para se r’
r
estabelecer uma corrente elétrica no circui-
to, a força eletromotriz deve ser maior que a i
força contraeletromotriz (ε > ε’).
Nesse caso, a corrente elétrica i é dada pela lei de Ohm-Pouillet generalizada.
ε – ε'
i=
r + r '+ R
FÍSICA
69
Decifrando o enunciado Lendo o enunciado
Observe que a potência citada
Um motor elétrico de força contraeletromotriz ε’ = 10 V fornece uma potência mecânica
no enunciado é a potência útil,
de 50 W quando ligado aos terminais de uma bateria de força eletromotriz ε = 12 V e ou seja, aquela que o motor
resistência interna r = 0,1 Ω. Nessa situação, determine a corrente elétrica que circula pelo oferece ao circuito.
motor e a resistência interna.
Repare que a tensão que a
Resolução bateria oferece é a mesma que
A potência útil (mecânica) do motor é dada por: a utilizada pelo receptor.
Pu = i ⋅ ε’ s 50 = i ⋅ 10 s i = 5 A Note que a força eletromotriz
A tensão nos terminais do motor é a mesma dos terminais da bateria. da bateria é resultado da
Umotor = Ubateria s ε’ + r’ ⋅ i = ε – r ⋅ i s 10 + r’ ⋅ 5 = 12 – 0,1 ⋅ 5 s conversão de energia não
s 5 ⋅ r’ = 1,5 s elétrica em elétrica, sendo
parte dela oferecida para o
s r’ = 0,3 Ω
funcionamento do motor.
Contextualize
A nova geração de carros elétricos
Os avanços na produção de geradores fizeram a indústria automobilística repensar os próprios projetos de veículos
movidos a eletricidade.
A ideia de carros elétricos pode remeter a projetos arrojados e futuristas,
porém um dos primeiros carros elétricos foi produzido já em 1899 e utilizava
baterias desenvolvidas por Thomas Edison. Historicamente, o primeiro carro
elétrico foi construído por Thomas Davenport em 1835.
tock
Apesar de ter iniciado cedo sua jornada, o carro elétrico foi substituí-
utters
do rapidamente pelos carros movidos a combustível, como a gasolina,
h
ovan/S
principalmente por questões de velocidade e autonomia, sempre muito
Grigv
baixas quando se trata dos elétricos.
Atualmente, principalmente por questões ambientais e mercadológicas, os car-
ros elétricos podem ter força para entrar nos mercados de todo o mundo. Ademais, com o desen-
volvimento das baterias de íon-lítio, muito mais seguras e eficientes, eles ganharam também maior autonomia.
O Modelo S da Tesla, com suas 15 células de 450 baterias cada uma, espalhadas pelo assoalho do veículo, chega próximo
dos 600 km de autonomia. Suas baterias podem ser recarregadas em postos específicos, ainda poucos no Brasil.
AuKirk/Shutterstock
Posto de recarga
da Tesla, no
estado da Virgínia,
Estados Unidos.
Na busca por veículos mais eficientes e não poluentes, os elétricos saem na frente e pouco a pouco vêm ganhando mercado.
Pesquise outros modelos de carro elétrico, produzindo um comparativo entre eles e mencionando os benefícios que apre-
sentam em comparação aos carros movidos a combustíveis derivados de petróleo.
Professor, aproveite o momento para destacar que os veículos elétricos não emitem gases poluentes e são mais silenciosos. Mesmo que
não atinjam as velocidades dos superesportivos, cumprem o papel de meio de transporte seguro baseado em energia limpa.
70 CAPÍTULO 4
Atividades
13. O receptor de eletricidade reversível é um aparelho que se 15. Um motor elétrico opera ligado a uma ddp de 100 V. Sen-
destina a transformar: do a resistência interna dele de 4 Ω e a intensidade da
a) energia elétrica em calor. corrente elétrica que o percorre igual a 5 A, calcule a força
b) energia mecânica em elétrica. contraeletromotriz desse motor.
U = ε’ + r’ ⋅ i s 100 = ε’ + 4 ⋅ 5 s ε’ = 80 V
c) energia não elétrica em elétrica.
d) energia elétrica em não elétrica, que não seja exclusi-
vamente calor.
e) energia química em elétrica.
O receptor reversível de eletricidade, ou simplesmente recep-
tor, é o aparelho que transforma energia elétrica em energia
não elétrica.
Alternativa d
40 40
20
Reprodução/ UFPA
U (V)
40
0 5,0 i (A)
i= ε – ε' s i = 40 – 20 s i = 1,0 A
r + r' + R 8+4+8
Alternativa a
FÍSICA
71
b) Para uma corrente de 2 A, calcule o rendimento do 18. (PUCC-SP) Hoje, ninguém consegue imaginar uma resi-
objeto que se comporta como receptor. dência sem eletrodomésticos (aparelho de TV, aparelho de
Utilizando a equação do receptor, temos: som, geladeira, máquina de lavar roupa, máquina de lavar
U = ε’ + r ⋅ i s 18 = 10 + r ⋅ 4 s r = 2 Ω louça, etc.).
Para a corrente de 2 A, temos: Uma enceradeira possui força contraeletromotriz de 100 V.
U = ε’ + r ⋅ i s U = 10 + 2 ⋅ 2 s U = 14 V Quando ligada a uma tomada de 120 V, ela dissipa uma
Assim, o rendimento do receptor (ventilador) será de: potência total de 40 W. Nessas condições, a resistência
ε' 10 interna da enceradeira, em ohms, vale:
η= = H 0,71 ou, ainda, 71%
U 14 a) 2,0 b) 3,0 c) 5,0 d) 10 e) 20
Utilizando a equação de potência, temos:
(U )2 (120 – 100)2 400
P= s 40 = sr= = 10 Ω
r r 40
Alternativa d
5Ω 3Ω D 5Ω 3Ω C
40 V
São feitas as afirmações.
+ –
I. A corrente circula no sentido horário.
D C
E2 1Ω
II. A intensidade da corrente elétrica é de 2 A.
Invertendo-se a polaridade da bateria de força eletromo- III. A tensão elétrica entre os pontos C e B é de 36 V.
triz ε2, a corrente elétrica no circuito:
IV. A tensão elétrica entre os pontos A e D é de 114 V.
a) será no sentido anti-horário e valerá 4 A.
Pode-se afirmar que estão corretas as afirmações:
b) será no sentido anti-horário e valerá 6 A.
a) I e II d) I e III
c) será no sentido horário e valerá 2 A.
b) II e III e) II e IV
d) será no sentido horário e valerá 3 A.
c) I e IV
e) deixará de existir. I. (F) O equipamento de 120 V funciona como gerador, por-
Pela equação de Pouillet: tanto determina o sentido da corrente; os equipamentos
ε – ε' 40 – ε2 de 30 V e de 40 V funcionam como receptores.
i= s2= s ε2 = 20 V II. (V) Pela equação de Pouillet:
r + r' + Req. 1+ 1+ 8
ε – ε'1 – ε'2 120 – 40 – 30
Invertendo-se a polaridade de ε2, as duas baterias serão ge- i= = si=2A
Req. + r + r'1 + r'2 25
radores ligados em série e a corrente continuará no sentido
anti-horário. III. (V) O elemento entre os pontos C e B é um receptor, por-
ε + ε' 40 + 20 tanto:
i= si= si=6A
r + r '+ Req. 1+ 1+ 8 UCB = ε'2 + r2 · i = 30 + 3 ⋅ 2 s UCB = 36 V
Alternativa b IV. (F) O elemento entre os pontos A e D é um gerador,
portanto:
UAD = ε – r ⋅ i = 120 – 2 ⋅ 2 s UAD = 116 V
Alternativa b
72 CAPÍTULO 4
20. (UEPG-PR) Dispositivos que transformam outras formas de energia em energia elétrica são conhecidos como geradores elé-
tricos. Dispositivos capazes de receber energia elétrica e transformá-la em outras formas de energia que não a térmica são
denominados receptores elétricos. Sobre geradores elétricos e receptores elétricos, assinale o que for correto.
(01) Quando um gerador se encontra em circuito aberto, a diferença entre seus terminais é igual à sua força eletromotriz.
(02) A potência útil fornecida por um gerador a um circuito em que só existem resistores será máxima se a resistência
equivalente do circuito for igual à resistência interna do gerador.
(04) Geradores elétricos podem ser associados somente em paralelo.
(08) O rendimento elétrico de um receptor corresponde ao produto entre a potência elétrica útil e a potência elétrica
fornecida ao receptor.
(16) A força contraeletromotriz pode, em termos práticos, ser pensada como uma força eletromotriz que se opõe à pas-
sagem da corrente elétrica.
Dê a soma dos números dos itens corretos.
(04) (F) Geradores também podem ser associados em série.
(08) (F) O rendimento de um receptor é dado pela razão entre a potência útil e a potência total fornecida a ele.
Soma = 19 (01 + 02 + 16)
Tarefa proposta 21 a 32
Complementares
21. Um motor elétrico apresenta fem de 100 V e é percorrido 24. (IFSC) Considere o circuito abaixo.
por uma corrente de intensidade 20 A. Se a resistência
interna desse motor é de 2 Ω, calcule a potência útil dele.
22. (EEM-SP) Um gerador de força eletromotriz ε1 = 12 V e
resistência interna r1 = 0,48 Ω é ligado em oposição a
outro, de força eletromotriz ε2 = 6 V e resistência interna
r2 = 0,20 Ω. Calcule a corrente que circula pelos gerado-
Reprodução/ IFSC
73
Tarefa proposta
1. (Enem) Um curioso estudante, empolgado com a aula de Resistência (Ω) ddp (V)
circuito elétrico a que assistiu na escola, resolve desmontar 5,8 11,6
sua lanterna. Utilizando-se da lâmpada e da pilha, retira-
3,8 11,4
das do equipamento, e de um fio com as extremidades
descascadas, faz as seguintes ligações com a intenção de Considerando que os terminais da bateria estejam conec-
acender a lâmpada: tados a um resistor de resistência igual a 11,8 Ω, calcule a
energia elétrica dissipada em 10 segundos por esse resistor.
5. (Ufscar-SP) O gráfico mostra valores dos potenciais elétricos
em um circuito constituído por uma pilha real e duas lâm-
padas idênticas de 0,75 V–3 mA conectadas por fios ideais.
Reprodução/ Ufscar-SP
Reprodução / Enem
74 CAPÍTULO 4
8. (Enem) Em algumas residências, cercas eletrificadas são 12. (UFPI) Considere o circuito mostrado na figura a seguir,
utilizadas com o objetivo de afastar possíveis invasores. em que Rv é um resistor de resistência variável e ε, a força
Uma cerca eletrificada funciona com uma diferença de eletromotriz de uma bateria ideal (isto é, de resistência
potencial elétrico de aproximadamente 10 000 V. Para que interna desprezível). Sejam V1 e V2 as diferenças de poten-
não seja letal, a corrente que pode ser transmitida através cial elétrico entre os terminais dos resistores de resistência
de uma pessoa não deve ser maior do que 0,01 A. Já a elétrica R1 e R2, respectivamente. Se a resistência RV do
resistência elétrica corporal entre as mãos e os pés de uma resistor variável é aumentada, mantendo-se fixos os outros
pessoa é da ordem de 1 000 Ω. parâmetros (ε, R1 e R2), a respeito dos valores de V1 e V2,
Para que a corrente não seja letal a uma pessoa que toca é correto afirmar que:
a cerca eletrificada, o gerador de tensão deve possuir R1
uma resistência interna que, em relação à do corpo hu-
mano, é:
a) praticamente nula.
b) aproximadamente igual. ε R2 Rv
c) II e IV
11. (Uece) Uma pilha de fem igual a 3,6 V tem uma carga
inicial de 600 mAh. Supondo que a diferença de potencial
entre os polos da pilha permaneça constante até que a
pilha esteja completamente descarregada, o tempo (em
horas) que ela poderá fornecer energia à taxa constante
de 1,8 W é de:
a) 2,4 b) 1,2 c) 3,6 d) 7,2
FÍSICA
75
Todos os fios condutores são ideais e os resistores são ôh- Nessas condições, a lâmpada tem resistência R = 4 Ω e o
micos. Verificou-se uma intensidade de corrente elétrica V
voltímetro indica VA (situação II), de tal forma que 0 = 1,2.
no resistor R2 de 0,5 A. Assim, determine: VA
a) O resistor equivalente da associação;
b) A tensão elétrica nos extremos da associação de resis-
R=4Ω
tores;
c) A resistência interna do gerador. R0 R0
V V
15. (Enem) Em um laboratório, são apresentados aos alunos ε ε
uma lâmpada com especificações técnicas de 6 V e 12 W
e um conjunto de 4 pilhas de 1,5 V cada.
Qual associação de geradores faz com que a lâmpada
produza maior brilho?
Situação I Situação II
a) Dessa experiência conclui-se que o valor de R0 é:
a) 0,8 Ω d) 0,2 Ω
b) 0,6 Ω e) 0,1 Ω
c) 0,4 Ω
17. (UEM-PR) Fios metálicos, apesar de serem bons condutores
de corrente elétrica, possuem resistência elétrica. Portanto,
b) quando submetidos a uma tensão elétrica, estes fios po-
dem dissipar energia na forma de calor. Esta característica
é considerada, por exemplo, na construção de chuveiros,
aquecedores elétricos e lâmpadas incandescentes. Consi-
derando a resistência elétrica dos materiais, assinale a(s)
alternativas(s) correta(s).
c) (01) Uma lâmpada incandescente possui um fio de
tungstênio de área de secção transversal quadrada
de aresta 50,0 μm e 10,0 cm de comprimento. Sen-
do assim, como a resistividade do tungstênio é de
aproximadamente 5,00 ⋅ 10–8 Ω ⋅ m, a resistência
Reprodu•‹o/ Enem
76 CAPÍTULO 4
6Ω Nas escolas particulares, problemas de abastecimento
não são comuns. A falta de água é abordada para efeito
3Ω pedagógico – como no Colégio Rio Branco, que tem pro-
A
movido bate-papos e estudos. [...]
3Ω Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/cotidiano>.
Acesso em: 14 fev. 2017.
r
Motivado pelo trecho do artigo acima exposto, um pro-
+ 9Ω 9Ω 9Ω fessor de Física lançou um desafio para os alunos do
ε
3o ano em uma escola onde, frequentemente, falta água.
–
Tal desafio consistia em determinar o volume de água em
1Ω um reservatório de difícil acesso.
Para a determinação deste volume de água, os alunos
B deveriam utilizar somente um circuito elétrico constituí-
do de um voltímetro ideal V, uma bateria de fem igual
a) Determine a corrente elétrica fornecida por esse gerador.
a 12 V e resistência interna igual a 1 Ω, além de um
b) Determine a ddp entre os terminais A e B do gerador. resistor ôhmico R igual a 2 Ω e um reostato AB feito
19. (Vunesp) Uma espécie de peixe-elétrico da Amazônia, de material de resistividade elétrica constante, cuja resis-
o poraquê, de nome científico Electrophorus electricus, tência elétrica pode variar de 0 Ω a 4 Ω de acordo com
pode gerar diferenças de potencial elétrico (ddp) entre suas a posição da boia que é ajustada pela altura do nível de
extremidades, de tal forma que seus choques elétricos ma- água do reservatório. Depois de algum tempo, os alunos
tam ou paralisam suas presas. Aproximadamente metade apresentaram o projeto ao professor, conforme esque-
do corpo desse peixe consiste de células que funcionam matizado na figura a seguir.
como eletrocélulas. Um circuito elétrico de corrente contí-
nua, como o esquematizado na figura, simularia o circuito
gerador de ddp dessa espécie. Cada eletrocélula consiste
em um resistor de resistência R = 7,5 Ω e de uma bateria
Reprodução/ AFA-SP
de fem ε.
Reprodução/ Vunesp
77
B2 B1 U (V)
+ –
+ –
40
36 V 12 V R
10
0 10 20 i (A)
Ch 2 Ch 1 Determine:
– – a) a intensidade da corrente elétrica que atravessa o circuito;
B1 B2
b) a resistência interna do receptor.
r1 r2 24. (ITA-SP) O experimento mostrado na figura foi montado
para elevar a temperatura de certo líquido no menor tem-
po possível, despendendo uma quantidade de calor Q.
fem 1 fem 2 Na figura, G é um gerador de força eletromotriz ε com
resistência elétrica interna r, e R é a resistência externa
submersa no líquido.
+ +
78 CAPÍTULO 4
26. (UPM-SP) No circuito a seguir, a corrente que passa pelo 29. (UEPG-PR) Um ebulidor de resistência elétrica igual a 75 Ω
amperímetro ideal tem intensidade 2 A. Invertendo a po- está envolto por 0,20 kg de gelo a 0 °C. Os terminais do
laridade do gerador de fem ε2, a corrente do amperímetro ebulidor são conectados a uma fem que gera uma corrente
mantém o seu sentido e passa a ter intensidade 1 A. elétrica de 2 A através dele, durante 1,4 minuto. Considere
que toda a energia dissipada pelo ebulidor é integralmente
ε1 = 30 V ε2
absorvida pelo gelo.
Considere, ainda, 1 cal = 4,2 J; cágua = 1 cal/g ⋅ °C e
r1 r2 LF(água) = 80 cal/g. Sobre esse evento físico, assinale o que
for correto.
ε
A
Gelo
R
A fem ε2 vale:
a) 10 V d) 4 V Ebulidor
b) 8 V e) 2 V
c) 6 V (01) A potência do ebulidor é 300 W.
27. (UPM-SP) Um pequeno motor, que funciona devido (02) A energia dissipada pelo ebulidor é 25 200 J.
à “queima” de álcool, tem potência útil de 3 000 W. (04) A diferença de potencial entre os terminais do ebu-
Sabe-se que, em uma hora de funcionamento, esse motor lidor, durante o processo, é 150 V.
consome 900 g de combustível. Sendo 3 ⋅ 107 J/kg o poder (08) Ao final do processo, tem-se 125 g de gelo e 75 g
calorífico do álcool, o rendimento do motor é: de água.
a) 40% d) 30 % (16) A temperatura final do sistema é 0 °C.
b) 38% e) 25 % Dê a soma dos números dos itens corretos.
c) 35 % 30. (Udesc) O valor da intensidade de correntes (em A) no
28. (Enem) Os motores elétricos são dispositivos com diversas circuito a seguir é:
aplicações; dentre elas destacam-se aquelas que propor-
cionam conforto e praticidade às pessoas. É inegável a
preferência pelo uso de elevadores quando o objetivo é o
Reprodu•‹o/ Udesc
79
32. (ITA-SP) As duas baterias da figura estão ligadas em oposição. Suas fem e resistências internas são, respectivamente,
18,0 V e 2,00 Ω, 6,00 V e 1,00 Ω. Sendo i a corrente no circuito, VAB a tensão VA–VB, podemos afirmar que:
18,0 V 2,00
B A
6,00 V 1,00
Vá em frente
Leia
A QUESTÃO energética no Brasil. In: HINRICHS R. A.; KLEINBACH M. (Org.). Energia e meio ambiente. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003. cap. 19.
Acesse
<https://ben.epe.gov.br/>. Acesso em: 25 mar. 2018.
Neste link, na aba lateral BEN, é possível encontrar dados anuais do balanço energético nacional e da produção e consumo
de energia no Brasil.
Autoavalia•‹o:
V‡ atŽ a p‡gina 87 e avalie seu desempenho neste cap’tulo.
80 CAPÍTULO 4
Gabaritoo
Capítulo 1 – Resistores c) 5 ⋅ 10–13 W 30. a) 2 Ω e 10 Ω
11. b b) 86,4 W
Complementares
12. e 31. a)
9. d 21. c i (A)
10. e 22. 4 min 26 s
11. b 1,2
23. b 1,0
12. b 24. a) 50 A 0,8
21. c
b) 15 kW . h 0,6
22. a) Os resistores são ôhmicos, pois o
0,4
gráfico é uma reta Tarefa proposta
0,2
R 1. a 0,0
b) A = 5 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
RB 2. d U (volt)
23. a 3. c
4. b b) R = 0,56 Ω
24. d
5. e c) 15%
Tarefa proposta 6. b 32. a) 68 ºF
1. c 7. d b) 10 h
2. a 8. a
3. 8 mA 9. b Capítulo 3 – Associação de
4. b 10. d resistores
5. 20 mA 11. d Complementares
6. 3,2 ⋅ 10–11 A 12. c
7. a 9. d
13. a) Efeito joule
8. e 10. b
b) 3 mA
9. a) 320 mC 11. a) 0,6 A
14. a
b) 2 ⋅ 1018 elétrons b) 0,4 A
15. a
c) 40 mA 16. b c) 0,3 A
10. a 20. e 17. e 12. d
11. c 21. e 18. c 21. e
12. d 22. c 19. a) R$ 1,78 22. a) 2A
13. c 23. a b) 10,8 A b) R$ 7,92
14. e 24. b 20. a) 100 W 23. a
15. b 25. c 24. a) 20 A
b) 0,77 A
16. a 26. a b) 9,71 Ω
c) 169 Ω
17. a 27. e
21. d Tarefa proposta
18. d 28. d
22. a 1. e
19. c 29. a
23. a) 1,2 ⋅ 10-2 W 2. b
30. a) 3 cm
b) 5 ⋅ 10-4 W 3. b
b) 4,5 ⋅ 10–6 m
c) 4,2% 4. a
31. a) 1,6 ⋅ 102 J/s
d) 2,4% 5. d
b) 8 ⋅ 10–3 V
24. a) Em A, teremos a menor corren- 6. c
32. 1,2 A
te elétrica e, portanto, menor 7. a
aquecimento (água morna). Em 8. a
Capítulo 2 – Potência elétrica
C temos menor resistência e, 9. c
Complementares maior corrente elétrica (posição 10. c
9. c “quente”). Em B, temos um cir- 11. e
10. a) 2,5 . 108 Hz cuito aberto (posição “frio”). 12. e
FÍSICALÍNGUA PORTUGUESA
b) P (10–12 W) b) 11 Ω 13. b
25. c 14. a) 1 . 10–2 Ω
2,0
26. c b) 3
27. c 15. a) 1 200 W
A1 A2 t (10–9 s) b) 4Ωe8Ω
0
28. a
0 1 2 3 4 5 6 7 8
29. c c) 4,5
81
16. b b) 15. c
17. a 1,4 16. a
18. d 17. Soma = 16 (16)
1,2
19. c 18. a) 4 A
V (V)
20. e 1,0 b) 36 V
21. b 19. c
22. d 0,8
20. d
23. e 21. a) 0,55 A
24. c 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
i (A) b) 55 C
25. b
c) 13,75 s
26. a c) 1,2 V 22. b
27. a 21. 2 000 W
12 23. a) 10 A
28. a) i = 22. 8,8 A
(2 + R ) b) 1 Ω
23. d
144 ⋅ R 2⋅P
P= 24. Soma = 20 (04 + 16) 24. a) i =
(2 + R )2 ε
b) R = 2 Ω
Tarefa proposta b)
U
29. b 1. d
30. c 2. a) 20 V
ε
31. a) 29,2 A e o disjuntor desliga. b) 1 Ω
b) 49,2 A 3. a
c) R$ 17,28 4. 118 J
5. a
32. d
6. 252 V
0 icc i
Capítulo 4 – Geradores e 7. b
receptores 8. c 2⋅Q
c) Δt =
elétricos 9. a) 5 A ε⋅i
b) 2,5 V 25. d
Complementares 10. e 26. a
9. a) 3 Ω 11. b 27. a
b) 3 A 12. b 28. c
10. e 13. a 29. Soma = 31 (01 + 02 + 04 + 08 + 16)
11. e 14. a) 4 Ω 30. e
12. a) Para 1,10 V w 0,25 A b) 6 V 31. Soma = 3 (01 + 02)
Para 0,96 V w 0,60 A c) 1 Ω 32. d
82
1-2 REVISÃO
Nome: Data:
Escola: Turma:
Física – Eletrodinâmica
Capítulo 1 – Resistores
Capítulo 2 – Pot•ncia elŽtrica
H21 Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da Termodinâmica
e/ou do Eletromagnetismo.
1. Uma característica importante que deve ser levada em conta quando se constrói uma linha de transmissão de energia elétrica
relaciona-se às perdas, por efeito joule, que ocorrem nos fios devido à passagem da corrente elétrica.
Considere uma linha de transmissão de 800 km, que leva energia elétrica da usina de Itaipu até a cidade de Porto Ale-
gre (RS). Cada fio dessa linha é composto de alumínio de 40 mm de diâmetro, cuja resistividade é de, aproximadamente,
3 ⋅ 10–2 Ω ⋅ mm2/m. Se a corrente elétrica que atravessa esse cabo é de 1,5 kA, qual é a queda de tensão entre suas extremidades?
huyangshu/Shutterstock
83
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elŽtricos de uso cotidiano.
2. (Unicamp-SP) O controle da temperatura da água e de ambientes tem oferecido à sociedade uma grande gama de confortos
muito bem-vindos. Como exemplo, podemos citar o controle da temperatura de ambientes fechados e o aquecimento da
água usada para o banho.
a) O sistema de refrigeração usado em grandes instalações, como centros comerciais, retira o calor do ambiente por meio
da evaporação da água. Os instrumentos que executam esse processo são usualmente grandes torres de refrigeração
vazadas, por onde circula água, e que têm um grande ventilador no topo. A água é pulverizada na frente do fluxo
de ar gerado pelo ventilador. Nesse processo, parte da água é evaporada, sem alterar a sua temperatura, absorvendo
calor da parcela da água que permaneceu líquida. Considere que 110 litros de água a 30 °C circulem por uma torre
de refrigeração e que, desse volume, 2 litros sejam evaporados. Sabendo que o calor latente de vaporização da água é
L = 540 cal/g e que seu calor específico é c = 1,0 cal/g ⋅ °C, qual é a temperatura final da parcela da água que não
evaporou?
A soma das quantidades de calor da evaporação e do resfriamento deve ser nula. Assim, temos:
Qevap. + Qresf. = 0 s mevap. ⋅ Lv + mresf. ⋅ c ⋅ Δθ s 2 ⋅ 103 ⋅ 540 + 108 ⋅ 103 ⋅ 1 ⋅ (θ – 30) = 0 s θ = 20 °C
b) A maioria dos chuveiros no Brasil aquece a água do banho por meio de uma resistência elétrica. Usualmente, a resis-
tência é constituída de um fio feito de uma liga de níquel e cromo de resistividade ρ = 1,1 ⋅ 10-6 Ω ⋅ m. Considere um
chuveiro que funciona com tensão de U = 220 V e potência P = 5 500 W. Se a área da secção transversal do fio da liga
for A = 2,5 ⋅ 10-7 m2, qual é o comprimento do fio da resistência?
U2 1
Utilizando a relação de potência P = , em que R = ρ ⋅ , temos:
R A
U2 U2 ⋅ A 220 ⋅ 220 ⋅ 2, 5 ⋅ 10 –7
P= sL= sL= =2m
L ρ ⋅ P 1,1 ⋅ 10 –6 ⋅ 5 500
ρ⋅
A
84
3-4 REVISÃO
Nome: Data:
Escola: Turma:
Física – Eletrodinâmica
Capítulo 3 – Associação de resistores
Capítulo 4 – Geradores e receptores elétricos
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológicos de uso
comum.
1. (Enem) O fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos. Quando a corrente que passa por esse
componente elétrico é maior que sua máxima corrente nominal, o fusível queima. Dessa forma, evita que a corrente elevada
danifique os aparelhos do circuito. Suponha que o circuito elétrico mostrado seja alimentado por uma fonte de tensão U e
o fusível suporte uma corrente nominal de 500 mA.
60
30 Ω
60
Ω
120 Ω
Fusível
60
Ω
40
Ω
R2 = 60 Ω
Com a máxima corrente de 0,5 A (500 mA) que o fusível suporta, temos para o resistor 1:
U1 = R1 ⋅ i1 s U1 = 120 ⋅ 0,5 = 60 V
É a mesma tensão que se aplica em R2, portanto:
U2 = U1 = R2 ⋅ i2 s 60 = 60 ⋅ i2 s i2 = 1 A
Dessa forma, a corrente total do circuito e que passa por R3:
i = i1 + i2 =0,5 + 1,0 = 1,5 A
Assim, a tensão no resistor 3 será de:
U3 = R3 ⋅ i s U3 = 40 ⋅ 1,5 = 60 V
Então, a máxima tensão aplicada ao circuito deverá ser de 120 V.
Alternativa d
85
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológicos de uso
comum.
2. Quando colocamos a bateria do celular para recarregar, ela passa a funcionar como um receptor elétrico, ou seja, ela recebe
energia elétrica e transforma-a em energia química. Por meio de medidores adequados, pode-se monitorar o processo de
recarga da bateria. Nos sistemas de recarga mais antigos, por exemplo, verificava-se que a corrente elétrica que a bateria
recebia durante o processo variava com o tempo, de acordo com o gráfico.
600
500
Corrente (mA)
400
300
200
100
Tempo (min)
Considerando que 1 Ah = 3 600 C, estime a carga elétrica, em coulombs, obtida pela bateria durante a recarga indicada
no gráfico.
A carga elétrica é dada pela área do gráfico corrente × tempo. Por aproximação temos a figura de um trapézio. Assim:
Q = área =
(B + b ) ⋅ h
sQ=
( 600 ⋅ 10–3 + 200 ⋅ 10–3 ) ⋅ 4 s Q = 1,6 ⋅ Ah = 1,6 ⋅ 3 600 C s Q = 5 760 C
2 2
86
Autoavaliação
Avalie seu desempenho no estudo dos capítulos deste caderno por meio da escala sugerida a seguir.
Escala de desempenho
Atribua uma pontuação ao seu desempenho em cada um dos objetivos apresentados, segundo a escala:
4 para excelente, 3 para bom, 2 para razoável e 1 para ruim.
Resistores
4 3 2 1 Identificou que a intensidade da corrente elétrica é medida por meio da razão entre a
quantidade de cargas e um intervalo de tempo definido?
4 3 2 1 Compreendeu o chamado efeito joule e a sua associação ao funcionamento dos resistores?
4 3 2 1 Compreendeu as relações entre tensão, resistência e corrente e seus usos na forma da
1a lei de Ohm?
Potência elétrica
4 3 2 1 Compreendeu a relação entre a potência e o brilho das lâmpadas elétricas?
4 3 2 1 Consegue diferenciar as tensões de uso em dispositivos de uso comum?
4 3 2 1 Compreende a importância e o funcionamento de dispositivos elétricos de proteção?
Associação de resistores
4 3 2 1 Conseguiu entender a necessidade de se associarem resistores para a obtenção dos efei-
tos resistivos necessários?
4 3 2 1 Consegue determinar a resistência equivalente das diferentes associações de resistores
(em série, em paralelo e mista)?
4 3 2 1 Compreendeu a importância de se conhecerem a dimensão dos condutores e o material
de que são feitos?
Agora, somando todos os pontos atribuídos, verifique seu desempenho geral no caderno e a
recomendação feita a você.
Entre 48 e 36 pontos, seu desempenho é satisfatório. Se julgar necessário, reveja alguns
conteúdos para reforçar o aprendizado.
Entre 35 e 25 pontos, seu desempenho é aceitável, porém você precisa rever conteúdos
cujos objetivos tenham sido pontuados com 2 ou 1.
Entre 24 e 12 pontos, seu desempenho é insatisfatório. É recomendável solicitar a ajuda do
professor ou dos colegas para rever conteúdos essenciais.
Procure refletir sobre o próprio desempenho. Somente assim você conseguirá identificar seus erros e corrigi-los.
FÍSICA
87
Conclus‹o
Revise seu trabalho com este caderno. Com base na
Direção geral: Guilherme Luz
autoavaliação, anote abaixo suas conclusões: aquilo Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas
que aprendeu e pontos em que precisa melhorar. Gestão de projetos editoriais: João Carlos Puglisi (ger.), Renato Tresolavy,
Thaís Ginícolo Cabral, João Pinhata
Edição e diagramação: Texto e Forma
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Planejamento e controle de produção: Paula Godo, Adjane Oliveira
e Mayara Crivari
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.),
Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula C. Malfa, Brenda T. de Medeiros Morais,
Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho, Celina I. Fugyama,
Gabriela M. de Andrade e Texto e Forma
Arte: Daniela Amaral (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.),
Daniel de Paula Elias (edição de arte)
Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Denise Durand Kremer (coord.),
Monica de Souza/Tempo Composto (pesquisa iconográfica)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.),
Tempo Composto – Monica de Souza, Catherine Bonesso, Maria Favoretto e
Tamara Queiróz (licenciamento de textos), Erika Ramires, Luciana Pedrosa Bierbauer
e Claudia Rodrigues (analistas adm.)
Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Ilustrações: Mouses Sagiorato
Cartografia: Eric Fuzii (coord.), Mouses Sagiorato (edit. arte),
Ericson Guilherme Luciano
Design: Gláucia Correa Koller (ger.), Aurélio Camilo (proj. gráfico)
Bibliografia.
18-14094 CDD-530.7
2019
ISBN 978 85 5716 203 7 (PR)
Código da obra 2150290
1a edição
1a impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
627796
88