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SINASE

Criança e Adolescente
CURSO RDP EXTENSIVO DPE
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SINASE - DIREITO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

Olá, pessoal. Tudo bem com vocês? Espero que estejam todos bem! Na matéria de Criança e
Adolescente, em provas de Defensoria Pública, precisamos ficar atentos a alguns pontos que podem
estar presentes de maneira aprofundada e com um certo grau de incidência.

A Lei nº 12.594/2012 (Lei do SINASE - que institui o Sistema Nacional de Atendimento


Socioeducativo), é um desses pontos que merecem nossa atenção. Primeiro, pela sua alta incidência
em provas. Segundo, pelo seu elevado grau de detalhes envolvendo a Defensoria Pública.

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Nós do RDP analisamos a recente prova da DPE/GO, na matéria de Criança e Adolescente, e a
Lei do Sinase caiu pelo menos 3 vezes na mesma prova, o que mostra o grau de absoluta importância
desse conteúdo para as próximas provas.

Nesse material, buscaremos trazer, com detalhes, pontos importantes e recorrentes em


provas sobre a matéria.

Caso você ainda não conheça nosso trabalho e tenha interesse em conhecer, estamos com
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Agora vamos começar!

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A Lei nº 12.594/2012 (também conhecida como Lei do Sinase), instituiu o Sistema Nacional
de Atendimento Socioeducativo da União e determinou que Estados e Municípios formulassem,
instituíssem, coordenassem e mantivessem seus sistemas de atendimento, no âmbito de suas
competências.

Apontou também a finalidade das medidas socioeducativas, ainda não estampadas


expressamente no Estatuto da Criança e do Adolescente, mas que receberam definição na nova
normativa, distribuindo seus objetivos em:

a) RESPONSABILIZAÇÃO do adolescente quanto às consequências lesivas do ato por ele


praticado;

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b) a INTEGRAÇÃO social do adolescente e a garantia de seus direitos, atingidos pela execução
do Plano Individual de Atendimento para ele e com ele construído; e

c) a DESAPROVAÇÃO da conduta infracional, consubstanciada na sentença proferida ao seu


caso, que fixará os parâmetros de sua execução, especialmente no que diz respeito à privação de sua
liberdade e restrição de seus direitos.

CAIU NA DPE/GO – 2021 – FCC: Segundo prevê expressamente a Lei no 12.594/2012 (Lei do Sinase),
é objetivo da medida socioeducativa a:1
(A) efetivação das disposições da sentença ou decisão judicial e proporcionar condições para a
harmônica reinserção social do adolescente.
(B) responsabilização penal-juvenil do adolescente quanto às consequências para si e para a
sociedade do ato infracional praticado.
(C) socioeducação e a reinserção social do adolescente com vistas à prevenção da reiteração
infracional.
(D) desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como parâmetro
máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos.

1 GAB: D.

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(E) reprovação e a prevenção do ato infracional por meio de intervenções educativas, terapêuticas e
socioassistenciais previstas no plano individual de atendimento.
CAIU NA DPE-PE-2015-CESPE: Com base na Lei nº 12.594/2012, que instituiu o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (SINASE) e regulamentou a execução das medidas socioeducativas,
julgue o item abaixo. “A referida lei trouxe importantes avanços na área da execução de medidas
socioeducativas, que não tinham previsão expressa no ECA, como o direito do adolescente internado
a visita íntima, a visita de filhos, independentemente da idade, e a garantia de inserção de
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa na rede pública de educação, em qualquer
fase do período letivo, contemplando as diversas faixas etárias e níveis de instrução”. 2

Importante lembrar que o CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do

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Adolescente) foi criado em 1991, pela Lei nº 8.242, e previsto pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente como o principal órgão do sistema de garantia de direitos. O CONANDA não foi criado
pelo SINASE, não confundam! No entanto, ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente (Conanda) compete as funções normativa, deliberativa, de avaliação e de fiscalização do
SINASE.

Em resumo, o CONANDA não foi criado pela lei do SINASE, mas é o responsável por analisar a
eficiência do sistema de perto. Veja como caiu em prova!

CAIU NA DPE-BA-2016-FCC: “Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente


(Conanda) competem as funções normativa, deliberativa, de avaliação e de fiscalização do Sinase”. 3

Também fiquem espertos, pois há questões de prova afirmando que há previsão do SINASE
na constituição de 1988, e não há. Outro detalhe importante é a data da criação SINASE, que é de
2012.

2 CORRETO.
3 CORRETO.

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CAIU NA DPE-BA-2016-FCC: “Mesmo previsto na Constituição Federal desde 1988, foi efetivamente
implantado no país somente a partir de 2010, quando, por força de lei federal, a adesão a esse
Sistema tornou-se obrigatória pelos estados, municípios e Distrito Federal.” 4.

Em seu art. 1º, §2º definiu a lei quais eram as medidas socioeducativas a serem aplicadas:

1. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
Entendem-se por medidas socioeducativas as previstas no art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), as quais têm por objetivos (...)

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Ou seja, as medidas socioeducativas são aquelas previstas no art. 112 do ECA, quais sejam:

1.1 ESPÉCIES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS


Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

Um detalhe: a medida prevista no inciso VII, na verdade, se refere às medidas de proteção,


que podem ser aplicadas também aos adolescentes. A isso a doutrina chama de “medidas
socioeducativas atípicas”. Cuidado, pois o nome “atípica” pode te levar a acreditar que é algo
relacionado a não estar na lei, e na verdade está na Lei, só que não se trata de medida socioeducativa,
mas sim de medida de proteção ao adolescente.

4 ERRADO.

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MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
1.2 TÍPICAS 1.3 ATÍPICAS
- advertência; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI
- obrigação de reparar o dano; (MEDIDAS DE PROTEÇÃO)
- prestação de serviços à comunidade;
- liberdade assistida; SE LIGA: não custa lembrar que criança (ou seja,
- inserção em regime de semiliberdade; pessoa com até 12 anos de idade) PRATICA ato
- Internação em estabelecimento infracional, mas recebe, APENAS, medida de
educacional; proteção. Ou seja, criança NÃO RECEBE MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA TÍPICA.

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Além disso, precisamos saber a competência de cada ente da unidade federativa. Eu sei que
isso é pouco chato, mas se cai na prova nós precisamos ver, não é?

1.4 COMPETÊNCIAS DA UNIÃO


Art. 3º Compete à União:

I - formular e coordenar a execução da política nacional de atendimento socioeducativo;

II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em parceria com os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios;

III - prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas;

IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo,


seu funcionamento, entidades, programas, incluindo dados relativos a financiamento e
população atendida;

V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo;

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VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento das unidades e programas de


atendimento e as normas de referência destinadas ao cumprimento das medidas
socioeducativas de INTERNAÇÃO E SEMILIBERDADE;

VII - instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus
planos, entidades e programas;

VIII - financiar, com os demais entes federados, a execução de programas e serviços do Sinase;
e

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IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos aos gestores estaduais,
distrital e municipais, para financiamento de programas de atendimento socioeducativo.

Atenção para o art. 18 e seus parágrafos. A princípio, o art. 18 estabelece que a União, em
articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, realizará avaliações periódicas da
implementação dos Planos de Atendimento Socioeducativo em intervalos não superiores a 3 (três)
anos. O § 1º deixa claro que o objetivo da avaliação é verificar o cumprimento das metas
estabelecidas e elaborar recomendações aos gestores e operadores dos Sistemas.

O § 2º do mesmo art.18, inclusive já cobrado em prova, deixa claro que o processo de


avaliação deverá contar com a participação de representantes do Poder Judiciário, do Ministério
Público, da Defensoria Pública e dos Conselhos Tutelares.

CAIU NA DPE/GO – FCC – 2021: Segundo prevê a Lei no 12.594/2012, quanto à organização e gestão
do Sinase – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, a Defensoria Pública 5:
(A) terá ciência da inscrição dos programas socioeducativos de privação de liberdade no Conselho de
Direitos da Criança e do Adolescente, podendo instaurar incidente de impugnação.

5 GAB: D.

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(B) deverá cadastrar-se no Sinase e fornecer regularmente dados necessários ao povoamento e à


atualização do Sistema.
(C) terá assento no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, sendo membro nato
na comissão responsável pelo controle do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.
(D) participará do processo de avaliações periódicas da implementação dos Planos de Atendimento
Socioeducativo, elaborando recomendações aos gestores e operadores dos Sistemas.
(E) comporá, ao lado dos demais órgãos do Sistema de Justiça, a comissão permanente de
coordenação do Sistema Nacional de Avaliação e Acompanhamento da Gestão do Atendimento
Socioeducativo.

Vistas as da união, precisamos analisar as competências dos Estados:

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1.5 COMPETÊNCIA DOS ESTADOS
Art. 4º Compete aos Estados:

I - formular, instituir, coordenar e manter Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo,


respeitadas as diretrizes fixadas pela União;

II - elaborar o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo em conformidade com o Plano


Nacional;

III - criar, desenvolver e manter programas para a execução das medidas socioeducativas de
SEMILIBERDADE E INTERNAÇÃO;

IV - editar normas complementares para a organização e funcionamento do seu sistema de


atendimento e dos sistemas municipais;

V - estabelecer com os Municípios formas de colaboração para o atendimento socioeducativo


em MEIO ABERTO;

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VI - prestar assessoria técnica e suplementação financeira aos Municípios para a oferta regular
de programas de meio aberto;

VII - garantir o pleno funcionamento do plantão interinstitucional, nos termos previstos no


inciso V do art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente);

VIII - garantir defesa técnica do adolescente a quem se atribua prática de ato infracional;

IX - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo e


fornecer regularmente os dados necessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e

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X - cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de programas e ações destinados
ao atendimento inicial de adolescente apreendido para apuração de ato infracional, bem como
aqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada medida socioeducativa privativa de
liberdade.

E por fim, para fechar com chave de ouro, as competências MAIS importantes para sua prova,
as municipais.

1.6 COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS


Art. 5º Compete aos Municípios:

I - formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo,


respeitadas as diretrizes fixadas pela União e pelo respectivo Estado;

II - elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, em conformidade com o Plano


Nacional e o respectivo Plano Estadual;

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III - criar e manter programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas em
MEIO ABERTO;

IV - editar normas complementares para a organização e funcionamento dos programas do seu


Sistema de Atendimento Socioeducativo;

V - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo e


fornecer regularmente os dados necessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e

VI - cofinanciar, conjuntamente com os demais entes federados, a execução de programas e


ações destinados ao atendimento inicial de adolescente apreendido para apuração de ato

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infracional, bem como aqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada medida
socioeducativa em meio aberto.

CUIDADO porque isso já caiu em prova; quando se fala em SEMILIBERDADE e INTERNAÇÃO,


estamos falando dos estados; já se estamos falando de medida socioeducativa em meio aberto, a
referência é aos municípios.

CAIU NA DPE-MA-2019-FCC: “Os Planos Municipais de Atendimento Socioeducativo, segundo dispõe


a Lei nº 12.594/12, terão sua execução acompanhada pelas comissões temáticas pertinentes da
Câmara Municipal”.6

Pronto. Respirem, tomem uma água, que agora o show vai começar!

Vamos entrar em um assunto delicado, que é a execução das medidas socioeducativas.

De início, você precisa saber sobre TODOS os princípios que regem a EXECUÇÃO DAS MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS, certo? Eles estão no art.35 do SINASE:

6 CORRETO.

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1.7 PRINCÍPIOS QUE REGEM A EXECUÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS


Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelos seguintes princípios:

I - legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o conferido
ao adulto (CUIDADO COM A NOMENCLATURA, É PRINCÍPIO DA LEGALIDADE MESMO!)

II - excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo-se meios de


autocomposição de conflitos;

III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível, atendam às
necessidades das vítimas (se a questão relacionar a execução da medida socioeducativa à justiça

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restaurativa, esse dispositivo é imprescindível na resposta);

IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida;

V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito ao que dispõe o art.
122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);

VI - individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pessoais do


adolescente;

VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da medida;

VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia, gênero, nacionalidade,


classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertencimento a qualquer
minoria ou status; e

IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo.

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CAIU NA DPE-RS-2018-FCC: “Com relação aos princípios que regem a execução das medidas
socioeducativas previstos na Lei nº 12.594/12, que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase), pelo princípio da legalidade não pode o adolescente receber tratamento
mais gravoso do que o conferido ao adulto.”7

CAIU NA DPE-PA-2015-FMP CONCURSOS: “A execução das medidas socioeducativas rege-se, dentre


outros, pelos seguintes princípios: mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos
objetivos da medida; individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias
pessoais do adolescente, e excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas,
favorecendo-se meios de autocomposição de conflitos”.8

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Antes de aprofundar, vamos revisar um assunto importante.

O que são medidas de proteção? Quando se aplica medida de proteção e quando se aplica
medida socioeducativa?

O art. 101 do ECA traz as hipóteses de medida de proteção:

2. MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

7 CORRETO.
8 CORRETO.

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IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da


família, da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou


ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras


e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência

IX - colocação em família substituta.

CAIU NA DPE-SP-2015-FCC: “Quanto às medidas de proteção previstas no Estatuto da Criança e do


Adolescente, cabe ao Conselho Tutelar executar as medidas protetivas por ele aplicadas, nos termos
da Resolução nº 113 do CONANDA”.9

CAIU NA DPE-BA-2016-FCC- “Sobre os princípios que regem a aplicação das medidas específicas de
proteção, conforme expressamente previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto
afirmar que, pelo(s) princípio(s) da intervenção mínima, a intervenção deve ser exercida
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos
direitos e à proteção da criança e do adolescente”. 10

9 ERRADO. O erro é afirmar que o CT executa as medidas. O conselho pode REQUSITAR a execução. Isso porque segundo
o art. 21 da Resolução 113 do CONANDA, somente os conselhos tutelares têm competência para apurar os atos
infracionais praticados por crianças, aplicando-lhes medidas especificas de proteção, previstas em lei, a serem cumpridas
mediante requisições do conselho. (artigo 98, 101,105 e 136, III, “b” da Lei nº 8.069/1990).
10 CORRETO.

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O que eu preciso que vocês entendam é que as medidas de proteção podem ser aplicadas às
crianças e aos adolescentes, quando estes estiverem em situação de vulnerabilidade, causada por
atitude deles mesmos, dos seus pais, ou do Estado.

No entanto, sabemos que crianças e adolescentes não cometem crimes, mas sim ato
infracional análogo a crime, pois a tipicidade, nesses casos, é delegada (esse termo já foi cobrado em
prova oral, então por favor GUARDEM ISSO).

Assim, se alguém com 12 anos incompletos pratica um ato infracional, não pode a ele ser
imputada uma medida socioeducativa, mas apenas medida de proteção.

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Certo.

No entanto, caso ele tenha mais de 12 anos, a ele pode ser imputada uma das medidas
socioeducativas previstas no art. 112 do ECA.

Aí que chegamos.

É justamente o procedimento dessas medidas socioeducativas será regulado pela lei do


SINASE, entendeu?

Vamos seguir.

O art. 38 do SINASE prevê que se forem aplicadas medidas de proteção, advertência e de


reparação do dano, não é necessário que sejam criados novos autos. Ou seja, a medida será
executada nos mesmos autos em que foi desenvolvido o processo de conhecimento (processo
sincrético11).

11 Processo sincrético é isso; nos mesmos autos ocorre o processo de conhecimento e o cumprimento da sentença
(conceito muito comum na esfera do cumprimento de sentença do processo civil, em que o exequente não precisa abrir
um processo de execução; basta prosseguir nos próprios autos).

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2.1 EXECUÇÃO NOS PRÓPRIOS AUTOS


Art. 38. As medidas de PROTEÇÃO, DE ADVERTÊNCIA E DE REPARAÇÃO DO DANO, quando aplicadas
de forma isolada, serão executadas nos próprios autos do processo de conhecimento, respeitado
o disposto nos arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).

CAIU NA DPE-PR-2012-FCC: “O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação


de serviços à comunidade, liberdade assistida, reparação de danos, semiliberdade ou internação,
dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA)”.12

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No entanto, se forem aplicadas medidas socioeducativas de prestação de serviços à
comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação, será constituído um novo processo
de execução. Então, pelo amor de Deus, amores, não esqueçam isso jamais:

2.2 EXECUÇÃO EM NOVO PROCESSO


Art. 39. Para aplicação das medidas socioeducativas de prestação de serviços à comunidade,
liberdade assistida, semiliberdade ou internação, será constituído processo de execução para cada
adolescente, respeitado o disposto nos arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), e com autuação das seguintes peças (...)

Cuidado, ainda com o §2º do art. 42:

§ 2º A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração


da medida não são fatores que, por si, justifiquem a não substituição da
medida por outra menos grave13.

12 ERRADO. Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à comunidade,
liberdade assistida, semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA), instrumento de
previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com o adolescente. Reparação de danos independente
de PIA.
13 Lembram do princípio da legalidade no SINASE? Ora, se não é possível impor um regime de cumprimento de pena mais

gravoso ao condenado por crime tão somente pela gravidade em abstrato da conduta, menos ainda é possível impor
medida mais gravosa ao adolescente.

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Aplicada a medida socioeducativa, poderá haver pedido de substituição ou suspensão das


medidas pelo Defensor Público? Sim.

Art. 43. A reavaliação da manutenção, da substituição ou da suspensão das


medidas de meio aberto ou de privação da liberdade e do respectivo plano
individual pode ser solicitada a qualquer tempo, a pedido da direção do
programa de atendimento, do defensor, do Ministério Público, do
adolescente, de seus pais ou responsável.

§ 1º Justifica o pedido de reavaliação, entre outros motivos:

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I - o desempenho adequado do adolescente com base no seu plano de
atendimento individual, antes do prazo da reavaliação obrigatória;

II - a inadaptação do adolescente ao programa e o reiterado descumprimento


das atividades do plano individual; e

III - a necessidade de modificação das atividades do plano individual que


importem em maior restrição da liberdade do adolescente.

§ 2º A autoridade judiciária poderá indeferir o pedido, de pronto, se entender


insuficiente a motivação.

§ 3º Admitido o processamento do pedido, a autoridade judiciária, se


necessário, designará audiência, observando o princípio do § 1º do art. 42
desta Lei.

É bom lembrar que, segundo o STJ, a Defensoria Pública pode ter acesso aos autos de
procedimento verificatório instaurado para inspeção judicial e atividade correicional de unidade de

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execução de medidas socioeducativas. STJ. 6ª Turma. RMS 52271-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 19/06/2018 (Info 629).

Nesse sentido o STJ:

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DEFENSORIA PÚBLICA.


PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E DEFESA DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
E COLETIVOS. ACESSO AOS AUTOS DE PROCEDIMENTO VERIFICATÓRIO.
POSSIBILIDADE.
RECURSO PROVIDO. 1- A Lei Complementar nº 80/94, ao estabelecer os
objetivos da Defensoria Pública, elenca, dentre outros, a primazia da

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dignidade da pessoa humana e a prevalência e efetividade dos direitos
humanos e, para tanto, indica, como função institucional, a promoção da
difusão e da conscientização dos direitos humanos, da cidadania e do
ordenamento jurídico, além da prestação de orientação jurídica e defesa dos
necessitados, e, especificamente quanto ao tema em debate, o exercício da
defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente e a
atuação na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas de
tortura, abusos sexuais, discriminação ou qualquer outra forma de opressão
ou violência, propiciando o acompanhamento e o atendimento
interdisciplinar das vítimas (Arts. 3º e 4º). 2 - Nessa linha, a despeito de a
legislação não incluir, no rol de competências da Instituição, a atribuição para
fiscalizar as unidades de internação, estabelece, expressamente, a função de
atuar na preservação e na reparação dos direitos de pessoas vítimas de
violência e opressão, do que decorre ser imperioso o acesso a informações
decorrentes de registros de eventuais ocorrências que possam ensejar a sua
atuação. 3 - O art. 128 da LC 80/94 elenca como prerrogativa dos membros
da Defensoria Pública dos Estados: VII - ter vista pessoal dos processos fora
dos cartórios e secretarias, ressalvadas as vedações legais; e VIII - examinar,
em qualquer repartição pública, autos de flagrantes, inquéritos e processos,

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assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos. 4 - Na


ausência de vedação legal, não há falar em impedimento de acesso da
Defensoria Pública aos autos de Procedimento Verificatório instaurado para
inspeção judicial e atividade correcional de unidade de execução de medidas
socioeducativas, após relatos e denúncias de agressões sofridas pelos
adolescentes internados e de outras irregularidades no processo
ressocializador. 5 - Recurso ordinário provido para garantir à Defensoria
Pública o acesso aos autos do Procedimento Verificatório de nº 20/06. (RMS
52.271/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em
19/06/2018, DJe 29/06/2018)

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Vamos seguir adiante que estamos indo muito bem.

Agora veja: é possível a substituição, por exemplo, de uma medida socioeducativa, por uma
mais grave? Sim, é possível, mas deve preencher alguns requisitos.

§ 4º A substituição por medida mais gravosa somente ocorrerá em situações


excepcionais, após o devido processo legal, inclusive na hipótese do inciso III
do art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), e deve ser:
I - fundamentada em parecer técnico;
II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1º do art. 42 desta Lei.

Agora que você está entendendo, vamos além.

Sobre a unificação das medidas, vejam esse artigo:

Art. 45. Se, no transcurso da execução, sobrevier sentença de aplicação de


nova medida, a autoridade judiciária procederá à unificação, ouvidos,

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previamente, o Ministério Público e o defensor, no prazo de 3 (três) dias


sucessivos, decidindo-se em igual prazo.

Cuidado com DOIS detalhes MUITO importantes previstos nos §§ do art.45:

§ 1º É vedado à autoridade judiciária determinar reinício de cumprimento de


medida socioeducativa, ou deixar de considerar os prazos máximos, e de
liberação compulsória previstos na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), excetuada a hipótese de medida
aplicada por ato infracional praticado durante a execução.

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§ 2º É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por
atos infracionais praticados anteriormente, a adolescente que já tenha
concluído cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, ou que
tenha sido transferido para cumprimento de medida menos rigorosa, sendo
tais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa
extrema.

Em outras palavras, caso um adolescente pratique um ato infracional em 2010, comece a


cumprir a medida socioeducativa de internação em 2011, e pratique um novo ato infracional em
2011, durante o cumprimento da internação, o juiz unificará o tempo e poderá o adolescente ficar
mais de três anos, caso não complete os 21 anos até lá.

Por outro lado, caso o ato infracional seja anterior ao dia do cumprimento da medida de
internação, por exemplo, ele é absorvido pelo cumprimento da internação, face à atualidade.
Entenderam?

Certo, vamos adiante.

Quais são as formas de extinção das medidas socioeducativas?

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Isso cai MUITO. O rol está no art. 46 do SINASE:

3. FORMAS DE EXTINÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS


Art. 46. A medida socioeducativa será declarada extinta:

I - pela morte do adolescente;

II - pela realização de sua finalidade;

III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime FECHADO ou
SEMIABERTO, em execução provisória ou definitiva (GENTE, CUIDADO AQUI! Percebam que o

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inciso fala em cumprimento de pena em regime fechado ou semiaberto; o inciso fala em prisão
preventiva? NÃO! pois bem; dessa forma, prisão preventiva decretada não extingue
necessariamente a medida socioeducativa);

IV - pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao


cumprimento da medida; e

V - nas demais hipóteses previstas em lei.

No entanto, até aí tudo bem. Mas eu te pergunto: e se o adolescente, maior de 18 anos estiver
cumprindo medida socioeducativa e RESPONDER a processo criminal, como agir o Defensor Público?

Calma, vamos entender isso.

De início, lembrem-se que é possível que ele fique internado até os 21 anos, certo?

Nessa situação, o Defensor Público pode peticionar ao juízo para que decida sobre a extinção
da referida medida, certo? Veja o que diz o §1º do mesmo artigo.

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§ 1º No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento de medida


socioeducativa, responder a processo-crime, caberá à autoridade judiciária
decidir sobre eventual extinção da execução, cientificando da decisão o juízo
criminal competente.

De fato, o STJ, em um caso concreto, considerou que “é válida a extinção de medida


socioeducativa de internação quando o juízo da execução, ante a superveniência de processo-crime
após a maioridade penal, entende que não restam objetivos pedagógicos em sua execução”. HC
551.319-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 12/05/2020, DJe
18/05/2020.

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Poderá ainda o Defensor, a qualquer tempo, solicitar a revisão da medida.

Art. 48. O defensor, o Ministério Público, o adolescente e seus pais ou


responsável poderão postular revisão judicial de qualquer sanção disciplinar
aplicada, podendo a autoridade judiciária suspender a execução da sanção
até decisão final do incidente.

§ 1º Postulada a revisão após ouvida a autoridade colegiada que aplicou a


sanção e havendo provas a produzir em audiência, procederá o magistrado
na forma do § 1º do art. 42 desta Lei.

§ 2º É vedada a aplicação de sanção disciplinar de isolamento a adolescente


interno, exceto seja essa imprescindível para garantia da segurança de outros
internos ou do próprio adolescente a quem seja imposta a sanção, sendo
necessária ainda comunicação ao defensor, ao Ministério Público e à
autoridade judiciária em até 24 (vinte e quatro) horas.

Outro ponto demasiadamente importante, e que foi objeto da prova subjetiva da DPE-BA, foi
acerca do mandado de busca e apreensão do adolescente.

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Qual o prazo de vigência?

Oi? Prazo de validade de mandado de busca? Agora eu vi, viu? Essa é nova, RDP.

Pois é, há prazo para o mandado de busca e apreensão no SINASE, e é de 6 meses, vejam:

4. VIGÊNCIA DO MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO


Art. 47. O mandado de busca e apreensão do adolescente terá vigência máxima de 6 (seis)
meses, a contar da data da expedição, podendo, se necessário, ser renovado,
fundamentadamente.

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Mas vamos avançar, pois aposto que vocês estão entendendo bem direitinho.

Trataremos agora de um ponto extremamente delicado para nossas provas, que é sobre o
Plano Individual de Atendimento, também chamado de PIA.

Primeiro, o PIA tratado aqui diz respeito ao previsto na Lei do Sinase. Digo isso porque há um
PIA previsto no ECA, mas este diz respeito ao acolhimento institucional e familiar.

Vamos lá.

O PIA tem previsão expressa no art.52 do Sinase:

Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de


prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou
internação, dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA),
instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem
desenvolvidas com o adolescente.

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Parágrafo único. O PIA deverá contemplar a participação dos pais ou


responsáveis, os quais têm o dever de contribuir com o processo
ressocializador do adolescente, sendo esses passíveis de responsabilização
administrativa, nos termos do art. 249 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), civil e criminal.

Certo, mas por quem é elaborado o PIA?

Isso você precisa saber, vejam:

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Art. 53. O PIA será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do
respectivo programa de atendimento, com a participação efetiva do
adolescente e de sua família, representada por seus pais ou responsável.

Entendi, mas o que deve constar no PIA, no mínimo?

Art. 54. Constarão do plano individual, no mínimo:


I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
II - os objetivos declarados pelo adolescente;
III - a previsão de suas atividades de integração social e/ou capacitação
profissional;
IV - atividades de integração e apoio à família;
V - formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano
individual; e
VI - as medidas específicas de atenção à sua saúde.

Beleza. Até aí tá mara!

Mas qual o prazo para que seja elaborado esse PIA?

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Pessoal, a resposta é “depende”. Vejam:

REGRA EXCEÇÃO
O PIA será elaborado no prazo de até 45 Para o cumprimento das medidas de prestação de
(quarenta e cinco) dias da data do ingresso do serviços à comunidade e de liberdade assistida, o
adolescente no programa de atendimento. PIA será elaborado no prazo de até 15 (quinze)
dias do ingresso do adolescente no programa de
atendimento.

Ou seja: a regra é 45 dias. Mas se for para cumprimento de prestação de serviços à


comunidade e liberdade assistida, o prazo é de 15 dias.

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CAIU NA DP-DF-2019-CESPE: “O cumprimento de medida socioeducativa de internação sempre
dependerá de plano individual de atendimento (PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das
atividades a serem desenvolvidas com o adolescente; diferentemente, nos casos de cumprimento de
medida socioeducativa em regime de prestação de serviços à comunidade, o PIA é dispensável”. 14

CAIU NA DPE-PR-2012-FCC: “Para o cumprimento das medidas de prestação de serviços à


comunidade, o PIA será elaborado no prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias do ingresso do
adolescente no programa de atendimento”.15

Certo. Agora vamos mais além, saindo do PIA para outro assunto.

Um tópico que sempre tem caído bastante é o “Do Atendimento a Adolescente com
Transtorno Mental e com Dependência de Álcool e de Substância Psicoativa”.

14 ERRADO. Art. 52, da Lei nº 12.594/12 Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação
de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de
Atendimento (PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com o adolescente.
Como vimos, apenas na reparação de danos que é dispensável.
15 ERRADO. O prazo para elaboração do PIA para o cumprimento das medidas de prestação de serviços à comunidade é

de 15 dias.

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Portanto, a leitura é recomendada:

Do Atendimento a Adolescente com Transtorno Mental e com Dependência


de Álcool e de Substância Psicoativa

Art. 64. O adolescente em cumprimento de medida socioeducativa que


apresente indícios de transtorno mental, de deficiência mental, ou
associadas, deverá ser avaliado por equipe técnica multidisciplinar e
multissetorial.

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§ 1º As competências, a composição e a atuação da equipe técnica de que
trata o caput deverão seguir, conjuntamente, as normas de referência do SUS
e do Sinase, na forma do regulamento.

§ 2º A avaliação de que trata o caput subsidiará a elaboração e execução da


terapêutica a ser adotada, a qual será incluída no PIA do adolescente,
prevendo, se necessário, ações voltadas para a família.

§ 3º As informações produzidas na avaliação de que trata o caput são


consideradas sigilosas.

§ 4º Excepcionalmente, o juiz poderá suspender a execução da medida


socioeducativa, ouvidos o defensor e o Ministério Público, com vistas a incluir
o adolescente em programa de atenção integral à saúde mental que melhor
atenda aos objetivos terapêuticos estabelecidos para o seu caso específico.

§ 5º Suspensa a execução da medida socioeducativa, o juiz designará o


responsável por acompanhar e informar sobre a evolução do atendimento ao
adolescente.

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§ 6º A suspensão da execução da medida socioeducativa será avaliada, no


mínimo, a cada 6 (seis) meses.

§ 7º O tratamento a que se submeterá o adolescente deverá observar o


previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção
e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o
modelo assistencial em saúde mental.

§ 8º (VETADO).

Art. 65. Enquanto não cessada a jurisdição da Infância e Juventude, a

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autoridade judiciária, nas hipóteses tratadas no art. 64, poderá remeter cópia
dos autos ao Ministério Público para eventual propositura de interdição e
outras providências pertinentes.

Para finalizar, vejam o que diz a Lei do Sinase sobre visitas aos adolescentes em cumprimento
de MSE de internação:

Art. 67. A visita do cônjuge, companheiro, pais ou responsáveis, parentes e


amigos a adolescente a quem foi aplicada medida socioeducativa de
internação observará dias e horários próprios definidos pela direção do
programa de atendimento.

Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente,


em união estável o direito à visita íntima.

Parágrafo único. O visitante será identificado e registrado pela direção do


programa de atendimento, que emitirá documento de identificação, pessoal
e intransferível, específico para a realização da visita íntima.

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Art. 69. É garantido aos adolescentes em cumprimento de medida


socioeducativa de internação o direito de receber visita dos filhos,
independentemente da idade desses.

Art. 70. O regulamento interno estabelecerá as hipóteses de proibição da


entrada de objetos na unidade de internação, vedando o acesso aos seus
portadores.

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QUESTÕES PARA FIXAR


Questão 01
Um dos objetivos da lei do SINASE é a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos
individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento.

CERTO ERRADO

Questão 02
Segundo a lei do SINASE, compete aos Estados estabelecer diretrizes sobre a organização e
funcionamento das unidades e programas de atendimento e as normas de referência destinadas ao
cumprimento das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade.

CERTO ERRADO

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Questão 03
A lei do SINASE estabelece que a execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelo princípio da
igualdade, pelo qual, não pode o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o conferido
ao adulto.

CERTO ERRADO

Questão 04
As medidas de proteção, de advertência e de reparação do dano, quando aplicadas de forma isolada,
serão executadas nos próprios autos do processo de conhecimento.

CERTO ERRADO

Questão 05
A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida são fatores que,
por si, justificam a não substituição da medida por outra menos grave.

CERTO ERRADO

Questão 06
A substituição de medida socioeducativa por uma mais grave somente ocorrerá em situações
excepcionais, após o devido processo legal, e deve ser precedida de prévia audiência.

CERTO ERRADO

Questão 07
É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos infracionais praticados
anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioeducativa dessa
natureza, ou que tenha sido transferido para cumprimento de medida menos rigorosa, sendo tais
atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema.

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CERTO ERRADO

Questão 08
Em qualquer hipótese, é vedada a aplicação de sanção disciplinar de isolamento a adolescente
interno.

CERTO ERRADO

Questão 09
Em regra, o plano individual de atendimento será elaborado no prazo de até 15 (quinze) dias da data
do ingresso do adolescente no programa de atendimento.

CERTO ERRADO

Questão 10

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Segundo a lei do SINASE, é assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente, em
união estável, o direito à visita íntima.

CERTO ERRADO

GABARITO
1.C 2.E 3.E 4.C 5.E

6.C 7.C 8.E 9.E 10.C

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QUESTÕES PARA FIXAR - COMENTÁRIOS


Questão 01
Um dos objetivos da lei do SINASE é a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos
individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento.
GAB: C. Previsão do art. 1º, §2º, II, da Lei do SINASE.

Questão 02
Segundo a lei do SINASE, compete aos Estados, estabelecer diretrizes sobre a organização e
funcionamento das unidades e programas de atendimento e as normas de referência destinadas ao
cumprimento das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade.
GAB:E. Trata-se de competência da União (art.3º, VI, da lei nº 12.594/12).

Questão 03
A lei do SINASE estabelece que a execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelo princípio da

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igualdade, pelo qual, não pode o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o conferido
ao adulto.
GAB: E. O enunciado aborda o princípio da legalidade (art. 35, I, da lei nº 12.594/12).

Questão 04
As medidas de proteção, de advertência e de reparação do dano, quando aplicadas de forma isolada,
serão executadas nos próprios autos do processo de conhecimento.
GAB: C. Previsão do art. 38 da lei nº 12.594/12.

Questão 05
A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida são fatores que,
por si, justificam a não substituição da medida por outra menos grave.
GAB:E. Os antecedentes e o tempo de duração da medida não são fatores que, por si, justificam a
não substituição da medida por outra menos grave (Art. 42, §2º, da lei nº 12.594/12).

Questão 06
A substituição de medida socioeducativa por uma mais grave somente ocorrerá em situações
excepcionais, após o devido processo legal, e deve ser precedida de prévia audiência.
GAB:C. Previsão do art. 43, §4º da lei nº 12.594/12.

Questão 07
É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos infracionais praticados
anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioeducativa dessa
natureza, ou que tenha sido transferido para cumprimento de medida menos rigorosa, sendo tais
atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema.
GAB: C. Previsão do art. 45, § 2º, da lei nº 12.594/12.

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Questão 08
Em qualquer hipótese, é vedada a aplicação de sanção disciplinar de isolamento a adolescente
interno.
GAB: E. O art. 48, § 2º da lei do SINASE apresenta exceção na hipótese de ser imprescindível para
garantia da segurança de outros internos ou do próprio adolescente a quem seja imposta a sanção.

Questão 09
Em regra, o plano individual de atendimento será elaborado no prazo de até 15 (quinze) dias da data
do ingresso do adolescente no programa de atendimento.
GAB: E. Em regra, o PIA deve ser elaborado no prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias da data do
ingresso do adolescente no programa de atendimento. Como vimos, há situações em que esse prazo
será de 15 dias.

Questão 10
Segundo a lei do SINASE, é assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente, em
união estável, o direito à visita íntima.

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GAB: C. Previsão do art. 68 da lei do SINASE.

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