Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Trauma de Tórax em Crianças e Adolescentes: Thoracic Trauma in Children and Adolescents
Trauma de Tórax em Crianças e Adolescentes: Thoracic Trauma in Children and Adolescents
Endereço para correspondência: Avenida São José, 300 - CEP 80050-350 - Curitiba - PR.
Unitermos: trauma torácico, criança, adolescente.
Unterms: thoracic trauma, child, adolescent.
Resumo
Introdução
Este trabalho tem como objetivo analisar o traumatismo torácico na criança e nos
adolescentes, enfatizando suas causas, os tipos de lesões, suas características,
métodos diagnósticos, manejo e complicações para que, deste modo, possa existir um
consenso sobre a melhor conduta a ser adotada neste tipo de trauma.
Casuística e método
Resultados
Foram constatadas 178 lesões associadas (Tabela 2), sendo que o traumatismo
cranioencefálico (TCE) foi a mais freqüente, observado em 45 (22,72%) pacientes;
diafragma, 36 (18,17%); fígado, 29 (14,64%); baço, 17 (8,58%); cólon, 12
(6,06%); estômago, 9 (4,54%); pulmão, 8 (4,04%); intestino delgado, 5 (2,52%);
rim, 3 (1,51%); trauma raquimedular, 2 (1,01%); traquéia, 2 (1,01%); vasos ilíacos
2 (1,01%); pâncreas, 2 (1,01%); vias biliares, 2 (1,01%); coração, 1 (0,5%);
esôfago, 1 (0,5%); bexiga, 1 (0,5%); e vasos mesentéricos, 1 caso (0,5%). O
hemopneumotórax esteve presente em 86 (43,43%) pacientes; o pneumotórax
isolado em 65 (32,82%) e o hemotórax isolado em 47 (23,73%). Considerando-se
a presença de fraturas associadas (Tabela 3), as fraturas de costelas foram as mais
freqüentes, ocorrendo em 31 (15,65%) pacientes e o tórax instável ocorreu em
apenas 2 (1,01%).
Discussão
Por outro lado, o trauma fechado de tórax com diagnóstico de fratura de costelas
tende a produzir uma lesão mais localizada, sendo que há 61% de incidência de
fratura de costelas em crianças, comparada a 80% em adultos(16). O mediastino é
mais livremente móvel, pois um pneumotórax ou um hemotórax causam amplo
deslocamento cardíaco, o que diminui o retorno venoso e resulta num decréscimo
do débito cardíaco e em redução da perfusão periférica(8). Devido à maior
elasticidade do parênquima pulmonar, o deslocamento do mediastino também
comprime os pulmões e desvia a traquéia, complicando o estado geral da
criança(8). Portanto, a incidência de fraturas de costelas em crianças é menor do
que em adultos, apresentado sítios de fraturas localizados mais posteriormente do
que lateralmente, enquanto as forças de desaceleração decorrentes de colisões
automobilísticas são mais aptas a se dispersarem nos pulmões, resultando em
contusão pulmonar, uma lesão de parênquima que resulta em hemorragia e edema
intersticial, levando a colapso alveolar e consolidação pulmonar(4).
Conclusões
Bibliografia
1. Meller JL, Little AG, Shermeta DW. Thoracic trauma in children. Pediatrics,
1989, 74(5):813-19.
2. Peclet MH, Newman KD, Eichelberger MR, Gotschall CS, Garcia VF, Bowman
LM. Thoracic trauma in children: an indicator of increased mortality. J Ped
Surg, 1990, 25(9):961-966.
3. Magin MN, Erli HJ, Mehlhase K, Paar O. Multiple trauma in children, patterns
of injury: treatment strategy and outcome. Eur J Pediatric Surg, 1999, 9:316-
324.
4. Donnelly LF, Frush DP. Abnormalities of the chest in pediatric patients. AJR,
1999, 173:1595-601.
5. Adesunkanmi ARK, Oginni LM, Oyelami AO, Badru OS. Road traffic accidents
to African children: assessment of severity using the injury severity score
(ISS). Injury, 2000, 31(4):225-8.
6. Adesunkanmi ARK, Oginni LM, Oyelami AO, Badru OS. Epidemiology of
childhood injury. J Trauma, 1998, 44(3):506-12.
7. Peterson RJ, Tiwary AD, Kissoon N, Tepas JJ, Ceithaml EL, Pieper P.
Pediatric penetrating thoracic trauma: a five-year experience. Ped Emerg
Care, 1994, 10(3):129-31.
8. Sarihan H, Abes M, Akyazici R, Cay A, Imamoglu M, Tasdelen I. Blunt
thoracic trauma in children. J Cardiovasc Surg, 1996, 37:525-8.
9. Smyth BT. Chest trauma in children. J Ped Surg 1979, 14:1, 41-7.
10. Rielly JP, Brandt ML, Mattox KL, Pokorny WJ. Thoracic trauma in children. J
Trauma, 1993, 34(3):329-31.
11. Pearson GD, Karr SS, Trachiotis GD, Midgley FM, Eichelberger MR, Martin
GR. A retrospective review of the role of transesophageal echocardiography in
aortic and cardiac trauma in a Level I Pediatric Trauma Center. J Am Soc
Echocardiography, 1997, 10(9):946-55.
12. Zinzer VA, Ojeda LEV. Thorax and abdomen injuries. Acta Pediatr, 1986,
7(4):133-7.
13. DiScala C, Sege R, Li G, Reece RM. Child abuse and unintentional injuries:
a 10-year retrospective. Arch Pediatr Adolesc Med, 2000, 154:16-22.
14. Garcia CB, Zaninovic AC. Battered child syndrome: X ray findings. Rev Chil
Pediatr, 1991, 62(4):273-80.
15. Oro RA, Valenzuela MT. Thoracic injuries in child. Cuad Cir, 1993, 7:1, 43-
50.
16. Allen GS, Cox CS. Pulmonary contusion in children: diagnosis and
management. South Med J, 1998, 91(12):1099-1106.
17. Fäber D, Hahn H, Fendt KT, Höpner F. Thoracic trauma in childhood:
radiologic findings. Radiologe, 1995, 35(6):385-90.
18. Michaels A, Hirsh M, Maher T, McKenna C. Survival following traumatic
rupture of the heart in a child. Ped Emerg Care, 1997, 13(1):19-20.
19. Roux P, Fischer RM. Chest injuries in children: an analysis of 100 cases of
blunt chest trauma from motor vehicle accidents. J Pediatric Surg, 1992,
27(5):551-5.
20. Mordehai J, Kurzbart E, Kapuller V, Mares AJ. Tracheal rupture after blunt
chest trauma in a child. J Pediatric Surg, 1997, 32(1):104-5.
21. Bulloch B, Schubert CJ, Brophy PD, Johnson N, Reed MH, Shapiro RA.
Cause and clinical characteristics of rib fractures in infants. Pediatrics, 2000,
105(4): E48.
22. Bicheli DP, Saenz NC, LoSasso BE, Sobo EJ. Pediatric aortic
pseudoaneurysm with a gunshot wound to the chest. J Trauma, 2000,
48(4):791-2.
23. Beghetti M, La Scala G, Belli D, Bugmann P, Kalangos A, Le Coultre C.
Etiology and management of pediatric chylothorax. J Pediatr, 2000, 136:5,
653-658.
24. Pouzac M, Blanchard N, Canarelli JP. Thoracic injuries in children. Arch
Pediatr, 2000, 7 Suppl 1:67S-72S.
25. Orliaguet G, Rakotoniaiana S, Meyer P, Blanot S, Carli P. Effect of a lung
contusion on the prognosis of severe head injury in the child. Ann Fr Anesth
Reanim, 2000, 19(3):164-70.