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O Executivo

Empreendedor -
Uma auto-
avaliação do seu
espírito
empreendedor

Roberto Cintra Leite


O EXECUTIVO
EMPREENDEDOR

Uma auto-avaliação do seu espírito


empreendedor

Autor: Roberto Cintra Leite

1. Ser ou não ser executivo


2. O executivo deve dosar seu otimismo antes de abrir uma
empresa
3. Auto-avaliação do espírito empreendedor
4. A audácia sem medo
5. Projetos Empresariais devem ser feitos sem passes de mágica
6. As qualidades das empresas no futuro
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Título: O Executivo Empreendedor
Todos os direitos reservados.
Autor: Roberto Cintra Leite
Nenhuma parte desta publicação poderá ser
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reproduzida sem a autorização da Editora.

1. Ser ou não Ser Executivo ?


Roberto Cintra Leite

Ter ou não o próprio negócio ? Veja suas chances !

{©Em recente pesquisa realizada no Brasil, ficou patente o desejo de 75% dos entrevistados de terem o seu
próprio negócio e deixarem de trabalhar para outros. Ficou revelado pelos resultados da pesquisa que trabalhar
por conta própria era o sonho do brasileiro. Pois bem, o Plano Real fez com que esse sonho se reacendesse,
tanto é que milhares de micro e pequenas empresas foram iniciadas desde a implantação da nova moeda e do
plano de estabilização da economia. Após essa euforia houve o desencanto, pois as turbulências do Plano Real
somente deixou os novos empresários endividados financeiramente, obrigando-os a retomarem à “escravidão
branca” do executivo de empresas já solidamente estabelecidas.Com a euforia da nova economia, das empresas
de tecnologia de Internet, esta acontecendo o mesmo fato econômico.
Outras pesquisas na área de comportamento, demonstram claramente que o executivo universitário na faixa
etária de 40 a 45 anos passa por uma fase de questionamento de sua capacidade gerencial, onde este procura
fazer uma avaliação de seu passado profissional, medindo o seu desempenho com base naquilo que alcançou
materialmente ou de benefícios e bem-estar acumulados. Nem sempre esta avaliação é verdadeira, pois a
satisfação profissional não se mede somente em compensação pecuniária.
Abaixo relacionamos algumas perguntas que, se respondidas positivamente, permitirão ao executivo sonhar com
o seu próprio negócio:
- Você já gerenciou projetos de sua própria iniciativa que geraram resultados positivos comprovados?
- Você conseguiu liderar pessoas de sua equipe conduzindo-as aos resultados esperados?
- Você tomou decisões acertadas que evidenciaram a sua razão sobre a matéria abordada?
- Você já publicou em revistas especializadas ou jornal de boa circulação os resultados dos seus projetos e as
suas experiências profissionais?
- Você conhece Informática e Internet?
- Você sempre buscou alternativas viáveis para solucionar os problemas encontrados?
- Você planejou a execução das suas atividades e/ou funções dentro de critérios inovadores e abrangentes?
- Você já identificou novas oportunidades de mercado, "nichos" no negócio de sua empresa?
- Você continua buscando informar-se melhor tecnicamente na execução das suas atividades?
- Você acredita ser capaz de ganhar dinheiro com a sua capacidade profissional, dentro da sua especialidade?
- Você considera a hipótese de se não der certo a experiência, retornar a ser empregado, se o mercado de
trabalho conseguir reabsorvê-lo?
- Você conseguiu se comunicar bem com todos os tipos de pessoa, que se relacionam com a sua atividade
profissional?

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- Você sempre analisa e leva em conta aspectos macro de natureza externa fora de seu controle para a tomada
de decisões?
- Você teria capacidade financeira para investir e continuar um novo negócio pelo menos por um ano sem
faturamento derivado de sua atividades empresariais?
- Você tem a capacidade de administrar o seu tempo, na realização de várias tarefas concomitantemente?
- Você tem saúde física e mental suficiente para encarar o trabalho com perseverança e esforço?
- Você tem senso de oportunidade, aproveitando aquelas que lhe pareceram mais adequadas?
- Você consegue traduzir profissionalmente a sua criatividade, transformando a idéia em fato?
- Você conseguirá administrar, produzir, vender e controlar financeiramente a sua atividade empresarial?
- Você seria capaz de desenvolver as atividades de relações públicas de seu negócio?
- Você tem entusiasmo e demonstra um grande amor pela atividade empresarial de sua escolha?
- Você adotaria uma postura ética e moral na administração dos seus negócios?
- Você já tem o seu primeiro cliente em potencial?
- Enfim, você se sente forte, com coragem de partir para o empreendimento?

Prezado futuro empresário: se você respondeu positivamente a mais de 80% das questões acima, você poderá
montar o seu próprio negócio e realizar o seu sonho profissional. Caso você não consiga esse índice, você
poderá continuar sendo um executivo empregado, mas não deve desistir de seu sonho. Prepare-se e desenvolva
suas habilidades, necessárias ao estabelecimento por conta própria, fortalecendo seus pontos fracos e
aperfeiçoando os seus pontos fortes até que você consiga responder a mais de 80% destas questões
positivamente e boa sorte !

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2. Executivo deve dosar o seu otimismo no momento


de montar uma empresa própria
Roberto Cintra Leite

O sonho de muitos executivos é de um dia “se Deus quiser” deixar a empresa e tornar-se empresário. Essa
atitude perante os desafios de ter o seu próprio negócio é escapista e irreal, muito embora o sonho seja o ponto
de partida para transformá-lo em realidade. Em seu livro “Ganhar”, o francês Bernard Tapie recomenda a
abertura de milhares de microempresas como forma de combate ao desemprego na França, hoje a uma taxa de
10%. No Brasil, a crise por si só justifica tal empresa.
A auto-realização profissional é o grande estímulo para que essa transformação de executivo em empresário
aconteça. Os exemplos de sucesso são as provas necessárias que demonstram que é possível a execução de
planos com esses objetivos.
Ao ambicionar dirigir o seu próprio destino, a liberdade que acompanha o empreendedor é motivo de satisfação
maior do que altos salários debaixo da “escravidão branca” do executivo. A liberdade de auto-administrar o seu
tempo dá um sensação magnífica. As políticas de incentivo já não mais surtem os efeitos desejados pois a
cenoura e o chicote, bem como o paternalismo, já não motivam executivos a melhorar o seu desempenho. A
liberdade e a criatividade, sim.

Os desafios
{©Os desafios da segunda carreira são inúmeros e pensarmos em iniciar tudo de novo desanima qualquer
cristão. A persistência e a garra são dois antídotos contra o desânimo, e as perspectivas otimistas dão o élan para
continuar a luta. O sabor da vitória após uma luta com a concorrência pelos mesmos espaços é muito maior, se
conseguida a duras penas. O dinheiro que entra fácil, também sai fácil. Portanto, a recíproca é verdadeira. O
medo de não dar certo e as responsabilidades que advêm dessa falha podem obliterar o otimismo inicial.
Muitas experiências são marcadas pela desilusão porque o otimismo exagerado embaraçou a visão da realidade.
As chances entre o fracasso e o sucesso no início do novo negócio deverão estar equilibradas na “gangorra” da
vida. O balanceamento desta é que determinará a continuidade ou não do negócio; portanto, todo o peso de um
planejamento adequado deverá ser jogado em cima dos pratos da balança.
No Brasil não se acredita em planejamento, pois se transformou em mito, uma vez que a nossa economia
instável no passado recente dificultava o seu exercício. Não obstante, no Japão, o planejamento a longo prazo
combinado com ações estratégicas resultou em sucesso empresarial. Dessa forma, a implantação dos planos e
programas será mais rápida, o que dará uma flexibilidade em termos de planos alternativos.
Se a idéia inicial justificou o “nicho” de mercado de produtos e serviços inexistentes ou embrionários,
devidamente amadurecida e analisada em seus pontos fortes e fracos, os objetivos serão mais facilmente
alcançados.

A experiência
Na prática, a experiência vale ouro, muito embora a teoria seja de grande ajuda. O espírito empreendedor é
básico para o sucesso que, se auxiliado por experiências anteriores e complementado pela teoria de projeções
futuras, dará uma visão mais clara das possibilidades de implantação. Não conte somente com sua experiência

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técnica adquirida ao longo da sua carreira de executivo, pois será necessária uma visão global das outras tarefas
administrativas.
Ao iniciar um novo negócio, o executivo acostumado a ter à sua disposição uma “mordomia” que o auxilia
bastante na execução de suas tarefas, vê-se repentinamente transformado em um “faz de tudo” da sua
microempresa. Nesse instante, a humildade e a garra são os dois fatores essenciais para sobreporem as
dificuldades de execução dos seus planos e programas. A infra-estrutura deverá ser enxuta e flexível o bastante
para manter os custos baixos.
A partir dessa realidade, o microempresário precisa ser eclético, fazendo de tudo para executar as suas tarefas.
Nessa fase inicial, é perfeitamente viável conciliar ao mesmo tempo as tarefas da alta administração de planejar,
criar, desenvolver programas, com as tarefas mais simples de digitar o micro ou varrer o chão. Em futuro
próximo, o microempresário terá que abrir mão das tarefas mecânicas, delegando aos seus auxiliares, bem como
automatizar e informatizar seu escritório.
As oportunidades estão sempre aparecendo e em constante evolução. Às microempresas, dada a sua flexibilidade,
poderão rapidamente responder aos desafios surgidos no mercado. Para tanto, será necessário manter as antenas
ligadas e abertos os canais de comunicação de informações. Necessário se faz estar preparado para quando as
oportunidades aparecerem, ou seja, que o empresário esteja devidamente vestido e calçado, pois, quando o
“cavalo” passar, é só montá-lo.
Certos produtos e/ou serviços já não interessam às grandes empresas. Esse nicho de mercado deverá ser
aproveitado rapidamente; até mesmo complementando os produtos e serviços que são prestados pela empresa
onde você, futuro empresário, ainda é hoje executivo. Geralmente, as grandes organizações não têm a
flexibilidade necessária para aproveitar as novas oportunidades que surgem com o desenvolvimento dos negócios
da empresa; daí surgiram microempresas que irão atuar como o “peixe guia do tubarão”.

Veja os passos certos para tomar-se empresário


Siga os dez passos abaixo e inicie a sua transformação de executivo em empresário:
1. Ainda a família é o início de tudo nesta vida, pois esse alicerce será muito necessário em seus momentos de
desânimo. Dialogue sobre as possibilidades.
2. Negocie com seus atuais empregadores essa idéia e identifique as oportunidades complementares que
venham a beneficiar os dois lados da medalha, em fabricação e/ou prestação de serviços à grande empresa.
3. Estude as possibilidades junto ao Clube dos Criadores de Empresas da FEA/USP, definindo o seu produto
e ganhando experiência acumulada de outros empreendedores e até verificando a possibilidade de poder
incubar sua nova empresa junto a Universidade.
4. Consulte assessores de empresas que possam auxilia-lo no estabelecimento das estratégias ou até ajuda-lo a
fazer o seu Business Plan – Plano de Negócios, necessários ao sucesso e descubra o nicho de mercado.
5. Economize o seu dinheiro para a formação de seu capital de investimento e de giro.
6. Busque associados à sua altura, com a adequada complementação e especialização técnica, organizacional e
de vendas.
7. Fortaleça os seus pontos fracos, reciclando seus conhecimentos através de cursos rápidos de até 30 horas.
8. Planeje com cuidado o seu negócio e verifique como ele se situa no mercado, junto aos concorrentes,
público-alvo, legislação, governo, fisco, setor de economia e outras variáveis.
9. Comece pequeno e prossiga com o objetivo de executar um crescimento modular nas instalações e outros
recursos.
10. Inicie a implantação do seu negócio somente após ter amadurecido a idéia inicial.
Vá em frente e desafie o futuro, pois suas experiências anteriores poderão justificar seu sonho em se tornar um
empresário.
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3. Auto-Avaliação do Espírito Empreendedor


Roberto Cintra Leite

INTRODUÇÃO
Cada vez mais o mundo dos negócios dá maior importância às pessoas com espírito empreendedor, pois são elas
que fazem os fatos acontecerem.
A garra, a pertinácia, o entusiasmo de um empreendimento são de suma importância no desenvolvimento sócio-
econômico de um país novo como o Brasil. O mesmo se aplica ao executivo de uma empresa que decidir tomar-
se um intra-empreendedor.
Esse desenvolvimento não acontece por obra e graça do Senhor, mas através do esforço na criação de micro e
pequenos negócios que, devido ao seu bom desempenho, se tomarão médias e grandes empresas no futuro.
A base da pirâmide empresarial está nas pequenas e médias empresas e seria impossível o desenvolvimento
sócio-econômico de um país moderno sem estruturação dessa base, pois são poucos aqueles que já começaram
grandes.
Se você ler esta coletânea na íntegra, talvez possa sentir-se mais tranqüilo quando verificar quais são as
qualidades de um empreendedor nato, ou de um intra-empreendedor.
Antes, porém, de indicarmos quais são as qualidades básicas do espírito empreendedor, vamos tentar uma
definição apropriada dos termos.

O QUE É O EMPREENDEDOR
O empreendedor nato é aquele que possui aguçada sensibilidade econômica para identificar oportunidades de
mercado, buscando tanto atender ao consumidor em seus desejos de novos produtos e/ou serviços, quanto
satisfazer às suas necessidades de auto-realização profissional..
{©Um bom negócio é aquele que satisfaz aos desejos do consumidor e do empreendedor completamente.
Somente homens de iniciativa e garra terão a capacidade de produzir em quantidade e qualidade bens e serviços
necessários ao bem-estar e preencher as necessidades do ser humano. A imaginação e a criatividade irão torná-lo
um empreendedor, desde que a sua vontade de realizar sonhos e pôr em prática idéias novas seja mais forte que as
dificuldades encontradas pelo caminho. Em suma, o empreendedor é um LÍDER e, em síntese, é aquele que faz
as coisas acontecerem, desde um idéia intangível, transformando-a em produto tangível.

O QUE É O INTRA-EMPREENDEDOR
“O intra-empreendedor é aquele homem que não precisa sair da empresa em que se encontra para montar um
novo “negócio”. Orientado para a ação, transforma através de sua visão global e seu espírito empreendedor, um
produto e/ou serviço em uma nova área de negócios dentro da sua empresa atual. Em outras palavras, o intra-
empreendedor é o gerente de um novo negócio que ainda não existe, administrando todas as áreas e atividades
necessárias para viabilizar o seu projeto internamente. Esse homem que decide transformar um conceito inicial
de negócio em realidade comercial para a empresa que trabalha é o intra-empreendedor. A percepção, desde a criação
ou idéia genial de algum inventor, passando pela constatação de sua oportunidade comercial, até a transformação

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em um novo negócio é o que caracteriza um intra-empreendedor. No dizer de Gifford Pinchot III, em seu livro
Intrapreneuring, o intra-empreendedor ''coloca-se no meio entre o criador da idéia ou inventor e os gerentes
operacionais da empresa”, viabilizando com sua equipe própria ou utilizando-se muitas vezes dos departamentos
de pesquisa e desenvolvimento de produtos, a criação de um novo negócio para a empresa em que atua. A seguir,
vamos delinear as condições iniciais para o sucesso ou fracasso do empresário empreendedor.

A CAPACIDADE DE ASSUMIR RISCOS


A mentalidade do empresário moderno modificou-se atualizando-se, pois não encontramos mais aquele heróico
empresário do passado que a tudo enfrentava com destemor, inclusive com sacrifícios de toda ordem, no afã de
vencer profissionalmente.
Hoje, o moderno empreendedor assume riscos calculados, isto é, planeja o seu investimento utilizando-se das
atuais técnicas de simulação, modelos, cenários econômicos, tentando prever o seu futuro, antes de aventurar-se
em um novo negócio. Procura fazer o Plano de Negócios (Bussiness Plan) para tentar ter uma visão ampla do seu
empreendimento
Apesar dos estudos de viabilidade técnico-econômica, o empreendedor é alguém com capacidade de assumir
riscos além daqueles já calculados.

OS RISCOS DE FRACASSO
O elevado número de novos negócios, produtos ou serviços lançados no mercado que fracassaram são
atribuídos à ausência de planejamento ou a fatores externos de política econômica do país. Em parte, isto pode
ser verdade, mas a taxa de mortalidade de novos negócios, em cerca de 90% no Brasil, que desaparecem após o
segundo ano de criação, não pode somente ser atribuída a fatores externos ou à excessiva interferência do Estado
plenipotenciário, mas ao despreparo pessoal ou à ausência de espírito empreendedor.
Alguns empresários dispõem de capacitação e de conhecimento técnico de engenharia de produção ou de
vendas, mas desconhecem outras áreas necessárias como finanças, administração geral, legal e fiscal e outras
informações gerenciais, que serão aplicadas na prática, exigindo preparo e planejamento anterior. Outros
empresários têm somente espírito empreendedor, mas não têm preparo anterior. A ausência de uma dessas
condições aumenta os riscos de fracasso.

OS CAMNHOS DO SUCESSO
Para a consecução dos objetivos de um futuro empresário, é necessária boa margem de segurança para se
alcançar o sucesso. Diríamos que a preparação curricular, a garra de empresário e o projeto de viabilidade
técnico-econômica dão maior segurança ao investir os seus recursos no atendimento dos objetivos empresariais.
Tome o seu tempo na preparação metódica e progressiva do novo empreendimento, pois um bom planejamento,
por mais demorado que seja, vai economizar-lhe muito tempo e dinheiro, diminuindo os riscos na criação e no
desenvolvimento de seu negócio. A seguir indicaremos quais são as avaliações necessárias ao novo empresário,
para iniciar o seu empreendimento.

A AUTO-AVALIAÇÃO DO SEU POTENCIAL


O objetivo da auto-avaliação é colocar algumas questões básicas em relação ao seu “projeto de vida”, o qual
estará intimamente ligado ao seu “projeto de negócio”.
Além de permitir a mensuração do seu espírito empreendedor, esta coletânea pretende suavizar o duro caminho
a percorrer, quando se tem em mente um novo negócio, mostrando ao leitor as maneiras de se implantar um
empreendimento com maior grau de certeza de tornar-se um sucesso.

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A NOVA ORIENTAÇÃO
A nossa proposta é informar ao futuro “empreendedor” as formas de evitar os percalços da vida econômico-
produtiva, associando-se a pessoas ou a empresas que possam apoiar-lhe em suas dificuldades. A finalidade é
mostrar o “caminho das pedras” na criação de sua empresa, ou desenvolver o novo negócio dentro da sua atual
empresa, definindo alguns pontos básicos para a sua reflexão.
Um bom planejamento lhe servirá como guia para a implantação de seu projeto e muito lhe auxiliará no
desenvolvimento de seu empreendimento, utilizando-se da técnica de ação-aprendizado aqui sugerida.

A AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE INICIAL


Durante a fase inicial de sua idéia criadora, o empreendedor interno ou externo à empresa, descobrirá barreiras
por vezes intransponíveis, de ordem jurídica, tecnológica, econômica, financeira e outras, para as quais não
existem recursos disponíveis em quantidade e/ou qualidade, necessários à consecução de seus objetivos.
O planejamento através de modelos no papel pode revelar ao futuro empreendedor que ele idealizou um projeto
irreal e que talvez seja melhor desistir antes do que amargar um fracasso depois.

AVALIE O SEU POTENCIAL


Um pequeno teste de avaliação do seu potencial empreendedor encontra-se ao longo desta coletânea serve como
auxílio ao leitor e, certamente, lhe permitirá uma auto-avaliação das necessidades essenciais para a atividade de
gestão de um novo negócio.
O objetivo desses testes é despertar a consciência dos homens com espírito empreendedor, ou mesmo aqueles
que possuem essas qualidades, mas que ainda não se aperceberam que serão capazes de manterem o seu próprio
negócio ou poderão realizar projetos internos dentro de sua atual empresa, demonstrando o seu espírito de intra-
empreendedores.
A seguir, levantamos algumas questões relacionadas com seu “projeto de negócio” e com o seu “projeto de
vida”, pois as características de sua personalidade indicarão se o seu perfil pessoal é adequado para as atividades
de gestão empreendedora como sócio e/ou proprietário da nova empresa, ou como diretor de projetos de novos
negócios na sua atual empresa.
Leia a coletânea até o fim e só então faça o teste. Esperamos que o seu auto-conhecimento permita um maior
grau de segurança em suas respostas.
Estes testes são uma pequena provocação da sua imaginação para despertar maior interesse.

OS CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS
Se você é curioso demais e foi direto ao questionário de auto-avaliação, talvez seja precipitado ou imediatista, o
que não é uma boa característica do empresário ideal; caso contrário, continue sua leitura calmamente.
A seguir apresentamos os conhecimentos necessários ao novo empreendedor para definir o “seu projeto de
negócios”.

a) Assessoria e/ou Consultoria


Esta é a fase de investigação primordial dentro do nível de conhecimento necessário ao novo empreendimento.
Para tanto, avaliar o grau de informação necessário para constituir o seu novo negócio deverá ser feito com base
em auxílio técnico de especialistas, que poderão montar um adequado planejamento estratégico. A contratação
de consultores para melhor orientá-lo na consecução dos seus objetivos empresariais é condição básica para
começar corretamente um empreendimento.

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Entrevistas e reuniões com homens de negócio do ramo também aumentam o grau de informação e permitem
avaliar as experiências vividas, bem como leituras especializadas ajudam a complementar seu conhecimento.

b) Mercado x Produto
O conhecimento sobre o setor em que se pretende entrar é o essencial para o futuro sucesso do negócio. É de
vital importância estudar as oportunidades de mercado e identificar o “nicho”, isto é, a brecha que existe para
entrar no mercado, além de manter boas relações interpessoais com os líderes do setor econômico, através de
associações de classe e outras entidades.
Se o novo produto e/ou serviço identificado tiver um demanda reprimida e for de utilidade essencial aos
consumidores, você já terá meio caminho andado para o sucesso. Se o mercado escolhido é ainda desconhecido,
é necessário fazer uma boa pesquisa antes de se lançar no empreendimento.
Outra avaliação é verificar se existe viabilidade técnica na fabricação do novo produto que irá atender aos seus
clientes futuros.
Avaliar a sua capacidade de adaptar o produto ao mercado escolhido dependerá da tecnologia utilizada para
produzi-lo. Construa um protótipo antes de colocar em linha de produção. A avaliação da sua habilidade técnica
vai ser bem mais barata e real..

c) Investimento Financeiro
Avaliar a disponibilidade financeira para arcar com os custos de desenvolvimento de produtos é essencial para
levar a bom termo seu projeto.
Calcular a rentabilidade de seu negócio e verificar quais são as suas disponibilidades para investimento em ativos
fixos e capital de giro na implantação da empresa darão maior segurança na gestão econômica do novo
empreendimento. Fazer um Business Plan. Planejamento do Negócio é essencial para levantar capital em
instituições financeiras de fomento, Bancos Comerciais, Bancos e/ou grupos de investidores de risco ou até para
lançar em Bolsa de Valores as ações ou quotas do seu negócio.
Sem um bom financiamento não dá para montar qualquer negócio. E isto é mais do que verdade para casos de
novos negócios independentes. Já para o caso de associação a uma empresa que se utiliza do sistema de franchising,
o aporte de capital para investimento inicial poderá ser menor e viabilizar economicamente o empreendimento.

d) Administração, Organização e Comercialização


Suas habilidades técnicas ou comerciais não são por si só garantia de sucesso. O conhecimento de administração
e organização de empresas são vitais para se estabelecer por conta própria no mercado. Questionar também os
aspectos societários da criação da empresa ou de administração estratégica lhe permitirão definir melhor as
políticas a serem adotadas no seu novo negócio. Restará ainda definir como você vai comercializar os seus
produtos, pois não basta saber que o mercado necessita e pode absorver estes produtos. É necessário determinar
quais os canais de distribuição mais apropriados para fazer chegar ao consumidor tudo aquilo que foi produzido,
bem como planejar, organizar, orçar e controlar toda uma série de atividades necessárias à administração de um
empreendimento.

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A AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS
A avaliação de capacitação profissional e empresarial anteriormente indicada revelará se você já tem uma idéia
bastante clara sobre o seu “projeto de negócios”, como vimos anteriormente.
Se você demonstrou possuir a maioria dos conhecimentos necessários, tal fato indica que você já pensou no
assunto e dispõe de informações básicas sobre o novo empreendimento.
Se, ao contrário, você desconhecer esses princípios, certamente necessitará mais tempo para pensar e pesquisar,
antes de iniciar o seu Projeto de Negócios.

AS CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE
A seguir indicamos as principais características de personalidade que um empresário precisa possuir, não
obstante existirem algumas exceções. Não se pretende aqui demonstrar todos os traços de personalidade do
empresário, só os essenciais.

a) Comportamento
A finalidade dessa auto-análise é identificar suas atitudes comportamentais em relação sociedade que o cerca,
pois o seu novo negócio dependerá, sem dúvida alguma, daquilo que a sociedade puder contribuir para o seu
empreendimento. O seu Q.S. Quoeficiente de Sociabilidade é um grande instrumento para alcançar seus
objetivos. A sua habilidade em desenvolver relações interpessoais na empresa e no meio ambiente onde vive será
de grande ajuda. Essa habilidade vai permitir fazer o marketing de relacionamento com os clientes e
consumidores em geral, de seus produtos e serviços.
A busca de colaboração interna na sua empresa e a convivência pacífica com a comunidade irão granjear atitudes
simpáticas ao seu negócio. Se não ajudarem muito, certamente não irão atrapalhar o seu desenvolvimento.
Seguramente, se você utilizar-se da empatia com seus interlocutores, a sua sensibilidade aos problemas
comportamentais será aumentada, permitindo desenvolver profícuas relações com as pessoas. Hoje perceber-se
que o marketing de relacionamento desenvolvido com fornecedores de produtos e de serviços, com os clientes
intermediários e consumidores finais são condição de sucesso para os negócios. As técnicas modernas chamadas
de CRM – Custommer Relationship Management vão fazer a diferença necessária em relação aos concorrentes
no mercado, pois vai permitir que sua empresa se relacione com seus clientes, desde a identificação do potencial
cliente, as estratégias para alcança-los, a venda e pós-venda dos produtos e serviços.

b) Liderança
A característica de liderança em um país moderno está baseada em idéias claras e benéficas para o conjunto da
sociedade. Já se foi o tempo de lideranças carismáticas em que quase tudo era permitido às pessoas que possuíam
somente o dom da palavra, mas que não geravam conseqüências positivas em benefício de seus liderados. Não
confundir liderança política com liderança empresarial, e muito menos liderança eficaz com administração
eficiente.
A primeira característica e a mais importante é verificar a sua capacidade de liderança, uma vez que você
certamente irá trabalhar com várias pessoas de idade, sexo e preparo diferentes. No perfil do empreendedor, as
qualidades de liderança são essenciais para a criação de uma empresa. O trato das questões de relações humanas,
bem como o “jogo de cintura” necessário para driblar as dificuldades de relacionamento no novo negócio são
primordiais a um chefe.
A liderança eficaz é aquela que consegue, através de meios convincentes, mas não coercitivos, atrair, desenvolver,
manter e motivar pessoas ao seu redor, em um ambiente de grande intensidade competitiva, como bem enfatiza
John P. Kotter em seu livro The leadershipfactor (O fator-liderança).

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c) Iniciativa
Esta é uma das principais características do líder. A gestão empreendedora contínua é básica para a sobrevivência
e manutenção da empresa.
Fazer acontecer é uma atividade que requer talento e esforço na busca dos seus objetivos e metas a cumprir. A
“garra” e a pertinácia farão com que o empresário vença no futuro.
A execução das tarefas necessárias ao bom desempenho somente será realizada se o espírito empreendedor
estiver presente em sua personalidade.

d) “Tônus vital”
Vitalidade equivale a energia no sentido físico da palavra, mas a força interior baseada numa crença maior levará o
empreendedor a fazer transparecer a todos, a “vida” que está disposto a dar, para conseguir o sucesso
profissional.
O empresário precisa “comunicar” ao seu público interno e externo que ele dispõe da força e da saúde
necessárias e suficientes para levar a efeito as metas que se propôs alcançar. O objetivo é mostrar aos seus
colaboradores a sinergia necessária para alcançar o sucesso no empreendimento.

e) Comando
O processo de tomada de decisão é por vezes um trabalho árduo e desgastante. Por essa razão, é natural e mais
cômodo que essas responsabilidades por serem decisões difíceis, afugentem o ser humano.
A procrastinação nas decisões, bem como a falta de comando, são os dois pecados mortais costumeiramente
cometidos contra pessoas que dependem da sua decisão para tomar outras iniciativas.
Dizem os especialistas em Teoria da Administração que “é melhor um decisão errada em tempo certo do que
uma decisão certa em tempo errado”. A combinação desses dois fatores precisa ser buscada insistentemente pelo
empresário moderno.

f) Segurança
A segurança que o empreendedor dará ao seu público é aquela baseada na racionalidade e na profundidade do
conhecimento de seu negócio. A informação teórica e a formação prática são os instrumentos necessários ao
embasamento das suas decisões e atitudes. O empresário que deixar transparecer continuamente insegurança
perderá todas as qualidades que descrevemos e como conseqüência perderá o seu negócio. A auto-confiança é
básica para o sucesso no gerenciamento de pessoas.

g) Responsabilidade
Assumir responsabilidades pelo conjunto de decisões tomadas é da essência do caráter do empreendedor. Manter
a palavra e garantir o que falou, escreveu e disse é a condição para que se estabeleça um clima de confiança tanto
interna quanto externa à sua empresa.
A flexibilidade dos usos e costumes na sociedade brasileira em relação às responsabilidades não tem levado a
bom termo as relações comunitárias. Em sociedades mais desenvolvidas, o risco de punição civil (pecuniária) e
penal (de prisão) tem contribuído eficazmente para uma convivência mais harmônica entre os diferentes graus de
responsabilidade social. Hoje a sociedade civil exige a responsabilidade social da empresa que atua em
determinado mercado, sob o risco dos consumidores boicotarem produtos e serviços que atentem contra a saúde
da sociedade, tais como: produtos poluentes, de risco de contaminação ou sem garantia de origem.

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h) Organização
O empresário desavisado, que não acredita em organização e planejamento, está defasado em relação ao grau de
complexidade das atividades empresariais no atual contexto social brasileiro.
A sociedade procura organizar-se de forma efetiva para atingir seu objetivo e a empresa também responderá aos
anseios de satisfação do consumidor de seus produtos e/ou serviços, buscando atender eficientemente seus
clientes. Somente podemos almejar a eficiência se formos organizados.

i) Transparência
Hoje, a sociedade moderna exige clareza em seus negócios. Suas atividades terão de demonstrar limpidez e
ordenamento lógico para a sua adequada consecução, pois, caso contrário, se instalará um clima de insatisfação,
além de trazer dúvidas sobre os métodos e procedimentos adotados. Os objetivos e metas a serem atingidos
precisam estar transparentes a todos os seus colaboradores, fornecedores e clientes, pois isto lhe dará a
credibilidade de que necessita. Uma postura correta e um competente curriculum de suas realizações lhe darão a
dimensão de integridade de seu caráter.
A bandeira do empresário somente o levará ao sucesso se as suas boas intenções estiverem claramente definidas
e forem comunicadas a todos e comprovadas pelos seus atos. É como a história do aquário: todo o seu público
interno e externo deve enxergar através do vidro da sua empresa onde você está “nadando”. Comunicar-se com
o público-alvo e com o seu público interno lhe dará a transparência necessária.
Para avançar progressivamente é necessário ao empreendedor ordenar primeiramente seu raciocínio e depois
esclarecer seus subordinados para caminharem juntos para o harmônico desenvolvimento de suas atividades, tal
qual um cardume de peixes.

j) Perseverança
Essa qualidade de caráter, sem dúvida, levará o empreendedor a atingir os seus fins, pois de tanto insistir algum
dia ele chegará lá. O difícil da questão é ter certeza de que você está no caminho certo, pois perseverar no erro é
burrice e, como diz o aforismo popular, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. É o caráter
obstinado do empreendedor que fará com que não haja desistência no meio do caminho.

l) Risco
Todo risco é inerente à atividade empresarial; “quem não arrisca não petisca”.
Modernamente não se corre risco à toa, mas se montam cenários através de exercícios, aplicando modelos
econométricos e projeções de toda ordem, para correr o que se chama risco calculado, buscando proteger as
atividades empresariais no futuro. Os imponderáveis num país como o Brasil são muitos, mas não invalidam o
raciocínio lógico, apesar do comportamento da sociedade ser ainda mais emocional do que racional.

m) Emoções
A credibilidade está na razão direta das suas emoções, pois você será mais “ouvido” se o seu plano emocional
estiver sob controle.
As emoções fortes não são boas conselheiras para as horas de dificuldades; podem levar a uma turbulência
incontrolável, não beneficiando ninguém no final da contenda.
O equilíbrio só existirá se houver supremacia da razão sobre a emoção.
Espera-se do empreendedor um comportamento tranqüilo em resposta às situações de turbulência interna ou
externa à sua empresa, demonstrando calma e segurança no comportamento profissional.

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A sabedoria está em deixar passar aquele momento, refletir sobre as causas e conseqüências e, em seguida, tomar
uma decisão correta, em tempo hábil, para contornar situações desagradáveis.

n) Ambição
Essa característica da personalidade do empreendedor é essencial para impulsionar o “homem econômico” na
busca do prazer hedonístico de sucesso empresarial.
Esse “composto” de vida, representado por um ideal maior que tiram as pessoas do imobilismo garantido, para
tentar alcançar patamares superiores de satisfação pessoal, representa, em síntese, um “sonho” de vida. A
ambição pecuniária excessiva o transformará num usurário, se ela não for bem administrada em doses
homeopáticas e constantes. Ao deixar transparecer somente o espírito argentário, o empresário não conseguirá
motivar o desejo saudável em seu público interno e externo, que vai muito além de “ter” mais bens materiais. A
ambição do empreendedor está muito mais relacionada com o “ser”, isto é, com a sua necessidade de realização
pessoal na satisfação e no orgulho profissional do que simplesmente com o amor desenfreado ao dinheiro para a
satisfação de necessidades materiais, como já dizia Shakespeare em seu Mercador de Veneza.

o) Desafio
O empreendedor é um competidor por natureza, que gosta de enfrentar desafios, pois sabe que possui vantagens
competitivas em relação aos concorrentes.
Esse espírito é o que leva o empresário a ousar desafiar a tudo e a todos para demonstrar a sua capacidade
empresarial.
“A audácia é uma virtude geralmente olhada com uma pitada de inveja e desprezo”, como bem enfatizou o
megaempresário Bernard Tapie em seu recente livro sobre a recuperação de negócios na França.

p) Inovação
Não confundir as qualidades do intra-empreendedor, que é um gerente de um novo negócio que ainda não
existe, com o gerente de desenvolvimento de produto, que é um gerente de projeto de pesquisa e
desenvolvimento.
O inconformismo com a “mesmice” é a base do espírito de inovação dos empreendedores que buscam através
da criatividade colocar novos produtos e/ou serviços à disposição do mercado, criando um novo negócio.
O grande bloqueio comportamental do meio ambiente frustra tentativas de inovação aos executivos e
funcionários das empresas. Inovar terá sempre um alto componente de risco; por isso, o “empresário” nacional
acomodado prefere a certeza da mediocridade em vez da “audácia sem medo”, tendo chegado até hoje à triste
conclusão de que a melhor alternativa é aplicar os seus lucros no mercado financeiro especulativo do que investir
em um novo negócio produtivo. Talvez a mentalidade do empresário moderno se modifique se as condições
político-econômicas do país forem mais estáveis e a poupança for carreada para o setor produtivo.

q) Excelência
Por excelência entendemos o conceito americano de qualidade de produto e/ou serviços. Com a sofisticação do
mercado, pela ascensão econômico-social do consumidor, aquele futuro empresário que não buscar a excelência
de qualidade já iniciou a sua descida na contramão da evolução histórica dos usos e costumes.
No Brasil, e principalmente em São Paulo, já se pratica a busca da melhor qualidade internacional, inclusive para
tentar sobreviver em um mercado altamente competitivo. A procura incessante da melhor qualidade possível
pelo menor preço deverá ser constante preocupação do empreendedor, sob pena de ser engolido pela

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concorrência. A trilogia Qualidade, Atendimento e Preço até hoje não falhou e é a única certeza de bons
negócios.

A AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE


A avaliação do perfil de comportamento acima revela se você está pessoalmente preparado para enfrentar os
desafios do seu novo negócio, e se tem um comportamento psicológico adequado às necessidades do seu
“projeto de vida”.
Se você não possuir a maioria das características de personalidade de um empresário, talvez seja mais prudente
solucionar essas questões primeiramente e modificar o seu comportamento psicológico, procurando compensar
os seus pontos fracos, para depois ajustá-los ao projeto de negócio próprio.

REFLEXÃO
O intuito do Autor é tão-somente estimular a reflexão sobre certos aspectos básicos de Gestão Empreendedora
que consideramos necessários para alcançar seus objetivos empresariais em seu novo negócio.
Se você tem dúvidas não resolvidas, aconselhamos a consultar especialistas nas respectivas áreas, buscando
aprofundar seus conhecimentos sobre os assuntos tratados, tentando desta forma adquirir maior grau de
segurança na trilha do sucesso empresarial.
Esperamos ter contribuído, ainda que resumidamente, para a necessidade de uma prévia reflexão sobre a criação
de novos empreendimentos.
Se você resolveu desafiar os primeiros anos da instalação de sua própria empresa ou caminhar associado a outros
negócios, mas firmemente decidiu continuar com seus propósitos iniciais de tornar-se empreendedor, esperamos
que, tenha encontrado a fórmula de sucesso e aumentar as de chances de acertar o seu futuro.

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4. A audácia sem Medo


Roberto Cintra Leite

Uma virtude geralmente olhada com uma pitada de inveja e desprezo

Uma das principais características do empreendedor é a AUDÁCIA. Sem essa qualidade a empresa não consegue
decolar. A audácia sem medo é a aventura mais emocionante e arriscada para o empresário que não souber quais
os condicionantes que existem por trás dessa atitude. Veja neste pequeno teste se você possui os pré-requisitos
necessários para o sucesso:

A ousadia é da essência dos verdadeiros empresários, aliás, virtude difícil de ser encontrada nos homens, e muito
belicosa, pois geralmente significa romper barreiras e costumes arraigados na tradição da sociedade. Portanto se
você é agressivo o suficiente para contestar o “Status Quo” terá grandes chances.

A audácia infelizmente não é comum aos mortais, mas, se assim fosse, só teríamos “estrelas” no meio
empresarial, pois ela é reconhecida somente aos vencedores, que demonstraram e provaram a grande visão e
coragem do empreendedor. Portanto, se você tem visão do futuro, enxergará oportunidades.

A audácia tem o seu preço e seus perigos no difícil caminho da aventura para o sucesso, pois os empreendedores
para atingi-lo terão de vencer todas as etapas com um pouco de sorte e bastante determinação. Portanto, se você
é um lutador, conseguirá chegar ao final do seu projeto.

O risco é inerente à vida do empresário, pois, ao arriscar no desconhecido, revelamos o espírito de jogador que
existe em todos nós, embora na atividade empresarial o risco possa ser calculado. Portanto, se você gosta de
arriscar em um jogo com o destino, vai tirar a sorte um dia.

A criatividade é a base do processo de inovação e modernização de qualquer atividade que implica testar as
novidades e introduzir um grau de incerteza. Portanto, se você é criativo, saberá contornar as dificuldades.

A obstinação é a força interior que leva o homem a persistir na sua “obsessão” positiva, pois toda a ousadia pode
cair no vazio, se não tiver o suporte de um empresário obstinado. Portanto, se você teimar em fazer algo com
aquilo que sabe, você terá a determinação necessária.

O inconformismo é a revolta do empresário inteligente que não aceita a mesmice ou a submissão à mediocridade,
buscando sempre na sua fértil imaginação, em permanente ebulição, uma forma adequada de tratar os problemas.
Portanto, se você não se conforma com situações previamente estabelecidas, você tem força para mudar o seu
destino.

A excelência é a busca incessante do melhor em tudo e implica o conceito de perfeição greco-romana no qual a
nossa civilização foi baseada. É na necessidade que o empresário tem de sobressair em relação aos outros,
quando a excelência se revela pois essa prova estimula o “ego”, e a concorrência é o regime do mais apto nessa
selva empresarial. Portanto, se você é um perfecionista, seus produtos ou serviços serão excelentes.

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A ousadia é a marca registrada do autêntico empresário.

O desafio é a chama da competição que atiça os homens a disputar um lugar ao sol, buscando vencer-se a si
mesmos. Portanto , se você gosta de emfrentar situações, você vai adorar ter um novo desafio pela frente.

A coragem é o ato final da crença na sua invencibilidade ou na sua forte motivação para chegar ao fim. Portanto, se
você se acha um forte, terá a coragem para brigar.

A emoção positiva é a sensação de excitamento causada pelas idéias que, se colocadas em prática, trarão a
compensação tão almejada pelos empresários; ou seja, o lucro, o prazer, a glória, a vaidade que são as forças
positivas internas, dos empreendedores que promovem o desenvolvimento. Portanto , se você fica emocionado
com novas idéias, você vai conseguir envolver outros na grande aventura dos negócios.

O medo precisa ser retirado, pois é um componente emocional negativo, ou seja, se o medo de falhar, não vai lhe
assustar, você poderá ousar e tentar o sucesso com uma maior chance de alcançá-lo. Portanto, se você não é
medroso, vai se empenhar em atingir suas metas e objetivos.

{©O equilíbrio é o que importa tanto nessas forças positivas que podem levar o empresário ao sucesso quanto nas
negativas que o levam ao fracasso. O equilíbrio está na base da contraposição de forças tais como o medo de
falhar, a penalização da sociedade e da justiça cega, do prejuízo financeiro, do conservadorismo, da preguiça de
começar de novo ou do desânimo de ter de reconstruir a partir dos escombros ou do zero. Portanto, se você tem
equilíbrio emocional, terá o balanceamento necessário para julgar suas decisões.

Todas essas conseqüências levam o empreendedor a uma atitude cautelosa quanto à audácia, e, portanto, mais
equilibrada.

Apesar dessas dificuldades e perigos, a aventura de ousar continuará sempre, pois a motivação do homem está na
busca do sucesso. Portanto, se você se identificou com a maioria das colocações acima , você deve tentar iniciar
o seu negócio sem medo de ousar.

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5. Projetos empresariais devem ser feitos sem


“Passes de Mágica”
Roberto Cintra Leite

Todos os projetos de planejamento de um novo negócio inicial ou dentro de uma empresa já existente que
pretende alterar seu status quo correrão sério risco de passar+m pelas fases abaixo, se não adotarem um sistema
adequado para administrar as inovações.
1. Entusiasmo (criação).
2. Desilusão (dificuldade).
3. Pânico (fracasso).
4. Busca aos culpados (caça às bruxas).
5. Punição aos inocentes (bode expiatório).
6. Elogio e honras aos não participantes (status quo).

Se não desenvolvermos antes um processo de planejamento estratégico integrado às atuais operações


empresariais, as conseqüências do fluxo positivo e refluxo negativo gerarão todos esses problemas de ordem
pessoal.
A explicação é lógica: uma vez que não foram analisadas as operações atuais da empresa e muito menos definidas
as suas diretrizes, objetivos e metas, qualquer esforço em se executar um projeto é como desejar tornar realidade
um idealização.
{©Não há nem poderá haver passe de mágica na execução de projetos. Antes há que se definirem os planos de
metas e derivar destes os programas e projetos, definindo-os à medida que as informações e necessidades vão-se
tornando claras na cabeça de seus dirigentes. Ao passarem pelos processos de depuração, decantação, separação
e outros similares, as idéias jogadas na mesa de discussões durante a fase de brain storming se aglutinarão e
cristalizarão na idéia básica inicial.
Aristóteles Onassis, como bom armador, dizia que ' 'não existem ventos favoráveis para o marinheiro que não
sabe qual é o seu porto de destino”.
Nomalmente, antes de chegarmos a defmir quais projetos serão executados, necessitamos percorrer, no mínimo,
as dez fases básicas de planejamento estratégico conforme descrevemos abaixo para que os projetos possam ter
algum chance de sucesso.

1. Sem a definição preliminar do seu negócio, não é possível desenvolver uma empresa adequadamente, por
mais óbvios que possam parecer os seus objetivos e/ou o seu objeto social.
2. Sem conhecer o ambiente externo em que sua empresa vai atuar, qualquer atividade poderá ser temerária e
aventureira, pois nada sabemos do mundo externo.
3. Sem conhecer a sua própria capacidade empresarial em todos os detalhes, determinando os pontos fortes e
fracos, é impossível definirmos o potencial do projeto.

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4. Sem identificar as oportunidades que surgem no mercado e conhecer as ameaças que podem recair sobre as
operações da sua empresa, mergulharíamos no desconhecido, pois não poderíamos estabelecer a correlação
entre causa e efeito, gerando conseqüências adversas.
5. Sem estabelecer a missão da empresa, será bastante difícil identificar a vocação natural do empreendimento.
Se não aproveitadas suas tendências inatas para o negócio da empresa, sem dúvida diminuiremos os índices
de sucesso na diversificação.
6. Sem estabelecer as linhas de ação, isto é, as linhas mestras de orientação a todos os membros da equipe de
projeto, seria deixar “puxar” a corda em direções diferentes.
7. Sem definir quais seriam os planos contingenciais (em caso de desvios do planejado), ou imprevistos, ou até
mesmo insucesso dos planos e programas determinados, seria temerário, pois ao primeiro descompasso os
esforços se perderiam e os rumos estariam comprometidos.
8. Sem integrar a execução dos projetos com as atuais operações da sua empresa, seria impossível dar
continuidade ao desenvolvimento empresarial, uma vez que a dicotomia entre elas levaria ao fracasso das
atividades.
9. Sem determinar os planos e programas operacionais prioritários e sistematizar projetos em cronogramas
físico-financeiros de execução, seríamos levados a atrasos com custos excessivos, que poderiam inviabilizar o
sucesso dos mesmos.
10. Sem sabermos os custos de implantação dos projetos, torna-se inviável qualquer atividade.

Despesas excessivas poderiam inviabilizar a instalação, uma vez que, no capital investido em cada projeto, deverá
ser calculado o índice de retorno sobre o investimento, dentro de prazos compatíveis com o cash-flow disponível
do projeto. Enfim, não poderíamos pensar em realizar um projeto sem passarmos cada uma dessas fases, sob
pena e risco de perdermos tudo.
Em outras palavras, o sucesso no desenvolvimento e implantação de projetos está na ordem direta da existência
prévia de um Planejamento Estratégico Integrado. Na história dos fracassos na execução de projetos sempre se
segue, ao entusiasmo inicial de uma nova idéia que tenta tomar corpo dentro do grupo de trabalho, a desilusão
com as dificuldades e imprevistos naturais de uma alteração comportamental de fôlego.
Chegar ao pânico é questão de pouco tempo, pois quando se descobrem os furos, inclusive e principalmente os
financeiros, tanto os executores quanto os dirigentes entram em “parafuso” emocional e determinam a brusca
parada do projeto.
Como é do espírito humano, rapidamente surgem na empresa os caçadores de cabeças, que saem em busca dos
culpados. Nessa desenfreada caça às bruxas, muitas vezes são identificadas algumas cabeças que poderão rolar
por outros motivos que não o referido e fracassado projeto. Achado o bode expiatório inicia-se a tortura e
finaliza-se com o sacrifício na “farra do boi” ou do boi de piranha e mais um inocente é punido na injustiça
profissional.
Além da punição exemplar daqueles que inocentemente acreditaram no projeto e se expuseram desse modo ao
insucesso, arcando com o ônus da inovação, temos que agüentar os elogios e as honras dadas àqueles que não
participaram do mesmo. Eis que então a empresa retorna ao seu status quo anterior, permanecendo na inércia
desejada pelo seu corpo de funcionários.
Freqüentemente, o ciúme, a inveja e outros sentimentos mesquinhos e mais baixos do ser humano fazem
prevalecer o derrotismo, a falta de empenho, e até a sabotagem ao grupo de executores, chegando mesmo a
torcer pelo fracasso ou apostar no insucesso da empreitada.
O empresário moderno, em busca do sucesso ou na luta pela sobrevida de sua empresa, necessita boa dose de
audácia sem medo e coragem de ousar e de correr riscos, para ser chamado de entrepreneur verdadeiro.
Somente os homens empreendedores têm sonhos que um dia poderão se transformar em projetos, apesar da
distância enorme que separa estes dois pontos. No dizer de Bernard Tapie “somente estes terão a chance de
triunfar sobre os desafios do futuro”.

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6. As Qualidades das Empresas no Futuro


Roberto Cintra Leite

As empresas do futuro terão que se pautar pelos qualificativos básicos para sobreviver além do ano 2000, em
relação aos seus públicos internos e externos.

Leveza
A estrutura deverá ser leve, dando toda a flexibilidade para se adaptar às contingências de um novo mundo em
permanente evolução, onde o componente tecnológico obsoletiza toda e qualquer organização de trabalho. Esse
conceito implica automaticamente fluidez das idéias para as ações dentro de uma organização.

Rapidez
A velocidade de resposta às exigências modernas é um fator preponderante aos avanços técnicos na medição do
tempo. Esse conceito vem mudando o comportamento de tal forma que o homem moderno não mais suportará
a perda desse precioso recurso natural.
As empresas que não reagirem imediatamente aos estímulos de seus vários públicos perderão seus clientes,
consumidores, empregados e fornecedores para outras organizações mais ágeis e jovens, que prontamente
responderão aos anseios de uma sociedade atuante. A informatização e os sistemas lógicos serão o grande
instrumento do futuro.

Exatidão
A correção com que uma idéia, informação ou um produto deverá ser transmitido aos públicos das empresas vai
determinar o grau de confiabilidade das mesmas em relação aos gestores, acionistas e/ou proprietários do
negócio.
A modernidade exige credibilidade total, pois somente contando com a confiança nas instituições é que o
relacionamento prosperará em benefício de todos. A era das comunicações mágicas fora da realidade já passou e
somente a exatidão das informações é que construirá a boa imagem do empreendimento.
Os instrumentos hoje disponíveis nos dão um grau de exatidão jamais alcançado pelo cérebro humano, pois as
máquinas e os equipamentos futuros irão superar de longe as atuais capacidades cerebrinas. Nas empresas do ano
2000 não existirá mais a margem de erro hoje aceitável pela sociedade. Os métodos quantitativos serão o grande
instrumento de medição do futuro.

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Visibilidade
A visão do futuro será a base de qualquer investimento, pois os instrumentos e técnicas de previsão, projeção e
planejamento estratégico não dão mais margem a enganos primários.
Qualquer negócio ou empreendimento terá que ser transparente aos olhos dos vários públicos da empresa, pois,
caso contrário, não haverá empenho por parte de ninguém.
O componente de risco total migrou para o risco calculado matematicamente, não se admitindo hoje em dia um
salto no escuro somente com base nos sentimentos ou experiências anteriores. A viabilidade dos
empreendimentos tem que estar clara para todos. Os sistemas de inteligência artificial serão os instrumentos do
futuro por facilitar a sua visão.

Multiplicidade
A complexidade das sociedades modernas e futuras será de tal grau que as empresas terão que ser múltiplas em
seus produtos e/ou serviços. Os pacotes completos proliferarão, pois o ser humano busca o atendimento
completo. A empresa multifacetada será a mais requisitada, posto que oferece soluções à grande complicação da
vida do homem moderno. Os usos múltiplos e modulares serão o grande instrumento das empresas no futuro.

Consistência
A base de toda a construção está na solidez de seus alicerces, tal qual a consistência de idéias e atitudes estão para
a empresa em relação aos seus vários públicos.
Ou a empresa toma consistente os seis qualificativos anteriormente descritos ou sucumbe à confusão dos
conceitos e não amplia seus horizontes, perecendo em alguns anos.
“Não passarão” aqueles empreendimentos que não forem consistentes, pois implodirão ao primeiro impacto
com o futuro.

Roberto Cintra Leite é sócio-diretor da Cintra Leite Consultores, empresa membro da Horwath International,
em São Paulo e especilizado em Novos Negócio, Empreendedorismo e Plano de Carreira.

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