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Sintaxe paraa educacao basica com sugestées didaticas, exercicios e respostas editoracontexto do Autor Copyright © 20 Vodos os direitos desta edigio reservados & Editora Contexto (Editora Pinsky Ltda.) Montagem de capa c diagramagio Gustavo S. Vilas Boas Preparagio de textos Lilian Aquino Revisio Daniela Marini Iwamoto Dados Internacionais de Catalogacio na Publicacao (cir) (Camara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Ferrarezi Junior, Celso Sintaxe para a educagao basica / Celso Ferrarezi Junior. — 1. ed., 3* reimpressio, ~ So Paulo : Contexto, 2020. Bibliografia ISBN 978-85-7244-717-1 1, Educagio bésica 2. Linguistica aplicada 3. Portugués — Estudo ensino 4. Portugués - Gramatica 5. Portugués — Sintaxe I. Titulo. 1202470 CDD-469.07 Indices para catélogo sistematico: 1. Sintaxe : Portugués : Estudo e ensino 469.07 2020 Eprrora Contexto Diretor editorial: Jaime Pinsky Rua Dr. José Elias, 520 — Alto da Lapa 05083-030 — Sao Paulo ~ sp ax: (11) 3832 5838 contexto@editoracontexto,com.br www.editoracontexto.com.br A Agonispcao da lingua 53 Javras que definem as regray « i pallavras que waras das combinacies ane payh na Hingua. Fm outras palavras © com mais detalhea em 8" feitas entre elas alhes + a lingua criow c atribuiu a cada el racteristicas si sse de pal ‘avras um Conjunto de ca- ssas caracteristicas definem ¢ C como as palavras funciona Soe pi funcionam, o que se pode fazer com clas, a com clas. Sao como as regras de um jogo: “isso pode ¢ isso nao pode”: * so essas Tegras que nos permitem fazer 9 “jogo” palavras para criar tudo 0 que falamos ¢ escrevem buidas as palavras dizem o que Pode e 0 que nao de que forma e quando; da lingua, usando as 10s. Essas regras atri- pode ser combinado, inclusive, ha, como nos jogos, regras mais importantes e regras menos importantes, regras que podem ser quebradas de vez em quando e regras que nunca podem ser quebradas. E isso, de certa forma, também faz parte das regras; a jungdo de todas as regras de todas as classes de palavras cria uma grande variedade de combinagées possiveis. Isso permite 4 lingua criar todas as estruturas de que ela precisa para que a gente possa dizer tudo © que precisa expressar de forma adequada; cada lingua atribui 4s suas palavras caracteristicas distintas. Por isso as regras sao diferentes de uma lingua para outra. Assim é que linguas diferentes tém gramaticas diferentes, embora possa haver algumas coisas parecidas — ou até iguais — entre as gramaticas dessas linguas. Assim sendo, precisamos, agora, conhecer as caracteristicas de cada classe de palavras de nossa lingua, pois sio essas A caracteristicas que definirao toda a estrutu- rasintatica da lingua. Sé aprendendo isso que poderemos entender o que vem logo aij adiante. Mas, antes, uma adverténcia. Como vimos na nossa conversa inicial, pode haver diferentes pontos de vista que sustentam uma anilise linguis- tica e, por isso, cada andlise pressupde uma escolha de critérios. Na gramatica tradicional que a gente esté acostumado a estudar na esc de que © portugués brasileiro apresenta dez classes de —Diante do que vimos aqui, professor, = = fica claro que tent ensinor ondlise & 7 =) snttica um aluno que no \ 27° canhece s clases de polavas ‘suas coractersticas é perda de tempo. Insisto nisso, pois, longe de ser uma questo secundi, ‘este é um ponto essenciol para seu sucesso no ‘ensino da Sintoxe na educacio basco. a escola, é defendida a ideia palavras (substantivos, 54 Sintaxe pore & educagao baslca nomes, verbos, advérbios, conjun erais, artigos, Prot . Bes, py, adjetivos, num 4 : goes interjeigdes). O ponto de vista que € adotado neste livro, Porérn pag. sustentagdo para uma analise como ¢! i Na verdade, tomando como base os: 8 gramaticais de funcign, ame ly avras, como fago aqui (e Seu sentidos, 0 que clas representa OU fay defendo que existem apenas cinco grand, de: ¢ que algumas destas cinco grang Hore, Class, 5 Classe. das pal outros externos: 4 lingua), portugues brasileiro apresentam subelas a nao é uma andlise tradicional, mas a linha f rastenta é bastante interessante, pois corresponde de forma ae! Mais, que ast natural ao que os falantes sabem naturalmente sobre como sua lingua fy, Nnciong* Entao, pode ser que vooé nao esteja acostumado a diviso que aqui seré pro e, portanto, agora é hora de muita atengao! Osta Vou apresentar aqui, primeiramente, uma tabela geral que permitir ue nossa analise contempla. Depois, out, de palavras no es. Ess: sualizar as classes e subclasses q tabelas com os detalhes, com as caracteristicas das classes de palavras de no 888 lingua. Observe: Classes | Subclasses 7 Nominas que funconam como base © nomes | * alguns pronomes | b = - | | © adjetivos Nominais que funcionam como adjetivos. | ___ alguns pronames © nominais que funcionam como quantifcadores ae i * artigos | Verbs | Advtbios | 7 Conectivos ' — = — Agora que j4 temos uma visio geral das classes e subclasses de palavras d2 lingua, vamos passar as caracteristicas de cada uma delas. Nos quadros que © seguirao, observe: trés primeiras colunas, sao listadas as classes e subclasses de palavets na : quarta coluna, aparecem as caracteristicas bisicas de cada class * Uma descrigo pormenorizada das oposta é apres 10 pormenorizada das razées posta é na que sustentam a divi 1 T a divisdo de classes aqui propos! ©8P ing Jara M. Teles e C. Fer Sto Paula Gogg te4 2008), Gramatica do brasileiro: uma nova forma de entender a” Aorganizaséo da lingua 55 avras & possivel combinar + Na quinta coluna, voee veri com quais cada classe, + Apés cada quadro, hay cada ios a respeito das caracteristicas de Chases Coractristias Combinam com a Todo mena om 3° pes [ca 6 toni) | * Paden er masclins veins (naa de Hains ue na ino Names | _ St g/g} otis + Polen ser singlares ou plus (noca de men) | «Yes {qua} Nae oes preci Nami ue + Fanconan como sed cobain comets funciona oes cam ova [0 uo pt bebe it] _ cumobee | sours | © Séomardsem pest fms clo co ( prrorescamo | 2 [hve] aud, | + Pada eras eg lee + Vabos agit, | + Pad sur sng ou mo pl [eves] | © Er css es, cm ans - funnods | + Tontén avon camo bos da oninagio on |: Enmesno isa. cama bess de | cs anesecon oven concadinin | opt) + Sioa en asi ou tn! bor) + Sioa en srg ou pl [iad bot © Homes © bivis ins + Rept sas de gin nme ds umes cam suis etn cont [mesa bait) (hse ois metins bonis) * So maratos en ruse etn [ste] Fosames |» Sé macadosem singular pla [eeestes] oe | + Siode F200 paso net Ions | SARE | + ttn osmrsigy, ener Freer | me | —dostons cud pons x) am oss ts «st cambinads [oqulehomen/sts mulheres’ comets esa | ; tends | tt | dls dpi) cam one cuporone + Foes arcades nasi finoo (iid | + Podam st marads em singular pul [décima/ | * Homes ins + nests cam pone + Felon smog ima doses | (be): Dis um came qs so nbs is psa cima calocato} * Hes + Foss com pone (hos) =x ave et ri, Nov Palowas Names + Emeaosrans, om ponomes (bose) - Ex: O eu ¢0 fv unos. + Siormcadesen msi een [oo] + Sip maasen snd plu (as) * Regt srs sms | | Cale tr ce eee: | Se nen was) nome [ovrde/o un oe) | EE incest Come ntarios sobre adas | pela lingua as clas : : pase da org’ : o base (nomes ¢ pronomes) tém m, ‘ara y "8 TuNciong : que og, Domina A CaS de tras gy We q funcionam cont nero, nimero € pessoa, Por que isso? Porque esses nominaig fae te tipos de combinagées diferentes com dois tipos de Palavras difen do ssa organizagao da lingua! erent Vieja que bonita e: a. nominais de base combinam com nominais adjctivos a Benen, e numero: b. nominais de base combinam com verbos em ntimero e 7 Género ps: Nomina eis Numero ets Pessoa ee Nominois de base Com esse tipo de combinagées diferentes, a lingua cria estruturas sintaticas diferentes. Justamente por fazer combinagées diferentes, com o nome, daquelas feitas pelos nominais adjetivos, por exemplo, é que os verbos nao precisam de marca de género. A nossa gramatica internalizada reco- nhece isso facilmente. Ela analisa e vé, logo de cara, se é uma combinagio do tipo nome-adjetivo ou do tipo nome-verbo. Isso nos permite (entre outras regras, € claro) entender as coisas que os outros falam e escrevem diferenciando cada tipo de estrutura. Os nomes (e pronomes bases) sao palavras muito exigentes! Qualquer palavra que se relacionar com elas tem que combinar com suas marcas Se essa palavra que se junta ao nome for, por exemplo, um nome que funciona como adjetivo, vai combinar em género e nuimero; se for um eae _ combinar em niimero e pessoa. Por isso é que os ae - Zeacionam aos nomes: eles no tém como combina, pois ™ tem essas marcas! wrest uations (sao classificados tradicion ee homes (por exemplo como numerais) funcionam, normalimen® eva E normal se ler ohn ortaite da melancia/O primeiro ycabouaP ee ; » €m gramaticas e em livros didaticos, a definig4e # diz que “ Pronome é TOS 0 nae funciona, Veja: © © a palavra que substitui o nome”, Nao é ass! Aorganizaséo da lingua 57 a. Pronomes que funcionam como nominais adjetivos nao substituem nada, Eles fincionam combin Meu joclho/Este caderno/Tua casa b. Pronomes que funcionam como nominais de base nao substituem nome, mas toda estrutura nominal ligada a um nome de base (exemplos: Meu gato preto foi atropelado/Ele foi atropelado/Os fillios da dona \dos aos nomes de base (exemplos Maria e do Seu Joao ganharam na loteria/Eles ganharam na loteria) + Pereeba como todas as subclasses de nominais que funcionam como adjetivos tém caracteristicas muito parecidas. Apenas os pronomes que funcionam como adjetivos so um pouco diferentes. E, entre eles, 0s mais complicados so os chamados pronomes possessivos. Esses resolveram combinar no apenas com uma base, mas com duas! Veja s6 que coisa interessante: pronomes possessivos funcionando como nominais adjetivos vaio combinar em género e mimero com a “coisa possuida” e em niimero e pessoa com o “possuidor”. Veja os exemplos: a. Eue meu carro vermelho. Ey [n°/pes.] [gén/n"] possuidor coisa possuida b. Tue tua casa vermelha. aL* [n°/pes.] —_ [gén/n®] possuidor coisa possuida c. Ele e suas casas vermelhas. aIL* [n°/pes.] [gén/n®) possuidor coisa possuida Esse pronome possessivo é mesmo uma figura incrivel na lingua! E a tnica palavra de nossa lingua que combina com duas bases ao mesmo tempo! Agora que vimos 0 quadro das palavras das classes nominais, passemos a0 quadro da classe verbal. Como se vé no quadro a seguir, em nossa lingua, temos apenas uma classe de verbos, 0 que ¢ mais do que suficiente: 58. Sintaxe para a educagdo basica Caracteristicas Combing ¢ | © Sao marcados em singular ov plural (marca de némero) e de am | | ppessoa (1", 2° ov 3" [comi/comeste/comeu/comemos/comestes/ | Classes e subclasses | comeram] | © So morcados em passodo, presente e futuro (marca de tempo) e indicam 0 modo como a agGo é apresentada (marca de modo) | [ou comi/eu coma/eu comere/se eu comer/coma!) © Homes © Quando esto ligados o um nome ou pronome que funcionem — | © Proms (ha) como a base do verbo, combinam com ele em numero e pessoa | * Advérbios [ev_comi/nds comemos/a gente comeu) © Quando estio sozinhos, so sempre de 3” pessoa [ha muita | gente aqui) | + Quando eso servndo de bose oro um nome ou pronome,ndo | |_combinam com Classe verbal | Verbos Comentarios sobre o quadro: * Como podemos ver, os verbos podem estar ligados aos nomes (ou pro- nomes bases) de duas formas: a. Quando o nome corre na frase como base do verbo, o verbo é obrigado a combinar com o nome. Exemplos: @ Maria morreu. © Nos corremos muito. @ Eles sumiram. b. Quando o verbo é a base do nome, nesse caso, o verbo nao combina com 0 nome. Alias, o verbo nunca funciona como base de concot™ dancia. Apenas 0 nome ¢ o pronome (base) fazem isso. Exemplos: Maria comeu os doces, % Nos achamos 0 endereco. @ Eles sabem a licdo. R ; oO “pare bem a diferenca entre os exemplos do tipo “a” ¢ os do tipo “b” acima: nos do tipo “a”, é porn + € 0 nome que manda n: Ele a" comanda e pede a combinagio: a relagdo com o verbo. Aorganizagéo da lingua 59 Maria 0 qué? Morreu Nos 0 qué? Corremos. Eles 0 qué? Sumiram. Nos exemplos do tipo “b”, o nome sé entra na estrutura por causa do verbo. Eo verbo que manda, ele que exige um nome para completar a estrutura: H% Comeu 0 qué? Os bolos @ Achamos o qué? O enderego. Sabem 0 qué? A ligdo. Finalmente sobre os verbos, ¢ preciso tomar cuidado com as locugdes. Uma locugio é a combinagiio de duas (ou, raramente, trés) palavras que funcionam como se fossem uma palavra s6. Hoje, no atual estagio de evolugdo da nossa lingua, alguns tempos verbais como o presente do indicativo ¢ 0 futuro do indicativo estio sendo substituidos por locugdes. Assim é que, para falar de algo que est aconte- cendo agora, quase nao se usa mais o presente do indicativo. Veja os exemplos: © “Jodo est comendo agora.” é diferente de “Jofio come agora.” 1 “Ela esté tomando banho.” é diferente de “Ela toma banho.” “Nao posso sair porque estou estudando.” é diferente de “Nao posso sair porque estudo.” Nos trés pares de exemplos, vemos que a ideia de uma coisa que estd acon- tecendo agora é passada usando-se locugdes (esta comendo/esta tomando/estou estudando) que formam nosso tempo “presente” com sentido de “agora”, “neste exato momento”. Da mesma forma, 0 tradicional “futuro do presente” esta caindo em desuso na fala do dia a dia. Veja: Y “Joao vai sair de noite.” é mais comum que “Joao saira de noite.” @ “Ela vai comer bolo na festa.” é mais comum que “Ela comer: bolo na festa.” “Nés vamos concluir a tarefa hoje.” ¢ mais comum que “Nos concluiremos a tarefa hoje.” Nesses exemplos, mais uma vez, a locugao aparece no lugar do verbo simples. Atengao a isso! Nesses casos, as duas palavras funcionam como uma palavra s6. Passemos, entéo, ao quadro dos advérbios: taxe pee ecucagee basta 60 Sintoxe ] | Corer | Contino cn Classes sub LS Yan anrcaos nam em gon, OM |g yp | mnie nom am pessoo [aqui/nio/ | * Nomina que fin fc evalmonte] | atjetivos 7 seat! | Abs |e iad tins cosa Akos) Tr seisplossem qtr de | ice | Axa no gosto gostamos] | Comentarios sobre 0 quadro: «Nos jé vimos que toda palavra que se liga a um nome que esteja funy, nando como base tem que combinar a género, niimero (e, as Vezes, er, pessoa) com ele. Mas os advérbios nao tm essas marcas e, portanto, ty podem se flexionar, ou seja, néio podem realizar © tipo de combina, que os nomes base exigem. Entao, eles poderdio se combinar enas com palavras que nao exijam mudangas nas outras que com elas se liguen, E exatamente 0 caso do verbo (ele combina com 0 nome, mas nao exige combinagdo das outras palavras), dos nominais adjetivos (eles combina com o nome, mas ndo exigem combinagdo) e do proprio advérbio (que nem combina nem exige). Isto posto, passemos ao quadro dos conectivos: e subclasses Coraceristicas I Combinam com * Ligom nomes, nomes qu funcnom * Nao so morcados nem em género, nem em T Conectivos . | a aes mero, nem em pesso0. | como adjtives, verbose advébias o Cosse | (repasies ; conediva ae Ligam polavros ou partes a outras palavras ov | —outraspalavras. ites do consrugo sinttica — fo | ses ese ene as conjunes) partes do construgGo sintdtica — por isso sao Indicom relagées especticas ene chamadas “cnecios” posts do estutu. Comentarios sobre 0 quadro: Os conectivos exercem fungdes muito importantes na lingua. A primis delas é a de ligar algumas partes da estrutura que no possam se Unt diretamente e a segunda é de definir alguma ideia especifica da reas entre as palavras. As vezes, eles fazem as duas coisas ao mesmo temP? Como assim? Veja os casos a seguir: 4. Ki Sabemos que qualquer palavra que se liga a um nome fem 1 combinar com ele, Entdo, como fica se eu tiver que ligar dois =" Aorganiragao da lingua 61 ue combine, que 0 uum ao outro? Os dois vio querer que 0 outro & outro mude, que 6 outro se flexione, Vai dar “briga gramatical”! Ai é slayras, protegendo faz as pavzes” entre as que entra o conectivo ¢ “ um nome do outro, Por exemplo, digamos que cu queira ligar as palavras “Joao” ¢ “car- Jio do Jodo. Nao posso ligar as rogas”, para dizer que as carrogas s duas diretamente, pois sao dois nomes ¢ nem combinam direito, pois um é masculino e singular ¢ outro é feminino e plural. Entio, uso 0 conectivo “de”, Ele indicaré a relagio de que “Sodio possui as carro- gas” e ainda vai impedir que um nome interfira na flexao do outro. A solugao fica assim: “As carrogas do Joao.”, em que 0 conectivo “de” exerce uma dupla fungao: 1. indicaarelagdo de posse (uma fungao ligada ao sentido da estrutura); 2. impede que um nome interfira na flexdio de outro nome (uma fungdo ligada gramitica da estrutura). b. Em outras estruturas, um nome (ou uma parte) no interfere no outro. Veja: © Gosto de chocolate e de uva. Ele caiu, mas levantou ligeiro. Observe que nas relagdes entre as palavras “gosto” (verbo), “chocolate” (nome) ¢“uva" (niome) nao hé qualquer interferéncia entre uma e outra, jé que uma nao exige qualquer mudanga de flexo da outra. O conectivo “de” apenas indica uma relagao de sentido especifica. Da mesma forma, 0 conectivo “e” relaciona as palavras “chocolate” (nome) ¢ “uva” (nome). ‘Ainda, no segundo exemplo, o conectivo “mas” relaciona a primeira parte “ele caiu” com a segunda “levantou ligeiro”, dando uma ideia de “algo inespe- rado”, “algo que surpreendeu”. Nesse caso, ndo havia qualquer perigo de uma parte interferir gramaticalmente na outra; apenas era necessario expressar a ideia de que ha um tipo especifico de relagiio entre essas partes. Nesses casos acima, a ado dos conectivos “de”, “e” e “mas” nao apresenta a fungao sintatica (gramatical) de proteger as palavras, mas apenas a fungao de ligar com um sentido especial. Finalmente, temos algumas palavras (ou partes) na lingua que nao exercem: qualquer fungao gramatical e, por isso, nao se ligam a qualquer palavra. Sao as 62. Sintoxe para @ educagéo basiea as” tradicionalmente chamadas de inter) ides (que podem, tambg chamadas de “explegdes”) € que podem entrar praticamente em qualquer Normalmente, clas indicam a expressao de sentimentos stibj repentinos. Algumas delas inclusive, nem parecem palavras: parecem Bites midos ou suspiros. Outras, Come, por exemplo, um palavrao dito na hora cn que chut arecem “soltas”, sem qualquer ligagao coma pi tura gramatical. Por isso mesmo, elas nem sao consideradas aqui como “palavng de verdade”, palavras que exercem uma funco na frase, mas apenas como ume ao é exatamente “linguistica”, embora spalavea POsicig em nossa fala. ger amos o pé do sofa, api forma de comunicagao especifica que ni faca parte de nossa linguagem, como 0 fazem os gestos com as mos, os olhares ou um biquinho pedindo um beijo. 7 Caracteristcas : Classes e subclasses Outros 7 a | Nao possuem qualquer marca ou gra de on fonego (ies |combinacéo, pos ndo tomam parte da constucGo | * NGo se ligam a polowaolguma i sintatico. | | gromatical | a | Muito bem. Lembre com carinho desses quadros sobre as caracteristicas das palavras, pois voltaremos a eles muitas vezes a0 longo da nossa jornada. Exereicio 1: Como vimos até aqui, a classe de uma palavra enorme importincia na estruturagdo sintética da lingua, uma vez cada classe define um comportamento gramatical diferente. Van" aproveitar para fazer algumas listas com base em um texto? Lembres° que uma mesma palavra pode aparecer exercendo uma fungéo em uma hore ¢ sendo outra coisa em outra hora. Por isso, preste bastante atengao! E um pequeno exercicio, para funcionar como uma revisdo dos conh tos sobre as palavras, conhecimentos esses que so requisitos para conti’ deve ser feito da seguinte maneira: a. Leia 0 texto e procure compreender seu contetido e verificat ‘ que cada palavra nele apresenta. * Em setuid, comece a separa todas as palavras do es quadamente no quadro que segue abaixo: ecimen” yar ° sentido oem liste Aorganizacéo da lingya 63 Classes das palavras Palavras Nominais que funcionam como base | (nomes e pronomes) Nominais que estoo ligados o um nome (aes, aigos, numer, pronomes demonsativos & possessivos) | Verbos Adverbios | Conectivos (conjuncies e preposicbes) | —— | Inereigies Aqui est 0 texto: “Minha mae sempre dizia que ‘quem casa quer casa’. Uau! Esse é um ditado velho demais! Mas ela repetia o tempo todo para a familia. Eu acho que é porque ela queria que os filhos casassem dircitinho... Dizer que a pessoa ‘quer casa’ ndo significa apenas que ela tem que ter uma casa, mas que tem que se preparar antes de casar. Nenhuma mie, eu acredito, quer que os filhos casem (ou se ajuntem) de qualquer maneira, Mas, a verdade é que, hoje, a coisa nio esta tao facil. Dizem que casamento esta na moda, mas 0 divércio também esta. As estatisticas do governo mostram que tem mais gente se separando do que gente que casa. Isso, embora todo mundo queira sua casa... Affi?” Respostas dos exercicios propostos Exercicio 1: Neste exercicio, vale observar que uma mesma palavra aparece diversas yezes no quadro € que, ainda, a mesma palavra pode aparecer em mais de uma parte do quadro. Isso se deve pelo fato de que as palavras sio analisadas em cada uso, de acordo ‘como sio usadas a cada vez que ocorrem no texto. Como sabemos, uma mesma palavra pode exercer diferentes fungdes em diferentes estruturas sintaticas | Ghsses da polavras Palavras ‘Nae, que, coo, ess, dod, que elo, tempo, fori, el, fos, pssoo, caso, eo, oso el, se, me, eu lho, se, manera, vedode, cosa, cosomento, mad, divi, estotisticas, governo, gente, se, gente, que, isso, mundo, coso | Nin que funciona cama | base (roms epronanes) Noninas que esto lgodos cumnome (adjetivos, Minho, esse, um, velho, o, todo, os, , uma, nenhuma, os, qualquer, 0, o, facil, 0, 0, ‘atigos, numerais, pronomes | 0, os, 0, mais, o, todo, sua demonstrative epossesvas) | Dizo, caso, quer, &,repetio, queria, csassem, dizer, quer, significa tem, tr, tem, | Verbos [preparor, casor, acho, quer, casem, ajuntem, é, esté, dizem, estd, mostram, tem, : seporand, cas queia | Aivios | Sempre, dein, nd, apenas, ones, hj, 7 necivos(conjunes & |e pra, pois, qu, que, que, que, mas, que, que, de, que, ou, de, mas, que, ndo, |___preposigies)___| que, em, mas, de, que, de, que, embora oo Inte | out, a

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