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Audiovisual Midias 3
Audiovisual Midias 3
PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
PARA MÍDIAS SOCIAIS
AULA 3
CONVERSA INICIAL
Olá, aluno(a)! Nesta aula, vamos tratar mais especificamente da edição de audiovisual. É um
assunto fascinante, e vocês vão entender tudo o que a edição é capaz de proporcionar. É
importante ressaltar, de início, que um bom editor precisa entender de diversos assuntos
relacionados com a comunicação e consequentemente com o audiovisual, e não somente com a
manipulação e operação de um software.
Os conceitos de roteiro, iluminação, enquadramento e composição de imagens devem fazer
parte do conhecimento do editor, além é claro da própria edição. Mas vocês também irão notar que
a edição é muito mais do que cortar uma imagem e colar outra na sequência, pois ela exige
conhecimento artístico, em referências tanto da televisão quanto do cinema.
E não se engane nem subestime os produtos destinados para as mídias sociais. Para produzir
esses vídeos, também é necessário ter qualidade, técnica e conhecimentos específicos.
Um bom editor precisa saber contar uma história utilizando-se de imagens (vídeos, fotos,
ilustrações) e sons (voz, músicas, som ambiente), sempre aproveitando ao máximo o potencial do
software de edição.
CONTEXTUALIZANDO
A edição é um processo imprescindível na produção de um audiovisual. É através dela que as
histórias são contadas da forma desejada pelo diretor, pelo roteirista e, é claro, pelo editor. É um
trabalho em equipe; afinal, embora a edição seja uma criação quase que exclusiva do editor, muitas
vezes ele precisa de orientações e indicações de outros profissionais de sua equipe.
Além disso, é importante ressaltar que a edição depende de imagens e sons que se originam
de outros processos, ou seja, imagens em vídeo, sons, possíveis ilustrações e fotos normalmente
são fornecidos por outras pessoas, tendo passado por outros processos, e por isso é importante
que o editor também saiba avaliar esses materiais.
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Editar imagens de baixa qualidade ou sons ruins acaba gerando um trabalho extra, que muitas
vezes não resultará em um produto final de qualidade. Portanto, o editor precisa estar atento e ter
o conhecimento necessário para avaliar os materiais brutos, para que com isso possa criar, através
da edição, um produto de altíssima qualidade.
Perceberam que os conhecimentos exigidos de um editor vão muito além da operação de um
software? Assim, vamos conhecer mais desses processos.
TEMA 1 – EDIÇÃO
Todas as etapas que compõem o processo de produção audiovisual são importantes, mas
podemos considerar a edição como uma etapa vital para o sucesso da produção.
É na edição que todos os problemas das fases anteriores, que talvez tenham sido disfarçados,
finalmente aparecem. Ou seja, nesta fase os materiais que foram sendo construídos e preparados
durante as etapas anteriores são checados e enfim utilizados (quando possível).
Imagens mal gravadas, fora de foco, mal iluminadas, mal enquadradas, sons com problema,
roteiros mal escritos, enfim, nesse momento tudo aparece, e os problemas podem comprometer o
resultado. A “lenda” de que a edição faz milagres não é verdadeira (embora muitos problemas
possam ser corrigidos durante o processo). É preciso reconhecer que uma edição feita com
remendos nunca será ideal, tampouco resultará em um produto de excelência.
Também podemos e devemos considerar a situação contrária, ou seja, belas imagens, ótimas
fotografias, luzes encantadoras, sons e trilhas musicais belíssimas, tudo será utilizado na edição e
contribuirá para o sucesso do vídeo.
Conceitualmente, a edição é definida como o processo de cortar sequências de imagens de
vídeo ou cinema e montá-las novamente segundo um roteiro pré-estabelecido ou, no mínimo,
pensado.
É possível também definir edição de vídeo como o processo de cortar e colar um vídeo, cortar
uma cena e juntá-la à próxima. Mas será que é só isso?
Temos aqui alguns detalhes que precisam ser esclarecidos. Para isso, analisar em
profundidade o conceito e a definição de edição.
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Segundo Corradini (2019, p. 204), “Editar não é apenas cortar uma imagem e colar na imagem
seguinte. Editar é contar uma história utilizando imagens em vídeo, sons (voz, músicas, som
ambiente), fotos, desenhos etc. Um bom editor é, antes de tudo, um bom contador de histórias”.
Precisamos considerar a edição como uma forma de arte. Como tal, exige técnica, estudo,
sensibilidade e talento. Exige também planejamento. Nenhum trabalho em vídeo consegue cativar
e prender a atenção do público se não tiver pelo menos o esboço de projeto. Editar, mais que criar,
exige um discurso e uma estrutura narrativa – exige a criação de uma linguagem, como vimos em
conteúdos anteriores.
Mourão (2006, p. 246) traz interpretação sobre as definições do cineasta russo Sergei
Eisenstein, grande defensor da edição como forma artística:
Considera que a obra de arte é necessariamente dinâmica e só sé constitui como obra no
processo de formação de imagens que ocorre na sensibilidade e na inteligência do
espectador, isto é, no caso do cinema, um filme só se transformará em obra de arte ao ser
projetado e permitir ao espectador a interação necessária. Esse processo é determinado pela
montagem. Não aquela montagem voltada para o específico cinematográfico, mas a que
envolve problemas que nos remetem a outros códigos que, no seu conjunto, formularão as
necessidades básicas da linguagem cinematográfica. [...]. É na maneira como o cinema
articula as imagens e os sons e os aproxima que o transforma em discurso. Criam-se novos
sentidos, uma nova lógica onde os significados não são transparentes, nascida da associação
de fragmentos. [...]. O fragmento é o princípio: cada um tem sua própria significação que,
associadas através da montagem, cria novos sentidos. Um plano+ um plano= 3° sentido criado
intelectualmente. (Mourão, 2006, p. 246)
O autor complementa sua ideia com um pensamento de Eisenstein: "uma vez reunidos dois
fragmentos de filme de qualquer tipo, combinam-se inevitavelmente em um novo conceito, em uma
nova qualidade, que nasce, justamente, de sua justaposição” (Mourão, 2006, p. 246).
O que o cineasta russo queria dizer é que a edição também é uma arte. Uma obra que permite
expressar e dar significado por meio da relação de dois planos colados em separado não
significaria coisa alguma, a não ser o que eles próprios demonstram. A edição ideológica ou
intelectualizada é responsável por criar uma realidade diferente daquela mostrada por planos
diferentes.
Um bom editor precisa saber contar uma história utilizando imagens em vídeo, fotos e sons, o
que exige técnica, concentração, conhecimento de todas as etapas anteriores, e também saber
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uma fita de vídeo. Dentro de um programa de edição, embora a edição seja feita dentro de uma
timeline, ou linha do tempo, não é preciso necessariamente respeitar a prioridade temporal, pois é
possível trabalhar a edição sem qualquer restrição em termos de linha de tempo.
Na edição não linear, as imagens gravadas na câmera (normalmente dentro de um cartão de
memória) já estão digitalizadas. Após a gravação, basta transferi-las do cartão de memória para o
computador onde a edição será realizada. É claro que o computador precisa estar preparado para
tal tarefa, considerando os requisitos de hardware e software.
Créditos: Philipimage/Shutterstock.
Para diferenciar a edição não linear da edição linear, é importante considerar rapidamente o
registro histórico. Como vimos, a edição era feita em um sistema conhecido como edição linear,
através de equipamentos como videocassetes e controladoras de vídeo. Nesse processo, copiava-
se um trecho, gravado em uma fita, para outra fita. Então, um novo trecho era copiado e colado
junto ao trecho anterior, criando assim uma sequência de vídeos, agora editados. O processo era
feito nas chamadas “ilhas de edição”.
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Existem vários programas de edição voltados para quem está começando a editar vídeos.
Esses softwares não exigem muito conhecimento técnico do editor, sequer uma configuração de
máquina mais potente. Vamos mostrar trabalhar com dois programas: um para PC e outro para
Mac.
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Logicamente, não podemos exigir muito de um programa voltado para o público amador.
Mesmo assim, com ele é possível cortar, inserir transições, inserir efeitos básicos de cor e também
adicionar textos. No quesito exportação, apresentar as opções básicas mais utilizadas.
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Crédito: André Luiz Delgado Corradini.
2.2 IMOVIE
O iMovie pertence à plataforma Mac. É muito simples, sendo indicado para produções em
vídeo que não exijam maiores conhecimentos técnicos. Funciona tanto no Mac quanto em iPhones
e iPads da Apple.
O iMovie também permite que você corte, insira áudio, textos simples e até alguns efeitos e
transição em seus vídeos, mas também tem limitações quanto aos formatos de vídeo suportados
na importação e gerados na exportação.
Algumas das características e funcionalidades presentes são: aplicação de câmera lenta
automaticamente; inserção de fotos (redimensionamento automaticamente, ajustando-as à
proporção previamente escolhida para editar o vídeo; recorta a foto para preencher toda a tela; a
opção Ken Burns adiciona automaticamente um efeito de zoom nas fotos); duração do tempo de
exposição da foto inserida; opção “theater”, que permite enviar automaticamente o conteúdo para
o iCloud; permite apagar e remover arquivos de renderização das bibliotecas abertas, liberando
espaço de armazenamento.
Crédito: Imovie.
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3.1 LIGHTWORKS
Este software está disponível para os sistemas Windows e Linux. É bastante fácil de usar. Ele
foi usado para a edição do filme O Discurso do Rei, vencedor do Oscar® de 2010. Mas ele ocupa
muito espaço no HD, e principalmente na memória. Não é recomendado para computadores com
pouca memória RAM. Existe uma versão paga sem limitações de codecs, principalmente no caso
de importação e exportação de arquivos (formato).
Também é possível alterar o idioma do software para o português, caso o usuário se sinta mais
confortável desse modo. Através do link <https://lightworks.softonic.com.br/> é possível baixar a
versão gratuita do programa.
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3.2 MOVAVI
O Movavi é um editor que não fica muito atrás dos programas profissionais. Apresenta uma
série de recursos para ajustes de cor e inserção de efeitos mais complexos. A interface pode
assustar por causa de recursos mais avançados. Porém, assim como o Lightworks, é bastante
simples depois que você se acostuma. O Movavi apresenta recursos como adicionar música e
títulos (com efeito de sobreposição). Também é possível escolher entre aplicar os efeitos
automaticamente ou adicionar, manualmente, filtros, efeitos de luz, contraste e o SplitScreen
(combina até quatro clipes em uma única tela).
Crédito: Movavi.
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Mas não se intimide, com um pouco de estudo e dedicação você verá que é perfeitamente
viável utilizar esse tipo de software para quaisquer produções.
programa padrão de edição em produtoras, companhias de cinema e televisões. Grande parte dos
profissionais, quando questionados se conhecem edição não linear, associam esse processo
diretamente ao Adobe Premiere.
O programa ocupa muitos megabytes do computador. Contudo, é completo e oferece
diferentes recursos de edição para vídeos. Funciona de forma integrada com outros programas da
Adobe, como Photoshop e After Effects. Com uma nova maneira de oferecer seus softwares, a
Adobe revolucionou o mercado, baixando o preço de seus programas e criando pacotes de
serviços. Com isso, a empresa aumentou a acessibilidade a diferentes públicos, com uma política
de preços voltada para estudantes, professores e usuários em geral.
Recebe desenvolvimentos e atualizações constantes. Como apontamos, seus usuários têm a
possibilidade de utilizá-lo tanto em plataforma Windows quanto Apple (PC e Mac).
Junto com o After Effects, ele já foi utilizado em Avatar, de James Cameron, A Invenção de
Hugo Cabret, de Martin Scorsese, Garota Exemplar, de David Fincher, e o último filme dos Irmãos
Coen, Hail, Caesar!.
Contudo é necessário estudar o tema com afinco e sistematizar a busca de seus recursos.
Crédito: Adobe.
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Fonte: Adobe.
A empresa tem hoje mais de 20 softwares utilizados nas áreas de edição, diagramação, áudio,
vídeos, fotos, ilustrações, efeitos visuais, animação, paginação e design. O Premiere foi adotado
por ao menos dez universidades americanas, sendo usado também no cinema e na televisão.
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Saiba mais
Em seu portal, a Adobe disponibiliza uma seção de ajuda, onde você pode encontrar
diversos tutoriais com dicas de uso das ferramentas e seus efeitos.
ADOBE. Aprendizado e suporte do Adobe Premiere Pro. Disponível em: <https://helpx.a
dobe.com/br/support/premiere-pro.html?promoid=6WTV761Q&mv=other>. Acesso em: 12 out.
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2021.
Processador CPU Intel® da 6a Geração ou mais CPU Intel® da 6a Geração ou mais recente
recente
Sistema operacional macOS v10.15 (Catalina) ou posterior macOS v10.15 (Catalina) ou posterior
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Embora a tecnologia e o desenvolvimento do Mercury Playback Engine não seja uma novidade,
é utilizado para a divisão de tarefas de processamento (através da tecnologia CUDA nas placas de
vídeo), para algumas categorias de efeitos e para imagens em HD, garantindo a renderização de
efeitos muito mais rapidamente. Junto com o sistema operacional em 64 bits, o reconhecimento e
o aproveitamento da memória RAM, considerando os diversos núcleos do computador, podem
tornar o processo muito mais eficiente.
TROCANDO IDEIAS
Como definimos anteriormente, editar é uma arte, e como tal é preciso ter sempre aquele “algo
a mais”. Mas não se assuste com essa afirmação, pois o “algo a mais” a que estamos nos referindo
refere-se aos conhecimentos que você está adquirindo com estas aulas. É claro que, para se tornar
um bom editor, também será necessário praticar muito em principalmente, adquirir referências.
Pesquise mais sobre os softwares que trabalhamos nesta aula. Verifique quais as vantagens e
desvantagens que cada um traz para os trabalhos que você deseja desenvolver. Além disso,
verifique também a compatibilidade do programa com a máquina que você irá utilizar, para que seja
possível ter um bom desempenho nos trabalhos.
NA PRÁTICA
Já abordamos anteriormente que as referências são essenciais no desenvolvimento
profissional. Procure assistir programas de televisão (dos mais variados), filmes, documentários,
enfim, diversos materiais audiovisuais, sempre analisando tais produtos com olhos atentos. Preste
atenção nos detalhes do vídeo, nas imagens, nos sons, nas trilhas musicais.
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Nos conteúdos posteriores, vamos analisar os detalhes da edição. Assim, você conseguirá
entender como esse processo funciona, e o que pode ser aproveitado das referências adquiridas.
FINALIZANDO
Chegamos ao final desta aula. Desta vez, entramos no mundo da edição. Buscamos entender o
conceito da edição, reconhecendo como os programas de edição são definidos (informalmente),
sendo destinados ao público amador e profissional.
Trabalhamos a definição desses programas, voltados a um público iniciante, intermediário e
profissional, com a apresentação de dois exemplos de cada categoria. Vimos também que o Adobe
Premiere é o programa mais utilizado pelo mercado profissional. Por conta disso, foi o programa
que apresentamos com maior riqueza de detalhes. Estudamos os requisitos do sistema para o
Premiere, ou seja, as configurações mínimas da máquina que será utilizada para a edição com o
programa. Por fim, trabalhamos as características principais do programa.
Na sequência da disciplina, vamos mergulhar mais fundo no processo de edição. Até o próximo
encontro!
REFERÊNCIAS
ADOBE. Requisitos de sistema do Premiere Pro. Disponível em: <https://helpx.adobe.com/br/
support/premiere-pro.html?promoid="6WTV761Q"&mv=other>. Acesso em: 12 out. 2021.
CORRADINI, A. L. D. Princípios do cinema e introdução ao videodocumentário. Curitiba:
InterSaberes, 2019.
MOURÃO, M. D. G. A montagem cinematográfica como ato criativo. Significação: Revista de
Cultura Audiovisual, v. 33, n. 25, p. 229-250, 2006.
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