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RESENHA
RESENHA
RESENHA Nº: 4
TEXTO 1
A expressão "recursos humanos" foi gradualmente deixada de lado, pois ela refletia
uma visão mais mecanicista e impessoal da relação entre a organização e seus colaboradores.
Em contrapartida, o termo "gestão de pessoas" ganhou destaque, pois sugere uma abordagem
mais humana e centrada no desenvolvimento das pessoas como um ativo fundamental para o
sucesso da empresa. Essa mudança de nomenclatura teve como objetivo transmitir uma
mensagem de que as pessoas não são apenas recursos a serem utilizados, mas sim indivíduos
com necessidades, aspirações e potencialidades únicas. No entanto, é importante ressaltar que
a mudança de rótulos por si só não é suficiente para transformar as práticas de gestão. Muitos
críticos argumentam que a expressão "gestão de pessoas" pode ser usada para mascarar as
mesmas dinâmicas de poder e controle que existiam na administração de recursos humanos. A
essência da relação entre a organização e seus colaboradores, incluindo questões de poder,
hierarquia e exploração, pode permanecer inalterada, independentemente da nomenclatura
adotada. Em paralelo a essas mudanças conceituais, a gestão de pessoas tem evoluído em
direção a modelos mais participativos e democráticos.
Um exemplo disso é a ênfase na gestão democrática, na qual os gestores atuam como
facilitadores e árbitros em vez de autoridades autoritárias. Eles promovem a participação ativa
dos colaboradores nas decisões que afetam seus trabalhos e buscam soluções em conjunto.
Isso implica uma mudança de papéis, em que os gestores são vistos como líderes facilitadores,
capazes de coordenar debates, gerenciar conflitos e promover relações interpessoais
saudáveis. Essa abordagem valoriza a capacidade dos colaboradores de contribuir com ideias,
solucionar problemas e tomar decisões, levando a um ambiente de trabalho mais inclusivo e
colaborativo. No entanto, também demanda que os gestores desenvolvam habilidades de
escuta ativa, comunicação eficaz e resolução de conflitos, uma vez que eles precisam lidar
com uma maior diversidade de perspectivas e opiniões.
Por fim é abordado o modelo político, que representa uma mudança significativa em
relação ao modelo instrumental que foi discutido anteriormente. O modelo político de gestão
de pessoas reconhece a complexidade das relações no ambiente de trabalho e busca lidar de
maneira mais aberta com conflitos e interesses diversos. Neste modelo, a eficiência
econômica é vista como algo a ser negociado, e o conflito não é evitado, mas sim tratado
através da negociação. Isso se baseia na ideia de que diferentes grupos dentro da organização
têm interesses distintos, e a gestão de pessoas deve buscar um consenso que atenda a esses
interesses variados. Os gerentes desempenham o papel de árbitros, ou seja, eles facilitam a
negociação entre as partes interessadas, buscando uma solução que seja aceitável para todos.
TEXTO 2
Jáder dos Reis Sampaio conduz uma revisão abrangente da obra de Abraham Maslow
com o objetivo de identificar a trajetória, as modificações e as aplicações centrais
desenvolvidas pelo autor em sua teoria da motivação humana. Em contraposição a
interpretações reducionistas e mecanicistas frequentemente atribuídas a Maslow, o autor
explora as dimensões multifacetadas e dinâmicas de sua teoria ao longo de suas principais
obras.
Além disso, o autor menciona que pesquisas empíricas que procuraram validar a
hierarquia de necessidades de Maslow frequentemente não encontraram resultados
consistentes. Isso pode ser atribuído ao pressuposto de rigidez na hierarquia, enquanto
Maslow próprio reconheceu que existem exceções e variações. Sampaio também discute a
evolução das teorias de Maslow e como ele passou a dar mais ênfase à diferença entre
motivação baseada em deficiência (necessidades básicas) e motivação para o crescimento.
Maslow observou que as pessoas autorrealizadas são motivadas pelo crescimento pessoal, e
esse tipo de motivação é diferente daquela baseada na satisfação de necessidades básicas.
De acordo com o autor, a motivação para o crescimento é uma busca contínua por
autoaperfeiçoamento e é caracterizada por uma amplificação das necessidades em vez de uma
diminuição após a gratificação. Isso contrasta com a motivação baseada em deficiência, que
busca aliviar o desconforto ou a falta. Também foi introduzida a ideia de metanecessidades e
valores do ser (valores S) como impulsionadores das pessoas autorrealizadas. Esses valores se
relacionam com a busca de significado, verdade, beleza e justiça na vida. A motivação
baseada em deficiência é vista como motivada pela busca de recompensas, enquanto a
motivação para o crescimento é autodirigida e orientada pelos valores do ser.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Maslow, por meio de sua Teoria da Hierarquia das Necessidades, nos lembra da
complexidade das motivações humanas, destacando que as necessidades básicas, como as
fisiológicas e de segurança, são fundamentais, mas os indivíduos também buscam
necessidades mais elevadas, como autorrealização e a busca por significado no trabalho. Esses
conceitos são altamente subjetivos e podem variar significativamente de pessoa para pessoa.
Por outro lado, Douglas McGregor, com as Teorias X e Y, ressalta como diferentes
abordagens à liderança podem influenciar a motivação dos colaboradores. A Teoria X, que
pressupõe que as pessoas são naturalmente preguiçosas e precisam de controle, contrasta com
a Teoria Y, que vê os indivíduos como intrinsecamente motivados e em busca de desafios e
responsabilidades. Essa dualidade reflete a subjetividade na compreensão do comportamento
humano.
de Administração,2009.