Lucky, como era chamada, sempre soube se virar no auge dos seus 21 anos, apesar das

péssimas escolhas, e olha que elas começaram cedo.

Aos 4 anos, achou que era uma ótima ideia brincar com a mangueira dentro de casa e
assim acabou causando um curto que quase matou a família toda (de susto). Aos 8
anos, pregou uma peça na escola e levou todos os sapos, lesmas e bichinhos do
laboratório pra piscina da escola, foi quando foi convidada a se retirar pela
primeira vez e perdeu a bolsa que tinha pelo seu pai ser zelador.
Na escola pública, com 14 anos, mandou nudes pra quem não prestava e teve suas
fotos espalhadas pela cidade toda, o que chamou atenção da polícia, por ser muito
nova, e seus pais foram multados por causa disso. Quando fez 15 também tomou sua
primeira decisão correta, mas foi através de birra, ela não quis viajar pra ver a
vovó no interior do Reino Unido e bateu o pé que ficaria em casa. Na viagem, seus
pais sofreram um acidente e ela se viu órfã. Sua família não era ruim antes, a mãe
já não era muito nova, o pai também não, mas os dois amavam ela de todo coração,
afinal ela foi deixada na porta deles (algo que ela ainda não sabe). Com 15 anos,
órfã e sem muita ideia do que fazer, ela sobreviveu até os 18, já que a avó alegou
que seria muito trabalho ficar com Lucky, sendo uma senhora já bem idosa.
Aos 18 ela começou a trabalhar numa lanchonete sem graça, onde até a batata era sem
sal e o café era ruim, mas pagava o suficiente pra que ela gastasse um pouco com um
lugar insalubre pra dormir, e assim ficou por 1 ano.
Através desse lugar, um edifício muito suspeito que mal tinha eletricidade e água
que ela entrou em contato pela primeira vez com prostituição. Tudo começou quando
uma das meninas teve uma overdose, e então o homem, que fedia a uísque barato e
sabonete, perguntou quanto ela cobrava. Como precisava desesperadamente de
dinheiro, cobrou o que na época pensou ser suficiente.
Depois de um caminho traçado, Mary virou Lucky e não saiu mais dessa vida, até
porque dentro dela conheceu Robin, um cafetão meia tigela, novo demais pra isso,
sem grande respeito nas ruas, mas que cuidava dela em troca de algumas noites e
grande parte do lucro, e ele não deixaria ela sair de forma tão fácil assim.