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O MOTOCICLISMO CHEGOU À
FESTA DO DESPORTO Dia Internacional da Mulher
SEX 08 MAR 2024 Diário, Ano LXXX, N.º 18.317 Fundadores Diretor Diretor-Adjunto
abola.pt
Preço € 1,50 (IVA a 6%) Portugal continental CÂNDIDO DE OLIVEIRA, RIBEIRO DOS REIS e VICENTE DE MELO LUÍS PEDRO FERREIRA ALEXANDRE PEREIRA
8 Março

A BOLA
ASSINALA
O DIA DA
MULHER
LIGA EUROPA
APÓS GOLEADA JÉSSICA
OITAVOS DE FINAL – 1.ª MÃO
NO DRAGÃO, SILVA,
Benfica BENFIQUISTAS craque
da Seleção

2 ESPERAVAM MAIS

2
«As meninas que estão
a aparecer estão mais
Temos de próximas de sonhar ganhar
um Mundial» p. 16 e 17
Rangers sair desta LARA SANTOS,
p. 3 a 9

situação de árbitra de 14 anos:

«Sei que vão sempre
merda insultar, mesmo

SOUBE
Mostrámos em que
que façamos o nosso
trabalho bem» p. 22
reação muito lamentavelmente SOFIA NOBRE e
boa, jogámos estamos
MATILDE GOES, mãe
e filha, celebraram juntas em
futebol, equipa campo título nacional de
râguebi do Benfica
deu tudo, p. 26 e 27

A POUCO
Otamendi JOANA ANDRADE,
merecíamos a única portuguesa
ganhar a surfar
as ondas
gigantes
da Nazaré:
Roger Schmidt «O medo está
sempre
lá e é bom
p. 28 ter medo»

MORREU PIETRA (1954-2024) FLORENCIA GIORGI,

voleibolista argentina
do V. Guimarães:
«Vi treinadores
FC Porto p. 14 e 15 Sporting p. 11 a 13 e 32
tratarem muito mal
Liga Portugal Betclic
j Técnico as mulheres» p. 29
Pedro Gonçalves
SE PENSARMOS JORNADA
25.
pediu desculpa
por foto
A

em contrarrelógio Opinião p. 20 e 30
NO ARSENAL VAMOS PORTIMONENSE que agitou para defrontar de ALEXANDRINA
TER UM DISSABOR redes sociais
j SAD rebate
o Arouca CRUZ,
presidente do Rio Ave,
FC PORTO declarações j Diomande na lista e RAQUEL SAMPAIO,
Sérgio Conceição 18h45 de Villas-Boas da Juventus empresária de futebol
 Sexta-feira

02
8 de março de 2024
A BOLA

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 Sexta-feira slb@abola.pt

BENFICA 03
8 de março de 2024
A BOLA

Minervino Pietra, 70 anos, começou no Belenenses, mas foi no Benfica que passou grande parte da sua vida desportiva, primeiro como jogador, depois na pele de observador e treinador-adjunto
A BOLA

A BOLA

A BOLA
PIETRA
1954-2024
Morreu Minervino Pietra, glória de Belenenses e Benfica d Lateral-direito foi 26 vezes internacinal português
d Colecionou títulos como jogador e treinador-adjunto, com ligação de longo termo aos encarnados

Por no Belenenses, chegou à equipa prin-

ALEXANDRE PEREIRA
O comunicado do SL Benfica cipal ainda com idade de júnior. Após

M
INERVINO PIETRA
morreu, ontem, aos 70
anos. Vinte e seis vezes
internacional portu-
guês, tem uma carrei-
ra ligada essencialmente ao Benfica,
que representou 26 anos como joga-
dor, observador e treinador-adjun-
to. A notícia foi avançada pelo clu-
be encarnado ao final da noite.
Minervino Pietra, nascido em Lis-
boa a 1 de março de 1954, afirmou-
-se essencialmente como lateral-
-direito, enquanto jogador. Formado
Eis, na íntegra, o comunicado do
Benfica: «Partiu um homem com uma
ligação histórica ao Clube, um exemplo
de dedicação e de enorme benfiquis-
mo, seja em campo ou na estrutura do
futebol. Mais de metade da sua vida
dedicou-a ao Benfica, como jogador,
analista e, mais tarde, como treinador
residente de várias equipas técnicas
do plantel profissional de futebol do
Clube. Sempre foi um desportista de
eleição, como jogador do Benfica e da
Seleção Nacional e como treinador, que
inspirava os jogadores pelo seu exemplo
e pela mística que incutia nos mais novos.
Chegou ao Clube em 1976 e só em 2022
é que deixou o Benfica, sem nunca o Ben-
fica o ter deixado a ele. Como jogador,
efetuou 227 jogos e marcou 19 golos. Foi
liderado por treinadores como John Mor-
timore, Mário Wilson, Lajos Baroti ou
Sven-Goran Eriksson. A sua experiên-
cia como futebolista de elite moldou o
seu perfil como treinador. O Sport Lis-
boa e Benfica tudo fará para perpetuar
a memória de um profissional de exce-
lência e de um homem de raro carác-
ter. Minervino Pietra será sempre re-
conhecido como um dos nossos,
portador e zelador da mística do nos-
so Clube. À família de Minervino Pietra,
o Sport Lisboa e Benfica endereça os
seus mais sentidos pêsames.»
quatro épocas transferiu-se para o
Benfica, onde jogou até final da car-
reira, em 1987, colecionando quatro
títulos de campeão naciomal, cinco
Taças de Portugal e duas Supertaças.
Como treinador e treinador-ad-
junto passou por Boavista, Alverca,
Juventude de Évora, Beleneneses,
Estoril, Barreirense e Benfica.
Tal como na carreira de jogador,
foi no Benfica que estabilizou e tra-
balhou entre 2007 e 2022.
À família enlutada, aos amigos e
ao SL Benfica A BOLA apresenta as
mais sentidas condolências.
 Futebol Sexta-feira

04 LIGA EUROPA j BENFICA-RANGERS

8 de março de 2024
A BOLA
Liga Europa — Oitavos de final – Época 2023/24
Estádio da Luz, em Lisboa 7-3-2024 Ángel Di María fez o 1-1 na marcação de um penálti RODRIGO ANTUNES/LUSA
48.759 ESPECTADORES
Tempo útil de jogo: 53,28 minutos 46,9%
Benfica Rangers oportunidades de golo: aos 14 mi-

2 2
nutos, João Neves rematou, Butland
defendeu e Arthur Cabral deveria
ter feito melhor na recarga; aos
AO
INTERVALO
43’, João Neves (já tínhamos fala-
1 2 do nele?) rematou de novo, desta
A BOLA A BOLA ve z c om g ra nde e s t rondo , e
1 Trubin 5 1 Butland 6 Butland defendeu outra vez.
6 Bah (84) 4 2 Tavernier C 6 O Benfica empatou em cima do
3 jAlvaro Carreras — 6 Goldson 4 intervalo num penálti de VAR (for-
4 António Silva 5 5 Souttar 6 malmente correto, mas que nin-
30 Otamendi C 6 3 Yilmaz 6 guém tinha visto no estádio). Ain-
8 Aursnes 6 21 Sterling (76) 6 da assim conseguiu adormecer de
61 Florentino 6 93 jMcKinnon - novo na defesa e sofrer o 1-2, o que
87 João Neves 7 42 Diomande(83) 6 constituiu uma segunda pedra de
11 Di María 6 43 jRaskin - gelo neste scotch indigesto. Ainda
27Rafa 5 4Lundstram 6 por cima com Trubin a ficar mal na
7David Neres (84) 6 7 Fábio Silva (90) 7 fotografia, ele que tem saído das úl-
47jTIago Gouveia — 45jMcCausland - timas semanas encarnadas como
9 Arthur Cabral (65) 4 11 Lawrence (76) 6 herói justamente cantado.
36 jM. Leonardo 4 8 jRyan Jack - A equipa de Schmidt entrou
9 Dessers (76) 4 para a segunda parte consciente
25 jRoofe - da obrigação de virar o jogo. Em-
ROGER SCHMIDT PHILIPPE CLEMENT patou, é certo. Num livre batido
TÁTICA 4x2x3x1 4x4x2 para a área e com um cabecea-
NÃO UTILIZADOS mento azarado de um defesa do
Samuel Soares (24), An- Fraser (47), Wright (32),
dré Gomes (75), Tomás Yfeko (46), King (38),
Rangers.
Araújo (44), Morato (5), McCrorie (28), Barisic (31) Claro que o Benfica teve mais
Diogo Spencer (82), Kokçu e Davies (26) bola, claro que se aproximou da
(10), João Mário (20), área escocesa. O Rangers pouco
ÁRBITRO Tobias Stieler (Alemanha) mais arriscou, até porque iam fal-
ASSISTENTES C. Gittelmanne e Robert Kempter tando forças aos poucos reais ta-
4.ºÁRBITRO Harm Osmers lentos (em comparação com o Ben-
VAR/AVAR Marco Fritz/Soren Storks
fica) que tem na equipa.
GOLOS Tudo espremido, na segunda

E quando o coelho
0-1, por Lawrence (7); 1-1, por Di María (45+2 gp); parte, e por mais que os calções
1-2, por Sterling (45+5); 2-2, por Goldson (67 pb)
brancos de João Neves com cami-
sola por dentro continuassem a
DISCIPLINA destacar-se entre aquela gente
Cartão amarelo a Di María (35) e Bah (72); a Sterling (27), toda, sempre num virote, o Ben-
Butland (45+2) e Yilmaz (67)
fica não criou mais do que um lan-

não sai da cartola...

ce de relativo perigo na área no
qual Di María, contra todas as pro-
babilidades, decidiu mal e chutou
MINUTOS DE COMPENSAÇÃO para fora.
1.ªp +8’ 2.ªp +5’ Na maioria das ocasiões Di Ma-
OS NÚMEROS ría decide bem (mais um penálti
marcado de forma fria e exem-
60% POSSE
DE BOLA 40% Benfica sofreu golos inusitados em momentos-chave d João Neves e plar). Sabemos que Rafa é jogador
capaz de decidir numa explosão
14 PONTAPÉS
DE CANTO 4 a equipa reagiram, mas não apareceu magia d Eliminatória ao alcance de velocidade; Neres também, num
número de magia só ao alcance
8 FALTAS
COMETIDAS 13 daquela ginga brasileira que ele
O Estádio da Luz, precisamen- trouxe para o nosso campeonato.
25 REMATES 9 te, tem um tribunal feroz, e tam- Pouco Benfica perante Sabemos que Arthur Cabral
bém foi disso que se fez a grande- marca até de calcanhar e Marcos
5 3 adversário competente
REMATES
PERIGOSOS za do Benfica. Os jogadores, em Leonardo tem um pé quente como
campo, não esconderam o incó- poucos, tão pouco que jogou e tan-
1 FORAS
DE JOGO 1 Crónica de
ALEXANDRE PEREIRA modo de caminhar sobre as tais mas, em teoria, to (à proporção) que já marcou.

N
FILIPE AMORIM/EPA
O dia em que um benfi-
quista não ficar extre-
mamente irritado com
um jogo destes e um re-
sultado destes, procu-
rando invocar o azar e oportuni-
dades de golo não concretizadas
para vencer o Rangers (foram duas,
na verdade), então algo irá muito
mal no reino encarnado.
A equipa de Roger Schmidt cami-
nha sobre brasas e isso viu-se des-
de o primeiro minuto. Ou melhor:
percebeu-se antes do primeiro mi-
nuto, quando o nome do treinador
foi assobiado ao ser anunciado no
Aursnes jogou na esquerda e na direita sistema de som do Estádio da Luz.
brasas, bem incandescentes, e sob
o olhar dos quase 50 mil presen-
tes nas bancadas. Aos sete minu-
tos sofreram um golo quase inacre-
ditável do ponto de vista defensivo,
com toda a gente a olhar o céu e La-
wrence, letal, a olhar para a bola
que vinha alta de um cruzamento
quase aleatório e a dar-lhe o cami-
nho da baliza.
A reação não foi brilhante, mas
foi briosa. Com um denominador
comum, chamado João Neves. É
cada vez mais impressionante a
omnipresença do médio do Benfi-
ca. A determinada altura fez de
Beckenbauer e apareceu a cons-
truir jogo entre os centrais. Pare-
perfeitamente
ao alcance na segunda
mão; em teoria...
cia uma decisão tática, mas o res-
to do jogo dir-nos-ia que não — foi
circunstancial porque não mais
aconteceu.
Foi na primeira parte, ainda as-
sim, que o Benfica criou as duas
MELHOR EM CAMPO A BOLA
João Neves
(Benfica)
O problema é quando nenhum
coelho sai da cartola. E ontem (e
nos dois jogos anteriores) não saiu.
João Neves corre para cima e
para baixo, resolve com classe atrás
e coloca com critério na frente,
acreditando que um dos mágicos
fará magia. Acontecerá muitas ve-
zes, claro, porque são mesmo má-
gicos. Mas parece curto para um
Benfica, que — é bom lembrar —
luta em todas as frentes. Há mui-
to que se reclamava Florentino no
miolo encarnado, mas a verdade é
que muitos terão ficado a pensar
em João Mário e/ou Kokçu.
O Benfica é melhor que o Rangers
e vai ter de prová-lo para a semana.
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
Se querem pedir desculpa,
peçam a João Neves
Foi maestro e operário numa lição de bem jogar e liderança pelo silêncio, a pedir muito mais
de toda a equipa d Aursnes nunca joga mal, mesmo correndo o risco de se tornar um genérico
os jogadores do
BENFICA
Por
FERNANDO URBANO
MELHOR EM CAMPO A BOLA
JOÃO
NEVES
7 Quando a equipa está bem, ele
sobressai; quando está mal, ele
emerge como uma espécie de guia em
todas as dimensões: tática, física e
moral. As águias vivem tempos de
crise e é estranho como o antídoto
para o mal não é extraído do corpo ou
da mente deste fabuloso médio de 19
anos que exibe, a cada desafio que
passa e independentemente do
contexto, um amor pelo jogo e uma
lição de como liderar pelo silêncio. A
forma como empurrou a equipa em
momentos de caos, com a pauta de
maestro na mão direita e a chave
inglesa na esquerda , foi de
compêndio, uma joia que merecia
claramente melhor companhia. Se
querem pedir desculpa, peçam a ele.
5 TRUBIN — Exigia-se mais
agressividade naquela saída larga.
Não o fez e na sequência da jogada o
Rangers fez o 2-1, num lance em que o
ucraniano não foi o principal culpado, mas
podia ter matado o problema pela raiz.
Dentro dos postes esteve no registo
habitual.
4 BAH — Está a milhas do nível que
evidenciou na época passada. Não
sendo um prodígio do ponto vista técnico, é
na agressividade e intensidade que aplica
nas piscinas que fazem dele um lateral
diferenciado. Sem combustível, como
parece ser o caso por causa das lesões,
torna-se assim um jogador de nível
suficiente.
5 ANTÓNIO SILVA — Primeira
parte marcada por leituras menos
eficientes, relativamente ao padrão
habitual, na defesa do espaço nas costas.
João Neves, 19 anos, liderou mais uma vez a equipa no regresso à Luz
Esteve mais concentrado na segunda parte,
não concedendo tantos espaços à dupla de
avançados do Rangers.
6 OTAMENDI — Não que precise de
provar seja o que for, mas a
expulsão no Dragão em plena goleada por
0-5 obrigava-o a uma resposta. E assim o
fez, vencendo todos os duelos individuais.
Ficou a ver, como todos os outros, a bola a
passar para o 2-1 do Rangers, mas aquele é
o típico lance em que a culpa tem de ser
dividida por muitos e não por poucos.
6 AURSNES — Mais uma vez
chamado à lateral-esquerda, fez o
melhor que pôde para bloquear
cruzamentos e iniciar jogadas pelo flanco,
sempre de pé direito, sempre puxando o
jogo para dentro, o que permitiu a Neres
RODRIGO ANTUNES/LUSA
aparecer em espaços mais abertos, mais
laterais. Quando Bah já não aguentava
mais, o norueguês foi novamente
chamado a nova adaptação, no flanco
contrário, onde soube desta vez jogar em
largura. Em suma, faz tudo bem mas de
tanto andar de um lado para o outro corre
o risco de se tornar num bom genérico,
embora a dor da equipa continue exposta,
que é a de não ter laterais de raiz que
façam a diferença.
6 FLORENTINO — Regresso à
equipa entre algumas precipitações
e muitos cortes em zonas adiantadas no
terreno. No deve e haver, balanço positivo,
ainda para mais tendo em conta que ele foi
o contrabalanço de uma equipa com
demasiada tração à frente e,
consequentemente, desequilibrada.
Futebol
LIGA EUROPA
6 DI MARÍA — Esteve envolvido nos
lances ofensivos mais perigosos da
equipa: o canto que deu em penálti, a
grande penalidade executada, o livre que
originou o autogolo do Rangers, a
oportunidade mais flagrante, quando
apareceu na cara de Butland, a passe de
Neres. Mas foi tudo em esforço, por vezes
denunciado, consequência de ter uma
classe acima dos demais que faz os
colegas, até inconscientemente, darem-lhe
muito jogo, demasiado jogo. Sobressai Di
María, ofusca-se o Benfica.
5 RAFA — Outro que baixou de
rendimento no recente ciclo de
jogos, ressentindo-se, e muito, a equipa.
Escondeu-se em diversos momentos da
partida por ser incapaz de surpreender no
jogo entre linhas. Admitia-se que ao voltar
à posição de segundo avançado com total
liberdade e não o falso 9 de um ataque
teoricamente móvel iria regressar aos
níveis habituais, mas o que se extrai de 90
minutos à chuva foram muitas iniciativas às
quais faltaram aquilo que tantos lhe
apontaram no passado: definição
deficiente.
6 NERES — O jogador mais perigoso
do Benfica na primeira parte,
obrigando Butland a voar logo aos 4’ para
impedir o 1-0 e colocando Di María, aos 38’,
na cara do guardião contrário, com um
excelente passe de rotura. Caiu
brutalmente de rendimento no segundo
tempo, algo que só pode ser explicado por
não estar ainda na plenitude das condições
físicas.
4 ARTHUR CABRAL — A
expressão facial e linguagem
corporal denunciam um jogador com uma
gritante falta de confiança. Tentou muito,
acertou pouco. Saiu com uma óbvia
sensação de dever não cumprido.
4 MARCOS LEONARDO — É um
avançado que cria mais apoios com
menos toques na bola, mas pouco
acrescentou ao jogo.
W CARRERAS — Outro que transpira
nervosismo e cuja entrada serviu
apenas para criar mais dúvidas em relação
àquilo que o espanhol pode trazer à equipa.
W TIAGO GOUVEIA — Sem tempo
nem espaço para quase nada.
05
RODRIGO ANTUNES/LUSA
Fábio Silva, avançado de 21 anos do Rangers
Fábio Silva voltou
de cabeça alta
os destaques do
RANGERS
Por
FERNANDO URBANO
Numa noite chuvosa, o papel dos
guarda-redes é o de defender o possível
e não comprometer. Foi o que Butland
fez, travando os remates de Neres aos 4’
e os cantos venenosos de Di María. O
guardião teve pela frente dois centrais
que estiveram no melhor e no pior:
Suttar impediu o golo de Arthur Cabral
na pequena área, aos 15’, ao passo que
Goldson borrou a pintura com um
autogolo, num erro não forçado e
portanto mais gritante (para sorte do
Benfica). Goleador da equipa, as águias
temiam que a cada bola parada o talento
e argúcia do lateral-direito Tavernier
surgisse para assustar Trubin, mas o
capitão esteve discreto. Apesar de ser
uma equipa muito vocacionada para o
ataque à profundidade, os médios-
-centro Diomande e Lundstram
foram o ponto de equilíbrio, capazes de
libertar Sterling para diagonais capazes
de furar e enganar as linhas encarnadas a
exemplo do golo que o inglês apontou,
com facilidade inesperada, a mesma falta
de marcação de que Tom Lawrence
beneficiou para inaugurar o marcador.
A FIGURA
FÁBIO
SILVA
7 Exibição muito conseguida
no regresso a Portugal.
Atuando pela esquerda, numa linha
de quatro médios, foi o
responsável pela pausa que era
necessário colocar, e quase
sempre com critério. Foi ele a
iniciar a jogada do 1-0 e o autor da
assistência do segundo golo.
Menos ponta de lança, mais
jogador de apoios.

06
ROGER SCHMIDTj Treinador do Benfica
«Adeptos gostaram
e apoiaram a equipa»
Técnico alemão lembra que agora é preciso ir ganhar a Glasgow, mas
acredita d Elogia meio-campo formado por Florentino e João Neves
RICARDO NUNES GONÇALVES
Por
B
ENFICA empatou primei-
ra mão dos oitavos de fi-
nal da Liga Europa depois
de estar a perder duas ve-
zes.
— Todos viram que mostrámos
personalidade, não era fácil res-
ponder, mas temos de estar pron-
tos e focados nos 90 minutos, mos-
trámos confiança e qualidade desde
o início, fizemos muitas coisas mui-
to boas, dominámos o jogo. Foi rea-
ção muito boa, equipa lutou até ao
fim para ganhar, todos no estádio
viram. Criámos oportunidades, aca-
bámos por marcar dois golos, mas
não fomos suficientemente eficien-
tes. Era possível, mas temos de acei-
tar e fazer melhor em Glasgow. Fa-
lhámos muitas oportunidades, se
não temos eficácia, algo irá faltar.
Eles estão habituados a defender
dentro da área, mas poderíamos ter
marcado. Estivemos bem, na posse
de bola e sem posse de bola, conquis-
támos faltas. O que falhámos pode-
ria ter sido evitado com melhores
decisões, tudo o resto fizemos bem.
— Gostou da reação da equipa?
— Na minha opinião, toda a gen-
te sentiu isso no estádio, os adep-
tos gostaram e apoiaram a equipa
de uma forma boa. O objetivo é
sempre marcar tantos golos quan-
to possível e por vezes somos efi-
MIGUEL NUNES
Após o Dragão, benfiquistas voltaram a sorrir
Futebol
LIGA EUROPA j BENFICA-RANGERS
Roger Schmidt gostou mais da exibição do que do resultado
Assobios e lenços, mas ‘sobreviveu’
j Roger Schmidt foi mal recebi-
do na Luz, o anúncio do seu nome
foi acompanhado por vaia
O dia era importante para o
Benfica, mas era ainda mais impor-
tante para o treinador do Benfica,
que carregava a responsabilidade
de corrigir a imagem da equipa
nos últimos jogos, derrota com o
Sporting na Taça de Portugal (1-2)
e goleada sofrida no Dragão (0-5),
com o FC Porto, para a Liga.
O dia do julgamento chegou e ce-
do se percebeu que a relação do trei-
MIGUEL NUNES
nador alemão com os adeptos não ia
ser perfeita neste regresso à Luz.
Assim que o nome do treinador
foi anunciado pelo speaker de ser-
viço — «O nosso treinador, Roger
Schmidt» —, eis que os assobios
surgiram por parte de milhares de
adeptos. Vaia considerável, brin-
dando um técnico que vinha sen-
do muito criticado pelas escolhas,
mas que mantém viva a possibili-
dade de reconquistar o título e de
avançar na Liga Europa.
O jogo, mesmo correndo mal,
mesmo com desvantagem ao in-
cientes, outra vezes precisamos de
um autogolo e um penálti para
marcar dois golos. Em termos de
eficácia não foi o nosso melhor dia,
mas temos confiança para fazer
bom jogo em Glasgow e ganhar.
— Sente que merecia vencer?
— O futebol é simples, no final
o resultado baseia-se nos golos.
Mostrámos reação muito boa, jo-
gámos futebol, equipa deu tudo,
merecíamos ganhar o jogo, mas na
defesa permitimos dois momen-
tos para marcarem golos. Tivemos
ocasiões claras, muitas situações per-
to da área, falhámos algumas vezes
as melhores decisões para marcar
mais golos, temos de aceitar e te-
mos de ganhar em Glasgow para es-
tar nos quartos de final.
— Três jogo sem ganhar...
— Temos de fazer o melhor, toda
a gente no estádio viu que fizemos
Mostrámos reação muito
boa, jogámos futebol,
equipa deu tudo,
merecíamos ganhar
um jogo bom, temos de estar foca-
dos não no passado mas nos jogos que
se aproximam. Estivemos em boa
forma, temos de aceitar o resultado,
queríamos ganhar, foi empate, temos
de estar prontos para o próximo jogo.
— Como vê jogo de Florentino e
João Neves?
— Estou muito satisfeito, ambos
fizeram jogo muito bom, sabíamos
que o adversário ia apostar em bo-
las longas e que teríamos de ganhar
segundas bolas, Florentino mostrou
qualidades, em conjunto com João
Neves dominaram o meio-campo.
Saíram-se bem, precisamos de to-
dos os jogadores frescos, foi bom
deixá-los jogar, na generalidade a
equipa esteve muito bem.
tervalo, acabou por poupar Roger
Schmidt, que, bem pode dizer-se,
sobreviveu ao escrutínio dos ben-
fiquistas e à pressão sobre a sua
posição.
Muitos adeptos, sobretudo atra-
vés das redes sociais, pediam a sua
saída logo a seguir ao desaire do
Dragão, mas ontem as coisas pa-
recem ter acalmado e nem mesmo
o empate caseiro agravou a relação
com os adeptos. No final, lenços
brancos esporádicos, mas sobretu-
do tranquilidade em torno de
Schmidt.
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
f
INSTAGRAM/DIABOS VERMELHOS
Tarja de protesto nas bancadas da Luz
«Respeitem
o Benfica»
A claque Diabos Vermelhos, que
apoia o Benfica há várias décadas,
assinalou com mensagens a
insatisfação dos adeptos a visar
Roger Schmidt, por este não ter
pedido desculpa após o encontro
no Dragão. Com várias tarjas, o
protesto tomou forma no decorrer
da primeira parte, nas bancadas da
Luz: «Pedir desculpa é humildade.
Arranjar desculpas é fraqueza.
Respeitem o Benfica.»
Pirotecnia
nas bancadas
Os adeptos voltaram a deflagrar
tochas no estádio: aos 78 minutos,
a pirotecnia na bancada sul da Luz
iluminou o recinto com tons de
vermelho. A UEFA, recorde-se, já
aplicou pesada multa ao Benfica
esta época, após incidentes com
pirotecnia em San Sebastián,
frente à Real Sociedad.
Aursnes olha
para Glasgow
O polivalente norueguês
considerou, na zona mista após o
final do jogo, que a passagem na
eliminatória está em aberto:
«Merecíamos vencer, temos boas
hipóteses para o jogo lá, temos de
continuar o nossos trabalho.»
Fábio Silva
queria mais
Fábio Silva lamentou que a equipa
não tenha saído de Lisboa com a
vitória: «Sabíamos que ia ser um
jogo difícil, não estamos habituados
a defender desta forma. O nosso
objetivo era vir aqui e ser mais
eficazes, e fizemo-lo marcando o
primeiro e o segundo golos. No final
não conseguimos a vitória, mas
tivemos um empate.»
Sexta-feira Futebol

LIGA EUROPA 07
8 de março de 2024
A BOLA

O árbitro de A BOLA CASOS DO JOGO

SIC
Na fase inicial do

Vários erros
7’ lance que culminou
no primeiro golo do
Rangers, Diomande
dominou a bola

do árbitro alemão
com o peito (e não
com o braço
Por direito). Esteve
DUARTE GOMES bem a equipa de

a beliscar
arbitragem ao
validar o lance,
Tobias Stieler uma vez que não
houve infração.
cometeu alguns

a arbitragem
SIC
lapsos técnicos O braço esquerdo
de Sterling 17’
e disciplinares carregou as costas
de Neres, que

T
MIGUEL NUNES conduzia a bola.
OBIAS STIELER dirigiu o Também a perna
Benfica- Rangers que on- esquerda do inglês
tem se jogou na Luz. Mar- tocou na direita do
co Fritz foi o VAR. Stieler brasileiro. As duas
pertence ao grupo de eli- ações pareceram
te. Esta época já dirigiu sete jogos suficientes para
internacionais, três da fase de gru- justificar o pontapé
pos da liga milionária. Ontem co- de penálti.
meteu alguns lapsos técnicos e SIC
disciplinares, sendo ajudado num Goldson esticou a
deles por intervenção oportuna 38’ perna direita para a
do seu VAR. bola, Di María a
Segue análise técnica aos lances esquerda. Ambos
mais relevantes da partida. conseguiram o
7’ Golo legal de Tom Lawrence. objetivo sem
No início da jogada, Diomande do- cometer falta. O
minou a bola com o peito (e não com avançado argentino
o braço direito). Esteve bem a equi- ficou caído no
pa de arbitragem. relvado, mas não
9’ Arthur Cabral, com posse de por qualquer gesto
bola, levantou o braço direito na ho- irregular do
rizontal, para a direção do rosto de adversário.
Diomande, atingindo-o de forma SIC
antidesportiva. Devia ter visto o car- Apesar de ainda
tão amarelo. Di María arriscou ver o segundo amarelo de Tobias Stieler resvalar na cabeça, 45’
17’ Sterling usou o braço esquer- a bola intercetada
do para carregar as costas de Neres prio promoveu fora dela. Esteve bem só beneficiou o adversário. O ris- pelo braço esquerdo
e, em simultâneo, atingiu-o com a Stieler ao nada assinalar. co? Desnecessário. de Souttar foi
perna esquerda na direita. O inglês 45’ Souttar desviou a bola de ca- 59’ Bah arrastou o pé direito na di- mesmo irregular,
nunca tocou na bola, apenas no ad- beça, mas esta só foi interceta pelo reção do de Tom Lawrence para ten- porque resultou de
versário que a conduzia. A soma dos seu braço esquerdo porque a sua tar o penálti. O dinamarquês arris- abordagem
contactos justificou que se assinalas- abordagem ao lance foi descuida- cou advertência por simulação. Em arriscada e
se o pontapé de penálti. da, arriscada e evitável. Naquela sua defesa o facto de ter-se levanta- desnecessária ao
27’ Sterling esticou a perna para circunstância, a infração foi clara e do de imediato. lance. Esteve bem o
tentar a bola, mas escorregou, fru- bem identificada pelo vídeo árbi- 60’ Pela segunda vez, Arthur Ca- VAR ao sugerir
to de abordagem mais intempesti- tro. Pontapé de penálti correta- bral usou o ombro/braço (neste caso, pontapé de penálti.
va ao lance. Nesse momento atingiu mente assinalado. esquerdo) para atingir o rosto de SIC
Otamendi de forma dura. O árbitro 45+3’ Rafa estava fora de jogo, Diomande de forma desnecessária e Bah arrastou (por
entendeu que a abordagem ao lan- que foi bem punido (senão teria que antidesportiva. Mais uma vez devia 59’ mais de um metro)
ce foi negligente. Pareceu-nos ape- ser assinalado pontapé de penálti ter sido advertido. o pé direito no
nas imprudente. por derrube evidente do guarda-re- 66’ Yilmaz foi bem advertido relvado, de forma a
34’ Entrada de Fábio Silva (sola des Butland às pernas do adversário). após entrada antidesportiva so- promover contacto
da bota levantada à frente) sobre An- 45+4’ Golo do Rangers marcado bre João Neves. com Tom
tónio Silva devia ter sido sanciona- por Sterling, após assistência de Fá- 72’ Amarelo bem mostrado a Bah Lawrence. O lance
da com advertência. Na sequência bio Silva. Tudo certo. por pontapear a perna direita do só não foi
Di María foi bem advertido por con- 45+8’ Má gestão no final da 1.ª adversário de forma claramente an- sancionado como
duta antidesportiva sobre Yilmaz. parte: Florentino entrou com negli- tidesportiva (a bola estava fora de simulação porque o
38’ Goldson e Di María tocaram na gência sobre Lawrence e devia ter disputa). dinamarquês, bem,
bola, não se percebendo bem o mo- sido advertido; Sterling pisou a per- 79’ McKinnon cortou, de forma levantou-se de
tivo que deixou o avançado argen- na de Neves com negligência e tam- legal, remate de Di María. Não hou- imediato.
tino tanto tempo caído no relvado. bém tinha que ter visto o amarelo. ve braço irregular na área escocesa.
Lance legal e bem analisado na área 54’ Com o jogo há muito inter- 90+4’ Pé esquerdo de Di María A nota ao árbitro
do Glasgow. rompido, Di María prosseguiu jo- tocou no direito do Souttar, come-
40’ Sterling ganhou a bola a Aurs- gada até colocar a bola no fundo tendo infração bem assinalada. Os TOBIAS
nes e depois colocou-se na sua tra- da baliza de Butland. O avança- jogadores forçaram o segundo ama- STIELER ASSISTENTES C. Gittelmanne e Robert Kempter
jetória de corrida, caindo na área do encarnado só não viu o (se- relo para o argentino, que não se 4.ºÁRBITRO Harm Osmers
encarnada após contacto que o pró- gundo) amarelo porque a sua ação justificou.
3 VAR/AVAR Marco Fritz/Soren Storks
 Futebol Sexta-feira

08 LIGA EUROPA j BENFICA-RANGERS

8 de março de 2024
A BOLA

Agente ameaça
adepto escocês «Temos de sair desta situação
de merda em que estamos»
j Episódio lamentável envolveu
elemento das forças de seguran-
ça portuguesas antes do jogo
MIGUEL NUNES

Otamendi cáustico na análise à fase em que o Benfica se encontra d A reação terá de partir
dos jogadores d Elogia o público e acredita na passagem à fase seguinte da Liga Europa
MIGUEL NUNES
Por
RICARDO NUNES GONÇALVES

Autoridades têm dado que falar na Luz
A entrada da claque do Rangers na Luz
ficou marcada por momento de tensão
entre as forças de segurança e um adepto.
Dirigindo-se em português, um agente
obrigou o indivíduo a despir a t-shirt que
vestia e, de forma agressiva, afirmou: «Aqui
falas português ou abrimos-te a cabeça.»
E continuou, a propósito da peça de
vestuário em causa: «Já devias saber que
isto ia acontecer.» Após a ameaça em
português, a conversa desenrolou-se num
misto entre a Língua de Camões e o inglês.
A BOLA não conseguiu apurar o conteúdo
da t-shirt que levou os agentes a forçarem
o adepto a despi-la, nem o que pode ter
servido de catalisador para a ocorrência.
N
A sequência da derrota
com o Sporting em Al-
valade para a Taça de
Portugal e da goleada
sofrida no Estádio do
Dragão (0-5), Benfica empatou
em casa com o Rangers (2-2) e
Otamendi, à SIC, foi cáustico na
análise à fase em que os encarna-
dos se encontram. «Há que ser
positivo, acreditar em nós e ten-
tar melhorar, corrigir os erros. Es-
tamos a atravessar uma fase não
muito boa e o importante é a união
do grupo, ser positivo e olhar em
frente. Temos de sair desta situa-
ção de merda em que lamentavel-
mente estamos», analisou.
Os encarnados entraram prati-
camente a perder no encontro de

Clement lamenta ontem, fruto do golo de Lawren-

ce logo aos sete minutos. Ripos-

penálti severo tou por Di María perto do interva-

j Treinador do Rangers satisfei-
to com a exibição e elogioso em
relação a Fábio Silva
IMAGO
lo, mas o Rangers chegou ao
empate pouco depois. As circuns-
tâncias do jogo, no entender do
capitão encarnado, também não
ajudaram a uma exibição e resul-
tado mais positivos. «Estamos a
atravessar uma fase na qual os ad-
versários chegam e fazem golo.
Hoje quando estávamos bem,
marcaram o primeiro , depois em-
patámos e eles fazem o segundo.
E isso custa», admitiu.
Apesar da exibição, o público
encarnado apoiou a equipa duran-
te o encontro, algo que deixou o ar-
Otamendi diz que a equipa vai fazer tudo para passar à fase seguinte da Liga Europa
gentino sensibilizado, acreditan-
do num bom resultado em Glas-
gow: «O público está sempre. Te-
Estamos a atravessar mos consciência disso. Quem joga Quando estávamos bem,
somos nós e nós é que temos de
uma fase na qual corrigir os erros. Temos de melho- marcaram o primeiro,
rar, voltar às vitórias, que é o mais
os adversários importante. Temos 90 minutos para depois empatámos e
tentarmos qualificar-nos. Não con-
chegam e fazem golo seguimos fixar uma diferença mas eles fazem o segundo
OTAMENDI vamos dar o melhor para avançar OTAMENDI
dEFESA CENTRAL DO bENFICA para a próxima fase.» dEFESA CENTRAL DO bENFICA

«Empate não é mau de todo»

Philippe Clement, treinador do Rangers
Philippe Clement considerou, na
conferência de imprensa, que o penálti
concedido ao Benfica a fechar a primeira
parte foi uma decisão muito severa: «Não
gosto do rumo que se está a dar ao jogo
em relação a bolas nas mãos, mas são as
regras. Pode dar-se este tipo de penáltis,
mas, como alguém que ama futebol, tenho
dificuldades em aceitar estas decisões.»
O treinador do Rangers mostrou-se
«orgulhoso da exibição» e lamentou o
resultado, pois a equipa esteve «perto de
fazer um milagre e ganhar o jogo». Deixou
ainda elogios a Fábio Silva: «É jovem,
ainda está a crescer. Pode jogar em todas
as posições no ataque e mostrou-o.»
j Florentino conformado com re-
sultado diante dos escoceses; sem
temor do Ibrox Park
Florentino foi uma das novi-
dades apresentadas por Roger
Schmidt no encontro de ontem.
No final, o médio estava resigna-
do com o desfecho da partida.
«Queríamos ter ganho, mas o
empate não é mau de todo. Ago-
ra temos a segunda mão, ainda
falta um jogo. Vamos fazer de
tudo para ganhar e passar»,
apontou, em declarações à SIC,
tendo em vista o encontro da
próxima semana, em Glasgow.
«Não será dar a volta ao resulta-
FILIPE AMORIM/LUSA do, porque ninguém está na fren-
te, mas acho que vamos conse-
guir um resultado positivo»,
reforçou.
O ambiente em casa do Ran-
gers, o célebre Ibrox Park, cos-
tuma ser efervescente, mas o jo-
vem internacional português não
se atemoriza com a habitual fú-
ria escocesa, até porque o Ben-
fica está habituado a estádios re-
pletos de adeptos. «Aqui em
Portugal também temos estádios
com ambientes cheios e bons,
vamos encarar o jogo da mesma
Fábio Silva parece assutado com o ímpeto de Florentino forma», concluiu.
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
Dupla assistência
para Rafael Leão
Criativo do Milan importante no 4-2 aplicado ao Slavia de Praga
d Leverkusen quase perdeu d Liverpool goleou Sparta de Praga: 5-1!
Por
ROGÉRIO AZEVEDO
A
quase inacreditável inven-
cibilidade do Leverkusen
esta temporada (ia em 34
jogos, 30 vitórias, 4 empa-
tes e 0 derrotas — sim,
zero) esteve a minutos de cair por ter-
ra no Azerbaijão, diante do carras-
co do SC Braga no play-off, o Qara-
bag, mas um golo já no período de
compensação impediu a primeira
nódoa na época brilhante do líder
da Bundesliga. Benzia (26’) e Juni-
nho (45+2’) marcaram para os visi-
tados, mas Wirtz (70’) e Schick
(90+2’) evitaram o desaire. Agora, na
segunda mão, na próxima quinta-
-feira, em casa, o Leverkusen pode-
rá fechar a eliminatória.
BIS DE DARWIN EM PRAGA
O Liverpool foi a Praga bater o
Sparta, por 5-1, mesmo sem alguns
dos habituais titulares (Salah e Van
Dijk começaram no banco e Diogo
Jota está lesionado). Os reds adian-
taram-se aos 6’, penálti transfor-
mado por Mac Allister. Foi então al-
tura de aparecer Darwin Núñez a
ampliar a diferença com um bis (25’
e 45+3’). No primeiro minuto do rea-
tamento, um autogolo de Bradley
(46’) reduziu para 1-3, mas logo de
seguida Luis Díaz (55’) fez o 4-1.
LIGA CONFERÊNCIA
Lille de Fonseca goleia (3-0) Sturm Graz
j Com cinco portugueses, Olym-
piakos sofre pesada derrota em
casa: 1-4 com o Maccabi Telavive
No jogo que, em teoria, seria
mais empolgante, o Ajax-Aston
Villa (antigos campeões europeus),
a emoção só apareceu nos últimos
minutos, com os neerlandeses a
tentarem que os 90’ de Amester-
dão não terminassem sem golos.
Agora, meus caros, só em Bir-
mingham, na próxima quinta-fei-
ra, poderá haver golos.
Com cinco portugueses a serem
utilizados (David Carmo a jogar os
90’, Chiquinho a sair aos 67’, An-
Futebol internacional
LIGA EUROPA
Giroud festeja golo (na sequência de passe de Rafael Leão) no Milan-Slavia de Praga
Quase a finalizar (90+4’), Szoboszlai
fez o 5-1 final, deixando a elimina-
tória praticamente fechada.
LIGA CONFERÊNCIA
j Oitavos de final j 1.ª mão
Ajax-Aston Villa
Molde-Club Brugge
Sturm Graz-Lille
Olympiakos-Maccabi Telavive
Servette-Viktoria Plzen
St. Gilloise-Fenerbahçe
Dínamo Zagreb-PAOK
Maccabi Haifa-Fiorentina
2.ª mão a 14 de março
dré Horta a ser substituído aos 83’
e Podence a sair aos 77’ para dar lu-
gar a João Carvalho), os gregos do
Olympiakos sofreram pesada der-
rota, em casa, com os israelitas do
09
OITAVOS DE FINAL
1.ª mão j Anteontem
PORTUGAL
Sporting 1 1 Atalanta
ITÁLIA
Paulinho (17) Scamacca (39)
2.ª mão j 14/3 (20 horas)
1.ª mão j Ontem
Sparta Praga
REPÚBLICA CHECA 1 5 Liverpool
INGLATERRA
(Bradley, 46 pb) Mac Allister (6), Darwin Núñez (25 e
2.ª mão j 14/3 (20 horas)
45+3), Luis Díaz (55) e Szoboszlai (90+4)
1.ª mão j Ontem
ITÁLIA
Roma 4 0 Brighton
INGLATERRA
Dybala (13), Lukaku (43), Mancini (64) 2.ª mão j 14/3 (20 horas)
e Cristante (68)
MICKAEL CHAVET/IMAGO
1.ª mão j Ontem
Qarabag 2 2 Leverkusen
AZERBAIJÃO ALEMANHA
Benzia (26) e Paulinho (45+2) Wirtz (70) e Schick (90+2)
2.ª mão j 14/3 (20 horas)
1.ª mão j Ontem
PORTUGAL
Benfica 2 2 Rangers
ESCÓCIA
Di María (45+2) e Goldson (67 pb) Lawrence (7) e Sterling (45+5)
2.ª mão j 14/3 (17.45 horas)
1.ª mão j Ontem
ITÁLIA
Milan 4 2 Slavia Praga
REPÚBLICA CHECA
Giroud (34), Reijnders (44), Doudera (36) e Schranz (65)
Loftus-Cheek (45+1) e Pulisic (85) 2.ª mão j 14/3 (17.45 horas)
1.ª mão j Ontem
FRANÇA
Marselha 4 0 Villarreal
ESPANHA
Veretout (23), Mosquera (28 pb) 2.ª mão j 14/3 (17.45 horas)
e Aubameyang (42 gp e 59)
1.ª mão j Ontem
ALEMANHA
Friburgo 1 0 West Ham
INGLATERRA
Gregoritsch (81)
2.ª mão j 14/3 (17.45 horas)
em ação: Rafael Leão no Milan-Sla-
MELHORES MARCADORES via de Praga e Gonçalo Guedes no
DA LIGA EUROPA Marselha-Villarreal. O antigo joga-
dor do Sporting fez a assistência para
33 Aubameyang (Dortmund, Arsenal, o 1-0 (de Giroud) e para o 4-2 (de Pu-
Barcelona e Marselha) lisic), cruzando para os desvios vi-
30 Falcao (FC Porto e Atl. Madrid) toriosos do francês e do norte-ame-
27 Lukaku (Anderlecht, Everton,
Inter e Roma) ricano, respetivamente, enquanto o
De resto, exceção ao Benfica- 26 Aduriz (Ath. Bilbao) ex-Benfica passou despercebido nos
-Rangers e ao Sporting-Atalanta, 24 Dabbur (Maccabi Telavive, Salzburgo, 90’ em que esteve em campo no Vé-
só mais dois portugueses estiveram Sevilha e Hoffenheim) lodrome de Marselha.
AVNI RETKOCERI/IMAGO
Maccabi Telavive: 1-4, com golos de
Zahavi (5’ e 30’), Peretz (74’) e Sha-
har (9’) para os visitantes e de El
0-0 Kaabi (13’) para os visitados. Desai-
2-1 re muito difícil de inverter no jogo
0-3 da segunda mão.
1-4
Também os franceses do Lille,
0-0
0-3 orientados por Paulo Fonseca e com
2-0 Tiago Santos a titular, venceram fora
3-4 por três golos de diferença: 3-0 aos
austríacos do Sturm Graz, golos de
David (28’ e 51’) e Zhegrova (71’). Lille, de Paulo Fonseca, tem pé e meio nos quartos de final da Liga Conferência
O português João Pinheiro, 36
anos, árbitro da AF Braga, dirigiu um para os turcos. De resto, traba- tro vitórias (Fiorentina, Fenerba-
o Saint-Gilloise-Fenerbahçe (0- lho tranquilo. hçe, Maccabi Telavive e Lille) con-
-3), com cinco cartões amarelos As equipas visitantes tiveram tra apenas duas dos visitados (Dína-
mostrados, quatro para os belgas e mais força nesta primeira mão: qua- mo Zagreb e Molde).

10
cmpereira@abola.pt
Editorial
Por
CATARINA PEREIRA
Um dia para celebrar a
conquista de direitos e
recordar outros tantos
que ainda faltam
T
ODOS os anos, a 8 de
março, é comum ouvir-
mos que não se percebe
porque ainda existe um
Dia da Mulher, se até
nem há um Dia do Homem. As
mulheres não deviam precisar
de um dia, os outros é que con-
tam e seria mais importante fa-
larmos de outras coisas. Já é um
JOGOS
DA SORTE
j Concurso n.º 010/2024
j Segunda-feira
1.º prémio 62 021
j Concurso n.º 019/2024
j Terça-feira
2 15 17 23 36 + 3 ss 8 TEMPERATURAS
j Concurso n.º 009/2024
j Sexta-feira
VGH 07315
j Concurso n.º 019/2024
j Quarta-feira
7 10 34 38 48 + 9
j Concurso n.º 009/2024
j Quinta-feira
1.º prémio 36 382
j Concurso n.º 009/2024
j Domingo
1 1 X 2XX 2 2X XX 1 X 1
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Lda — Travessa Anselmo Braancamp, nº. 220 — 4405-359 Arcozelo VNG — Tel.: 227 537 030 — Faxe: 227 537 039 (Edição Porto) P Tiragem média em dezembro de 2023: 22.613 Exemplares
www.abola.pt
A Bola do DIA
Um jornal para as mulheres
salto desde o Dia de Oferecer Flo-
res à Mulher ou o Dia do Cor de
Rosa Porque é Cor de Mulher, mas,
ainda assim, cá estamos.
O Dia Internacional da Mu-
lher serve não só para recordar-
mos e celebrarmos todos os di-
reito s j á c onq u i s t ado s , ma s
sobretudo para nos lembrar que
o caminho ainda é longo.
Por todas as mulheres que ain-
da não podem votar, viajar ou fa-
zer algo sem autorização ou acom-
panhamento de um homem. Por
todas as mulheres que não podem
estudar e sonhar ser mais do que
querem que elas sejam. Por todas
as mulheres que sofrem de muti-
lação genital, que não mandam no
seu próprio corpo e que não podem
escolher abortar. Por todas as mu-
lheres que são assediadas, violadas
e que têm medo de andar na rua à
noite sozinhas. Por todas as mulhe-
res que trabalham, mas que ga-
nham menos do que um homem
ESTADO
DO TEMPO
Céu limpo Céu pouco Céu muito
nublado nublado
Chuva Trovoada Neve
Máxima
mínima BRAGA
PORTO
COIMBRA
M 17º
m 12º
PONTA LISBOA
DELGADA
M 20º
m 15º
FUNCHAL
TEMPERATURAS Máxima mínima
FONTE: INSTITUTO PORTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFERA
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
IMAGO
normalmente para elas. Por todas mens a explicar-lhes o que de-
as mulheres julgadas por usar mi- vem dizer, como devem pensar,
nissaia, ou por não usarem ma- como devem ser, e que já não
quilhagem, ou por pintarem o ca- conseguem responder-lhes de
belo de determinada cor, ou por volta que estão fartas de condes-
serem feias, ou por serem bonitas, cendência e paternalismo. Por
ou por falarem muito alto, ou por todas as mulheres que sabem o
falarem muito baixo. Por todas as que é sororidade, e que tanto pre-
mulheres que escolhem não ser cisam dela. E por todos os ho-
mães, pelas que não conseguem mens que, lutando pelos direitos
ser mães e pelas que aturam ho- das mulheres, poderão um dia
mens que só acham que elas ser- libertar-se das amarras que o
vem para ser mães. Por todas as machismo e a misoginia tam-
mulheres que são cientistas, mé- bém lhes impõem.
dicas, polícias, jornalistas, astro- E, porque escrevo num jornal
nautas, futebolistas e tudo o que A BOLA especial, por todas as
um dia já quiseram que elas não mulheres que contam as suas
fossem e que, nalguns casos, ain- histórias, para que outras se iden-
O caminho ainda é longo... da é tão difícil ser. Por todas as tifiquem e acreditem que é pos-
mulheres que conseguem ter uma sível, embora difícil. E também
que faz o mesmo. Por todas as mu- carreira e que entram em salas de pelas que não contam, por medo,
lheres que não trabalham, porque reuniões só com homens. Por to- vergonha ou por acharem que
têm de cuidar. Por todas as mulhe- das as mulheres não brancas, não ninguém quer saber.
res que são mães, filhas, irmãs, heterossexuais e não ricas, que Nós queremos saber. E, por
empregadas domésticas e todos os acumulam discriminações. Por to- isso, estaremos cá em todos os
trabalhos invisíveis que sobram das as mulheres que ouvem ho- outros dias do ano.
BOLA Por
DO MUNDO HAZRIN YEOB MEN SHAH/IMAGO
Aguaceiros
j Amanhã
M 12º
M 8º
m 3º
BRAGANÇA
m 6º
M 12º
m 7º
M 12º
m 6º
M 13º
m 8º
M 12º
ÉVORA m 6º
M 15º
FARO m 9º
Vai começar É no Catar que, domingo, arranca mais uma época do Mundial de motociclismo de velocidade (e a 75.ª da categoria
máxima). E no ‘grid’ (grelha) há, pelo sexto ano consecutivo, um português em MotoGP, Miguel Oliveira, o número
mais uma 88 (na imagem surge à esquerda, atrás da mota 10) que este ano representa a Trackhouse Aprilia. Para a
temporada! posterioridade fica a foto de ‘família’ ontem tirada no circuito de Lusail, Catar
MEMBRO HONORÁRIO DA ORDEM DO INFANTE D. HENRIQUE — MEDALHA DE MÉRITO DESPORTIVO
Sexta-feira scp@abola.pt

SPORTING 11
8 de março de 2024
A BOLA

Pedro Gonçalves e Rúben Amorim em Bérgamo, onde o Sporting jogou na fase de grupos da Liga Europa e onde volta a jogar nos oitavos MIGUEL NUNES

Os números

38 Total de jogos de Pedro

Gonçalves esta época

15 Golos marcados, está a oito

de igualar a melhor época

2027 Ano em que Pote

termina contrato

já obrigara o técnico a mexer na

frente, com Pote serão então duas
as mudanças, que não passam
pela saída de Trincão, em exce-
lente forma. Ou seja, com Pedro

PEDRO GONÇALVES
Gonçalves, o trio de ataque fica
completo com o sueco e o cami-
sola 17; sem Pote, a vaga em aber-
to será ocupada por Paulinho —
marcou o golo sportinguista no
encontro com os de Bérgamo —

nas mãos de AMORIM

ou Marcus Edwards, com a van-
tagem a cair para o lado do por-
tuguês.

EXPECTATIVA POR GONÇALO INÁCIO

Com os jogadores a necessita-
rem de gerir a condição física, tal
a sobrecarga de jogos em tão cur-
to espaço de tempo (ver página
Contrarrelógio para recuperar o avançado a tempo de poder jogar em Arouca d Recuperação 12), mais alterações estão previs-
tas por Rúben Amorim, relativa-
está a... 50 por cento d Prioridade é o campeonato mas a prudência pode apontar a Bérgamo mente ao encontro com a Atalan-
ta. Não na baliza, onde continua
Israel, dada a indisponibilidade
Por «Vamos fazer o máximo para peração está nesta altura a 50 por nas mãos de Amorim, que natu- de Adán, lesionado. Mas na defe-
NUNO RAPOSO recuperá-lo, como não tem lesão cento, pelo que há dois dias de ralmente discutirá a situação com sa espera-se pela possibilidade de

C
ONTRARRELÓGIO para
recuperar Pedro Gon-
çalves a tempo do jogo
com o Arouca — domin-
go às 18 horas. O avan-
çado de 25 anos falhou o encon-
tro com a Atalanta, devido a
mialgias, e continua em dúvida
para a partida da 25.ª jornada do
campeonato. Apesar de não ser
uma lesão, a prudência pode
apontar um regresso apenas para
o jogo de Bérgamo. Está nas mãos
de Rúben Amorim.
MIGUEL NUNES
propriamente dita, depende mui-
to da parte clínica, da forma como
ele se sente e daquilo que nós
achamos dele, da avaliação que
faremos dele nestes próximos dias,
portanto não há lesão», explicou
o treinador do Sporting na véspe-
ra do encontro com a Atalanta,
1.ª mão dos oitavos de final da
Liga Europa, em Alvalade, que
terminou com empate 1-1.
Ontem o plantel leonino gozou
folga e hoje o camisola 8 dos leões
vai ser reavaliado. Pelos dados
recolhidos por A BOLA, a recu-
treinos/tratamentos para recu-
perar o jogador. A prioridade leo-
nina, assumida desde sempre pelo
treinador, é o campeonato. Mais
do que a Liga Europa. Por isso o
contrarrelógio para tentar ter o
avançado na próxima ronda. Po-
rém, se amanhã na hora de seguir
viagem para Arouca, Pedro Gon-
çalves tiver de forçar a ida a jogo,
poderá mandar a prudência espe-
rar uns dias até ao jogo de Bérga-
mo, da segunda mão dos oitavos
da Liga Europa...
Por isso dizemos que está tudo
o jogador e o departamento mé-
dico dos leões. Porque não sen-
do lesão, esforço extra, porém,
poderá conduzir a problema
maior, algo que se quer sempre
evitar, mais ainda nesta fase da
época, que está a entrar na zona
de decisões.
MEXIDAS NO ONZE
O regresso de Pedro Gonçalves
às opções significará alteração no
trio de ataque sportinguista.
Gyokeres, naturalmente volta
também ao onze, o que só por si
Gonçalo Inácio poder também
reaparecer após problema muscu-
lar. Com o português, Diomande
(que está na lista da Juventus, ver
peça em baixo) volta à direita;
sem o português continua à es-
querda, com St. Juste e Quaresma
a discutirem o outro lado. Coates
joga ao meio.
Na linha de quatro no meio-
-campo, Hjulmand volta ao mio-
lo para jogar com Morita. Nuno
Santos deve regressar à esquerda,
dúvida na outra ala entre Esgaio
e Geny Catamo.

Ousmane Diomande na lista da Juventus

Diomande, internacional costa-marfinense
j Avança o ‘Tuttosport’ que o
clube de Turim tem o central mui-
to bem referenciado; vai renovar
Depois de ter investido em
Matthijs de Ligt (agora no Bayern)
e Bremer, e podendo estar per-
to de perder este último, a Ju-
ventus já tem uma lista de pos-
síveis centrais que pode negociar,
com o nome de Ousmane Dio-
mande incluído.
Segundo noticia o Tuttosport,
publicação italiana muito ligada
ao emblema de Turim, o depar-
tamento de scouting da Juventus
já observou o defesa, com rela-
tórios favoráveis ao desempenho
do jogador leonino, mais con-
cretamente idade (20 anos), al-
tura (1,90), técnica e velocidade.
A mesma fonte destaca a atuação
de Diomande no jogo da última
quarta-feira, frente à Atalanta,
para a Liga Europa, realçando
que o internacional costa-mar-
finense tanto pode jogar na direi-
ta como na esquerda do trio de-
fensivo usado por Rúben
Amorim.
Em Alvalade sabe-se que o ve-
rão vai ser rico em abordagens e
propostas por alguns jogadores,
entre eles o camisola 26. Em In-
glaterra há interessados, na Ale-
manha também, como A BOLA já
deu conta, e por isso só propos-
ta de valores na ordem dos 60
milhões de euros será analisada.
Contratado ao Midtjylland por
7,5 milhões de euros, há um ano
— estava cedido pelos dinamar-
queses ao Mafra, da Liga 2 —, Dio-
mande está num dos patamares
mais baixos dos vencimentos pra-
ticados em Alvalade: aufere cer-
ca de 300 mil euros por ano numa
altura em que o estatuto que tem
no plantel já é superior. Por isso
se prepara renovação de contra-
to, como adiantámos, com au-
mento salarial para patamar mais
condizente.
Relativamente aos anos de vín-
culo haverá a possibilidade de au-
mentar mais um ou dois. No mes-
mo valor deverá manter-se a
cláusula de rescisão do jogador,
que está fixada nos 80 milhões
de euros, o segundo patamar nes-
te particular em Alvalade, só su-
perado pelos 100 milhões de eu-
ros que estão inscritos na cláusula
de Viktor Gyokeres, avançado
sueco de 25 anos que os leões con-
trataram ao Coventry por €20
milhões, o mais caro reforço da
história do clube.

12
Folga é vitamina para mais
uma rajada de três jogos
A importância de 24 horas sem calçar chuteiras vista por um treinador de performance individual
d Há vários jogadores a dar sinais de desgaste e risco de lesões aumenta d Resultados ajudam
Por
FILIPA REIS
R
ÚBEN AMORIM há mui-
to que tinha falado sobre
o ciclo apertado que o
Sporting tinha pela fren-
te no mês de fevereiro,
que se prolonga até meio de mar-
ço, altura em que o campeonato
pára devido aos compromissos das
seleções nacionais e, volvidos nove
jogos, até o próprio treinador as-
sumiu cansaço.
Com jogos praticamente a acon-
tecer de três em três dias (ver qua-
dro) e preparação dos mesmos, não
tem havido espaço para descanso,
algo que aconteceu ontem, com o
plantel a gozar um dia de folga após
o empate com a Atalanta (1-1), na
1.ª mão dos oitavos de final da Liga
Europa.
A BOLA foi tentar perceber a
importância desta pausa de 24 ho-
ras junto de Cláudio Borges, anti-
go central, agora treinador de per-
formance individual na Boost
Campus Academy, com polos na
Maia e Esposende, que fez mes-
trado em alto rendimento despor-
tivo, e que antes do arranque da
época fez treino específico com
Nuno Santos, médio leonino.
«Há que ter em conta vários fa-
tores, entre os quais físicos e emo-
cionais, mas, fisiologicamente fa-
lando, o Rúben Amorim está a fazer
uma boa gestão. Há que pesar tudo
na balança porque, de facto, não é
fácil gerir as cargas e a folga conce-
dida aos jogadores é mais útil no
sentido psicológico, porque do pon-
to de vista fisiológico não era a al-
tura indicada, tendo em conta que
há jogo no domingo. Mas, se tiver-
mos em linha de conta que há 30 dias
que os atletas não folgam, é bom ter
um dia em que não têm de calçar as
chuteiras, nem ir para a Academia,
nem ver os colegas, que por mais
que se deem bem e sejam unidos
também é bom não estar com as
mesmas pessoas todos os dias. Esta
folga foi dada mais no contexto psi-
cológico», começou por dizer.
Alguns jogadores têm vindo a
dar sinais de cansaço, a equipa téc-
nica tem feito a gestão de minutos
em campo de cada atleta consoan-
Futebol Sexta-feira
SPORTING
8 de março de 2024
A BOLA
«Vem aí fase
de decisões»
VÍTOR GARCEZ/ASF
SPORTING CP
OS MAIS UTILIZADOS
j Fevereiro e março
GYOKERES 697’
Eduardo Quaresma 683’
Hjulmand 662’
Pedro Gonçalves 588’ Jorge Silvério é psicólogo
Coates 561’
Nuno Santos 546’
Matheus Reis 538’ Jorge Silvério, psicólogo especiali-
Edwards 530’ zado em Psicologia Desportiva, falou a
Geny Catamo 528’ A BOLA sobre um dia de descanso a
Trincão 501’ uma quinta-feira antes do jogo de do-
mingo, realçando a importância que a
mesma tem a nível mental.
«É inerente que do ponto de vista
físico também é importante. Mas, es-
tas folgas são mais mentais porque,
obviamente, aproxima-se a fase das
grandes decisões, e o cansaço mental,
algo que há tendência para nos esque-
cermos, começa a aparecer. Os joga-
dores podem fazer o que quiseres, es-
tar com as famílias, brincar com os
Esta folga foi dada mais filhos, sem terem que pensar em trei-
nos ou em jogos. Este dia de descan-
no contexto psicológico. so é muito importante atendendo aos
objetivos e à forma como a época está
Descansar? Isso só a correr em função do desgaste e até
na preparação dos jogos importantes
acontece no FM... que aí vêm», realçou.
Gonçalo Inácio (está lesionado), Trincão (regressou de lesão) e Gyokeres em treino CLÁUDIO BORGES
Treinador de performance individual
te indicação do departamento de Gonçalves já não defrontou a Ata- GYOKERES É CASO À PARTE
performance, mas já se registaram lanta em gestão de esforço. Sporting está em três frentes e se- O avançado sueco é o mais uti-
baixas: Paulinho parou logo no iní- Ora, olhando ao que são os nú- guem-se três importantes jogos lizado neste ciclo, com 697 minu-
cio de fevereiro, devido a trauma- meros de utilização desde feverei- antes da já referida paragem. tos, e já começa a dar alguns sinais
tismo no pé direito; Gonçalo Iná- ro (ver quadro) percebe-se que o «O Sporting não tem uma gran- de desgaste. «É um jogador dife-
cio, na ressaca do jogo com o Rio rendimento dos que têm mais mi- de vantagem no campeonato e per- renciado, os próprios números
Ave teve de parar face a mialgia na nutos nas pernas começa a dar si- cebe-se que o treinador aproveite os mostram isso, é um assassino, só vê
coxa esquerda; Adán contraiu le- nais de quebra física e, consequen- jogos da Taça de Portugal e da Liga baliza, é certo que é bom tecnica-
são muscular na coxa esquerda num temente, ficam mais propensos a Europa — que são dois em cada pro- mente, mas não é só pelas fintas,
treino, após a 23.ª jornada e Pedro lesões. Mas, há que destacar que o va e um já passou — para fazer ges- como pelo timing de entrar às bo-
tão do plantel. Descansar? Isso só las, o ir à linha puxar para dentro
acontece no FM [Football Manager, e rematar de pé direito, e mesmo
CALENDÁRIO FEVEREIRO/MARÇO risos]. A mente ajuda mais do que o que os adversários saibam disso, é
físico. Controlar as cargas a jogar de muito difícil pará-lo, além da for-
DATA PROVA JOGO RESULTADO três em três dias, durante 90 minu- ça que ele tem. Há poucos jogado-
3/2 Liga (20.ª jor.) Famalicão Adiado tos, nem sempre é fácil. A equipa res com capacidade de aguentar
7/2 Taça de Portugal UD Leiria 3-0 está numa senda de vitórias e, cla- como ele», realçou Borges, que não
ro, gerir o esforço depois de um bom tem dúvidas sobre as 24 horas de
11/2 Liga (21.ª jor.) SC Braga 5-0 resultado facilita mais o treinador do descanso a que os jogadores tive-
15/2 Liga Europa Young Boys 3-1 que trabalhar em cima de uma der- ram direito: «A folga é fisicamen-
19/2 Liga (22.ª jor.) Moreirense 2-0 rota, o que é mais complicado», te benéfica, embora nesta fase do
afirmou Cláudio Borges. campeonato não é um dia que vai
22/2 Liga Europa Young Boys 1-1 fazer mudar alguma coisa, os atle-
25/2 Liga (23.ª jor.) Rio Ave 3-3 tas já têm muitos minutos nas per-
29/2 Taça de Portugal Benfica 2-1 O QUE FALTA ATÉ À PARAGEM nas. Fisicamente não era ideal por-
que há jogo no domingo, mas num
3/3 Liga (24.ª jor.) Farense 3-2 10/3 Liga (25.ª jor.) Arouca Fora
14/3 Liga Europa Atalanta Fora contexto mais de início de época,
7/3 Liga Europa Atalanta 1-1 17/3 Liga (26.ª jor.) Boavista Casa agora até pode ajudar.»
Sexta-feira Futebol

SPORTING 13
8 de março de 2024
A BOLA

Tal como Sporting, também o Orlando City, clube onde jogou Nani, tem o leão como símbolo IMAGO

O ‘mister’ de A BOLA
Há coisas em comum
tos. Fruto dessa marcação indivi-
dual, Morita e Koindredi, que até
a esse momento, fruto das suas
movimentações, conseguiam dar
essa superioridade ao leões e criar
desequilíbrios, desapareceram do
jogo. Fruto da pressão da Atalan-
ta, que forçava o erro aos jogado-
res do Sporting, Eduardo Quares-
ma er rou e o s it a l ia no s
aproveitaram para fazer o empa-
te, tendo já nos minutos que an-
tecederam o golo da igualdade vis-
to dois remates embaterem nos
postes e Franco Israel realizar uma
excelente defesa.
Por

Orlando City perto

JOÃO PRATES
Rúben Amorim
A rapidez da tomada tenta mudar

3
de decisão e o nível

de ser parceiro leonino

Com as dificuldades sen-
técnico fundamentais tidas na primeira parte,
Amorim mudou três peças
para ganhar vantagem em cada setor do campo,
procurando com essas al-
terações um Sporting mais forte e

Com proteção
a primeira oportunidade até foi leo-
nina ,criada por Geny Catamo, que Sporting e clube da MLS trabalham num protocolo de cooperação
dos postes
fez brilhar o guarda-redes italiano.
Mas este era um jogo de grau de d Norte-americanos interessados desde os tempos de Nani

1
Amorim iniciou o jogo com
sete mudanças em relação ao
ultimo encontro, devido à
dificuldade elevado e, na respos-
ta, mais uma vez o Sporting viu a
bola beijar o poste, rematada por Por te uma aproximação aos verdes e O Orlando City foi fundado em
Lookman. À medida que o tempo NUNO RAPOSO brancos, algo que acabou no en- 2010 e desde logo com a intenção

elevada densidade competi-
tiva das ultimas semanas e
porque confia nos seus jogadores,
e foi no seu sistema habitual 3x4x3
que iniciou o jogo e onde conseguiu
ser mais forte que a Atalanta nos
primeiros 20 minutos, momento
em que após atrair a equipa italia-
na à pressão, conseguiu sair com
foi passando, fruto também da in-
tensidade que se jogava, o encon-
tro foi ficando partido e Coates
atirou também uma bola ao pos-
te. Contudo os últimos 10 minu-
tos foram de novo de uma Atalan-
ta mais forte, que ainda viu um
golo anulado por fora de jogo.
S
PORTING e Orlando City
estão perto de assinar um
acordo de parceria que
permitirá aos leões —
ambos os clubes têm o
rei da selva como símbolo — in-
tercâmbio de jogadores bem como
outro tipo de sinergias nomeada-
tanto por não avançar até por-
que no ano seguinte a pandemia
de Covid-19 acabou por colocar
travão na intenção.
As conversas, no entanto, avan-
çaram mais recentemente e nesta
altura estão muito bem encami-
nhadas. Está então perto de nas-
cer uma parceria que vai, por
de se juntar à MLS e em 2015 fez
o seu primeiro jogo na principal
liga da América do Norte, que
junta clubes de Estados Unidos e
Canadá. A ida de Nani para Orlan-
do, em 2019, coincidiu com a
chegada de Luiz Muzzi ao clube da
Florida e é o agora vice-presi-
dente executivo de operações de

Breve resumo
qualidade desse momento, desco- mente no que às academias de exemplo, dar prioridade ao Spor- futebol e diretor geral do clube
brir Trincão livre na zona do meio formação diz respeito. ting na sinalização de talento no norte-americano que tem sido

do encontro
campo, a servir Paulinho que so- Segundo apurou A BOLA, des- Orlando City, bem como prefe- parte ativa nesta operação, que
bre o lado esquerdo aproveitou para de os tempos em que Nani seguiu rência em negócio de transferên- vai aproximar leões de Portugal e

4
fazer o golo, uma jogada bonita,
simples e eficaz que deve ter dei-
xado Amorim feliz.
de Alvalade para o clube da Ma- cia de jogadores. Por outro lado, dos Estados Unidos.
Um jogo de elevada den- jor League Soccer (MLS), em fe- permitirá aos norte-americanos As conversas entre as partes es-
sidade competitiva, táti- vereiro de 2019, que o emblema receberem jogadores por emprés- tão em fase adiantada e o acordo
ca, técnica, física e emo- norte-americano tinha em men- timo do emblema verde e branco. deve ser fechado em breve.

Um novo
cional, como estes jogos

jogo começa
devem ser, com Sporting
e Atalanta a terem mais coisas em
comum do que aquilo que as sepa-
Tiago Ferreira e a estreia «incrível» Mais Sporting
j MULTA. O jogo da 24.ª jornada do

2
Num sistema tático idên-
tico ao Sporting, mas mais
intenso, a Atalanta em
desvantagem subiu ainda
mais as linhas e numa
marcação homem a homem asfi-
xiou o Sporting, nunca permitin-
do ao portador da bola tempo e
espaço para tomadas de decisão
que permitissem aos leões anular
essa pressão como o conseguiram
fazer nos primeiros vintes minu-
ra, em muitos momentos do jogo,
fruto do seus sistemas táticos idên-
ticos. Parecíamos assistir a um jogo
de espelhos. E quando assim é, a
rapidez da tomada de decisão e o
nível técnico tornam-se funda-
mentais para ganhar vantagem
sobre o oponente. O Sporting
conseguiu fazer isso bem nos pri-
meiros 20 minutos, se em Itália
o conseguir fazer por mais tem-
po, irá discutir a eliminatória até
ao último minuto.
j Jovem avançado recorda jogo
com o Raków e fala sobre o re-
gresso após lesão grave
Tiago Ferreira passou por grave
lesão no joelho esquerdo, mas esta
época já se estreou pela equipa
principal do Sporting. «Foi incrí-
vel», confessou o avançado de 21
anos ao Podcast 360 da Federação
Portuguesa de Futebol.
Essa estreia aconteceu a 9 de
novembro de 2023, no 2-1 com o
Raków em Alvalade, da fase de
grupos da Liga Europa. «Não es-
tava à espera e foi uma sensação
única que tentei aproveitar e des-
frutar ao máximo», acrescentou
o jovem leão, que regularmente
trabalha com a equipa principal.
Sobre o regresso pós-lesão, a
satisfação de quem voltou a fazer
o que mais gosta: «Tem sido mui-
to positivo pois tenho vários jogos
e isso é importante tendo em con-
ta o que passei.»
campeonato (3-2 ao Farense em
Alvalade) valeu multa de 7010 euros
ao Sporting. A causa foi o uso de
engenhos pirotécnicos por parte dos
adeptos dos leões, algo que tem
sido recorrente esta temporada.
j BILHETES. O Sporting colocou
ontem à venda, online, os bilhetes
para o jogo com a Atalanta, em
Bérgamo — quinta-feira às 20
horas. A venda é exclusiva a
sócios, tem critérios e cada
ingresso custa 25 euros.

14
SÉRGIO CONCEIÇÃO
«Se pensarmos
no Arsenal
vamos ter
um dissabor»
Exige foco na Liga d Pés assentes na terra no
pós-clássico d Espetáculo? Só com 11 focas
Por
PAULO PINTO
Q
UE abordagem espera
do Portimonense, ten-
do em conta a necessi-
dade de pontuar para
subir na classificação
do campeonato?
— Espero um jogo difícil, pe-
rante uma equipa que no seu es-
tádio consegue complicar a vida
aos adversários. Lembro-me de
alguns jogos muito difíceis que
fizemos em Portimão, onde ga-
nhámos no último minuto. Es-
pera-nos uma tarefa complicada,
que faz parte destas batalhas que
acontecem no campeonato. Vai
depender do que fizermos e da
forma como estivermos no jogo,
interpretando e percebendo aqui-
lo que poderá acontecer.
— Vai fazer alguma gestão, de-
vido ao jogo com o Arsenal?
— O Portimonense está a qua-
tro pontos do 8.º lugar. Não pos-
so pensar, nunca o fiz e nunca o
vou fazer, só se houver casos ex-
cecionais, que um jogador não
pode ir a jogo por poder agravar
uma ou outra coisa. Acho que ne-
nhum treinador prepara dois jo-
gos. Se estiver a pensar no jogo
de Londres, com certeza que va-
mos ter um dissabor em Portimão
e não queremos isso. Depois do
bom jogo que fizemos, contra um
rival onde ganhámos três pontos
e não deixámos ganhar três pon-
tos, não dar sequência a isso se-
ria muito mau para a equipa e
fcp@abola.pt
FC PORTO
perderíamos algum desse estado
positivo.
— Além dos três pontos, ga-
nhou mais alguma coisa no clás-
sico contra o Benfica?
— Não, porque também não há
prémio de jogo. Só se formos
campeões. Foram três pontos e
três pontos que não deixámos o
adversário ganhar, numa exibi-
ção convincente, que as pessoas
dizem que pode dar mais con-
fiança mas eu não embarco nis-
so. Isso vem do trabalho diário.
Há jogos assim. Em Barcelos já se
falaria do momento de sonho do
FC Porto se ganhássemos 6-0 ou
7-0. É verdade que podíamos ter
feito mais na primeira parte, mas
se olharmos para o jogo foi um
dos mais fáceis de chegar à bali-
za adversária, contra o Rio Ave
igual. Perdemos quatro pontos
nestes dois jogos.
— Acha que chegou o momen-
to do Francisco ir à Seleção A?
— Há muitos jogadores que es-
tão a fazer um trajeto muito in-
teressante no campeonato, que
passam por bons momentos. Vo-
cês sabem que a chamada à Sele-
ção tem a ver com isso. Para mim,
será um orgulho que qualquer jo-
gador do FC Porto seja convoca-
do, no fundo é mostrar o traba-
lho que fazem e acreditar que é
possível, através de muito sacri-
fício e dedicação, chegar-se a ti-
tular do FC Porto e depois a uma
seleção. Ficamos extremamente
orgulhosos, como aconteceu ago-
ra com o Wendell. Com 30 anos,
para muitos se calhar numa fase
descendente, não estou nada de
acordo com isso. A idade não tem
a ver com a qualidade ou a ma-
turidade. Se assim for, fico mui-
to contente, tanto com Galeno,
Pepê, Evanilson, que também
considero que têm capacidade.
Temos jogadores que ainda não
chegaram, mas podem chegar, e
outros que já chegaram e se po-
dem ir solidificando nas seleções.
— Por que razão a equipa mos-
tra consistência nuns momentos
da época e noutros não?
— Há os entendedores de fute-
Francisco na Seleção?
Será um orgulho caso
qualquer jogador do
FC Porto seja convocado
bol que dizem que quando um ou
outro joga... Quando Francisco
ou Nico iniciaram o percurso, o
momento deles não era esse, ti-
veram de passar por algumas fa-
ses. Não tenho de bater à porta das
pessoas a explicar as coisas. Ni-
co e Varela chegaram com o cam-
peonato a arrancar. O que me pe-
dem, até num particular... já
começam a torcer o nariz. Agora
imaginem numa competição a
sério. Empatar é uma derrota para
nós. Umas vezes acertamos, ou-
tras nem tanto. Mudamos a for-
ma de jogar às vezes e, dentro do
mesmo sistema, com outras
nuances. Estamos a jogar com
médios que são diferentes. Não
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
PAULO SANTOS/ASF
Técnico deseja que
os seus jogadores
estejam
concentrados na
partida com o
Portimonense e não
a pensar já na
deslocação a Londres
Fiquei surpreendido por
outros jogadores não se
adaptarem da forma que
ele [Otávio] se adaptou
sei se estão interessados neste
tipo de conversa... Vamos traba-
lhando consoante as indicações
que a equipa nos vai dando para
formar um onze forte, competi-
tivo, que nos dê garantias nos di-
ferentes momentos do jogo. Se
fosse um onze para ser espeta-
cular, metia onze focas a jogar,
com a bola no nariz. Tem de ha-
ver um misto e estar tudo muito
bem trabalhado porque há uma
baliza para atacar e outra para
defender. O equilíbrio é a base.
— Está surpreendido com a rá-
pida adaptação do Otávio no eixo
da defesa?
— Fiquei surpreendido por ou-
tros jogadores não se adaptarem
da forma que ele se adaptou, se
vamos buscar um jogador é por-
que o conhecemos muitíssimo
bem, em termos de profissiona-
lismo e depois como homem. É
um jovem e tem muitas coisas a
melhorar, ele sabe disso. E por
ele saber e aceitar isso é que se
torna ainda mais especial. Quan-
do temos noção das nossas fragi-
lidades.
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
f
Wendell faz
hoje um teste
Tal como Sérgio Conceição tinha
revelado, Wendell ainda está a
recuperar de uma entorse no
tornozelo direito, mas faz parte da
comitiva que viajou ontem para o
Algarve, em avião fretado. O
lateral-esquerdo será submetido
esta manhã a um derradeiro teste
para perceber se vai a jogo ou é
poupado para a partida contra o
Arsenal, na terça-feira.
Chamados
23 jogadores
A convocatória do FC Porto foi
alargada a 23 unidades, sendo a
novidade João Mendes. Apesar de
estar melhor, e a treinar com a
equipa, Taremi continua fora dos
planos de Conceição: Diogo Costa,
Cláudio Ramos e Samuel Portugal
(guarda-redes); João Mário, Jorge
FC PORTO
Alan Varela entre os convocados
Sánchez, Pepe, Otávio, Fábio
Cardoso, Wendell e João Mendes
(defesas); Grujic, Alan Varela, Iván
Jaime, Eustáquio, Nico González e
Romário Baró (médios); Francisco
Conceição, Pepê, Gonçalo Borges,
Namaso, Toni Martínez, Evanilson
e Galeno (avançados). Marcano,
Gonçalo Ribeiro e Zaidu mantêm-
-se em tratamento às respetivas
lesões.
Clássico ficou
muito caro
A SAD azul e branca foi multada
em 9560 euros pelo uso de
pirotecnia por parte dos adeptos e
ainda sancionada a pagar 1530
euros por cânticos, mais 5100
euros por o speaker de serviço ter
utilizado a instalação sonora do
Dragão para cantar «Porto, allez»,
aos 51’. De lembrar que, depois da
Operação Pretoriano, Henrique
Mano substituiu Fernando Saul
como speaker oficial dos jogos do
FC Porto no Dragão.
Contas e Academia criam
atrito com Villas-Boas
SAD rebateu, em comunicado, declarações do candidato d Acusa-o de «colocar em causa
o bom nome e credibilidade» do FC Porto d A BOLA explica em que pé está o futuro complexo
Por
PASCOAL SOUSA
A
Academia do FC Porto e a
situação financeira da SAD
voltaram a ser tema de de-
bate, com o FC Porto, em
comunicado, a rebater An-
dré Villas-Boas por este ter afirma-
do que o projeto na Maia «não pas-
sa de uma utopia e um chorrilho de
mentiras». Villas-Boas falou tam-
bém de uma «operação de cosmé-
tica» nas contas do último semes-
tre da SAD, palavras que, de acordo
com a administração, «colocam em
causa o bom nome do FC Porto e a
sua credibilidade junto dos seus par-
ceiros internacionais»: «É falso e
gratuito afirmar que os negócios re-
lativos à exploração comercial do
Estádio do Dragão recentemente
anunciados sejam cosmética con-
tabilística.»
Em causa, está a «venda de uma
participação de 30 por cento na nova
Porto Comercial, que impacta nos
capitais próprios e envolve uma en-
trada financeira de uma verba entre
60 e 70 milhões de euros», desmen-
tindo, também, que a SAD «tenha
comissões no âmbito do contrato de
cedência de direitos televisivos as-
sinado com a Altice».
Mas foi sobre a Academia que o
comunicado foi mais assertivo, ga-
rantido que a utopia de que AVB fala
será desmentida «muito em breve»,
acusando o candidato de criar ruí-
do «com o objetivo de prejudicar a
posição do clube nesse processo» e
de «menos de 48 horas após golea-
da por 5-0 sobre o Benfica» ter
«como único objetivo impedir que
o espaço mediático relacionado com
o FC Porto fosse ocupado por ecos de
brilhantismo dessa vitória».
PROJETO EM MARCHA
É nas freguesias de Nogueira e
Silva Escura e de São Pedro Fins que
vai nascer a Academia do FC Porto,
que ocupará um espaço de 20 hec-
tares, 11 dos quais terão de ser com-
prados em hasta pública ao municí-
pio da Maia. O processo teve, de
facto, o seu atraso, mas está longe de
ser utopia, segundo documentos a
que A BOLA teve acesso. A 12 de ja-
neiro passado, o edil da Maia, Antó-
Academia para a formação do FC Porto, na Maia, gera atrito entre SAD e Villas-Boas
nio Silva Tiago, calculava que em
«finais de janeiro, inícios de feverei-
ro, a câmara estará em condições de
abrir a hasta pública» para o FC Por-
to comprar os 11 hectares da autar-
quia, o que não foi o caso.
Para dia 11 deste mês está agen-
dada uma reunião da autarquia para
aprovar a hasta pública dos referidos
Sérgio Conceição pediu desculpa por fotografia
que agitou as redes sociais
Não é a primeira vez nos seus quase
sete anos no comando do FC Porto que
Sérgio Conceição chama jogadores à
atenção por excessos cometidos nas ce-
lebrações de determinadas vitórias. Na
antevisão ao jogo em Portimão, lamen-
tou que uma fotografia tirada a Galeno,
Wendell, Pepê e Evanilson de mão aber-
ta, mostrando os cinco dedos, numa re-
ferência à goleada frente ao Benfica, te-
nha escapado para as redes sociais —
ainda que a foto em causa tenha sido ti-
rada por outra pessoas, em contexto de
Futebol
FC PORTO
PORTO CANAL
terrenos. A 18 de março segue o pro-
jeto para a Assembleia Municipal e,
caso receba luz verde, será publica-
da em Diário da República e haverá
posteriormente 25 dias seguidos para
apresentação de propostas para a
compra dos mesmos. Há ainda um
parecer da Comissão de Coordena-
ção Regional Norte (CCDRN), que
D. R.
A foto que desagradou a Conceição
15
D. R.
Planta da autarquia para o complexo
sustenta que a obra levará à destrui-
ção de uma área de materiais pré-
-históricos. Numa empreitada como
esta, a autarquia irá monitorizar,
através da sua equipa de arqueólo-
gos, quaisquer vestígios de interes-
se histórico que possam surgir, ad-
mitindo-se que esta situação pode vir
a atrasar a obra.
A câmara concluiu o documen-
to enquadrador das ações setoriais
integrantes do Programa Estratégi-
co do Parque Metropolitano da Maia,
onde surgem duas zonas para a prá-
tica de desporto de formação, uma
delas, a maior, destinada à Acade-
mia do FC Porto, uma outra, mais
pequena, para o Boavista. Esse pro-
grama estratégico está enquadrado
na proposta de 2.ª Revisão do Pla-
no Diretor Municipal (PDM) já em
curso, e a sua execução é promovi-
da pela autarquia e privados.
uma reunião de amigos num restauran-
te. «Se houve algum festejo um bocadi-
nho mais exagerado, aproveito para pe-
dir desculpa, não foi essa a intenção. Sei
que esta semana saiu uma foto que não
me agradou e já falei com os atletas. Fes-
tejamos no final se tivermos motivos
para isso. Cada jogo tem a sua história e
não gosto de algumas situações. Não o
devíamos ter feito e já tive a oportunida-
de de falar com os meus jogadores, so-
mos um grupo sério e trabalhador que
respeita muito o adversário», disse.

16
«As meninas que estão
a aparecer estão mais
próximas de sonhar
ganhar um Mundial»
JÉSSICA SILVA
Decidimos falar com
j uma mulher com gar-
ra, que fosse um exemplo no
desporto que pratica. Facilmen-
te chegámos ao nome de Jés-
sica Silva, por tudo aquilo que
ela demonstra enquanto joga-
dora de futebol. Fomos até ao
Benfica Campus, centro de trei-
nos dás águias, conhecer um
bocadinho do muito que esta
mulher de 29 anos tem.
Dia Internacional da Mulher
8 Março
Entrevista de
IRENE PALMA
V
OU começar com uma per-
gunta fácil para esta nossa
conversa. Quem se pode
dizer que é a Jéssica Silva
aos 29 anos?
— Antes de mais, muito obriga-
da por se lembrarem de mim. Eu
acho que a Jéssica Silva é uma pes-
soa e uma jogadora cool. É uma jo-
gadora esforçada e feliz, é uma pes-
soa orgulhosa daquilo que tem
traçado ao longo da sua vida.
— O que é que ainda há da meni-
na que nasceu em Vila Nova de Mil
Fontes e passou por lá os primeiros seis
anos?
— Para já há a paixão, o gosto por
Futebol feminino
A Bola ao CENTRO
jogar futebol. Ou melhor, na altura,
por jogar à bola. Agora é jogar fute-
bol, as coisas estão mais sérias. Mas
é alguém que ainda corre atrás da
bola por pura paixão. E isso acho que
é impagável. Não há contrato, não há
nada. Eu gosto muito daquilo que faço
e ter a oportunidade de passar uma
mensagem quer dentro de campo,
quer fora dele. Foi algo que o futebol
me deu e eu estou muito grata ao fu-
tebol. Quero continuar a sorrir den-
tro e fora de campo e a fazer as ou-
tras pessoas felizes também.
— São cinco irmãos, quantos ra-
pazes e quantas raparigas?
— Nós somos quatro raparigas e
eles são só dois rapazes [risos].
— São todos determinados e de-
cididos como tu?
— Sim, claro que sim [risos]. Eu fui
a filha que saiu de casa mais cedo. E
que se viu a defrontar as outras bar-
reiras de vida mais cedo. A que teve
de sair de perto do colo da mãe, dos
manos. E aquela que se tornou mais
independente, mais cedo. Mas todos
temos uma garra de viver, amamos
muito a vida e tentamos sempre pro-
curar a nossa felicidade. Isso é algo que
temos todos em comum. Também
muito passado pelas avós, pela mãe,
que são umas lutadoras.
— Foste a que passou mais cedo por
essas dificuldades e, depois de teres
jogado à bola com as laranjas do quin-
tal da tua avó, começas a jogar fute-
bol longe de Vila Nova de Milfontes,
quando vais viver com a tua mãe, ir-
mãos e padrasto para a zona de Águe-
da. Como é que foi assumir que que-
rias ser jogadora de futebol?
— Quando eu falo das adversida-
des, aquilo que me apareceu mais ce-
do foi realmente eu ter ido para a
Águeda e ter percebido, quando co-
mecei a jogar, que era aquilo que eu
queria fazer. Ou seja, já me estava a
preparar porque sabia que era aque-
le rumo que eu queria tomar. Eu sa-
bia que tinha de ir tomando alguns
passos para sair de Portugal, porque
queria tornar-me jogadora profissio-
nal de futebol. As coisas acontece-
ram de uma forma muito natural.
Primeiro, até chegar a Águeda, até
ter uma colega que me encontra e diz
que eu tenho muito jeito, para expe-
rimentar. Eu gostava realmente de
jogar futebol, mas eu não sabia que
existiam equipas femininas. Não fa-
zia ideia, não sabia que o futebol po-
Jéssica Silva afirma que abriu a mente na passagem pela Suécia
dia ser profissional. Portanto, assim
que percebi, assim que tive a perce-
ção de que havia outras jogadoras
portuguesas noutros clubes lá fora,
eu tomei logo a decisão: ‘Eu quero, eu
tenho de sair de Portugal.’ E foi isso
que aconteceu. As coisas acabaram
por acontecer de uma forma muito rá-
pida. Tive de tomar algumas decisões
que, na altura, custaram. Inclusive, ter
de deixar a casa da minha mãe e dos
meus irmãos e passar a viver com a
minha treinadora. Naturalmente,
também havia conforto, mas não é a
mesma coisa. Mas aconteceu tudo de
uma forma natural e estou muito or-
gulhosa porque acho que tomei as
decisões certas. Também porque tive
pessoas à minha volta que me ajuda-
ram a tomar essas decisões.
— Essas pessoas certas também
ajudaram a moldar a tua personali-
dade na adolescência. Há um perío-
BRENO BARISON
Sexta
8 de março
A BO
do difícil quando tu és obrigada a dei-
xar de jogar por uma situação que o
teu padrasto presenciou e que eu gos-
tava que partilhasses connosco. O
que aconteceu?
— Eu falei poucas vezes, mas a
verdade é que, sim, houve um epi-
sódio... Lembro-me de ter ido fazer
um primeiro treino a uma equipa de
futebol. Elas, naturalmente, não eram
profissionais. Fiz o treino, tudo ok,
mas o meu padrasto foi-me levar ao
treino e viu duas raparigas a beija-
rem-se à porta do balneário. Ele não
gostou nada do que viu e nesse ano
eu não pude entrar no futebol por-
que ele proibiu-me, mas eu também
soube aceitar na altura… Só no ano a
seguir é que comecei a jogar fute-
bol. Na altura foi algo que me custou
e a minha mãe fala muitas vezes dis-
so e dá esse exemplo: ‘Ah, tens de
agradecer a Deus porque realmente
soubeste aceitar.’... Foi uma situação
difícil para mim porque eu queria jo-
gar futebol, não o pude fazer por cau-
sa do que ele viu.
— Como é que geriste isso? Agar-
raste-te à religião, sendo vocês
evangélicos?
— Lembro-me de ter ficado re-
voltada porque eu queria muito e foi
logo um não. Eu fiz aquele treino e
por causa do que ele viu nunca mais
voltei. Chorei muito, estive uma se-
mana a chorar, mas aceitei. Foi uma
decisão do meu padrasto que era
como pai e tive de aceitar. Era uma
criança e pronto, acabei por me
conformar.
a-feira
o de 2024
OLA
BRENO BARISON
Jéssica Silva recordou
um episódio que levou
o padrasto a impedi-la de jogar
durante uma temporada
— O futebol feminino estava mui-
to marcado pela questão da homos-
sexualidade que sentiste logo em miú-
da. Como é que tu, que gostavas tanto
de jogar futebol e querias tanto jogar
futebol, conseguiste encontrar o teu
espaço de afirmação também com
todas essas dificuldades?
— Isto tem sido uma luta, não só
minha, mas de todas as jogadoras.
De todos os intervenientes desporti-
vos à volta do futebol feminino. Cla-
ro que são dois temas distintos, mas
naturalmente eu sempre fui uma miú-
da muito consciente e serena. Nun-
ca vi de uma forma negativa a dife-
rença, digamos assim, que não é
diferença. Eu também tive de me
educar a mim e fui educada a tentar
perceber o que era e o que não era, em
relação à homossexualidade, ao assé-
dio, a tudo. Fui crescendo e fui-me
educando, fui procurando não acei-
tar a diferença que estava imposta no
futebol feminino. Há diferença, mas
nós não somos diferentes. Não sei se
isto soa mal, mas continuo a dizer
que o futebol masculino é diferente do
feminino. É por aí que eu digo que so-
mos todos iguais, mas somos todos di-
ferentes. Mas, por pessoas como eu,
e como diversas jogadoras, já não te-
nho problema de falar. Temos luta-
do para que esses preconceitos se-
jam dissipados da modalidade. Mas eu
também acho que isso já não é uma
questão do futebol feminino. Prova-
velmente, se falarmos da moda, tam-
bém vão dizer que os modelos são
todos homossexuais. Eu acho que isto
acaba por ser uma luta e um caminho
que, todos e todas, temos percorrido
para mostrar que isso não interessa se-
quer. O mais importante é aquilo que
nós fazemos dentro de campo. Não
nos podem dar preconceitos porque
jogamos futebol ou porque vestimos
as calças mais largas ou de uma for-
ma mais exuberante.
— Até porque aquela ideia de que
só jogava futebol quem era Maria Ra-
paz já ficou lá muito atrás e hoje há vá-
rias jogadoras, inclusive tu, que jogam
de eyeliner.
— Eyeliner e mais… Eu maquilho-
-me. Antes toda a gente gozava, ago-
ra já tenho colegas que também se
maquilham nos jogos. Lá está, isto
tudo é um caminho. Primeiro estra-
nhas, mas depois entranhas [risos] .
Acho que eu fiz o caminho de uma
forma natural e como já era meio vai-
dosa isso ajudou a dissipar esses pre-
conceitos, essa ideia preconcebida de
que as jogadoras são mais masculinas.
Sim, podem ser mais masculinas ou
mais femininas, isso não interessa
nada. Agora, não interessa se gostas
de usar eyeliner, se não gostas, se usas
os calções mais assim ou mais assa-
do, mais apertados ou largos… Nós
temos é que poder ser nós próprios e
não temos de ter medo disso.
— Onde é que desconstruíste
todos esses preconceitos? Foi na
experiência na Suécia, no Levan-
te, no Lyon?
— Acho que nos diferentes clu-
bes onde estive, nos diferentes paí-
ses onde vivi. Na Suécia, lidei com
as melhores jogadoras do mundo.
Ampliaram a minha visão, não só
para o futebol. O lifestyle delas ins-
pirou-me muito para aquilo que po-
dia ser a minha vida, porque eu não
era quadrada [risos]. Eu queria ser eu
e limitava muito a minha vida so-
cial. Não estava com os meus ami-
gos, não jantava com os meus ami-
gos, não ia a uma pista de dança,
não fazia nada. E elas ensinaram-me
que podia ter vida social que não
tem mal nenhum. Não podia era ter
jogo amanhã e sair hoje.
— No Lyon ganhas a tua primei-
ra Liga dos Campeões e és a pri-
meira portuguesa a consegui-lo.
Foi bom para ti fazer parte desse
nível de futebol?
— Foi muito bom. Foi a experiên-
cia que mais me nutriu, quer em ter-
mos pessoais, quer desportivos e
competitivos. Foi algo histórico que
marca a minha carreira, mas encon-
trei ali um grupo humano 10 estre-
las, e tornei-me amiga de muitas
dessas jogadoras. Elas deram-me
conselhos para a vida inteira, por-
que foi difícil até encontrar um es-
paço para poder jogar e houve mui-
ta luta, mas por outro lado sentir o
reconhecimento das melhores jo-
gadoras do mundo foi algo que me
deixou bastante agradecida e com
uma felicidade imensa.
A Bola ao CENTRO
— Pela Seleção, é histórico para
Portugal a presença no Mundial da
Nova Zelândia. O que ficou de tudo o
que viveste lá?
— Se eu me for a focar naquilo que
aconteceu dentro das quatro linhas,
fica o jogo que nós empatámos con-
tra os Estados Unidos e fomos a achar
que podíamos ganhar. Se calhar mui-
tos portugueses não achavam, mas
nós fomos para esse jogo a assumir que
podíamos vencer. Mas, não tirando
relevância àquilo que se passou den-
tro das quatro linhas, para mim foi
marcante o impacto que este Mundial
teve nos portugueses. O impacto que
teve nas miúdas que viram o Mundial.
Miúdas e miúdos. Todo este carinho,
toda esta atenção que as pessoas pas-
saram a dar ao futebol feminino, à
Seleção Nacional. Tenho a certeza de
que os olhos que nos viram antes do
Mundial não são os mesmos olhos
que nos viram depois do Mundial.
Acho que isso é a nossa maior con-
quista. Ganhámos um espaço dife-
rente, subimos mais um degrau e
isso deixa-me bastante orgulhosa
porque há cinco ou seis anos era im-
pensável ter tanta gente, tantos por-
tugueses a apoiar o futebol femini-
no. Tanta gente a querer o bem da
Seleção Nacional. Isso, para mim,
foi a maior conquista.
— Aquela tua imagem a cantar o
hino de lágrimas nos olhos vai ficar
como um dos grandes momentos.
— Ainda hoje me emociono por-
que foi o primeiro Mundial. Eu quan-
do comecei a jogar futebol, mesmo
profissionalmente, era difícil imagi-
nar jogar num Mundial. Eu não con-
sigo sonhar em ganhar o Mundial,
mas eu sei que dei um passo para que
as novas gerações, estas meninas in-
críveis que estão a aparecer, possam
estar mais próximas de sonhar em
ganhar o Mundial. E ter estado nes-
te Mundial é especial porque, lá está,
é um momento que acaba por con-
decorar não só as jogadoras que lá es-
tiveram, mas todas aquelas que abri-
ram portas para que nós pudéssemos
sonhar. Por isso, foi um momento
muito emotivo, foi ali um misto de
sensações, porque foi um dos mo-
mentos mais altos da minha carrei-
ra, sem dúvida.
— Falavas aí de o olhar dos portu-
gueses agora ser diferente, mas este
Mundial também quebrou outra bar-
reira com a questão do que se passou
com a Espanha, que ainda hoje está
a ter consequências. Aquele beijo foi
falado em todo o mundo. Todas vo-
cês abriram os olhos ao mundo...
— Claro que sim, nós somos par-
te da mudança e isso deixa-me mui-
to feliz. Assédio é assédio. É bom sen-
tir que nós, jogadoras, estamos a traçar
um caminho que está a permitir que
outras miúdas cresçam a dizer que
querem jogar e exigirem esse mesmo
respeito. Tivemos de lutar imenso.
Nós e aquelas que já cá estiveram e que
Futebol feminino
nos abriram caminhos. Estávamos a
falar do episódio da seleção espanho-
la… Toda a gente se juntou e acho que
isso é muito a imagem daquilo que tem
de ser, não só no desporto. Nós, mu-
lheres, quando nos juntamos pode-
mos fazer acontecer coisas gigantes-
cas. Temos de nos juntar todas para
continuarmos a quebrar as barreiras,
para estarmos num lugar ainda de
mais respeito e num lugar que real-
mente merecemos.
— Tiveste várias experiências a jo-
gar lá fora e, quando regressas, é ao
Benfica. Que futebol feminino en-
contraste ao regressar?
— É o futebol feminino noutra di-
mensão, noutro patamar, basica-
mente é fruto do trabalho dos clu-
bes. Naturalmente, o Benfica está de
uma forma diferenciada no futebol,
porque é o clube que mais investe, é
o clube que melhores condições dá
às jogadoras. Eu sou uma jogadora
privilegiada, mas é importante falar
dos outros clubes, como o Alberga-
ria, que sempre teve futebol femini-
no e que anda aqui a trabalhar, mas
que realmente não tem oportuni-
dade para dar melhores condições às
jogadoras. Quando saí de Portugal era
impensável ser profissional em Por-
tugal. E a verdade é que esse cami-
nho foi feito, e em pouco mais de 5
anos o futebol feminino em Portu-
gal está a crescer de uma forma mui-
to rápida. Espero que continue a
crescer, mas a fazer o caminho cer-
to. Foi isso que também me fez vol-
tar porque o projeto do Benfica é
imenso, mas ao mesmo tempo por
ajudar no desenvolvimento do fute-
bol feminino em Portugal.
— E agora jogas na Liga dos Cam-
peões pelo Benfica, que era algo ain-
da mais impensável do que ser pro-
fissional por cá.
— Tal e qual. Nem a sonhar isso
era possível e agora estou a viver
um sonho. Agora estou a represen-
tar o meu clube na Champions. É
algo que eu não sei explicar. Só es-
tou a viver o momento… É algo que
me deixa muito feliz.
— Aos 29 anos, em que gaveta está
guardado o sonho de ser mãe?
— Já esteve mais longe, mas é
Conversa com Jéssica Silva decorreu no Benfica Campus, no Seixal
17
Sou um ser tão livre e às
vezes custa-me sentir-
-me meio presa. Sinto a
liberdade a escapar-me
JÉSSICA SILVA
Avançada do Benfica e da Seleção
um sonho que eu quero muito rea-
lizar. É algo que tem de ser pensa-
do, mas já está aqui meio que de-
lineado e quando eu quero muito eu
faço as coisas acontecer.
— Será antes de acabares a car-
reira ou queres conciliar as duas
coisas?
— O que eu pretendo mesmo é
ser mãe, dedicar-me cem por cen-
to ao meu filho, ou à minha filha, e
deixar o futebol.
— Gostavas de jogar até que
idade?
— Não vou chegar aos 38 anos
como o Cristiano [risos]. Não vou
dizer que vou jogar até onde as
minhas pernas me permitirem,
mas sei que não tenho assim tan-
tos anos pela frente. Tenho outros
objetivos e sei que desempenhar
um papel fora das quatro linhas
também é importante. Esta é a
minha convicção, portanto não
sei dar uma resposta.
-O que é que gostavas de conquis-
tar no tempo que te falta no futebol?
— No imediato, gostava muito de
passar os quartos de final da Cham-
pions pelo Benfica e quero muito apu-
rar-me para o Europeu de 2025.
-O que é que te falta de ter na pal-
ma da mão?
— Ainda faltam um par de coi-
sas… [risos]. Eu já tenho a mão, mas
tenho medo que ela fuja de vez em
quando, que é a minha liberdade. Eu
sou um ser tão livre e às vezes cus-
ta-me sentir-me meio presa. Sin-
to a liberdade a escapar-me da mão
e custa-me um bocadinho. É uma
luta que tenho para ter na palma
da mão a minha a liberdade.
BRENO BARISON
 Futebol Sexta-feira

18 PORTIMONENSE
8 de março de 2024
A BOLA
JORNADA

25 ÉPOCA 2023/2024 futnac@abola.pt

Liga Portugal Betclic
«O FC Porto está num JOGOS
Portimonense-FC Porto
Hoje, às 18.45 h (Sport TV 1)
PRÓXIMA JORNADA (26.A)
Estoril-Portimonense 15-03-2024
20.15 h (Sport TV 1)

momento muito bom»

Famalicão-E. Amadora 16-03-2024
E. Amadora-Casa Pia 15.30 h (Sport TV 2)
Hoje, às 20.45 h (Sport TV 2) SC Braga-Gil Vicente 16-03-2024
Vizela-Farense 18 h (Sport TV 1)
Farense-Rio Ave 16-03-2024
Amanhã, às 15.30 h (Sport TV 1)
18 h (Sport TV 2)
Rio Ave-SC Braga FC Porto-Vizela 16-03-2024
Entre elogios aos dragões, Paulo Sérgio acredita que pode conquistar Amanhã, às 18 h (Sport TV 1)
Moreirense-Arouca
20.30 h (Sport TV 1)
17-03-2024
Boavista-Moreirense
algo positivo d Algarvios não vencem os azuis e brancos há 37 anos Amanhã, às 18 h (Sport TV 2) Chaves-V. Guimarães
15.30 h (Sport TV 2)
17-03-2024
V. Guimarães-Famalicão 15.30 h (Sport TV 1)
Casa Pia-Benfica 17-03-2024
MIGUEL NUNES Amanhã, às 20.30 h (Sport TV 1)
18 h (Sport TV 2)
Por
Arouca-Sporting Sporting-Boavista 17-03-2024
JORGE ANJINHO

P
Domingo, às 18 h (Sport TV 1) 20.30 h (Sport TV 1)

AULO SÉRGIO vê um FC Benfica-Estoril

Porto mais confiante do Domingo, às 20.30 h (BTV) MELHORES
que há umas semanas e Gil Vicente-Chaves MARCADORES
diz que os dragões es- Segunda-feira, às 20.15 h (Sport TV 1)
JOGADOR CLUBE G
tão «num momento 1 Simon Banza SC Braga 18
muito bom». O treinador dos al- 2 Viktor Gyokeres Sporting 18
DESEMPATE EM CASO DE IGUALDADE DE PONTOS
garvios apontou para as exibi- a) número de pontos alcançados pelos clubes empatados, 3 Rafa Mújica Arouca 16
ções com Arsenal e Benfica para no jogo ou jogos que entre si realizaram; 4 Samuel Essende Vizela 13
validar a sua conclusão, mas crê b) maior diferença entre o número de golos marcados e o nú- 5 Héctor Hernández Chaves 12
que se a sua equipa tiver um «co- mero de golos sofridos pelos clubes exmpatados, nos jogos Para estabelecimento da classificação dos clubes em
que realizaram entre si; cada jornada serão aplicáveis, para efeitos de desempate, os
letivo muito grande» poderá c) maior diferença entre o número dos golos marcados e o critérios previstos no n.º 1. Caso ainda não se tenham reali-
complicar (e muito) a vida aos número de golos sofridos pelos clubes nos jogos realizados zado os dois jogos entre as equipas empatadas, não se apli-
azuis e brancos. em toda a competição; cam os critérios previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1.
d) maior número de vitórias em toda a competição; O 16.º classificado defronta o 3.º classificado da Liga 2
«Obviamente que o último re-
e) maior número de golos marcados em toda a competição. num play-off a duas mãos
sultado do FC Porto trará mais
confiança ao grupo e a tudo o
CLASSIFICAÇÃO
que o envolve», comentou Pau- CASA FORA TOTAL
lo Sérgio sobre os níveis de con- V E D G V E D G J V E D G P
fiança acrescidos dos dragões 1 SPORTING 12 0 0 40-9 7 2 2 26-15 23 19 2 2 66-24 59
após a goleada ao Benfica, con- 2 Benfica 10 2 0 33-5 8 2 2 23-15 24 18 4 2 56-20 58
3 FC Porto 9 2 1 24-5 7 2 3 19-12 24 16 4 4 43-17 52
cluindo, de seguida, o raciocí- 4 SC Braga 7 3 2 25-11 8 1 3 28-22 24 15 4 5 53-33 49
nio. «O FC Porto fez grandes exi- Paulo Sérgio recorda as recentes exibições do FC Porto frente a Arsenal e Benfica 5 V. Guimarães 8 1 3 25-14 5 4 3 13-12 24 13 5 6 38-26 44
bições na Champions. Só vemos 6 Moreirense 5 3 4 14-14 6 3 3 13-12 24 11 6 7 27-26 39
a última com o Arsenal, um be- há 30 e não sei quantos anos que 7 Arouca 5 2 5 21-18 5 2 5 22-15 24 10 4 10 43-33 34
líssimo jogo, mas o que os levou o Portimonense não o vence [a 14 8 Gil Vicente 5 5 2 23-14 2 1 9 11-23 24 7 6 11 34-37 27
9 Famalicão 4 4 3 13-14 2 5 5 11-15 23 6 9 8 24-29 27
até aqui na Champions foram de março de 1987 ganhou por 1-0].
grandes exibições e momentos É nossa obrigação criar Não é fácil, são níveis comple-
10
11
Casa Pia
Farense
2
4
4
3
6
5
6-13
16-14
5
3
2
2
5
7
16-22
16-21
24
24
7
7
6
5
11
12
22-35
32-35
27
26
competitivos muito, muito for- tamente diferentes, mas é nossa
uma estratégia em que
12 Boavista 3 4 5 16-26 3 3 6 15-19 24 6 7 11 31-45 25
tes. Na sequência desse jogo, o obrigação tentar criar uma es- 13 Rio Ave 4 5 3 18-17 0 6 6 7-17 24 4 11 9 25-34 23
resultado com o Benfica. É, ob- tratégia e uma ideia em que to- 14 Portimonense 3 4 5 11-17 3 1 8 13-32 24 6 5 13 24-49 23
viamente, uma equipa hoje mais todos acreditemos para dos acreditemos que será possí-
15
16
Estoril
E. Amadora
5
4
1
2
6
6
22-16
15-19
1
1
3
5
8
6
18-30
8-19
24
24
6
5
4
7
14
12
40-46
23-38
22
22
confiante, a acreditar mais, do vel tirar alguma coisa deste jogo,
que talvez há algumas semanas tirar algo deste jogo seja um ponto, sejam os três. É
17
18
Chaves
Vizela
3
1
3
4
6
7
16-26
13-25
1
2
3
5
8
5
8-28
10-22
24
24
4
3
6
9
14
12
24-54
23-47
18
18
antes. Portanto, vamos encon- entrar para dentro de campo para h
trar um FC Porto num momento ve várias vezes em que tornámos trabalhar por isso durante todo o Todos Portimonense

V. Guimarães
muito bom.» as coisas bastante difíceis ao FC tempo de jogo», fez questão de
os
E. Amadora

Moreirense
Gil Vicente
Famalicão

«Desde que aqui estou já hou- Porto, mas também sabemos que frisar o treinador. SC Braga
Boavista

Sporting
FC Porto
Casa Pia

resultados
Farense
Benfica

Rio Ave
Chaves
Arouca

Estoril

Vizela
Estratégia defensiva bem guardada GRAFISLAB
Arouca
Benfica
Boavista
d 0-3 0-1 0-2 4-3 3-2 3-2 3-0 0-1 1-1 2-2 0-1
d 2-0 1-1
0-4 3-2 d 1-1 4-1
2-0 3-0 1-1 1-0 3-0
2-1 2-2 1-3 1-1
4-0 4-1
1-4
5-0
2-1 4-0 6-1
0-4 0-2 1-1
j Central Pedrão está castigado; mulação de cartões amarelos e
Casa Pia 1-0 0-0 d 0-1 0-2 1-3 0-0 1-0 1-1 1-3 1-2 0-0 0-1
Galeno e Francisco Conceição sem temos de encontrar alternativa e
Chaves 1-5 0-2 2-1 1-3 d 2-2 1-1 4-2 1-2 0-0 2-4 0-3 2-1
«atenção diferente» solução para competir. Foi isso que
E. Amadora 1-4 1-4 3-1 1-1 d 2-1 1-0 0-1 0-1 3-0 2-4 0-1 1-1
trabalhámos durante a semana, pre-
O castigo do central Pedrão obri- parámos outro elemento na posição Estoril 1-2 0-1 1-2 4-0 4-0 1-0 d 4-0 1-3 1-3 2-0 1-3 2-2
ga a mudanças, mas Paulo Sérgio dele para lhe dar mais sensações e Famalicão 1-0 1-1 2-2 1-1 d 1-0 0-3 3-1 0-0 2-1 1-2 1-3
não revelou se vai mudar a estraté- a confiança para poder ter um bom Farense 2-0 0-3 5-0 0-0 1-1 d 1-3 1-0 0-1 3-1 2-3 1-2 0-0
gia, optando por dois centrais, em desempenho. E é isso que vamos à FC Porto 1-1 5-0 3-1 1-0 2-0 0-1 2-1 d 2-1 5-0 1-0 0-0 2-0
vez dos três que habitualmente uti- procura no jogo de amanhã [hoje]», Gil Vicente 2-3 1-0 2-0 1-1 5-3 1-1 d 1-1 5-0 1-1 3-3 1-0 0-1
liza frente aos grandes. «Isso seria frisou o treinador. Moreirense 0-0 1-1 1-4 1-0 1-0 1-0 1-2 d 5-2 0-0 2-3 0-2 1-0
estar a dar vantagem ao adversá- Paulo Sérgio garantiu ainda que Portimonense 1-2 1-3 1-4 2-1 1-1 1-0 1-1 1-0 0-2 d 1-2 1-1 0-0
rio», disse. Galeno e Francisco Conceição, que Rio Ave 2-0 1-0 2-0 1-1 1-1 1-1 3-4 1-2 0-4 2-0 d 3-3 1-1
«Temos essa ausência do Pedrão, têm estado em destaque no FC 0-1 4-1 1-1 3-0 3-1 1-2 2-1 1-0 6-1 2-1 d 1-1 1-1
SC Braga
que costuma jogar praticamente Porto, não vão merecer uma aten-
Sporting 2-1 8-0 3-2 5-1 1-0 3-2 2-0 3-1 3-0 2-0 5-0 d 3-2
sempre comigo, e temos de encon- ção diferente «da que tiveram os
trar uma alternativa. Já houve ou- extremos do Vizela na semana pas- V. Guimarães 2-1 2-2 0-2 5-0 3-0 3-2 1-2 2-1 1-2 1-0 3-2 d 2-0
tra partida que ele falhou por acu- Pedrão é um dos indiscutíveis sada e do Estoril, na próxima». Vizela 2-2 1-2 1-4 3-3 0-0 0-2 1-0 0-0 2-3 1-3 2-5 0-1 d
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
Miguel Maga promete
alma e entrega até ao fim
Lateral-direito garante equipa focada na Liga e na... Taça de Portugal
d Admite que a concorrência é forte d Espera um Famalicão complicado
Por
LUÍS MAGALHÃES
Q
UANDO faltam, pelo
menos, 12 jogos esta
temporada — incluindo
as duas mãos das meias-
-finais da Taça de Por-
tugal, com o FC Porto —, Miguel
Maga não poupa nas palavras para
dizer aquilo que a equipa preten-
de fazer nesta reta final.
«O que o Vitória propõe sempre
é o foco jogo a jogo. Alma e entre-
ga em todos os jogos, disso não
foge. Temos as meias-finais da Taça
e queremos muito chegar ao Ja-
mor, mas apenas nessa semana
vamos trabalhar para isso, pois te-
mos qualidade e competência para
avançar», frisou o lateral-direito
na visita à escola EB1 de Motelo, em
Fermentões no âmbito do projeto
Um Vitória de Causas.
Esta época soma 20 jogos — 11
como titular e nove a partir do
banco —, tendo apontado um golo
e assinado uma assistência, mas
como qualquer outro jogador e
tendo apenas 21 anos está sempre
à procura de mais. «A concorrên-
cia sempre foi forte. O Bruno Gas-
par, assim como os outros compa-
nheiros, tem qualidade, raça e
FARENSE
Belloumi confiante para Vizela
j Extremo garante uma «equipa
preparada e focada»; algarvios não
vencem desde o dia 20 de janeiro
Autor de um grande golo fren-
te ao Sporting, com um tiro co-
locado que não deu hipóteses a
Franco Israel, Belloumi garante
uma equipa «preparada e foca-
da» frente ao Vizela. Os algar-
vios, que saíram derrotados (2-
-3) de Alvalade, na jornada
transata, não vencem desde 20 de
janeiro, quando derrotaram o
Casa Pia, mas o extremo argeli-
no de 21 anos mostra-se confian-
te para a deslocação de amanhã,
às 15.30 horas, ao Minho.
«Esta semana trabalhámos
muito bem para o jogo e quere-
mos trazer os três pontos para
Futebol
VITÓRIA DE GUIMARÃES
Miguel Maga, 21 anos, soma 20 jogos esta temporada, 11 como titular
alma vitoriana. Aqui não há hi-
pótese, estas características são
inegociáveis. Mas vamos todos
trabalhando no máximo todos os
dias para que cada um possa con-
quistar o lugar», sublinhou.
A equipa venceu no Estoril (3-
-1), na jornada transata, e ama-
nhã regressa ao Estádio D. Afonso
IMAGO
Belloumi marcou um grande golo em Alvalade
Faro. Sabemos que esta partida
frente ao Vizela será difícil, mas
estamos focados e preparados»,
referiu Belloumi, uma das reve-
lações da temporada. J. A.
HELENA VALENTE/ASF
Henriques para defrontar o Fama-
licão. «É um dérbi sempre quen-
te, como foi na 1.ª volta. Esperamos
um jogo complicado, competitivo,
como todos neste campeonato. Es-
tamos de volta a casa e contamos
com o apoio dos adeptos para ir-
mos à procura da vitória também
por eles», frisou Miguel Maga.
RIO AVE
Noah Santos
assina até 2027
j Avançado luso-canadiano tem
dado nas vistas nos sub-23; já
trabalha com o plantel principal
Noah Santos assinou contrato com o Rio
Ave válido até 2027. Aposta recente na
equipa de sub-23 dos vila-condenses, o
avançado de nacionalidade luso-
-canadiana tem-se destacado ao serviço
da equipa orientada por Pedro Cunha,
pela qual já apontou quatro golos em
nove partidas. Noah Santos chegou a Vila
do Conde apenas no início de janeiro,
proveniente do CD Cerveira, da AF Viana
do Castelo. Com apenas 22 anos, o
avançado tem sido presença assídua nos
treinos do conjunto de Luís Freire e
procura fazer o seu caminho de evolução
e afirmação na equipa principal. P. P.
19
ESTRELA DA AMADORA-CASA PIA
«Iniciar um caminho de pontos»
j Sérgio Vieira confiante para a
receção desta noite (20.45 horas)
ANDRÉ ALVES/ASF
ao Casa Pia
Separados por menos de quatro
quilómetros, Estrela da Amadora e
Casa Pia defrontam-se hoje, às 20.45
horas, na Reboleira, com Clayton
como principal ausência — o pon-
ta de lança brasileiro transferiu-se
para o Vasco da Gama. Uma situa-
ção que segundo o treinador dos tri-
colores, Sérgio Vieira, em nada di-
minui o poderio do adversário, que Sérgio Vieira só tem elogios para os gansos
possui alternativas à altura.
«A saída do Clayton é uma van- mos iniciar um caminho de con-
tagem? Não, de forma alguma, pelo quista de pontos», ressalvou.
contrário. Sabemos o que é o Casa Sérgio Vieira analisou ainda cada
Pia. Eles voltaram à lógica do treina- um dos possíveis avançados com os
dor do início desta época, com o quais a sua defesa poderá ter de li-
mesmo sistema, numa linha de cin- dar. «O Felippe Cardoso será, se ca-
co defesas, muito à espera do erro ad- lhar, tão bom ou melhor que o
versário e a aproveitar transições, Clayton. O Fernando Andrade tem
com uma atitude expectante. Temos muita qualidade e o André Lacxi-
de evitar cometer erros e saber con- micant vem do SC Braga. São inúme-
trariar o bloco baixo e intermédio. ras opções», projetou o treinador,
Nada que possam fazer vai surpreen- que não pode contar com o ala-es-
der-nos. Depende de nós, da nossa querdo João Reis e os avançados
atitude e organização. Estamos a tra- Gustavo Henrique e Rodrigo Pinho,
balhar nesta altura para conseguir- todos lesionados. R. B. R.
Gonçalo Santos obrigado a mexer
O Casa Pia prepara a deslocação à Reboleira já sem Clayton… e sem lamentos.
«Aceitámos a venda porque acreditamos muito nos jogadores que fazem a mesma po-
sição», frisou Gonçalo Santos, que conta com três opções para a frente de ataque. «Te-
mos o Felippe Cardoso, com características idênticas, e também temos o André, um
excelente jogador que vem também de um clube grande [SC Braga] e isso nota-se pela
postura e conhecimento do jogo. É um miúdo com muito valor. E temos o Fernando [An-
drade], que é um excelente profissional, que dá tudo todos os dias», referiu.
O treinador terá ainda de reformular o meio-campo – Ângelo Neto está suspen-
so, enquanto Rafael Brito recupera de um problema muscular. Beni Mukendi e Kevin
Krygaard deverão ser as apostas de Gonçalo Santos. R. B. R.
ESTORIL
Cassiano espreita o onze na Luz
j Ponta de lança em vantagem so-
bre Alejandro Marqués; mostrou
CARLA CARRIÇO/ASF
serviço na jornada transata
Para o jogo com o Benfica, na
Luz, Cassiano deverá ser o ponta de
lança escolhido, naquele que será
a terceira opção distinta do treina-
dor Vasco Seabra nos últimos três
jogos da Liga. João Carlos foi o es-
colhido para alinhar em Vizela, ao
passo que Alejandro Marqués as-
sumiu o lugar, na ronda anterior,
na receção ao V. Guimarães, ten-
do, inclusive, marcado (1-3). Cassiano leva 10 golos esta temporada
Cassiano, que regressou após le-
são frente aos conquistadores, en- 34 anos soma 10 golos — cinco na
trou ao intervalo e agitou a frente de Liga, quatro na Taça da Liga e um na
ataque, ajudando à subida de nível Taça de Portugal — em 28 jogos, es-
da equipa. Esta temporada, o expe- tando a seis da melhor marca des-
riente ponta de lança brasileiro de de que chegou à Europa. R. B. R.

20
«Djaló já se diferenciava
dos outros quando chegou»
Gabriel Silva trabalhou com extremo espanhol nos juniores dos minhotos
d Ascensão não o surpreende d Elogia-lhe a capacidade de drible
Por
LUÍS MAGALHÃES
G
ABRIEL SILVA, atual trei-
nador adjunto do Trofen-
se, era preparador físico
dos juniores do SC Braga
quando Álvaro Djaló che-
gou ao clube, em 2017/2018, e dete-
tou logo algo especial. «Quando che-
gou dava para ver que tinha algumas
características que o diferenciavam
dos outros, que ainda hoje se eviden-
ciam, como a capacidade de drible
no um para um e a velocidade», co-
meça por dizer a A BOLA, sendo que
a promoção do extremo à equipa
principal não o surpreendeu.
«Claro que houve uma conjuga-
ção de fatores, o Artur Jorge subiu
da equipa B e ele fez o trajeto com
o treinador que o conhecia bem.
Isso ajudou bastante a que ele se in-
tegrasse melhor e até mesmo a ser
aposta recorrente.»
Álvaro Djaló, 24 anos, teve um
início de temporada fulgurante e
para Gabriel Silva o interesse de gran-
des clubes surgiu com a participação
na Liga dos Campeões. «O momen-
to em que cai nos olhos de todo o
mundo futebolístico é quando mar-
ca o golo ao Real Madrid, principal-
mente em Espanha, para onde vai
agora. Faz muitos golos, seja de livre,
na sequência de cantos, a partir de
situações de um para um. Ou seja,
AROUCA
Casa cheia para receber o Sporting
j Ingressos deverão esgotar nas
próximas horas; Robson Bambu,
Matías Rocha e Vitinho lesionados
A venda de ingressos acelerou
nas últimas horas e o Estádio Mu-
nicipal de Arouca está a cami-
nho da casa cheia para a receção
ao Sporting, no domingo, às 18
horas, algo só verificado esta
época na visita do Benfica.
Um duelo que promete emo-
ções fortes entre um Arouca a
atravessar o melhor momento da
temporada e ainda a apontar para
um lugar de acesso às provas eu-
ropeias e uma equipa leonina fo-
Futebol
SC BRAGA
GRAFISLAB
Álvaro Djaló vai representar o Ath. Bilbao
demonstra uma versatilidade que
chama a atenção», diz o técnico que
acredita que a mudança para o Athle-
tic Bilbao foi ponderada.
« Do seu ponto vista, há três
pontos importantes: a questão fi-
nanceira, a possibilidade de ser
chamado à seleção espanhola e
jogar numa liga mais competiti-
va que a portuguesa. Sendo que
também vai poder conciliar as
provas europeias, pois o Bilbao
está em posição para isso.»
FC AROUCA
Daniel Sousa tem equipa em grande forma
O momento em que cai
nos olhos do mundo
futebolístico é quando
marca ao Real Madrid,
principalmente em
Espanha, para onde vai
GABRIEL SILVA
Treinador adjunto do Trofense
Ao ver crescer o talento de Dja-
ló, Gabriel Silva destaca a forma
como o extremo transporta o ca-
rácter para o campo. «Tem uma
personalidade forte, não tendo
problemas em mostrar aquilo que
o diferencia, pois procura sem-
pre o drible. Mesmo que as coisas
não estejam a sair bem, vai sem-
pre à procura dessa grande ca-
racterística e isso é importante
nestes jogadores que têm o poder
de decidir jogos», sublinha.
cada em preservar a liderança do
campeonato.
Um jogo em que os lobos apa-
recerão praticamente na máxima
força, com destaque para o temí-
vel trio atacante composto por
Jason, Cristo González e Rafa Mú-
jica. Este último, terceiro me-
lhor marcador da Liga, com 16
golos, fez o gosto ao pé na der-
rota pela margem mínima (1-2)
em Alvalade, na primeira volta.
Fora das opções do treinador
Daniel Sousa para a partida com
os leões estão Robson Bambu,
Matías Rocha e Vitinho, todos
devido a lesão. M. M. S.
«A competência
não tem género»
Por
ALEXANDRINA CRUZ*
Pretendo que a minha
presidência seja um dia
reconhecida pela
competência do trabalho
desta Direcção e não pelo
género de quem a liderava
Dia Internacional da Mulher
8 Março
E
M Julho, pouco depois de
ser eleita a primeira pre-
sidente mulher do Rio
Ave FC, e de um clube na
1.ª Liga, afirmei que «a
competência não tem género».
Tenho verdadeiramente a con-
vicção de que assim é, tal como
entendo que é com naturalidade
que devemos observar o papel da
mulher em meios tradicional-
mente ocupados, em maioria,
pelo homem.
Nestes muitos anos que já levo
no futebol, em momento algum
senti na pele a discriminação, a
desigualdade ou a desconfiança
por ser mulher. Serei, porven-
tura, uma privilegiada, pois não
ignoro o caminho que ainda é
preciso fazer no âmbito da igual-
dade de género, nomeadamente
no acesso ao trabalho, às opor-
tunidades, na relação trabalho-
-família, às hierarquias nas mais
diversas competências.
Um estudo da Fundação Fran-
cisco Manuel dos Santos, em
2018, a propósito da «igualdade
de género ao longo da vida», con-
cluiu que «o maior sucesso es-
colar das raparigas não encontra
tradução prática imediata», uma
vez que «a taxa de emprego da
população jovem é ligeiramente
mais elevada entre os homens».
Ora, esta é, efectivamente, uma
demonstração de que a compe-
tência feminina ainda é, de cer-
to modo, olhada com desconfian-
ça. Não existe uma igualdade
plena no acesso ao mercado de
trabalho, que se reflecte nos vá-
rios níveis hierárquicos das em-
presas. E quem fala do acesso,
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
pode ainda falar sobre as condi-
ções remuneratórias, onde está
por demais estudado que os ho-
mens continuam a auferir gene-
ricamente mais do que as mu-
lheres.
Simone de Beauvoir declarou
que «é pelo trabalho que a mu-
lher vem diminuindo a distância
que a separava do homem». Re-
cuando ao século XX e analisan-
do a emancipação progressiva da
mulher, não é difícil concordar.
O empoderamento da mulher é
hoje uma realidade, mas em
construção, ainda frágil, que re-
quer mais e melhor atenção, as-
sente na consciencialização das
massas e, sobretudo, das gera-
ções vindouras.
Ser mulher, em meios como o
do futebol, não obstante a mi-
nha boa dose de felicidade, ain-
da é um desafio diário. Basta ob-
servarmos o número de mulheres
em cargos de decisão no nosso
futebol profissional, por exemplo.
Após a minha chegada à pre-
sidência do Rio Ave FC recebi de-
zenas de convites para entrevis-
tas. Boa parte delas tem o
genuíno interesse de falar do
quanto sou pioneira neste meio.
Compreendo que possa haver a
tentação de me verem como ban-
deira da chegada das mulheres
ao futebol, mas a minha priori-
dade é trabalhar para que o Rio
Ave FC tenha um futuro mais ri-
sonho e se potencie.
Pretendo que a minha presi-
dência seja um dia reconhecida
pela competência do trabalho des-
ta Direcção e não pelo género de
quem a liderava. Se a mesma ser-
vir para que mais mulheres te-
nham a coragem e a oportunida-
de de colocarem a sua experiência
ao serviço do futebol, ganhará com
isso a sociedade, porquanto será si-
nónimo de que ficou menos desi-
gual, mais plural e fortalecida, pois
a competência não tem género.
*Presidente do Rio Ave Futebol Clube
EDUARDO OLIVEIRA/ASF
Alexandrina Cruz foi eleita a 1 de julho de 2023
Sexta-feira Futebol

FUTEBOL FEMININO 21
8 de março de 2024
A BOLA
JORNADA

25
ÉPOCA 2023/2024
Liga
FUTSAL — BENFICA
Portugal 2

Liga BPI reduzida a dez

Sabseg
Bruno Coelho
JOGOS

UD Leiria-Oliveirense
condenado

equipas em 2025/2026
Hoje, às 20.45 h (Sport TV 3) j Capitão dos encarnados terá
de pagar 174 mil euros de indem-
Mafra-Penafiel nização ao Nápoles Futsal
Amanhã, às 11 h (Sport TV 1) VÍTOR GARCEZ/ASF

Nacional-Ac. Viseu
Amanhã, às 14 h (Sport TV +) Direção da FPF promove alterações nos quadros competitivos d Será
P. Ferreira-Torreense criada uma 4.ª Divisão d Aumentar base de recrutamento é o objetivo
Amanhã, às 15.30 h (Sport TV 2)
SÉRGIO MIGUEL SANTOS/ASF
FC Porto B-Vilaverdense Dia Internacional da Mulher
Amanhã, às 15.30 h (Porto Canal) 8 Março
Por
Benfica B-Santa Clara LUÍS MENDES JÚNIOR

A
Amanhã, às 15.30 h (BTV) Bruno Coelho voltou à Luz em 2022
Direção da Federação
Tondela-Marítimo Portuguesa de Futebol Bruno Coelho, capitão de equipa do
Domingo, às 11 h (Sport TV 1) aprovou, ontem, a alte- Benfica, foi condenado a pagar 174 mil
ração dos formatos com- euros de indemnização ao Nápoles Futsal,
Belenenses-Leixões petitivos dos campeona- anunciou o ex-clube do internacional
Segunda-feira, às 18 h (Sport TV +) to s naciona i s de s en iore s português de 36 anos. Bruno Coelho
femininos. A redução de 12 para deixou o emblema italiano no verão de
Aves SAD-Feirense 10 equipas na Liga BPI e a criação 2022, acabando por regressar à Luz, mas
Segunda-feira, às 20.15 h (Sport TV 3) de uma 4.ª Divisão para a época os napolitanos defendiam que o ala tinha
de 2025/2026 são as principais no- contrato válido por mais um ano e
tas de destaque. avançaram para a justiça italiana, que,
Com o ajustamento na Liga BPI, agora, quase dois anos depois, lhes deu
CLASSIFICAÇÃO haverá, consequentemente, mais razão. Foi o próprio Nápoles Futsal a dar
equipas a descerem de divisão na conta da vitória na batalha jurídica, tendo
J V E D G P
1 SANTA CLARA 24 15 8 1 36-14 53
próxima temporada, estando ain- anunciado o veredito vindo da Federação
2 Aves SAD 24 17 1 6 38-23 52 da por confirmar o número exato Italiana nas redes sociais.
3 Nacional 24 14 5 5 45-27 47 de conjuntos que caem diretamen-
4 Marítimo 24 12 6 6 37-24 42 te e se haverá play-off de perma-
5
6
Torreense
Tondela
24
24
11
8
6
12 4
7 33-24
36-31
39
36
nência entre o primeiro e o segun- LIGA 3
7 Ac. Viseu 24 8 11 5 28-24 35 do escalão. Em 2024/2025, todos Futebol feminino é aposta forte da FPF, presidida por Fernando Gomes
8
9
Mafra
P. Ferreira
24
24
9
9
7
6
8
9
29-27
27-24
34
33
os jogos serão, pela primeira vez,
realizados em campos de relva na- tece na 2.ª Divisão, que será redu- carga no calendário face ao au- Sindicato lamenta
tural de acordo com o que foi re- zida de 16 para 12 equipas. mento de clubes portugueses nas
posição do Varzim
10 Benfica B 24 9 6 9 33-32 33
11 FC Porto B 24 8 6 10 36-33 30 gulamentado há duas épocas. De acordo com a Direção da competições da UEFA, nomea-
12 UD Leiria 24 7 7 10 33-31 28
13 Penafiel 24 7 4 13 20-30 25 Olhando já para 2025/2026, nas FPF, estas medidas têm como ob- damente na Liga dos Campeões,
14 Leixões 24 5 9 10 19-29 24 divisões inferiores, a 2. ª manterá jetivo «melhorar a competitivi- já em 2024/2025», e uma «maior j Reação ao desmentido feito pela
15 Feirense 24 7 3 14 22-34 24 16 equipas e a 3.ª contará com ape- dade das várias provas, promo- distribuição e criteriosa aplica- Comissão Administrativa sobre os
16 Oliveirense 24 5 8 11 24-38 23 nas 12. Com a redução de equipas vendo o equilíbrio, aumentar a ção de fundos de apoio aos clu- três meses de salários em atraso
17 Vilaverdense 24 5 2 17 19-45 17 neste escalão, será criada uma 4.ª base de recrutamento de fute- bes, estando já estabelecido um MIGUEL NUNES
18 Belenenses 24 3 7 14 16-41 16
Divisão, sem limite de equipas e bolistas portuguesas e potenciar montante de 7,8 milhões de eu-
com forte base regional. Para o contexto em que jogam». A FPF ros para as épocas de 2024/2025
2026/2027, a única alteração acon- pretende também «evitar sobre- e 2025/2026».

PRÓXIMA JORNADA
j 26.ª jornada SELEÇÃO FEMININA —
Torreense-Tondela (15/03 - 18 h)

Portugal começa e acaba em casa

Oliveirense-Aves SAD (16/03 - 11 h)
Penafiel-Benfica B (16/03 - 14 h)
Ac. Viseu-P. Ferreira (16/03 - 15.30 h)
Marítimo-UD Leiria (16/03 - 15.30 h)
Feirense-FC Porto B (17/03 - 1 1 h) CARLA CARRIÇO/ASF
Santa Clara-Nacional (17/03 - 14 h) j Calendário definido; arranque No mês seguinte, Portugal fecha a Joaquim Evangelista preside ao SJPF
Leixões-Mafra (17/03 - 15.30 h) com a Bósnia, 5 de abril, e fecho das participação no Grupo B3 com a
Vilaverdense-Belenenses (18/03 - 20.15 h) contas com Malta, a 16 de julho visita à Bósnia-Herzegovina, no O Sindicato dos Jogadores (SJPF) reagiu
dia 12, e a receção a Malta, quatro ao comunicado do Varzim, no qual o clube
A Seleção Nacional feminina vai dias depois. Refira-se que apesar da negou a existência de três meses de
iniciar a participação no grupo B3 divulgação do calendário, ainda salários em atraso, lamentando a postura
MELHORES MARCADORES da Liga das Nações, que servirá de não há estádios definidos. da Comissão Administrativa. «Ao invés
apuramento para o Euro-2025, que Recorde-se que a Seleção Nacio- de valorizar a disponibilidade imediata
JOGADOR CLUBE G
1 Nenê Aves SAD 19 terá lugar na Suíça, frente à Bós- nal, atualmente na 21.ª posição do para ajudar a resolver um problema que
2 Wendel Silva FC Porto B 12 nia-Herzegovina, em casa, a 5 de ranking mundial, terá de ficar num se agrava e põe em causa a estabilidade
3 Lucas Silva Marítimo 11 abril. Quatro dias depois, Portugal dos três primeiros lugares para seguir pessoal e profissional dos jogadores,
4 Bruno Almeida Santa Clara 10 irá viajar até Malta. para o play-off de qualificação para nesta fase decisiva da época, lamenta-
5 Roberto Tondela 10 Na segunda janela de apuramen- o Euro-2025, mas só a vitória no -se que esteja focada em esgrimir
6 Jesús Ramirez Nacional 9
7 Witi Nacional 8 to, a equipa orientada por Francis- agrupamento lhe permitirá voltar à argumentos contra a nossa instituição.»
8 Gustavo Silva Nacional 8 co Neto terá duplo compromisso Liga A da Liga das Nações, da qual foi A Comissão Administrativa criticou a
9 André Clóvis Ac. Viseu 8 contra a Irlanda do Norte, em casa, despromovida depois do último lu- falta de diálogo do presidente do SJPF,
10 Welthon Torreense 7 a 31 de maio, e fora, dia 4 de junho. Francisco Neto procura chegar ao Euro-2025 gar no Grupo A2 na última edição. Joaquim Evangelista, com o clube.
 Futebol Sexta-feira

22 ARBITRAGEM
8 de março de 2024
A BOLA

A BOLA acompanhou Lara Santos num dia de muita chuva e frio, em Montemor-o-Velho

Árbitra de 14

IVO MARTINS
anos resiste ao
frio e à chuva
de insultos
Um caso de amor precoce pela arbitragem
d Pai apoiou Lara, mas... já se arrependeu

Dia Internacional da Mulher Isso custa, mas é o menos», desva-

8 Março loriza. Afinal, apesar de ser pouco
Por habitual ver árbitras tão jovens, foi
ADÉRITO ESTEVES Lara que quis seguir esse caminho.

A
E não será a chuva e o frio a trava- «Não tinha jeito e por isso não quase um ano para ter a idade mí- nem pelos episódios a que já assis-
chuva é tão intensa que rem-na. me cativava. Então, por que não nima para apitar. Mas as emoções tiu em jogos da filha.
praticamente apaga o «Claro que era mais fácil ficar apitar?», questiona. vividas naquela manhã de outubro «É difícil lidar com as bancadas.
castelo que habitualmen- em casa, mas gosto disto e quero Passaram quase cinco meses continuam bem vivas na memória. Por causa dos pais, que são injustos.
te se vê de forma nítida chegar a árbitra profissional», con- desde que arbitrou o primeiro jogo, «O meu primeiro jogo foi uma Mas acho que até é mais difícil para
dali do Campo das Lages. fessa. depois de ter concluído a formação explosão de sentimentos ao entrar mim do que para ela», sublinha.
Mas não há problema. Porque esta teórica com 13 anos e ter esperado em campo. Senti logo aquela pres- «Na semana passada, houve um
não é uma história de princesas. E «NÃO FUI FEITA PARA JOGAR» são que existe sobre os árbitros. pai que quis entrar no campo e só não
aquelas muralhas são apenas Na verdade, a ideia da arbitra- Mas agora já estou mais habitua- conseguiu chegar ao árbitro porque
apontamento no cenário de mais gem não surgiu espontaneamen- da», assegura. a rede era alta. Ela estava a fazer de
um domingo frio e chuvoso em te na cabeça da menina de Marvão, Quem também sente as dores de fiscal de linha, insultaram-na, man-
que Lara Santos saiu de casa cedo concelho de Cantanhede. Foi qua- O mais difícil é lidar crescimento de Lara é o pai, Eric San- daram uma miúda de 14 anos ‘ir ma-
para vestir calções, t-shirt e uma se um desafio lançado por amigos tos. Mas se a filha se mantém imper- mar’! Eu estava ali caladinho a as-
coragem que a nós nos gela, para do pai que são árbitros e conheciam com o que vem turbável na intenção de continuar na sistir. Mas às vezes custa», reforça,
arbitrar um jogo de sub-10. Quais o gosto de Lara pelo futebol. Sim, arbitragem, o pai… nem tanto. não escondendo revolta.
castelos, quais quê! sabemos a questão em que está a da bancada, mas eu sei «De certa maneira, sou o res- Ainda assim, Eric reconhece
Bárbaros só mesmo alguns pensar: mas porquê arbitrar e não ponsável. Mas arrependi-me logo que a arbitragem traz à filha «res-
pais/adeptos como os que na se- jogar? Também a fizemos. que vão sempre insultar, nos primeiros jogos. Mas é o que ponsabilidade e foco».
mana anterior tinham tentado sal- «Nunca joguei futebol a sério. ela diz: ‘pai, agora vou’. Agarrou «Há hobbies mais fáceis, sim.
tar a vedação para ir bater no jo- Gosto, mas jogava na escola e per- mesmo que façamos o bichinho e ninguém a vai pa- Mas este dá luta, como ela diz. E ela
vem árbitro, ao mesmo tempo que cebi logo que não fui feita para rar», nota, sem esconder um sor- gosta, que é o mais importante»,
mandavam «mamar» a assistente. jogar», atira, sorridente. o nosso trabalho bem riso orgulhoso que não é abalado finaliza.
Mas essa assistente, a Lara, pelas IVO MARTINS IVO MARTINS
contas feitas aos 14 anos de vida, já
nasceu bem dentro do século XXI.
Nem precisa de armadura para se
defender de bocas vindas da Idade
Média.
«É uma pressão que tem coisas
boas e outras negativas. Também
temos de saber lidar com as coisas
más», desvaloriza em conversa com
A BOLA.
«O mais difícil é mesmo o que
vem da bancada, mas eu sei que vão
sempre insultar, mesmo que faça-
mos o nosso trabalho bem», enal-
tece, já equipada, antes de sair para
o campo.
De resto, mais do que uma arma-
dura, talvez o que fizesse falta fos-
se um impermeável. Ou uma ca-
misola quente que fosse. Mas até
isso a jovem árbitra relativiza.
«Estes dias de frio e chuva são
duros em termos psicológicos. É di-
fícil estar ali tanto tempo ao frio e à
chuva, e continuar atenta ao jogo. Eric Santos incentivou e acompanha sempre a filha aos jogos Lara teve de esperar um ano depois de tirar o curso para ter a idade mínima para arbitrar
Sexta-feira futint@abola.pt

INTERNACIONAL 23
8 de março de 2024
A BOLA

«O dedo está bem», diz Matheus

D. R.

Manchester City e Copenhaga (3-1, para
INGLATERRA os citizens), da segunda mão dos oitavos
de final da Liga dos Campeões, depois de
num lance ter deslocado o dedo médio
j As imagens do dedo médio da da mão esquerda. O médio português foi,
mão esquerda deslocado são então, rendido por Micah Hamilton. As
impressionantes imagens impressionaram e o jogador foi
assistido ainda no relvado, mas no final
Matheus Nunes teve de ser anteontem garantiu que «o dedo está bem»,
substituído ao minuto 74 do jogo entre celebrando ainda a passagem aos
quartos de final da competição — algo
que o City consegue pela sétima vez
consecutiva.
Até Jovane Cabral reagiu com um «então,
não és guarda-redes». O internacional
português, de 25 anos, deverá estar apto
para entrar na lista de convocados de
Pep Guardiola para o importante jogo de
domingo, frente ao Liverpool, líder da
Premier League 2023/2024.
BREVES
INGLATERRA
Chelsea com perdas
de 105,4 milhões de euros
A BlueCo 22, que detém o Chelsea,
revelou ontem, em comunicado, que
o clube registou perda de 105,4
milhões de euros durante um período
de 13 meses, apesar do aumento
Matheus Nunes foi assistido no relvado geral nas receitas, que foram de 600
milhões de euros. Este resultado é
uma melhoria em relação ao ano

Al Nassr estende
ARÁBIA SAUDITA anterior, em que o Chelsea perdeu
j Saudi Pro League j 23.ª jornada 141 milhões de euros. Entretanto, os
blues reforçaram, em comunicado,
Al Nassr-Al Raed 1-3 que «o clube continua a cumprir os
Al Shabab-Al Fayha 2-3
Damac-Al Wehda 1-0
regulamentos financeiros da UEFA e
da Premier League».

passadeira a Jesus
Al Riyadh-Al Hilal Hoje (14 h)
Al Tai-Al Hazm Hoje (14 h)
Al Ittihad-Al Akhdoud Hoje (17 h) Reguilón elogia Mourinho
Al Fateh-Al Khaleej Amanhã (14 h) O defesa espanhol, cedido pelo
Al Ettifaq-Abha Amanhã (14 h)
Al Taawon-Al Ahli Amanhã (17 h)
Tottenham ao Brentford, recordou os
tempos em que era treinado por José
Mourinho nos spurs. «Mourinho?
J V E D G P
Amo-o», afirmou em declarações ao
Derrota em casa e terceiro jogo sem vencer para todas as provas 1
2
Al Hilal
Al Nassr
22
23
20
17
2
2
0
4
67-11
65-33
62
53 The Times, antes de recordar um epi-
3 Al Ahli 22 13 5 4 48-24 44 sódio com o treinador, que conside-
d Al Hilal pode aumentar vantagem na liderança para 12 pontos 4
5
Al Taawon
Al Ittihad
22
22
11
11
6
4
5
7
39-27
42-30
39
37
rou um «monstro tático». «Um dia
disse-me: ‘Se ganharmos ao City e
6 Damac 23 9 7 7 37-29 34
IMAGO 7 Al Fateh 22 8 7 7 36-30 31 tu puseres o Mahrez no bolso com-
8 Al Ettifaq 22 8 7 7 26-24 31 pro-te um bom presunto espanhol’.
Liga Saudita — 23.ª jornada — 2023/2024 9 Al Fayha 23 8 7 8 30-37 31 No dia seguinte estava lá», contou.
Al-Awwal Park, Riade 7-3-2024 10 Al Wehda 23 8 3 12 36-41 27 «Fez-me sentir bem recebido e
AL NASSR AL RAED 11 Al Shabab 23 6 7 10 24-31 25
enquanto treinador apenas posso
1 3
12 Al Khaleej 22 6 6 10 24-31 24
13 Al Akhdoud 22 7 2 13 18-32 23 dizer coisas boas. É de classe mun-
14 Al Riyadh 22 6 5 11 20-41 23 dial. Convence-te de que és o
Al Nassr — Ospina; Al Boushail (Lajami, 64), Al Fatil, 15 Al Raed 23 6 5 12 30-38 23 melhor», destacou.
Laporte e Alex Telles; Al Khaibari e Brozovic; Yahya 16 Al Tai 22 5 3 14 22-46 18
17 Abha 22 5 3 14 27-56 18
(Al-Aliwah, 77), Al Naji (Ghareeb, 64) e Sadio Mané;
18 Al Hazm 22 2 9 11 25-55 15
ESPANHA
Cristiano Ronaldo
Operação de Diakhaby
Al Raed — André Moreira; Al Dossari, Gonzalez, N’Diaye MELHORES MARCADORES
e Al Jayzani (Al Yousef, 69); Al Subaie e Albeshe; Say- CRISTIANO RONALDO (Al Nassr) 22 ao joelho correu bem
oud (Al-Rajeh, 90), El Berkaoui (Sunbul, 84) e Fouzair; Aleksandar Mitrovic (Al Hilal) 19 O franco-guineense foi ontem ope-
Júlio Tavares (Al Ghamdi, 84) Anderson Talisca (Al Nassr) 16 rado em Lyon, ao longo de três horas,
Próxima jornada (23.ª) — 14/03:Al Khaleej-Al Akhdoud;
e os primeiros diagnósticos são posi-
LUÍS CASTRO IGOR JOVICEVIC tivos. O jornal Marca afirma que o
Al Hazm-Al Shabab; Abha-Al Wehda;15/03: Al Ahli-Al
Nassr; Al Fayha-Al Riyadh; Al Tai-Al Ettifaq;16/03:Al Fateh- joelho do central do Valência, apesar
ÁRBITRO Abdullah Al-Kharbosh (Arábia Saudita) -Al Ittihad; Al Hilal-Damac; Al Raed-Al Taawon.
GOLOS 0-1, por El Berkaoui (18); 1-1, por Yahya (24); da grave lesão, suportou o impacto
1-2, por Fouzair (46); 1-3, por Sayoud (87) sofrido durante o jogo com o Real
DISCIPLINA Cartão amarelo a Fouzair (61), Al Jayza- cer para todas as competições e Madrid no passado sábado. O pior
ni (67), André Moreira (85), Al Ghamdi (90+1), Al Dos-
sary (90+5) e Al Rajeh (90+11)
pode ficar a 12 pontos do lideran- cenário está assim afastado. O
ça. O Al Hilal, de Jorge Jesus e mesmo jornal afirma que a operação
CR7 incrédulo após 4.ª derrota na Liga; Al Nassr está a 9 pontos do líder e com mais um jogo Rúben Neves, visita hoje o Al permitiu verificar que o menisco e a
ARÁBIA SAUDITA Riyadh e pode aumentar, assim, cartilagem do joelho direito de
Cristiano Ronaldo e compa- tantes depois, o avançado rema- a vantagem na frente da liga sau- Diakhaby foram pouco afetados. O
Por nhia (Otávio descansou e não foi tou ligeiramente ao lado. Aos 57’, dita. O clube do treinador portu- defesa do Valência terá agora longa
RAFAEL FERNANDES utilizado) sentiram o golo sofrido André Moreira voltou a estar em guês procura, recorde-se, a 27.ª recuperação, a qual deverá demorar

O
Al Nassr, com Cristia-
no Ronaldo de início,
perdeu na receção ao
Al Raed, que contou
com André Moreira na
baliza, estendendo a passadeira
do título ao Al Hilal, de Jorge Je-
sus e Rúben Neves.
A equipa treinada por Luís Cas-
tro começou com mais bola, mas
as primeiras oportunidades fo-
ram para o Al Raed.
Os forasteiros foram avisando
e chegaram mesmo ao golo, por
intermédio de Karim El Berkaoui,
assistido por Júlio Tavares, que foi
sempre uma dor de cabeça para a
defesa do Al Nassr, que foi, mui-
tas vezes, demasiado macia.
e desconcentraram-se durante
alguns minutos.
O golo do empate acabaria por
surgir aos 24’. Ronaldo atirou com
estrondo ao poste da baliza de An-
dré Moreira e Ayman Yahya mar-
cou na recarga, naquele que foi o
seu primeiro golo esta tempora-
da.
O segundo tempo começou
com novo golo do Al Raed. Gran-
de entrada dos visitantes e Fou-
zair fez o 2-1. Poucos minutos de-
pois, André Moreira impediu o
empate a Brozovic. Seguiu-se um
festival de perdidas de Cristiano
Ronaldo. Primeiro, o internacio-
nal português atirou de cabeça ao
lado, depois de um livre muito
bem batido por Alex Telles. Ins-
destaque, negando o bis a Ayman.
Dez minutos depois, Ronaldo vol-
tou a desperdiçar. O capitão da
Seleção Nacional nem queria acre-
ditar. O Al Nassr carregava e ficou
perto da igualdade aos 68’: Ro-
naldo assistiu Brozovic, que rema-
tou ao lado.
Não marcou o Al Nassr, marcou
o Al Raed. Sayoud fez o 3-1, aos
87’, complicando as contas da for-
mação de Luís Castro.
Já em período de compensa-
ção, Cristiano Ronaldo, na se-
quência de um livre em zona pe-
rigosa, ficou muito perto do golo.
A bola bateu com estrondo na bar-
ra.
O Al Nassr voltou a marcar pas-
so, somou o terceiro jogo sem ven-
vitória seguida, o que lhe permi-
tirá igualar o recorde mundial do
The New Saints, do País de Gales.
VÍTOR PEREIRA PERDE AOS 90+8’
O Al Shabab, treinado por Ví-
tor Pereira, perdeu na receção ao
Al Fayha (2-3). Após primeira par-
te sem golos, o Al Fayha ganha-
ria vantagem graças a um bis do
nigeriano Henry Onyekuru (50’ e
74’). Porém, entre os 86 e 89’, a
formação do treinador português
chegou ao empate num autogolo
do guardião Al-Deqeel (largou a
bola para dentro da baliza ) e um
golo de Habib Diallo. Até que, aos
90+8’, Zidan fez o último golo da
partida, selando nova derrota para
o técnico português.
entre 10 e 12 meses.
SUÉCIA
Kristoffer Olsson
preocupa
Kristoffer Olsson foi diagnosticado
ontem com coágulos no cérebro,
segundo avançou o Midtjylland, clube
do jogador, num comunicado nas
redes sociais. O sueco está internado
num hospital em Aarhus desde 20 de
fevereiro após colapsar em casa.
Depois de realizar vários exames, os
médicos confirmaram que Olsson tem
pequenos trombos em ambas as par-
tes do cérebro devido a uma inflama-
ção muito rara. O próximo passo na
recuperação é retirá-lo lentamente do
ventilador, enquanto se mantém na
unidade de cuidados intensivos.

24
Espanha gastou
muito no Brasil
j La Liga investiu 179 milhões de
euros em 11 jogadores brasileiros
entre 2019 e 2024
O Flamengo é o clube brasileiro que mais
lucrou com vendas de passes de jogadores
para as principais ligas europeias
(Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e
França) nos últimos cinco anos (2019 a
2024), com dez transferências no total. A
mais cara foi a de Reinier Jesus, então
com 18 anos, vendido em 2020, por 30
milhões de euros, ao Real Madrid.
Segue-se o Santos com sete vendas para o
top-5 europeu. As mais caras foram, em
janeiro, as de Ângelo e Deivid Washington
para o Chelsea, em setembro de 2023,
transferidos por 15 e 16 milhões de euros,
respetivamente. Em terceiro e quarto
aparecem Athletico Paranaense e
Fluminense, ambos com cinco vendas.
Botafogo, Corinthians, Grêmio e Palmeiras
surgem a seguir com quatro saídas.
O futebol espanhol foi, por outro lado,
aquele que mais gastou em contratações
de brasileiros: 179 milhões em 11 jogadores.
Seguem-se França (156 milhões de euros
em 17 jogadores), Inglaterra (154 milhões
em 13 jogadores), Itália (85 milhões em 12
jogadores) e Alemanha (23 milhões em 4
jogadores). Os jogadores mais caros foram
Rodrygo (do Santos para o Real Madrid),
Vitor Roque (do Athletico Paranaense para
o Barcelona) e Reinier (do Flamengo para o
Real Madrid). O trio movimentou nada
menos que 115 milhões de euros.
A equipa europeia das cinco grandes ligas
que mais contratou neste período de cinco
anos foi o Lyon, com seis aquisições: Jean
Lucas (Flamengo), Camilo (Ponte Preta),
Bruno Guimarães (Athletico Paranaense),
Jeffinho (Botafogo), Adryelson (Botafogo) e
Lucas Perri (Botafogo). A seguir, aparecem
cinco equipas com três compras de
jogadores cada: Almeria (Espanha), Arsenal
(Inglaterra), Chelsea (Inglaterra), Marselha
(França) e Bétis (Espanha).
ITÁLIA
Exame de Suárez causa polémica
j Uruguaio candidatou-se em
2020 à nacionalidade italiana e o
processo está sob suspeita
Apesar de nunca ter jogado em
Itália, Luis Suárez esteve próximo
de assinar pela Juventus em 2020.
Tal não se materializou, mas após
sugestão dos biaconeri, Suárez aca-
bou por se candidatar à dupla na-
cionalidade uruguaia e italiana.
Para isso, em setembro desse ano,
fez um exame de italiano que está
agora envolto em polémica.
Segundo o Tuttosport, a legitimi-
dade desse teste está a ser inves-
tigado após denúncias de alguns
professores da Universidade para
Futebol internacional
BRASIL
«Vamos passar!», promete
Caixinha após derrota fora
Bragantino foi batido (1-2) na casa do Botafogo na pré da Libertadores
d Mas tem a 2.ª mão, em casa, para corrigir d «Confio», diz treinador
Por
JOÃO ALMEIDA MOREIRA
correspondente de A BOLA no Brasil
S
ÃO PAULO — O Botafogo
bateu o Bragantino, por 2-
-1, no Nilton Santos, e está
em vantagem na pré-eli-
minatória da Taça dos Li-
bertadores cuja segunda mão se dis-
puta na madrugada da próxima
quinta-feira, desta vez no reduto do
Red Bull, em Bragança Paulista. Por
isso, Pedro Caixinha confia na pas-
sagem à fase de grupos.
«A eliminatória não está fecha-
da. De maneira nenhuma está fecha-
da. Nós vamos fazer de tudo. Não ga-
nhámos ao Botafogo em 2023, mas
agora vamos ganhar, passar e estar
na fase de grupos», prometeu o trei-
nador português logo após uma par-
tida resolvida por dois belos golos do
botafoguense Junior Santos, a que
Juninho Capixaba respondeu.
«O Eduardo não teve muitas
condições para criar oportunida-
des, o Tiquinho e o Savarino tam-
bém não, fomos eficazes na defesa,
mas faltou mais intensidade quan-
do ganhávamos a bola, ser mais ob-
jetivos na chegada, ter agressivida-
de na última zona, confiamos muito
no grupo de jogadores, eles têm con-
dições para fazer muito mais e me-
lhor nessa última zona».
Estrangeiros de Perugia, onde teve
lugar a prova. A mesma fonte afir-
ma que, caso as suspeitas se ve-
nham a confirmar, a Juventus não
será acusada de nada.
Também o presidente da Lazio
e ex-dono da Salernitana, Clau-
dio Lotito, está debaixo de fogo.
De acordo com o MP de Perugia,
um arquivo aberto nos seus escri-
tórios em Campânia, após denún-
cia sobre a compra da Salernitana
(vendida pela Lotito em 2021), de-
monstram irregularidades.
É inegável que a Itália está a ser
assolada pela revelação de várias
informações potencialmente da-
nosas sobre figuras públicas do
Pedro Caixinha perdeu no Rio de Janeiro e quer recuperar em Bragança Paulista
«Na segunda mão vamos jogar
para ganhar, o futebol é muito
mais do que só futebol, é também
paixão, a paixão de querer estar na
fase de grupos da Libertadores, de
querer estar na Libertadores 2024,
nas vésperas vamos analisar o ri-
val, no dia do jogo, meus amigos,
divirtam-se, façam aquilo que
gostamos de fazer todos os dias»,
concluiu Caixinha.
Fábio Matias, treinador interino
do Fogão, respondeu à confiança de
Caixinha. «Vão passar? Opiniões
são opiniões», disse, «ele é um trei-
país num caso denominado de
Dossieraggio. Entre eles está Ga-
briele Gavina, investigado por
um caso que remonta ao seu pe-
ríodo enquanto presidente da
Lega Pro (3.ª divisão italiana).
Gavina é acusado pelo Minis-
tério Público italiano de, entre 2015
e 2018, desviar dinheiro prove-
niente dos direitos televisivos des-
se campeonato para comprar uma
residência em Milão.
Segundo a imprensa italiana, os
advogados de Gavina já expressa-
ram toda a colaboração para com
a investigação e estão confiantes de
que o presidente do FIGC será de-
clarado inocente.
Avenida Brasil
Amazonas proíbe
ANDERSON LIRA/IMAGO
Nasce desporto
nador top, um ser humano top, tem
um ano e meio de trabalho, a equi-
pa dele já entende os processos, a
nossa está a começar, mas vamos
deixar o jogo acontecer...».
Antes do duelo que decidirá
quem ocupa a sétima vaga brasilei-
ra na fase de grupos — Fluminen-
se, Palmeiras, Flamengo, Grêmio,
São Paulo e Atl. Mineiro já estão
apurados —, o Bragantino, classifi-
cado para os quartos de final do Pau-
listão, defronta o Guarani, em Cam-
pinas, e o Botafogo encara o Sampaio
Corrêa na meia-final da Taça Rio.
IMAGO
«Meu pai era bom»
Suárez está agora no Inter Miami
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
Por
JOÃO ALMEIDA MOREIRA
E
ra só a final da primeira volta do
Amazonense, um dos estaduais
menos tradicionais do Brasil, en-
tre Amazonas FC e São Raimundo mas,
ainda assim, a direção do anfitrião não
quis facilitar. Nas redes sociais lembrou
os adeptos que estava restrito «o uso
de guarda-chuvas e outros objetos com
hastes metálicas e de materiais con-
tundentes perfurantes». Depois em-
polgou-se: «Nem de armas brancas,
nem de armas de arremesso, nem de ar-
mas destinadas a projetar substâncias
tóxicas, asfixiantes e corrosivas». E, já
numa escalada imparável, proibiu ar-
mas «radiológicas, biológicas e nuclea-
res». Adeptos do Amazonas e do São
Raimundo tiveram, portanto, de deixar
a bomba atómica à porta do estádio.
U
m Fluminense-Botafogo, o clás-
sico vovô do Rio, por ser entre os
dois grandes mais antigos, cos-
tuma atrair histórias. No último, o lan-
ce mais marcante foi protagonizado
inadvertidamente por Yarlen, jovem
botafoguense de 18 anos que, a dada
altura, fica caído fora do relvado à es-
pera de assistência. Como o jogo esta-
va a acabar e o Fogão a ganhar, o co-
lega Hugo puxa o corpo meio inerte de
Yarlen para dentro do campo, de forma
a obrigar a uma paragem. Felipe Alves,
do Flu, viu e puxou Yarlen de volta para
fora do campo. O resultado foi amare-
los para todos, menos para o atordoa-
do Yarlen, e até afinal houve mais um
golo (o 4-2) para o mesmo Fogão que
queria queimar tempo.
O
que poderia ser uma história
simpática de um jovem talen-
toso que segue as pisadas do
pai não passa, afinal, de uma história
trágica. O guarda-redes Bruninho Sa-
mudio, 14 anos, assinou o primeiro
contrato profissional com o Athletico
Paranaense, depois de se distinguir
em todos os escalões jovens do clu-
be. Bruninho, entretanto, é filho de
Bruno, ex-guarda-redes do Flamen-
go condenado em 2013 pelo assassi-
nato de Eliza Samudio, mãe de Bruni-
nho, cujo corpo jamais foi encontrado.
«O meu pai era um bom atleta», dis-
se Bruninho na Rede TV, «mas não era
boa pessoa». «Ódio dele? Nada, só
pena», concluiu, lado a lado com a avó
materna e tutora.
Sexta-feira modali@abola.pt

MAIS DESPORTO 25
8 de março de 2024
A BOLA

CICLISMO

Derrota e o sonho... Plock

IMAGO
FC Porto chegou ao intervalo a vencer, mas um período de nove minutos sem marcar na
segunda parte foi fatal d Dragões terminaram fase de grupos da Champions no penúltimo lugar
Segunda vitória de Kooij na edição de 2024
EHF

Liga dos Campeões — Grupo B — 14.ª jornada

ORLEN Arena, Plock
CLASSIFICAÇÃO Olav Kooij vence
WISLA PLOCK FC PORTO
j Liga dos Campeões j 14.ª jor.
Veszprém-Magdeburgo 28-30 Mads Pedersen
29 AO
28 Celje-GOG
Wisla Plock-FC PORTO
30-34
29-28 j Neerlandês (Visma) ganha 5.ª
14 INTERVALO 15 Barcelona-Montpellier 34-37 etapa da Paris-Nice. Almeida e
WISLA PLOCK — Mirko Alilovic (gr) e Marcel Jastrzeb- J V E D G P Guerreiro têm dia tranquilo
ski (gr); Przemyslaw Krajeweski (1), Tomas Piroch (3), 1 MAGDEBURGO 14 12 0 2 439-384 24
Nico Mindegia (2), Michal Daszek (2), Lovro Mihic (3) 2 Barcelona 14 11 0 3 473-409 22
Depois do primeiro dia nas montanhas, a
e Dawid Dawydzik (4); Tin Lucin (4), Miha Zarabec (4), 3 Veszprém 14 10 3 4 489-436 20
Abel Serdio (4), Leon Susnja, Kiryl Samoila, Gergo 4 Montpellier 14 7 0 7 411-396 14 Paris-Nice voltou à calmaria na planície.
Fazekas (2), Mirsad Terzic e Dmitri Zhitnikov 5 GOG 14 6 1 7 429-445 13 Mas só até ao sprint final. Após 193
FC PORTO — Nikola Mitrevski (gr) e Diogo Rêma (gr); 6 Wisla Plock 14 5 1 8 376-386 11 quilómetros, entre Saint-Sauveur-de-
Leonel Fernandes (2), Pedro Valdés (3), Rui Silva (2), 7 FC PORTO 14 4 0 10 409-480 8 -Montagut e Sisteron, o velocista da
David Fernández (2), António Areia (5) e Ignacio Plaza 8 Celje 14 0 0 14 400-490 0
Visma-Lease a Bike, Olav Kooij, foi o mais
(4); Nikolaj Laeso (7), Fábio Magalhães (1), Diogo Oliveira, Tem a palavra rápido do pelotão. À semelhança do que fez
Christoffer Brannberger, Mamadou Diocou, Diogo
na primeira etapa, o corredor neerlandês,
Branquinho (2), Antonio Martínez e Ricardo Brandão
XAVIER SABATE CARLOS RESENDE
FOI POR DETALHES de 22 anos, bateu Mads Pedersen, da Lidl-
ÁRBITROS -Trek, nos últimos 100 metros, e
Péter Horvath e Balázs Marton (HUN) Parabéns ao Wisla Plock pela conquistou a segunda vitória nesta edição
vitória e pela passagem. Foi duro para da prova francesa. O dinamarquês, de 28
ambas as equipas. Na 1.ª parte fomos anos, campeão mundial de fundo em 2019,
ANDEBOL melhores do que eles, na 2.ª tivemos voltou a ficar no segundo lugar, agora à
muitos problemas no ataque, que nos frente do alemão Pascal Ackermann (Israel-
Por colocaram em desvantagem. Os meus -Premier Tech), terceiro.
ADÉRITO ESTEVES Wisla Plock venceu a batalha pela última vaga no ‘play-off’ da Champions jogadores estiveram muito bem e foi Na classificação geral, o australiano Luke

E
RA um jogo sem margem
de erro para o FC Porto. E
estar nove minutos sem
marcar entre os 34 e os 43
minutos é esticar bastan-
te essa história da margem de erro.
Porque do outro lado estava outra
equipa a precisar do resultado para
seguir em frente. E foi mesmo isso
que aconteceu. A partir do mo-
mento em que o Wisla Plock pas-
sou para a frente na 2.ª parte, o
melhor que o FC Porto conseguiu
foi empatar (27-27), a dois minu-
tos do final. No momento decisi-
Águia vence e pressiona FC Porto
j Benfica ganha ao V. Setúbal e
sobe a 2.º, à condição; Jota Gon-
zález estreia ‘menino’ de 16 anos
O Benfica cumpriu com a obri-
gação e venceu o V. Setúbal por
31-22 em jogo antecipado da 21.ª e
penúltima jornada da fase regular
do campeonato. O resultado per-
mite às águias subirem à condição
ao 2.º lugar, ultrapassando o FC
Porto, que no sábado recebe o Ma-
rítimo e na última ronda visita o
Sporting, líder invicto.
Diante do último classificado,
Jota González poupou Ole Rahmel,
que nem surgiu na ficha de jogo, e
deu minutos a todos os jogadores,
tendo liderado o marcador desde
vo, porém, os polacos não treme-
ram e acabaram por ganhar por
29-27, atirando os dragões para
fora da Champions.
E na primeira parte as coisas até
tinham corrido bem à equipa de
Carlos Resende, que dispôs de van-
tagens de três golos, fruto mais da
eficácia do ataque do que do de-
sempenho defensivo. Os guarda-
-redes portistas também passa-
ram ao lado do jogo — juntos
somaram cinco defesas — e no mo-
mento em que a defesa polaca
acertou e parou o ataque portista,
o início ao fim do jogo. Ao inter-
valo, as águias já venciam por 14-
-11, diferença curta que se justifi-
ca com a excelente exibição de
Pedro Tonicher na baliza do con-
junto sadino.
Demis Grigoras terminou o jogo
como melhor marcador, com sete
golos, seguido dos quatro de Afon-
so Mendes e Ander Izquierdo, num
jogo marcado também pela estreia
pelo Benfica de Miguel Mendes,
primeira linha ainda com idade jú-
nior, apenas quatro dias depois de
chegar aos 16 anos... ele que teve
ao lado o irmão mais velho, Afon-
so Mendes, de 19.
A lamentar do lado das águias
apenas a lesão de Guilherme Ca-
A figura
NIKOLAJ
LAESO
(FC PORTO)
j Não deixa de ser curioso que o
dinamarquês tenha passado grande
parte do jogo sem jogar no ataque e
mesmo assim termine como melhor
marcador, com sete golos. Tivessem
os companheiros mostrado a eficácia
dele e a história podia ser diferente...
bral, que teve de sair apoiado em
dois companheiros com queixas
no pé esquerdo.
AVANCA TESTA O LEÃO
Três dias depois de ter termina-
do a main round com o pleno de vi-
tórias na Liga Europa, o Sporting
joga hoje em Avanca, penúltimo
classificado do campeonato. Na
antevisão à partida, Andrè Kristen-
sen assume que este é um cicli
duro, mas garante que a equipa
está pronta. «Estamos avisados
para esta semana há algum tempo,
sabíamos que seria difícil, com
muitas viagens e poucos treinos,
mas estamos preparados, assegu-
ra o guardião norueguês. A. E.
por detalhes que não ganhámos
CARLOS RESENDE
Treinador do FC Porto
as coisas complicaram-se. Carlos
Resende ainda apostou no 7x6, a
equipa criou as desejadas oportu-
nidades claras para marcar, mas
desperdiçou vários remates aos seis
metros, o que se revelou fatal para
o desejo de seguir em frente na
competição.
Pelo segundo ano consecutivo,
o FC Porto, única equipa portu-
guesa em prova, sai de cena na fase
de grupos.
SL BENFICA
Izquierdo marcou quatro golos
Plapp (Jayco AlUla) mantém a camisola
amarela. João Almeida (UAE Emirates)
preserva a quarta posição, a 29 segundos
de Plapp, e Ruben Guerreiro (Movistar), o
25.º lugar, a 4.23 minutos.
Hoje corre-se a 6.ª etapa, entre Sisteron e
La Colle-sur-Loup (198,2 km), com cinco
contagens de montanha.
Ontem, a organização da prova anunciou a
alteração do final da 7.ª etapa, amanhã,
devido a previsão de condições climatéricas
de queda de neve.
Milan mais rápido
do que Philipsen
j Italiano impôs ao belga na 4.ª
etapa da Tirreno-Adriático e é
novo líder da corrida italiana
Jonathan Milan (Lidl-Trek) subiu à liderança
da Tirreno-Adriático, depois de ter
triunfado ao sprint na 4.ª etapa, entre
Arrone e Giulianova (207 km). O italiano
bateu Jasper Philipsen (Alpecin-
-Deceuninck) e graças aos 10 segundos de
bonificação pela vitória veste a camisola
azul, com 4 s de avanço sobre o espanhol
Juan Ayuso (UAE Emirates) e 18 sobre o
francês Kévin Vauquelin (Arkéa-B&B
Hotels). Nelson Oliveira (Movistar)
manteve a 15.ª posição da geral, a 31 s da
liderança, depois de ter cortado a meta
integrado no pelotão, no 45.º posto. Hoje,
corre-se a 5.ª etapa, entre Torricella Sicura
e Valle Castellana (144 km), com uma
montanha de categoria especial a menos
de 25 km da meta.

26
Sofia Nobre, 53 anos,
e a filha Matilde Goes,
de 20, sagraram-se,
em janeiro deste ano,
campeãs nacionais
ao derrotarem,
por 25-0,
o Sporting na final
Mãe e filha campeãs nacionais
Sofia Nobre e Matilde Goes sagraram-se, em campo, campeãs de râguebi pelo Benfica d Duas gerações de jogadoras
com ligação umbilical d Em conversa com A BOLA sobre paixão pela modalidade, família, maternidade e saúde mental
Dia Internacional da Mulher
8 Março
Por
MIGUEL MORGADO
N
O dia 24 de janeiro, ao
minuto 75 do jogo da fi-
nal da Divisão de Hon-
ra feminina de râguebi,
Sofia Nobre, 53 anos,
número 20 na camisola encarna-
da e capacete azul, pisou o relva-
do do campo A do Centro de Alto
Rendimento do Jamor. Entrou a
tempo de festejar, em campo, o
título do Benfica, após triunfo (25-
-0) sobre o Sporting, que termi-
na a série de sete temporadas con-
secutivas dos leões sempre a
vencerem o campeonato do prin-
cipal escalão da modalidade.
Para Sofia Nobre, nome incon-
tornável no râguebi feminino por-
Mais desporto
RÂGUEBI
tuguês, esta foi uma conquista es-
pecial. Por duas ordens razões,
uma coletiva, a outra, pessoal. A
primeira: desde 2016 que o Benfi-
ca não erguia o troféu de campeãs
nacionais, conseguindo-o pela
nona vez no seu historial, entran-
do nestas contas as variantes de
sevens, 10, 13 e 15. Título ainda
mais celebrado, em ano de cente-
nário da modalidade no clube. A
segunda e não menos importante:
nessa tarde, a veterana jogadora
ergueu a placa de campeão – peça
de madeira com o nome do clube
vencedor inscrito - ao lado da fi-
lha Matilde Goes, 20 anos, tam-
bém jogadora das águias.
A BOLA assistiu ao momento e
esteve à conversa com mãe e filha
jogadoras. Falou-se de paixão e
dedicação ao râguebi, de materni-
dade, família e de saúde mental.
A idade é, ainda, um posto.
Desta forma, é Sofia Nobre, a mãe,
que agarrou a conversa. Numa das
suas gavetas da memória, recua ao
século passado, ao tempo em que
tudo começou. «O meu primeiro
clube foi o Benfica, por volta dos
14 anos participei em torneios pon-
tuais, no Belém, CDUL, Agrária,
ISMAI no Porto, CRAV e Loulé»,
recorda. «Depois comecei a trei-
nar no Grupo Desportivo da Cos-
ta, com os rapazes. Em 1995, não
havia râguebi feminino, por isso
treinei sempre com eles».
A competição feminina era
uma miragem. «A nível compe-
titivo comecei a jogar tarde, pe-
los 20 e tal anos. Quando nasce-
ram os campeonatos femininos,
em 2001, ano da aposta no râgue-
bi feminino mais a sério, fui para
o Grupo Desportivo Pescadores
da Costa da Caparica e lá fui cam-
peã nacional», assinala Sofia No-
bre. O emblema de Almada, pri-
meiro campeão nacional, repetiu
a dose, três anos depois.
«Desde aí não parei mais»,
conta. Continuou do outro lado
do rio. Atravessa a ponte sobre o
Tejo e entra no clube encarnado
em 2004. Aí conheceu toda a es-
pécie de vitórias. «No Benfica,
ganhei todos os campeonatos (9
no total) nas variantes de sevens,
10, 13 e agora em XV», além de ta-
ças de Portugal, Supertaças e o
circuito nacional de sevens, re-
fere a mãe Sofia, sem discrimi-
nar as vitórias por troféu.
Não parou de ganhar nos anos
seguintes, enquanto o clube da Luz
rivalizava no palmarés com a titu-
lada Agrária. E nunca parou de jo-
gar. «Nem mesmo depois de três
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
MIGUEL MORGADO
gravidezes», surpreende. «Da Ma-
tilde, a primeira, Maria do Carmo,
a do meio e do Vicente», todos se-
parados por cinco anos de dife-
rença, dos 20 aos 10. «Joguei sem-
pre até saber que estava grávida»,
soltou uma forte gargalhada. «A
partir dos dois meses não jogava.
Bom...cheguei a jogar enquanto
estava grávida, mas não sabia, foi
antes dos dois meses», ri, de novo.
Detalha pormenores da conjuga-
ção entre maternidade e a ativida-
de desportiva e competitiva.
«Nunca parei. Nas gravidezes, pa-
rava nos meses finais, mas não to-
talmente, fazia exercícios sempre.
Até aos seis meses treinava sem
contacto; nos últimos três já não
treinava. Passado um mês de ter fi-
lhos começava a treinar e a jogar».
E como conjugar as duas vidas,
a de mãe e de jogadora? «Sempre dei
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
Benfica venceu Sporting e conquistou o 9.º título de campeão nacional do historial do clube
de mamar aos três, tirava leite an-
tes de treinar. Cheguei a dar de ma-
mar antes de jogar beach rugby. An-
tes dos jogos tirava leite, não havia
tempo para dar de mamar e jogava»,
detalha, fechando o tema que o des-
tino lhe reservou durante mais de 20
anos da sua existência.
‘NÃO DEIXES DE JOGAR PELA IDADE’
Tempo para regressar à tarde de
24 do mês de janeiro e à final do
campeonato. Entre os festejos de
jogadoras, equipa técnica, fami-
liares e estrutura benfiquista (Fer-
nando Tavares vice-presidente
das modalidades esteve no Jamor
e fez questão de dedicar elogiosas
palavras a Sofia Nobre pela dedi-
cação e perseverança) escutou-
-se, em surdina, que, após a tra-
vessia do deserto de sete anos, a
jogadora que não olha para idade
já podia parar de jogar.
«Odeio que me façam essa per-
gunta sobre quando vou termi-
nar. O meu pai [Carlos Nobre, an-
tigo internacional de râguebi,
jogador, treinador e responsável pela
secção no Benfica e fundador do
râguebi feminino], sempre me dis-
se: vais deixar de jogar quando
deixares de te divertir. Portanto,
nunca deixes de jogar por causa da
idade. O teu corpo vai dizer-te
para deixares de jogar», cita.
O impulso não se sustenta só
na lição paterna. «Continuo a ter
a mesma alegria em ir para os
treinos, a não faltar, não ficar
chateada por não ser convocada,
jogar mais, ou menos», admite.
«Gosto de estar bem fisicamen-
te, ir ao ginásio, ter a disciplina
de treino três vezes por semana.
É bom ter essa disciplina mental,
esse compromisso e entrega, além
de ser muito mais divertido»,
frisa, antes de analisar o caminho
até ao presente.
«Entras no râguebi para fazer a
diferença e esse foi o meu percur-
so. Queria ser mais rápida, mais
forte, agora entras numa onda di-
ferente, entras para ajudar, se ti-
ver de jogar 40 minutos, jogo, se
tiver de jogar dez, jogo. Tens de
estar sempre disponível. Tens de
estar para dar e não receber». Na
MIGUEL MORGADO
anos, arrasta ainda indefinições
próprias da idade quando se abor-
da o futuro. «Ainda não sei o que
quero fazer depois de acabar o
curso. Gostava de trabalhar num
museu. Por isso, penso em fazer
um mestrado em História ou His-
tória de Arte, interessa-me a mu-
seologia», diz a jogadora que os-
tentou o n.º 15 nas costas durante
a final da Divisão de Honra femi-
nina. Ser jogadora profissional de
râguebi e seguir o exemplo de al-
gumas portuguesas que foram para
França não é caminho de uma só
via que queira trilhar.
«Se calhar, acumular com os
estudos, um estágio, durante um
verdade, já deu muito, mas será ou dois anos, num gap year, sim,
que a idade ainda dá para mais. agora como carreira, não. Fazer 10
«Como tudo na vida, tens menos anos está fora de questão», afirma
características atléticas, mas tens Matilde Goes, que fala do percur-
outras, és mais racional e menos so na modalidade, desde o início.
emotiva, és mais calma, tens mais Começou a treinar no Grupo Des-
sabedoria que, se calhar, não tinha portivo Direito. «Dos 8 aos 14 anos
aos 20 e 30 anos», esclarece. joguei com rapazes». Matilde Goes
não se deteve em grandes histórias
‘JOGUEI COM RAPAZES’ sobre esses primeiros anos, entre
Tempo agora para apresentar a os rapazes. No entanto, abre exce-
filha que, para quem segue o râgue- ção para falar de alguém que a
bi feminino, dispensa-o. «A Ma- marcou e continua a marcar. «O
tilde tem o percurso que qualquer Vasco [Condado], o meu primeiro
atleta quer ter. Dos sub-8 até aos treinador [do Direito], é, de longe,
sub-14 treinou com os rapazes. In- o que mais me marcou».
tegrou a equipa sénior feminina Deu um passo em frente para
aos 14, teve um ano sem jogar (à es- um tempo prévio de entrada nas
pera de atingir os 16 anos), só trei- seniores encarnadas. «Fui opera-
nava e começou a jogar aos 16». da, uma lesão na ginástica, e fiz a
Passa a bola (o telefone) a Ma- recuperação com a fisioterapeuta
tilde Goes. Está recolhida no quar- do Benfica, onde jogava a minha
to a estudar para um exame de mãe. Comecei a ir aos treinos, a
MATS e Técnicas de Investigação. estar mais presente e o caminho já
«Sou estudante de Ciências Polí- estava mais que traçado».
ticas e Relações Internacionais, na E continua: «Queria seguir, que-
universidade Nova», começa por ria jogar, não me via a não jogar. O
informar a filha mais velha da fa- facto do avô [Carlos Nobre], pai
mília Nobre Ferreira Goes. [Francisco Goes] e mãe terem sido
Debaixo da juventude dos 20 jogadores não entrou na equação de
FPR
Matilde Goes indisponibiliza-se para a estreia de Portugal no Campeonato da Europa de XV
Mais desporto
RÂGUEBI
Farei uma pausa devido
a saúde mental. Não me
sinto preparada para
enfrentar a competição
MATILDE GOES
Jogadora de râguebi do Benfica
vontades. Tem mesmo a ver comi-
go», expõe. «É óbvio que se torna
mais fácil ter a família no meio, a
jogar e a estar envolvida. Sempre foi
o meu desporto, embora tenha fei-
to vários. A certa altura, tive de
deixar a ginástica e ficar só com o
râguebi, mas foi fácil. A ginástica
deu-me o compromisso, a discipli-
na, a rotina e as boas bases».
‘GUARDAVA TUDO PARA MIM’
À parte do clube do Luz e do
primeiro título de campeã nacio-
nal, Matilde Goes fez a estreia pela
seleção nacional em sevens (Wo-
men’s 7s Trophy), «em 2022, con-
tra Israel» e em XV, «no jogo com
a Suécia», no final desse ano, re-
corda. Somou internacionaliza-
ções entre 2022 e 2023 no Rugby
Europe Trophy (2.ª divisão do
râguebi europeu), no Rugby Eu-
rope Championship, primeira
competição europeia se excecio-
narmos o Torneio das Seis Nações
(competição fechada), em sevens
e nos Jogos Europeus, torneio de
apuramento para os Jogos Olím-
picos Paris-2024.
Vinte anos e as asas das inter-
nacionalizações pareciam não pa-
rar de bater. Mas pararam. Ou an-
tes, pausaram. Matilde Goes não
segue, por opção pessoal, no lote
Jogadora do Benfica, de 20 anos, somou internacionalizações entre 2022 e 2023
27
de jogadores disponíveis para a es-
treia de Portugal no Rugby Euro-
pe Championship XV (REC 2024)
como já não tinha estado disponí-
vel para acompanhar a digressão
das lobas ao Brasil na janela de no-
vembro do ano passado.
«Não estou a pensar fazer par-
te da seleção este ano. É uma pau-
sa relacionada com a saúde men-
tal. Não me sinto preparada para
enfrentar a competição», con-
fessa, secamente, a jogadora, sus-
pendendo o raciocínio por se-
gundos e deixando no ar tempo
suficiente para absorver o im-
pacto no muro no estômago que
provocou. «A época passada fo-
ram 11 meses de râguebi, foi mes-
mo muito intenso e se calhar não
soube gerir as coisas da melhor
maneira. Guardava sempre tudo
para mim e chegou a um ponto
em que já quase nem gostava de
râguebi», admite num relato ín-
timo e sem rodeios.
Ciente de tudo o que se pas-
sou, de forma ponderada, fecha,
para já, uma porta à seleção na-
cional. «Primeiro, tenho de vol-
tar a encontrar a minha confian-
ça e o porquê de eu jogar antes de
fazer parte de uma coisa que eu
levo tão a sério e tão importante
como a seleção», refere, prosse-
guindo no desabafo.
«Esta época não conseguia trei-
nar, não me apetecia, não me con-
seguia sequer ver alguém a cor-
rer», revela Matilde Goes, que
falhou as primeiras jornadas da
temporada. Alcançado o título na-
cional, deixa tudo em aberto em
relação ao resto da época, Taça de
Portugal e Campeonato de Sevens.
«Vamos ver», deixa em suspenso
com a certeza de que o título aju-
dará na reflexão a ter.
FPR

28
Dia Internacional da Mulher
8 Março
Por
JOÃO PIMPIM
O
surf salvou-lhe a vida e é
talvez por isso que ela a
deixa nas mãos do mar
de cada vez que enfren-
ta o risco de morte no es-
trondoso Canhão da Nazaré. Joana
Andrade foi a primeira e é ainda a
única mulher portuguesa a surfar a
onda gigante da hoje mundialmen-
te famosa Praia do Norte. Uma su-
permulher que, aos 43 anos, tem
em si gravada uma história de me-
dos e traumas que assume e que
procura entender, ultrapassar, su-
perar naqueles instantes em que se
liberta do cabo da mota de água e
se lança na descida a alta velocida-
de de uma montanha de água com
15 ou 20 metros, algo como um pré-
dio de sete andares ou «o Evereste
do surf», como lhe chama.
Nas suas costas, pronto a esma-
gá-la, está um monstro, primeiro
silencioso, depois brutalmente en-
surdecedor, com mais de uma tone-
lada de massa bruta – o equivalen-
te ao peso de 800 carros. E é do alto
do seu metro e meio (ou pouco mais)
que Joana se rende a ele, numa co-
nexão e numa imensidão de sensa-
ções que só consegue comparar à li-
berdade de ter asas e voar.
E é ali, naquele turbilhão ini-
maginável para o comum dos mor-
tais, que se sente em paz e harmo-
nia. Mesmo que o medo, «o nosso
amigo medo», esteja sempre pre-
sente, como confessou em entre-
vista a A BOLA.
«Se sou louca? De louco todos
temos um pouco, claro, mas... sou,
acima de tudo, uma guerreira que
gosta de enfrentar desafios, de ul-
trapassar obstáculos, de perceber
de onde vêm os medos e os blo-
queios e como encará-los. E a fer-
ramenta que encontrei para chegar
lá foram as ondas gigantes. Mas,
além disso, sou uma mulher, sou
sensível, amiga, numa busca espi-
ritual e à procura de um sentido for-
te nesta vida», começa por contar-
-nos Joana Andrade, explicando o
que pode parecer um paradoxo, o da
calma e serenidade que procura no
dia a dia e o da agitação ruidosa e pe-
rigosa das ondas da Nazaré.
«É no meio das tormentas que
nos encontramos e vamos buscar
forças. Surfar uma onda é como a
nossa vida ou, como costuma di-
zer-se, surfar a onda da vida. Tens
de dropar, tens de agir. E a vida tem
muito disso: se tens de avançar, tens
de dar o primeiro impulso, avançar
contra medos ou bloqueios.»
No fundo, explica-nos a surfista,
a superação de um medo gigante,
como o que podemos ter do mar ou
como o que, decerto, teremos de
uma onda de 15 ou 20 metros, «sua-
viza muitos outros instantes da vida
Mais desporto
SURF
Surfista, de 43 anos e 1,50 m, contra 15 ou 20 m de uma onda gigante: Joana Andrade é uma força da natureza!
A única portuguesa
a surfar a onda
gigante da Nazaré
Joana Andrade, a pequena grande mulher de 1,50 metros que desce
paredes de água de 15 ou 20 m d «O medo não tem género!», defende
que poderiam parecer mais com-
plicados» do que realmente são.
«TENHO SEMPRE MEDO»
E o medo? Existe? Como se lida
com isso? «É um mix de muitos sen-
timentos. Eu sempre fui desafiado-
ra, conquistadora, sempre gostei de
ir aos meus limites. Admito que pen-
so muitas vezes no que é que eu es-
tou ali a fazer. Mas há uma força
maior dentro de mim, uma energia
que me diz que é ali, na onda, o meu
momento. É o aqui e o agora. E esse
foco vem do medo. E é tão difícil a
nossa sociedade atual estar focada no
presente, no aqui e no agora… Eu
consigo nas ondas e delas trago en-
sinamentos para o meu dia a dia,
para a minha carreira como profes-
sora de surf, este desporto maravi-
lhoso», explica-nos Joana Andrade.
«O medo está sempre lá e é bom
ter medo. Dá-te humildade. Nas
ondas estamos todos com medo e
ele é nosso amigo. Mas há o medo
e há o pânico. E esse pode ser teu
inimigo, pode bloquear, pode ma-
tar», continua.
No meio do medo, há um episó-
dio marcante que definiu o rumo de
Joana Andrade admite que é nas ondas gigantes que combate os seus medos e bloqueios
vida de Joana. «Acreditem ou não,
eu tenho um medo absurdo do mar.
Eu ia morrendo duas vezes afogada
quando era miúda. Na primeira, ti-
nha cinco anos, o meu irmão em-
purrou-me para dentro de um lago
e foi um ganso da minha avó que
me salvou, imaginem! A outra foi
na praia de Carcavelos, uma cor-
rente levou-me e quem é que me
salvou? Um surfista. E nesse ins-
tante pensei logo: é isto que eu que-
ro!», conta Joana, acrescentando:
«Um dos meus maiores medos é
morrer afogada, mas é enfrentando-
ARQUIVO PESSOAL
A BOLA
-o que eu conseguirei entendê-lo
e, quiçá, superá-lo.»
«DESCER A ONDA É VOAR»
A atleta de 43 anos gosta de de-
safios e, por isso, lançámos-lhe um:
o que se sente em cima da prancha
a descer uma parede de 15 ou 20 me-
tros de água? «Sinto que descer a
onda gigante é como voar, planar…
Porque é uma tranquilidade tão gran-
de… só se ouve a prancha numa es-
pécie de zumbido em cima da água.
E de repente… bum! É um estrondo,
um barulho ensurdecedor a explo-
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
dir atrás de nós. É aí que temos no-
ção de que há algo muito grande
atrás de nós. Sei lá, é uma sensação
de liberdade e acho que é por isso que
eu o faço. Há um momento de dú-
vida em que pensamos sempre: lá
vou eu outra vez ou o que é que eu
estou aqui a fazer… E de repente lar-
gamos o cabo e lá vamos nós para a
montanha russa da vida », atira a
experiente surfista.
«O MEDO NÃO TEM GÉNERO»
Num meio ainda marcadamente
masculino, Joana vai abrindo portas
ao crescimento da modalidade no
feminino e é a prova viva de que, ali,
na onda, «os medos não têm géne-
ro», de que «as mulheres são tão
válidas quanto os homens».
«Mas houve muita gente a criti-
car-me, a julgar-me, a dizer ‘Joana
não faças isso!’ ou ‘Isso não é para ti’.
Eu lutei muito. Os meus pais também
não me apoiaram, mas eu queria
mesmo. A própria Maya Gabeira
quando teve o acidente grave em
2013 foi alvo de algum preconceito.
Diziam que ela não estava prepara-
da para aquilo porque era mulher.
Que ridículo. Hoje, ainda há quem
nos diga: olhem que isto está gran-
de para vocês, é melhor não irem»,
conta Joana Andrade.
«Sinto que abri portas para ou-
tras mulheres. Só não há mais, por-
que isto exige muitos apoios, é mui-
to caro, exige muita dedicação. Na
Nazaré, há apenas quatro mulheres
a surfar, mas… o caminho está a ser
feito», acredita.
ÚNICA EQUIPA FEMININA DO MUNDO
Outra proeza conquistada por
Joana Andrade é a de ter, desde o
ano passado, formado a primeira e
única equipa formada exclusiva-
mente por mulheres no circuito das
ondas gigantes. Foi ao lado da sur-
fista brasileira Michaela Fregone-
se, mãe e agente de viagens que
divide a sua vida entre o Hawai e a
Nazaré, que a surfista portuguesa
atacou a última temporada – no-
vembro de 2023 a fevereiro de 2024
– na praia do Norte.
«Foi um desafio que lancei e está
a correr maravilhosamente. Traba-
lhamos uma para a outra e deposi-
tamos total confiança uma na outra.
Fazemos tudo. Umas vezes conduz
ela a mota e eu vou para a onda, ou-
tras vezes invertemos os papéis. E
mostramos que nós, mulheres, so-
mos capazes de tudo. E olhe que eu
não sou extremista do feminismo,
mas as mulheres têm de unir-se e
perceberem-se umas às outras,
apoiarem-se», garante.
A temporada das ondas gigantes
está a terminar. Agora, há que espe-
rar por novembro para poder voltar
à sua casa: o mar da praia do Norte,
na Nazaré, «onde o ser humano en-
frenta uma das maiores forças da
natureza». É assim Joana Andrade:
uma força da natureza!
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
Com orgulho e contra o preconceito
Florencia Giorgi é jogadora argentina do Vitória de Guimarães d Há três anos trocou Buenos Aires pela Cidade-Berço
d Já foi vítima de descriminação e de assédio, mas prefere acreditar que não existe machismo na sua modalidade
Dia Internacional da Mulher
8 Março
Por
JOÃO AGRE
J
Á parou para pensar que o
voleibol pode ser uma mo-
dalidade machista na pers-
petiva de uma mulher? Exis-
te u m a ex p e c t a t iva n o s
padrões corporais de género que
podem fazer mossa nas atletas fe-
mininas da modalidade, sem es-
quecer a pressão para atender a
certos padrões de beleza.
Florencia Giorgi, 28 anos, não
revela marcas do estereótipo que foi
alvo quando era mais «miúda» —
um calão bem demarcado no seu
vocabulário, dominado pelo cas-
telhano e que os três anos em Por-
tugal não fizeram desaparecer. A
atleta argentina de voleibol do Vi-
tória de Guimarães já viveu mo-
mentos de descriminação e assé-
d io ao lon go da c a r rei ra ,
«felizmente» nunca em Portugal,
país que considera ainda ser domi-
nado pelo movimento patriarcal.
«Oiço esses comentários…. De
o patrocínio estar nos nossos cal-
ções ou saia [nas competições, o
Vitória veste, agora, as suas atletas
de saia]. É um tema complica-
do… mas prefiro acreditar que os
homens vêm pelo espetáculo do
voleibol feminino. Mas também
acredito que muitos venham ape-
MOTOGP
Miguel Oliveira ‘mete’ a sexta
j Piloto inicia hoje, no GP do Ca-
tar, a 6.ª época em MotoGP, na es-
treante Trackhouse Aprilia
Miguel Oliveira arranca hoje (às
12.45 horas, em Portugal Conti-
nental) para a sua sexta tempora-
da de MotoGP, nos treinos livres
iniciais do Grande Prémio do Ca-
tar, o primeiro de 21 do calendá-
rio que só terminará a 17 de novem-
bro com o GP da Comunidade
Valenciana. Aos 29 anos, o piloto
português pretende, numa equipa
renovada, a norte-americana
Trackhouse, que absorveu a ex-
tinta malaia RNF, reencontrar-se
com os bons resultados e a regu-
laridade, depois de uma época afe-
tada por quedas e lesões. A Apri-
Mais desporto
VOLEIBOL
A argentina Florencia Giorgi, Flor como é mais conhecida no voleibol, veste a camisola do Vitória de Guimarães desde 2021
nas para ver as jogadoras», re-
vela em entrevista a A BOLA (ver
na íntegra em A BOLA.pt). A ves-
tir-se de branco e preto desde
2021, Flor (como é mais conhe-
cida) fez uma análise às duas so-
ciedades, portuguesa e argenti-
na, quanto ao papel da mulher e
à corrente feminista que tem
crescido nos últimos anos, um
pouco por todo o mundo.
«Na Argentina, houve uma for-
IMAGO
Português tem nova versão da Aprilia
lia disponibiliza versão atualizada
do seu modelo RS-GP a Oliveira,
enquanto o companheiro de equi-
pa, o espanhol Raúl Fernandes,
competirá com a moto de 2023.
Na direção desportiva, a forma-
ção-cliente do fabricante italiano
contratou Davide Brivio para che-
fe de equipa, com participação no
ça feminista muito grande que fez
com que os valores fossem mais
igualitários entre homens e mulhe-
res, não só no desporto, mas até em
questões sociais. Sinto que aqui
em Portugal existe uma maior pre-
valência do patriarcado».
Flor, estudante de Engenharia
Química, recorda que foi «uma
mudança radical, sobretudo por-
que para uma mulher é sempre
mais difícil tomar a decisão de sair
período áureo de Valentino Rossi na
Yamaha e de Joan Mir na Suzuki,
e carreira na Fórmula 1, na Alpine.
O italiano Francesco Bagnaia
(Ducati) parte como principal can-
didato à conquista do título, que
seria o terceiro consecutivo, numa
temporada desde já marcada pela
passagem do espanhol Marc Már-
quez da Honda para a privada Gre-
sini Ducati. O vice-campeão Jor-
ge Martin, também espanhol, em
Ducati da privada Pramac, é igual-
mente favorito, após ter sido um
dos mais rápidos nos testes de pré-
temporada.
No GP do Catar, no circuito de
Lusail, a corrida Sprint realiza-se
amanhã (16 horas) e a corrida prin-
cipal no domingo (17 horas).
VITÓRIA SC
do país, de casa, da zona de con-
forto», sublinhando que nunca se
arrependeu da decisão tomada.
«Quando disse que vinha para
Guimarães, o meu pai… esquece
[mais uma expressão popular entre
os jovens portugueses] … ficou to-
talmente chateado. Mas depois
quando voltei para a Argentina,
passado um ano, consegui levar
um pouco dinheiro, fazer inves-
timentos e ele ficou muito mais
FÓRMULA 1
Alonso mais rápido nos treinos
j Espanhol da Aston Martin fez a
melhor volta dos primeiros treinos
livres do GP da Arábia Saudita
Depois de Max Verstappen ter-
sido o mais rápido na primeira ses-
são de treinos livres do Grande Pré-
mio da Arábia Saudita, Fernando
Alonso, em Aston Martin, superou
o tempo do neerlandês da Red Bull,
liderando a segunda sessão (TL2).
O espanhol completou a me-
lhor volta ao circuito Jeddah Cor-
niche em 1.28,927 minutos, ba-
tendo George Russell, em Mercedes
(+ 0,230 segundos) e Max Vers-
tappen (+ 0,331 segundos). Char-
les Leclerc (Ferrari) ocupou a quar-
ta posição, enquanto Sergio Pérez
(Red Bull) - piloto que conseguiu
pole em 2023 e 2022 - foi 5.º. Lan-
29
tranquilo. Viu o lado positivo».
Os casos de assédio sexual no des-
porto, envolvendo equipas femini-
nas, tem sido denunciadas pelas
próprias e mediatizadas pela im-
prensa, levando a que seja mais
fácil para a vítima sentir-se mais
segura perante as investidas. A
central do Vitória alerta para o fac-
to de os casos de assédio sucede-
rem em faixas etárias mais novas,
com a esperança de que a verdade
seja entorpecida pela inocência.
«Aqui em Portugal nunca me
aconteceu, mas há 7 ou 8 anos,
quando a Argentina ainda era um
país bastante machista, fui vítima
de descriminação e vi treinadores
tratarem muito mal as mulheres.
Felizmente, as coisas foram modi-
ficando e já vejo mais igualdade e
um ambiente mais seguro. Quan-
do era mais miúda, achava que era
normal para mim, pior quando
esse assédio vinha da parte de trei-
nadores e dirigentes».
Algo tão simples como as redes
sociais podem servir para o empo-
deramento feminino no desporto.
«Ao longo destes três anos, o
Vitória de Guimarães empoderou
muito o voleibol feminino, reco-
nheço, com as redes sociais, por-
que mostra muito a modalidade e
depois vê-se muito publico nas
bancadas e acho que faz parte do
poder das redes sociais», diz Flor,
com orgulho, acerca do clube.
IMAGO
Alonso está veloz na Arábia Saudita
ce Stroll (Aston Martin) foi o sex-
to classificado na sessão e Carlos
Sainz (Ferrari) o sétimo. Seguiu-
-se-lhe Lewis Hamilton (Merce-
des) em 8.º e Pierre Gasly (Alpine)
em 9.º. Oscar Piastri foi o único
McLaren no top-10.
Hoje (17 horas) realiza-se a qua-
lificação, após a TL3 (13.30 h). A
corrida será amanhã (17 horas).

30
*JORNALISTA
Alexandre Baptista
era um jogador completo.
Boa compleição física.
Alto, elegante,
capacidade técnica
e boa leitura de jogo
M
AIS uma baixa no plan-
tel das grandes figuras
do futebol português.
Alexandre Baptista, his-
tórico defesa-central do
Sporting, campeão nacional e ven-
cedor da Taça dos Clubes Vencedo-
res de Taças. Também titular da Se-
leção Nacional dos Magriços que se
classificou em terceiro lugar no Mun-
dial-66, em Inglaterra. Faleceu esta
semana, aos 83 anos.
Que tristeza. Era um jogador
completo. Boa compleição física.
Alto, elegante, capacidade técnica
e boa leitura de jogo. Muito calmo,
a jogar limpo. Sempre correto, den-
tro e fora do campo. Era um gentle-
man. Começou aos 15 anos nos prin-
cipiantes do Sporting, único clube
*Empresária de futebol
Por
RAQUEL SAMPAIO*
É por ti
e por mais Mulheres
como tu que vale
a pena lutar
Dia Internacional da Mulher
8 Março
N
ESTE Dia Internacional
da Mulher podia dedi-
car este singelo artigo a
enumerar as Mulheres
(sim, com M maiúscu-
lo) que ao longo de muitas déca-
das dedicaram as suas vidas a con-
OPINIÃO
Memórias de... VÍTOR CÂNDIDO*
O ‘doutor do futebol’
que representou.
No futebol juvenil foi avançado-
-centro e depois médio. Andou al-
gum tempo a jogar pelas reservas.
Nos anos 60, quando as reservas
eram apelativas. O campeonato re-
gional da AF Lisboa, no sábado à
tarde, tinha milhares nas bancadas
do Estádio José Alvalade ou Estádio
da Luz.
O Sporting e o Benfica apresen-
tavam jogadores de categoria, ca-
pazes de integrar a equipa princi-
pal. Porque nesse tempo não havia
substituições (só jogavam os onze
titulares), os outros exibiam-se nas
reservas. Lembro-me de ver o Ale-
xandre Baptista (já então como de-
fesa-central) a marcar o gigante Jo-
sé Torres. Curiosamente, no primeiro
time, viria a assumir a titularidade a
partir da célebre eliminatória com o
Manchester United (5-0, em Alva-
lade), formando dupla de sucesso
com o seu compadre José Carlos.
Teve uma carreira brilhante. Que
acabou prematuramente. Devido ao
cumprimento do serviço militar. Em
1971 o Sporting ofereceu-lhe reno-
vação do contrato. Mas, por causa da
Guerra Colonial, Alexandre Baptis-
ta (que, a seu tempo, já tinha cum-
prido o serviço militar obrigatório)
voltou a ser chamado para a tropa.
Aos 30 anos. Porque havia falta de
Joga Bonito
Para ti, Pipa
trariar a tese, vinda desde a
antiguidade, que o desporto — e o
futebol em particular — não é para
mulheres.
Podia empenhar-me em escre-
ver como, embora alguns progres-
sos no desporto feminino, persis-
tem desafios importantes,
nomeadamente no que se refere
ao respeito, à visibilidade, às con-
dições de formação, à igualdade
de remuneração, ou até como as
metas europeias, que apontam para
a necessidade de até 2026 pelo me-
nos 40% dos lugares não executi-
vos nos conselhos de administra-
ção, bem como pelo menos 33%
dos lugares executivos e não exe-
cutivos, terem de ser ocupados por
mulheres e de estarmos tão longe
de isso ser realidade.
De como a prática desportiva
federada, os cargos de direção e
liderança ou a responsabilidade de
MIGUEL NUNES
Alexandre Baptista morreu aos 83 anos
oficiais, foi fazer o curso de capitão
do exército e, de seguida, embarcou
para Angola. Estava em Luanda
quando se deu o 25 de Abril.
Natural do Barreiro, aos 9 anos
veio para Lisboa e, na sua juventu-
de, jogava futebol mas também pin-
gue-pongue e voleibol. E praticava
atletismo. Era um desportista eclé-
tico, um atleta de eleição. Era vizi-
nho e pertencia ao grupo do Fer-
nando Mendes, na zona do Liceu
Camões, junto ao Matadouro (Salda-
nha). Conseguiu sempre conciliar o
futebol com os estudos. Licenciou-
-se em Económicas e Financeiras.
Filipa Mandeiro representou o Sporting
treinar equipas são amplamente
dominados por homens.
Podia falar do sexismo ainda
muito presente no desporto fe-
minino, dos preconceitos, dos es-
Naquele tempo, Alexandre Bap-
tista era uma referência para os ra-
pazes do futebol juvenil do Sporting.
Os dirigentes davam-no como
exemplo de atleta e de estudante.
Era o doutor do futebol. Porque tirou
um curso superior. E não era fácil.
Muito raro um jovem futebolista se-
guir os estudos. Ir para a universida-
de… Só na Académica de Coimbra.
Como aconteceu com o Artur Jorge,
também conhecido como intelec-
tual ou doutor do futebol, outro da ge-
ração dos anos quarenta, que nos
deixou recentemente.
Recordo que a vida social do Ale-
xandre Baptista foi muito badalada
nos jornais e na RTP (canal único) por
ocasião do seu casamento com a bela
Cacilda (atleta do Lisboa Ginásio),
campeã nacional de ginástica apli-
cada. Era mesmo um casal modelo.
Ainda não havia revistas cor-de-rosa
(só a Flama) mas o matrimónio de um
futebolista internacional do Spor-
ting com uma ginasta famosa foi
motivo de destaque na comunicação
social.
Em 1984, no último mandato de
João Rocha, Alexandre Baptista foi
dirigente no futebol do Sporting. Por
pouco tempo. Os seus afazeres pro-
fissionais não lhe davam tempo para
uma função tão exigente. Era dire-
tor financeiro da RAR, empresa dos
RUI RAIMUNDO/ASF
tereótipos de género que conti-
nuam a ter influência negativa no
modo como são vistas as mulhe-
res no desporto. Podia falar do
antes e do depois do piquito do
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
açúcares sediada no Porto. Quantas
vezes lhe liguei a pedir informa-
ções…
A nossa amizade foi reforçada
nos últimos anos por causa das vá-
rias reportagens que fizemos para o
programa Memórias, de A BOLA TV,
sobre os jogos do Sporting na con-
quista da Taça das Taças de 1964. E,
mais recentemente, nos programas
Eu lembro-me de ti e Porta 10-A, que
gravámos para o canal Sporting TV.
Recordo, com emoção, as palavras do
Alexandre Baptista quando se refe-
ria à conquista da Taça das Taças:
«Já passaram mais de 50 anos
desde que ganhámos essa única
competição europeia do futebol. É
uma tristeza verificar que muitos
dos meus companheiros já cá não
estão. Temos que manter a esperan-
ça do Sporting voltar a ganhar uma
prova da UEFA. E que seja em bre-
ve… para nós assistirmos», dizia.
Afinal, um desejo que não se con-
cretizou em vida. O Alexandre par-
tiu. Logo agora que tínhamos com-
b i n a d o g rav a r p ro g ra m a d e
comemoração dos 60 anos do Spor-
ting-Man. United (5-0). Nesse dia
lembrar-me-ei de ti. E do Carva-
lho. E do Mascarenhas. E do Osval-
do Silva. E do Geo. E do Fernando
Mendes. E do Morais. Grandes leões.
Descansa em paz!
ex-presidente da Federação Es-
panhola de Futebol nos lábios de
Jennifer Hermoso.
Podia falar de tantas, tantas coi-
sas… Mas neste Dia Internacional
da Mulher é a ti, minha querida
amiga Filipa Mandeiro, que quero
dedicar esta singela homenagem.
Lembro-me de todos os desafios
que juntas tivemos de enfrentar. De
como desde a primeira hora ali-
nhaste naquilo que muitos acha-
ram que era loucura, ou como fos-
te um exemplo para a Ana e a Rita,
para a Bruna e a Capeta, para a
Diana e a Fátima. Lembro-me de
como acreditaste e ajudaste mui-
tas outras a acreditar que podíamos
vencer, como vencemos, logo no
primeiro ano que fomos a jogo. E
lembro-me de como é tão injusto
que já não estejas junto de nós,
com a tua inigualável energia e tei-
mosia. És eterna.
É por ti, por mais Mulheres
como tu, que vale a pena lutar.
Neste dia e em todos os outros.
Sexta-feira
8 de março de 2024
A BOLA
lmateus@abola.pt
Por
LUÍS MATEUS
Quantas raparigas não
terão visto o golo da
jogadora do Benfica e
se imaginado a imitar
esse pontapé, se possível
na grandiosa final de um
Campeonato do Mundo,
o palco dos palcos?
Dia Internacional da Mulher
8 Março
N
ÃO sei quantos anos ti-
nha quando vi um Pelé
de braço ao peito e cos-
telas partidas derrotar os
Nazis e um árbitro tira-
no, consequência da monumenta-
lidade de um pontapé de bicicleta
indefensável e repetido vezes sem
conta em câmara lenta. O Rei des-
pira o manto e vestira a pele de
Luis Fernández, soldado nascido
em Trindade e Tobago às ordens
de Sua Majestade, entretanto en-
clausurado num campo de con-
centração alemão. Tinha talento
para fintar meio mundo, ariano ou
não, como explicou numa das me-
lhores cenas, antes do encontro
propriamente dito: Dão-me a bola
aqui e eu faço isto, isto, isto, isto… e
golo!, deixando um rasto de ésses
sucessivos de uma área à outra,
perante o riso dos colegas.
Michael Caine, que ficara sem
o giz dessa vez, era o capitão e
treinador improvisado, Stallone
tinha vindo do futebol america-
no para se tornar herói decalca-
do anos mais tarde por Ricardo
na defesa de penáltis com as mãos
vazias, e os sempre discretos
Bobby Moore e Van Himst apare-
ciam, como muitos outros futebo-
listas, sob disfarce. Um deles era
Carlos Rey, um aspirante a Nu-
reyev que desenhava uma estra-
nha dança no ar, saltando e levan-
tando a bola com o calcanhar por
cima de si e de um rival. Tantas
vezes tentei, umas vezes com su-
cesso outras nem por isso, mime-
tizar aquilo que batizei, como es-
pecialidade gastronómica, cabrito
à Ardiles. Osvaldo Ardiles, então
um desconhecido posto a desco-
berto pelos créditos finais.
Esse Fuga para a Vitória deixa-
ra em nós uma fome de tal modo
OPINIÃO
Lá, onde a coruja dorme
‘Scorpion Kika’e o
bem que fará ao futebol
insaciável que levar-nos-ia, anos
a fio, à procura de mais. Os clubes
de vídeo hoje extintos eram verda-
deiras bibliotecas, numa era em
que streaming era palavra por in-
ventar. Foi nos fundos da papela-
ria central das Mercês, onde os só-
cios alugavam VHS por 24 ou 48
horas, a não ser que se esqueces-
sem da devolução e tinham de pa-
gar multa, que encontrei um novo
filme de futebol. Hotshot — Sede de
Vencer, trazia de novo Pelé às nos-
sas vidas, desta vez a responder
pelo nome Santos (tinha de ser) e
a ensinar esse pontapé de bicicle-
ta, agora na praia, a um tal de
Jimmy Kristidis. Quem antes não
tinha conseguido dar esse salto de
fé recebia agora um manual passo
a passo, que deixaria qualquer as-
pirante a craque sem desculpas
para não realizar o seu sonho e o de
quase todos: marcar um golo assim
Kika Nazareth já é e poderá vir a ser ainda mais a inspiração para milhares de praticantes de futebol em Portugal
e, se possível, na final do Cam-
peonato do Mundo. Algo que nem
Pelé conseguiu fazer, apesar das
duas oportunidades e de todo o ta-
lento que se lhe reconhece.
D
EPOIS ou ao mesmo
tempo, vieram tantos
outros que completaram
a obra. Gestos que fize-
ram mais pelo jogo do
que qualquer decisão ou aposta
política. Hugo Sánchez e Van Bas-
ten interpretaram a bicicleta à sua
maneira, Roberto Carlos desafiou
a física em efeitos com rasto de co-
meta, Josimar disparou RPG do
meio-campo, e Ronaldo e Ronal-
dinho preferiram vírgulas a pon-
tos finais, fosse com a bola nos pés
ou em momentos atribulados da
carreira. Higuita criou a defesa em
forma de paraquedas. Denilson,
Rivaldo e Laudrup fintaram meio
planeta, porém foi Romário quem
registou a patente do drible da vaca.
Nunca o chatearam por marcar go-
los de bico, apenas quando se es-
quecia de voltar das férias. Platini,
Baggio e Zico converteram livres de
filigrana, Zidane fez soltar a inve-
ja de malabaristas e Cristiano der-
rubou todas as barreiras, reescre-
vendo recordes. Messi e Maradona
juntaram o impossível à genialida-
de e tornaram-se inigualáveis.
O desporto não existe sem he-
róis. Ou feitos heróicos. Desafios à
normalidade.
A
INDA se estará, por isso,
por perceber a magnitu-
de do impacto que al-
guém como Kika Naza-
reth pode vir a ter no
futebol feminino em Portugal. Até
mesmo para lá do dia, que se es-
pera longínquo, em que decidir
IMAGO
31
pendurar as botas de vez no vestiá-
rio. Que os deuses a protejam.
Quantas raparigas não se dei-
xarão inspirar por aquele pontapé
de escorpião ao Albergaria que,
ainda que filmado à distância com
pouca definição, repetições limita-
das e sem super slow motion e num
palco com apenas mil pessoas à
volta, correu o país e viajou, via
internet e redes sociais, bem para
lá das suas fronteiras? Acredito que
muitas. É uma das suas a encurtar
distâncias e a provar-lhes que tam-
bém serão capazes disso e de mui-
to mais. Crianças e jovens, rapari-
gas, mas também rapazes. Aos 21
anos, não há dúvidas de que já des-
brava o caminho.
A atacante do Benfica e da Se-
leção não se reduz a uma única ge-
nialidade pouco comum. A forma
como festejou esse e todos os mo-
mentos especiais que viveu na ain-
da curta carreira diz-nos que se
diverte. Que gosta do que faz. E
essa pureza, que se perdeu de cer-
ta maneira entre os homens, é úni-
ca, vale ouro e é parte muito impor-
tante na forma como se expressa
nos relvados. Quando se é feliz, o
sucesso surge sempre com uma
maior naturalidade.
O futebol feminino dificilmen-
te alguma vez será parecido com o
masculino, seja pela especificida-
de morfológica ou pelo desabro-
char tardio, fruto de recalcamen-
tos ou escassos apoios, porém se há
alguém que nos pode fazer esque-
cer o que os separa será sempre
quem pensa e executa como ela.
Com um brilhantismo que não tem
género.
K
IKA há muito que parece
especial. A cabeça levan-
tada, o jeito com que aca-
ricia a bola e a domina na
perfeição e o foco no pas-
se de rotura justificam o 10 sempre
mágico que transporta sem peso
aparente às costas. Ainda não terá
desenvolvido uma condição física
que lhe permita 90 minutos de alta
rotação, e talvez até possa não ser
esse o caminho, contudo a visão
que apresenta não parece ter rival
em campo, sobretudo nos relva-
dos nacionais. Quando é preciso
encontrar espaço é a ela que re-
correm. E corresponde sempre.
Acredito sinceramente que a jo-
vem terá uma carreira brilhante,
desde que a sorte a acompanhe,
porém muito mais importante do
que isso será o número de rapari-
gas que viu aquele pontapé de es-
corpião e o revê desde então vezes
sem conta, imaginando-se a fazê-
-lo. Tal como Pelé ou Ardiles num
filme anos 80, ou tantos heróis de-
pois, Kika pode já estar a inspirar
milhares. Sem que se aperceba.
Sexta-feira
08 março
2024
MEMBRO HONORÁRIO DA ORDEM DO INFANTE D. HENRIQUE
- MEDALHA DE MÉRITO DESPORTIVO
ARGENTINA
«Alan Varela
é um fenómeno»
j Palavras de Juan Román Ri-
quelme, presidente do Boca Ju-
niors, antigo clube do portista
Em entrevista exclusiva ao TyC Sports,
Juan Román Riquelme, presidente do
Boca Juniors, rotulou Alan Varela de
autêntico fenómeno e não se espantará
se em breve o médio portista der o
salto para um campeonato e um clube
mais competitivos. «Se outro clube o
comprar, seja bem-vindo, porque ele é
um fenómeno como pessoa e faz tudo
o que um jogador de futebol deve fazer.
Disputou mais de 100 partidas,
conquistou cinco títulos e foi para um
campeonato onde tem tempo para
continuar crescendo, não é igual a
chegar a Itália ou Espanha, dão-lhe
mais tempo para crescer. É um
fenómeno», afirmou o antigo
internacional argentino. «Se Deus
quiser que amanhã ele se mude para
um grande clube e isso nos deixaria
muito felizes porque ele merece.
Portugal foi bom para ele. Aconteceu
com Di María, Falcao, James Rodríguez,
Lucho González, Lisandro Lopez, todos
tiveram tempo para crescer», lembrou
o dirigente. Alan Varela custou €8
milhões, acrescidos de €1,2 M em
encargos adicionais, mas atualmente o
seu valor de mercado é mais elevado,
com a Champions a ajudar a projetar o
seu talento. O Boca Juniors terá direito
a 20 por cento da mais-valia de uma
eventual futura transferência.
Barba e cabelo
Empréstimo obrigacionista
de 30 milhões de euros
Subscrição de novas obrigações e troca de títulos antigos por novos
que rendem 5,75 por cento d Operação arranca na segunda-feira
SPORTING
Por
NUNO RAPOSO
T
AXA de juro bruta de 5,75
por cento: com esta per-
centagem acena o Spor-
ting para o empréstimo
obrigacionista que aca-
ba de lançar, no valor de 30 mi-
lhões de euros. Os títulos vencem
em 2027.
Com esta operação, esta quinta-
-feira anunciada através da Comis-
são do Mercado dos Valores Mobiliá-
rios (CMVM), os verdes e brancos
pretendem a obtenção de fundos no
mercado de capitais com vista a di-
versificar as fontes de financiamen-
to da atividade da SAD, bem como
refinanciar o empréstimo obriga-
cionista de 2021, de 40 milhões de
euros, e que vence em novembro.
Na segunda-feira arranca esta
nova operação financeira e vai de-
correr nas próximas duas semanas
— a administração sportinguista
pode no entanto aumentar o valor
das ofertas até ao próximo dia 20,
dois dias antes de terminar o pe-
ríodo de subscrição e troca. Após
Leões têm quase 150 mil sócios
O Sporting tem atualmente quase
150 mil sócios, mais concretamente
146.292. É este número recorde que re-
vela o prospeto do empréstimo obriga-
cionista que a administração leonina
enviou à Comissão do Mercado de Va-
lores Mobiliários (CMVM). Desses qua-
Por LUÍS AFONSO
Frederico Varandas e Salgado Zenha, presidente leonino e vice com a pasta das finanças
custos associados, os leões irão ob-
ter receita de €28,64 milhões, em
termos líquidos.
A SAD leonina, liderada por Fre-
derico Varandas e que tem em Sal-
gado Zenha o homem forte das fi-
nanças, avança com duas ofertas em
simultâneo: oferta de subscrição em
dinheiro num montante até 30 mi-
lhões de euros; oferta (também até
30 milhões de euros) que consiste
na troca de obrigações do anterior
empréstimo (vence em 2024 pagan-
se 150 mil sócios, 109.110 são pagantes
com as quotas em dia. Também no pros-
peto do empréstimo obrigacionista, os
leões dão conta do otimismo relativamen-
te ao processo Rafael Leão, litígio que con-
tinua em marcha mesmo depois de pa-
gamento espontâneo do Lille no valor de
D. R.
MIGUEL NUNES
do juro de 5,25 por cento por estes
novos títulos de dívida — cada an-
tiga obrigação corresponderá nova
obrigação neste empréstimo à qual
se acrescerá prémio em numerário no
valor de 7,802 cêntimos).
O banco Haitong coordena a ope-
ração, porém os investidores podem
subscrever as obrigações também
no ActivoBank, Banco Carregosa,
Banco Finantia, Banco Invest, Mon-
tepio, CaixaBI, Crédito Agrícola, Cai-
xa Geral de Depósitos, EuroBic e BCP.
€19,67 milhões. Leão, recorde-se, seguiu
para o clube francês em 2018, depois
de rescindir unilateralmente na sequên-
cia da invasão à Academia de Alcoche-
te. O Sporting reclama os 45 milhões
de euros que estavam inscritos, na al-
tura, na cláusula de rescisão.
com o apoio
FC PORTO
André Villas-Boas na Suíça, em Lausana
«É tempo de um
novo acordar»
j Na Suíça, André Villas-Boas
elogiou Pinto da Costa, mas des-
tacou que é preciso novo rumo
André Villas-Boas está na Suíça, onde, na
noite de ontem, protagonizou sessão de
esclarecimento na casa do FC Porto de
Lausana. O candidato à presidência do FC
Porto explicou as ideias-chave do projeto
para o clube e deixou palavras sobre Pinto
da Costa: «Devemos muito ao presidente. E
continuarei a repetir o que já disse: será
sempre o presidente dos presidentes do FC
Porto. O seu legado e passado será sempre
honrado por esta candidatura. Mas, agora é
tempo de um novo acordar.»
ARBITRAGEM
LIGA
j Nomeações da 25.ª jornada
Portimonense-FC Porto Hoje (18.45 h)
Artur Soares Dias (AF Porto)
VAR: André Narciso (AF Setúbal)
E. Amadora-Casa Pia Hoje (20.45 h)
António Nobre (AF Leiria)
VAR: Bruno Esteves (AF Lisboa)
Vizela-Farense Amanhã (15.30 h)
Bruno Costa (AF Viana do Castelo)
VAR: Rui Costa (AF Porto)
Rio Ave-SC Braga Amanhã (18 h)
Fábio Veríssimo (AF Leiria)
VAR: Fábio Melo (AF Porto)
Boavista-Moreirense Amanhã (18 h)
Bruno Vieira (AF Beja)
VAR: João Gonçalves (AF Porto)
V. Guimarães-Famalicão Amanhã (20.30 h)
Iancu Vasilica (AF Vila Real)
VAR: Hugo Miguel (AF Lisboa)
Arouca-Sporting Domingo (18 h)
Nuno Almeida (AF Algarve)
VAR: Tiago Martins (AF Lisboa)
Benfica-Estoril Domingo (20.30 h)
Manuel Oliveira (AF Porto)
VAR: Luís Ferreira (AF Braga)
Gil Vicente-Chaves 2.ª-feira (20.15 h)
Cláudio Pereira (AF Aveiro)
VAR: Gustavo Correia (AF Porto)