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wxmesist,_2(1)219-41/San~$ul/1987 19 EDUCACAO FISICA NA PRE-ESCOLA E NAS GUATRO PRIMEIRAS SERIES DO ENSNO DE PRIMEIRO GRAU: UMA ABORDAGEM DE DESERVOLVIFENTO I * Go TAN er RODUGSO Recentemente, tem aunentado, entre os profissionats da Educagio Fistea, a preocupagic con a Educacio Fisica na Pré-escola © nas qua~ tro primetras séries do Ensino de Prineiro Grau. Tentativas tém side Inteiadas no sentige de promover una Eduoagio Pletca que atenda ade quatenents is necessidades ¢ expectativas das criangas nesta faixa es, colar. Cursos de espectalizigio e de aperfetcoanento em Educagio FL sica Infantil, palestras ¢ conferéncias tém sido organtzados © reali zados em diferentes pontos do pais, com 0 objetivo de capacitar pro- nos de dade, 0 Mintatérto da Educagio, através da Secretaria de E- Gucagio Fisica e Desportos publicou, por sua vez, "Diretrizes de Im plantagiio e Implementagio éa Edueagdo Fisica na Educagio Pré-escolar fe no Ensino de Primeira & Quarta Séries do Primeiro Grau” em 1982. © momento & de mista expectativa mae tanbén de mutta incerteza Mio poderia ser diferente, A expectativa se justifica pela inportén cia indiscutivel da atividade motera organizada no desenvolvinento global da crianga nesta faixa etéria, A incerteza tanbém se justifi, ca se Levarmos om consideragio a grande responsabilidade de se traba Thar com seres husanos em sua idade de maior sensibilidade as mucan~ gas e, portanto, susceptivets as influénctas tanto positives como ne, Bm momentos conplexos como este, surgem, normalmente, diferen- tee manifestagdes de intengies positivas no sentido de pronover mi- Gangas efetivas e stgnificativas na situacdo que se apresenta. Toda * Proressor Assistente Doutor DA Escoua pe Epucacio Fisica DA UNI~ eRe rpAne BE So PAULO, 20 Pe ‘via, surgen tanbém miitas incertezas quando se tenta transformar ine ‘tengdes em ages concretas. Como estabelecer os objetivos da Educa- io Fistoa para esta faixa escolar? Quais os principtos netodolégi- ‘cos de ensino @ serem atendidos? Como selecionar e estruturar as ts ‘sagen de modo que sias sejam asequadas as caracteris tious dos alunos? Como avaliar progresso de cada aluno? Estas aio algunas das pergunt que se suceden mente de todos aqueles que se Preccupan com o problems, E estas perguntas se multiplican quando ae tenta caracterizar as criangas em relagio acs aspectos geograticos, soctats, econdmioos © culturate do ambiente en que viven, £ muito diricii detectar as origens de todas estas incertezas, visto que elas sic mito variadae © complenae. Mao, © que se pule ob servar @ que as incertezas surgem com freqtincta em fungdo da falta de um modelo conceitual ¢ de um instrumento de andiise fundanentados que possibititen um conhecimento mais profundo 8 crtanga em si, © que, cono conseqléneia, dein maior retaguarda aos Procedinentos diditico-pedagégicos dos profassoree. GHEMSIGEED _Sistentes com evidéncias cientificas. Freqlentenente, observan-t ‘numa situagio real de ensino-aprendizagem, muitos procedinentos ex: em bases ctentific: ‘Erenanente adequados de vrofessores qin dencnetram muita expertincia aiditica, Entretanto, & mito comun se observar tanbém que estes pro cedinentos estio Seguranga de que eles sio enbasados om conhecimentos ctentificos. Ado aplicados sem que os mesmos tenhan a devida © presente trabalho una tentativa de abordagen, entre varias cutran poseivess © necessirtas, de se estabelecer una fundanentagio teérica para a Educasio Fisica dirigida as criangas em sua matorsa dos quatro aos dez anos dé idadt © seu princtpai objetivo é buscar Ro proceso de desenvolvimento motor hunano esta fundanentagio. A jus tiftcativa desta tentativa é de que se a Educagio Fisica pretende a. fender do reato necessidades du eriansa, necessita ter cono ponto de Partida a conpreensio das mudangas no seu comportamento motor, con o saa io normal no desenvolvimento motor da objetivo de identiticar estas nec # una tentative, portan, to, de caracterizar a progres ertanga @ estruturar « Educsgio Fisicy correapondente a esta progres 10. © posicionanente fundamental nents trabaino é de que se exis Kineetes, 3(1):19-4i /Jon- tu /1987, 21 te una seqiléncta normal no 4: savolvinento motor da ortanga, isto na da mais significa do que a neceasidade das criangas de seren trabe- tnadas espectficamente de acordo com estas caracteristicas de desen- 2. © PORQUE DO INTERESSE PELA EDUCAGKO FISICA MA PHE-ESCOLA E MAS ‘QUATRO PRINETRAS SERIES DO ENSINO DE PRINEIRO GRAU? Se observarnos os movinentos de criangas recém-nascidas, notare mos que eles apresentam caracteristicas desordenadas ¢ inconststen- nate ¢ anbientais interagen, estes movimentos se tornam padrontzados © consiatentes, Com 0 proceseo de aprendizagen, movinentos que int- ctainente necessitavan de controle consctente so agora executados em que a crianga necessite "penser neles". fm outras palavras, os sovimantoz se tornan autonatizados, agsumindo caracteristicas do que 6 denominado de habitos motor’ fanento central © adulto tom acumilado no seu sistena do preci inimeros niitos motores adquiridos con a experténcta passada, © no cotidiano néo vem necessidade de dirigir a sua atengio ao processo pe Lo qual pastou para adquirf-1os, visto que estes népitos aio executa os com factiidade, precisio ¢ suavidade. Entretanto, quando este Inesmo aduito se defronta com algun protlena motor que nio capaz de soluctonar con 0 reperténio de habits motores adquiride até enti, nostra no eeu compertanente novanente movinentot inconsistentes © de sordenades. quando isto acontece, mais ao que nunca ete @ tevaao a pensar ¢ refletir serianente na causa destes movimentos desordenados evchega & conclusie de que ela esta no proceso pelo qual passou des, de as prineiras fases do ai snvolvinento. En termos de aprendizagen notora, isto significa que as experténcias passadas ni foram ricas surictentes para posaibilitar a aquieie%o © revenglo ce subrotinas que constituen a estrutura do movimento necessirio para soluctonar © probiena motor (CONNOLY, 1977). Esta refiexio sobre o processo, 95 quando 0 problena se manif ta en forma de produto, parece-eer comm en muitas atividades hun nas, Isto acontece com © problema da poluigdo ambiental, da sdguran_ 8 urbana, do desemprego, da habitagdo, s6 para citar alguns dos que mat tim abingldo ae pessoas om nosscs dtae. Na Eduoagdo Pleioa nie Se ‘ten sido diferente. Ouvinos, fregtientenente, no nossometo fr: mo: "Recebenos alunos que ti "0s slunos nio tém capacidades motoras necessirias para proseeguir ¢ Progredir na aquisigio de habilidades motoras"; "Muttos alunos no gostan da reucagao Fisica"; “£ airfeti trabalhar com adultos porque Maitas vezes, estes problemss pa: rrecen estar longe de use soluso adequada tanarha é a sua conplexiéa >. Form, s0 « qua tnportincta é considerada, torna-se eninente a) Bt posteriomence, se estanelecer alternatives para e sua solucio. Une anitise mais profunda para esclarecer as origens destes pro Diemse teva & conclusie de que é precies conelverar tude um proc ‘que antecede © surginento destes problemas, visto que nada mats sio do que produto de um proce: 0. E este proc nicta com a Educagio Fisica na Pré-escola, Portanto, ndo poderta eer Asterente o interesse pela Educasio Fistea na Pré-eacola © nas quatro prinsinas sirtes do Encino de Primeiro Grau. £ na Educagio Fistea pa Pa esta faixa escolar que se inicia toda um proceso que poderé tn flueneiar positiva ou negativanente o desenvolvimento das criancas. As atividades desenvolvidas nos primeiroe anos de vida determinan, en grande escala, todo o a: sivolvinente posterior, ¢ portanto, ae de A importéncta da Educagio Fisica para criangas desta faixa asco Lar aunenta quando se leva en consideracio varios outros fatores aue Gn influenciadd 0 seu desenvolvimento motor. Logicamente, 0 dé volvinento motor adequado da crianga nie depende exelusivanente daa ‘uagio da Educagdo Fisica, mas a dentificagio destes fatores auxilia 8 definigéo de una ago mais efetiva que posta ser desenvolvida pela Educagio Fisica no sentido de favorecer, ao mixino, 0 desenvolvinen- Vejanos alguns dos prinetpais fatores que t@m influenciado © desenvolvimento motor das criang: to de todas as eriang » através de una snélise do meio ambiente ex que elas viven. Tenos basicanente trie fatores fundanentais, ou seja, a falta de oportunidades, « falta de motivagio ¢ a falta de ortentacio adeqtada. © problema da falta de oportunidades tem ido provocado por vax ios fatores. Entre oles destacen-se as caracteristicas da vida mo- jut /1987. 23 derna que limitan 0 teapo em que as criangas poden se dedicar as ats, seguransa necessirios para ag crtangas desenvolverem atividades moto ras, © avango teonolégico que limita a quantidade © variedade de no- vinentos, fatores abcio-econdaieos que dificultam as condigies mini~ nas necessirias para as atividades notoras ¢ a falta de consciéncia én real inportdncta da atividade motora ne dessnvalviments global do A faite da motivacio tem sido provocada tanbém por varios fato~ nee, destacando-: , entre eles, © surginento de atividades alternats vas, cono programas de teluvisio © jogos eletrénicos, ¢ a vida seden karla de aduttos que proporcionan ae eriangas un modelo vivo de de- sestimulo ie atiVidader motores. [A faita de ortentago adequaga se manifesta, primeiramente, través do problema da aubestimulasio provocado muitas vezes pela vi~ si maturacionalista do desenvolvimento que propicia a onissio dos a duitos em preparar anbientes ¢ atividades para o desenvolvimento das eriangas. A superestimulagiio, por cutro lado, faz com que as erian~ gas se espectarizem precocenente, contrartande os principios de de volvimento normal, Finalmente, 0 condictonasente social provocado pelos meios de comunicasio de mas | por estruturas industriais © co nerciais com objetivos especiticos préprios © pelos pais que buscam conquistas dos filhos a cus auto-satistagio, tem levado as ertan Gas @ estavelecerem expectativas de performance ben além das wuss os pacidades reais, Tato 4, @ buscarem regultados imediatos, a exigi~ rem Intctasdo desportiva precoce, 0 que prevoca repeticio de insuces ‘508 que pode levar & queda de motivagdo © & conseqtiente perda de in- terease pelag atividades notoras. Eh resuno, estes sio alguns dos fatores que caracterizan 0 meio ambiente en que as eriangas de nossos dias viven, Levando-se em con oidcragdo @ importincta indiecutivel da atividada motara no desenvol, viento global das criangas de us lado, ¢ 0 ambiente destavorivel ao seu desenvolvimento de outro lado, qual seria afinal © tena princt- pal da Educagio Fisica na Pré-escola ¢ nas quatro prineiras series 0 Eneino de Prineiro Grau? (© TEMA PRINCIPAL DA EDUCAGKO FISICA A PRE-ESCOLA E NAS QUATHO 'PRIMETRAS SARIES DO ENSINO DE PRINEIRO GRAD 3.1 A importncia do movimento no desenvolvimento do ser humane Novimentos sdo de grande importéncia biolégica, petéolégica, so etal, cultural e evolutiva, desde que & atravéa de movimentos que o ser humano intérage como meio ambiente. A interagio como meio am biente através da constante troca de matéria/energia.e informagio é lun aspecto fundamental para a achnavivincia © desenvolvimento de to pes, £ através de movimentos que o ser humano age so. do © qualquer sistema vivo, Movinentos sio verdadeiranente un to erftico aa vida. bre o meio anbiente para alcangar objetivor deseJados ou satisfazer necessidades. Novinentos sio de grande inpoftincta biol gica ae ‘organisno no sentido de que eles constituen os atos que soluctonan problemas motores (COMMOLLY, 197). A importiincta dos movimentos no ee restringe 20 aspecto biolé- gico, Assim cono SCHMIDT (1982) enfatiza, a capacidade do ser huna~ ‘no de se mover é mais do que una simples conveniéneia que © possibs- Lite a andar, jogar ¢ manipuiar opjetos. Ela é un aspecto eritico do nosso desenvolvimento evoluesonéric. Da construgio de abrigos © de ferranentas por parte dos nossos ancestrais até ae chegar & complexa tecnologia © cultura modemas, of movimentos de mmpenharan © contin fen a desenpenhar un papel fundanental. Movimentos eio tanbém de grande smporténcia social e cultural. A comunicagio, a expressio da eriatividade © doe sentinentos sio fei, ntes. £ através de movimento que o ser humans te 6, 0 que se relaciona um com © outro, aprende sobre sf mesmo, que -F humane aprende 6 capaz de fazer, # através de movimentos que sobre 0 melo social em que vive, Finalmente, @ importincsa da relagio entre movimento © cognigio no pode Geixar de ser mencionada. As prineiras respostas de una ers ae langa recém-nascida sio motoras. 0 sew progresso é medido stray movimentos. Movimento é @ essneia da infaneia, Como WICKSTROX (1977) enfatiza, onde existe vida existe movisento ¢ onde existem ertangas, existe movimento quase perpétuc, A ertanga ganha suas primes re Perténcias sensoriate sobre o meio ambiente através da exploragio. Kinesis, 3(1):19-41/Jan—Ju1/1987, 25 A-exploragie, por sua vez, depende de movinentos ¢ da capacidade para controle reepoutae moturas. Eabora PIAGET (1952) tenha reconhectde © estagio sensorimotor como um componente importante no desenvolvinen- to de uma crianca, até alguns tenpos atri a Amportineta do novinen to no desenvolvimento global da erianga no recebeu a devida atengio. Mais recentenente, estudiosos da Educagio defenden que as expertén- cle para o desenvolvimento cognitive, visto que os movimentos forne- cem 0 principal meio pelo qual a erianga explora, relaciona e contro, 1a o seu ambient (0 movinento ge relaciona com 0 desenvolvisento cognitive no sen tide de que a integracdo das sensagSes, provententes de movinentos resulta na percepgio © toda a aprendizagen sinbélica posterior depen do dectas percencSes em forma de estruturas cognitivas. Acrescentan, do-se a estes conhecinentos of resultados de estudos em Performance Humana © Aprendizagen Motora que evidencian a importante participa: glo dos aapectos cognitivos en qualquer ago motora, no sentido de que 0 desenvolvimento da cognicio possibilita una melhor progranagio controle des movinentos, eatabelece-e un efreulo evolutive mostrado nna Figura 1 onde o movimento desenvolve a sensagio, a-sensagio a per cepcio, a percepeio a cognigéo, a cognigio 0 movimento, omovinento a jonsagaio, repetindo-se ma cont {nua. im todo um processo que evolui de uma for- Fig. 1 - Interrelacionanento entre movimento e cognigio MELO AMBIENTE, DE AGOES MOTORAS BINBIOWY 13H 0a oysvuoTaKS ‘ORGANI ZAGhO DE PERCERGOEE Em resuno, os movinentos sio de fundamental tmportincla para a la Wo wer munano em seus diferentes aspecto: Onde existe vidasexis te movimento © vida é imposaivel sem movinento. ® movimento reconheoide como sendo 0 objeto ae estudo e apli- cacao da Educagéo Fisica. SeJa qual for a area de atuagio, a Educa oo Fisica trabaiha com movimentos, ¢ pelo acina exposto é snegavel 2 sua contribuicio ao desenvolvimento global do ser hunano, desde que estes trabalhos sejan adequatos. Da mesma forma, 6 tanbén inegivel 20a grande secponcabiiidade perauite cominidade no sentido de as- stmir que 08 objetivos propostos serio realmente slcancados. Frequen tenente, observanse 0 estabelecinento de iniimeros objetivos paraa E ducagio Fisica e, muttas vezes, torna-se impossivel a ela assumir que todos estes objetivos serio alcangados. 0 centro das preocupagies © Anterenses da Eéuosgio Fetes cot no movimento humano. Neste sent 40, 6 preciso enfatizar a necessidade da Fducagio Fisica de modifi- car 8 conpreensio restrita do movimento de outrora, p sar o significado do movimento na relagio dinimica entre o Ro © o meso ambiente. # preciso investigar os principios bastcos de organtzacio do movimento om diferentes niveis de andlise, desae o Dig auinico, neurofisiolégico, comportanental até social para se ter una compreensio mais profunda e abrangente possivel do movimento hunano, £ preciso também que a Educacdo Fisica estude 0 real significada do movimento dentro do ciclo de vida do F humano, considerando © movi tema na sua interagio com 0 meio anbiente. 3.2 0 que & movimento? Conforme © mencionado anteriormente, © movinento é reconhecido como © objeto de estudo © aplicagio da Educagio Fisica. Mas, seré que existe una conpreensio e aplicagio adequadas do conceito de novinen= to na Educagio Fisica? Todo © comportanento humano pode ser convententenente classifi- endo, como Sendo pertencentes a um dos trés domintos, ou sea, coani- tive, afetivo-social e motor. Fazem parte do dominio cognitivo, ope Pages mentais como perceber, julgar, descobrir, ractocinar, tomar de etaBes o sotucionar probienas. po dominio aretive-soctal fazem par- Kinesis, 3(1) :19-41/Jan—jul/1967, 27 te sentinentos € enocdes e, do dominio motor, os movinentos. Enbora un determinado conportanento possa ser classificado num destes trds dominios, convém esclarecer que na matoria dos comporta- Atteagio & por convendéneia, visto que © problems é easenciainente de predoninincia mentos existe a participasio de todos os trés. A cl de um destes dominios sobre os outros sem ser mutuanente exclusivos. Por exenplo, 0 conportanento de un doninto no xadrez é predominante- mente Cognitive enbora o dominio motor tasbéa esteja envolvide. 0 in verso pode ser dito com relagio a maioria dos movinentos esportivos. Movinentos estio presentes en todas as atividades hunanas. Wo eotisiane, no trapaino, no desporto eno lazer, Enbora em Educayio Fisica os novinentos desportives sejam enfatizados, convém ressaltar que os secantenos envolvides em qualquer un destes movimentos sio ba- aicanente of meamos. A diferenca fundamental esta nas informsgdes especiticas recebidas, processadas © utilizadas por res mecanisnos ha organtzagio © controze aos movimentos. cada tarefa expecifica de manda © processanento de informagées especificas, Neste sentido, & importante enfatizar que of conhecinentos adquirides cono resultado de pesquisas em outras dreas relacionadas cos a Educagdo Fisica com no Performance Hunana, Engenharia Humana, Ergonomia ¢ Psicologia Ex— perimental cevem ser aweiniluday © efeLivumly ulilizados peta Eéu- cago Fisica no sentido de se ter una compreensio mais abrangente © profunda do movimento hunano. © conceito de movimento tem eide definide de varias formas por Aiferentes autores. De acordo com NEWELL (1978), movimento refere— 0 geralnente ao deslocanento do corpo © menbros produzide como una conseqtléneta do padréo espacial ¢ temporal da contragio muscular. ES page © tonpo slo fatoras importantes para a movimento. Pel fate do movimento ee caracterizar por um deslocanento do corpo num determina 0 padrio espacial e temporal, ele & um comportanento observével enen, surivel, Todos os movimentos manifestam certas caracteristicas espa chaise temporais observavets, Todavia, precio considerar que © reno sistema nervoso. Movimento ten, portanto, duplo aspecto. Opn meiro é que ele 4 un comportanento observivel ¢ © segundo 6 que ele 6 produto de todo un proces#o que acontece internarente ao individuo. 28 BR Para uma melhor compreensio deste pracessn interna responsive! ela produgio do movimento, a Figura 2 mostra o modelo de performan- be humana de MARTENIUK (1875), que procura apresentar, de uma forma coneisa, os mecanisnos envolvidos na execugio do movimento. Marte- ‘iuk prope un modelo conposto de cinco mecanismos envolvidos no mo vimento, ou seJa, os érgios dos sentidos, © mecaniano perceptive, ¢ ecantsmo de decisio, o mecanisno efetor, o aistena muscular ¢ mals os circuits de feedback. Estes mecanianos sio interligados atray 0 Tluxo de snformagées de forma que © functonamento de qualquer us doles depende das informagdes fornectdas pelo mecanisno que o prece- de, Desta forma, 0 sistena muscular nio pode funcionar adequadanen- te se 08 mecanismos anteriores a ele nio functonarem adequadanente. Toto quer dizer que 0 movimento, enquanto conportamento observavel, ampossivel de acontecer sem a participagio dos fatores cognitivos (ou mentais responsiveis pela organizagéo © controle do mesno. Fig. 2- Nodelo de performance humana (MARTENIUK, 1975) amice orem acerrve] | secre [| ereren | [rere Na década de 60, observou-se 0 surginento de novos conceitos co mmo conportanento perceptivo-notor, sensério-moter, psico-motor © neu ro-notor. Estes conceitos surgiran justanente para enfatizer a par- tictpagio dos fatore: cognitivos ou mentais em quase todos os movi- hmentos, exceyiv pens para os movamentos reflexos ot) involuntarios. Na realidade, estes concettos deverian ter provocado una verdadeira mudanga de pensanento © sgio na Edueagdo Fisica, viato que ndo se tra tou de uma simples mudanca de conceitos mas, sim, de una verdadeira Kinewsts, 3(1):19-61/ Jan—jul/1967. 29 mmadancas de paradigna em relagio ao comportanento humana. Infelizmen te, 18t9 no ocorren. come nes movinentos executados Educagio Fisies 0 comportanen to observavel é evidente, o sistena muscular ainda é denasiadanente enfatizedo, Muttas vezes se cria usa imagen de movimento sem a par tetacio do fator cognitive ou mental. Desnecessarioesclarecer que esta imagen ten a8 su: raizes na dicotomia mente ¢ corpo filoséfica. Enbora a Educagiio Fisica defenda a importéneia da integracio mente- corpo, na pratioa, observan-se varias situagées onde ainda predonina fa preccupasic com 0 aspecto muscular, com pouea atengio a0 desenvol~ vimento global da crianca. # dificil acreditar. por exenplo. que os processes internos responsiveis pela produgdo do movimento estojam sendo devidanente trabalhados © dé snvolvides em repetigies mecini- cas pura e simples de movimentos em sessies onde se busca o desenvol, vimento da condigie ou aptidio fiesca. 0 mesno pode ser dito en ren lactic aos novinentes ginasticos esterectipades © con relacio aqui- sigio de habilidades onde © conceit de habilidede & erroneasente in terpretado. f oportuno ressaltar também’que as dificuldades encontradas na integragio mente-corpo nio so observadas apenss na Educagio Fiste Por fatta de una visio sistémica do conportamento mumano, a fducagio, de una forma geral, est tonge de conseguir esta integragio nas suas orientagées. Certas disciplinas 66 se preocupa com o aspecto cogni, tivo ou intelectual, outras apenas com © aspecto afetivo-enocional © assin por dtante Sea Educagio Fisica pretende contribuir para o desenvolvimento adequado das eriangas, & preciso que ela mude este enfoque de movi- ‘enfoque onde todos os mecanianos envolvidos © of fatores que afetam © functonanento destes mecanisnos, cono 08 afetivo-enocionais, sejam Assim como TANI (1979) coloca, é pre~ cise que Educacdo Fisica mude de paradigna. Mudanca no sentido de convententenente trabalhados. lum paradigms contrads na maténta/energia para um paradigna centrada na infornagio/controle, o¥ de un paradigna centrado no produta para un centrado no proceso. 30 3.3, Desenvolvimento motor © a Kducacéo Fisica na Pré-escola ¢ nas ‘quatro prineiras séries do Esaino de Prinetro Grau Enbora © estudo do as snvolvinento da ertanga, de una forma ge ai, venna receDido grande atengio particularmente a partir de 1920, Gesenvolvimento motor, especificanente, recebeu até alguns anos um tratanento superficial em publicacdes relacionadas con 0 desenvolvi- rnento do ser humane. Esta tendéneta no estudo do desenvolvimento hunano eriou um con eeito de desenvolviments motor cone sendo um proc: so natural € pro- gressivo que acontece sem a necessidade de una preocupacio especiti- 2a no centide de preparer un ambiente que o favorega. Este conceito, or sua vez, favoreceu a caissio dos adultos em identificar os mecs- nisnos © variivels que influenctam 0 desenvolvimento motor ¢ as faxes eepeciticas em que cada individue é mais susceptivel ae snfiugncias de um trabalho mats organizado, © contribuiu para o estabelecinento Ge una oxpeotativa de desenvoivimente mitss vezes bem aquém aaquete que pode ser esperado de criancas que estio colocadas em anbientes = propriadarente estruturados. Atualnente, 0 desenvolvinento motor tem recebido tanta atengio quanto © desenvolvimento nos outres dominios do conportanento como © cognitive © 0 afetive-sccial. 0 movimento ndo é mais usado cono meso fe observagio para estudar o desenvolvimento nos outros dominios, mae sim como um fenéneno merecedor. por si a6, de una aniliae e coneide- ragio mais profunda © sérta. Desenvolvimento motor, cono area de estudo, procura estudar as ‘mudangas que ocorrem no conportanento motor de um individuo desde a concepsio até a morte, relacionanéo-as com o fator tempo. Em aborda gens mais recentes, procura-se eetuaar os mecanianos responsdvess por estas mudancas, ou seja, 0 desenvolvimento na capacidade de contron Lar 0s movinentos (KEOGH, 1977). oa nvolvimente moter & un proceso continue ¢ denorado. Pelo fato do desenvolvimento acontecer de forma mais acentuada nos primes, ros anos de vida, existe a tendéncia de coneiderar 0 estudo do deaen volvinento motor coma sendo estudo apen 4a eriangs. Embora soja apropriado enfocar a ertansa, vinento & um proceso continuo que acontece a0 longo de toda a vida Kinesis, 301 1941 Jann Ju} /1987, aL 40 ser humane. EvicGneiae tm sido acumiladas reforgands a conceite de que 6 a snvol-vinento moter & um processo ordenado e seqlencial, onde a se re de individyo para individuo. Por exemplo, por mais que se "trei- ne" una erianga, el Janaie correrd antes de andar. Porém, no desen volvinento do andar ¢ do correr, diferentes eriangas tn padres ai- ferentes de desenvolvimento om termos de velocidade. En outras pala maioria das eriangas normais, poré sxisten diferencas individuats na velocidade de desenvolvimento (KAY, 1969). Embora saja neceasirio cerea de vinte anos para que © organisno humano se torne maduro, autorida fen desenvolvimento da crianga con cordan que os primeiros anos de vida, do naseinento aos seis anos, aio 08 anos cruciate da vide de um individuo. Ae experséneias que a crt anca ten durante este periodo detorminaris, om grande extensio, que tipo de adulto a pessoa se tornard (HOTTINGER, 1980). 08 prinetrot movimentos do recém-nascide sio baeicanente refle- X08 © estes movinentos tendem 2 dessparecer normainente até o quarto nde, quando a area motora do cétex conega a doninar © controle do ma vamento, bm outras palavras, os movinentos reflexes slo gradativa- nente substituidos por movimentos voluntérios. WHITE (1971) chama 0 periods de 6 semanas até 3,5 meses de aurora da consciéncia ¢ de a Ses volunticias Un dos primeiros movinentos voluntarios a se deaenvolver & 0 al, cangar. Ao conjunto dos movimentos de aleangar, agarrar © manipular Gi-se 0 none de preensio voluntéria, Do nascinento até os prineiros Este agarrar reflexo desaparece gradativanente © & eubstituide por preensio com controle voluntérto. HALVERSON (1931) estudou © desen- volvimente da preensio cinenatograficanente © identificoy der eaté- ios em orden seqliencial, desde o nenhum contate até o agarrar supe- Una das mais importantes fungées motoras da crianga é @ obten- Ho ds posicio vertical que leva a0 andar, correr © outras habilida- se Gos bistcas. 0 desenvolvisento acontece segundo um padrio preaiti- sistena nervoso central. A erianga deve inictalmente ebter o contre Le dos misculos da cabeca ¢ do pescogo. Aos 6 meses, a erianca tem tum controle considerivel do pescogo e do tronco. Neste mesmo perio- do, ela tenta dar os prineires movinentos de progressio para frente: Convim ressaltar que © desenvolvimento neuromuscular segue um padeio cétalo-caudal © préxino-distal. Enquante todo este desenvolvimento corre, a parte inferior do trenco se torna forte o suficiente para possibilitar & crianga sentar-se ozinha (com suporte) aos 4 meses © ssozinna (sem suporte) aos 7 meses. Entre 7 a9 meses, a erianga co- maga 8 quadrupadan, om ato que anpiia grandenente 2 seu ambiente. Ea ‘ere 7 2 10 meses, 0 tronco © as pera se desenvolvem a tal ponto de permitir & crianga ficar em pé com suporte, A seguir, @ erianga co- meca a se colocar em pé apoiando-se en miveis e depois a andar a0 re dor dos mesnos ou a andar com o auxilio dos pate. A idade média do andar independente parece estar em tomo dos 13 a 14 meses. © andar & un marco importantissine na vida da erianga. Ele au menta © seu meio anbiente de una forma imensa e torna possivel = ex- Ploragio do mesno. Além disso, liberta os membros superiores do ato de toconogie, possibilitande o seu uso na manipulagio de objetos. No proceso de desenvolvimento, nota-se, basicanente, a predo- mindneia do fator maturacional nos prineiros movinentos © a predomi- nGncka do fator experidneta now movimenton main eapscificon de 6 volvinento posterior. Entende-se por maturagio, mudangas fisicas © comportanentais que ocorres basicanente cono resultado de um proces 0 inato de crescinento, sen influéncia das experiéncias diretas com © meio anbiente (HOTTINGER, 1973). £ diticti determiner até que pon Greta. 0 que esti claro & que estes dois processos interagen © e fundamental importéncia no desenvolvimento da ertanga. Torn mais importante, portanto, o estudo das mudangas no padrio de inters Glo destes dois processos no decorrer do desenvolvimento. Para uma tudar outros fatores biolégicos, ambientaie @ psico-sociais que in- Fluenctam © mesmo, como alinentagio, costunes, culturas ¢ agin por atante. Kinesis, $(1):19-41/san-gut/1987. 33 Paralelanente a0 desenvolvimento motor, acontece 0 desenvolvi- nities methora na capacidade da erianca de perceber diterencas © se, melhangae cada vez mais refinadas através da desenvolvimento dos pro ceases de discriminagio, comparacio e identificagio. Esta _melhora possibs1ata, como consealéncia, um melhor controle sobre os atos mo- ca que a orianga corre mais eficientenente, man{puia obJetos con maior habilidade © assim por diante. De acordo com WILLIAMS (1973), pode~ nos caracterizar trés formas de mudanga no desenvolvimento sensério~ perceptive. A primeira forma é @ mdanca na dominiineia sensorial do visual @ naturalmente o mate avangado de todos os sistonss sensoriais no que #@ refere & preciso com que fornece informagées sobre © meio ambiente. Portanto, se ha una mudanga na dominneta para o visual, isto significa que a eriana terd informacdes mais precieas que faci Ja melhoria na comunicago intersensorial onde a erianca se torna ca paz de integrar, simitaneanente, informagdes provenientes de dife- rentes sistenas sentoriais, Finalnente, a terceira forma de mudanca ocorre através da melhora na discriminagio intrasengorial, isto eig Ferenciagio e/ou diserininagio. A ertanga se torna capaz de perce ber com maior detaine aquilo que v8, sente © ouve. Pequenas aiferen a8 © semethangas sio detectadas, factlitando assin,progranagio © con trote de agdes notors © andar @ reconhecido cono © prinesro padrio fundanental de mo- vimento ou habilidade bisica a se desenvolver. A ole se sequen ou- tros padres fundanentais cono correr, arrenessar, receber, altar, quicar, rebater © chutar. Entende-se por habilidade basics, una ath vidade motora comun com una meta geral, sendo ela a base para ativi- dades motoras mais avangadas ¢ altanente especificas (WICKSTRON, 1977). Estudos mostran que até aproximadanente 6 a 7 anos, o desenvol- vimento moter se caracteriza, pasicanente, pela aquiercio, estapzi3~ zago ¢ diversificacéo de habilidades basicas. £ neste periodo que eetas habilidades aleangan un padrio motor préxino ao padrio macure odservado nos adultos. Os anos que se seguem, até aproximadamente 10 4 12 anos, © desenvolvimento se caracteriza pelo refinanento de diver- sittoagie na combinagio doutas habilidades em padres seybencsaie ca da vez mais complexes. A no observineta desta progressie normal no desenvolvimento da crianga leva freqlentesente & superestimulagio em forma de espectalizasio precos: En desenvolvinento motor, temos basicanente dois processos fun- Ganentais, ou seJa, 0 aunento da diversificagio © da complexidade do conportamento (CHOSHT, 1983). Entende-se por aumento da diversifi ‘clo do conportanenta, 0 aunente na quantidade de alenentos do compor tanento, © por aumento da conplexidade, o aumento da interagio entre (0s elementos do comportamento, Por exemplo, a erianga adquire prix meiro o padréo fundamental de andar e com base neste padrio desenvol, Ne 0 andar éiversificads em ternos de formas, velocidades © diregies. padrdes diversiticados de andar. A seguir, com base ni We 0 correr © pelo mesmo processo desenvolve 0 correr diversificado. Esta diversificagio do comportanento, onde se observa um aumento no primero de elementos do conportanento, uma etapa muito importante rno desenvolvinento motor da crianga. tuna etapa posterior, estes e- lenentos do comportanento como o andar, corer, saltar ¢ arrenessar interagem para formar estruturas mais complexas. Por exemplo, o ele mento correr interage como elenento quicar una bola dando origen a luna estrutura mais complexe de comportanente motor chanada arible. ‘Assim, uma grande variedade de conbinagées pode ser fetta, dando ori, gen a estruturas cada vez mate conplexas. Para explicar o desenvolvimento de estruturas cada ver mais con Plexas a partir de estruturas mais simples, recentes teorias de de- senvolvimento © aprendizagen defendem a idéia do desenvolvimento hic rarquico de movimentos. Agsin como CONWOLLY (1977) coloca, 0 desen- volvimento de uma nabiiigade envoive @ e1aporagio ae um prograna de agi que @ dirigida no sentido de aleangar una ne A questo bass ca é sobre as unidades que compen o programa e a maneira como elas do orgsnizadas. FITTS & POSNER (1967); BRUNER (1970, 1973); COMNOL LY (1970, 1973, 1977) e ELLIOTT & CONNOLLY (1974) tém eugerido que @ luildage bisica de um programa de apo é, pela anaiogia com um progea mma de computador, uma subrotina. Subrotina pode ser definida como un ‘ato cuja execuse & una conéigao necessiria mas nic suficiente para a execusio de algunas seqliéncias de subrotinas hieranquicamente orga kis 35 5, 31 4) Jan~ fu /198° nizadas nais complexes na qual ¢ enbutide (CONNOLLY, 197). FIETS & POSNER (1967) sugeren os termos "prograna executive" ¢ eubrotiina” para expiicar @ organizagdo hierérquica de habilidade. 0 programa executive significa a meta geral ou plano de asic, enquanto fas subrotinas sio unidades de movinento que compe 0 prograna execu- foren tivo, ot2 aoa, elo unidade automatizadas de movimento que J programas executives e, com o processo de sprendizagen, foram delege. das 20 controle de niveis mais baixos do sistema nervoso central. Nes, te sentado, a napiiteade 6 airigiaa por un programa executive © cer tastas subrotinas forman os padres de movinentos através dos quais 0 programa executive é executado (ROBB, 1972). Se a existéncia de um desenvolvimento hierarquico é acetta, is to significa que as habilida adquiridas nos prinetros anos de vi- da forman a base para a aprendizagem posterior de tarefas mais com plexas, Além disso, se habslidades basicas sdo adquiridas até 6 a7 anos do idade, apse cote periodo, provavelments, nada que nba apren= demos & totalmente novo. Tudo esta relactonado com algo que fot a prendido anteriormente, FITTS & POSNER (1967) sugerem que os adultos aprendem novas habilidades através da reorganizagio de subrotinas e xistentes. Se Leto é verdade, fica evidente a necessidade de estade, A matoria das ertangas que atendem a Pré-eecolae as quatro pri- neiras séries do Eneino de Primeiro Grau, sio eriangas que se encon- ‘eran na faixa etdria doe 4 aos 10 anos de idade. De acordo com evi- @ineias de estudos sobre ai plo, no medelo de desenvolvimento de GALLANUE (1982), mostrado na Fi, criangas deven ser trabalhadas no sentido de desenvol- snvolvinento moter sintetizados, por exen pura 3, est: com as habsis~ ver ao mixino as habilidades bisicas, sem preocupa aades especiticas. UMA LEITURA La SES INTELIGENTE! Fig. 3- Modelo de danenuniviments de GALLAHUE (2082) retigo eapecftico Gio da Satormagio extones 2¢ roe ase o oISEwvoL-~ _ESDKOIOS Me EESENVOL- convim serescentar que as habilidades bisicas sio importantes pare aprendizagem de todas ax habilidades especiticas ou habilidades culturainente determina: requisitadas no trabalho, na vida social, enfin, na vida das pessoas ¢ no sonente para as hab{lidades despor- tivas, Isto fica evidenctado na diferenca exietente entre 0 modelo apresentado por GALLANUE ¢ o modelo de SEAMAN & DePAUW (1982), mos perior com habilidades desportives, onquanto o segundo modelo esta = berto para que todas formas de movinentos culturaimente determina as possan ser desenvolvidas a partir das habilidades bieicas. Kinesis, 9(1):19~41/ yan-sui/1987 7 Fig. 4- Modelo de desenvolvimento ( SEANAN & DePAUW. 1982) RRECWUED Sis visa dren NUE FEFIEN , eemES BE SREB Em resume. a Fducacio Fisica na Pré-escola © nas quatre print ras séries do Ensino de Primeiro Grau deve proporeionar as criangas oportunidades que possibilitem um desenvolvinento hierarquico do seu conportamento sstor. Este desenvolvimento hierérquico deve, através da interacdo entre o aunento da divereiticagio © complexidade, possi. Dilitar a forsacdio de estruturas cada ver mais organizades. oportune lembrar que a formagio de estruturas cada vez mais orgenizadas 56 é possivel quando se considera o ser humano un sistena aberto con una hierarquis de objetivos a serem alcangados, Quando se atinge un ob- Jetivo, novos cbjetivos sio estabelecides e este proceseo nio tem fim, ou sea, @ hierarquia esta aberta na mun axtnemidada para poseibéli- ar © maximo desenvolvimento de todas a8 potencialidades do ser hun [A Educagio Fisica na Pré-escola ¢ nas quatro prineiras séries do Eneino de Primeiro Grau se defronta con duas tendéncias fundanentais de trabalho. A aprendizagem do movimento © a sprendizagen através do novinento. Parece-nos que na Educagio Fisica atualmente desenvolvi- a, a nfase esta sendo colocada na aprendizagem através do movinen- ro, onde a erianga utiliza o movimento como meio para aprender sobre aspectos no necessarianente inerentes 20 préprio movimento. HALVER S0N (19871) caracteriza a aprendizagem através do movimento como a quela que implica no uso do movinento cone meio para alcangar un fin, que o fin nio & necessarianente una melhora na capacidade de se over efetivanente. 0 movimento 6 um meio para o aluno aprender so- bro si mgsno, sobre © meio ambiente © sobre © mundo. Todavia, se levarmos ew-consideracio a importincia do movimento no desenvolvirento do ser husano, as evidénctas dos estudos sobre de senvolvimente motor que nos permiten identificar o real significado 0 movimento dentro do ciclo de vida das pessoas © tanbén 0 fato de ctsa ser primeirarente trabalhado, visto que ele nio se desenvolve a tun nivel Stimo sem um trabaiho adequado, Acredita-se que o tema prin cipal da Educagio Fisica, particularmente para eriangas nesta faixa escolar, & a aprendizagem do movimento onde elas aprende 0 HALVERSON (1971), aprender a mover-se envolve continuo desenvolvs mento da capactdade de usar o corpo efetivanente e gractosamente con erescente evidéncia de controle ¢ qualidade no movimento, Envolve 0 desenvolvimento da capacidads de mover-se numa variedade de maneiras, plexas. Isto requer mais que una resposta meciinica automatica, —A- prender a mover-se envolve atividades como tentar, praticar, pensar, tomar dectsbes, avaiiar, ousar € persistir (p.18). Na realidade, muna experiéncia de movinento é aificii separar a aprendizagen do movimento © aprendizagen através do movimento, visto que estes dois aspectos esto intimanente relacionadss ¢ nio poden ser mutuamente exclusives. Porém, acredita-se que cono conseqtiéncta ‘da aprendizagem do movimento onde um trabalho adequado com habilida- Kinesis, 3(1):19-41/Jan-Jui/1997. 39 Ges basicas é desenvolvide, outros aspectos nio inerentes ao prépric tanbéa edo aleangados. En outras palavras, os benefictos da aprendi zagen através do movimento serio aleangados coma conseqléneia de um trabatho adequado com a aprendizagen do movimento. Entende-se por tra balho adequado, aquele que atende ae expectativas © necessidades daz ertangas , proporetonando oportunigade para que elas possam aesenvo2~ ver todas as suas potencialidades de movinento, levando-se em conai- doragio suas caracter{stions © 1imitagées. 5. REFERENCIAS BIBLTOGRAEICAS 1 BRUNER, J.3, The growth and structure of skill. IN: CONNOLLY,x. 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