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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Departamento de Engenharia Civil

DEC 4060 – INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS


NUMÉRICOS

AULA 03 –NOÇÕES DE CÁLCULO VARIACIONAL


E
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
PROF. DR. CARLOS HUMBERTO MARTINS

2024
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INTRODUÇÃO
• Como argumentado nas aulas anteriores, não é
possível obter soluções analíticas exatas para a
grande maioria dos modelos matemáticos contínuos.
• A alternativa é utilizar métodos aproximados de
resolução que substituem os infinitos graus de
liberdade do modelo contínuo por um número finito
de parâmetros a serem determinados em um novo
modelo, com a consequente troca das equações
diferenciais do modelo contínuo por um sistema de
equações algébricas do modelo discreto.
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INTRODUÇÃO

• E isso pode ser feito em aproximação analítica


direta no domínio do modelo matemático original,
como nos métodos aproximados clássicos
variacionais e de resíduos ponderados, ou a partir
de aproximações em subdomínios, como no
método dos elementos finitos.
• O Método de Rayleigh-Ritz, utiliza princípios
variacionais e o Método de Galerkin parte de
equações integrais de resíduos ponderados.
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INTRODUÇÃO
• Ambos os métodos adotam soluções propositivas arbitradas
diretamente no domínio do modelo matemático, sob a forma de
combinações lineares de funções cujos parâmetros multiplicadores
são determinados com a condição de que essas soluções atendam
de forma aproximada às equações diferenciais do modelo contínuo.
Esses são os métodos aproximados clássicos que mais
frequentemente subsidiam a formulação do Método dos Elementos
Finitos (MEF ou FEM (Finite Element Method)).
• O Método de Galerkin é mais geral do que o Método de Rayleigh-
Ritz, por não exigir a existência ou o conhecimento de um princípio
variacional. Contudo, a utilização desse princípio tem a vantagem de
melhor esclarecer e sistematizar o tratamento das condições de
contorno.
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INTRODUÇÃO
• Para entendermos melhor o Método de Rayleigh-Ritz e
o Método de Galerkin precisaremos ter noções de cálculo
variacional e de Energia de Deformação.
• Contudo, em conformidade com o espírito mais prático
das aulas, o tratamento matemático mais requintado é
contornado no intuito de não perturbar o leitor pouco
familiarizado com as costumeiras abstrações típicas da
Matemática. Por outro lado, cabe esclarecer que procura-
se substituir, no tratamento matemático, a abstração pela
intuição, na medida do possível.
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NOÇÕES DE CÁLCULO VARIACIONAL


• O Cálculo variacional utilizar a entidade funcional que é
um função de funções sob a forma de equação integral.
Exemplo de FUNCIONAL para o problema da viga
biapoiada com carregamento uniformemente distribuído q.
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NOÇÕES DE CÁLCULO VARIACIONAL


• Essa entidade, em modelagem de um sistema
físico,tem conexão com argumentos físicos e a sua
condição de mínimo, máximo ou de inflexão (chamada
de condição de estacionaridade) fornece equações
diferenciais com condições de contorno que regem o
comportamento desse sistema físico.
• Para entendermos melhor o cálculo variacional
vamos inicialmente relembrar algumas propriedades
de funções.
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VALORES EXTREMOS DE UMA FUNÇÃO


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VALORES EXTREMOS DE UMA FUNÇÃO


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NOÇÕES DE CÁLCULO VARIACIONAL


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EXTREMOS DE UM FUNCIONAL
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EXEMPLOS DE FUNÇÕES ADMISSÍVEIS


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NOÇÕES DE CÁLCULO VARIACIONAL


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NOÇÕES DE CÁLCULO VARIACIONAL


• Voltando ao problema da viga biapoiada com carregamento
uniformemente distribuído q, podemos escrever esse
problema de duas formas :
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NOÇÕES DE CÁLCULO VARIACIONAL

• Ressaltando que a equação (2.26) sendo a equação


de equilíbrio da viga, é a condição de estacionaridade
do funcional, mostrado anteriormente.
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CONDIÇÕES DE CONTORNO NATURAIS E ESSENCIAIS


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CONDIÇÕES DE CONTORNO ESSENCIAIS OU GEOMÉTRICAS


 São condições de contorno impostas nos deslocamentos
(translação ou rotação).
VIGA BIAPOIADA
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CONDIÇÕES DE CONTORNO ESSENCIAIS OU GEOMÉTRICAS


 São condições de contorno impostas nos deslocamentos
(translação ou rotação).
VIGA ENGASTADA
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CONDIÇÕES DE CONTORNO MECÂNICAS OU NATURAIS


 São condições de contorno impostas nos
esforços (momento fletor ou esforço cortante)
VIGA BIAPOIADA
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CONDIÇÕES DE CONTORNO MECÂNICAS OU NATURAIS


 São condições de contorno impostas nos esforços (momento fletor ou
esforço cortante) VIGA ENGASTADA
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
 Vamos estudar as expressões da Energia de Deformação
para os esforços internos : Força Normal, Momento Fletor,
Esforço Cortante e Momento Torçor
 Na aula iremos mostrar a dedução da parcela da Energia de
Deformação para o Esforço Normal
 Para os esforços internos Momento Fletor, Esforço
Cortante e Momento Torçor iremos mostrar somente as
expressões da Energia de Deformação referente a cada
esforço interno
 As deduções da parcela da Energia de Deformação para
todos os Esforços internos podem ser encontradas na
arquivo enviado no email Aula 03-Texto_complementar_01
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO

fc= 1.2 (seção retangular), fator de forma do cisalhamento


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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO

Para VIGAS
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ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
•Dessa forma, no estudo da estática e da
instabilidade das estruturas apenas duas
manifestações de energia estão presentes.
• A primeira relacionada com o trabalho das forças
reativas (forças internas), é conhecida como
energia de deformação; e a segunda relacionada
com o trabalho das forças atuantes, ou forças
externas, é conhecida como energia potencial das
cargas.
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PRINCIPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

• Por outro lado, pode-se afirmar que com base no


Príncipio da Conservação da Energia que, em
qualquer situação, a energia retirada de uma das
manisfestações passa a pertencer à outra. Por
exemplo, o trabalho produzido pelas cargas
atuantes segundo os deslocamentos da estrutura
acumula-se sob a forma de energia de deformação
da estrutura.
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ENERGIA POTENCIAL DAS CARGAS


• Para conceituar melhor a energia potencial das cargas, considere-se,
por exemplo, a aplicação de uma carga P numa estrutura e o efeito que é
o deslocamento v1 nesse pontos, conforme ilustra-se na figura.
• O trabalho produzido nesse processo é dado pelo produto escalar do
vetor da carga P pelo vetor v1, ou seja :
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ENERGIA POTENCIAL DAS CARGAS

• Carga concentrada
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ENERGIA POTENCIAL DAS CARGAS

• Carga uniformemente distribuída


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ENERGIA POTENCIAL DAS CARGAS

• Momento concentrado

Ω=-M.Ѳ
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ENERGIA POTENCIAL DAS CARGAS


• Caso simples de flambagem

dx − du
cos(θ ) =
dx
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ENERGIA POTENCIAL DAS CARGAS


 a dedução completa da expressão do trabalho
realizado por uma carga axial de compressão
(flambagem simples) pode ser encontrada no
arquivo Complementos Resistencia dos Materiais
Parte 2-Aulas 02 a 05
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PRINCIPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA


• Dessa forma, O PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA,
tendo-se em vista apenas as duas manifestações de energia
consideradas, permite escrever :
δU+ δ Ω=0
• Ou seja, no fenômeno da deformação da estrutura pela ação
de cargas, a energia total não se altera; o que ganha de energia
numa dada manisfestação decorre da diminuição da outra. Nesse
ponto vale destacar que, no fenômeno em estudo, outras
manisfestações de energia também intervém. É o caso, por
exemplo, das manifestações térmicas; todavia tais manisfestações
apresentam magnitudes desprezíveis na maioria dos casos práticos.
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PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

• Por outro lado, chamando a energia total de π,


ou seja, π é considerado um funcional:
π=U+Ω
o princípio da conservação da energia passa a ser
expresso por :

δπ=δU+δΩ=0 onde δπ=0 indica a condição


de estacionaridade.
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PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA


• ou seja, o princípio da conservação da energia impõe
condição estacionária para a energia total.
• A condição da energia total estacionária, uma lei da natureza,
serve de suporte para a obtenção de soluções aproximadas e,
mediante, um tratamento variacional, alcançar as condições de
equilíbrio, e daí soluções exatas.

PRINCIPIO DA ENERGIA POTENCIAL TOTAL ESTACIONÁRIA


“Dentre todos os campos de deslocamentos
cinematicamente compatíveis (admissíveis) num corpo
solicitado por forças externas estaticamente compatíveis,
aquele que satisfaz ao equilíbro, extremiza π “
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EXERCÍCIO 1
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