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‘Aproyacao A em Covicurzes i INE ¥ Nesta simulagao de questo discursiva inédita ¢ autoral, faga 0 que se pede, usando, caso deseje, os espacos para rascunho indicados no presente cademo. Em seguida, transcreva o texto para o CADERNO DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois no sero avaliados fragmentos de texto escrito em local indevido. ¥ Em cada questo, qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extenséo maxima de linhas disponibilizadas (30 linhas) sera desconsiderado, bem como 0 texto que nao for escrito na(s) folha(s) de texto definitivo correspondente. Y Utilizar caneta esferografica transparente, escrita grossa de tinta preta. ¥ No cademo de texto definitivo, identifique-se apenas no cabegalho da primeira pagina, pois nao sera avaliado texto que tenha qualquer assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado. Ao texto que contenha outra forma de identificago ser atribuida nota zero, correspondente a identificagao do candidato em local indevido. Y Para fins didaticos, na avaliagdo de cada questéo, a0 dominio do contetido sero atribuidos até 10,00 pontos. Destaca-se que, no espelho, desta simulago no serdo levados em consideracdo aspectos gramaticais na referida pontuagdo. ¥ Organize-se para fazer essa prova discursiva em no maximo 40 minutos. Procure utilizar a folha de rascunho para organizar e fazer o destacamento dos principais pontos que se pede no texto, deixando para desenvolver o tema na folha de resposta definitiva para administrar da melhor forma o seu tempo e se aproximar da resposta esperada no espelho. QUESTAO 3 Considere as situagées hipotéticas a seguir. Carlos, delegado de policia de Macei6/AL, no curso de investigagéo de uma associaco para o trafico. representou ao juiz para cumprimento de Mandado de Busca e Apreensao na casa de Mateus, traficante conhecido da regio. Na busca, foram apreendidas drogas ilicitas, dinheiro e balanca de pesagem do entorpecente, bem como telefone celular que a autoridade policial acabou acessando contetido armazenado no aparelho, inclusive as conversas do WhatsApp Apés informagées do setor de inteligéncia do presidio de Penedo/AL, a equipe local fez revista na cela do comparsa de José, apreenderam um telefone, acessaram diretamente ao aplicativo de conversa e identificaram outros crimes praticados pela dupla. Em operacdo, agentes de policia de Arapiraca/AL acessaram mensagens no whats do preso em flagrante, sem sua autorizagao. Com base nas situagdes apresentadas, na legisla¢éo e jurisprudéncia, redija um texto dissertativo, abordando, necessariamente os aspectos a seguir. 1 Necessidade de autorizagdo judicial para acessar as mensagens em cada situacao; 2 Fundamentos juridico-penais para cada uma das situagées. ‘Todos os direitos resevadot Pagina | 0 ‘AprovacGo em Corigues FOLHA DE RASCUNHO Todos os dretos reservados Pagina | 1 ‘Aprovacdo em Concursos Pois bem, vamos a sugestdo de resposta pontuada? Antes de conferir 0 espelho, o (a) candidato (a) deve estar com 0 texto de avaliagao impresso ou visualizar elo site, aquele que contém os quesitos ou caso hipotético ou a pergunta, bem como a folha de resposta a qual voc desenvolveu o tema, para realizar as devidas comparagées com a sugestao de resposta a seguir. PONTUACAO: ESPELHO DE CORREGAO Quesito 1 | Necessidade de autorizacdo judicial para acessar as mensagens em | 5,60 pontos cada situacéo Quesito 2 | Fundamentos juridico-penais para cada uma das situagées. 4,40 pontos Nota da resposta do(a) candidato(a) | 10 pontos ATENGAO! A sugestao de resposta abaixo foi confeccionada pelo delegado e professor Alison Rocha. Foco na carreira de Delegado de Policia AL SUGESTAO DE RESPOSTA No primeiro caso, segundo entendimento do STJ, a Autoridade Policial pode ter acesso ao contetido do aplicativo Whatsapp do aparelho celular apreendido por meio de cumprimento de Mandado de Busca e Apreensdo, no ha dbice para que a policia acesse o contetido armazenado no aparelho, inclusive as conversas do whatsapp. Para a andlise e a utilizagéo desses dados armazenados no celular ndo é Necessaria nova autorizacdo judicial. A ordem de busca e apreensdo determinada ja é suficiente para permitir 0 acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos. ‘Ademais, no segundo, é prescindivel decis4o judicial para a andlise e acesso dos dados e comunicacées constantes em aparelhos celulares encontrados licitamente dentro do estabelecimento penal, nao ha direito ao sigilo e, por consequéncia, inexiste a possibilidade de invocar a protecdo constitucional prevista no art. 5°, inciso XIl, da CF/88, os direitos fundamentais nao podem ser utilizados para a salvaguarda de praticas ilicitas, no sendo razoavel proteger aquele que age em desconformidade com as normas. Conforme previsto no art, 41, inciso XV, da LEP, 0 contato do preso com 0 mundo exterior é autorizado por meio de correspondéncia escrita, da leitura e de outros meios de informagao que néo comprometam @ moral e os bons costumes. Mesmo no caso de comunicacao por intermédio de correspondéncia escrita, permitida legalmente, a Suprema Corte firmou jurisprudéncia no sentido de que, diante da inexisténcia de liberdades individuais absolutas, é possivel que a Administracdo Penitencidria, sem prévia autorizacdo judicial, acesse © seu contetido quando houver inequivoca suspeita de sua utilizagéo como meio para a preparacdo ou a pratica de ilicitos. A necessidade de se resguardar a seguranea, a ordem publica e a disciplina prisional, segundo a Corte Suprema, prevalece sobre a reserva constitucional de jurisdi¢ao. No terceiro caso, o STJ firmou ha tempos pela necessidade de autorizacao judicial para acessar mensagens do whats, sendo provas ilicitas as coletadas diretamente. Neste contexto, em decisdo mais recente, o STF entendeu que acesso a aparelho celular por policiais sem autorizaco judicial para verificacdo de conversas em aplicativo WhatsApp transgrediria 0 sigilo das comunicagées e da protecao de dados por ser direito fundamental a intimidade e a vida privada, no ambito infraconstitucional, a norma do artigo 7°, inciso Ill, do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) é elucidativa ao prever a inviolabilidade e o sigilo das comunicagées privadas armazenadas (dados armazenados), salvo por ordem judicial. Assim, haveria a superagao da jurisprudéncia fimada no HC 91.867/PA, haja vista a modificaco das circunstancias faticas juridicas, uma verdadeira mutacao constitucional. "Houve um incrivel desenvolvimento dos mecanismos dé comunicagao e armazenamento de dados pessoais em smartphones ¢ telefones celulares na ultima década’. Esses avangos tecnolégicos so importantes e devem ser utilizados para a seguranca puiblica dos cidadaos e a elucidacdo de delitos. Contudo, deve-se ter cautela, limites € controles, para nao transformar o Estado policial em um Estado espido e onipresente. Todos os dretos reservados Pagina | 2 ‘Aprovacdo em Concursos ESPELHO DE RESPOSTA PONTUADA Leia as orientagées a segui 1) Como regra, a banca examinadora é soberana quanto ao contetido a ser considerado na pontuagao do espelho; 2) Em sua prova simulada, 0 concurseiro deve ler e interpretar os quesitos (casinhos ou perguntas) com muita atengéo para conseguir desenvolver sua escrita e se aproximar ao maximo do que constara no espelho de resposta padréo; 3) Veja abaixo os fragmentos de textos pontuados e compare com o que escreveu para que consiga identificar seu desempenho e saber sua pontuag&o. Esse processo é fundamental para identificar seus Pontos fracos e poder corrigir a tempo. ATENCAO! Observe que a pontuagao no quadro abaixo segue a Iégica da resposta mais completa, ou seja, observe que cada fragmento vai destacando os contetidos, quanto ‘aa Teoma maior sera a pontuacio atribuida no quadro de cima pra baixo. Quesito1 | Necessidade de autorizagao judicial para acessar as mensagens em cada situagao. Pontuacao maxima deste quesito: 5,60 pontos \Vejamos os fragmentos pontuados no espelho da banca: 0,00 ponto | Nao apresentou informagées relacionadas a estruturagao do quesito. Discorreu de forma parcial sobre a dispensa de autorizagdo judicial nos 1° e 2° casos, 1,60 ponto | mas nao citou a necessidade de autorizacao judicial para acessar as mensagens em relaco a 3° situacéo com a jurisprudéncia atual dos tribunais superiores Discorreu de forma satisfatoria sobre a dispensa de autorizacao judicial nos 1° 2° casos, mas néo citou a necessidade de autorizagao judicial para acessar as mensagens em relago a 3° situagdo com a jurisprudéncia atual dos tribunais superiores. 560 Discorreu de forma satisfatéria sobre a dispensa de autorizacao judicial nos 1° 2° casos, ,60 pontos E a bem como a necessidade de autorizacdo judicial para acessar as mensagens em relacao a 3° situacdo com a jurisprudéncia atual dos tribunais superiores. (Qual pontuagao acima ofa) candidato(a) se aproximou comparando com seu simulado? 2,60 pontos Quesito 2 | Fundamentos juridico-penais para cada uma das situag6es. Pontuagao maxima deste quesito: 4,40 pontos Vejamos os fragmentos pontuados no espelho da banca: 0,00 ponto | Nao apresentou nenhuma caracteristica relacionada a estruturacao do quesito conforme sugestdo de resposta’. 4,60 ponto | Discorreu de forma parcial sobre Fundamentos juridico-penais para cada uma das ,60 pont 4 situagées, com justificativas imprecisas. Discorreu de forma satisfatoria sobre Fundamentos juridico-penais para 1 das 3 situagdes. expostas, Discorreu de forma satisfatoria sobre Fundamentos juridico-penais para 2 das 3 situacoes expostas, 4,40 pontos | Discorreu de forma satisfatoria sobre Fundamentos juridico-penais para cada uma das 3 situagdes expostas. Qual pontuacao acima o(a) candidato(a) se aproximou comparando com seu simulado? 2,00 pontos 3,50 pontos Todos os dretos reservados Pagina | 3 ‘Aprovacdo em Concursos COMPLEMENTAGAO DO TEMA ‘As conversas do WhatsApp do telefone apreendido em busca e apreensdo autorizada por decisdo judicial pode ser violadas pela policia? Sim. Se 0 telefone celular foi apreendido em busca e apreensdo determinada por decisdo judicial, HaGNH@ dbice para que a autoridade policial acesse o contetido armazenado no aparelho, inclusive as conversas do whatsapp. Para a andlise e a utiizagdo desses dados armazenados no celular ndo ¢ necessaria nova autorizagdo judicial. A ordem de busca e apreensdo determinada ja @IBUMGISHES para permitir 0 acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos. STJ. 5* Tuma. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 03/10/2017. No caso de telefone apreendido no presidio? (..) 3. Conforme previsto no art. 41, inciso XV, da LEP, o contato do preso com o mundo exterior é autorizado por meio de correspondéncia escrita, da leitura e de outros meios de informagao que nao comprometam a moral e os bons costumes. Mesmo no caso de comunicagao por intermédio de correspondéncia escrita, permitida legalmente, a Suprema Corte firmou jurisprudéncia no sentido de que, diante da inexisténcia de liberdades individuais absolutas, EIBOBSINEI que a Administracao Penitenciaria, sem prévia autorizacdo judicial, acesse 0 seu contetido quando houver inequivoca suspeita de sua utilizacéo como meio para a preparacdo ou a pratica de ilicitos. A necessidade de se resguardar a seguranca, a ordem publica e a disciplina prisional, segundo a Corte Suprema, prevalece sobre a reserva constitucional de jurisdico. 4, Nessa conjuntura, se ERS dec: Ao judicial para a andlise do conteudo de correspondéncia a fim de preservar interesses sociais e garantir a disciplina prisional, com mais razo se revela legitimo, para a mesma finalidade, 0 acesso dos dados e comunicagées constantes em aparelhos celulares encontrados ilicitamente dentro do estabelecimento penal, pois a posse, 0 uso e o fornecimento do citado objeto sao expressamente proibidos pelo ordenamento juridico, Tratando-se de ilicitude manifesta e incontestavel, ndo ha direito ao sigilo e, por consequéncia, inexiste a possibilidade de invocar a prote¢do constitucional prevista no art. 5°, inciso XII, da Carta da Republica. Por certo, 0s direitos fundamentais nao podem ser utilizados para a salvaguarda de praticas ilicitas, ndo sendo razoavel pretender proteger aquele que age em notéria desconformidade com as normas de regéncia. (HC 546,830/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 09/03/2021 , DJe 22/03/2021) TEMAS QUENTES! 1) N&BIRA ilegalidade na pericia de aparelho de telefonia celular pela policia, sem prévia autorizacao judicial, na hipdtese em que seu proprietario - a vitima - foi morto, tendo o referido telefone sido entregue a autoridade policial por sua esposa. STJ, 6* Turma. RHC 86.076-MT, Rel. Min. Sebastio Reis Jiinior, Rel. Acd Min, Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617) 2) Na ocorréncia de autuagao de crime em flagrante, ainda que seja dispensavel ordem judicial para a apreensao de telefone celular, as mensagens armazenadas no aparelho esto protegidas pelo sigilo telefénico, que compreende igualmente a transmisséo, recepgdo ou emissao de simbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informagées de qualquer natureza, por meio de telefonia fixa ou mével ou, ainda, Por meio de sistemas de informatica e telemdtica. STJ. 5* Tuma. RHC 67.379-RN, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016 (Info 593). 3) EBRIMIA decisdo judicial que autoriza o espelhamento do WhatsApp via Codigo QR para acesso no WhatsApp Web. Também sao nulas todas as provas e atos que dela diretamente dependam ou sejam consequéncia, ressalvadas eventuais fontes independentes. Ndo é possivel aplicar a analogia entre o instituto da interceptacdo telefénica e o espelhamento, por meio do WhatsApp Web, das conversas realizadas pelo aplicativo WhatsApp. STJ. 6* Tuma. RHC 99.735-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/11/2018 (Info 640), 4) STJentende que é a interceptagdo de WhatsApp Web apés apreensao de aparelho celular. Segundo o tribunal, nao seria possivel equiparar integralmente a medida a intercepcdo telefdnica porque o acesso ao aplicativo permite néo somente a obtencdo irrestrita de toda a comunicacao anterior como também possibilita que 0 agente publico interfira na comunicagao entre os usuarios — inclusive excluindo mensagens ~, 0 que nao é possivel no monitoramento de conversas telefénicas, que so apenas ouvidas e gravadas. Esta possibilidade de interferéncia e de manipulacdo dificulta — quando nao impossibilita — que © investigado exerca o contraditério sobre a prova colhida e demonstre, por exemplo, que ndo se trata de algo integral e que determinados trechos da comunicacao foram retirados do contexto. Por isso, concluiu- se: "Cumpre assinalar, portanto, que 0 caso dos autos difere da situagao, com legalidade amplamente Todos os dretos reservados Pagina | 4 ‘Aprovacdo em Concursos reconhecida pelo Superior Tribunal de Justica, em que, a exemplo de conversas mantidas por e-mail, ocorre autorizacao judicial para a obtengdo, sem espelhamento, de conversas ja registradas no aplicativo ‘WhatsApp, com o propésito de periciar seu contetido” 5) A 6 turma do STJ (Processo: RHC 133.430) que mensagens obtidas por meio do print screen da tela do WhatsApp Web devem ser consideradas provas ilcitas, e, portanto, desentranhadas dos autos. Para os ministros, eventual exclusao de mensagem enviada ou recebida nao deixa vestigios, seja no aplicativo, seja no computador, e, por conseguinte, ndo pode jamais ser recuperada para efeitos de prova em processo penal CUIDADO! STF: fo 0 acesso a mensagens de WhatsApp sem autorizagao judicial A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é ilicito o acesso a mensagens de WhatsApp sem autorizacao judicial, bem como posterior ingresso a residéncia apés apreensao ilegal do celular. A decisdo (HC 168,052/SP) teve como relator 0 ministro Gilmar Mendes. Ementa Habeas corpus. 2. Acesso a aparelho celular por policiais sem autorizacao judicial. Verificagdo de conversas em aplicativo WhatsApp. Sigilo das comunicagées e da protecéo de dados. Direito fundamental intimidade e a vida privada. Superacdo da jurisprudéncia firmada no HC 91.867/PA. Relevante modificagao das circunstancias faticas e juridicas. Mutagao constitucional. Necessidade de autorizacao judicial. 3. Violagao a0 domicilio do réu apés apreensdo ilegal do celular. 4. Alegacdo de fornecimento voluntario do acesso ao aparelho telefonico. 5. Necessidade de se estabelecer garantias para a efetivacéo do direito a nao autoincriminacao. 6. Ordem concedida para declarar a ilicitude das provas ilicitas e de todas dela derivadas. (HC 168052; Orgao julgador: Segunda Turma; Relator(a): Min. GILMAR MENDES; Julgamento: 20/10/2020; Publicago: 02/12/2020) Todos os dretos reservados Pagina | 5

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