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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE

NUTRIÇÃO EM ONCOLOGIA

Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE

NUTRIÇÃO EM ONCOLOGIA

MÓDULO II

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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO II

2 CAUSAS

2.1 GENÉTICA

Pode-se definir o câncer como uma doença genômica, sendo consequência


de alterações cumulativas no DNA de células normais, que poderão sofrer mutações
e se tornarem malignas.
A carcinogênese é resultado de várias etapas podendo envolver muitos
genes, por meio de:

- mutações gênicas;
- quebras e perdas de cromossomos;
- amplificações gênicas;
- instabilidade genômica;
- mecanismos epigenéticos.

Os principais grupos de genes relacionados a esse processo são os proto-


oncogêneses, os genes relacionados ao reparo do DNA e os genes supressores de
tumor.

Ao identificar os genes relacionados ao câncer pode-se compreender melhor


sobre a doença, além de contribuir para novas formas de diagnosticar mais rápido,
facilitando o tratamento.
O câncer hereditário é caracterizado por afecções genéticas, em que as
neoplasias malignas prevalecem mais em pessoas de uma mesma família. Elas são
transmitidas entre as gerações, por um padrão de herança mendeliano, geralmente

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do tipo autossômico dominante, sendo 50% de risco de transmissão para os
descendentes em cada gestação, independentemente do sexo. Indivíduos
portadores de mutações apresentam grandes chances de desenvolver a doença
durante toda a vida.

As características relacionadas ao câncer hereditário são:

 Idade precoce ao diagnóstico;


 Mais de uma neoplasia na mesma pessoa;
 Vários indivíduos da mesma família com a mesma neoplasia ou
neoplasias relacionadas;
 Neoplasia presente em várias gerações.

Grande parte dos tipos de câncer necessita de duas ou mais mutações para
que possa ocorrer. Nas famílias que exista a predisposição ao câncer, presume-se
que exista mutação em um ou mais genes no genoma herdado, fazendo com que
um número menor de mutações possa ocorrer antes do câncer se manifestar.

Famílias que tenham algum membro com câncer devem ser orientadas
quanto à possibilidade de hereditariedade e sobre a realização de um diagnóstico o
mais breve, o que contribui com a menor morbimortalidade na família e a melhora da
qualidade de vida.

Utiliza-se a triagem genética para se detectar pré-sintomas e prevenir


doenças genéticas possibilitando dar início a um tratamento precoce, evitando ou
amenizando possíveis consequências mais graves da doença.
Os princípios básicos da triagem são baseados nas características das
doenças, características do teste, devendo este ser fácil, barato e aceitável para a
população, e características do sistema de saúde, em que o indivíduo acometido
deve-se ter acessibilidade aos recursos para o diagnóstico e tratamento do distúrbio.
A hereditariedade possui um importante papel na etiologia do câncer, já que
descobrindo os genes responsáveis pelo câncer hereditário, possibilita-se a

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elaboração de condutas mais apropriadas tanto relacionadas ao diagnóstico quanto
terapêutico.

2.1.1 Alimentação

Há vários estudos que relacionam os hábitos alimentares ao aparecimento


do câncer. Dentre os alimentos que mais contribuem negativamente com a saúde
em relação ao câncer podemos citar:

Excesso de gordura total e gorduras saturadas (de origem animal, como


carnes e laticínios).

Dietas com elevados teores de gordura total estão relacionadas com


incidência de câncer de cólon, mama e próstata.

Sal

O consumo excessivo de sal pode danificar a mucosa gástrica, associando-


se ao risco de câncer de estômago. Devem-se evitar alimentos em conserva pelo
tempero salgado.

Aditivos adicionados aos alimentos

Normalmente os conservantes contêm antioxidantes como o BHT e BHA,


benzoato de sódio ou cálcio, propionato de sódio, nitritos e sulfitos. Desses, os mais
relacionados com o câncer são os nitritos, que se transformam em nitrosaminas no
estômago, estando associados ao câncer de estômago e esôfago.

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Adoçantes artificiais

O uso de adoçantes em altas doses, como sacarinas e ciclamatos,


colorantes, flavorizantes, também estão relacionados ao câncer de bexiga.

Nitratos e nitritos

Possuem relação com nitrosaminas potentes carcinógenos. Os nitritos de


sódio e potássio são utilizados para defumar, salgar, conservar alimentos, além de
proporcionar a cor rósea às salsichas, carnes embutidas e presuntos. As
nitrosaminas também são encontradas no álcool e no fumo.

2.1.2 Hormônios

São considerados estrogênios presentes nos alimentos. Podemos ingeri-los


através da carne, por exemplo, que contém quantidades consideráveis de
estrogênio. Outro exemplo são os laticínios. Boa parte de carne que se comercializa
é proveniente de animais alimentados com ração acrescida de hormônios, a fim de
aumentar artificialmente o crescimento do animal, o que aumenta o lucro ao criador.
Na prática pecuária as vacas podem ser ordenhadas até mesmo quando
estão prenhes. Porém, durante este período, os níveis de estrogênio no leite se
elevam. Os bezerros se beneficiam desse hormônio, mas o mesmo não acontece
com os homens.

2.1.3 Pesticidas

Os pesticidas afetam tanto os indivíduos que os manipulam quanto os


moradores que habitam as adjacências das plantações que utilizam esses produtos.

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Eles são encontrados como resíduos nas folhagens e frutas de má procedência e
também nos animais, que se contaminam ao consumirem grãos tratados com
pesticidas. Como alguns pesticidas são lipossolúveis, acabam se concentrando nas
camadas gordurosas dos animais.

Estudos feitos com animais expostos a vários pesticidas revelaram que


estas substâncias são capazes de induzir o câncer de mama e promover o
crescimento de tumores. O resultado foi a presença de DDT e PCB em níveis mais
elevados nos tecidos cancerosos em comparação ao tecido saudável.

2.1.4 Álcool

Junto com o tabaco, o álcool aumenta o risco de câncer de boca, faringe,


esôfago e fígado. O consumo de álcool tem sido frequentemente relacionado ao
câncer colorretal e de mama em mulheres.

Certas bebidas alcoólicas possuem grandes quantidades de carcinógenos,


como os hidrocarbonetos policíclicos e nitrosaminas, entre outros compostos
mutagênicos. Além disso, deficiências nutricionais relacionadas ao uso do álcool
contribuem para o processo de carcinogênese.
Estima-se que seu consumo excessivo pode aumentar o risco de câncer de
estômago. Alguns estudos revelaram a associação do consumo de cerveja com o
aumento de risco de câncer colorretal.

2.1.5 Obesidade

A obesidade pode estar associada com o câncer de mama, cólon, reto,


próstata, e órgãos reprodutores femininos. Alguns estudos evidenciam fortes
relações entre alguns tipos de câncer com dieta rica em gordura e obesidade.

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2.1.6 Hábitos

Fumo

É considerada a mais importante causa de câncer. O tabaco influencia


diretamente na incidência de câncer de pulmão. Além disso, eleva o risco de outros
tipos de câncer, como de pâncreas, colo do útero e bexiga.
Alguns estudos relatam que a incidência de câncer de mama é maior em
mulheres que ficam expostas à fumaça do cigarro de terceiros.

Churrasco

A fumaça produzida pela gordura que pinga das brasas contém substâncias
cancerígenas equivalentes à queima de 600 cigarros, entrando em contato com a
carne.

2.1.7 Vírus

Vários estudos indicam que os vírus podem ser o segundo principal fator de
risco para o desenvolvimento do câncer, ultrapassado somente pelo uso do tabaco.
Geralmente, quando o vírus causa uma doença, ele passa a agir como
parasita, assumindo a potencialidade da célula para sua duplicação.
Dentre os principais vírus no DNA de humanos, há quatro de interesse
especial que foram implicados na etiologia do câncer humano. São eles:

- Papilomavírus (HPV);
- Vírus de Epstein-Barr(EBV);
- Vírus da Hepatite B (HBV);

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- Herpes Vírus (KSHV).

2.1.8 Hormônios

Terapia de Reposição hormonal e pílula anticoncepcional

Sabe-se que estrogênio em excesso é capaz de promover tipos de cânceres


sensíveis a hormônios. Pesquisas relatam que o estrogênio promove a proliferação
de células da mama.
Um dos problemas relacionados ao uso do hormônio sintético é a
quantidade administrada e seu equilíbrio com outros hormônios. As pílulas e as
reposições hormonais frequentemente podem conter quantidades de hormônio mais
altas do que o organismo poderia produzir normalmente. O estrogênio que o
organismo produz é equilibrado por meio da progesterona. Porém, se o equilíbrio for
alterado, o estrogênio não antagonizado pela progesterona pode causar problemas
na saúde.
Em homens, os estrogênios químicos provenientes da alimentação, podem
interferir com o hormônio masculino (testosterona), e impedir sua atuação. Homens
com idade mais avançada produzem maiores quantidades de hormônios femininos,
podendo aumentar os riscos associados de desenvolver câncer de próstata e outros
que possuam relação com os hormônios.

2.1.9 Estresse

Na literatura médica existem casos de câncer diagnosticado em pessoas


que sofreram uma grande perda ou passaram por traumáticas emoções.
Estresse, hostilidade, depressão, ansiedade e fadiga podem causar piora
das funções celulares do sistema de defesa.

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2.1.10 Sedentarismo

Toda máquina quando se encontra parada, inoperante, tende a se danificar


por oxidação, entupimento, falta de lubrificação, emperramento de juntas,
ressecamento das borrachas, etc. Com as pessoas ocorre o mesmo. O
sedentarismo pode ser considerado como causa de várias doenças. Uma pessoa
sedentária possui baixa taxa de metabolismo de uma forma geral, inclusive basal.
Constantemente recebemos agentes externos, como vírus oncogênicos,
traumas, raios UV, lesões, condições ambientais, etc.

2.1.11 Raio ultravioleta

A maior fonte de energia nos organismos vivos é o sol. Por meio do


processo de fotossíntese, as plantas verdes podem interceptar uma porção da luz
solar que atinge suas folhas e a capturam nas ligações químicas de glicose.
Proteínas, gorduras e outros carboidratos são formados a partir desse carboidrato
básico a fim de atender as necessidades das plantas. Animais e seres humanos
conseguem obter estes nutrientes e a energia neles contida pelo consumo dos
vegetais.
A vitamina D, é um hormônio produzido no corpo pela ação fotolítica da luz
ultravioleta em contato com a pele. Curtas exposições à luz solar são suficientes
para a maioria das pessoas sintetizar sua própria vitamina D.
Junto com o cálcio, a vitamina D desempenha um papel importante
associado com a redução do risco de câncer, principalmente de mama e cólon.

Certos fatores devem ser considerados, como a quantidade de melanina


presente na pele da pessoa, altitude, latitude, etc. Contudo, é preciso ter cautela,
pois a exposição excessiva aos raios UV pode causar câncer de pele.

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2.1.12 Raio x

O tratamento de radiação é por natureza, carcinogênico e, com isso,


recomenda-se sua utilização em casos de tumores malignos, em estágios
avançados, e que possam ser localizados com precisão para reduzir os danos nos
tecidos vizinhos. A radiação pode danificar o DNA tanto das células cancerosas,
como o de algumas células sadias.
O raio X é uma fonte de radiação de grande energia e, por isso, não se
aconselha se submeter a eles frequentemente.

FIM DO MÓDULO II

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