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Resumo Portugal No Sec XIII
Resumo Portugal No Sec XIII
As atividades económicas
A partir de meados do século XIII, com o fim das lutas contra os Mouros, teve
Nesta época, como quase toda a população portuguesa vivia no campo, as atividades
estas atividades, a agricultura destacava-se como a mais importante, por ser a principal
sendo frequentes as faltas de cereais. Esta situação agravava-se nos anos de grandes
epidemias.
O aproveitamento do mar
A produção artesanal
Eram os habitantes das várias aldeias do país que faziam o seu próprio vestuário e
calçado, bem como os variados objetos e utensílios de que necessitavam para o seu dia-a-
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dia. Nas cidades e vilas, a produção artesanal era realizada manualmente com ferramentas
O comércio
mais vezes por ano e duravam vários dias atraindo os habitantes das regiões vizinhas e
Para atraírem moradores para regiões mais despovoadas, alguns reis, como D.
Afonso III e D. Dinis, criaram feiras francas, isto é, feiras em que os vendedores não
eram também eles quem divulgava as notícias pelos vários sítios por onde passavam.
O comércio externo
azeite, frutos secos, peles, peixe seco, sal, mel e cera e importando cereais, especiarias,
comércio externo, ou seja, o comércio que um país faz com outros países, era feito nas
Situadas a meio caminho das rotas comerciais que ligavam o norte e o sul da
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C.1.2.1.: A sociedade portuguesa no século XIII
Os grupos sociais
de acordo com as tarefas que desempenhavam e a riqueza que possuíam. Esses grupos
O Clero
O Clero era formado por todos aqueles que se dedicavam à vida religiosa e tinha
e cardeais, que viviam junto das populações, nas cidades, vilas e aldeias; e em clero regular,
formado pelos monges, frades e freiras, que viviam fora das povoações, em mosteiros e
conventos.
religiosas eram comunidades de monges que viviam de acordo com regras próprias aceites
por todos. Algumas destas ordens religiosas, as ordens religiosas militares, eram formadas
A Nobreza
O Povo
sociedade.
Privilégios e obrigações
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Apesar de constituírem apenas 10% da população portuguesa, o Clero e a Nobreza
eram dois grupos sociais privilegiados, pois só eles é que tinham direitos e poderes que o
resto da população não tinha, como, por exemplo, possuir muitas terras, não pagar
impostos ao rei, receber impostos do povo e aplicar a justiça nas suas terras.
Dada a sua importância e prestígio, era também entre estes dois grupos sociais que
Pelo contrário, o Povo, constituindo 90% da população, era um grupo social não
privilegiado, pois não tinha quaisquer direitos e estava sujeito a muitas obrigações, tais
como, trabalhar nas terras do rei, da Nobreza e do Clero, pagar muitos impostos, e
Uma pessoa do povo muito dificilmente conseguia vir a fazer parte da Nobreza e só
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C.1.2.2.: A vida nos senhorios nobres no século XIII
À medida que iam conquistando terras aos Mouros, os reis reservavam para si uma
parte delas e davam as restantes aos cavaleiros nobres e às Ordens Religiosas Militares
que lhes tinham prestado ajuda militar, com a obrigação de as povoarem, cultivarem e
defenderem.
Estas terras dadas pelo rei à Nobreza e ao Clero ficaram conhecidas por senhorios
ou domínios senhoriais.
Os senhorios nobres
onde, para além da casa senhorial e da igreja, se localizavam as melhores terras, bem
como o moinho, o forno e o lagar, que os camponeses podiam utilizar mediante pagamento.
A casa senhorial
A casa senhorial era habitualmente uma torre fortificada, protegida por uma
muralha, situada na parte mais elevada do senhorio. O seu interior era frio e
desconfortável.
serviam as refeições.
tudo se guardava.
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À noite, a iluminação era conseguida com a luz da lareira, de tochas nas paredes e
de velas de cera.
A vida da Nobreza
Os filhos dos nobres eram educados desde crianças para serem cavaleiros. Após
aprenderem a manejar bem todo o tipo de armas e a manobrar o cavalo nas mais diversas
A alimentação dos nobres era mais rica e variada que a dos camponeses, sendo
abundante à sua mesa o pão, as carnes, o queijo e o vinho e muito raros os doces.
Os seus banquetes eram feitos em longas mesas formadas por uma tábua assente
em cavaletes e ladeadas por bancos corridos. Em vez de pratos, usavam grandes fatias de
pão onde colocavam a comida que retiravam das travessas servidas pelos criados. Como o
garfo era um talher ainda desconhecido, comiam com os dedos. A colher era pouco utilizada
A vida dos camponeses era muito dura, pois trabalhavam gratuitamente, de sol a
sol, nas terras dos seus senhores vários dias por semana; tinham de pagar-lhes uma renda
para cultivar as terras de que viviam, bem como pela utilização do moinho, do forno e do
lagar; e ainda tinham de prestar-lhes vários serviços. Se um camponês não cumprisse com
pessoas e animais, cobertas de colmo e com uma única divisão, de chão de terra batida,
a algum toucinho e, à falta de pão, a castanha, sendo raro o consumo de carne. Os maus
anos agrícolas traziam-lhes inevitavelmente a fome e, para muitos deles, a própria morte.
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Os momentos de descanso e distração dos camponeses eram os dias santos - em
que, depois das missas, dançavam e cantavam - e a ida às feiras da região, quando se
realizavam.
dependências, sendo a igreja a mais importante de todas. Para além desta, existiam a sala
do capítulo, o salão onde os monges se reuniam com o seu superior - o abade - para
despensas.
Os monges de cada ordem religiosa usavam um traje – o hábito – que era igual para
muito rígido, com horas para se levantarem, comerem, rezarem, realizarem as mais
variadas atividades e se deitarem. Nos seus tempos livres, conviviam entre si, nos claustros
prestar ajuda aos mais necessitados - viúvas, órfãos e mendigos; tratar os doentes nas
enfermarias dos mosteiros, com remédios que preparavam a partir de plantas medicinais; e
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proporcionar descanso, alimento e abrigo a viajantes e peregrinos nas albergarias dos
mosteiros.
Como pertenciam ao grupo social mais culto da época, eram também os monges
quem ensinava a ler e a escrever os futuros monges ou os filhos das famílias mais ricas
Nas bibliotecas dos mosteiros, alguns deles - os monges copistas – faziam novos
livros, copiando à mão os poucos que existiam e decorando algumas letras com belos
desenhos - as iluminuras.
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C.1.2.4.: Os concelhos no século XIII
foral.
A criação da maior parte dos concelhos foi da iniciativa dos reis e tinha como
objetivos atrair populações para regiões mais despovoadas e fazer o aproveitamento das
respetivas terras.
direitos que os camponeses dos domínios senhoriais não tinham. Alguns deles – os homens-
bons – eram donos de terras e tinham enriquecido, tendo adquirido respeito e influência
foral, mas só aqueles que nela estavam fixados e que, por isso, nunca podiam aumentar
eram colunas de pedra onde se expunham e castigavam aqueles que tinham sido condenados
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C.1.2.5.: A Corte e as Cortes
A Corte
O rei era o mais importante de todos os nobres e a extensão das suas terras,
espalhadas por todo o país, era muito maior do que as de qualquer outro senhor. Por
vezes, acompanhados pela sua Corte, os reis passavam partes do ano nas terras que
nobres mais importantes) que viviam com o rei e o acompanhavam nas suas deslocações pelo
cunhar moeda.
As Cortes
Quando os reis tinham de tomar decisões muito importantes para a vida do país, e
para as quais a opinião dos seus conselheiros não era suficiente, reuniam as Cortes para
Nobreza e Povo) que se pronunciavam sobre assuntos importantes para a vida do país.
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