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Aula 7 Direitos Humanos No Brasil
Aula 7 Direitos Humanos No Brasil
1o bimestre - Aula 7
Ensino Médio
● Identificar o processo de construção
de direitos no Brasil, observando
● Cidadania no Brasil; como conquistas jurídicas, não
necessariamente, representaram o
● Direitos civis, políticos e sociais acesso à cidadania;
(T.H. Marshall); ● Compreender os conceitos de
direitos civis, políticos e sociais a
● Direitos das mulheres no Brasil; partir das concepções de T.H.
Marshall, problematizando como o
Brasil teve uma experiência distinta
● Exclusão do direito do negro no das teorias do autor;
pós-abolição. ● Analisar casos específicos de
progressos e entraves ao acesso a
direitos: o caso dos negros no pós-
abolição e das mulheres.
TODOS FALAM!
Desenho de Henfil*
Acervo do Museu da República.
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FONTE 2. Cidadania no Brasil: o mapa da viagem!
[...] Mas as coisas não caminharam tão bem em outras áreas. Pelo
contrário. [...] desde o fim da ditadura, problemas centrais de nossa
sociedade, como a violência urbana, o desemprego, o analfabetismo
[...], e as grandes desigualdades sociais e econômicas ou continuam
sem solução, ou se agravam, ou quando melhoram, é em ritmo muito
lento”. (CARVALHO, 2012).
Correção
A imagem de Henfil é um chamamento à população para participar, com
sugestões de emendas, da Constituição de 1988 no contexto de
redemocratização de nosso país (após a ditadura civil-militar de 1964-
1985). Durante meses, em 1987, cidadãos e entidades representativas,
trouxeram proposições para a nova Constituição (segundo os dados
foram coletadas 72.719 sugestões de cidadãos de todo o País, além de
outras 12 mil sugestões dos constituintes e de entidades
representativas). O texto ficou conhecido como A Constituição cidadã,
por seu caráter participativo e que efetivou direitos fundamentais: os
direitos civis e políticos e os direitos sociais, ou seja, efetivou a criação
de emendas a partir dos anseios da população.
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Correção
A crítica do historiador José Murilo de Carvalho se dá pela
historicidade do texto constitucional, já que garantir a cidadania
juridicamente não a torna efetiva na prática. A escolha por governantes
no contexto (voto), a liberdade almejada após um período de grande
repressão e de ausência de direitos, não levaram a toda população,
automaticamente, o exercício de direitos sociais, por exemplo,
problemas primários na sociedade brasileira, como emprego, saúde,
segurança etc.
Democracia e cidadania: direitos civis, políticos e sociais
“A moderna cidadania foi construída gradativamente em um conjunto de
países ocidentais. Em 1950, o sociólogo britânico Thomas Humphrey
Marshall (1893-1981) publicou um livro que se tornaria clássico:
Cidadania e classe social (Citizenship and social class), estudo que dizia
respeito à Inglaterra, mas que se tornou um modelo do que aconteceria,
analogamente, em outros países ao longo do século XX. O conjunto dos
direitos civis, políticos e sociais forma a chamada cidadania substantiva”.
(AMORIM, 2020).
Glossário
Analogamente: igual, semelhante.
Direitos civis
● “São os direitos relativos às liberdades individuais de expressão, de
pensamento, de ir e vir, liberdade religiosa e direito à justiça. Os direitos
e liberdades civis são os mais antigos da história da constituição dos
direitos da cidadania. Remetem às revoluções burguesas, no século
XVIII, que instituíram a igualdade de todos perante a lei. Ou seja,
estabeleceram que ninguém seria diferente do outro por nascimento,
todos seriam iguais já ao nascer. Marcou-se, assim, uma mudança
substancial na relação das pessoas em sociedade. As diferenças de classe
social continuariam a existir, mas a igualdade jurídica ficava garantida”.
(AMORIM, 2020).
Direitos políticos
● “São os direitos que asseguram a todas as pessoas a participação
no poder político da sociedade. Trata-se do direito a votar e
também de ser votado, de fazer parte ou escolher quem fará parte
dos poderes Legislativo e Executivo. Com a instituição universal
dos direitos políticos, a política passou a incluir também os
trabalhadores e não apenas as elites econômicas. Essa conquista
foi resultado dos movimentos populares dos trabalhadores, que
se organizaram para exigir participação política.
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Direitos políticos
● Desta forma, as camadas populares ficaram cientes de que sua
participação no exercício do poder político era indispensável para
defender seus próprios interesses. Os direitos políticos são
conquistas típicas já do século XIX. Ainda assim, na maior parte dos
países, mulheres e analfabetos tiveram esses direitos reconhecidos
apenas ao longo do século XX, após a intensa reivindicação de
movimentos sociais”. (AMORIM, 2020).
Direitos sociais
● “São os direitos à educação, à saúde, à moradia, todos com qualidade, e
inclusive à renda mínima. Como todos os outros, são direitos que o Estado
tem (ou deveria ter) a obrigação de garantir e tornar universalmente
acessíveis. Os direitos sociais são conquistas mais tardias, típicas do século
XX, devido à resistência permanente dos capitalistas em permitir níveis
econômicos de vida mais digna aos trabalhadores. Até por isso, os direitos
sociais são um divisor de águas no desenvolvimento da cidadania, tal como
a conhecemos hoje. Sua função é justamente garantir condições mínimas de
bem-estar social e econômico para que as pessoas possam exercer os
outros direitos civis e políticos”. (AMORIM, 2020).
Virem e conversem!
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Grupo 1
A questão não foi somente a falta de políticas públicas com relação aos
ex-escravos e seus descendentes no pós-abolição. Houve mesmo
políticas públicas no período republicano reforçando a intolerância
contra a população negra: concentração fundiária nas áreas rurais,
marginalização e repressão nas áreas urbanas”. (GOMES, 2008).
Grupo 2
TEXTO 1. Código civil de 1916
Art. 1. Este Código regula os direitos e obrigações de ordem privada
concernentes às pessoas, aos bens e ás suas relações.
Art. 2. Todo homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil. [...].
Art. 6. São incapazes, relativamente a certos atos (ou à maneira de os
exercer:
I. Os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos).
II. As mulheres casadas, enquanto subsistir a sociedade conjugal.
III. Os pródigos.
IV. Os silvícolas.
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Grupo 2
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Grupo 2
Correção
Já os textos 3 e 4, fazem referência ao contexto posterior a 1930, no
qual, o país passou a dispor de um novo Código Eleitoral, ainda que uma
Lei Estadual tenha permitido já em 1927 no Rio Grande do Norte o voto
feminino, finalmente, em 1932, as mulheres brasileiras adquirem o
direito de votarem e serem votadas (direitos políticos). Nas eleições da
Assembleia Constituinte de 1934, o Brasil teve sua primeira
representante feminina (Carlota Pereira Queirós).
Todo mundo escreve!