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 Detecção de doenças graves e tratáveis antes

RESUMÃO UC 22
mesmo do aparecimento dos sintomas, prevenindo
Marcos do desenvolvimento
problemas como retardo mental ou óbito.
 Permite a identificação dos portadores permitindo o
aconselhamento genético
 Reduz a morbimortalidade e melhora a qualidade de
vida destas pessoas.
Fases de implantação do PNTN:
Fase 1. Fenilcetonuria e hipotireoidismo congênito
Fase 2. + doenças falciformes e outras hemoglobinopatias.
Fase 3. + fibrose cística.
Fase 4. + hiperplasia adrenal congênita.
Doenças identificadas:
1. Fenilcetonúria – doença autossômica resseciva.
Acomete o cromossomo que codifica a enzima
fenilalanina-hidroxilase (FAL). Isso impede a conversão
hepática de fenilalanina (aminoácido essencial) levando
ao seu acúmulo. Gera sintomas como retardo mental,
microcefalia, convulsões, hipopigmentação cutânea e
irritabilidade.
Odor da urina e atraso do desenvolvimento
Diagnóstico com dosagem de FAL, enzima e cofator
2. Hipotireoidismo congênito: caracterizado pela baixa ou
ausência na produção dos hormônios tireoidianos. Sinais
e sintomas são atrasado no desenvolvimento,
hipotermia, icterícia, fontanelas amplas.
3. Fibrose cística: produção excessiva das secreções e muco
mais espesso. Sinais e sintomas presentes incluem
obstrução intestinal, baixo peso, desnutrição, problemas
respiratórios, suor salgado.
4. Deficiência de biotinidase (vit. B7): doença metabólica
em que há deficiência da enzima biotinidase responsável
pela absorção e regeneração orgânica da biotina. Sinais
e sintomas incluem distúrbios neurológicos, alopecia,
dermatite eczematoide.
Diagnóstico dosagem e atividade enzimática.
Sequelas auditivas e visuais.
5. Anemia falciforme: alteração nos eritrócitos por
alterações estruturais no grupamento hemoglobina.
6. Hiperplasia adrenal: síntese inadequada de cortisol,
Teste de triagem neonatal
aldosterona ou ambos (↓cortisol e ↓aldosterona).
Engloba a triagem neonatal biológica, auditiva, ocular e
Ocorre por defeitos em uma das enzimas das
cardíaca.
suprarrenais envolvidas na síntese destes hormônios. Há
Teste do pezinho:
produção excessiva de andrógenos. Sinais e sintomas
 Realizado entre o 3° aos 5° dia de vida
incluem ausência de menstruação, virilização pós-natal,
 É um exame obrigatório e gratuito
crescimento rápido e maturação esquelética prematura.
 Teste básico permite a identificação de 6 doenças e o
Defeito na enzima 21-hidroxilase e 17-hidroxi-
teste ampliado até 53 tipos de doenças.
progesterona
 Básico: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria,
Aumento da produção de andrógenos
fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia
Classificação: clássica perdedora de sal (virilização + crise
adrenal e deficiência de biotinidase.
adrenal, desidratração), clássica não perdedora de sal
 Ampliado: galactosemia, deficiência de G6PD,
(virilização) e não clássica (início tardio e virilização)
tirosinemia, leucinose, etc.
Benefícios:
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Fibrose cística (mucoviscidose ou doença do beijo salgado) Quadro clínico
 Doença autossômica recessiva Íleo meconial Diarreia crônica
 Comum em brancos (caucasianos) Tosse crônica Desnutrição
 Define-se por uma disfunção no gene que codifica a Suor salgado Desidratação frequente
proteína CFTR (gene regulador de condutância Dispneia Pneumonias de repetição
transmembrana de fibrose cística). Sinusite crônica Baqueteamento digital
 O defeito da FC é no canal de cloro. Cirrose hepática Prolapso retal
 Tal defeito gera disfunção das glândulas exócrinas Esteatorréia (fezes gordurosas);
(produtoras de muco) principalmente pâncreas e Doença pulmonar
pulmão.  É a principal causa de morbidade e mortalidade da
 Resulta num transporte anormal de íons de cloro através fibrose cística
dos ductos das células sudoríparas e da superfície  Seu mecanismo envolve a viscosidade excessiva das
epitelial das células da mucosa. secreções respiratórias que evoluem e obstruem os
CFTR – proteína reguladora da condutância transmembrana brônquios e preenchem as vias aéreas causando
da fibrose cística impactação e aprisionamento aéreo regional e formação
 CFTR está localizado na membrana apical das células de bronquiectasia.
epiteliais.  Sua evolução é acompanhada por inflamação e
 Está envolvida na regulação do fluxo de vários íons com processos infecciosos significativos.
destaque ao íon cloro.  Agentes etiológicos mais comuns: Staphilococcus aureus,
 Disfunção do CFTR geram: Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa.
 Grande reabsorção de sódio e água  Quadro clínico: progressivo, exacerbações respiratórias
 Desidratação das secreções mucosas recorrentes, desnutrição, alterações na conformação
torácica, hipóxia, baqueteamento digital, hipercapnia.
 Aumento da viscosidade
Insuficiência pancreática
 Obstrução dos ductos com reação inflamatória.
 Decorrem da obstrução dos canalículos pancreáticos por
Classes de mutações
tampões mucosos que impedem a liberação das enzimas
1. CFTR não é sintetizado
para o duodeno, levando a má digestão de gorduras,
2. Defeito na síntese de CFTR (mais comum) com
proteínas e carboidratos.
quantidade mínima funcional atinge a membrana apical.
3. Defeito de maturação com redução do tempo de  Tal fato promove diversas manifestações
abertura do canal de cloreto. gastrointestinais como diarreia crônica ou obstrução,
4. Defeito na condutância da CFTR mesmo quando aberto desnutrição energético proteica e desnutrição.
tem função reduzida  A primeira manifestação da insuficiência pancreática é o
5. Redução parcial da função CFTR íleo meconial:
6. Raras – degradação gradativa e progressiva da CFTR  Refere-se ao bloqueio do intestino delgado no RN
Classes de 1-3 são mais graves, e de 4-6 mais brandas. provocado por conteúdo intestinal (mecônio)
Fisiopatogenia espesso.
Fisiologicamente, há reabsorção passiva dos íons sódio e de  Dificuldade de eliminação do mecônio.
cloreto a partir da luz das glândulas exócrinas, diminuindo-se  Sintoma presente entre 10-20% dos RN
perda de eletrólitos nas secreções. Na FC, há bloqueio da Diagnóstico
secreção do cloreto através da membrana apical das células 1. Presença de sinais e sintomas sugestivos e/ou
epiteliais glandulares, resultando em seu acúmulo 2. História familiar positiva e/ou
intracelular, acompanhado do movimento passivo de sódio e 3. Resultados alterados de tripsina imunorreativa (IRT)
água para esse compartimento, para manter a eletro na triagem neonatal, confirmados por:
neutralidade com a. Teste do suor alterado
consequente influxo de b. Presença de 2 mutações conhecidas para
água, o que leva a uma FC ou
desidratação da superfície c. Diferença de potencial transepitelial
celular, com formação de Observações:
muco espesso  A dosagem de tripsinogênio imunorreativo é feita em 2
característico da doença. etapas (5° dia de vida e 30° dia de vida).
 Frente a 2 dosagens positivas para FC, realiza-se o teste
do suor.

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 O teste do suor é confirmatório quando positivo em 2 Tratamento não farmacológico
amostras. O teste é feito com a estimulação com  Requerimentos nutricionais: dieta hipercalórica,
pilocarpina (droga parassimpáticomimética que estimula hiperlipídica e hiperproteica para suprir os
a sudorese). requerimentos nutricionais aumentado devido as perdas
 Teste normal não exclui diagnóstico. sistêmicas.
 Suplementação de micronutrientes: à má absorção
intestinal das vitaminas lipossolúveis, o estresse
oxidativo e a comum ingestão insuficiente de alimentos
fontes de vitaminas é recomendada a suplementação
diária, em solução hidrossolúvel.
 Teste genético é indicado a todos os pacientes com
 B12
diagnóstico de FC independente do teste de suor. Nele é
 Vitamina D e K a partir dos 6 anos
identificado as variantes de mutações do gene CFTR. É
 Suplementação de vitaminas lipossolúveis.
útil para avaliação prognóstica.
 Suplementação de minerais e oligoelementos.
 Ferro, Cálcio, Sódio, Magnésio e Zinco.
Tratamento medicamentoso
Insuficiência pancreática:
 Administração de enzimas pancreáticas para aumentar a
absorção de gorduras e outros nutrientes, reduzir
quadro de diarreia e favorecer o ganho ponderal.
 Incluem administração de lipase, amilase e protease
 A pancreatina é único suplemento disponível no Brasil.
 O tratamento é mantido por tempo indeterminado.

Doença pulmonar:
 O tratamento diário é a prática de nebulização seja por
solução isotônica (0,9%), hipertônica (7%) ou com
medicamentos.
 A solução salina hipertônica, mucocinética, atua como
hidratante das vias aéreas e provoca tosse, auxiliando na
eliminação das secreções pulmonares.
 Pode provocar broncoespasmo, devendo ser
precedida pela inalação de broncodilatadores.
 Dose recomendada é de 4mL por inalação 2x/dia.
 Alfadornase é utilizada por via inalatória com objetivo de
reduzir o muco das vias aéreas facilitando sua
expectoração e desobstrução das vias aéreas.
 Indicada para estágios iniciais da doença e para
crianças > 6 anos.
Exames laboratoriais: Necessários para diagnóstico de Infecções respiratórias:
carências nutricionais e monitoramento. Devendo ser feitos  Visa a erradicação do agente
periodicamente.  O antibiótico mais estudado é a tobramicina por uso
Diagnóstico diferencial inalatório, recomendado para pacientes > 6 anos com
infecções crônicas de P.auriginosa
 É recomendada inalação de 300mg 2x/dia por 28
dias.
 Deve ser associada ao uso de ciprofloxacina oral por
2/3 semanas

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 O paciente deverá ser suspenso se permanecer sem Fisiologia
agente na cultura de secreção respiratória por um Receptores nucleares de hormônios tireoidianos (TRs) são
período de 1 ano. fatores de transcrição e estão nas membranas celulares. T3
 Azitromicina oral 3 vezes por semana para pacientes > atua na expressão de proteínas que agem no metabolismo de
5anos e cronicamente colonização, atua como osteopontina e osteoprotegerina. Nos ossos e no cérebro T3
imunomodulador, melhorando a função pulmonar e e T4 ativam os receptores nucleares estimulando a
redução das exacerbações. transcrição do DNA e RNA e logo a tradução do RNA em
Imunizações: proteínas nos tecidos específicos.
 Todo paciente com FC deve receber imunização No HC a redução destes hormônios causa nos ossos um
conforme indicado pelo MS. atrado generalizado na ossificação intramembranosa e
 Devem receber vacina conta HBV (hepatopatia), endocondral. Alteração na lamina epifisal, acarretando
influenza, pneumococo e varicela. ↓espessura, ↓da diferenciação proliferativa/hipertrófica, ↓
Hipotireoidismo congênito do crescimento.
 Distúrbio metabólico sistêmico Já no SNC fisiologicamente o T3 atua na sinpatogênese,
 Caracteriza-se pela secreção insuficiente dos hormônios integração neural, migração celular e mielinização.
tireoidianos (tiroxina e triiodotironina). Diagnóstico
 Estes hormônios têm funções relacionadas a vários  Triagem neonatal com dosagem de TSH em papel filtro
órgãos, mas principalmente na mielinização e maturação  Realizado no teste do pezinho entre o 3° ao 5° dia de
do SNC no neonato até os 2/3 anos de vida. vida.
 É o defeito endócrino metabólico congênito mais  Situações especiais incluem: prematuros, BPN,
prevalente. gemelares, em uso de dopamina ou amiodarona,
 Causa mais comum de deficiência mental passível de exposição ao iodo, anomalia cardiaca congênita e RNs
prevenção. enfermos deve-se optar por:
 Classificação: primário (tireoide), secundário (hipófise) e  Repetir o exame com 1 mês de vida ou na alta
terciário (hipotálamo). hospitalar (o que acontecer primeiro) ou
 85% dos casos refere-se a HC primário.  Realizar a triagem tripla no 5°, 10° e 30° dia de vida.
Etiologias TSH T4 livre e total
Hipotireoidismo primário
- Disgenesias Elevado Diminui
- Disormonogênese
Diminuído ou
Normal ou
Hipotireoidismo central Diminuído
Discretamente Confirmação diagnóstica
elevado  Dosagem de TSH e T4 em amostra de sangue venoso
Hipotireoidismo  Pacientes com TSH > 10 mUI/L e T4 livre ou total baixos
transitórios Diminui ou confirmam diagnóstico.
Elevado com
-Deficiência de iodo com
normalização
-Excesso de iodo normalização
posterior
-Passagem de anticorpos posterior
maternos
Manifestações clínicas
Icterícia prolonga Dificuldade de sucção
Hipotermia Livedo reticular Confirmação etiológica
Hipotonia Obstipação intestinal  US cervical
Letargia Hérnia umbilical  Cintilografia com pertecnetato de tecnécio (99mTc) ou
Mixedema Macroglossia iodo-123
Cretinismo Fontanelas alargadas  Dosagem de tireoglobulina associada a USG cervical para
Obs: o mixedema decorre do acúmulo de proteínas diferenciar atireoise ou ectopia glandular.
produzidas, tendo em vista a diminuição dos processos  Dosagens de anticorpos antitireoidianos – Ac
metabólicos. O que confere um “gel” tecidual nos espaços antiperoxidase e AC bloqueador do receptor de TSH.
intersticiais.  Dosagem de iodo
Mnemônico MC LIL: Mixedema, Cretinismo, Letargia,
Icterícia, Livedo reticular.

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Doença falciforme = doença heterozigótica (SC, DE,SD,
BbetaTAL).
 Existe ainda variante S-talassemia (tem uma S e a outra
é B0 ou B+).
 Lembrar da variante CS
Fisiopatologia
 Ocorre substituição de adenina por timina (GAG > GTG),
codificando valina ao invés de ácido glutâmico na
posição 6 da cadeia β-globina, com produção de
hemoglobina S.
 O processo primário desse evento é a polimerização ou
gelificação, no qual sob desoxigenação, a presenças da
valina geram um agregado de hemoglobina
polimerizada.
 A polimerização progride, com adição de moléculas
Tratamento
sucessivas de HbS à medida que a porcentagem de
 Utilização da levotiroxina
saturação de oxigênio da hemoglobina diminui.
 Dosagens entre 10-15mcg/kg são as mais utilizadas
 A falclização ocorre pela polimerização reversível da HbS
 Sua administração é por via oral dentro da célula sob a desoxigenação. Mas com a
 Devendo os comprimidos serem amassados e completa desoxigenação formam as células as foices.
misturados com agua ou leite materno em uma colher.  A hemoglobina fetal inibe a polimerização, fenômeno
 Seu uso deve ser entre as mamadas/refeições que gera a redução da sintomatologia da doença.
 Não se pode utilizar concomitantemente ao leite de soja,
ferro e cálcio.
 Em pacientes com insuficiência adrenal concomitante
deve iniciar o tratamento com corticoterapia para em
seguida utilizar a levotiroxina para evitar crise adrenal.

Manifestações clínicas
 As manifestações têm início após os 6 meses de vida,
porque nesta idade há predomínio da hemoglobina fetal
no lactente. Após os 6 meses de inicia o predomínio de
HbS.
Anemia:
 Ocorre uma anemia hemolítica (normo/normo)
 Quadros geralmente com poucos sintomas.
 Aumento nos níveis de bilirrubina indireta,
hiperplasia eritroide (MO) produzindo icterícia
 Há presença de RETICULOSE.
CRISES DE FALCILIZAÇÃO:
Crise vaso-oclusiva
Anemia falciforme  Dor AGUDA em osso longos, articulações, região lombar,
 Caracteriza-se por uma anemia hemolítica crônica com tórax, pelve, couro cabeludo e face.
presença de fenômenos vasoclusivos que levam a crises  Dor por isquemia
dolorosas agudas e à lesão tecidual e orgânica crônica e  Seus fatores desencadeantes são infecções,
progressiva. desidratação e tensão emocional.
 É uma doença genética autossômica recessiva  É frequente entre 3° e 4° década de vida
 O cromossomo 11 com alteração na cadeia beta  A micro-oclusão sobretudo da MO é o fator inicial do
Anemia falciforme = doença homozigótica (SS) associada à episódio doloroso, gerando isquemia dos tecidos e
persistência hereditária da hemoglobina fetal. consequentemente levando a resposta inflamatória
aguda.
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Priapismo Ocorre esplenomegalia com queda súbito no nível de
 É definido como uma ereção involuntária, sustentada e hemoglobina até valores < 5 g/dL há RETICULOCITOSE.
dolorosa, devido à vaso-oclusão que obstrui a drenagem Há risco de choque hipovolêmico e morte.
venosa do pênis, deve ser considerada uma emergência Diagnóstico laboratorial
médica  Teste de triagem neonatal
 Comum a noite com duração ≥ 3 horas  Realizar entre 48h até 5° dia de vida
 Pode levar a disfunção erétil  Se positivo encaminhar ao centro de referência
Síndrome mão-pé para educação e medidas profiláticas
 Primeira manifestação da anemia falciforme  Hemograma – pode haver plaquetose pelo estimulo da
 Ocorre em crianças de 6 meses até 3 anos MO.
 Dor por isquemia periosteal, presença de dactilite e  Leucograma – podem apresentar leucocitose
radiografia normal  Eletroforese de hemoglobina
 Há edema de mãos e pés  Dosagens de hemoglobina fetal
 Hemácia se polimeriza dentro da MO  Marcadores de hemólise – aumento da bilirrubina
Crise aplástica indireta, redução haptoglobina sérica, aumento do
 É a acentuada redução nos níveis de Hb acompanhada urobilinogênio urinário e
de reticulopenia  Mielograma – pode apresentar hiperplasia eritroide da
 São raras MO
 Geralmente ocorrem após infecções como parvovírus
B19 em crianças, e nos adultos infecções por
Streptococcus pneumoniae, salmonela e EBV.
 Não há esplenomegalia mas há presença de
RETICULOPENIA (insuficiência transitório da
eritropoese).
 Clinicamente: febre, dor óssea, inapetência, é
autolimitada durando de 5 -10 dias.
 Alguns pacientes necessitam de hemotransfusão.
 DX diferencial: oxigenação com tensão máximo por 2
dias (iatrogenia) e deficiência de ácido fólico
(principalmente em grávidas).
Síndrome torácica aguda
Tratamento
Caracteriza-se por infiltrado pulmonar novo, sinais e
Tratamento agudo (emergência)
sintomas respiratório (dor torácica, tosse, dispneia,
 Hidratação – tendo a atenção de não fazer hiper-
taquipneia).
hidratação
Em crianças geralmente há febre
 Oxigenação apenas se sat < 92%
É causada por infecções, embolia de medula óssea necrótica,
 Analgesia – incluindo opioides, visto que ao diminuir a
vaso-oclusão pulmonar, embolia gordurosa e sequestro
dor se diminui a taxa de afoiçamento.
pulmonar.
 Antibioticoterapia – ceftriaxona em casos de:
Critérios diagnósticos para STA.
Presença de infiltrado novo na radiografia + 1 dos:  Febre > 38,5
Dor torácia  Hipotensão
Febre ≥ 38,5  Hb < 5
Dispneia  Leucócitos > 30.000
Hipoxemia Hidroxiúreia (UH)
Expectoração purulenta  Atua na inibição da enzima ribonucleotídeo redutase
 Tratamento: antibioticoterapia agressiva de amplo  Leva a ↑da produção de HbF, da hidratação do glóbulo
espectro, manter SO2 > 92%, uso de transfusão simples vermelho e da taxa hemoglobínica, além de ↓da
ou de troca. hemólise, maior produção de óxido nítrico e ↓ da
Crise de sequestro esplênico expressão de moléculas de adesão.
Decorre do repentino acúmulo intraesplênico de grandes  É uma droga que causa neutropenia e trombocitopenia
volumes de sangue (redução do sangue circulante)  Apresenta alto risco de toxicidade hematológica, e tem
Esta intercorrência inicia-se a partir dos 5 meses de vida, alto potencial carcinogênico e teratogênico.
sendo rara após os 2 anos. Indicação:

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 Pacientes com SS, S beta talassemia TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR
 Crises dolorosas frequentes 3 ou + internações em
12 meses
 Síndrome torácica aguda
 Anemia grave sintomática
 AVE
 Priaprismo grave ou recorrente
Prevenção de infecções
 Devido a asplenia funcional apresentam maior
susceptibilidade a infecções por S. pneumoniae.
 A profilaxia ocorre com administração de penicilina oral
devendo ser iniciada a partir do 2° ou 3° mês de vida com
penicilina V até os 5 anos de vida.
 Utilizada a cada 21 dias
 Em caso de impossibilidade de uso por via oral a
penicilina G injetável deve ser considerada.
 E em casos de alergias à penicilina uso de eritromicina
por via oral pode ser usada.
Reposição de ácido fólico
 5mg/dia
 Devido a hiperplasia eritropoética ANATOMOFISIOLOGIA PANCREÁTICA
Crizanlizumab  Pâncreas é uma glândula retroperitoneal.
 É um anticorpo monoclonal de imunoglobulina  Está posteriormente à curvatura maior do estômago.
humanizada que se liga a p-selectina, bloqueando  Divide-se estruturalmente em cabeça, corpo, cauda e
efetivamente a adesão celular e melhorando o fluxo processo uncinado.
sanguíneo microvascular.  Histologicamente: possui aglomerados de células
 Atua nas crises álgicas epiteliais glandulares, sendo a maior parte formado por
Voxelotor ácinos (exócrina) e outra porção as ilhotas pancreáticas
 O fármaco é um inibidor da polimerização da (endócrina).
hemoglobina S desoxigenada, a anormalidade principal
da doença, com isso as células falciformes tendem
menos a ligar-se entre si e a serem menos destruídas.
Transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH)
 É o único tratamento curativo da doença falciforme.
 Reservados para casos graves
 Há grandes risco durante o procedimento onde o
benefício deve ser superior aos malefícios.
Hemotransfusão
 Ilhotas pancreáticas é formada por diferentes tipos
 Transfundir sempre que o hematócrito tenha caído mais
celulares sendo:
de 20% abaixo do nível de base do paciente, ou quando
 Células alfa secretam glucagon, que eleva o nível
houver sinais de descompensação hemodinâmica
sanguíneo de glicose.
induzida pela anemia.
 Células beta secretam insulina, qual reduz o nível
 Objetivo: Hb S < 30%
sanguíneo de glicose.
 Células delta secretam somatostatina, atua
inibindo a secreção de GH.
 Células F (PP) secretam polipeptídio pancreático,
por sua vez inibe a secreção de somatostatina, a
contração da vesícula biliar e a secreção de
enzimas digestivas do pâncreas.

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Complicações
 Distúrbios microvasculares e macrovasculares que
resultam em:
 Retinopatia
 Nefropatia
 Neuropatia
 Doença coronariana
 Doença cerebrovascular
 Doença arterial periférica
 A cetoacidose diabética é uma importante causa de
óbito para paciente com DM tipo 1.
 Já no DM tipo 2 a principal causa de óbito são as doenças
cardiovasculares.
Classificação
Diabetes mellitus tipo 1
 Doença autoimune e poligênica
 Decorrente da destruição das células β pancreáticas
 Há deficiência completa na produção de insulina
 No Brasil a DM tipo 1 ocupa o 3 ° lugar em prevalência
de DM1.
 É frequentemente diagnosticada em crianças (< 5 anos)
90% dos casos, adolescentes e adultos jovens.
 Tem incidência comum entre os sexos.
 Divide-se em DM1 tipo A e tipo B
DIABETES MELLITUS  Os autos anticorpos geralmente precedem a
É um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia hiperglicemia por anos levando ao estágio pré-diabético.
persistente, decorrente da deficiência de produção de  A fase clinicamente ativa manifesta com início abrupto
insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. podendo ocorrer cetoacidose diabética como primeira
Epidemiologia manifestação.
 É um problema de saúde mundial e em constante  Na maioria dos pacientes ocorre manifestações clínicas
crescimento, sendo a 4° e 8° principais causas de óbitos clássicas 4Ps (poliúria, polidipsia, polifagia, perda de
nos países desenvolvidos. peso).
 A sua alta prevalência está associada aos fatores de  Peso normal, sobrepeso ou obesidade não exclui DM1
urbanização, transição nutricional, excesso de DM Tipo 1 A
peso/obesidade, envelhecimento populacional e vida  Forma mais frequente de DM1
sedentária.  É confirmada pela positividade de um ou mais anticorpos
 Segundo a OMS o diabetes mellitus é o 3° fator de  Tem forte associação com antígeno leucocitário humano
mortalidade prematura no mundo. HLA (DR3 e DR4)
 A DM tipo 1 tem uma acentuada variação geográfica.  Fisiopatologia envolve predisposição genética, fatores
Apresentando taxas por 100mil indivíduos com menos ambientais (infecções virais, dietas e microbiota intestinal) que
de 15 anos. desencadeiam resposta autoimune.
 A incidência do DM tipo 1 aumenta particularmente  LADA (latente autoimune diabetes em adultos): forma
entre indivíduos com < 5 anos. lentamente progressiva da DM1.
A história natural do DM1 inclui quatro estágios distintos:  Marcadores de autoimunidade: ICA (Ac anti-ilhota), IAA (Ac anti-
1. Pré-clínico: autoimunidade dirigida às células beta, com insulina), anti-GAD65 (Ac antidescarboxilase do ác. glutâmico), IA-2 e IA-2B

uma diminuição aguda e progressiva da resposta (Ac antitirosina-fosfatase) e Znt8 (Ac antitransportador de zinco).

insulínica à glicose intravenosa ou oral; DM tipo 1 B


2. Clínico: início do diabetes clínico;  É idiopática
3. Remissão transitória  Os autos anticorpos não são detectados na circulação
 Seu diagnóstico é limitado
4. DM estabelecido: diabetes associado com complicações
 O tratamento também requer precoce insulinoterapia
agudas, crônicas (retinopatia, nefropatia e vasculopatia)
plena.
e morte

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Diabetes mellitus neonatal
 Forma monogênica
 Diagnosticada geralmente nos primeiros 6 meses de vida
 50% dos casos são transitórios (associado a
anormalidade do cromossomo 6q24).
Diabetes mellitus tipo 2  A hiperglicemia pode se manifestar já nos primeiros 3
 É uma doença poligênica meses
 Tem etiologia complexa e multifatorial (genético e MODY – maturity-onset diabetes of the Young
ambiental).  É uma forma monogênica de DM
 Acomete indivíduos a partir dos 40 anos.  Herança autossômica dominantes
 Corresponde a 90-95% de todos os casos de DM.  Tem início precoce dos sintomas < 25 anos
 Seu desenvolvimento está associado a ocorrência de:  Há variáveis graus de disfunção das células β
 Hiperglicemia  Na maioria das vezes é diagnosticada como DM1 ou DM2
 Hiperglucagonemia MODY 2
 Resistência dos tecidos periféricos a ação da  Há hiperglicemia leve
insulina  Encontrada desde o nascimento
 ↑da produção hepática de glicose  Não é progressiva
 Disfunção incretínica  Não requer tratamento medicamento apenas
 ↑ da lipólise MEV
 ↑ dos ácidos graxos livres circulantes  Raramente há complicações.
 ↑ da reabsorção renal de glicose MODY 3
 Deficiência na síntese e secreção de insulina pelas  Apresenta falência progressiva das funções das
células β pancreática. células β acarretando uma hiperglicemia ao longo
da vida
 Clinicamente pode ser por longos períodos assintomática
ou oligoassintomática. E em poucos casos os 4Ps podem  Seu diagnostico ocorre na adolescência ou no
estar presentes. adulto jovem
 Suas complicações são comuns a DM1 e DM2
devido ao controle glicêmico
 MODY 3 tem sensibilidade à ação dos
hipoglicemiantes das sulfonilureias qual é a linha
terapêutica de escolha.
Diagnóstico de DM
 DM1 se dá pela presença de auto anticorpos
Diabetes mellitus gestacional
 DM2 e DMG ocorrem pela presença dos valores
 A gestação por conta própria é uma condição
glicêmicos acima dos valores de referência
diabetogênica visto que a placenta produz hormônios
hipoglicemiantes e enzimas placentárias que degradam  Exames solicitados para investigação:
insulina.  GJ sangue periférico de jejum calórico de mínimo
 Ocorre aumento compensatório da insulina e na 8h.
resistência à insulina podendo evoluir com disfunções  TOTG com ingestão de 75g de glicose dissolvida
nas células β pancreáticas. em água com coleta de sangue em 1h e 2h
 Traz riscos ao feto e o neonato  Hemoglobina glicada reflete os níveis glicêmicos
 É definida como DMG quando diagnosticada entre 24 e nos últimos 3/4meses. Pode sofrer interferência
28 semanas. de anemias, hemoglobinopatias, uremia, idade e
etnia.
 Diagnóstico se dá pelos valores de corte de glicemia de
jejum.  A confirmação diagnóstico requer REPETIÇÃO do mesmo
exame alterado na ausência de sintomas.
Já paciente com sintomas clássicos devem ser submetidos a
dosagem de glicemia ao acaso e independente do jejum não
havendo necessidade de confirmação por meio de segunda
dosagem caso glicemia ao acaso ≥ 200mg/dL

Ingrid Oliveira TIX - 9


Tratamento DM tipo 1
 Baseia-se no tripé: insulina, monitorização e educação
(alimentação, atividade física e orientação)
 A reposição de insulina deve tentar atingir o perfil mais
próximo possível do fisiológico.
 As metas glicêmicas devem ser individualizadas, mas
buscando-se manter dentro dos limites de normalidade.
 A monitorização deve ser constante associado a terapia
nutricional de contagem de carboidratos e prática
regular de atividade física.
 O controle deve ser rigoroso a fim de evitar
HIPOGLICEMIAS principalmente as mais graves, noturnas
e despercebidas.
Terapia intensiva basal-bolus
 A dose da insulina basal (NPH) diária deve variar de 40%
a 60% da dose total de insulina, em 2 a 3 aplicações
diárias. Hipoglicemia hospitalar
 O restante da dose diária recomendada deve ser  É qualquer glicemia < 70mg/dL (3,9 mmol/L)
administrado em forma de bolus (com insulina regular ou  A HG grave e clinicamente importante é definida como
insulina análoga de ação rápida) antes das refeições (5 a uma glicemia < 54mg/dL ou que requer ajuda para sua
15 minutos antes ou imediatamente após para insulina correção.
análoga de ação rápida ou 30 minutos antes para  Fatores de risco para hipoglicemia: DRC, redução da
insulina regular) com vistas a atingir metas de glicemias hemoglobina glicada, caquexia, baixa ingestão
pré- e pós-prandiais nutricional, insuficiência hepática, infecções, uso de
 A última dose de NPH do dia deve ser administrada antes antidiabético orais.
de dormir, aproximadamente às 22 horas ou 8 horas Doença renal crônica e taxa de filtração glomerular < 30
antes do despertar do paciente. mL/min aumentam o risco de hipoglicemia
 A utilização de doses de NPH antes do jantar pode  O esquema basal-bolus é comprovadamente um
provocar pico de ação durante a madrugada, causando esquema seguro de insulinoterapia hospitalar para
hipoglicemias noturnas e concentrações reduzidas de pacientes não críticos.
insulina no período do amanhecer quando, geralmente,  A hipoglicemia hospitalar é um marcador de mau
há piora na ação da insulina. prognóstico de morbimotalidade, tempo de internação
 O ajuste das doses das insulinas basais deve ser de aumentado e gastos maiores para o sistema de saúde.
acordo com as glicemias pré-prandiais, glicemias no  O tratamento intra-hospitalar deve se basear na
período do sono e a presença de hipoglicemias entre as correção da hipoglicemia.
refeições e no período de sono.  Consequências da hipoglicemia: palpitações, sudorese,
diminuição do nível de consciência, isquemia miocárdica,
arritmias, convulsões, danos cerebrais, etc.

Ingrid Oliveira TIX - 10


 Quadro clínico: manifestações com evolução lenta e
progressiva com sinais e sintomas de DM
descompensado. Hiperpneia, respiração de Kaussmaul,
desidratação, agitação, hipotonia, etc.
 Achados laboratoriais:
 Glicemia sanguínea > 200mg/dL
 pH venoso < 7,3
 Bicarbonato sérico < 15 mmol/L
 Cetonemia e/ou cetonúria
 Dosagem de fosforo, ureia, creatinina
 Eletrólitos (incluindo cálculo de ânion-gap)
Cetoacidose diabética  Hemograma
 É uma complicação grave do DM1 e DM2  Eletrocardiograma
 É a causa mais comum de morte entre crianças e CAD leve: pH entre 7,25-7,3
adolescentes com DM1. CAD moderada: pH entre 7 -7,24
 CAD moderada e grave deve ser tratada em UTI
CAD grave: pH de sangue venoso < 7
 Fatores precipitantes: infecções como pneumonias e ITU,
Diagnóstico
AVE, ingestão excessiva de álcool, pancreatite aguda,
IAM, traumas uso de glicocorticoides.
 Drogas ilícitas como a cocaínas em jovens é das
causas de CAD recorrente.
 Fisiopatologia:
 A redução efetiva da insulina promove a liberação
de hormônios contrarregulatórios (glucagon,
catecolaminas, cortisol, GH)
 Aumento da produção hepática e renal de glicose
(glineogênese e glicogenólise)
 Redução da captação da insulina pelos tecidos Tratamento
periféricos (resistência à insulina).
1. Manutenção das vias respiratórias pérvias (se vomito
 Gerando hiperglicemia e hiperosmolaridade
utilizar sonda nasogastrica)
 Lipólise – liberação de ácidos graxos pelo tecido
2. Correção da desidratação
adiposo
 Corpos cetônicos com desenvolvimento de 3. Correção dos distúrbios eletrolíticos e acidobásicos
cetonemia e acidose metabólica 4. Redução da hiperglicemia e da osmolaridade
 Instalação do quadro de desitração, glicosúria, 5. Identificação e tratamento do fator precipitante.
diurese osmótica e perda de fluidos e eletrólitos. Reposição de líquidos e eletrólitos
 Em caso de desidratação sem comprimento cardíaco ou
renal indicar infusão salina isotônica a 0,9%
 Em média 15 a 29 mL/kg na primeira hora
 O objetivo é restabelecer a perfusão periférica
 Em casos de hipernatremia (sódio ≥ 150mEq/L) utilizar
solução hipotônica de 0,45% em média de 10 a 14
mL/kg/h.
 Com função renal adequada ou com debito urinário
iniciar infusão de 20 a 30mEq/L de cloreto de potássio
19,1% por hora para manter os níveis de potássio sérico
entre 4 a 5 mEq/L.
Insulinoterapia
 Insulina somente deve ser iniciada se potássio for
superior a 3,3mEq/L devido o risco de arritmias
associado a hipopotassemia.
 Em CAD grave insulina regular EV com dose média de 0,1
U/kg/h.
Ingrid Oliveira TIX - 11
 Em CAD leve ou moderada insulina regular IM a cada  O estado hiperglicêmico gera estresse oxidativo,
hora ou análogos ultrarrápidos SC a cada 1/2h alterações pró-inflamatórias e pró-coagulantes.
 Quando CAD atingir glicose de 100 a 150 mg/dL iniciar o  Ocorre uma inibição da lipólise devido ao estado
soro glicosado a 5% associado a insulina regular EV hiperosmolar.
continua ou SC a cada 4 hora até resolução da CAD.  Quadro clínico: desidratação, alterações no nivel da
 Controle laboratorial da CAD incluem: consciência, poliuria, polidpsia, fraqueza, turvação
 Glicemia ≤ 200mg/dL visual, etc.
 Bicarbonato sérico ≥ 15 mEq/L  Diagnóstico: achados laboratoriais.
 pH ≥ 7,3
Bicarbonato
 Se reserva a casos graves em paciente com pH < 6,9
 Caso indicado a dose preconizada é de 50 a 100mmol
diluídos em solução isotônica a 400mL para reduzir o
risco potencial de hipocontratilidade cardíaca e
arritmias.
Fosfato
 Hipofosfatemia leve é um achado comum e geralmente
assintomático durante a terapia da CAD Tratamento
 Raras situações há depleção dos níveis de fosfato que
 Identificação e tratamento dos fatores precipitantes
pode se manifestar com ICC e insuficiência respiratória
aguda.  Correção da desidratação
 Nesses casos a reposição é recomendada e evolui com  Correção da hiperglicemia
bom prognostico.  Correção dos distúrbios eletrolíticos
Complicações da CAD
 Correção da hiperosmolaridade sérica.
Hipoxemia, edema agudo de pulmão, hipercloremia por
infusão excessiva de fluidos, herniação do tronco cerebral e
PCR, etc.
Síndrome hiperglicêmica hiperosmolar não cetótica (SHH)
 É uma complicação metabólica grave do DM
 Caracteriza-se por hiperglicemia severa,
hiperosmolaridade e desidratação na ausência de
cetoacidose.
 É menos frequente que a CAD
 Tem alta morbimortalidade
 Requer tratamento na UTI
 A SHH acomete principalmente idosos com DM2 e
pacientes pediátricos com DM1.
 Fatores precipitantes: infecções como pneumonias e
ITU, eventos cardiovasculares, patologias agudas
clínicas ou cirúrgicas e/ou uso de medicações e adesão ANATOMOFISIOLOGIA ADRENAL (HHA)
inadequada ao tratamento.  Produz hormônios esteroides (colesterol)
 Fisiopatologia: Histologia
 Insulinorresistência e/ou insulinopenia  Zona glomerulosa – mineralocorticoides (aldosterona)
 Concomitante aumento nos hormônios  Zona fasciculado – glicocorticoides (cortisol)
contrarreguladores  Zona reticulada – androgênios
 Ocorre gliconeogênese hepática e renal  Medula adrenal – catecolaminas
 Diminuição da utilização periférica de glicose Eixo HHA
gerando hiperglicemia e mudança na osmolaridade  A partir do estímulo neuronal o hipotálamo secreto CRH
plasmática. (hormônio liberador de corticotrofina).
 A hiperglicemia leva a diurese osmótica e depleção  O CRH chega na hipófise pelo sistema porta
do volume intravascular podendo levar a  Na adeno-hipófise o CRH estimula a liberação de ACTH
desidratação, ↓TFG e hipotensão e;/ou choque.

Ingrid Oliveira TIX - 12


 Juntamente com o ACTH é liberado a secreção de MSH  Com a exposição crônica a longo prazo do
(melanócitos hormônio estimulante) em conjunto com a hipercortisolismo ocorre uma sinergia com a insulina,
liberação de POMC (pró-opiomelanocortina) favorecendo a lipogênese.
 Este ACTH atua sobre a adrenal estimulando a secreção SÍNDROME DE CUSHING
dos hormônios adrenais  Ocorre como resultado da exposição crônica ao excesso
 Ademais o cortisol atua no de glicocorticoides
feedback negativo, inibindo a  É uma condição rara 0,7 a 2,4 milhões de pessoas/ano
secreção de CRH e ACTH.  Tem alta morbimortalidade associada
Biossíntese dos hormônios  É mais comum em mulheres
esteroides  Já a síndrome de Cushing ACTH-dependente por
 É mediada por inúmeras secreção ectópica é mais comum em homens.
enzimas importantes Etiologias e classificação
 As deficiências de uma destas Dependente de ACTH
enzimas podem ocasionar  Doença de Cushing . Representa 80% dos
inúmeras deficiências importantes e quadros (adenoma hipofisário) casos, sendo a principal
sindrômicos específicos  Síndrome ectópica de causa a doença de
 Requerem atenção a 21-hidroxilase importante na ACTH (ca de pequenas Cushing.
síntese de mineralocorticoide e de glicocorticoide. células, pâncreas, ovários) . ↑ACTH e ↑ cortisol
 Na hiperplasia adrenal congênita ocorre deficiência  Síndrome CRH ectópica . Depende da elevação do
desta enzima, levando a produção importante de  Iatrogênico (uso de ACTH ACTH para o
ACTH e consequentemente aumentando a sintético) hipercortisolismo.
produção dos hormônios androgênicos visto que a Independente de ACTH
via dos mineralocorticoides e glicocorticoides estão  Adenoma adrenal . Representa 15 a 20% dos
comprometidas.
 Carcinoma adrenal casos
Mecanismo de ação do ACTH
 Hiperplasia adrenal . A principal causa são
 As adrenais possuem receptores de membrana para o adenomas adrenais.
macronodular
ACTH ligados a proteínas G
 Hiperplasia nodular . Ocorre hipersecreção
 Quando presente, o ACTH leva a mudança direta de cortisol pode
pigmentada primária
conformacional da proteína G, produz AMPc que ativa estimulo autônomo
 Iatrogênico
proteína quinase e converte proteínas inativas para fase exagerado da adrenal
(glicocorticoides
ativa, o que libera ésteres de colesterol base para a . Há ↓CRH e ↓ACTH pelo
exógenos)
síntese de hormônios corticoides. feedback – do cortisol
Cortisol Pseudocushing
 Glicocorticoide Podem ser definidos pela presença de um fenótipo clínico
 Fasciculada similar ao da Síndrome de Cushing (SC) verdadeira associada
 Mediado por ACTH a alguma evidência de hipercortisolismo. O Não apresenta
 O pico de cortisol é maior as 8h da manhã e o pico de uma causa bem definida. Acredita-se que seja principalmente
CRH e ACTH entre as 23/00h. secundário ao aumento de secreção de CRH.
 O transporte de cortisol se dá pela globulina ligadora de  Alcoolismo: os períodos de abstinência e a parada
corticosteroides (CBG) e albumina. abrupta do álcool geram um estado de estresse capaz de
 Funções: estimular o HAA. Além disso, acredita-se que haja
 Aumenta a gliconeogênese hepática (ação predisposição genética ou a sensibilidade ao álcool e ao
hiperglicemiante) cortisol.
 Catabolismo proteico (proteólise)  Obesidade: há um estimulo elevado do HHA pela
 Ação inotrópica no coração (↑DC ↑PA) redução das CBG, e aumento dos receptores
 Diminuição formação óssea e aumenta a glicocorticoides periféricos (CG), o que aumenta o
reabsorção óssea clearance de cortisol. Há um hipercortisolismo funcional
 Diminui a síntese de colágeno e não bioquímico.
 Diminui filtração glomerular  Depressão: hiper-reatividade do HAA pelo aumento no
 Estimula a maturação fetal número de células do núcleo paraventricular
 Inibe a secreção de ACTH expressando mais CRH ou CRH + AVP (argenina
 Antagoniza respostas imunológicas e inflamatórios vasopressina)
(anti-inflamatório)
Ingrid Oliveira TIX - 13
Fisiopatologia  É indicado a realização de 3 repetição, sendo que as 3
 Doença de Cushing: se tem uma hiperestimulação da normais praticamente exclui a síndrome de cushing.
adrenal pelo excesso de ACTH produzido de forma  Atenção a pseudo Cushing, gravidas e SOP podem
autônoma pelo adenoma hipofisário. apresentar níveis elevado de CSU.
 Síndrome de Cushing (iatrogênica) e hiperplasia adrenal:  Valor de referência: 10ug a 50ug/dia
há o excesso de cortisol administrado ou autônoma da  Falsos-positivos podem ocorrem por uso de
adrenal gera supressão do HHA. carbamazepina, digoxina e em pseudoCusing
 Secreção ectópica de ACTH: o ACTH ectópico estimula Dosagem de cortisol sérico após supressão com
diretamente a adrenal que suprime o eixo HHA. dexametasona em baixa dose (Little 1)
 Dexametosa é um glicorticoide sintético
 O exame constitui na administração oral de 1 mg de
dexametasona as 23h ou 00h seguido da medição de
cortisol sérico na manhã seguinte as 8h ou 9h.
 Em condições normais o nível de ACTH e cortisol devem
ser supressos visto a administração não fisiológico de
cortisol.
 Valor de referência: ≤ 1,8ug/dL
 Portanto valores acima de 1,8ug/dL são altamente
sugestivos de síndrome de Cushing
Manifestações clínicas  Falsos-positivos podem estar presentes em pacientes
São múltiplos os achados, com metabolismo basal acelerado, uso de enzimas
sendo que na prática hepáticas ou hiperestrogenismo
medica o quadro típico Cortisol sérico a meia-noite
nem sempre é presente.  Avalia o ritmo circadiano do cortisol
Sendo eles:  O paciente com síndrome de Cushing perde o ciclo as
 Obesidade: 23h
centrípeta, face de  Valor acima de 1,8ug/dL são sugestivos para síndrome de
lua, giba, e gordura Cushing.
que poupa  Sua limitação é porque requer internação, ambiente sem
extremidades. fatores estressantes, punção enquanto paciente está
 Pele: pletora facial (advêm do afilamento da epiderme e dormindo e requer laboratório disponível logo após a
do tecido conectivo subepidérmico com visualização da coleta.
vascularização da derme), hirsutismo e escurecimento Dosagem de cortisol salivar à meia-noite
da pele principalmente nos ACTH dependente.  Relaciona-se com a concentração sérica de cortisol
 Musculoesquelético: fraqueza muscular, osteopenia.  É altamente sensível e específico
 Neuropsiquiátrico: labilidade emocional, irritabilidade,  É disponibilizado um kit para coleta de material
depressão, ansiedade, psicose e mania.  Não requer internação
 Gônadas: hipogonadismo  Desvantagem: pouco acessível e pouco disponível
 Cardiovascular: hipertensão arterial  Valores de referência: < 0,144mg/dL
 Renal: hipocalemia, alcalose metabólica, litíase renal.  Portanto valores > 0,144 mg/dL confirmam o diagnóstico
 Metabolismo: DM e hiperlipidemia. Diagnóstico etiológico
Diagnóstico Medição de ACTH
Baseia-se no:  ACTH normal
1. Diagnóstico do hipercortisolismo  Valores entre 10 a 20 pg/mL
2. Diagnóstico da etiologia  Estimular a hipófise com CRH exógeno
Diagnóstico do hipercortisolismo  Baixo ACTH provável doença de suprarrenal
Teste de cortisol sérico urinário de 24h (CSU)  Aumento de ACTH provável lesão hipofisário
 90% do cortisol está ligado a proteínas de transporte e (doença de Cushing).
10% livres (forma ativa)  Síndrome de Cushing independente de ACTH:
 Esta fração livre é excretada pelos rins, sendo a maior  Níveis baixos de ACTH < 10 pg/mL
parte reabsorvida e uma pequena porção eliminada.
 Lesão a nível de adrenal
 A dosagem do cortisol sérico
 Requer TC de abdômen superior
 Se tumor < 3 cm provável adenoma
Ingrid Oliveira TIX - 14
 Se tumor > 6 cm provável carcinoma Tratamento
 Síndrome de Cushing dependente de ACTH: Dependente de ACTH (doença de Cushing)
 Valores altos de ACTH > 20pg/mL  Tratamento de 1ª linha é a remoção do tumor
 Lesão a nível hipofisário, tumores ectópicos que  Cirurgia transesfenoidal para adenomectomia com
produzem ACTH ou CRH (raros) preservação da hipófise ou hemi-hipofisectomia.
 Altos níveis de ACTH requer RM e teste de Liddle 2.  2ª linha é a radioterapia e radiocirurgia
Teste de Liddle 2  3ª linha é a adrenalectomia bilateral (possível risco de
 Administração de 2mg de dexametasona, VO a cada 6h síndrome de Nelson)
nas 48h que antecedem o exame. Ou administração de Agente adrenolítico
8mg as 23h e dosagem as 8h. Mitotano (lysodren):
 Requer a dosagem de cortisol plasmático ou urinário  Atua no hipercortisolismo
antes, durante e após a administração do medicamento.  Tem ação citotóxica sobre o córtex adrenal inibindo a
 Se RM normal e não houver supressão do cortisol com esteroidogenese (enzima 11-beta-hidroxilase).
teste de Liddle 2 – secreção ectópica de ACTH.  Seu principal uso é no controle do carcinoma adrenal
 Se RM normal com supressão do cortisol plasmático pelo avançado.
teste de Liddle 2 – adenoma hipofisário pequenos. Inibidores enzimáticos
Requer cateterismo de seio petroso inferior. Cetoconazol (nizoral):
 Níveis de ACTH entre 5 e 20 são inconclusivos e  Agente imidazólico
requerem estudos dinâmicos pois, podem predizer  Causa hipogonadismo ou hipoadrenalismo.
lesões adrenais ou hipofisárias e alguns ectópicas.  Em doses baixas bloqueia a 17-alfa-hidroxilase inibindo
Teste de estimulação com desmopressina (DDAVP) produção androgênica.
 A arginina vasopressina tem a capacidade de estimular a  Em doses altas bloqueia também a enzima 11-beta-
secreção de ACTH em corticotrofos especialmente hidroxilase reduzindo a síntese de colesterol.
adenomas hipofisários produtores de ACTH Metirapona (metopirona):
 A desmopressina causa aumento de ACTG  Bloqueador principalmente da 11-beta-hidroxilase
 Seu uso não é rotineiro  Ocorre elevação do ACTH após bloqueio da síntese de
 > 35% ACTH ou > 20% cortisol provável doença de cortisol com acumulo de precursores com ação
Cushing androgênica e mineralocorticoides.
 Se valores menores síndrome ACTH ectópico.  Não é comercializado no Brasil.
Inibidores da liberação de ACTH
Cabergolina (dostinex):
 É um agonista dopaminérgico
 Atua no controle da hiperprolactonima e na redução da
secreção de ACTH
 Em doses elevadas seu uso é intolerável
Antagonista de glicocorticoides
Mifepristona
 Bloqueador do receptor de glicocorticoides,
androgênios e progestanênios
 Tem afeito sobre as manifestações do
hipercortisolismo
 Provoca elevação dos níveis de ACTH e cortisol
Diagnóstico diferencial
Doença de Cushing: mulher, 20-40 anos, hipercotislismo
moderado, hiperandrogenismo não muito pronunciado.
Secreção ectópica de ACTH: mais homens, 40 a 60 anos,
hipercortisolismo grave e tumor produtor.
Adenoma adrenal: feminino, ≥ 40 anos, androgênios baixos e
hipercotisolismo puro.
Carcinoma adrenal: lembrar que há o aumento de múltiplos
hormônios, massa abdominal palpável e perda de peso.
Síndrome de Sheeran e síndrome de Asherman

Ingrid Oliveira TIX - 15


ANATOMOFISIOLOGIA HEPÁTICA  Canalículos biliares pequenos ductos entre os
 Fígado está localizado no QSD hepatócitos que coletam a bile produzida pelos
 É um órgão recoberto por peritônio visceral e por uma hepatócitos.
camada de tecido conjuntivo denso irregular.  Canalículos > ductulos
 É dividido em lobos: direito, esquerdo, caudado e biliates > ductos biliares >
quadrado ducto hepático comum >
 Possui diversos ligamentos: falciforme, redondo, ducto colédoco.
coronário, triangular direito e triangular esquerdo.  Tríade portal:
 Sua irrigação se dá principalmente pela veia porta em  Ducto biliar
conjunto com a artéria hepática.  Ramo da veia porta
 A veia porta é formada pela união da veia esplênica mais  Ramo da artéria hepática
a veia mesentérica superior.  Ácino hepático (zonas):
 Da v. esplênica se encontram as vv. Mesentéricas  Zona 1 próxima a tríade portal com mais suprimento
inferiores e pancreáticas. de oxigênio (mais suscetível a lesões isquêmicas)
 Da v. mesentérica superior há vv. Pancreáticas.  Zona 2 intermediaria
 Drenagem venosa do fígado ocorre, portanto da v.porta  Zona 3 próximas a veia central (mais suscetíveis a
> veia central > v.hepática > v.cava inferior > átrio direito. agressões metabólicas)
 Irrigação arterial ocorre, portanto, do tronco celíaco > a. Vesícula biliar
hepática comum > a. hepática própria > a. hepática  Hepatócitos secretam de 800-1000mL de bile
direita e esquerda > v. central. > v. hepática > vci > a.d  O pH tem entre 7,6-8,6
 É constituído principalmente por água, sais biliares,
colesterol, lecitina, pigmentos biliares e vários ions.
 A bilirrubina é o principal pigmento biliar, surge da
fagocitose dos eritrócitos envelhecidos que liberam
ferro, globina e derivado heme (bilirrubina)
 O ferro e a globina são reciclados
 E a bilirrubina é excretada na bile e posteriormente
decomposta no intestino
 Um dos produtos da degradação da bilirrubina é a
estercobilina

Funções hepáticas
 Metabolismo de carboidratos: glicólise e gliconeogênese
 Os hepáticos são as células funcionais do fígado,
 Metabolismo de lipídios: clivagem de ácidos graxos para
realizando uma variedade de funções metabólicas,
produção de ATP, sintetização de lipoproteínas (VLDL,
secretoras e endócrinas.
LDL, HDL) e síntese de colesterol.
 Sinusoides hepáticos são capilares sanguíneos
 Metabolismo de proteínas: catabolismo da amônia,
fenestrados que estão entre os hepatócitos e recebem
síntese de proteínas plasmáticas como albumina,
sangue da a. hepática e ramos da v. porta.
alfaglobina, protrombina e fibrinogênio.
 Nos sinusoides também estão as células estreladas
 Metabolismo de fármacos e hormônios
que armazenam vitamina A (retinoides) e quando
 Armazenamento: vitaminas como A, K, B12, D e E
ativados produzem MEC (colágeno, proteoglicanos e
 Fagocitose pelas células de Küpfer e estreladas
glicoproteínas).
 Ativação da vitamina D
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CIRROSE HEPÁTICA Cirrose mista
 É o estágio final de qualquer doença hepática crônica Cirrose septal incompleta
 Define-se como um processo difuso que converte o  Nesta os septos fibrosos predominam sobre os nódulos
parênquima hepático normal em nódulos anormais Classificação etiológica
circundados por tecido fibroso.  Infecciosa (hepatite B, D e C)
 Hepatite autoimune
 Sua epidemiologia é difícil de estabelecer, pois, muitos
 Alcoólica
dos pacientes são assintomáticos até a sua
 Obstrução biliar
descompensação clínica. Mas acredita-se que sua
 Fármacos
prevalência mundial seja de 100/100mil pessoas.  Metabólicas (Doença de Wilson, hemocromatose)
 Possui morbimortalidade  Vascular (doença venoclusiva)
Fatores de risco  Criptogênica)
 Etilismo Manifestações clínicas
 Uso crônico de medicamentos As 4 fases clínicas da cirrose
 Transfusão sanguínea (Hepatite B e C) 1. Cirrose compensada sem varizes esofágicas
 Idade mulheres > 50 e homens > 40 anos 2. Cirrose compensada com varizes
 Obesidade 3. Cirrose descompensada com varizes
 Doenças autoimunes 4. Cirrose descompensada com sangramento
 Histórico familiar grastrointestinal
 Sobrecarga de cobre e ferro
Fisiopatologia
 Ocorre ativação das células estreladas (Ito), ocorrendo:
 Liberação dos depósitos de retinol
 Proliferação e desenvolvimento de reticulo
endosplasmático granular proeminente
 Secreção de MEC (colágeno, proteoglicanos e
glicoproteínas)
 As células estreladas tornam-se miofibroblastos hepático
contrateis.
 Secundariamente a essa extensa fibrose ocorre a perda
das fenestrações dos sinusoides o que dificulta as trocas
entre plasma e hepatócito
 Disfunção hepática e cirrose

Cirrose compensada (fase inicial)


 Geralmente assintomática
 Há presença de sinais inespecíficos como fadiga, redução
da libido e distúrbios do sono
 Varizes podem estar presentes em alguns pacientes
Cirrose compensada com hipertensão portal (fase
Classificação morfológica intermediária)
Cirrose micronodular  Ascite, varizes esofágicas, cabeça de medusa,
 Também chamada de cirrose de Laennec esplenomegalia congestiva síndrome de hipertensão
 Nódulos de até 3mm portopulmonar
 Apresenta septos fibrosos finos Cirrose descompensada (fase avançada)
 Mais frequentes em alcóolatras
 Há sinais de complicações – ascite, varizes hemorrágicas,
Cirrose macronodular icterícia, encefalopatia hepática ou combinação destes.
 Pode ser evolução da micronodular Diagnóstico
 Há nódulos > 3mm  Diagnóstico sindrômico baseado nos achados clínicos
 Há septos fibrosos espessos e irregulares sugestivos de cirrose
 Mais frequentes em infecções virais

Ingrid Oliveira TIX - 17


Achados sugestivos de cirrose hepática Mnemônico ABATE
Icterícia – comprometimento na função de excreção do Tratamento geral da cirrose hepática
hepatócito  Vacinação contra hepatite A e B
Aranhas vasculares e eritemas palmar – elevação do nível de
 Vacinação para pneumococo e influenza
estradiol decorrente de menor degradação hepática
 Retirada de álcool e medicações hepatotóxicas
Cabeça de medusa – hipertensão portal e abertura da veia
umbilical  Adequado aporte calórico e proteico
Ascite e esplenomegalia – Hipertensão portal e vasodilatação  1,5g/kg
esplânica  40kcal
Anorexia, fadiga e perda de peso e massa muscular – catabolismo  Reposição de vitaminas
Hálito hepático (fector hepaticus) - shunt portossitêmico e  Exames de imagem para acompanhamento
insuficiência hepática  USG a cada 6 meses SE hepatocarcinoma
 Padrão-ouro é a biópsia hepática com confirmação  EDA para investigação das varizes
histopatológica (pouco utilizada na prática). Complicações da cirrose hepática:
 Exames laboratoriais utilizados: HIPERTENSÃO PORTAL
 AST/ALT podem estar normais ou elevados  É a elevação do gradiente de pressão venosa hepática >
 Fosfatase alcalina 5mmHg
 GGT
 Bilirrubinas elevadas ou normais (fração direta)
 Albuminas
 Tempo de protrombina (TP)
 Eletroforese de proteínas com hipergamaglobulina
 Pancitopenia
 Hiponatremia
 Plaquetas < 150.000 são sugestivos de hipertensão
portal e hiperesplenismo
 Sorologias hepáticas
 Exames de imagens são confirmatórios. Sendo utilizados
 Há 2 processos hemodinâmicos que ocasionam:
TC, RNM, USG com doppler.
 Resistência intra-hepática elevada à passagem do
 USG com doppler permite a aferição da pressão
fluxo sanguíneo pelo fígado (deposição de tecido
portal
fibroso e subsequente compressão pelos nódulos
 Identifica-se fígado com contorno nodular, presença
regenerativos)
ou não de hipertrofia lobular, identificação de vasos
colaterais e sinais de hipertensão portal.  Fluxo sanguíneo esplâncnico aumentado secundário
Classificação de Child-Pug à vasodilatação dentro do leito vascular esplâncnico.
 É um fator preditivo razoavelmente confiável de  Inicialmente com a hipertensão o baço cresce e
sobrevida de várias doenças hepáticas e antecipa a sequestra plaquetas e outras células sanguíneos
probabilidade de complicações importantes. (hiperesplenismo)
 Pode ser considerado um método de classificação clínica  Os vasos que drenam para o sistema
portal passam a reverter seu fluxo
 É amplamente utilizado para avaliar o prognóstico da
ocorrendo um desvio do sangue para a
cirrose e orienta o critério padrão para inscrição no
circulação sistêmica (vias colaterais
cadastro de transplante hepático.
ESCORES (número de pontos)
portossistêmicas)
1 PONTO 2 PONTOS 3 PONTOS  Circulação colateral por meio da qual
Ascite Ausente Leve Moderada o sangue passa diretamente do
Bilirrubina sérica < 2 mg/dL 2 a 3 mg/dL > 3 mg/dL sistema porta para a circulação
Albumina sérica > 3,5 g/dL 2,8 a 3,5 g/dL < 2,8 g/dL venosa, sem atravessar o fígado.
RNI (tempo de < 1,7 (> 1,7 a 2,3 (40 a > 2,3 (<  Estas novas vias são insuficientes para descomprimir o
protrombina) 50%) 50%) 40%) sistema venoso portal e oferece uma resistência
Leve a Grave adicional ao fluxo portal.
Encefalopatia Ausente moderada (Grau 3 ou
 Ocorre uma redução de oxido nítrico intra-hepático e
(Grau 1 ou 2) 4)
aumento de oxido nítrico extra-hepático (vasodilatação)
C
ESTRATIFICAÇÃO
A B
10 – 15
 Esta vasodilatação sistêmica reduz o volume arterial
5-6 Pontos 7 – 9 Pontos efetivo o que ativa o SRAA promovendo retenção de
Pontos
Ingrid Oliveira TIX - 18
sódio, expansão do volume plasmático e o  TIPS (anastomose portossistêmica intra-hepática
desenvolvimento de um estado circulatório transjugular) deve ser usada em pacientes com
hiperdinâmico o que mantem a hipertensão portal. sangramento varicoso persistente ou redicivante a
VARIZES terapia farmacológica e endoscópica.
 É uma das consequências diretas da hipertensão portal  Monitorização:
pelo desenvolvimento das colaterais portossistêmicas.  EDA repetida a cada 2 ou 3 anos para pacientes sem
 As mais importantes são as varizes gastroesofágicas que varizes
se formam a partir da dilatação das veias coronárias e  EDA repetida a cada 1 ou 2 anos em pacientes com
gástricas. varizes finas
 A manutenção do estado hiperdinâmico e a hipertensão  EDA o quanto antes em pacientes descompensados
portal há continuidade da formação das varizes e (após estabilização)
possibilidades de ruptura e hemorragias varicosas. ASCITE
 Diagnóstico é feito principalmente com endoscopia  Consiste no acúmulo anormal de liquido na cavidade
digestiva alta (EDA), que visa diferenciar varizes peritoneal
pequenas, médias ou grandes, e também identificar  A cirrose é a causa mais comum de ascite
presença de sangramento ativo.  Secundária a hipertensão sinusoidal e a retenção de
Classificação de Forrest sódio
 A retenção de sódio aumenta o volume intravascular e
permite a formação continuada de ascite
Fatores envolvidos:
 Ocorre diminuição na síntese de albumina devido a lesão
dos hepatócitos
 Queda da pressão coloidosmótica
 A retenção de água é estimulada pela diminuição de
 Tratamento tem por objetivo reduzir a pressão portal.
prostaglandina tipo PGE2 (antagonista do hormônio
 Uso de β-bloqueador não seletivo (propranolol na
antidiurético)
dose de 20mg, VO, 2x ao dia) é eficiente para
 Hipertensão portal com aumento da pressão
pacientes com cirrose média ou grande que nunca
hidrostática provocando transudação de liquido na
sangraram.
cavidade abdominal.
 β-bloqueador reduz o risco de sangramento
 Ligadura elástica endoscópica visa obliterar as varizes
por meio de anéis de borracha, também visa prevenir
o primeiro sangramento, sendo indicada para
pacientes com contraindicação de β-bloqueador
 Pacientes com varizes finas ou sem varizes não se
beneficiam dos β-bloqueador não seletivos
 Tratamento para pacientes com hemorragia varicosa visa
o controle da hemorragia e estabilização do paciente:
 Necessitam de ressuscitação em UTI
 Correção do volume sanguíneo com solução coloidal  Diagnóstico:
ringer lactato ou de preferência hemotransfusão. A Exame físico:
meta é manter Hb entre 7-8g/dL  Abdômen globoso
 Antibiótico profilático deve ser usada para reduzir  Sinal do pipatore +
infecções, ressangramento e óbito. Sendo  Macicez móvel
recomendado norfloxacina/cirprofloxacino oral de  Semicírculo de Skoda se houver ascite o líquido tende
400mg 2x ao dia por 5 a 7 dias. a se alojar na parte inferior do abdome e nos flancos.
 Uso de vasopressor (terlepressina) e terapia A percussão delimita uma área semicircular pela
endoscópica são eficazes. variação sonora do timpanismo à macicez.
 O protocolo para evitar ressangramento se dá com uso Classificação da ascite se dá quanto ao volume:
de:  Grande volume > 1500mL
 β-bloqueador não seletivo, acrescido ou não com  Médio volume entre 500 a 1500
isossorbida e ligadura endoscópica.  Pequeno volume 500mL

Ingrid Oliveira TIX - 19


Classificação com base no exame físico e/ou  Tratamento:
ultrassonografia, conforme sua magnitude, em três graus:  Restrição de sal pela dieta restrita a 2g/dia
 Ascite grau I (leve) – detectada apenas por US.  Uso de diurético como a espironolactona (diurético
 Ascite grau II (moderada) – distensão abdominal de alça) deve ser iniciado em doses de 100mg/dia
moderada e simétrica do abdome.  A meta é perda de peso de 1kg na primeira semana e
 Ascite grau III (tensa) – distensão abdominal 2kg por semana e subsequentemente.
volumosa e tensa.  O uso dos diuréticos deve ser reduzido conforme a
Paracentese diagnóstica: perda de peso
 O abdômen é puncionado no QIE no, sendo retirada  Em pacientes refratários aos diuréticos é
cerca de 30mL para análise do líquido (citologia, recomendado a paracentese de grande volume com
bioquímica e microbiologia) infusão de albumina em doses EV de 6 a 8g/L de
 Pode haver sangramento de pequena intensidade. ascite removido.
 É indicada para pacientes cirróticos, com ascite  TIPS com stents pode ser alternativa para pacientes
recente, admitidos em hospitais ou descompensação com ascite recorrente
clínica. PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA (PBE)
 Paracentese de repetição podem infectar a cavidade  É uma infecção que ocorre na ausência de perferução de
abdominal. um órgão oco ou ausência de foco inflamatório intra-
Análise macroscópica: abdominal
 Os mecanismos envolvidos estão a translocação
bacteriana ou migração de bactérias do intestino para os
linfonodos mesentéricos e outros locais extraintestinais.
 O desvio dos vasos sanguíneos das células de Kupfer pela
circulação colateral portossistêmica propicia a
bacteremia transitória e colonização do liquido ascético.
 Além disso há o crescimento bacteriano excessivo
atribuído à diminuição da motilidade intestinal e o
tempo de transito intestinal.
Citologia:  A PBE pode precipitar a disfunção renal em decorrência
 Citometria (oncótica ou convencional): permite do estado circulatório hiperdinâmico.
diferenciar as neoplasias malignas peritoneais,  Quadro clínico engloba febre, icterícia e dor abdominal.
principalmente metastáticas (carcinomatose No exame físico pode haver dor a descompressão.
peritoneal)  Muitos pacientes podem ser assintomáticos
Grande número de hemácias - neoplasias e TB
 O diagnóstico de PBE é definido pela contagem de
Contagem elevada de leucócitos – inflamação do polimorfonucleares (PMN) no líquido ascítico ≥
peritônio.
250/mm³, com cultura positiva monobacteriana.
Contagem elevados de neutrófilos - PBE  É geralmente uma infecção monobacteriana por
 Bioquímica refere a glicose, pH, proteínas totais, DHL. agentes entéricos gram-negativos
Critérios de Ligth (transudato x exsudato)  Tratamento:
 Antibioticoterapia empírica com cefalosporina de 3ª
geração EV (ácido amoxicilina-clavulanato) assim que
estabelecido o diagnóstico e antes da cultura.
 Deve ser mantido por no mínimo 5 dias
 Paracentese deve ser repetida após 2 dias do início
 GASA (gradiente albumina sérica e albumina do do tratamento
liquido ascítico). É a diferença entre a albumina do  A disfunção renal nestes pacientes é evitada com a
soro e a albumina do liquido ascítico. administração intravenosa de albumina para os
GASA ≥ 1,1g/dL precisa pensar em PBE e PBS pacientes que já possuem alguma disfunção renal.
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
 A Encefalopatia hepática é uma disfunção cerebral
causada por insuficiência hepática e/ou derivação
portossistêmica

Ingrid Oliveira TIX - 20


 Manifesta-se como um amplo espectro de anomalias
neurológicas ou psiquiátricas que variam de alterações
subclínicas ao coma.
 Há o acúmulo de amônia na circulação sistêmica por
causa do desvio de sangue realizada pelos colaterais
portossistêmicos e do metabolismo hepático diminuído.
 A grande quantidade de amônio danifica os astrócitos e
desencadeia alterações estruturais. De acordo com o seu curso no tempo, subdivide-se em:
 Há uma suprarregulação de receptores  EH episódica
benzodiazepínicos do tipo astrócitos periféricos  A EH recorrente indica episódios de EH que ocorrem
potentes na produção de neuroesteroides. com um intervalo de tempo igual ou inferior a 6
 ↑ r. benzodiazepínico ↑ neuroesteroides meses.
 Neuroesteroides são moduladores do ácido gama-  A EH persistente indica um padrão de alterações
aminobutirico que gera depressão cortical e comportamentais que estão sempre presentes e às
encefalopatia hepática quais se sobrepõem recaídas de EH observável.
 Quadro clínico é de início gradual, manifestando-se com: De acordo com os fatores desencadeantes:
 Inicialmente pode apresentar déficit de atenção,
memória, redução da velocidade psicomotora e
capacidade visuo-espacial.
 Conforme progride apresenta mudança na
personalidade (apatia, irritabilidade, desinibição),
alterações na consciência e função motora.
 Podem desenvolver progressiva desorientação
tempo e espaço;  Tratamento visa a identificação e tratamento do fator
 Diagnóstico é clinico com evidência de alterações de precipitante e a redução do nível de amônia.
consciência e comportamento, e presença de  Corrigir evacuação. Uso de lactulona para reduzir a
asterixe/flaping. produção de amônia intestinal. Promover 2 a 3
 Diagnóstico diferencial: encefalopatias metabólicas, evacuações pastosas/dia.
sangramento intracerebral, Doença isquêmica cerebral, Dose: 20-30 g (30-45 ml) de duas a quatro vezes por
Infecções do sistema nervoso central, Delirium tremens, dia.
Alcoolismo, Status pós-ictal  Antibióticoterapia como neomicina, metronidazol ou
A EH deve ser classificada de acordo com a doença subjacente, rifaximina. Para inibição da produção de amônia ou
gravidade das manifestações, tempo de curso da doença (episódica, outras neurotoxinas por bactérias intestinais
recorrente, persistente) e quanto aos fatores desencadeantes.  Dieta hipoproteica não é necessária, mas há
Classificação EASL – Associação Europeia para o Estudo benefícios pela troca da proteína animal pela
do fígado quanto a doença subjacente proteína vegetal.
 A: insuficiência aguda SÍNDROME HEPATORRENAL
 B: decorrente do shunt portossistêmico  É caracterizada por vasodilatação periférica máxima,
 C: decorrente de cirrose bem como ativação máxima de hormônios que causam
retenção de sódio e água e vasoconstrição intensa das
artérias renais (↓ TFG)
 Reflete um desequilíbrio entre os fatores
vasodilatadores e vasoconstritores, resultando no
aumento significativo da resistência vascular renal,
Classificação de West Haven: quanto a gravidade das
diminuição da TFG e uma ávida retenção de sódio e água
manifestações.
(o sódio urinário desses pacientes geralmente é < 10
mEq/dia).
 Ascite não responsiva aos diuréticos e hiponatremia
quase sempre está presente
 É uma forma de insuficiência renal com ausência de
alterações morfológicas
 Tem mau prognostico e alta mortalidade

Ingrid Oliveira TIX - 21


Classificação clinico-laboratorial  MELD > 18 beneficia com transplante
Tipo 1  MELD < 15 melhor não transplantar
 Lesão aguda de rápida progressão com aumento nos níveis  MELD ≥ 15 < 18 zona indeterminada
de creatinina sérica no período de 2 semanas
≥ 40 pts – 100% de mortalidade
 Havendo aumento da creatinina sérica para além do dobro
30 – 39 pts – 83% de mortalidade
do valor inicial (> 2,5 mg/dl), ou uma queda no clearance de
creatinina para < 50% do valor inicial, atingindo um nível 20 – 29 pts – 76% de mortalidade
absoluto < 20 ml/min. 10-19 pts – 27% de mortalidade
 Quadro clínico: insuficiência renal aguda oligúrica. < 10 pts – 4% de mortalidade
Tipo 2 Indicações do transplante hepático
 Progride mais lentamente e está associada a ascite refratária
 Doenças hepáticas colestaticas crônicas – cirrose biliar
a diuréticos.
primária, secundária ou colangite esclerosante primária.
 Semanas a meses
 Doenças hepatocelulares crônicas – cirrose
 Creatinina sérica é > 1,5 mg/dl e/ ou o clearance de creatinina
é < 40 ml/min.  Doenças hepáticas metabólicas – hemocromatose
 Pacientes se apresentam com “ascite refratária” ao avançada, doença de Wilson, dificiencia de alfa-1-
tratamento clínico. anitripsina
 Prognóstico a curto prazo, mesmo sem tratamento, é melhor  Tumor primário de fígado
 Diagnóstico é de exclusão, mas exames complementares  Trauma
são necessários. Contraindicações relativas
Critérios diagnósticos  Etilismo ativo
 Cirrose com ascite;  Uso abusivo de drogas
 Creatinina sérica maior que 1,5 meq/l;
 Sem melhora com reposição volêmica com albumina 1 g/kg
 Sorologia positiva para HIV
(máximo de 100 g/dia) por 48 horas;  Positividade para replicação do vírus da hepatite B
 Ausência de choque;  Doença renal crônica avançada
 Ausência de tratamento com drogas nefrotóxicas;
Contraindicações absolutas
 Ausência de doença renal parenquimatosa, que pode ser
verificada por ausência de proteinúria maior que 500  Metástases
mg/dia, hematúria maior que 50 hemácias/campo e  Doença cardiopulmonar avançada
alterações ultrassonográficas renais.  Infecção ativa extra-hepática
 Diagnóstico diferencial inclui condições como sepse, uso
de vasodilatadores, hemorragia gastrointestinal, diurese
excessiva ou diarreia, uso de AINES e lesões nefróticas.
 Tratamento tem como eixo principal o transplante de
fígado. Durante a condução do transplante pode incluir
o uso de:
 Correção da hipovolemia
 Vasoconstritores como terlipressina em dose de 0,5
a 2mg EV a cada 4 ou 6h.
 Albumina 1 g/kg no primeiro dia seguido de 20-40
g/dia.
 TIPS
 Diálise extracorpórea de albumina
TRANSPLANTE HEPÁTICO
Critérios de MELD
 Modelo para doença hepática crônica em estágio final HEPATITES
 Usado para estimar a gravidade relativa da doença e
sobrevida provável de pacientes aguardando transplante
de fígado
 Utiliza valores do paciente de bilirrubina sérica,
creatinina sérica e INR para predizer o risco de
mortalidade em 3 meses.
 É útil para priorizar a alocação de pacientes para
transplantes hepáticos.
 Pontua-se até 40 pontos, sendo elegível para transplante
pacientes com score mínimo de 15.
Ingrid Oliveira TIX - 22
Quanto a localização:
 Alta: proveniente do ID. poucas dejeções ao dia, fezes
volumosas, presença de restos alimentares e ausência de
muco. Geralmente acompanhada de cólicas abdominais.
 Baixa: proveniente do IG. Múltiplas dejeções ao dia,
pouco volumosas, sem restos alimentares e com
presença de muco, pus e pode conter sangue.
Geralmente acompanhadas de urgência e tenesmo.
 Funcional: causada por hipermotilidade intestinal (SII)
Diarreia aguda
 Pode ser entendida como um episódio diarreia com
início abrupto, etiologia presumivelmente infecciosa,
potencialmente autolimitada e com duração < 14 dias.
 Decorre desequilíbrio entre absorção e secreção de
líquidos e eletrólitos
 Geralmente é um quadro autolimitado
 As diarreias agudas podem ser de 3 categorias:
 Diarreia aguda aquosa
 Disenteria (aguda com sangue)
DIARREIAS
 Persistente
Pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações
 Causas mais comuns são as gastrenterites infecciosas
amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. A diminuição da
agudas.
consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais
 As diarreias virais agudas são frequentes em crianças
considerados.
causadas principalmente pelo norovírus e rotavírus,
As diarreias podem ser classificadas quanto ao tempo,
porém, podem acometer adultos.
etiologia, mecanismo fisiopatológico e localização da diarreia.
 As diarreias virais são precedidas de vômitos, enquanto
Quanto ao tempo:
as bacterianas em sua maioria não.
 Aguda: até 2 semanas
 Persistente: entre 2 a 4 semanas
 Crônica: mais de 4 semanas
Quanto a etiologia:
 Infecciosa: evacuações frequentes, pequeno volume,
com muco ou pus, algumas com sangue. É comum febre,
toxemia, dor abdominal intensa, tenesmo e leucocitose
associada
 Não infecciosa: fezes aquosas, volumosas, sem sangue
muco ou pus, geralmente sem febre.  Diagnóstico é clinico. Na maioria das vezes não há
Quanto a fisiopatologia: necessidade de investigação etiológica. Valorizar os
 Osmótica: acúmulo de solutos osmóticos ativos não seguintes aspectos:
absorvíveis no lúmen intestinal. Ocorre retenção de  Exame de coprocultura pode ser indicado em casos
líquidos intraluminal. de suspeita bacteriana.
 Secretória: distúrbio no processo hidroeletrolítica da  Diagnóstico diferencial: infecções, alergia alimentar,
mucosa intestinal com aumento da secreção de íons e intoxicação alimentar, medicamentos e quadro inicial de
agua para o lúmen, enterotoxinas, sd. Carcinoides. diarreia crônica.
 Exsudativa: processos inflamatórios que sugere infecção  Tratamento é sintomático e visa a reidratação e uso de
por agentes invasivos, com agressão de íleo distal e antibiótico quando necessário.
colón. Motora:  Agentes que se indicam antibióticos –
 Disabsortiva: deficiência digestiva e lesões parietais do ID Campylobacter, Shigella, Vibrio cholerae, Yersínia,
que impedem a correta digestão ou absorção (DC e Salmonela typhi, E. coli.
pancreatite) Diarreia crônica
 Motora: alteração causada pelo transito intestinal  Persistência do quadro por mais de 3 semanas
acelerado, recorrência por ressecção intestinal e fistular  Não é autolimitada
enteroenterica

Ingrid Oliveira TIX - 23


 Tem início mal definido, mas com evolução progressiva e  Diagnóstico diferencial: intolerância a lactose, quadros
continua OU com surtos frequentes. infecciosos, neoplasias (CCR, linfoma, tumores
 Tem impacto no estado nutricional e/ou no crescimento. neuroendócrinos).
 Etiologias mais comuns estão as: diarreia crônicas
inespecíficas, enteropatia ambientes (parasitoses), Investigação clínica das diarreias
intolerância primária, doença celíaca e fibrose cística.  Quanto tempo do início dos sintomas (diarreias crônicas
podem iniciar nos primeiros meses de vida)
 Quantidade e volume das fezes
 Há comorbidades associadas (câncer, IC, DRC)
 Sintomas associados – febre, náuseas, vômitos, dor
abdominal, redução da diurese
 Presença de manifestações extra-intestinais – eczema,
edema, febre prolongada, perda de peso.
 Patologias que geralmente não se associam a má  Característica das fezes – muco, sangue, pus, presença
progressão ponderal e/ou estatural: síndrome do ou ausência de alimentos, odor
intestino irritável; intolerância primária à lactose;
 Medicamentos em uso
hipersensibilidade às proteínas do leite de vaca não IgE
mediada; erros alimentares (diarreia osmótica por abuso  Condições socioeconômicas e saneamento básico
de sumos, sorbitol, xilitol);  Viagens recentes
 Patologias habitualmente associadas a má progressão  Vacinação para rotavírus
ponderal e/ou estatural: doença celíaca; doença
 AVALIAÇÃO DO ESTADO DE DESIDRATAÇÃO
inflamatória intestinal; giardíase; fibrose cística.
Exames complementares iniciais nas diarreias
 Diagnóstico requer investigação etiológica.
 VSH quando se suspeita de DII e pesquisa de sangue  Coprocultura
oculto nas fezes  Hemograma, eletrólitos e função renal
Na investigação deve-se primeiro realiza a avaliação de má  EPF se diarreia > 10 dias, endemia ou surto com origem
absorção intestinal e consequências nutricionais (ferro, de fonte de aguda, HIV
ferritina, eletrólitos, albumina, EPF) em seguida investigar a  Colonoscopia com biópsia
síndrome possível (sorologias, EDA)
 EDA
 Teste de toelrancia a lactose
 Anticorpos anti-transglutaminase IgA, antiendomísio IgA
Os pacientes que se beneficiam destes exames são: idosos,
diarreias persistentes, desidratação grave, toxemia,
imunossupressão suspeita de etiologia nosocominal e
diarreia inflamatória. EDA e colonoscopia suspeitas de DII,
DC, Whipple e neoplasias.

Ingrid Oliveira TIX - 24


Ingrid Oliveira TIX - 25
INTOLERÂNCIA PRIMÁRIA A LACTOSE – IgA com sensibilidade de 90% e especificidade de 95-
 Ocorre perda progressiva da atividade da enzima lactase 97% e IgG com sensibilidade e especificidade de 98%.
 A lactase cliva a lactose em glicose e galactose os quais  Tratamento baseia-se na exclusão do glúten da dieta,
são transportados ativamente para os enterócitos e excluindo alimentos que contenham centeio, cevada e
posteriormente aos capilares do TGI por difusão trigo. A mucosa intestinal pode ser normalizar ao longo
facilitada. dos anos.
 A lactose quando não digerida é metabolizada pelas Obs: o desenvolvimento de intolerância a lactose e
bactérias do cólon aumentando a produção gasosa sacarose podem estar presença na DC devido aos danos
(fermentação), além disso os carboidratos atuam como a mucosa.
substancias osmóticas ativas provocando diarreia. INTOLERÂNCIA À FRUTOSE
 A expressão da lactase aintge seu pico na infância e reduz  É um erro inato do metabolismo
o longo do tempo  Não tem cura
 Clinicamente há:  Há deficiência enzimática da aldolase
 Distensão abdominal  Tem como principais sintomas a hipoglicemia grave,
 Flatulência náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia.
 Diarreia aquosa e ácida (osmótica)  Diagnóstico é clinico, a exclusão de proteínas e dos
 Diagnóstico é estabelecido por meios de testes como: carboidratos que contem frutose ou galactose e
teste de hidrogênio expirada com lactose, teste de observação da melhora dos sintomas, além disso e coleta
tolerância a lactose, medida de atividade de lactase de exames laboratoriais podem ser utilizadas na exclusão
duodenal e teste genético. de outras doenças.
 Tratamento de maneira geral é exclusão ou redução da  Teste do hidrogênio no ar expirado após ingestão de
lactose da dieta, ou a suplementação de lactase nas sobrecarga a frutose pode ser utilizado onde os
refeições que contenham lactose. monossacarídeos não absorvido fermentam e produz
DOENÇA CELÍACA gases como metano, dióxido de carbono e hidrogênio
 Enteropatia autoimune além de ácidos graxos voláteis.
 É causa por intolerância total e permanente ao glúten  Os principais alimentos que apresentam fontes de
 Tem prevalência de 1:100 frutose são: vegetais, frutas, mel, alimentos
 Pode manifestar-se em qualquer idade industrializados com alto teor de açúcar, entre outros.
 Apresenta-se clinicamente de modo multissistêmico: DOENÇA DE CROHN
 Doença celíaca clássica: diarreia, desnutrição, perda  É uma doença inflamatória intestinal
de peso, esteatorreia, edema secundário a  Sua etiologia é desconhecida
hipoalbuminemia.  A DC caracteriza-se pelo acometimento focal,
 Não clássica (atípica): sintomas gastrointestinais assimétrico e transmural de qualquer porção do tubo
como dor abdominal, sintomas de refluxo digestivo da boca ao ânus.
gastroesofágico, distensão abdominal e  Os segmentos mais acometidos são íleo, colón e região
manifestações extra-intestinais como anemia perianal.
ferropriva, infertilidade, baixa estatura.  É marcada por períodos de agudização e remissões.
 Assintomática (silenciosa)  Não é curável nem clinicamente nem cirurgicamente
 Diagnóstico é necessário a realização de EDA com biopsia  Tem distribuição bimodal maior pico entre 20-30 anos e
do intestino delgado e em seguida o histopatológico de menor de 60-80 anos.
no mínimo 4 fragmentos.  Possíveis fatores ambientais envolvidos na DC
 Lesão característica é a mucosa plana ou quase plana  Tabagismo
com criptas alongadas e aumento de mitoses,  Apendicectomia
epitélio superficial cuboide com vacuolização,  Fatores alimentes
aumento de linfócitos intraepiteliais e lamina própria  Infecções antes dos 20 anos (sarampo,
com denso infiltrado de linfócitos e plasmócitos. gastrintestinais recorrentes)
 Sorologias também podem ser utilizados no diagnóstico,  Drogas (AINES, antibióticos, ACO)
sendo utilizados principalmente: anticorpo  Estresse
antiendomísio (EMA), anticorpo antigliadina (IgA e IgG  A patogênese da DC é resultado de um desequilíbrio
sensíveis, porém pouco específicos, com baixo valor entre a flora bacteriana comensal e o aparato
preditivo positivo, e com isso pouco utilizado), imunológico da mucosa intestinal. Há uma reatividade
anticorpos contra peptídeos de gliadina desaminados excessiva do sistema imunológico.
sintéticos (DGPs) e anticorpo antitransglutaminase (TTG
Ingrid Oliveira TIX - 26
 A DC se inicia pela inflamação das criptas e formação  Diagnóstico é complexo devido a heterogeneidade das
de abcessos, os quais evoluem como ulceras aftoides. manifestações. Requer uma investigação detalhada com
Esta lesão pode evoluir e se tornar mais profunda, exames de imagens e biópsia (diagnóstico definitivo).
transversais e longitudinais com edema entre as  Colonoscopia com biópsia é o padrão-ouro para
ulceras. determinação do diagnóstico.
 A disseminação transmural da inflamação causa  TC de abdômen pode ser útil na identificação de
linfedema e espessamente da mucosa intestinal e do fistulas entre alças intestinais e outras alterações.
mesentério, acarretando hipertrofia muscular, Achados do exame físico
fibrose e estenose que podem ocasionar obstrução  Sensibilidade abdominal e dor a palpação principalmente no
intestinal. QID
 Inchaço abdominal
 Massa abdominal
 Exame retal pode revelar hemorroidas, fissuras e fistulas
Achados da colonoscopia
 Aparência espessa e edemaciada
 Lúmen intestinal estreitado pele edema nos casos iniciais e
pela combinação e de edema e fibrose nos casos mais
avançado
 Aspecto de pedras em calçamento
 Tumefação nodular, fibrose e ulceração
 Fistulas podem estar presentes assim como abcessos
Achados anatomopatológico
 Agregados linfoides nodulares transmurais
 Proliferação da mucosa
 Formas de apresentação:
 Presença de áreas displásicas nas áreas epiteliais da mucosa
 Inflamatória
(focais ou disseminadas)
 Fibroestenosante (obstrutiva)  Edema mucoso e submucoso com aumento de linfócitos,
 Fistulosa plasmócitos e macrófagos.
 Manifestações depende da duração, localização,  Granulomas não-caseoso constituídos por material hialino
extensão, atividade da doença e presença ou não de Marcadores sorológicos
complicações.  Os anticorpos anti-Saccharomyces cerevisiae (ASCA), que
 Sintomas mais comuns são diarreia, disenteria, perda são anticorpos para levedura, ocorrem em 40% a 70% dos
de peso, dor abdominal. pacientes com DC;
 A combinação de ASCA elevado de imunoglobulina A (IgA) e
 Sinais mais comuns são febre, palidez, caquexia,
os títulos de IgG é altamente específica para DC
massas abdominais, fistulas e fissuras anais.
 Diagnóstico diferencial: ileites agudas, retocolite
 Manifestações extra-intestinais são frequentes, está
ulcerativa, anorexia nervosa, FOI, brucelose,
relacionado principalmente a exacerbações, podendo
colagenoses, gatrenterites, DC, doença de Behçet.
acometer vários órgãos.
 Tratamento visa conseguir a remissão e controle dos
Menifestações extra-intestinais DC
sintomas, prevenção e tratamento das complicações.
 Uveite e espisclerite
Aminossalicitatos (5-ASA)
 Artropatia
 Tem ação anti-inflamatória
 Ulceras orais
 É muito usado para manter a remissão da doença
 Pioderma gangrenoso  Tem papel limitado em casos recidiva aguda
 Eritema nodoso  Ex. sulfassalazina, olsalazina
 Nefrolitíase Corticosteroides
 Colangite esclerosante primária  Ação anti-inflamatória e imunossupressora
 Osteoporose e osteomalacia  Pacientes moderado a grave
 Doença tromboembólica  São uteis nas crises agudas da DC
 Deficiência de B12  Não são eficazes no tratamento de manutenção e
 Complicações: perfuração intestinal, abscesso nem das fistulas
intrabdominal, estenoses, suboclusão e obstrução  Ex. prednisolona, hidrocortisona e budesonida.
intestinal, fistulas, doença perianal, megacolón tóxico, Agentes imunomoduladores/imunossupressores
malignidades.  Supressão a resposta imune da DC
 Pilar do tratamento a longo prazo
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 Ex. azatioprina e metotrexato  Moderada: mais de 4 evacuações por dia com
Antibióticos mínimo comprometimento sistêmico;
 Provocam dano celular na parede de patógenos e  Grave: mais de 6 evacuações por dia com sangue e
redução da carga bacteriana com evidência de comprometimentos sistêmicos,
 É utilizado nos casos de tratamento adjuvante, tais como febre, taquicardia, anemia e velocidade de
complicações especificas e profilaxia pós-operatória sedimentação globular acima de
 Ex. metronidazol Manifestações extra-intestinais da RCU
Cirurgias  Uveite e espisclerite
 Destinada a complicações como obstruções e  Artropatia
complicações supurativas  Piderma gangreno e eritema nodoso
 Está indicada a casos refratários as medicações  Nefrolitiase
 Entre as intervenções cirúrgicas destacam-se:  Colangite esclerosante primaria
ressecção segmentar do ID, colectomia abdominal
 Doença tromboembolítica
total, protocolectomia total com ileostomia.
 Diagnóstico é complexo devido a heterogeneidade das
manifestações. Requer uma investigação detalhada com
exames de imagens e biópsia (diagnóstico definitivo).
 EPF deve ser realizado para excluir outras causas de
diarreia
 Retossigmoidoscopia
Achados da colonoscopia
 Fase inicial pode haver eritema difuso da mucosa com perda
do padrão vascular normal
 Fase mais grave a mucosa fica friável, sangra com facilidade
e pode ulcerar
 Os achados se estendem em padrão contínuo
 Pseudopólipos podem se formar devido a regeneração
epitelial após os ataques recorrentes da doença
 Doença crônica a mucosa colônica perde seu padrão de
dobras e passa a ficar encurtado e estreio.
RETOCOLITE ULCERATIVA Achados anatomopatológico
 Presença de infiltrados inflamatórios no interior da mucosa
 É uma doença inflamatória intestinal
 Criptite
 Caracteriza-se por episódios recorrentes de inflamação
 Abscessos de cripta
que acomete predominantemente a mucosa do cólon.
 Número reduzido de células caliciformes.
 A doença tem fases de remissão e de exacerbações.  Distorções arquitetônicas nas criptas, com ramificação e
 Afeta o reto e porções proximais do colón, classificando- encurtamento das criptas ocasionadas por lesões crônicas.
se em:  Granumolas não estão presentes.
 Proctite – doença limitada Marcadores sorológicos
 Proctossimoidite – quando afeta até a porção média  Anticorpos citoplasmáticos antineutrófilos perinuclear
do sigmoide (pANCA)
 Colite esquerda – colón descendente  Tratamento vai ser variado de acordo com a distribuição
 Pancolite – envolvimento até a flexura esplênica. anatômica da colite ulcerativa.
Proctite
 Tratamento tópico e oral com 5-ASA
(Aminossalicitatos)
 A terapia oral isolada pode levar de 3 a 4 semanas
para apresentar resposta
 O pico de incidência é entre 20 aos 40 anos
Colite proctossigmoidite e colite distal
 Clinicamente há diarreia, disenteria, fezes com muco e
 Pacientes com atividade leve a moderada
dor abdominal.
 Extensão proximal ao colón sigmoide
 As agudizações são classificadas em 3 categorias:
 A escolha farmacológica inicial é o aminossalicilato
 Leve: menos de 3 evacuações por dia, com ou sem
oral;
sangue, sem comprometimento sistêmico e com
 Prednisona oral deve ser iniciada em pacientes com
velocidade de sedimentação globular normal;
mais de cinco ou seis evacuações por dia, diarreia
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muito intensa, disenteria ou com sintomas
sistêmicos.
Colite grave
 Pacientes que requerem internação
 Não se beneficiam com 5-ASA
 Deve-se administrar azatioprina-6-mercaptopurina
ou infliximabe
 Os pilares do tratamento são reidratação com
líquidos intravenosos e corticosteroides intravenosos
(hidrocortisona, 300 mg/dia; prednisolona, 60 a 80
mg/dia)
 Pacientes com sinais de irritação peritoneal ou de
infecção sistêmica devem ser tratados com
antibióticos parenterais.

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