Você está na página 1de 2

ANÁLISE: MILTON SANTOS - POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO

Milton foi inspirado por Sartre, pela sua liberdade, vontade de futuro e independência.
Também foi influenciado por Josué de Castro.

Milton Santos, em entrevista para a Rádio Jornal Brasil em 1981, afirmou que a crise
da cidade reflete e resume todas as outras crises do nosso tempo - financeira, moral,
cultural, política e social.

Para ele, a violência é uma consequência da crise das cidades. A violência é gerada
por aqueles que imaginam desejar combatê-la.

A inviabilização do capital por parte das cidades é a geratriz da crise urbana, uma vez
que a constância de reformas financiadas pelo dinheiro público diminuem a renda existente.
Assim, a falta dessa renda torna a cidade inviável para o homem.

Os arautos da globalização e do Estado explicam que o desemprego é uma


ferramenta para alcançar mais globalização, por isso, o Brasil enxergou que uma maneira
de diminuir a crise é diminuindo o trabalho, todavia, isso só gera mais violência. Nessa
afirmação, ele se baseia no histórico de expropriação brasileira.

Na globalização, devido ao seu viés neoliberal, a pobreza é normalizada.

Milton Santos afirmou que o autoritarismo escapou do Estado e foi entregue às


empresas que estabelecem normas de convivência entre as pessoas sem ter mandato da
sociedade. Em razão disso, elas desorganizam os territórios tanto socialmente quanto
moralmente.

Milton Santos, no documentário “Por uma Outra Globalização”, comentou que na


atualidade há o fenômeno, em primeira mão, da utilização da informação por outros que não
são uma força maciça.

Há a convivência com um futuro possível. Ele não é algo dos filósofos, mas algo do
qual todos têm consciência, desde os intelectuais aos pobres.

Há uma ética dos poderosos e uma dos que não tem nada. Os desesperados buscam
uma ética violenta. Para ele, a ética dos pobres é difícil de se estabelecer em razão da ética
pré-estabelecida dos poderosos.

Para ele, o movimento MST é uma forma de demonstrar o desejo de mudança, o qual
não cabe em um formulário autorizado, por isso, acaba sendo visto como delinquência.

No documentário, João Sem-Teto reclama de como a distância do centro afeta a vida


dos trabalhadores.

A globalização trouxe outras formas de exclusão.


DARCY RIBEIRO - O POVO BRASILEIRO

Para o sociólogo Darcy Ribeiro, no seu livro “O Povo Brasileiro”, a definição do povo
se dá por suas características próprias, como a sua cultura e sua etnia. Assim, o povo
brasileiro é formado por três matrizes, os europeus, os povos indígenas e os africanos.
Entretanto, é preciso ressaltar que todos passaram por um processo de aculturação.

Os brasilíndios e mamelucos são o resultado da miscigenação dos povos indígenas


que se concretizou através do cunhadismo (quando uma mulher indígenas era dada a outra
etnia como forma de estreitar as relações). Essa situação ocorreu principalmente em São
Paulo, onde a utilização de mão de obra nativa era mais forte.

Os mamelucos geralmente se afastaram e negavam as suas origens indígenas,


todavia não eram aceitos pelos europeus. Há também os afro-brasileiros, os descendentes
dos povos africanos.

Tanto os mamelucos quanto os afro-brasileiros, ao não serem aceitos pelos europeus,


tiveram de construir uma cultura própria, com as experiências que aqui viviam, formando o
povo brasileiro.

Para ele, no plano econômico, o Brasil é produto da implantação e da interação de


quatro ordens empresariais durante a colônia, com diferentes funções, variadas formas de
mão de obra e graus de rentabilidade. Essas “empresas” são: escravidão dos africanos, a
presença dos jesuítas, a multiplicidade de microempresas de gêneros de subsistências
(miscigenação) e o núcleo portuário (relações internacionais).

OS CINCO BRASIS

Ainda na obra “O Povo Brasileiro”, Darcy aponta 5 brasis resultados da miscigenação:

Brasil Crioulo: Resultado da implantação da economia açucareira, se desenvolveu


com base nas relações entre europeus e africanos. Essa cultura também se desenvolveu
em outros anexos, como os quilombos - os quais se estruturam mais em moldes
neobrasileiros do que em africanos.

Brasil Caboclo: Resultado da miscigenação entre europeu e indígenas,


principalmente na região norte. É uma cultura de subsistência que vivia do extrativismo e de
atividades de origem indígena.

Brasil Caipira: Fruto da miscigenação entre portugueses e indígenas no interior de


São Paulo. Seus integrantes tem uma vida despretenciosa das riquezas alcançadas pela
mineiração e do plantio de café (não são ricos). Eles se organizaram em núcleos familiares
e constuíram festejos em homenagens a santos, leilões e danças regionais.

Brasil Sertanejo: Desenvolve-se no interior do sertão, vivendo principalmente da


pecuária extensiva. Seus membros organizavam-se por mão de obra familiar lutando para
sobreviver com adversidades.

Brasil Sulino: Estruturado pelas relações jesuíticas, os guaranis e os espanhóis,


vivendo da pequena e grande propriedade. Possuíram mais influências externas

Você também pode gostar