Você está na página 1de 18

TRÁFICO DE DROGAS NO BRASIL: A FACE OCULTA DO DESEMPREGO E DA

INFORMALIDADE

Ednéia Alves de Oliveira

Doutora em Serviço Social

Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Endereço: Rua José Lourenço Kelmer s/nº Bairro São Pedro

Juiz de Fora, Minas gerais CEP: 36036-900

E-mail: oliveiraedneia21@yahoo.com.br

Tel: (32) 99121-4498

Luca de OLiveira Morando

Mestrando em Serviço Social

Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Endereço: Rua José Lourenço Kelmer s/nº Bairro São Pedro

Juiz de Fora, Minas gerais CEP: 36036-900

E-mail: luccaadeoli@gmail.com

Tel: (33) 998421-4576

Pedro de Oliveira Rodrigues

Doutorando em Serviço Social

Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Endereço: Rua José Lourenço Kelmer s/nº Bairro São Pedro

Juiz de Fora, Minas gerais CEP: 36036-900

E-mail: pedrodeorodrigues@gmail.com

Tel. (32) 99134- 3876

Resumo
Este artigo objetiva relacionar o trabalho informal ilegal do tráfico de drogas com o
desemprego e a informalidade no Brasil. Trata-se de uma pesquisa descritiva,
qualitativa e quantitativa, cujos instrumentos de análise consistem em revisão
bibliográfica e análise documental de trabalhos desenvolvidos por órgãos como OIT,
Observatório de Favelas, Cebrap, Depen, dentre outros. Os resultados obtidos nos
permitem constatar que o tráfico de drogas situa-se entre o informal e o ilegal,
suprindo a ausência de trabalho e renda, em particular para os indivíduos que vivem
em áreas de favelas e periferias dos grandes centros urbanos, sobretudo a
população jovem masculina, conforme demonstram os censos penitenciários e o
avanço do desemprego e da informalidade nos últimos anos.

INTRODUÇÃO

Este artigo objetiva discutir a relação entre o desemprego e a informalidade e o


tráfico de drogas no Brasil. Trata-se de uma pesquisa descritiva, qualitativa e
quantitativa cujos instrumentos versaram sobre revisão bibliográfica e análise
documental. A revisão bibliográfica consistiu em pesquisas publicadas por autores
que tratam da temática do desemprego, da renda e das condições de vida da classe
trabalhadora no Brasil, bem como publicações sobre o tráfico de drogas. Para
análise documental foram utilizados dados extraídos de pesquisas realizadas pela
Organização Não-Governamental (ONG) Observatório de Favelas do Rio de Janeiro
e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento - Cebrap, da cidade de São Paulo,
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Departamento Penitenciário Nacional (Depen),
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dentre outros. A escolha da
bibliografia e documentos elencados foi feita considerando a hipótese inicial, qual
seja: a de que o tráfico de drogas funciona como uma porta de entrada para a
população mais pobre para escapar do desemprego e da pobreza. Consideramos
que no Brasil, a exemplo de países periféricos, a questão do tráfico envolve uma
gama de outros problemas sociais que vão desde a violência decorrente da disputa
de território, ao tráfico de armas, à saúde pública, aos investimentos em segurança
e em política penitenciária e ao aumento dos números de mortes de jovens nas
periferias das grandes cidades, numa clara perspectiva de criminalização dos mais
pobres.
Nessas análises, a relação da atividade ilegal do tráfico de drogas com as
condições econômicas e, consequentemente, com a própria dinâmica do modo de
produção capitalista, são pouco abordadas, incorrendo em análises que naturalizam
o problema. Contudo, à medida que avança a ofensiva do capital e sua necessidade
de recuperar as taxas de lucro, assistimos a mudanças nas formas contratuais e nas
leis trabalhistas, contribuindo para aumentar o desemprego, a informalidade e para
reduzir salários e benefícios trabalhistas, exponenciando a crescente formação de
uma superpopulação relativa, parcela da classe trabalhadora que Marx (2013)
considera funcional para garantir o progresso da acumulação capitalista, ampliando
cada vez mais o contingente de excluídos do mercado de trabalho formal ou
informal legal, tornando-se apta a inserir-se em atividades ilícitas numa tentativa de
sobrevivência a qualquer preço.
Portanto, o aumento do número de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas
ilícitas e que hoje ocupam as cadeias e penitenciárias do país são a expressão da
realidade, propugnada pelo capitalismo, no seu atual estágio de acumulação, em
que a subsistência torna-se um problema individual, em que se presencia a
ausência de políticas sociais, tendo em vista que o Estado, para atender às
exigências do ajuste fiscal imposto pelas agências internacionais, como FMI e BM,
prioriza a realização de superávit primário e não de investimentos para minimizar os
problemas sociais.

DESEMPREGO E INFORMALIDADE NO BRASIL: AS MARCAS RESISTENTES


DA HISTÓRICA RELAÇÃO TRABALHISTA

O Brasil, assim como os demais países ditos da periferia capitalista, possui uma
inserção subalterna na divisão internacional do trabalho. A economia dependente
dos países do centro capitalista resulta na adoção de medidas que, comumente
contrariam os interesses da população em geral, sendo marcadas por leis e políticas
que primam pelo atendimento das necessidades do capital industrial, agrário e
financeiro exigindo mudanças que aprofundam a histórica desigualdade territorial e
social do país (OLIVEIRA, 2017). Acresce-se a isso, o fato de que, nos últimos
anos, em face da necessidade de recuperar as taxas de lucro, as agências
internacionais, representantes do poder capitalista, exigem medidas de contenção
de gastos públicos que recai sobre os investimentos em políticas sociais e também
na adoção de novos contratos e leis trabalhistas numa perspectiva de baratear a
força de trabalho e diminuir os custos sobre a folha de pagamento, beneficiando
segmentos do grande capital (OLIVEIRA, 2020).
Embora esta seja uma marca da nossa formação sócio-histórica, consideramos que
tais efeitos se agudizaram nos últimos anos tendo em vista a política adotada pelos
governos pós redemocratização. Se o período ditatorial no Brasil foi marcado por
uma ausência de políticas trabalhistas e sociais, pelo forte arrocho salarial, pelo
crescente aumento da desigualdade social e alta concentração de renda, o retorno
da democracia não logrou superar o legado deixado pelos militares (OLIVEIRA,
2020). Dados publicados por Rodrigues (2022) indicam que os altos índices de
desemprego, a alta taxa de informalidade e o avanço da criminalidade no país, são
evidências de uma realidade que não tem se alterado nos últimos anos. Soma-se a
isso o crescimento exponencial das cidades, com a crescente expulsão do
trabalhador rural do campo e a prevalência do agronegócio. Fato é que em 1984, de
acordo com Oliveira (2020), ocorreu um salto significativo da população urbana que
passou de 50 milhões de pessoas para 69,8 milhões. Em 2015, o IBGE apontava
84, 72% da população brasileira vivendo em áreas urbanas e somente 15,28% nas
áreas rurais.
Em face desse contexto, as cidades tiveram as periferias expandidas, assim como
se ampliou o número de favelas. Nesses espaços, o Estado brasileiro não investe
ou investe pouco em serviços básicos, como transporte, moradia, saneamento
básico, educação, saúde, água encanada e energia elétrica (OLIVEIRA, 2020). Ou
seja, o país se moderniza de forma dual, criando regiões mais industrializadas e
com melhor infraestrutura, ao mesmo tempo que possui áreas, nessas mesmas
regiões, totalmente atrasadas, evidenciando a histórica desigualdade social e
regional do país.

Com as mudanças ocorridas nos primeiros anos do governo de FHC, tais como o
controle da inflação, a valorização do real, recuperação do crescimento econômico,
houve uma expectativa de alteração das condições econômicas no país. Contudo, o
aumento do poder de compra da população de baixa renda, conquistado no início
do Plano Real, logo se esvaneceu e o país voltou a sofrer com a perda de poder
aquisitivo e o arrocho salarial, ampliando o número de brasileiros que viviam abaixo
da linha de pobreza e que cada vez mais adentraram as cidades aumentando a
periferização do território urbano (OLIVEIRA, 2020).
Em 2003, a taxa de desemprego atingiu o percentual de 12,5% da População
Economicamente Ativa (PEA). No tocante à renda média do trabalhador houve
quedas sucessivas, atingindo, no ano de 2003, uma redução de 12,9% (OLIVEIRA,
2005). Ainda conforme a autora, o coeficiente de Gini, utilizado para medir a
concentração de renda, demonstrou que, até 2003, não havia se modificado,
permanecendo em torno de 0,6%, significando que a desigualdade social não havia
sido alterada. Nos governos petistas, sobretudo nos dois governos Lula, a tendência
foi de uma leve queda na redução do desemprego. Em 2011 apresentou uma taxa
de 5,98% para logo voltar a subir 7,32% em 2012, 6,78%, em 2014, 12,77%, em
2017 e 12,26% em 2018 (SILVA e OLIVEIRA, 2020). Os mesmos estudos sinalizam
que no primeiro ano do governo Bolsonaro o desemprego se manteve próximo dos
12%, porém, sob impacto da pandemia, a situação voltou a se deteriorar e os
desempregados passaram a representar 14% da PEA1 em setembro de 2020 – 13,5
milhões de trabalhadores. Aos desempregados somaram-se os desalentados,
trabalhadores que, nos últimos anos, desistiram de procurar emprego, que, em
2018, atingiram os 4,7 milhões. No que diz respeito à informalidade, em 2019, 41,4
milhões de trabalhadores estavam nessa situação.
Outro exemplo que merece ser ressaltado é referente à comparação da variação do
salário mínimo nominal com a variação do salário mínimo necessário. Durante os
governos petistas, considerado como o que mais ampliou a renda da classe
trabalhadora, o salário e o emprego da população brasileira - 95% dos empregos
gerados corresponderam a remunerações de até 1,5 salários mínimos (SILVA,
OLIVEIRA, SANTOS, 2021) Ou seja, os rendimentos da grande maioria dos
trabalhadores brasileiros se mantiveram abaixo do valor necessário para prover a
subsistência mínima de uma família de 4 pessoas. Tomando como base o mês de
janeiro, em 1995 – início do governo FHC – o salário mínimo nominal era de R$
70,00 ao passo que o salário mínimo necessário era de R$ 723,82 (mais de sete
vezes o valor do primeiro); em 1999 – segundo mandato FHC – eram
respectivamente R$ 130,00 e R$ 880,93; ao fim do primeiro mandato de Lula em
janeiro de 2007 eram R$ 350,00 e R$ 1.565,61(mais de quatro vezes o valor do
1 Os dados de 2020 já são influenciados pelo contexto da pandemia do COVID-19 (coronavírus).
primeiro); no início do primeiro mandato de Dilma em 2011 o mínimo nominal era R$
540,00 e o mínimo necessário era R$ 2.194, 76; na iminência do golpe em 2016
verificamos respectivamente, R$ 880,00 (mínimo nominal) e R$ 3.795,24 (mínimo
necessário); em 2017 observamos um salário mínimo nominal de R$ 937,00 e o
mínimo necessário de R$ 3.811,29; em 2018 correspondia respectivamente a R$
954 e R$ 3.752,65; em 2019 verificamos um salário mínimo nominal de R$ 998,00 e
um mínimo necessário de R$ 3.928,73 e por fim; em 2020 atingimos a marca de R$
1.039,00 para o primeiro e R$ 4.420,11 para o último (SILVA e OLIVEIRA, 2020).
Silva, Oliveira e Vidal (2021), comparando a relação entre os salários reais (SR) e a
produtividade do trabalho percebem que nos anos de 2000 a 2006 houve uma
estabilidade na produtividade do trabalho, que voltou a crescer de 2006 até 2013.
Contudo, a pequena melhoria da participação dos trabalhadores na renda nacional,
não foi capaz de alterar o nível de desigualdade entre os rendimentos do capital e
do trabalho. Tal fato pode ser demonstrado pelos valores transferidos ao Programa
Bolsa Família durante os governos petistas. Somente nos anos de 2011 e 2012,
respectivamente, R$ 17 bilhões e R$ 18 bilhões, foram gastos com o programa. No
mesmo período, o governo transferiu ao capital financeiro, via pagamento de juros e
amortizações da dívida pública, respectivamente, R$ 708 bilhões e R$ 753
bilhões.Ou seja, aproximadamente 42 vezes o valor transferido aos trabalhadores
por meio do Bolsa Família. Aos escassos investimentos em políticas de assistência
social soma-se os baixos ou iníquos investimentos em políticas de saneamento
básico, saúde, educação, dentre outras, o que não permite a redução de gastos da
classe trabalhadora pela prestação de serviços sociais oferecidos pelo governo.
Fato agravado pela criação da PEC do teto dos gastos aprovada como EC 95 em
2016 e que evidenciam o compromisso do governo brasileiro na recuperação das
taxas de lucro de parcelas do grande capital nacional e internacional (OLIVEIRA,
2020).
Todos estes fatores ampliam a concentração da renda no país. Os números de
2014 mostram que 50% dos mais pobres detinham cerca de 5,7 % da renda do
trabalho e, em 2019 este percentual diminui para 3,5%. “Já os 10% mais ricos da
população que recebiam cerca de 49% do total da renda do trabalho em meados de
2014 aumentaram para 52% no início de 2019, um aumento de 30% na fração da
renda apropriada pelos 10% mais ricos” (OREIRO e PAULA, 2019, p. 7). Os cortes
nos benefícios sociais ocorridos entre 2016 e 2018 no valor de 10 bilhões de reais,
incluindo o Bolsa Família, aumentaram os índices de desigualdade social e acirram
o quadro de pobreza e fome no país.
O cenário destacado se agrava diante da pandemia do coronavírus quando se
constatou que metade da população brasileira era elegível para receber o auxílio
emergencial. Ou seja, o Brasil de 2020 possuía uma população aproximada de
55,2% (116,8 milhões de pessoas) vivendo em situação de pobreza e com relativo
grau de insegurança alimentar. De acordo com a Rede Penssan (s/d) o percentual
de pessoas com relativo grau de insegurança alimentar passou de 20,7% em 2018
para 34,7% em 2020. Destacamos ainda a falta de água encanada, saneamento
básico nas áreas periféricas e as péssimas condições de moradia, impossibilitando
a permanência ou a implementação de isolamento espacial como proposto pelos
órgãos de saúde internacionais.
Na ausência de políticas sociais, alta do desemprego e da informalidade, queda na
renda e no salário, temos um aumento da população carcerária em 2022 para 910
mil contra 820 mil em julho de 2021, segundo dados do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), (2022). Destes, segundo Rodrigues (2022), ⅓ responde pelo crime
de tráfico de drogas, sendo seguidos pelo de roubo e furto, o que reforça a
tendência de as atividades ilegais funcionarem como forma de sair da situação de
pobreza e miséria extrema, sendo para muitos, a única alternativa para obtenção de
renda. É nesse contexto que a sociedade clama por mudanças nas leis penais, pelo
armamento da população, por mais policiais nas ruas e mais repressão contra os
pobres. Recupera-se, portanto o histórico “mito das classes perigosas” em que o
traficante, aquele que vive nas favelas e periferias, deve ser o alvo prioritário das
ações de combate ao tráfico, justificando, inclusive, ações de extrema violência e
repressão, numa clara perspectiva de criminalização dos mais pobres.

O TRÁFICO DE DROGAS COMO ALTERNATIVA DE EMPREGO E RENDA. A


FACE OCULTA DAS RELAÇÕES TRABALHISTAS NO BRASIL

Como ressaltado no item anterior, o desemprego e a informalidade constituem uma


marca da nossa formação sócio-histórica. Com o avanço das medidas de
flexibilização de leis e contratos trabalhistas, o cenário se agrava tendo em vista a
baixa qualificação da população brasileira, o alto índice de evasão escolar,
sobretudo das camadas mais pauperizadas e os empregos precários e com salários
baixos, gerando condições de vida e de trabalho muito instáveis. Destacamos
também que os mais afetados com os altos índices de desemprego são os jovens
pobres da periferia. De acordo com dados da Central Única dos Trabalhadores
(CUT) publicados em 2020, a taxa de desemprego entre os mais jovens, de 18 a 24
anos, chegou a 29,7%. A razão dos números elevados é apontada no estudo pela
falta de qualificação, a rotatividade, ria cse econômica e a ausência de uma política
nacional de emprego para responder às necessidades desses jovens.
De fato, nos últimos anos, as medidas tomadas pelos governos federais têm sido na
contramão de uma proteção mais sistemática do trabalhador brasileiro. A reforma
trabalhista promulgada em 2017, sob justificativa de gerar mais empregos e
regulamentar o trabalho informal, por meio da criação do trabalho intermitente,
apenas acirrou as condições precárias de trabalho e ampliou a retirada de
benefícios trabalhistas ao incidir diretamente no direito a férias, seguro desemprego,
aumento da jornada de trabalho, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
etc. A mesma reforma também ampliou a jornada de trabalho, retirou custos de
trabalho sobre o empregador, beneficiando os donos dos meios de produção em
detrimento de garantias ao trabalhador. Os salários no país, por sua vez,
permaneceram muito baixos, não ultrapassando a média de 1,5 salário mínimo
(SILVA, OLIVEIRA e SANTOS, 2021).
Nesse contexto, o tráfico de drogas representa uma alternativa concreta de trabalho
para centenas de jovens que vivem nas periferias e favelas dos grandes centros
urbanos. Ao contrário do que prega o senso comum, o tráfico de entorpecentes não
é apenas um delito criminoso, o comércio de drogas representa uma das economias
ilegais mais rentáveis do mundo (RODRIGUES, 2022). Estima-se que nos últimos
anos gerou valores aproximados em torno de U$$ 17 trilhões no mundo (UNODC,
2019). Sua organização, apesar de ser a de uma economia informal ilegal possui
uma lógica que acompanha a produção legal, com países que ocupam posição de
produtores da matéria-prima, países varejistas e corredores de trânsito da droga
(caso do Brasil) e também os grandes consumidores como Europa e EUA
(RODRIGUES, 2022). Nesse sentido, o narcotráfico possui uma dinâmica que
ultrapassa meramente a lógica da ilegalidade, mas visa o lucro e, ao mesmo tempo,
serve como saída para jovens, em especial do sexo masculino na inserção do
negócio.
Como o Brasil não é produtor de matéria prima de drogas ilícitas como cocaína,
maconha, heroína ou anfetaminas, o país responde por um amplo comércio
varejista localizado nas periferias e favelas dos grandes centros urbanos
(RODRIGUES, 2022). A estrutura do trabalho segue a dinâmica da produção legal
formal com distribuição de atividades entre os jovens, denunciando a divisão social
e técnica do trabalho, a exploração dos trabalhadores com jornadas que superam as
8 horas diárias, sem pagamento de horas extras, trabalho por comissão, dentre
outros. Esta realidade pode ser comprovada pela pesquisa realizada pelo
Observatório das Favelas relativo ao ano de 2018 sobre o tráfico de drogas ilícitas
no Rio de Janeiro. De acordo com os organizadores da pesquisa, Willadino,
Nascimento e Silva (2018), na divisão do trabalho há uma hierarquia também nos
postos de trabalho ocupados e também nos ganhos financeiros. Na pesquisa foi
possível identificar que a maioria dos envolvidos no trabalho ocupam a posição de
vapor 25,7%, comercializando a droga nos pontos de venda no varejo. Temos ainda
o soldado, trabalho realizado por 24,5% dos entrevistados e consiste na contenção
dos confrontos armados. Outras funções são a de gerente, 15,3%, abastecedores
8,8% e embaladores 8,0%.
“As funções de olheiro, fogueteiro e operador de rádio (6,5%) são responsáveis pelo
monitoramento das entradas e vias de acesso aos pontos de venda e ao interior das
favelas de modo geral, incluindo aí a operação de retirada de vigas e liberação e
operação dos bloqueios existentes nesses acessos” (WILLADINO, NASCIMENTO E
SILVA, 2018, p. 49).

O estudo ainda destaca outros dois tipos de trabalho que vem se desenvolvendo
nas atividades de tráfico de drogas ilícitas: o “missão” e o “correria”. O primeiro
responde pelo transporte de armas, dinheiro, drogas e munição entre diferentes
favelas. Já o “correria”, é alguém que não tem vínculo direto com as áreas de
venda, realizando transações de maior vulto fora da favela para a compra de
produtos e quantidades que não estão expostas ou oferecidas nos pontos de venda.
São adolescentes e jovens do sexo masculino na faixa etária entre 14 e 29 anos.
Dados do Depen de 2021 revelam que 43,15% dos presos no Brasil são de jovens
entre 18 a 29 anos. Ainda de acordo com a pesquisa do Observatório de Favelas
os adolescentes e jovens ingressam no tráfico de drogas como forma de responder
às necessidades de auxílio às suas famílias e à possibilidade de obter ganhos mais
elevados do que o emprego formal que, para eles, pela baixa qualificação e
formação profissional, representa trabalhos precários e com baixa remuneração
(WILLADINO, NASCIMENTO E SILVA, 2018).
A baixa qualificação é perceptível pelos dados apontados na pesquisa do
Observatório de Favelas e Cebrap, em que se evidenciou que 78,2% dos
entrevistados não frequentam a escola. Tais dados podem ser comprovados pelas
informações do Depen de 2021 que afirmam que 43% dos presos possuem grau de
escolaridade que varia entre analfabeto e ensino médio incompleto. O abandono
escolar ocorre ainda no ensino fundamental, quando estes adolescentes adquirem
idade para ingressar no tráfico de drogas, respondendo aos anseios familiares de
complementação de renda familiar, tendo em vista que, na maioria, 65,5%, provém
de famílias numerosas com mais de três irmãos e possuem a mãe como a única
responsável pelo sustento familiar (WILLADINO, NASCIMENTO E SILVA, 2018).
É importante salientar que os adolescentes e jovens inseridos no negócio das
drogas ilícitas são, na maioria, moradores das favelas e periferias da cidade do Rio
de janeiro e, antes de ingressarem no comércio varejista das drogas haviam
vivenciado experiencias profissionais na construção civil, na informalidade legal, no
setor de serviços, mas que, em face da alta precariedade das condições de trabalho
e dos baixos salários pagos, migraram para o comércio ilegal por ser mais vantajoso
(WILLADINO, NASCIMENTO E SILVA, 2018). Destaca-se também que a
alternativa ao tráfico é uma forma de não repetir a trajetória trabalhista de seus pais
que ocupam postos de trabalhos como recicladores de lixo, faxineiras, domésticas,
pedreiros, carregadores de gás, muitos na informalidade e com ganhos ínfimos
(WILLADINO, NASCIMENTO E SILVA, 2018).
Embora os ganhos para a maioria deles não seja tão elevado, é bem maior do que
eles receberiam no trabalho formal ou informal legal. Como salientado pela pesquisa
do Observatório de Favelas, no tráfico, a maioria recebe cerca de 3,5 salários
mínimos (51,7%) e 23,6% de R$3.000,00 até R$15.000,00. Levando em conta a
qualificação e idade destes jovens, nota-se que os valores pagos são bem acima do
que os pais ganham ou eles mesmos, se exercessem outro tipo de trabalho.
Em pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento - Cebrap,
organizada por Galdeano e Almeida (2018), na cidade de São Paulo, também
encontramos situações bem semelhantes às listadas no Rio de Janeiro. Isto
significa dizer que existem poucas variações neste comércio varejista no Brasil. Em
São Paulo, encontramos relações de trabalho muito similares às do estado
fluminense. Temos o “olheiro” ou “campana” que vigia a boca e avisa quando há
entrada de polícia. Ganha entre R$ 50,00 e R$ 60,00 por doze horas de trabalho
(GALDEANO e ALMEIDA, 2018 p. 53). O “abastece” responde por uma “biqueira”,
ou pode cuidar de uma casa onde vende a droga, ou, ainda, ser responsável pela
venda de uma droga específica. Seus ganhos variam de R$600,00 a R $1.000,00
por semana. O “Boli” é quem faz a embalagem das drogas para serem vendidas e
na pesquisa não há menção aos seus ganhos.
O vendedor ganha por comissão, o que depende do movimento do comércio da
droga. Os dados não são muito exatos, mas, segundo a pesquisa em tela, pode-se
obter ganhos de até 500 reais por dia. Temos ainda o que recolhe o dinheiro do
mesmo dono das bocas de fumo e responde pelo cargo de gerente e faz a
contabilidade da semana. Seu ganho mensal é de R$ 8.000,00 por semana.
(GALDEANO e ALMEIDA, 2018). Quanto mais disposição para trabalhar mais se
ganha, pois como destacado, no tráfico de entorpecentes, as jornadas de trabalho
seguem a dinâmica do processo de produção capitalista, revelando-se longas e
extenuantes, chegando a atingir 12 horas ou mais e sem direito a folga semanal.
Os trabalhadores do tráfico acreditam que existe uma flexibilidade no exercício
dessa jornada laboral, mas ao analisar os dados disponibilizados pela pesquisa
percebemos que estes ficam disponíveis durante as 24 horas do dia por toda a
semana (GALDEANO e ALMEIDA, 2018).
Os ganhos são rápidos e os riscos são altos. As prisões e mortes prematuras não
interrompem o negócio, tendo em vista o elevado número de jovens disponíveis
para ingressarem nesse mercado de trabalho, pois como já destacado, a população
jovem é a que mais padece com o desemprego no Brasil, evidenciando um exército
de supranumerários aptos a serem absorvidos pelo negócio ilegal das drogas.
Como inexistem políticas sociais, educacionais ou trabalhistas ofertadas pelo
Estado brasileiro para este segmento populacional, a permanência no mercado das
drogas ilícitas possibilita aos jovens acesso ao consumo e à subsistência das suas
famílias, conforme demonstram as pesquisas do Observatório de Favelas e do
Cebrap, em que se constata que os ganhos vão em grande parte para gastos com
a família (77,4%), com a compra de roupas (68,2%) e atividades de lazer (51,7%).
A única diferença apontada na pesquisa do Cebrap em relação a do Observatório
de Favelas refere-se à violência generalizada que se trava no Rio de Janeiro. Em
São Paulo, o uso de armas pelos adolescentes e jovens não é uma condição para
ser contratado pelo tráfico. Nas chamadas biqueiras ou lojinhas de São Paulo, os
adolescentes e jovens, não usam armas para não afetar o negócio, pois isso atrairia
a polícia para o local prejudicando o funcionamento do comércio, expulsando ou
intimidando usuários. Ademais vale destacar que a geografia das favelas na cidade
paulista é diferente daquela construída no Rio de Janeiro, tipicamente constituída de
morros, enquanto na capital paulista está localizada nas periferias com estrutura
mais plana, por isso chamada de “quebrada” (GALDEANO e ALMEIDA, 2018, P.
51).
Destacamos que o tráfico de drogas se insere na dinâmica da sociedade brasileira
nos anos de 1980. De acordo com Misse (1999) a organização do tráfico de drogas,
particularmente no Rio de Janeiro, se deu, em boa medida, graças à prisão dos
presos políticos que cumpriam pena nos mesmos presídios em que estavam os
presos comuns. Dessa relação surgiu uma organização que deu origem às facções,
responsáveis pela venda das drogas ilícitas. De acordo com Misse (1999) antes do
início dos anos de 1980 já se percebia a venda de maconha na periferia e morros
dos grandes centros urbanos, resultando no que ficou conhecido como “bocas de
fumo”. As pessoas compravam e fumavam a maconha ali mesmo. Com o ingresso
da cocaína e os lucros gerados por essa mercadoria, a disputa por território passou
a ter impactos nas relações sociais e econômicas dos traficantes e dos moradores
desses locais, haja vista a competição pelos pontos de venda da droga e controle
maior do negócio.
Nesse contexto, as favelas e periferias tornaram-se o local privilegiado da presença
do traficante, em face da estrutura espacial que permitiria, aos mesmos,
defenderem-se em caso de invasão policial. Sob a justificativa de combate ao tráfico
de drogas, a repressão sobre as periferias e os morros dos grandes centros urbanos
passou a se constituir o locus privilegiado da ação policial, com estratégias
semelhantes à de países em guerra, onde se atira primeiro para depois identificar o
indivíduo, revelando o abuso da força policial sobre a população mais pobre, como
bem destaca Malaguti (2016).
Elegido o inimigo a ser combatido, o Brasil se debruçou sobre a política de guerra
às drogas capitaneada pelos EUA, seguindo uma forte repressão ao varejo da
atividade do tráfico de drogas (OLIVEIRA e RODRIGUES, 2021). Esta forte
repressão acarretou, já em meados dos anos de 1980, uma grande expansão do
sistema carcerário e com ele a sua superlotação (VALOIS, 2017). Também
começaram a se destacar as prisões e os aprisionados em face do crime de tráfico
de drogas. É importante destacar que, com a promulgação da nova Lei de Drogas,
Lei nº 11.343 em agosto de 2006, a repressão não fazia distinção entre usuários e
traficantes, o que permitia um maior encarceramento em face do delito
supramencionado.
Com o passar dos anos e a mudança na redação da nova Lei de Drogas essa
relação não se alterou, chegando o país a ocupar a terceira posição no número de
encarcerados, perdendo apenas para EUA e China (RODRIGUES, 2022). De
acordo com levantamento publicado pelo DEPEN em 15 de outubro de 2020, o
número de presos, incluindo os que se encontram monitorados eletronicamente
chegou à marca de 759.518. Quando à estas informações são adicionadas as
prisões por tráfico, dados mais recentes, de fevereiro de 2020, obtidos no
INFOPEN, referentes ao ano de 2019, constata-se que o tráfico de drogas lidera o
ranking de crimes que ensejam privação da liberdade. Essa rígida política penal no
tratamento do tráfico de drogas é fruto de pesquisa realizada por Oliveira (2021)
apontando ser uníssona no sentido de que este tipo de iniciativa acarreta em um
grande número de indivíduos cumprindo pena por delitos dessa natureza. Ainda
sobre dados atinentes ao número de encarcerados total e por tráfico, Velasco,
D’Agostino e Reis (2017)2, em pesquisa referente a 22 estados trouxe dados no
sentido de que 32,6% dos presos no país respondia por tráfico de drogas, o que
correspondia a 1/3 da população carcerária.De acordo com informações extraídas
do site Criança Livre de Trabalho Infantil que tem como base relatórios e
convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) comprovam o
crescente envolvimento de crianças e adolescentes com a atividade varejista do
tráfico de drogas, revelando que o tráfico representa uma das piores formas de
inserção do trabalho infantil e de adolescentes no Brasil e em alguns países da
América latina.
Diante do exposto, podemos considerar que no Brasil, assim como em outros
países da América latina, a desigualdade social, as condições de vida e trabalho de
centenas de milhares de cidadãos, sobretudo aqueles que se inserem nos
segmentos mais pauperizados e negligenciados por políticas de renda e educação,

2 Disponível em https://g1.globo.com/politica/noticia/um-em-cada-tres-presos-do-pais-responde-por-
trafico-de-drogas.ghtml
compõem um contingente amplo para inserirem em atividades ilícitas, como forma
única de subsistência. Portanto, o tráfico é uma resposta ao desemprego e à
informalidade generalizada que se amplia à medida que a ofensiva do capital, na
sua necessidade de recuperar as taxas de lucro, promove a expulsão de milhares
de trabalhadores do mercado de trabalho ao mesmo tempo que rebaixa salários,
precariza as condições de trabalho, ampliando a superpopulação relativa 3, gerando
uma massa disponível para o trabalho, sempre em números maiores e dispostos a
aceitarem condições de exploração cada vez aviltantes, em especial aqueles que
vivem de postos irregulares de trabalho ou ainda que se veem obrigados a se
inserirem no mercado prematuramente para auxiliar no sustento das suas famílias.
Ou seja, o tráfico de drogas não é apenas um delito criminoso passível de punição
legal, é acima de tudo uma alternativa de trabalho e renda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, constatamos que a histórica relação de trabalho no Brasil


sempre primou pela exclusão de centenas de brasileiros do mercado de trabalho. O
desemprego, a informalidade e a precariedade, associados à falta de políticas
sociais para geração de renda e serviços sociais, obriga centenas de milhares de
jovens a migrarem para o comércio varejista do tráfico ilegal de drogas, numa
tentativa de inserção no mercado de trabalho e na obtenção de renda para auxiliar
suas famílias na subsistência cotidiana. Em geral são jovens do sexo masculino
com baixa qualificação, empregos irregulares e baixa remuneração. Apesar dos
riscos de morte e prisão, apostam nessa atividade por não terem alternativas
oferecidas pelo Estado brasileiro. Em certa medida, contribuem, também, para
rebaixar os índices de desemprego e alimentar a máquina repressiva, tendo em
vista a criminalização exercida sobre estes segmentos como demonstram os
números de presos no país. Ou seja, os dados registrados evidenciam que o
ingresso no trabalho ilícito das drogas cresce à medida que o desemprego e a

3 A superpopulação relativa se divide em três segmentos. O primeiro denomina-se flutuante e refere-se aos
trabalhadores que transitam pelo mercado de trabalho, ora como empregados, ora como desempregados. A
fração latente, segunda forma de expressão da superpopulação relativa, está associada ao êxodo rural e a
migração campo/cidade com a crescente expulsão do trabalhador do campo. A categoria estagnada diz respeito
aos trabalhadores que não “servem” ao mercado de trabalho formal e estável, inserindo-se sempre no chamado
setor informal legal e ilegal (MARX, 2013).
informalidade avançam como estratégia do capital de recuperar suas taxas de lucro,
revelando as veias ocultas das relações trabalhistas no país.

REFERÊNCIAS

CNJ. Conselho Nacional de Justiça. Estatísticas BNMP nacionais. 2022. Disponível


em: https://portalbnmp.cnj.jus.br/#/estatisticas < Acesso: 23 jun 2022>

DEPEN. Departamento Nacional de Penitenciária. Depen lança dados do Sisdepen


do primeiro semestre de 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/depen/pt-br/assuntos/noticias/depen-lanca-dados-do-sisdepen-
do-primeiro-semestre-de-2020. < Acesso: 13 jul 2021>

DEPEN. Departamento Nacional de Penitenciária. Levantamento Nacional de


Informações Penitenciárias, 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/depen/pt-br/servicos/sisdepen. Acesso < 08 abr 2022 >

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Educa Jovens. População rural


e urbana. Disponível em:
https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18313-populacao-rural-
e-urbana.html. < Acesso 18 mai 2021>

CRIANÇA LIVRE DE TRABALHO INFANTIL. Piores formas de trabalho infantil. s/d.


Disponível em: https://livredetrabalhoinfantil.org.br/trabalho-infantil/piores-formas <
Acesso 23 jun 2022>

CUT. Central Única dos Trabalhadores. Taxa de desemprego entre jovens bate
novo recorde e chega a 31, 4% segundo IBGE. 2020. Disponível em:
https://www.cut.org.br/noticias/taxa-de-desemprego-entre-jovens-bate-novo-recorde-
e-chega-a-31-4-segundo-ibge-dcaa < Acesso: 24 jun 2021>

GALDEANO, A.P; ALMEIDA, R. (Coords) Tráfico de drogas entre as piores formas


de trabalho infantil: mercados familias e redes de proteção social. São Paulo:
CEBRAP, 2018. Disponível em: https://cebrap.org.br/wp-content/uploads/2018/11/Tr
%C3%A1fico-de-Drogas-Trabalho-Infantil_ebook.pdf <Acesso: 18 maio 2021>.

MALAGUTI, V. B. A questão penal no capitalismo contemporâneo. 32ª Bienal de


São Paulo.Incerteza Viva. 2016.

MARX, K.O Capital. Livro Primeiro. O processo de produção do capital. Trad.


Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.

MISSE, M. Crime, sujeito e sujeição criminal: aspectos de uma contribuição


analítica sobre a categoria "bandido". Lua Nova [online]. 2010, n.79, pp.15-38. ISSN
0102-6445. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-64452010000100003. <
Acesso 15/03/2021>

OLIVEIRA, E. A. A política de emprego na Itália e no Brasil: a precarização


protegida e a precarização desprotegida. Curitiba: Editora CRV, 2017.

OLIVEIRA, E. A. O atual estágio de acumulação capitalista: destruição criativa ou


criação destrutiva? Revista Serviço e Sociedade, 82, ano XXVI, p.22-43, São Paulo,
2005.

OLIVEIRA, E. A. Redemocratização e Serviço Social: os caminhos do Serviço Social


no Brasil pós-1985. Curitiba: CRV, 2020.

OLIVEIRA, L. Encarceramento em massa sob a perspectiva da Lei de Drogas no


Brasil: a consolidação do Estado penal. 2021. 54 f. Monografia (Graduação em
Direito) - Escola de Direito, Turismo e Museologia, Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto, 2021.

OREIRO, J. L., e PAULA, L. F. A economia brasileira no governo Temer e


Bolsonaro: uma avaliação preliminar. Recuperado em 09 de abril, 2020, de
https://www.researchgate.net/publication/336147850_A_economia_brasileira_no_go
verno_Temer_e_Bolsonaro_uma_avaliacao_preliminar.

REDE PENSSAN. Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da


Pandemia da Covid-19 no Brasil. Disponível em:
http://olheparaafome.com.br/#action. Acesso 15 jun. 2021.

RODRIGUES, P. O. A riqueza produzida pelo narcotráfico: um estudo sobre a


produção de valor no mercado das drogas ilícitas. 2022. Dissertação (Mestrado em
Serviço Social) – Faculdade de Serviço Social, Universidade Federal de Juiz de
Fora. Minas Gerais. 2022.

RODRIGUES, P. O., Oliveira, E. A. política antidrogas dos EUA como estratégia de


controle econômico e político da América Latina. Revista Mundo Livre, v. 7, n. 2, p.
254-270, 2021.

SILVA, A. M. OLIVEIRA, E.A, SANTOS, M.A. Políticas do governo federal na


pandemia: receita ineficaz contra o avanço do desemprego e da pobreza no Brasil.
In: VI Jornada Nordeste de Serviço Social. Conservadorismo e extrema direita no
Brasil e no mundo: impactos no fazer profissional. 2021, Recife. Anais [..Recife,
2021.

SILVA, A. M., OLIVEIRA, E. A. Estado de bem estar social no Brasil: fato ou mito?.
REBELA - Revista Brasileira de Estudos Latino-Americanos, v. 10, p. 488-508,
2020.

SILVA, A. M., OLIVEIRA, E. A.; VIDAL, P. Acumulação capitalista e força de


trabalho no Brasil: do desenvolvimentismo às avessas à economia política do golpe.
In: OLIVEIRA, E. A; DUARTE, M; CASTRO, M. (orgs). Serviço Social, políticas e
sujeitos sociais. Juiz de Fora, MG: Editora UFJF, 2021.
VALOIS, L. C. O direito penal da guerra às drogas - 3 ed. Belo Horizonte: Editora
D’Plácido, 2017.

VELASCO, C., D’AGOSTINO, R., REIS, T. Um em cada três presos do país


responde por tráfico de drogas. São Paulo. 2017 Disponível em:
https://g1.globo.com/politica/noticia/um-em-cada-tres-presos-do-pais-responde-por-
trafico-de-drogas.ghtml < Acesso 22 mar 2021.

WILLADINO, R., NASCIMENTO, R.C., SILVA, J.S. (Orgs) Novas configurações das
redes criminosas após a implantação das UPPS. Rio de Janeiro: Observatório de
Favelas, 2018.

UNODC, World Drug Report (United Nations Publication), 2019. Disponível em:
https://wdr.unodc.org/wdr2019/prelaunch/WDR19_Booklet_1_EXECUTIVE_SUMMA
RY.pdf Acesso 24 de junho 2021

Você também pode gostar